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A tipografia é a cara da linguagem. 
BASKERVILLE 
Projetada por j ohn Baskerkville, 1757. 
BODONI 
Projetada por Giambattista Bodoni, nos anos 1790. 
CASLON
ADOBE 
Projetada por Caro! Twombly, 1990, com base em 
páginas impressas por William Cas!on, 1734-70. 
CENTAUR 
Projetada por Bruu Rogers, 1912.-14­
O itálico, de Frederic Warde, é baseado na escrita de 
L"dovico deg/i Arrighi, do século xv. 
CENTURY EXPANDED 
Projetada por Morris Fuller Benton, 1900. 
CLARENDON 
o nome se deve à Clarendon Press, Oxford, 
que a encomendou em 1845. 
RTF DIDOT 
Pl'Ojetada por Jonalhan Hoiflel; 1992, inspirada nos 
ti pos de François Ambroise Didol, 1784. 
FEDRA SANS 
Projetada por Peter Bilak, 2001, a quem foi 
encomendada uma "Univers desprotestant izada". 
FILOSOFIA 
Projetada por Zuzana Liéko, 1996 , 
um revival dos tipos de Bodoni. 
FRUTIGER 
Projetada por Adrian Frutiger, 1976. 
FRANKLIN GOTHIC 
Projetada por Morris Fuller Benton, 1904. 
FUTURA 
Proietada por Paul Renner, 1927, que buscava uma 
"expressão honesta dos processas técnicos." 
GEORGIA 
Projetada por Matthew Carter, 1996, 
como fonte de tela. 
GILL SANS 
Projetada por Eric GiII, 1928. 
Foi descrita como a Helvetica britânica. 
ADQ8E GARAMOND 
Projetada por Robert Slimbach, 1989, 
com base em páginas impressas por 
Claude Garamond no século XVI. 
GOTHAM 
Projetada por Tobias Frere-Jones, 2000, 
inspirada na sinalização do terminal de ônibus 
da Capitania dos Portos, Nova York. 
por Adrian Frutiger, 1976. 
NKLIN GOTHIC 
por Morris Fuller Benton, 1904. 
Renner, 1927, que buscava uma 
honesta dos processos técnicos ." 
por Eric GiII, 1928. 
como a Helvetica britânica. 
por Robert Slimbach, 1989, 
base em páginas impressas por 
Garamond no século XVI. 
por Tobias Frere-Jones, 2000, 
ia dos Portos, Nova York. 
HELVETICA 
Projetada por Max Miedinger, 1957. 
HOEFLER TEXT 
Projet ada porJonathan Hoefler, c. 1995. 
INTERSTATE 
Projetada por Tobias Frere-Jones, 1993, 
inspirada nos sinais das rodovias americanas. 
ADOBE ]ENSON 
Projerada por Robert Slimbach, 1995. 
META 
Pro jetada por Erik Spiekermann, 1991. 
MRS EAVES 
Projetada por ZPzana Liéko, 1996 , 
insp irada em páginas impressas por John Baskerville. 
N~UTRA~ACI; 
Projetada por Chrislian Schwarb, !-louse Industries. 
2002. com base na sinalização criada pelo arquiteto 
Richard Neulra nos anos 1940 e 1950. 
NOBEL 
Projetada por Tobias Frere-Jones,1993, 
com base nos tipos de 1929 do holandês 
Sjoerd Henrik de Roos. 
Frere-Jones descreveu a Nobel como 
"Futura cozida numa panela suja." 
NEWS GOTHIC 
Projetada por Morr is Fuller Benton, 1908. 
QUADRAAT 
Projetada por Fred Smeijers, 1992. 
SABON 
Projetada por Jan Tschichold, 1966, 
inspirada nos tipos de Claude Garamond, 
do século XVI. 
SCALA 
Projetada por Martin Majoor, 1991. 
THESIS SERIF 
Projetada por Lucas de Groot, 1994. 
TRADE GOTHIC 
Projetada por Jackson Burke, 1948- 60 , 
inspirada nas grotescas do século XIX. 
UNIVERS 
Projetada por Adrian Frutiger, 1957. 
VERDANA 
Projetada por Matthew Carter, 1996, 
como fonte de tela . 
WALBAUM 
Projetada por Justus Erich Walbaum, 1800. 
Este livro é dedicado a GEORGE SADEK e a todos os meus professores 
ELLEN LUPTON 
meus professores 
Guia para designers, escritores, 
editores e estudantes 
TRADUÇÃO ANDRÉ STOIARSKI 
COSACNAIFY 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO7 
AGRADECIMENTOS9 
ETRA DIAGRAMA
II III 
Anatomia 138 Seção áurea34 
36 Tamanho 14° Diagrama de uma coluna 
42 Classificação 142 Diagrama de múltiplas colunas 
Famaias 15° Diagrama modular 44 
46 Grandes famaias 154 Exercício com diagrama 
48 Projetando fontes 157 Tabelas 
Logotipos 158 Exercício com tabelas
52 
Fontes de tela54 
56 Fontes bitmap 
 163 DICAS ÚTEIS 58 Exercício com letras 
164 Traços, espaços e pontuação 
166 Edição
61 O 168 Editando originais no papel 
80 Kerning 169 Editando originais 
81 Espacejamento no computador 
82 Entrelinhamento 17° Revisão de provas 
84 Alinhamento 172 Bons conselhos 
9° Alinhamento vertical 
Hierarquia94 APÊNDICE175 
98 Hierarquia na internet 
100 Acessibilidade na internet 176 Traduções complementares 
102 Exercício com parágrafos 178 Bibliografia 
1°4 Exercício com palavras 180 Índice onomástico 
106 Exercício com texto 181 Sobre a autora 
Tryfl ,r..,.i.t- . 
HOOO 'S Toom POWOER WHITENS AIIQ BEAlITlfiES THE TEETH, SWUTEH 
lHE BRE"TH , "ND HARDE!IS THE GU"'. , OHLY TWENTY FlVE CENTS A Bon 
HOOO' S SARSAPARILLA Anúncio, litografia, 1884 
A fa" saudável de uma mulher irrompe por uma folha 
de texto. Sua compleição reluzente prova a eficácia do 
produto melhor do que qualquer alegação por escrito. 
Texto e imagem foram desenhados à mão e reproduzidos com 
litografia em cores. O anúncio aparece aqui em tamanho real. 
litografia, 1884 
irrompe por uma folha 
prova a eficácia do 
alegação por escrito. 
à mão e reproduzidos com 
aparece aqui em tamanho real. 
APRESENTAÇÃO 
ORGANIZAR LETRAS em uma página - ou tela - em branco é o desafio mais 
básico de um designer. Que fonte usar? De que tamanho? Como essas letras, 
palavras e parágrafos devem ser alinhados, espacejados, ordenados, 
conformados ou mesmo manipulados? 
Qualquer pessoa que pratique atos regulares de comunicação visual 
irá encontrar algo para usar ou desfrutar neste livro. Ele oferece informações 
práticas contextualizadas na história e na teoria do designo Alguns leitores 
irão interessar-se mais pelas seções que apresentam princípios tipográficos 
básicos em leiautes concisos e não-dogmáticos. Outros passarão mais 
tempo com os ensaios críticos, que enfocam as bases culturais da tipografia. 
Decidi fazer este livro porque não havia nenhum texto adequado 
para acompanhar meu próprio curso de tipografia, que leciono no Maryland 
Institute College of Art em Baltimore desde 1997. Alguns livros da 
área concentram-se na página clássica; outros são vastos e enciclopédicos, 
cheios de fatos e detalhes. Alguns apóiam-se muito fortemente em 
ilustrações da obra do próprio autor, fornecendo visões estreitas de uma 
prática diversificada, enquanto outros são tagarelas, imbecilizados e 
condescendentes. 
Procurei um livro sereno e inteligível, onde texto e design 
colaborassem para melhorar a compreensão do assunto; um livro pequeno 
e compacto, econômico porém bem construído - um manual que fosse 
projetado para as mãos; um livro que refletisse a diversidade da vida 
tipográfica no passado e no presente, expondo meus estudantes a histórias, 
teorias e idéias. Finalmente, procurei um livro que fosse relevante para 
vários meios de comunicação visual, da página impressa à tela. 
Não tive outra alternativa a não ser escrevê-lo eu mesma. 
Pensar com tipos foi montado em três seções - LETRA, TEXTO e DIAGRAMA ­
indo do átomo básico da letra à organização de palavras em corpos coerentes 
e sistemas flexíveis. Cada seção abre com um ensaio sobre as questões 
culturais e teóricas que alimentam o design tipográfico em diversos meios 
de comunicação. As páginas demonstrativas que se seguem a cada ensaio 
não mostram apenas como a tipografia se estrutura, mas por que ela o faz, 
reforçando as bases funcionais e culturais dos hábitos e convenções do designo 
8 PENSAR CO M T I pos 
A primeira seção, LETRA, revela como os primeiros tipos referiam­
se ao corpo humano, emulando o trabalho da mão. As abstrações do 
neoclassicismo deram origem à estranha prole da tipografia comercial do 
século XIX. No século XX, artistas e designers de vanguarda exploraram 
o alfabeto como um sistema teórico. Quando o projeto de fontes digitais 
transformou-se em uma indústria de fundo de quintal e em umamodalidade de publicação underground nos anos 1980, a tipografia tornou-se 
uma forma narrativa e retomou suas conexões com o corpo. 
A segunda seção, TEXTO , considera a reunião de letras em corpos 
maiores. Os designers vêem o texto como um campo contínuo cuja textura, 
cor, densidade e silhueta podem ser infinitamente ajustados. A tecnologia 
moldou o projeto do espaço tipográfico - da fisicalidade concreta dos tipos 
de metal à flexibilidade (e às limitações) oferecidas pelos meios digitais. 
De corpo fechado e estável, o texto evoluiu para uma ecologia aberta e fluida . 
A terceira seção, DIAGRAMA, enfoca a organização espacial. 
Os diagramas estão por trás de todo sistema tipográfico. No início do 
século XX, dadaístas e futuristas atacaram as limitações-lineares dos tipos 
de metal e expuseram o diagrama mecânico da tipografia. Nos anos 1940 
e 1950, os designers suíços criaram a primeira metodologia total do design 
ao racionalizá-lo. Seu trabalho, que introduziu o pensamento programático 
em um campo governado pelo gosto e pela convenção, continua sendo 
profundamente relevante para o pensamento sistemático requerido por 
projetos que envolvem múltiplos meios. 
Ao longo do livro, exemplos práticos demonstram a elasticidade 
do sistema tipográfico, no qual todas as regras podem ser quebradas. 
Finalmente, o APÊNDICE contém listas e dicas úteis , alertas importantes 
e referências para consulta adicional. 
O assunto deste livro é pensar com tipos (com ênfase para o com). 
A tipografia é uma ferramenta com a qual o conteúdo ganha forma, a 
linguagem ganha um corpo físico e as mensagens ganham um fluxo social. 
A tipografia é uma tradição em andamento que mantém você em contato 
com outros designers - do passado e do futuro. Os tipos estão com você 
aonde quer que você vá - na rua, no shopping, na internet ou em 
seu apartamento. Este livro pretende falar com todos os leitores e escritores, 
designers e produtores gráficos, professores e estudantes cujo trabalho 
dedica-se à vida ordenada porém imprevisível do mundo visível. 
