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1 TRABALHO PSI AMBIENTAL

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ANÁLISE DO PROJETO 316/2015 – DO VEREDOR PLÍNIO VALÉRIO: À LUZ DA PSICOLOGIA AMBIENTAL.
Dispõe sobre aplicação de multa ao cidadão que for flagrado jogando lixo nos logradouros públicos.
MANAUS
2015
ALBERTO PONCE DE LEÃO
ANGELO DE SOUZA CORDOVIL
NARA CARDONA
ANÁLISE DO PROJETO 316/2015 – DO VEREDOR PLÍNIO VALÉRIO: À LUZ DA PSICOLOGIA AMBIENTAL.
Dispõe sobre aplicação de multa ao cidadão que for flagrado jogando lixo nos logradouros públicos.
Trabalho apresentado à Disciplina 
Psicologia Ambiental
, curso Psicologia, sob a orientação do Prof
a
. 
M
aria do Perpetuo Socorro de 
Araujo
 Flor
.
 Para efeito de obtenção de nota parcial.
 
MANAUS
2015
INTRODUÇÃO
A realidade (Jogar lixo em locais públicos) é fruto da ação de muitos atores. Isto quer dizer que a cadeia de impacto idealizada e expressa no desenvolvimento de um projeto não traduz o modo como às coisas se dão na realidade. A incerteza, a complexidade, a diversidade de situações e as constantes mudanças na realidade fazem do projeto uma “aposta”, não uma certeza. Sendo assim, não há caminhos nem resultados certos ou garantidos. 
Coloca-se a necessidade, à luz da psicologia ambiental, de acompanhar e aprender sobre a dinâmica social a partir da experiência proporcionada pelo projeto em questão. A monitoria e avaliação serão parte e base do aprendizado, quando necessário, informação (cognição), nesse projeto, bem como fiscalização (conscientização) , já que dispõe sobre aplicação de multa (punição) ao cidadão que for flagrado jogando lixo nos logradouros públicos.
 Fica a pergunta, quantos são os logradouros públicos na cidade de Manaus? Quantos equipamentos destinados para a coleta de lixo serão disponibilizados? Quantos e quem serão os agentes e como vão atuar? 
A avaliação de políticas sociais públicas deve ser orientada pela intencionalidade de apontar em que medida as políticas e programas sociais são capazes, e, se estão conseguindo expandir direitos, reduzir a desigualdade social e propiciar a equidade (recompensa).
O PROBLEMA (Pinçado da análise usual de Projetos)
“ O lixo é um grande problema mundial, a cada ano a produção de lixo aumenta de maneira consideravelmente preocupante, muitas ações, vem sendo executadas para a diminuição do impacto que a poluição faz ao meio ambiente, nesse processo mesmo com as políticas públicas desenvolvidas para esse fim os resultados ainda não surtiram um efeito tão promissor, pois o descarte do mesmo vem provocando mudanças significativas, seja pelo acúmulo de lixo nas lixeiras a céu aberto,seja pela contaminação da água e do solo, doenças causadas através dos insetos atraídos, entre outros mais.”
O papel da psicologia ambiental na formação da política ambiental é aumentar o interesse público por meio de educação ambiental (para todas as idades), já que é uma disciplina voltada para a solução de problemas ambientais, que são na verdade questões humano-ambientais, que reflete não uma crise ambiental, mas uma crise das pessoas-nos ambientes. Lembramos que é o comportamento das pessoas que agravam (e provocam) os “problemas ambientais”, e que as alterações ambientais por sua vez, irão interferir na qualidade de vida dessas mesmas pessoas, o que concluímos que esses problemas são, na verdade problemas dos usuários dos logradouros públicos de Manaus. É necessário compreender o comportamento do ser humano frente ao seu ambiente.
Para a psicologia ambiental, problemas ambientais, como jogar lixo nos logradouros públicos, oferecem dupla oportunidade, de como desenvolver teórica e cientificamente conhecimentos sobre a forma de agir das pessoas e influenciar nos rumos da sociedade.