P ENSA R CO M TIPOS 8 
-se 
AGRADECIMENTOS 
COMO DESIGNER, ESCRITORA E PENSADORA VISUAL, devo muito aos meus 
professores da Cooper Union, onde estudei arte e design de 1981 a 1985. 
Naquela época, o mundo do design dividia-se de um modo bastante nítido 
entre um modernismo com sotaque suíço e uma abordagem baseada em 
idéias, enraizada na publicidade e ilustração norte-americanas. Meus 
professores , incluindo George Sadek, William Bevington, e James Craig, 
apostaram em um azarão situado entre esses dois mundos , permitindo 
que a fascinação modernista por sistemas abstratos colidisse com o estranho, 
o poético e o popular. 
O título deste livro é urna homenagem à cartilha de James Craig, 
Designing with T}/pe [Projetando com tipos] , o clássico utilitário que foi nosso 
livro-texto na Coopero Se aquele era o guia de tipografia básica para o faz-tudo, 
este é o livro de campo do naturalista, encarando o assunto como um sistema 
orgânico, ou seja, mais evolucionário que mecânico. Se aprendi algo com 
meus professores, foi como pensar com a tipografia, usando a linguagem visual 
e verbal para desenvolver e apresentar idéias. Como estudante, descobri-la foi 
encontrar a ponte que unia a linguagem escrita às artes visuais. 
Ao escrever meu próprio livro para o século XXI , tive que me 
reeducar inteiramente. Em 2003 , inscrevi-me no Doutorado em Design de 
Comunicação na Universidade de Baltimore. Trabalhei com Stuart Moulthrop 
e Nancy Kaplan, acadêmicos, críticos e designers de mídias em rede e 
interfaces digitais de expressão mundial. Sua influência é visível neste livro. 
Meus colegas no Maryland Institute College of Art criaram uma 
destacada cultura de design na escola; agradecimentos especiais vão para 
Ray Allen, Fred Lazarus, Elizabeth Nead, Bernard Canniffe, Jennifer Cole 
Phillips, RacheI Schreiber e para todos os meus alunos de ontem e amanhã. 
Meu editor Mark Lamster manteve este projeto vivo ao longo de seu 
desenrolar aparentemente infinito. Agradeço ainda a Eric Karnes e Elke 
Gasselseder, a Kevin Lippert, da Princeton Architectural Press , a Timothy 
Linn, da Asia Pacific Offset, a William Noel, do Walters Art Museum, a 
Paul Warwick Thompson e a Barbara Bloemink, do Cooper-Hewitt, National 
Design Museum, e aos designers que dividiram seu trabalho comigo. 
Todo dia aprendo algo de meus filhos, Jay and Ruby, de meus pais, 
de minha gêmea, e da surpreendente família Miller. Meus amigos, Jennifer 
Tobias, Edward Bottone, Claudia Matzko, Darsie Alexander e Joy Hayes 
apóiam minha vida. Meu marido, Abbott Miller, é o maior designer que 
conheço, e me orgulho de incluí-lo neste volume. 
MARTIN MA/OOR começou a projetar afonte Seria 
com este esboço de guardanapo feito em um trem que ia 
de Berlim a Varsóvia em '996. Afontefoi lançada 
pela Fontshop [nternational em 2000. A maioria das 
fontes contemporâneas acaba tomando a forma digital, 
mas muitas enraizam-se na tradição caligráfica e 
originam-se de esboços e protótipos feitos à mão. 
'>7
.. 
LETRA I 12 
TYPE, SPACES, AND LEADS 3 
Lower Case. 
.-\. PAIR OF C AS ES. 
California J ob Case. 
FIG. 2.-Showing Lay of Cases. 
TIPO, ESPAÇOS, E 
INTERVALOS DE CHUMBO 
Ilustração de livro, 1917 
Autor: Frank S. Henry 
Em uma gráfica tradicional, 
caixas subdivididas contêm 
fontes tipográficas e material 
de espacejamento. 
As letras maiúsculas são 
guardadas em uma gaveta 
acima das minúsculas. 
Dai os termos "caixa-alta" 
e "caixa-baixa", derivados do 
espaço fisico da gráfica. 
LETRA I '3LETRA I 12 
TIPO , ESPAÇOS, E 
INTERVALOS DE CHUMBO 
Ilustração de liVIo, 1917 
Autor: Frank S. Henry 
Em uma gráfica tradicional, 
caixas subdivididas contêm 
fontes tipográficas e material 
de espacejamento. 
As letras maiúsculas são 
guardadas em uma gaveta 
acima das minúsculas. 
Dai os termos "caixa·alta" 
e "caixa·baixa", derivados do 
espaço ftsico da gráfica. 
)OHANNES 
GUTENBERG 
Texto impresso, 
1456 
;IH:
nfaaiIIie!li
I8lUÚImmi 
noftaJl·tüu 
ltandiUDlJ1 
IUllham1t.l! 
IrlJabirãtte1 
~trmrUIJfüt 
IWltiIn.Jfru 
mueuulnui
!1!9 iamb·1in 
~8.jnmdft'intafahftuJ 
LETRA 
ESTE NÃO É UM LIVRO SOBRE FONTES. É um livro sobre como usá-las. 
Elas são um recurso essencial empregado por designers gráficos, assim 
como vidro, pedra, ferro e inúmeros materiais são utilizados por arquitetos. 
Os designers às vezes criam suas próprias fontes e letragens personalizadas. 
Mas é mais freqüente vê-los consultando a vasta biblioteca de fontes 
existentes, escolhendo-as e combinando-as em resposta a públicos ou 
situações específicas. Fazer isso com senso de humor e sabedoria requer 
conhecimento de como - e por que - as letras evoluíram. 
A origem das palavras está nos gestos do corpo. As primeiras fontes 
foram modeladas diretamente sobre as formas da caligrafia. No entanto, elas 
não são gestos corporais, mas imagens manufaturadas para repetição 
infinita. A história da tipografia reflete uma tensão contínua entre a mão e 
a máquina, o orgânico e o geométrico, o corpo humano e o sistema 
abstrato. Essas tensões, que marcaram o nascimento das letras impressas 
há mais de quinhentos anos, continuam a energizar a tipografia hoje. 
Os tipos móveis, inventados por Johannes Gutenberg na Alemanha 
no início do século xv, revolucionaram a escrita no Ocidente. Ao contrário 
dos escribas, que fabricavam livros e documentos à mão, a impressão com 
tipos permitia a produção em massa. Grandes quantidades de letras podiam 
ser fundidas a partir de um molde e concatenadas em "formas". Depois que 
as páginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as letras eram 
dispensadas em caixas subdivididas para reutilização. 
Os tipos móveis haviam sido empregados antes disso na China,mas 
lá foram menos úteis. Enquanto o sistema de escrita chinês contém dezenas 
de milhares de caracteres distintos, o alfabeto latino traduz os sons da fala em 
um pequeno conjunto de sinais apropriados à mecanização. A famosa Bíblia 
~lBritn de Gutenberg baseou-se no manuscrito. Emulando a densa e escura escrita 
Ittll00000fut manual conhecida como letra gótica, ele reproduziu sua textura errática 
lUIIIIia·ittu! criando variações de cada letra, bem como inúmeras ligaturas (caracteres que 
iaaJb'l!n1n combinam duas ou mais letras em uma única forma). o~lhipri : 
ttfmoa·run!hnD ualtanuoqutialD.
milnlitturle ~uloeaf;~
1tUJDU91nJ~ntp1ÜUla.f)uibu. 
amp_e auni\il!r:iamb 1Ji..8Il 
Este capítulo amplia e revisa o artigo "Laws of the Letter" 
[Leis da letra], de Ellen Lupton e J. Abbott Miller, publicado em 
Design Writing Research: Writing on Graphic Design (Nova York: 
Kiosk, 1996; Londres: Phaidon, 1999), pp 53-61. 
LETRA I 14 
NICOLAS IENSON aprendeu a imprimir onde 
nasceu a tipografia, em Mainz, na Alemanha, 
antes de estabelecer 
gráfica própria em 
Veneza. Suas letras têm 
hastes verticais fortes, 
e a transição do traço 
grosso para ofino reflete 
o caminho de uma pena 
de bico largo. 
A C ENTAUR , desenhada 
entre 1912 e 1914 por 
Bruce Rogers, é uma 
revivescência do tipo de 
j enson que enfatiza seu 
traçado em forma de faixa. 
A R U IT foi projetada 
pelo tipógrafo, professor 
e teórico holandês 
Gerrit Noordz ij. Essa 
fonte, construída 
digitalmente nos 
anos 1990, captura a 
qualidade dinâmica 
e tridimensional das 
rIos 2ppellátur Maria thcüü wdás, f:Dd hO\1
. d ' fra lorcI,vdthcchirchcaueul~ tator termar thatt.;'wetc,ordwl 
ratnz appellantur q~ and orthat hc cometh 
,mi tini fratnlm & ma1 in thofflce of thc cbú 
atrUelt"s matrUm fraa tyngcs' that ben in th 
l_r. b .. d b ed 
OlO nn~tX ~ ~s 
ta CuntlR antlqulS au 
Lorem ipsum dolor S1 
amet, consectetuer adipis 
elit. Integer pharetra, 1 
ut luctus ullamcorper, 
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lstra vigilavit qui COS1 Integer pharetra, nis 
num est vobis ante h ullamcorper, augue t 
rgere postquam sede: ante, vel pharetra pec 
i manducatis panem neque. Mauris ac mi 
m dederit dilectis sui tincidunt faucibus . P 
ALMI IVXT A LXX dignissim lectus. Nun 
, 
o GOLDEN TY P E 
foi criado por um 
reformador do 
design, o inglês 
William Morris, 
em 1890. 
Ele procurou 
recapturar a 
densidade escura e 
solene das páginas 
de jenson. 
A ADO BE I EN SON 
foi projetada em 
'1995 por Robert 
Slimbach, que 
reformulafontes 
históricas para 
eaestas ante, vel pharetr; uso digital . 
6 A Adobe j enson 
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e decorativa que a 
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Lorem ipsum dolo r ~ 
jantes romanas do século xv, bem como suas origens góticas (mais que A sCALAfoi apresentada em '99' pelo 
humanistas). Como o próprio Noordz ij explica, jenson "adaptou as tipógrafo holandês Martin Majoor. Embora 
letras alemãs à moda italiana (um pouco mais redonda, um pouco essa fonte eminentemente contemporânea 
mais leve) e assim criou os tipos romanos". tenha serifas geométricas e formas racionais 
quase modulares, ela reflete as origens 
caligráficas da tipografia, o que fica evidente 
em caracteres como a letra 3. 
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Non potuit C'~àr m 
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Tht~li; 4nriglúfl1l' 
I Ui" quiequicl ero fo, 
Tr4icit & foti [itto 
I Uie fl'Cmor~ uenún 
~M declit d.rl1u~ 
~árum nulia tua fi 
Gr4~!)& ttUUl f. 