ANÁLISE DO PROJETO
Percepção é a tomada de consciência, pelo indivíduo, dos estímulos sensoriais. Com ela se inicia o ciclo psicológico das pessoas no ambiente, objetivando perceber no ambiente, por exemplo, o acúmulo de lixo jogado pelos usuários, o que levou a uma percepção ambiental, e assim a ações decorrentes, no caso o projeto em questão. Por exemplo, percebeu na perspectiva estética que por estimulação de nossos sentidos, criam-se sensações não visuais (nojo, fedor), embora as visuais sejam dominantes (lixo jogado- feiura).
Ambiente –Cada ser humano está cercado por um mundo adequado ou acomodado (UEXKÜLL, 1951), que se refere ao mundo circundante ou ao meio ambiente. Essa abordagem do conceito de meio ambiente está,diretamente relacionada com as quatro dimensões da relação homem–meio ambiente (filogenética, ontogenética, sociogenética e microgenética), mais a influência do ambiente físico sobre o comportamento humano e vice-versa, por isso, deve ser estudado junto com sua dimensão social, condição inalienável (intransferível) das inter-relações pessoa ambiente. Por que algumas pessoas não jogam lixo no chão no “Amazonas Shopping” e jogam nas paradas de ônibus da Constantino Nery? O meio ambiente humano é determinado temporalmente e percebido em função de representações particulares; ele está em relação dinâmica no sentido de que é permanentemente construído e, portanto, estabelecido e caracterizado por diferentes culturas em espaços específicos (REIGOTA, 1998, 2009). Essa entidade é compreendida como um espaço relacional no qual o indivíduo está inserido e age sobre todo um sistema social, político e econômico, pois é capaz de percebê-lo. 
Assim, construímos nosso próprio mundo externo, nosso meio ambiente subsidiado por processos sígnicos (perceptivos), ou seja, pelas atividades receptoras e efetoras que caracterizam a nossa espécie, mas que variam de indivíduo para indivíduo. Elaboramos, portanto, esquemas mentais (são recursos de visualização-organização das ideias) que estão intimamente relacionados com as experiências individuais de cada um. 
Ambiente-comportamento – deve ser feita uma avaliação ambiental pelos usuários, já que a mesma é medida pela percepção de atributos ambientais, a qual está sujeita a filtros socioculturais e psicológicos que influenciam os padrões de comportamento (existem diversas posições com relação ao grau com que o ambiente afeta o indivíduo) na medida em que pode apoiar, facilitar ou inibir comportamentos. Tome-se como ilustração os dois manuais da área que foram publicados no Brasil (Heimstra&McFarling, 1978; Lee, 1977). Após os capítulos introdutórios, seus autores organizam os demais com base nos tipos de ambiente e sua ação sobre a vida de indivíduos e grupos, dedicando atenção quase que exclusiva aos ambientes construídos. 
Inter-relação/interdependência - a pessoa e o ambiente atuam de formas diferentes e isoladas com seus componentes sobre o comportamento. Que tipo de relação o usuário estabelece entre o ambiente sócio físico e as condições psicológicas das pessoas? Todas as chamadas questões ambientais são na verdade questões humano-ambientais, refletindo não uma crise ambiental, mas uma crise das pessoas-nos-ambientes (Corraliza, 1997; Pol, 1993).
Espaço de Tempo – decorrido entre “jogar o lixo“ e a redução ou interrupção do ato de jogar o lixo, pode ser medido entre décadas – dificultando a percepção da relação de causa-efeito pelo cidadão comum. Se entende ao mesmo tempo como projeção no futuro e referência ao passado, à história.Podemosmodificar o comportamento dos indivíduos, fazer com que eles adotem comportamentos pró-ambientais, que joguem o lixo no lixo. Isso é fácil! Mas, observe-os três meses depois, ou seis meses depois. Aqueles comportamentos terão voltado a ser o que eram antes; eles não duram muito tempo. Então, este é um problema temporal e muitas vezes temos que contar com esse importante problema na Psicologia Ambiental.