~4mui; tt long~ rei 
Cárá btmen ldchr, 
FRANCESCO 
GRIFFO 
Tipos romanos 
e itálicos 
desenhados para 
Aldus Manutius, 
C. '500 . São 
concebidos como 
duas fontes 
distintas. 
rEAN jAN NON 
Tipos romanos e itálicos 
feitos para a I mprimerie 
Royale, Paris, 1642, e 
coordenados em uma faml1ia 
tipográfica maior. 
o HUMANISMO E O CORPO 
Na Itália do século xv, escritores e acadêmicos humanistas rejeitaram as 
escritas góticas em favor da lcttcra antica, um modo clássico de escrita 
manual com formas mais largas e abertas . A preferência pela lettera antica 
fazia parte do Renascimento da arte e da literatura clássicas. Nicolas Jenson, 
um francês que aprendera a imprimir na Alemanha, estabeleceu uma 
gráfica influente em Veneza em torno de 1469. Suas fontes mesclavam as 
tradições góticas que ele conhecera na França e na Alemanha com o gosto 
italiano por formas mais leves e arredondadas, e são incluídas entre as 
primeiras - e melhores - fontes romanas. 
Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo Garamond, Bembo, 
Palatino, e Jenson, herdaram seus nomes de impressores que trabalharam 
nos séculos xv e XVI. Essas fontes são geralmente conhecidas como 
"humanistas". Os revivals contemporâneos de fontes históricas são 
projetados para adequar-se às tecnologias modernas e às exigências atuais 
'por precisão e uniformidade. Cada um deles responde ou reage aos 
metios ~e produção, estilos de impressão e hábitos artísticos de seu 
tempo. Aíguns baseiam-~e em tipos de metal, punções ou desenhos que 
sobreviveram. A maioria fia-se unicamente em espécimes impressos. 
As letras itálicas, que também surgiram na Itália do século xv 
(como seu nome sugere), foram modeladas em um estilo manuscrito mais 
casual. Enquanto as letras humanistas eretas apareciam em livros caros e 
prestigiosos, a forma cursiva, que podia ser escrita com mais rapidez do 
que a cuidadosa lettera antica, era usada por gráficas mais baratas. Aldus 
Manutius , um impressor, editor e acadêmico, usou fontes itálicas em seus 
livros pequenos e baratos, distribuídos internacionalmente. Economizando 
espaço, a forma cursiva economizava dinheiro . Os livros de Aldus 
freqüentemente punham as letras cursivas ao lado de versais romanas; os 
dois estilos ainda eram considerados fundamentalmente distintos. 
No século XVI, os impressores começaram a integrar as formas 
romana e itálica em famílias tipográficas com pesos e alturas-x (a altura do 
corpo principal da letra em caixa-baixa) correspondentes. Hoje, o itálico na 
maioria das fontes não é apenas uma versão inclinada do romano; ele incorpora 
as curvas, os ângulos e as proporções mais estreitas das formas cursivas. 
comme i'ay des-ia remarqué • S. A~gu- • Aog. M·lJ· Para mais informações 
, Ç'lItr~ FuJl.r. 
!l:in demandeaux DonatiLles en vne [em- 7· Q.!!jd er- sobre as origens complexas gO! cum Jegl.. 
6lable occurrence: 0UO'll done ? lars que IllUS, obliui_ dos tipos romanos, ver ~ fClmurqucm- Gerri! Noordzij, Letterletter
rJomliflns , oublions nom commentnom auom ~~\f~~':~ (Vancouver: Hartleyand'Jccouftu,!,éde par/er?feftrituredugrafJdDieu ~~i~~rr:= Marks, 2000). 
GEOFROY TORY 
ajirmava que as 
letras deveriam 
refletir o corpo 
humano ideal. A respeito da letra A, escreveu: 
"a barra transversal cobre o órgão reprodutivo 
masculino, significando que Modéstia e Castidade 
são requeridas, acima de tudo, daqueles que 
procuram conhecer letras bem proporcionadas". 
ByWILLIAM CASLON, 
DOUBL l 
~oufquetABCD liDa, ~tien1 
nos etJam fi; 
quemad 604ABCDE ABCDEF 
WIlLlAM CASLON criou, na 
Inglaterra do século XVIII, tipos 
com caracteres eretos e dejinidos, 
que parecem "mais modelados e 
menos manuscritos que as formas 
renascentistas", como escreveu 
Robert Bringhurst. 
LETRA I ,6 
lOUlS 
SIMONNEAU 
desenhou letras­
modelo para a 
grájica de Luis 
x I v . Instruído 
por um comitê real, Simonneau desenhou suas 
letras em um diagrama jinamente modulado. 
Uma fonte real (romain du roi) foi então criada 
por Philippe Grandjean, baseda nos entalhes 
de Simonneau. 
S P E 
)OHN By J OH.N B A. S K E R V 1 BASKERVlllE 
. foi um 
impressor que 
 Am indebted to you for two #trabalhou na Letters dated from Corcyra. CInglaterra nas 
décadas de 1750 
e '760. Ele pretendia superar Caslon, criando 
letras aguçadamente detalhadas com contrastes 
mais vívidos entre elementos grossos ejinos. 
As letras de Caslon foram amplamente usadas 
em seu tempo, mas a obra de Baskerville foi 
denunciada por muitos de seus contemporâneos 
como amadora e extremista. 
C I 
AUSTERLITII 
GIAMBATTISTA BODONI desenhou letras nojinal 
do século XVIII que exibem um contraste abrupto A G A L L I S 
e não-modulado entre traços grossos ejinos, além de 
serifas ajiadas como lâminas e desacompanhadas 
de apoios curvos. Tipos similares foram projetados 
no mesmo período por François Ambroise Didot C E 
(1784) na França e Justus Erich Walbaum (1800) 
na Alemanha. 
E MAXI~ 
LETRA I , 6 
LO U I S 
SI MO NNEA U 
desenhou letras­
modelo para a 
gráfica de Luis 
xI V • Jnstrnído 
desenhou suas 
modulado. 
P E C I 
OH,N BASKERVI 
ted to you for two 
dated froro Corcyra. 
e extremista. 
s 
Aabcdef 
ABCD 
(@R 
tlll/t/)/t~ 
~ 
vtgCÉ-
J Cg2 
GEORGE BI C KH AM , 1743. 
Amostras da "Roman Print" 
[impressão romana[ e da 
uItalian Hand" [escrita italiana] . 
Essa acusação foi contada 
a Baskerville em uma carta 
de seu admirador Benjamin 
Franklin. O texto integral 
pode ser consultado em F. E. 
Pardoe, john Baskuville 
of Birmingham: Letter-Founder 
and Printer (Londres: Frederick 
Muller Limited, 1975), p 68. 
Ver também Robert 
Bringhurst, Elementos do estilo 
tipográfico (São Paulo: Cosac 
Naify, 2005) . 
A romain du roi não foi projetada por um tipógrafo, mas por um comitê governamental composto 
por dois padres, um contador e um engenheiro. Robert Bringhurst, 1992 
ILUMINISMO E ABSTRAÇÃO 
Os artistas do Renascimento buscaram padrões proporcionais em corpos 
humanos idealizados. Em 1529, o designer e tipógrafo francês Geofroy Tory 
publicou uma série de diagramas que vinculavam a anatomia das letras à 
do homem. Uma nova abordagem, distanciada do corpo, despontaria na 
era do Iluminismo científico e filosófico. 
Em 1693, um comitê francês nomeado por Luis XIV pôs-se a 
construir letras romanas em um diagrama finamente tramado. Ao contrário 
dos diagramas de Tory, que eram gravados em madeira, as representações 
da romain du roi (alfabeto do rei) eram buriladas em chapas de cobre. 
As fontes de chumbo derivadas desses diagramas de grande formato 
refletem o caráter linear do processo e a atitude científica do comitê real. 
As letras entalhadas, cujas linhas fluidas não se atêm ao diagrama 
mecânico da prensa tipográfica , ofereciam um meio apto à letragem 
formal. Reproduções entalhadas da arte caligráfica disseminaram a obra 
dos grandes mestres calígrafos do século XVII I. Livros como The Universal 
Penman (1743) , de George Bickham, traziam letras romanas - cada qual 
gravada como um caractere único - e manuscritas profusamente curvas. 
A tipografia do século XVIII foi influenciada por novos estilos 
manuscritos e suas reproduções gravadas. Impressores como William 
Caslon, na década de 1720, e John Baskerville, na de 1750, abandonaram a 
rígida pena humanista em favor da pena metálica flexível e da pena de ave 
com ponta fina - instrumentos que produziam linhas fluidas e ondulantes. 
Baskerville, um mestre calígrafo, teria admirado as linhas finamente 
esculpidas que apareciam nos livros de escrita entalhada. As fontes que 
ele criou eram tão definidas e contrastadas que seus contemporâneos o 
acusaram de "cegar os leitores do País , pois os traços de suas letras, de tão 
finos e estreitos, machucam os olhos. " Para aumentar a impressionante 
precisão de suas páginas, Baskerville fazia suas próprias tintas e passava a 
ferro suas páginas após imprimi-las. 
Na virada do século X IX, o severo vocabulário de Baskerville foi 
levado ao extremo por Giambattista Bodoni na Itália e Firmin Didot na 
França. Suas fontes , com eixos totalmente verticais, contraste extremo entre 
traços grossos e finos e serifas nítidas como lâminas, foram a porta de 
entrada para uma visão da tipografia desvinculada da caligrafia. 
P. V I R G I LI I M A R O N I S 
BUCOLI CA 
ECLOGA I. cui nomen TITrRUS. 
M E L I B OE U S. T I T Y R U s. 
T ITYRE, tu patulre recubans fub tegmine fagi 
Silveftrem tenui Mufam meditaris avena: 
Nos patrire fines, et duIcia linquimus arva; 
Nos patriam fugimus: tu, Tityre, lentus in umbra 
5 Formofam refonare doces AmaryIIida filvas. 
To O Melibree, Deus nobis hrec otia fecit: 
Namque erit ille mihi femper Deus: illius aram 
Srepe tener noftris ab ovilibu'S imbuet agnus. 
Ille meas errare boves, ut cernis, et ipfum 
10 Ludere. qure vellem, calamo permifit agrefti. 
M. Non equidem invideo; miror magis: undique totis 
Ufque adeo turbatur agris. en ipfe capellas 
Protenus reger ago: hanc etiam vix, Tityre, duco: 
Hic inter denfas coryIos modo namque gemellos, 
15 Spem gregis, ah! filice in nuda connixa reliquit. 
Srepe maIum hoc nobis, fi mens non treva fuilfet. 
De creIo taélas memini prredicere quercus: 
Srepe finiftra cava prredixit ab ilice eornix. 
Sed tamen, ifte Deus qui fit, da, Tityre, nobis. 
!ZO To Urbem, quam dicunt Romam, Melibree, putavi 
StuItus ego huic noftrre fimilem, quo frepe folemus 
Paftores ovium teneros depellere fretus. 
Sic eanibus catuIos fimiles, fie matribus hredos 
A Noram; 
A 
s. 
VIRGÍLIO [ESQ.] 
Página de livro. 1757 
Impressa por John Baskerville 
AsJonrescriadasporJohn 
BaskerviUe no século XVIII 
eram notáveis - e até mesmo 
chocanres para a época - por 
suas Jormas afiadas e eretas. e 
por seu Jorre contraste entre 
elementos grossos efinos. 
Além de uma Jonre de rexto 
romana. essa página usa versais 
itálicas. versais grandes 
(generosamente espacejadas) 
vtrnJleres (dimensionadas para 
acompanhar o texto em caixa· 
baixa) e numerais não 
alinhados (com ascendenres. 
descendenres e corpo pequeno. 
para funcionar com caracteres 
minúsculos). 
RACINE [OIR.] 
Página de livro. 1801 
Impressa por Firmin Didot 
As Jonres gravadas pela Jamaia 
Didot na França eram ainda 
mais abstratas e severas 
que as de Baskerville. com 
seriJas retangulares e um Jorte 
contrasre grosso:fmo. 
Os impressores e tipógraJos 
de século XIX chamavam essas 
Jonres resplandecentes de 
"modernas'. 
Ambas as páginasJoram 
reproduzidas do livro 
de WiUiam Dana Orcut!. 
In Quest of lhe Perfect 
Book (Nova York: Littte. 
Brown and Company. '926); 
as margens não são precisas. 
LA THÉBAIDE, 
ou 
LES FRERES ENNEMIS, 
TRAGÉDIE. 
----------------------.--------------~-----~.. 
ACTE PREMIER. 
SCENE I. 
.J OCASTE, OLYMPE.lOCASTE.. 
ILS sont sortis, Olympe? Ah! mortelles douleurs! 
Qu'un moment de repos me va cOlher de pleurs t 
Mes yeux depuis six mois étoient ouverts aux lal'mes., 
Et le sommeil les ferme en de telles alarmes! 
Puisse plutõt la mort les fermer pour jamais, 
Et m'empêcher de voir le plus noir des forfaits! 
Mais en sont-ils aux mains? 
18 2~; 
.At 10 o'Clock m& Moming: 
~ QIJANTrry OF OLI 
ORDAGI 
Salls "'~!!~~ 
ngthe rema 
,k 01 the Sch( 
[J. Soulb)', 
nome dado ao estilo tipográfico 
inflado e hiper-negritado que 
apareceu no início do século 
X I x . Essas fontes exageraram 
a polarização das letras em 
componentes grossos e finos 
vistos na tipografia formal de 
Bodoni e Didot. 
EGÍPCIAS ou retangulares, essas 
fontes fizeram com que a serifa 
passasse de detalhe refinado a 
laje estrutural. Componente 
arquitetônico independente, a 
serifa retangular afirma seu 
peso e massa. Apresentado em 
h 1806, esse estilo foi rapidamente denunciado por puristas: "uma a "._ 
espaços estreitos. Anúncios 
do século X I X costumavam 
combinar fontes de proporções 
e estilos variados na mesma 
página, mas essas misturas 
bombásticas eram tipicamente 
alinhadas em composições 
estáticas e centralizadas. 
GÓTICO é um termo do século 
x I x criado para designar 
letras sem serifa. Tais fontes 
chamavam a atenção por sua 
frontalidade maciça. Embora no 
século xx essas fontes tenham 
servido freqüentemente para 
transmitir neutralidade, góticas 
extravagantemente decoradas já 
foram comuns. 
LETRA I 20 
Minha pessoa era horrenda, minha estatura gigante. O que isso queria dizer? Quem era eu? 
O que era eu? ( ...) Criador maldito! Por que criaste um monstro tão medonho 
que até mesmo tu te afastaste de mim em desgosto? Mary Shelley, Frankenstein, 1831 
LETRA 1 21LETRA I 20 
FONTES MONSTRUOSAS 
Embora Bodoni e Didot tenham abastecido seus projetos com os hábitos 
caligráficos de seu tempo, eles criaram formas que colidiam com a tradição 
tipográfica e desencadearam um estranho mundo novo, no qual os atributos 
estruturais da letra - serifa e haste, traços grossos e finos, ênfase vertical e 
horizontal - seriam submetidos a experimentos bizarros. Perseguindo uma 
beleza tão racional quanto sublime, ambos criaram um monstro: uma 
abordagem abstrata e desumanizada do desenho de letras. 
Com a ascenção da industrialização e do consumo de massas no 
século XIX veio a explosão da propaganda - uma nova forma de comunicação 
que exigia novas formas tipográficas. Fontes grandes e pesadas foram feitas 
com a distorção dos elementos anatômicos das letras clássicas. Fontes com 
altura, largura e profundidade assombrosas apareceram: expandidas, 
contraídas, sombreadas, vazadas, engordadas, lapidadas e floreadas. As serifas 
deixaram de ser acabamento para tornarem-se estruturas independentes e 
a tensão vertical das letras tradicionais enveredou por novos caminhos. 
'T"'TY'''''T9TTTT'.TTTT 
ANTIGA 
o historiador da 
tipografia Rob Roy Kelly 
(1926-2°°4) estudou as 
estratégias mecanizadas 
que propiciaram uma 
variedade espetacular 
de tipos display no 
século XIX. O diagrama 
mostra como a serifa 
retangular básica, também 
chamada de egípcia, 
foi cortada, beliscada, 
empurrada e enrolada 
para desovar novas 
espécies de ornamento. 
De traços de acabamento 
caligráfico, as serifas 
foram transformadas em 
elementos geométricos 
independentes e livremente 
ajustáveis. 
dizer? Quem era eu? 
Frankenstein,18 31 
CIARENDON IATINA/TOSCANA ANTIGA TOSCANA 
o chumbo, material com o qual se fundem tipos de metal, é mole demais 
para manter a forma em tamanhos grandes sob a pressão da prensa 
tipográfica. Os tipos talhados em madeira, por outro lado, podiam ser 
impressos em formatos gigantes. A adoção do pantógrafo combinado com a 
fresa, em 1834, revolucionou a fabricação de tipos de madeira. O pantógrafo 
é um instrumento de cópia de traço que, ao combinar-se com a fresa , permite 
a um desenho original gerar variantes com inúmeras proporções, pesos e 
excrescências decorativas. 
Essa forma mecanizada tratava o alfabeto como um sistema flexivel 
mas divorciado da tradição caligráfica. A busca por formas arque típicas e 
perfeitamente proporcionais foi substituída por uma visão da tipografia como 
um sistema elástico de qualidades formais (peso, tensão, haste, barras, serifas, 
ângulos, curvas, ascendentes, descendentes). A relação entre as letras de uma 
fonte tomou-se mais importante que a identidade de cada caractere. 
Análises e exemplos extensivos de tipos decorados podem ser encontrados em 
Rob Roy Kelly, American Wood Type: 1828-19°0, Notes on the Evolution of Decorated 
and Large Letters (Nova York: Da Capo Press, 1969). Ver também Ruari McLean, 
"An Examination of Egyptians," Texts on Type: Criticai Writings on Typography, 
Steven Heller e Philip B. Meggs (ed.) (Nova York: Allworth Press, 2001), pp 70-76. 
LETRA I 22 
OURYEA'S IMPORTEO 
CORNSTARCH [ESQ .] 
Cartão comeràallitográfico, 1878 
A ascenção da propaganda no 
século x I x estimulou a demanda 
por letras em grande escala, que 
pudessem chamar a atenção 
no ambiente urbano. Aqui, um 
homem aparece colando um cartaz 
em flagrante desrespeito à lei, 
enquanto um policial aproxima-se 
na esquina. 
FULL MOON [OI R.] 
Cartaz tipográfico, 1875 
Uma dúzia de fontes diferentes 
é utilizada nesse cartaz de 
um cruzeiro a vapor. Em cada 
linha, tamanhos e estilos diferentes 
foram escolhidos para ampliar 
ao máximo o tamanho das letras 
no espaço disponível . Embora as 
fontes sejam exóticas, o leiaute é 
tão estático e convencional quanto 
uma lápide. 
LETRA 1 22 
DURYEA'S IMPORTED 
CORNSTARCH [ESQ.] 
Cartão comercial litográfico, 
A ascenção da propaganda no 
século xI x estimulou a demanda 
por letras em grande escala, que 
pudessem chamar a atenção 
no ambiente urbano. Aqui, um 
homem aparece colando um 
em flagrante desrespeito à lei, 
enquanto um policia! aproxima·se 
na esquina. 
FULL MOON [OI R.] 
Cartaz tipográfico, 1875 
Uma dúzia de fontes diferentes 
é utilizada nesse cartaz de 
foram escolhidos para ampliar 
ao máximo o tamanho das letras 
no espaço disponive!. Embora as 
fontes sejam exóticas, o !eiaute é 
tão estático e convencional quanto 
uma lápide. 
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.. 
• 
ST_. MIOHAEL:7S 
TEMPEHANCE .BAND I 
Prof. V. Yeaget, Leader, will give a 
G:IR &6, :i5i( :lO 
Ra,8RLltBf 
a 
On the Steamer 
BELLE! 
To Osbrook and Watch 11111, 
On Saturd.a,y Evening, July 17th, 
Leaving Wharf at 7~ o'clock. Returning ..to' Westerly 
. at.lO! o'clock. J(enneth will be at Osbrook. 
{ 
TICKETS, ~ FORTY CENTS. 
G. B. &; 1. H. Utter, Ste&m Printere, Westerly, R. L 
LETRA I 2 4 
THEO VAN DO ESBu RG, fimdador e principal 
promotor do movimento holandês De Stijl, projetou 
este alfabeto com elementos perpendiculares em '9'9. 
Aplicados aqui ao papel de carta da Liga dos Socialistas 
Revolucionários, os caracteres desenhados à mão 
variam em largura, possibilitando o preenchimento 
completo do retângulo. O movimento De Stijl 
propunha que a pintura, a arquitetura, os objetos e as 
letras fossem reduzidos a elementos essenciais. 
scno uFln 
REU[]LUTI[]nnRIJiI:
S[]CIRLISTISCHE
InTELLECTUEELEn 
HUSZÁR dese nhou 
este logotipo para a revista
-I-l- De Sti jl em ' 9'7. Ao contrário 
dos caracteres de VanI_I:' ':1 .1.:1--1• VILMOS Doesburg, que permanecem 
contínuos, as letras de Huszár 
consistem em módulos 
parecidos com pixels . 
QbcdefGhi FETTE FUTURA 
iKlmnopqr 
stuvwxyz GOETHa dd 
H ER BERT BAYE R criou este projeto tipográfico 
na Bauhaus, em '925, e chamou-o de universal. 
Feito apenas com letras minúsculas, é construído 
com linhas retas e círculos. STOF 
PAU L RE NNER projetou a Futura 
na Alemanha,em ' 927. Embora seja 
fortemente geométrica, com letras 
"O" perfoitamente redondas, a Futura 
é uma fonte prática de desenho sutil, 
que continua sendo amplamente 
utilizada até hoje. 
ETH ojTypography [Paul Renner: a arte da tipografia] (Nova York: Princeton Architectural Press, 1998). Sobre as fontes 
experimentais das décadas de 
1920 e '930, ver Robin Kiruoss, 
Unjustijied Texts: Perspectives on 
Typography (Londres: Hyphen 
Press, 2002) , pp 233-45. 
projetos experimentais imitavam a produção fabril. mas a maioria deles 
foi produzida à mão e não chegou a ter versões mecânicas (embora 
muitos estejam disponíveis em meio digital). A Futura, projetada por Paul 
Renner em 1927, encarnou as obsessões da vanguarda em uma fonte 
multifuncional e comercial. Embora Renner rejeitasse o movimento ativo 
da caligrafia em favor de formas mais "tranqüilizadoras" e abstratas, ele 
temperou a geometria da Futura com variações sutis em seus traços, curvas 
e proporções. Renner deu à Futura diversos pesos , vendo-a como uma 
ferramenta artistica para construir páginas com gradações de cinza. 