Avaliação – o processo de avaliação de um ambiente exige que os participantes enxerguem além do horizonte medido pelo projeto “Lixo no chão”, isto é, se os objetivos foram alcançados, deve ser verificado, viabilidade, unindo territorialidade (reivindica uma área e a defende), espaço pessoal (distancia entre indivíduos) e aglomeração (não se trata de densidadefísica. Trata-se da invasão do espaço pessoal da pessoa.).
Mapeamento mental – fazer o MM das pessoas em um ambiente, para que possam ser combinados com a representação mental que elas têm desse mesmo ambiente.
Multidisciplinaridade – que o projeto seja feito em equipes (abordagens complementares). Mais Psicologia ambiental e executivo. 
Pesquisar a identidade de Lugar -a relação entre quem sou e o lugar, isto é o usuário e o lugar de aplicação do projeto.
Apego ao lugar – O grau de apego é a capacidade do usuário de se ligar moralmente. Psicologicamente, é o vínculo com o outro, que depende da capacidade e da qualidade da ligação interna, consigo mesmo, que em essência é a capacidade que o indivíduo têm de se reconhecer como ser, de gostar de si mesmo, de se respeitar, de aceitar suas dificuldades e qualidades como partes suas. A capacidade de vínculo está ligada a sanidade mental, à integração da personalidade, à “inteireza” do indivíduo, em outras palavras, à saúde mental.
Modelagem – é o desenvolvimento das relações entre o indivíduo e ambiente, é a aceitação do efeito do ambiente sobre as atitudes e o comportamento do indivíduo, isso tem implicações para o projeto e para a avaliação da qualidade do mesmo em espaços abertos.
Uso - além da estética satisfatória, um espaço aberto deve ter um uso adequado, uso é visto como um dos pré-requisitos para um espaço aberto satisfatório.
Aplicabilidade: 
A Psicologia Ambiental tem por objetivo analisar as formas como as condições ambientais afetam as capacidades cognitivas, mobilizando os comportamentos sociais que causam impacto à saúde mental dos indivíduos, além de contribuir para análise das percepções e interpretações das pessoas sobre o meio ambiente. Ela pode trabalhar com outras áreas de conhecimento de forma interdisciplinar, como sociologia e antropologia urbana, ergonomia, desenho industrial, paisagismo, engenharia florestal, biologia, medicina, arquitetura, urbanismo e geografia, entre outras. E a sua abordagem metodológica, vai ser direcionada através do problema, sendo muitos deles beneficiados por uma pluralidade de métodos como observacionais, experimentais, entre outros. Utiliza o modelo pesquisa-ação, na qual o pesquisador tenta contribuir para teoria e prática na sua área (GÜNTHER. e ROZESTRATEN, 2004). Sendo assim, observando o comportamento do usuário, saúde mental e capacidades cognitivas do indivíduo, oProjeto “jogar lixo” poderá ser aplicado, com uma margem mais segura de sucesso. 
A aplicabilidade do projeto se dá a partir do significado que este tenha com as comunidades e os sujeitos envolvidos nesse processo, ou seja,é necessário primeiro que instigar as dúvidas, preocupações e angustias em relação ao meio ambiente que despertem a curiosidade e interesse dos usuários, a partir daí poderemos realizar pesquisas para sanarem estas duvidas, explorar possíveis soluções e por fim colocar essas resoluções em prática, contribuindo para a formação do pensamento critico, reflexivo e voltado à conscientização ambiental.