As formas tranqüilizadoras e abstratas dessas novas fontes que dispensam o movimento 
manuscrito oferecem ao tipógrafo novos valores tonais afinados com grande pureza. Esses tipos 
podem ser usados em pesos leves, semi-pretos ou saturadamente pretos_ Paul Renner, 1931 
LETRA I 24 
uFln 
TI[]nnRIR:
ISTISCHE 
CTUEELEn 
VILMOS HUSZÁR desenhou 
este logotipo para a revista 
De Stijl em ' 9'7. Ao contrário 
dos ca racteres de Van 
Doesburg, que permanecem 
contínuos, as letras de Huszár 
consistem em módulos 
parecidos com pixels. 
FETTE FUTURA 
LETRA I 25 
EDWARD jOHNSTON baseou-se 
em antigas inscrições romanas 
para criar este diagrama de 
caracteres "essenciais", em '9°6. 
Embora zombasse da letragem 
de displays comerciais, Johnston 
não teve problemas em aceitar 
o embelezamento das formas 
inspiradas no período medieval. 
Sobre a Futura, ver Christopher 
Burke, Paul Renner. The Art 
REFORMA E REVOLUÇÃO 
Alguns designers consideravam a distorção do alfabeto grosseira e imoral, 
ligada a um sistema industrial destrutivo e desumano. Em 1906, Edward 
Johnston reanimou a procura por um alfabeto essencial e padronizado, 
alertando para os "perigos" do exagero. Inspirado no movimento Arts and 
Crafts do século XIX, Johnston voltou-se para o Renascimento e para a Idade 
Média em busca de letras puras e não corrompidas. 
Embora reformadores como Johnston permanecessem 
romanticamente ligados à história, eles redefiniram a figura do designer 
como um intelectual distanciado do comércio. O moderno reformador do 
design era um crítico da sociedade, esforçando-se para criar objetos 
e imagens que desafiariam e revisariam hábitos e práticas dominantes. 
Os artistas de vanguarda do início do século xx rejeitaram as 
formas históricas mas adotaram o modelo do crítico outsider. Membros 
do grupo De Stijl na Holanda reduziram o alfabeto a elementos 
perpendiculares. Na Bauhaus, Herbert Bayer e Josef Albers construíram 
alfabetos com formas geométricas básicas - círculo, quadrado e triângulo -, 
que consideravam elementos de uma linguagem universal da visão. 
Tais experimentos entendiam o alfabeto como um sistema de 
relações abstratas. Assim como os impressores populares do século XIX, 
os designers de vanguarda abandonaram a busca por um alfabeto essencial 
e perfeitamente conformado, mas ofereceram alternativas austeras e 
teóricas em lugar das novidades solícitas da grande propaganda. 
Montados como máquinas, com componentes modulares, esses 
WIM CROUWEL publicou 
seus desenhos para um "novo 
alfabeto" sem diagonais ou 
curvas em 1967­
A The Foundry, em Londres, 
co meçou a desenvolver e a 
lançar edições digitais das 
fontes de Crouwel em 1997­
Ver Wim CrouweI. 
New Alphabet (Amsterdam: 
Wim Crouwel(fotal Design, 
1967); e Wim CrouweI. 
Kees Broos e David Quay, 
Wim Crouwel: Alphabets 
(Amsterdam: BIS 
Publishers, 2003)­
LETRA I 26 
LETRA 26 LETRA I 27 
WIM CROUWEL mostrava essa 
versão "escaneada" de uma 
Garamond para contrastar 
com seu novo alfabeto, cujas 
formas aceitavam a estrutura 
reticulada da tela. 
ZUZANA uõ<o criou fontes de 
baixa resolução para telas e 
impressoras em '985, Desde 
então, essas fontes foram 
integradas à extensa famaia 
tipográfica Lo-Res, projetada 
para meios impressos e 
digitais. 
Ver Rudy VanderLans 
e Zuzana Liéko, Emigre: 
Graphic Design into the 
Digital Realm (Nova York: 
Van Nostrand Reinhold, 
'993)· 
TIPOGRAFIA COMO PROGRAMA 
Em 1967, o designer Wim Crouwel publicou desenhos para um "novo 
alfabeto" construído com linhas retas , em resposta à ascenção da 
comunicação eletrônica. Rejeitando séculos de convenção tipográfica, 
ele projetou suas letras para exibição ótima em telas de vídeo, nas quais 
curvas e ângulos são representadas por linhas de varredura horizontaL 
Na brochura promocional de seu novo alfabeto, que tinha como subtítulo 
"Introdução para uma tipografia programada", Crouwel propôs uma 
metodologia de design onde as decisões são sistemáticas e regradas. 
JbcdE~qhLitLonopqr 
t-Ut..J~J:4;J 4 
Na década de 1980, computadores pessoais e impressoras de baixa resolução 
puseram as ferramentas da tipografia nas mãos de um público mais amplo. 
Em 1985, Zuzana LiCko começou a projetar fontes que exploravam a textura 
grosseira desses sistemas. Enquanto outras fontes digitais sobrepunham 
o rude diagrama das telas e impressoras às formas tipográficas tradicionais, 
as suas aproveitavam a linguagem do equipamento digitaL Ela e seu marido, 
Rudy VanderLans, co-fundadores da fundição e da revista Emigre, se 
auto-intitulavam "novos primitivos", pioneiros de uma aurora tecnológica. 
Emigre Oaklal1d fm~eror 
No início da década de 1990, com a adoção das impressoras a laser de alta 
resolução e das tecnologias de desenho de fontes por contorno tais como 
a linguagem PostScript, os designers de tipos deixaram de limitar-se por 
dispositivos de saída de baixa resolução. A ascenção da internet, bem como 
de telefones celulares, vídeo games portáteis e PDAS [personal digital assistant], 
assegurou a relevância das fontes baseadas em pixels, à medida que mais e 
mais informação ia sendo projetada para publicação diretamente na tela. 
Viver com computadores produz idéias curiosas. Wim Crouwel, 1967 
LETRA I 28 
CURATO~: JOSEPH WESNEF 
Linda Ferguson 
~ SteveHandschu 
::::l JamesHay 
F- Matthew Holland$CUl PTURI 
a. Ga ry Laatsch 
~r-Br ian L iljebl a d 
~ Dora Natella 
(J Matthew Schellenber·g 
'-tA Richard String ED FElLA produziu uma obra 
de tipografia experimental 
que influenciou fortemente ~ Michell Thomas 
o design de tipos na década m de '990. Seus cartazes para 
a Detroit Focus Galleryf Robert Wilhelm 
trazem formas danificadas e 
defeituosas, desenhadas à mão&pening Recep tion: FridayJun e 8,S:3~8:30 pm 
ou recolhidas do refugo de 
copiadoras de terceira geraçãoC 
ou de lâminas de letragem por
..It""4 
transftrência como a Letraset.
-< Acervo do Cooper-Hewitt, 
National Design Museum.
.
"... tro it Foc y 5 Galler)(313)96 2 -90 2 5 
743 Beaubie t\, Th ird Floor,:
~TROIT, MIC HI GAN 48226 
WEDNESDAY-SATURDAY 
Hou rs: Noon to6 p nf-
ALSO IN THE AREA , THE M ARK" PRESENT$ Pete, GIII ....n . conto.. On., 09 ....... !S . U)O po'I'I. f,Icbl',,J.. _ I . 
LETRA 1 29 
LETRA I 28 
ED FELLA produziu uma obra 
de tipografia experimental 
que influenciou fortemente 
o design de tipos na década 
de 1990. Seus cartazes para 
a Detroit Focus GaUery 
trazem formas danificadas e 
defeituosas, desenhadas à mão 
ou recolhidas do refugo de 
copiadoras de terceira geração 
ou de lâminas de letragem por 
traniferência como a Letraset. 
Acervo do Coopero Hewitt, 
National Design Museum. 
TIPOGRAFIACOMO NARRATIVA 
No começo dos anos 1990, enquanto as ferramentas de design digital 
abriam as portas para a reprodução e a integração de diversos meios, crescia 
a insatisfação de muitos designers com as superficies limpas e imaculadas. 
Procurava-se lançar a letra no mundo rude e cáustico dos processos fisicos. 
Ela, que por séculos havia buscado a perfeição em tecnologias cada vez mais 
exatas, foi arranhada, dobrada, manchada e poluída. 
Tpmplate Gothic: tecnologia imperfpita 
A fonte Template Gothic, de Barry Deck, projetada em 1990, baseia-se em 
letras desenhadas com um estêncil de plástico. Assim, a fonte refere-se a 
um processo ao mesmo tempo mecânico e manual. Deck fez este projeto 
quando era aluno de Ed Fella, cujos cartazes experimentais inspiraram uma 
geração de tipógafos digitais. Após seu lançamento comercial pela Emigre 
Fonts, a Template Gothic passou a ser usada em todo o mundo, tornando-se 
um emblema da "tipografia digital" dos anos 90. 
Oead History: nutrindo-se do passado 
A fonte Dead History, de P. Scott Makela, também projetada em 1990, é 
um pastiche de duas fontes existentes: a tradicional fonte serifada 
Centennial e a clássica pop VAG Rounded. Manipulando os vetores de fontes 
prontas, Makela adotou a estratégia de apropriação empregada na arte e na 
música contemporâneas, aludindo ainda à importância da história e do 
precedente, importantes para quase toda inovação tipográfica. 
CcDdEeFfGgHhliJjICl< 
Os tipógrafos holandeses Erik von Blokland e Just van Rossum combinaram 
as figuras do designer e do programador, criando fontes que contêm acaso, 
mudança e incerteza. Sua fonte Beowulf, de 1990, foi a primeira de uma 
série de fontes com contornos aleatórios e comportamento programado. 
Os métodos industriais de produção da tipografia forçaram todas as letras 
a ser idênticas ( . .. ) Hoje, a tipografia é produzida com equipamentos 
sofisticados, que não impõem tais regras. As únicas limitações residem em 
nossas expectativas. Erik van Blokland e Just van Rossum, 2000 
LETRA I 30 
DE VOLTA AO TRABALHO 
Embora os anos I990 sejam mais lembrados por imagens de decadência, os 
designers tipográficos continuaram a construir um repertório de fontes de 
uso comum, projetadas para acomodar confortavelmente grandes quantidades 
de texto. Em vez de contar sua própria história, essas fontes fornecem aos 
designers paletas flexíveis de letras, coordenadas em famílias maiores. 
Mrs Eaves: mulher trabalhadora 
Enquanto fazia fontes display experimentais, Zuzana Liéko, intrépida 
pioneira da aurora digital, produziu alguns revivals históricos nos anos 
I990. A Mrs Eaves, desenhada em I996 e inspirada nos tipos do século 
XVIII de John Baskerville (seu nome vem de sua amante e governanta 
Sarah Eaves), tomou-se uma das fontes mais populares do seu tempo. 
Quadraat: Barroco faz-tudo 
Projetadas na Holanda, fontes .como a Scala, de Martin Majoor (usada no 
texto deste livro), e a Quadraat, de Fred Smeijers, oferecem interpretações 
límpidas da tradição tipográfica. Essas fontes olham para a gráfica do século 
XVI de um ponto de vista contemporâneo, como denunciam suas serifas 
decididamente geométricas. Apresentada em I992, a família Quadraat 
ampliou-se, incluindo formas sem serifa em numerosos pesos e estilos. 
Gotham: curvas operárias 
No ano 2000, Tobias Frere-Jones apresentou a fonte Gotham, cujo desenho 
deriva de letras encontradas no terminal de ônibus da autoridade portuária 
de Nova York. Ela expressa uma atitude direta e utilitária que persiste ao 
lado de estéticas como o grunge, o neo-futurismo, as paródias da cultura pop 
e os revivals históricos que fazem parte da tipografia contemporânea. 
Ao escolher fontes, os designers gráficos consideram a história dos 
tipos e suas conotações atuais, bem como suas qualidades formais. 
O objetivo é encontrar uma combinação apropriada entre o estilo das letras, 
a situação social específica e a massa de conteúdo que definem o projeto. 
Nenhuma cartilha é capaz de fixar o significado ou a função de cada fonte; 
cada designer deve enfronhar-se nessa biblioteca de possibilidades à luz das 
circunstâncias únicas de cada projeto. 
I
de decadência, os 
. de fontes de 
maiores. 
Li&o, intrépida 
Majoor (usada no 
interpretações 
para a gráfica do século 
1IJ1ILl,ll11 suas serifas 
a família Quadraat 
pesos e estilos. 
Gotham, cujo desenho 
da autoridade portuária 
que persiste ao 
paródias da cultura pop 
.dU.Ud'"ÇO formais. 
entre o estilo das letras, 
que definem o projeto. 
a função de cada fonte; 
possibilidades à luz das 
LETRA I 3' 
Arnhem is a reliable type family initially designed for the ederlandse 
Staatscourant, the daily newspaper of the Dutch state. It has a roman, an 
italic and matching smaJl caps, Lining figures, non·lining figures and 
x·height lining figures in fourweights. As well as that it has twoweights of 
'Fine' titlingvariants in roman and itaJic. Arnhem is available in TrueType 
and PostScript formats , for both PC and Mac platforms. OpenType is due 
in Februaty 2004. 
fIlOOT 
COHTRCf
•
FRESCO 
ClASSCS I CUSTQOFI17 
HONfOR
• 
• 
O U RTYPE .C OM 
Site. 2oo4 
Designers e editores: Fred Smeijers 
e Rudy Geeraerts 
Feito com a tecnologia Flash. este site 
de uma fundição tipográfica digital 
permite aos usuários testarem as fontes 
enquanto navegam. Os designers 
lançaram seu próprio "selo" depois de 
criarem fontes tais como a Quadraat 
para a FontShop lntemational. 
A fonte Amhem é mostrada aqui. 
LETRA I 32 
2. a lonl Ihal has projective memory Ihal 
6. a lonl wilhoul lemporal infleclion, wilhoul 
7. a n apol il ical lonl, a 
8. a lonl unaflecled by lhe force of g ra vily and lhe 
10. a Marshall McLuhan fonl Ihal slubbornly pers isls i 
11. a fonl Ihal lakes advanlage of ali Ihal pro",lSed 
12. a fonl Ihal does somelhing olher Ihan sil on ils a55 
13. a lonl wilh lhe 
14. a recombinanl lonl ­ every letlerform lhe unruly child 01 a prediclabl. 
18. a lonl Ihal responds and reacls lo lhe meanine 
20. a lonl Ihal mighl sense your levei 01 
23. a lonl whose parenls are Falher Time and 
LETRA I 32 LETRA I 33 
wilhoul lemporal infleellon, wilhoul lhe 
7. an apolil ieal fonl, a 
13. a fonl wilh l he c paeily lo 
l he unruly ehild of a pred ielable 
refuses to utter imperatives or commands 
lonl, a lip-synehing lonl, a fonl wil houl a voiee of ils own 
d le s 
fonl for uplown , lhe ghetto, and suburb,a alike 
la inliv~ songs of lonely wha les 
nfolds, performs , evolves, and passes away 
thal renders ilself aeeording lo behavioral la"daneies 
lMi dlll . ...., ."'1 time you " play" it 
LIFE STYLE Neste manifesto pós-industrial, o 
üvro, 2000 designer Bruce Mau concebe uma 
Designer e autor: Bruce Mau fonte que ganha vida por meio de 
Edilora: Phaidon uma inteligência simulada. 
Fotografia: Dan Meyers 
ANATOMIA LETRA I 34 
r~n 
ISERIFA 
0, 
DESCENDENTE 
LIGATURA ASCENDENTE 
TERMINAL ASCENDENTE 
01 •a •
ESPINHA 
\VERSALETE 
QQ,Qm!
BARRA HORIZONTAL 
LETRA I 34 
ElHA ou BANDEIRA 
0, 
DESCENDENTE 
•
•
ESPINHA 
, 
LETRA I 35 
Alguns elemento.s 
po.dem estender-se 
levemente acima da 
altura de versal. 
O) 	 0, 
I ALTURA-X é a altura do corpo. 
principal da letra minúscula 
(o.U a altura de um x caixa­
baixa), excluindo seus 
ascendentes e descendentes. 
ANATOMIA 
ALTURA DE VERSAL 
é a distância da linha de base 
ao. to.po. da maiúscula. 
, • 
OCCIX 
A LI N HA DE BASE é o.nde As curvas na base de letras 
to.das as letras repo.usam. co.mo. o o.U e ultrapassam um 
Ela é o. eixo mais estável ao. po.uquinho. a linha de base. 
longo. de uma linha de texto., Vírgulas e po.nto.s-e-vírgulas 
e é crucial para alinhar texto.s fazem o. mesmo.. Se as fo.ntesa imagens e a o.utro.s texto.s. não. fo.ssem po.sicio.nadas desse 
mo.do., pareceriam cambalear 
precariamente, efaltaria a elas 
um senso. de firmeza terrena. 
umbigo 
Embo.ra as crianças aprendam a 
escrever usando papel pautado., 
que divide as letras exatamente na 
metade, a maio.r parte das fo.ntes 
não. l projetada dessa maneira. 
A altura-x no.rmalmente o.cupa 
um po.UCo. mais que a metade da 
altura de versal. Quanto maio.r 
fo.r a altura-x em relação. à altura 
de versal, maiores as letras irao. 
parecer. Em um campo. visual de 
texto, a maior densidade ocorre 
entre a linha de base e o. topo. da 
altura-x. 
___~Do.i.sJ:J!ocos..de.lextos.s1ÜL­
freqüentemente alinhado.s 
.Aumentar_aUm .....linhas.de.hast:..allliullS__.. ..L..L__...Je"'m 
• 	 Aqui, uma Scala '4/ ,8 
..illlnha_altura:x._	 (.um.tipa...d/U4-PuQ/rultpL­
de espacejamento.) faz par 
co.m uma Scala 7/9 . 
TAMANHO 
12 pontos 
equivalem a 
I paica ~ Aja
6 paicas 
(72 pontos) 
equivalem a 
I polegada SCALA DE 60 PONTOS 
As fontes são medidas 
do topo da versal à parte 
inferior da descendente 
mais baixa, com mais um 
espacinho extra. 
Nos tipos de metal, 
o tamanho em 
pontos é a altura 
da peça de chumbo. 
FOLGADO 
INTERSTATE BLACK 
A largura de composição é igual ao corpo da letra 
mais o espaço lateral. 
TENSO 
INTERSTATE SLACK COMPRESSED 
As letras da versão estreita da fonte possuem uma 
largura de composição menor. 
FOLGA.DO 
TENSO 
CRI ME T I POGRÁFICO: 
DISTORÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL 
As proporções das letras foram distorcidas 
digitalmente para criar letras mais largas 
ou mais estreitas. 
LETRA I 36 
A LTU RA As tentativas de padronizar a medição 
de tipos começaram no século XVIII. O sistema de 
pontos, usado tanto para medir a altura das letras 
como a distância entre as linhas (leading) , é o padrão 
utilizado atualmente. Um ponto equivale a 1/72 
polegada ou 0,35 milímetro. Doze pontos equivalem 
a uma paica, que é a unidade normalmente utilizada 
para medir larguras de coluna. 
A tipografia também pode ser medida em 
polegadas, milímetros ou pixels. A maioria dos 
programas de computador permitem que o designeI 
escolha sua unidade de medida preferida; paicas e 
pontos são o padrão norte-americano. 
ABREVIAÇÕES DE PAICAS E PONTOS 
8 paicas = 8p 
8 pontos = p8, 8 pt 
8 paicas, 4 pontos = 8P4 
corpo de 8 pt com entrelinha de 9 pt = 8/9 
LA R G U RA As letras também possuem medidas 
horizontais, chamadas de largura de composição. Essa 
largura equivale ao corpo da letra mais um pequeno 
espaço que a protege das outras. A largura de uma 
letra é intrínseca à proporção da fonte. Em algumas 
fontes ela é generosa, em outras estreita. 
Você pode mudar a largura de composição de 
uma fonte brincando com suas escalas horizontal 
e vertical. Isso distorce a proporção das letras, 
fQIçando elementos grossos a ficarem finos e vice­
versa. Ao invés de torturar uma letra, escolha um 
tipo com as proporções de que precisa - estreito, 
comprimido ou largo. 
I 
entrelinha de 9 pt = 8/9 
também possuem medidas 
de largura de composiçãO. Essa 
da letra mais um pequeno 
das outras. A largura de uma 
'ronot·cac da fonte. Em algumas 
largura de composição de 
com suas escalas horizontal 
a proporção das letras, 
grosSOS a ficarem finos e vice­
uma letra, escolha um 
de que precisa - estreito, 
Toda fonte quer saber: "Pareço gorda neste 
parágrafo?" Tudo é uma questão de contexto. 
Uma fonte pode parecer perfeitamente 
esbelta na tela, mas gorducha e fora de forma 
quando impressa. Algumas são desenhadas 
com linhas mais pesadas que outras, ou têm 
a1turas-x maiores. A Helvetica não é gorda. 
Ela tem ossos grandes. 
HELVETlCA 9/12 
Toda fonte quer saber: "Pareço 
gorda neste parágrafo?" Tudo é 
uma questão de contexto. Uma 
fonte pode parecer perfeitamente 
esbelta na tela, mas gorducha e 
fora de forma quando impressa. 
HELVETICA 12/14 
Toda fonte quer saber, " Pareço gorda neste parágrafo?" 
Tudo é uma questão de contexto. Uma fonte pode 
parecer perfeitamente esbelta na tela, mas gorducha 
e fora de forma quando impressa. Algumas são 
desenhadas com linhas mais pesadas que outras , 
ou têm alturas - x maiores. A Mrs Eaves tem cintura 
baixa e corpo pequeno. 
MRS EAVES 9/12 
Toda fonte quer saber: "Pareço gorda 
neste parágrafo?" Tudo é uma questão 
de contexto. Uma fonte pode parecer 
perfeitamente esbelta na tela, mas gorducha 
e fora de forma quando impressa. 