VIABILIDADE - É o ato ou efeito de algo ser viável, ou seja, ter possibilidade de ser realizado. A viabilidade do projeto pode ser questionada, poderá ser realizado, sim, com algumas ressalvas. Quanto às vantagens do Projeto “Jogar Lixo” ou desvantagens, só poderá ser observado durante o andamento do mesmo, pois, só cobrar multas, per se, não tornará o projeto um sucesso, a consequência de tal ato, será o uso pelos indivíduos dos espaços construídos. Qual a perspectiva a ser alcançada? Estética (aparência), saúde, cheiro, convívio social? Se as ações dos usuários são influenciadas pelos contextos, ou seja, o comportamento é diferente em cada contexto, denominado behavior setting, a viabilidade dependerá de como será aplicado o Projeto em cada um dos ambientes focados.
CONCLUSÃO
Vygotsky (1991) lembra-nos que o processo no qual o indivíduo internaliza a matéria-prima fornecida pela cultura não é, pois, um processo de absorção passiva, mas de síntese. Significa dizer que ao longo do seu desenvolvimento o indivíduo toma posse das formas de comportamento fornecidas pela cultura, num processo em que as atividades externas e as funções interpessoais transformam-se em atividades internas, intrapsicológicas, portanto, particulares. A cultura atuaria como um palco de negociações, onde os sujeitos estão num constante movimento de recriação e reinterpretação das informações, dos conceitos e dos significados. “A vida social é um processo dinâmico, onde cada sujeito é ativo e onde acontece a interação entre o mundo cultural e o mundo subjetivo de cada um” (OLIVEIRA, 1995, p.38), e onde estão em interação à história da espécie (filogênese), a história do organismo individual (ontogênese), a história do grupo cultural (sociogênese) e os processos e experiências vividas por cada um (microgênese). A dimensão social torna-se importante, pois nos permite refletir a respeito dos significados que os grupos de pessoas dão às palavras (beiradões). 
Uma vez que os significados são construídos ao longo da história das sociedades com base nas relações dos homens com o mundo físico, biológico e social em que vivem, eles estão em constante transformação; não são, pois, estáticos.
Relembrando, o papel da psicologia ambiental na formação da política ambiental é aumentar o interesse público por meio de educação ambiental (para todas as idades), já que é uma disciplina voltada para a solução de problemas ambientais, que são na verdade questões humano-ambientais, que refletem não uma crise ambiental, mas uma crise das pessoas nos ambientes. Lembramos, que são os comportamentos das pessoas que agravam (e provocam) os “problemas ambientais”, e que as alterações ambientais por sua vez, irão interferir na qualidade de vida dessas mesmas pessoas, o que concluímos que esses problemas são, na verdade problemas dos usuários dos logradouros públicos de Manaus. É necessário compreender o ser humano frente ao seu ambiente. 
Conforme a psicóloga, pesquisadora e doutoranda da UnB, Cleide Maria de Sousa, jogar lixo no chão pode ser compreendido como um comportamento anti-social, delituoso e anti-ambiental, caracterizando-se como um problema social. Ao longo da vida, vamos colecionando momentos: uns que nos reforçam no nosso pleno uso do potencial individual e contribuem para o nosso bem-estar e outros difíceis e que requerem as nossas melhores estratégias internas os desvendar e superar com ganhos de aprendizagem e solidez interna.
Encontrar soluções para os problemas gerados pelo lixo urbano constitui-se hoje num grande desafio. Os efeitos do acúmulo de lixo para o meio ambiente e a saúde da população têm levado a situações muitas vezes irreversíveis, através da contaminação ambiental. 
Cada município deve buscar o modelo de gerenciamento mais adequado às suas características, sempre pensando de forma integrada. As soluções não podem ser tomadas isoladamente, mas como um conjunto de alternativas que, somadas, resultarão na superação do problema, como sugestão, o projeto em questão, poderia se transformar em um Programa, auxiliado entre outros colaboradores, por psicólogos ambientais. 
Gerenciar o lixo de forma integrada significa limpar o município com um sistema de coleta e transporte adequados, tratar o lixo utilizando as tecnologias mais compatíveis com a realidade local e dar-lhe um destino final ambientalmente seguro. Não se pode esquecer também a importância da educação ambiental. 