MRS EAVES 12/14 
O tamanho'padrão em muitos programas i de J2 pt. Embora isso 
normalmente crie textos legíveis em tela, tipos de texto com J2 pt costumam 
parecer grandes e parrudos na págína impressa (mas J2 pt i um bom 
tamanho para livros infantis). Tamanhos entre 9 e 1J pt são comuns para 
textos impressos. Esta legenda foi composta com tipos de 7,5 pt. 
LETRA \ 36 
le padronizar a medição 
século XVIII. O sistema de 
medir a altura das letras 
as linhas (Ieading), é o padrão 
Im ponto equivale a 1/72 
Doze pontos equivalem 
normalmente utilizada 
coluna. 
pode ser medida em 
pixels. A maioria dos 
permitem que o designer 
medida preferida; paicas e 
=8P4 
LETRA I 37 TAMANHO 
SCALA 32 PT lNTERSTATE 32 PT BODONI 32 PT MRS EAVES 32 PT 
Pareço gorda neste parágrafo? 
Essas letras têm o mesmo tamanho em pontos, A Mrs Eaves, projetada por Zuzana Liéko 
mas diferentes alturas·x, pesos e proporções. em J996, rejeita o apetite típico do século xx 
por alturas-x superdimensionadas. A fonte, 
Quando duas fontes são compostas com o mesmo inspirada nos projetos de john Baskerville feitos 
no siculo xVIllJoi batizada em homenagemtamanho em pontos, uma costuma parecer maior 
a Sarah Eaves, amante, governanta e que a outra. As diferenças de altura-x, peso de linha 
colaboradora de Baskerville. O casal viveu 
e largura afetam a escala aparente da letra. 
 junto por dezesseis anos ati se casar em 1764. 
Maiores alturas·x, adotadas no século xx, fazem 
as fontes parecerem maiores maximizando a bela altura-x área contida na dimensão geral da letra. 
HELVETICA 48 PT M RS EAVES 48 PT 
lETRA I 38 
LETRA I 39 
LETRA I 38 
REVOLVER: 
ZEITSCHRIFT fÜR FILM 
(REVISTA DE CINEMA) 
Revista, 1998-2003 
Designer: Gerwin Schmidt 
Essa revista foi criada por e para 
diretores de cinema. O contraste 
entre tipos grandes e páginas 
pequenas gera drama e surpresa. 
LETRA I 40 
LETRA I 4 1 LETRA I 40 
JASPER MORRISON: 
EVERYTHING 8UT THE WALLS 
Livro, 2002 
Designers: Jasper Morrison, 
Lars Müller e Matilda Plojel 
Editor: Lars Müller 
Design das vitrines Cappellini: 
Jasper Morrison 
Fotografia: Dan Meyers 
A tipografia realiza-se em escala 
urbana nesta vitrine criada 
pelo designa industrial jasper 
Morrison. A arquitetura exisrente 
determina o tamanho e o ritmo 
das letras monumentais. 
CLASSIFICAÇÃO LETRA I 4 2 
HUMANISTAS 
As Jontes romanas dos séculos 
xv e XVI emulavam a caligrafia 
clássica. AJonte Sabon Joi 
projetada por jan Tschichold 
em 1966, baseda nasJontes 
feitas por Claude Garamond no 
século XVI. 
TRANSICIONAIS 
Possuem seriJas mais afiadas e 
um eixo mais vertical do que 
as letras humanistas. Quando 
as Jontes de john Baskerville 
Joram apresentadas em meados 
do século XVII I, suas Jormas 
precisas e seu alto contraste 
eram considerados chocantes. 
CLASSIFICAÇÃO DE TIPOS No século XIX, OS impressores buscaram analogias 
entre a história da arte e a herança de seu próprio ofício, desenvolvendo um 
sistema básico de classificação de tipos. Letras humanistas estão intimamente 
conectadas à caligrafia e ao movimento da mão. As fontes transicionais e 
modemas são mais abstratas e menos orgânicas. Esses três grupos principais 
correspondem grosseiramente aos períodos renascentista,barroco e 
iluminista na arte e na literatura. Desde então, historiadores e críticos de 
tipografia têm proposto esquemas mais refinados que procuram capturar 
melhor a diversidade das letras existentes. Nos séculos xx e XXI , os designers 
continuaram a criar novas fontes baseadas em características históricas. 
" 
;: ~Aa 
SEM SERIFAS HUMANISTAS 
AsJontes sem seriJa tornaram-se 
comuns no século xx. A GiU Sans, 
desenhada por Eric Gil! em 1928, 
possui características humanistas. 
Note o vazio pequeno eJagueiro 
na letra "a", bem como as 
variações caligráficas no peso 
dos traços. 
:t 
m ~Aa 
SEM SERIFAS TRANSICIONAIS 
A He/vetica, projetada por Max 
Miedinger em 1957, é uma das 
Jontes 'mais usadas do mundo. 
Seu caráter uniforme e ereto é 
similar ao das letras seriJadas 
transicionais. Essas Jontes 
também são conhecidas como 
"sem serifas anônimas". 
MODERNAS 
As Jontes desenhadas por 
Giambattista Bodoni no final 
do século XVIII e início do XIX 
são radicalmente abstratas. 
Note as seriJas finas e retas, o 
eixo vertical e o Jorte contraste 
entre traços grossos e finos. 
EGÍPCIAS 
Diversas Jontes pesadas e 
decorativas Joram adotados 
no século XIX para utilização 
em propaganda. As egípcios 
possuem serlfas pesadas e 
retangulares. 
." ~ ~Aa 
SEM SERIFAS GEOMÉTR 
Alguns tipos sem seriJa são 
construídos a partir deJo rnuu 
geométricas. Na Futura, 
desenhada por Paul 
1927, os Os são círculos 
e os topos das letras A e M 
triángulos afiados. 
LETRA \ 4 2 
.. 
~Aa 
MODERNAS 
As fontes desenhadas por 
Giambattista Bodani no final 
do século XVIII e início do XIX 
são radicalmente abstratas. 
Note as senfas finas e retas, o 
eixo vertical e o forte contraste 
entre traçoS grosSOS efinos. 
EGÍPCIAS 
Diversas fontes pesadas e 
decorativas foram adotadas 
no século XIX para utilização 
em propaganda. As egípcias 
possuem senfas pesadas e 
retangulares. 
." 
~Aa 
SEM SERIFAS GEOMÉTRI CAS 
Alguns tipos sem senfa são 
construídos a partir de forma s 
geométricaS. Na Futura, 
desenhada por Paul Renner em 
1927, os Os são círculos peife~tos 
e os topos das letras A e M 500 
triângulos afiados. 
LETRA \ 43 
Sabon 
SABON 14 PT 
Baskerville 
DAS KERVILLE 14 PT 
Bodoni 
DOD ONI 14 PT 
Clarendon 
CLAREND ON 
L1GHT 14 PT 
Gill Sans 
GILL SANS 14 PT 
Helvetica 
HElVETICA 14 PT 
Futura 
FUTURA 14 PT 
Este não é um li vro sobre fontes, mas sobre como 
usá-las. As fontes são recursos essenciais ao 
designer gráfico, ass im como o vidro, a pedra, o 
aço e outros materiais são essenciais ao a rquiteto. 
SABON 9/12 
Este não é um livro sobre fontes, mas sobre como 
usá-las. As fontes são recursos essenciais ao designer 
gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço e outros 
materiais são essenciais ao arquiteto. 
BASKERVILLE 9/12 
Este não é um li vro sobre fontes, mas sobre como 
usá-Ias. As fontes são recursos essenciais ao designer 
gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço e outros 
materiais são essenciais ao arquiteto. 
BODONI BOOK 9,5/12 
Este não é um livro sobre fontes ; mas sobre como 
usá-las. As fontes são recursos essenciais ao 
designer gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço 
e outros materiais são essenciais ao arquiteto. 
CLARENDON L1GHT 8/12 
Este não é um livro sobre fontes, mas sobre como 
usá-Ias. As fontes são recursos essenciais ao designer 
gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço e outros 
materiais são essenciais ao arquiteto. 
GILL SANS REGULAR 9/12 
Este não é um livro sobre fontes , mas sobre como 
usá-Ias. As fontes são recursos essenciais ao designer 
gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço e outros 
materiais são essenciais ao arquiteto. 
HELVETICA REGULAR 8/12 
Este não é um livro sobre fontes, mas sobre como 
usá-Ias . As fontes são recursos essenciais ao designer 
gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço e outros 
materiais são essenciais ao arquiteto . 
FUTURA DOOK 8,5/12 
CLASSIFICAÇÃO 
Selecionar tipos com 
S3bedoria e perspicácia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
letras evoluíram. 
7/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicácia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
letras evoluíram. 
7/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicácia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
letras evoluíram. 
7·5/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicácia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
letras evoluíram. 
6/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicácia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
letras evoluíram. 
7/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicácia 
requer conhecimento de 
como e porque as letras 
evoluíram. 
6/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicácia 
requer conhecimento 
de como e porque os 
letras evoluíram. 
LETRA I 44 
MCSWEENEY ' S 
TAKE: y"''' lIurmion. QUESTIO ': """ IIggrmiOlI. 
REMOVE rr: ["',,, Ibt rompolly O[OIbtn. WALK \VITH IT: lO 
11 [lIrllU!lIy p/lia. ALoNE? Ytr, 1I/01le. LEAVE Ir. mui... 11 
grtal wide l"'y, txpoltd, llport. Do NOr. bNry il. Do NOT: 
/ive I/Jilh iI. NEVER: ill )"ollr holllt. NOT: ill JOI/I· /ife. IT IS: 
viril/. IT GRO\'US: lih ilIbado", \Ve llUsr. (1IrT)' illll/Jlly. 
ISBN 0-9719047 - 5-8 
1111111111111111 9 OOOO 9 780971 90475~ 11111 
MCSWEENEY' S 
Capa de revista, 2002 
Designer e editor: 
Dave Eggers 
Esta capa usa a famaia 
tipográfica Garamond 3 
em várias tamanhos. 
Embora a fonte seja clássica 
e conservadora, o leiaute 
obsessivo e levemente lunátiaJ 
i distintamente 
contemporâneo. 
LETRA I 44 
MCSWEENEY' S 
Capa de revista, 2002 
Designer e editor: 
Dave Eggers 
Esta capa usa a famaia 
tipográfica Garamond 3 
em vários tamanhos. 
Embora afonte seja clássica 
e conservadora. o leiaute 
obsessivo e levemente lunático 
i distintamente 
contemporâneo. 
LETRA I 4 5 	 FAMÍLIAS 
A idéia de organizar fontes em famílias combinadas 
data do século XVI. quando os impressores 
A Adobe Garamond foi projetada por Robert Slimbach em '988. começaram a coordenar tipos romanos e itálicos. 
O conceito foi formalizado na virada do século xx. 
A fonte romana é o núcleo ou a espinha de onde deriva uma família tipográfica. 
ADOBE GARAMOND REGULAR 	 A forma romana, também chamada de "regular," é a versão 
normal e ereta de uma fonte . É tipicamente concebida como o 
pai de uma famaia maior. 
Asfontes itálicas, baseadas na escrita cursiva, são bem diferentes dasformas romanas. 
ADOBE GARAMOND ITALIC 	 A forma itálica não i simplesmente uma versão mecanicamente 
inclinada da romana: é uma outra fonte. Note a diferença das 
variantes romana e itálica da letra a da Adobe Garamond. 
OS VERSALETES POSSUEM UMA ALTURA SIMILAR À ALTURA-X da caixa-baixa. 
Os versaletes são projetados para integrarem-se às linhas de texto,ADOBE GARAMOND EXPERT (VERSALETE) 
onde as versais se sobressaem desajeitadamente. Eles são levemente 
mais altos que a altura-x das letras em caixa-baixa. 
Fontes bold (e semibold) são usadas para criar ênfase em uma hierarquia. 
ADOBE GARAMOND BOLD E SEM I BOLD 	 No século xx, versões bold de fontes de texto tradicionais foram 
criadas para satisfazer a necessidade de formas enfáticas. Famaias 
não-serifadas normalmente incluem uma ampla gama de pesos. 
Fontes bo/d (e semibo/d) também necessitam incluir uma versão itálica. 
ADOBE GARAMOND BOLD E SEMIBOLD ITALIC 	 O designer de fontes procura fazer versões bold similares às 
romanas, sem tornar sua forma geral muito pesada. Os vazios 
precisam permanecer claros e abertos em tamanhos pequenos. 
As famílias têm dois tipos de numerais: alinhados (123) e não alinhados (123). 
ADOBE GARAMOND REGULAR E EXPERT 	 Os numerais alinhados ocupam unidades uniformes de espaço 
horizontal para que os números fiquem alinhados em colunas 
tabulares. Numerais nãoalinhados, também chamados de 
"algarismos de texto" ou de "estilo antigo", possuem um pequeno 
tamanho de corpo, além de ascendentes e descendentes, para que 
possam mesclar·se bem a uma linha com letras caixa-baixa. 
Os tipOS podem SER falseados por inclinação, inflação, ou ENCOLHIMENTO. 
I I I 
ITÁLICO NEGRITO VERSALETE CRIME CRIME CRIME 
TIPOGRÁFICO: TIPOGRÁFICO: TIPOGRÁFICO: 
PSEUDO-ITÁLICO PSEUDO·BOLD PSEUDO-VERSALETE 
As formas largas e Estofadas nas Essas versões encolhidas 
desajeitadas dessas bordas. essas letras de versais genuínas são 
letras inclinadas ficam inertes fracas e subnutridas. 
parecem forçadas e e sem brilho. 
artificiais. 
GRANDES FAMÍLIAS LETRA I 4 6 
FAMÍLIA THESIS 	 Projetada por Lucas de Groot, LucasFonts, 1994 
A Thesis é uma das maiores famaias tipográficas do mundo. 
Este não é um livro sobre fontes, mas sobre' como utilizá-las. As fontes são 
THES1S SERIF MEOIUM ROMAN 
recursos essenciais ao designer gráfico, assim como o vidro, a pedra, o aço e 
THESIS SERIF MEOIUM ITALIC 
OUTROS MATERIAIS SÃO ESSENCIAIS AO ARQUITETO . ALGUNS DESIGNERS CRIAM 
THESIS SERIF MEOIUM SMALL CAPS 
suas próprias fontes, mas a grande 
THESIS SERIF BLACK ROMAN 
maioria preferirá vasculhar a vasta 
THESIS SERIF EXTRA BOLO ROMAN 
biblioteca de fontes já existentes, 
THESIS SERIF BOLO ROMAN 
escolhendo-as e combinando-as de 
THESIS SERIF SEMIBOLO ROMAN 
acordo com a audiência ou situação. 
THESIS SERIF MEOIUM ROMAN 
Selecionar tipos com perspicácia e 
THESIS SERIF SEMI LIGHT 
sabedoria requer conhecimento de 
THESIS SERIF LIGHT ROMAN 
como e porque os tipos evoluíram. 
THESIS SERIF EXTRA LIGHT ROMAN 
A história da tipografia reflete uma tensão contínua entre a mão e a máquina, 
THESIS SANS MEOIUM ROMAN 
o orgânico e o geométrico, o corpo humano e os sistemas abstratos. Essas tensões 
THESIS SANS MEOIUM ITALIC 
MARCARAM O NASCIMENTO DA LETRA IMPRESSA HÁ CINCO SÉCULOS, E CONTINUAM A 
THESIS SANS MEOIUM SMALL CAPS 
energizar a tipografia hoje. A escrita 
THESIS SANS BLACK ROMAN 
ocidental foi revolucionada no início 
THESIS SANS EXTRA BOLO ROMAN 
do Renascimento, quando Johannes 
THES I S SANS BOLO ROMAN 
Gutenberg introduziu o tipo móvel 
T H ES I S SANS SEMIBOLO ROMAN 
na Alemanha. Até então, documentos 
THESIS SANS M EOIUM ROMAN 
e livros haviam sido escritos à mão, 
THESIS SANS SEMI LIGHT ROMAN 
mas a impressão com tipos mobilizou 
TH ESIS SANS LI G HT ROMAN 
todas as técnicas de produção em mas 
THESIS SANS EXTRA LIGH T ROMAN 
SIGNERS CRIAM 
ou situação. 
evoluíram. 
e a máquina, 
Essas tensões 
E CONTI N UAM A 
então, documentos 
m tipos mobilizou 
LETRA I 47 
Interstate Light 
Interstate Light Compressed 
Interstate Light Condensed 
Interstate Regular 
Interstate Regular Compressed 
Interstate Regular Condensed 
Interstate Bold 
Interstate Bold Compressed 
Interstate Bold Condensed 
Interstate Black 
Interstate Black Compressed 
Interstate Black Condensed 
Projetada por Tobias Frere-Jones, Font Bureau, '993 
nn pp 
Scala Scala Sans 
Scala Italic Scala Sans Italic 
SCALA CAPS SCALA SANS CAPS 
Scala Bold Scala Sans Bold 
A Scala, de Martin Majoor, Scala Sans Bold 
usada neste livro, começou 
como uma fonte serifada. 
SCALA JEWEL CRYSTAMais tarde, Majoor adicionou 
a ela uma subfamaia 
 SCALA JEWEl DIAMOND 
sem serifa e um conjunto 
ornamental denominado SCALA JEWEL PEARL 
jewel U6iaJ. O diagrama 
acima,foi to por ele, mostra SCALA JEWEL SAPHYR 
a espinha comum entre as 
versões serifada e sem serifa. 
GRANDES PAMÍLIAS 
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A UNIVERSfoi projetada pelo tipógrafo suíço Adrian 
Frutiger em '957. Ele desenhou 21 versões da Univers, 
em cinco pesos e larguras. Ao contrário de muitas famaias 
tipográficas, que crescem com o tempo ao ganharem 
popularidade, a Univers foi concebida como um sistema 
total desde o princípio. 
Um tipo romano tradicional de livro 
costuma ter uma família pequena - um 
grupo nuclear consistindo de romana, 
itálica, versaletes e talvez um peso 
bold e um semibold (cada qual com sua 
itálica). As famílias sem serifa possuem 
normalmente muitos outros pesos e 
tamanhos - fino, leve, preto, ultra­
estreito, estreito etc. Nos anos 1990, 
muitos designers de tipos criaram 
famílias com versões serifadas e sem 
serifa. Versaletes e algarismos não 
alinhados (uma cortesia normalmente 
reservada a famílias serifadas) foram 
incluídos nas versões sem serifa da 
Thesis, da Scala, e de muitas outras 
grandes famílias contemporâneas. 
PROJETANDO FONTES LETRA I 48 
M ERC URY BO LO SMALL CA PS 
Prova, 2 003 
Designer: Jonathan HoeAer, 
The HoeAer Type Foundry 
A Mercury foi projetada para a 
produção de jornais modernos, ou 
seja, para a impressão rápida e de 
grande volume em papel barato. 
As notas desta prova, que mostram 
apenas uma das variantes dessa 
vasta famaia tipográfica, comentam 
tudo - da largura ou peso das letras 
ao tamanho e à forma das serifas. 
LETRA I 49 PROJETANDO PONTES 
LAS VEGAS: CASTAWAYS 
Desenhos e tipos acabados . 2001 
Direção de arte: Andy Cruz 
Design tipográfico: Ken Barber 
Engenharia de fonte: Rich Roat 
House I ndustries 
A Castaways pertence a uma série de Jontes digitais 
baseadas na sinalização comercial de Las Vegas. 
A sinalização original Joi frita por artistas letristas 
cujos letreiros e logotipos eram Jeitos à mão. A Hou se 
lndustries é uma JUndição tipográfica digital que cria 
fontes inspiradas na cultura popular e na história 
do designo O designer Ken BarberJaz desenhos a lápis 
e depois digitaliza seus contornos. 
Por mais de quinhentos anos, a produção de fontes 
foi um processo industrial. A maioria dos tipos 
eram moldados em chumbo até o surgimento da 
fotocomposição nos anos 1960 e 1970; as primeiras 
fontes digitais (também criadas nesse período) 
ainda requeriam equipamento especializado para o 
seu projeto e produção. O desenho de fontes só se 
tornaria um campo mais acessível com o advento 
dos microcomputadores. No final do século xx, 
"fundições tipográficas" digitais haviam aparecido 
no mundo todo, muitas delas lideradas por um ou 
dois designers. 
Contudo, produzir uma fonte completa 
ainda é uma tarefa enorme. Mesmo uma 
família pequena possui centenas de caracteres 
diferentes, e cada um deles requer muitas fases de 
refinamento. O designer tipográfico também precisa 
determinar como deve ser o seu espacejamento, 
que plataformas irá usar e como irá funcionar em 
diversos tamanhos, meios e linguagens. 
LETRA I 50 
THE LOCUST [ESQ.] 
E MElT BANANA [DI R.] 
Cartazes serigrafados, 2002 
Designer: Nolen Strals 
Nem todas as letras são 
tipográficas. A letragem 
manual ainda é uma força 
vibrante no design gráfico, 
como mostram esses cartazes 
de dois eventos musicais 
de Baltimore. A letragem 
manual também é a base de 
várias fontes digitais, mas 
dificilmente elas chegam 
perto da potência das letras 
verdadeiramente fritas à mão. 
I so 
MELT BANANA [OI R.] 
serigrafados , 2002 
Nolen Strals 
Nem todas as letras silo 
tipográficas. A letragem 
manual ainda é uma força 
vibrante no design gráfico, 
como mostram esses cartazes 
de dois eventos musicais 
de Baltimore. A letragem 
manual também é a base de 
várias fontes digitais, mas 
dificilmente elas chegam 
perto da potência das letras 
verdadeiramente feitas à mão. 
LOGOTIPOS LETRA I 52 
Johannes Hübner 
übner 
Ingenieurbüro 
Informalions- und 
Funklechnik 
TeI0351-4772181 
Fax 0351-4772191 
Funk 0172-3513564 
BünaustraBe 21 
01109 Dresden 
www.johannes-huebner.de 
mail@johannes-huebner.de 
H ÜSNER 
Programa de identidade, 1998 
Designer: Anton Stankowski 
A identidade

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