Se não houver a participação efetiva da população neste processo, qualquer alternativa se tornará inviável, mesmo as melhores do ponto de vista técnico e financeiro. De nada adianta, por exemplo, utilizar o melhor sistema de coleta e transporte do lixo, se a população não respeitar os horários e não acondicioná-lo de forma correta.  Limpar a cidade é obrigação da prefeitura, mas mantê-la limpa só será possível com a colaboração da comunidade.
O ambiente construído é considerado como um meio de comunicação “não verbal”, provendo pistas para o comportamento.Carregam significados que servem como comunicadores codificados na forma construída e decodificadas pelos usuários, a forma como os mesmos fazem uso deste espaço, como interagem, protegem o mesmo, apego ao lugar, vínculo afetivo, onde a cognição serve para explicar as reações ao ambiente construído, é mais amplo que a percepção, pois, além dos sentidos, faz uso dos valores, conhecimento, personalidade, etc... O indivíduo biofílico, ama a vida, é amigo da vida, consequentemente amigo da flora, fauna, ecossistemas, em fim, da biota. Edward Wilson acredita que os seres humanos têm uma ligação emocional inata com outros organismos vivos e com a natureza. Neste cenário comportamental (behavior setting), que serve para descrever o contexto ambiental que co-determina as características de um comportamento, e isso é proporcionado pelo ambiente, o que chamamos affordance. Neste behavior setting, onde o lixo é jogado, é onde poderemos encontrar as características do comportamento do usuário. O que o ambiente cheio de lixo, proporciona? Repulsa, feiura, fedor, animais vetores de doenças, degradação ambiental, educação, poluição etc.. Isso é o que chamamos affordance. 
A importância do ambiente, além de determinar oportunidades e restrições em função de suas características, assume-se que diferentes padrões ambientais proporcionam diferentes comportamentos e experiências estéticas. O lixo nos ambientes públicos fazem parte de pesquisas sobre descarte inadequado de lixo que vêm ocorrendo no exterior há quase quatro décadas, principalmente sob o enfoque teórico da ciência do comportamento e normas sociais.
No Brasil os estudos são quase inexistentes, pelo menos na perspectiva do comportamento do cidadão. O projeto ora em desenvolvimento tem como objetivo punir quem joga lixo, primeiro, deve ser investigado os efeitos das normas sociais e pessoais para redução de descarte inadequado de lixo em áreas de uso comum no meio urbano, e entrar com programas de informações, para assim conscientizar os usuários. Poderia ser concomitantemente, à instalação do projeto.
As ações políticas também criam um senso de meio ambiente. A cidade é um lugar politicamente organizado e a função de seu governo representativo é manter a imagem da cidade, isto é, sua visibilidade. Portanto, políticas que promovam a valorização de suas qualidades são fundamentais. Podem, por exemplo, reavivar o sentido de orgulho e promover a construção de uma identidade (TUAN, 1975). A revitalização de uma praça dá a ela uma visibilidade e as pessoas, que antes não a enxergavam, passam a frequentá-la, gerando novas relações interpessoais, e assim novos sentidos.
Outros trabalhos têm analisado a importância do estudo dos valores ambientais por uma ética global (Rapoport, 1993), a “tradução” das informações entre os níveis global e local de análise (Zube, 1991), a negação como resposta humana a 392 Dossiê Psicologia Ambiental problemas populacionais e ecológicos mundiais (Howard, 1993), enfim, o papel da Psicologia diante da necessidade de se compreender tanto o comportamento humano que afeta as mudanças ambientais globais, como as reações das pessoas ao desastre ambiental em potencial (Stern, 1992).
A qualidade de um comportamento, não só muda de um cenário comportamental para outro, como sugere Barker, mas dentro de um cenário comportamental seria possível determinar variações locais, que por sua vez influenciam de maneira diferenciada no comportamento do indivíduo. 
As decisões do projeto socioambiental devem considerar os resultados de pesquisas na área ambiente-comportamento, que é o conhecimento do existente, e que é possível aferir os erros (patologias) e acertos no projeto, e ser avaliado a partir do ponto de vista do usuário, por isso, a Psicologia – Ambiental , pode em muito contribuir para a compreensão das bases psicológicas dos comportamentos pró-ambientais e, entre estes, a destinação correta de resíduos sólidos e aplicabilidade de punições, as quais devem ser acompanhadas de recompensas.
Finalizando, durante as três últimas décadas, o comportamento pró- ambiental (CPA) tem sido um dos objetos de estudo de maior interesse dentro da Psicologia Ambiental. Graças a esse interesse, tem sido possível descobrir quais características pessoais e quais condições estão associadas a um indivíduo que se mostra responsável em relação ao meio ambiente. Os trabalhos de Borden e Schettino (1979), de Hines, Hungerford e Tomera (1987) e de Schahn e Holzer (1990) mostram que as pessoas mais propensas a cuidar de seu entorno são aquelas com conhecimento, atitudes favoráveis, motivadas, hábeis, com locus de controle interno, responsáveis e com crenças pró-ambientais.
REFERÊNCIAS
Argyle, M., Furnham, A., & Graham, J. A. Social situations. London: ambridge University Press,1981.
Barker, R.G. (1968).Ecological psychology. Stanford: StanfordUniversity Press.
Barker,R.G.&Schoggen,P.Qualities of community life:methods of measuring environment and behavior applied to anAmerican and an English town. San, . 1973.
Borden, R. J., & Schettino, A. P. Determinants of environmentally responsible behavior. Journal of Environmental Education, 1979.
Burgess, R. L., Clark, R. N., &Hendee, J. C. An experimental analysis of anti-litter procedures.Journal of Applied Behavior Analysis, 1971.
Reigota, M. O que é EducaçãoAmbiental.2ed. São Paulo: Brasiliense. Coleção primeiros passos, 2009. 
Pinheiro. J.Q.Psicologia Ambiental: a busca de um ambiente melhor -Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Estudos de Psicologia Dossiê Psicologia Ambiental ,1997.
Tuan, Y.F. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Trad. de Lívia de Oliveira. São Paulo: DIFEL, 1983. 
Tuan, Y.F. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Trad. de Lívia de Oliveira. São Paulo: DIFEL, 1980. 
Tuan, Y.F. Place: an experiential perspective. Geographical Review, New York, v. 65, n.2, p.151-165, abril, 1975. TUAN, Y.F. “Environment” and “World”. The Professional Geographer,Washington, v.17, n.5, p.6-8, set., 1965.
Uexküll, J. von. Ideas para una concepción biológica del mundo. Buenos Aires: Espasa-Calpe, 1951. 
Hines, J. M., Hungerford, H. R., &Tomera, A. N. Analysisand synthesis of research on responsible environmental behavior:a meta-analysis. Journalof EnvironmentalEducation, 1987.
Schahn, J., &Holzer.EStudies of individual environmentalconcern.EnvironmentandBehavior,1990.
Vestena, C.L.B. Piaget e a questão ambiental: sujeito epistêmico, diagnóstico e considerações educacionais. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. 
REFERÊNCIAS NA WEB
Câmara Municipal de Manaus- site:www.cmm.gov.br– Acessado em 10.10.2015
Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-ambiental/psicologia-ambiental-concepcoes-e-metodos-de-trabalho. Acesso em 19.10.2015
Francisco: Jossey-Bass.
Fonte: Manual da SECTAM, série Saneamento ambiental nº 1, 
sob o título: Lixo – este problema tem solução – Belém, 1997. Disponível em: http://navegadorcultural.xpg.uol.com.br/educacaoambiental.html .Colaboração: Pimentel - 07/07/04.

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