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AD1 GABA Introdução ao Agronegócio 2016.I

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Avaliação a Distância – AD1
Período - 2016/1º
Disciplina: Introdução ao Agronegócio
Coordenador: Luiz Carlos de Oliveira Lima
Tutora a Distância: Marinês Steffanello
Data para entrega: 28/02/2016
Aluno (a): GABARITO
Matrícula: ...........................................................................................................................
Polo: ...................................................................................................................................
Boa sorte!
1. Como você sabe a escalada da inflação provoca a queda no poder aquisitivo,
aumento do custo de vida e mudanças de hábitos de consumo na população
brasileira. Por essa razão é interessante utilizar os RESULTADOS DA
PESQUISA DE ORÇAMENTO FAMILIAR (POF) para analisar as mudanças
nos gastos dos consumidores provocadas pelas variações nos preços e na renda
das famílias brasileiras.
- Com base na primeira Pesquisa de Orçamento Familiar realizada no país desde o Plano
Real, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
efetuou cálculos para o município de São Paulo, chegando a alguns resultados interessantes.
A pesquisa em 1.536 domicílios, com dados coletados de dezembro de 1994 a novembro de
1995, mostra mudanças nos padrões de consumo e nos gastos das famílias, num quadro de
estabilização da economia. 
 - Os destaques da Pesquisa de Orçamento Familiar 1995/1996, divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, para mudanças nos hábitos alimentares. 
QUESTÃO 1: Comente em linhas gerais os dois itens a seguir. (2,5 pontos).
(I) Os principais resultados da primeira Pesquisa de Orçamento Familiar
realizada no país desde o Plano Real, pelo Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que efetuou cálculos para
o município de São Paulo: 
Comentários: 
(a) As famílias paulistanas gastaram, em média, R$ 2,5 bilhões por mês, o que representa um
volume anual de R$ 30 bilhões. 
(b) Gastou-se no município cerca de R$ 696,6 milhões por mês com alimentação, o item de maior
peso (27,44%) nos orçamentos domésticos. Mas sua participação caiu em relação aos 28,13% de
1982/83 e aos 45% de 1958. 
(c) Destaca-se a elevação da alimentação fora do domicílio, que passou de um peso de 1,87% em
1969/70 para 6,04% em 1994/95, o que significa um mercado de R$ 153,4 milhões por mês. A
difusão dos tíquetes-refeição e os restaurantes de comida por quilo contribuem para esse
aumento. 
(d) Mas continua a tendência de a alimentação pesar mais nos orçamentos das famílias de rendas
menores. Para quem ganha uma média de R$ 377,00 por mês, os gastos com alimentação
chegam a 35,71%; na faixa de R$ 934,00 são de 31,19%, e para quem recebe em média R$
2.782,00 o peso cai para 23,80%. 
(e) O segundo maior gasto das famílias permanece sendo com habitação, que tem ponderação de
23,52%.
(II) Os destaques da Pesquisa de Orçamento Familiar 1995/1996, divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para mudanças nos hábitos
alimentares: 
Comentários: 
(f) Entre 1987 e 1996, os brasileiros substituíram o feijão com arroz (-16%) pelas carnes –
especialmente de frango (16,6%) – e o pão francês pelos biscoitos (28%). 
(g) Os gastos com alimentação, que eram os principais em 1987 (18,7% da renda), caíram para o
segundo lugar em 1996 (16,4% da renda), trocando de posição com os custos de habitação (que
subiram de 15,7% para 20,7% da renda). 
(h) Nos supermercados em 1987, não havia as inúmeras opções de comida congelada, que são hoje
avidamente consumidas. Nas prateleiras, pouca diversidade de iogurtes, pães e biscoitos. Não se
vendia tanta carne.
2. Agronegócio e desenvolvimento na economia brasileira: evolução do novo
padrão agrário e agrícola no século XXI.
- Em 1968, Ray Goldberg desenvolveu o conceito de sistema agropecuário, industrial
e de serviços (Commodity System Approach), quando então passou a aplicar conceitos
oriundos da economia da organização industrial. Nessa abordagem a ênfase passou a ser um
produto específico da agropecuária, além de considerar os aspectos da localização
territorial. 
- O paradigma clássico da economia industrial é a relação entre estrutura de mercado,
a conduta ou comportamento estratégico dos agentes econômicos e o desempenho
competitivo que passa a fornecer os principais critérios de análise e de planejamento.
- o paradigma da abordagem Commodity System Approach é o conceito de sistema
produtivo integrado da agropecuária, industrial e de serviços. 
QUESTÃO 2: Explique “o conceito de agronegócio no contexto da economia moderna
industrial e de serviços” apresentado na aula 2 Uma nova concepção de agropecuária − o
caso da carne bovina e sua distribuição e consumo, partindo da abordagem inicial de
sistema agroindustrial (Commodity System Approach),com a inclusão de novas
contribuições que foram estudadas com o objetivo de agregar novos elementos e atualizar a
abordagem inicial. (2,5 pontos). 
Para isso, você deve comentar cada afirmação nos parágrafos seguintes: 
 
(A)“As relações existentes entre os segmentos do sistema se dão num ambiente onde
atuam: as organizações (associações, federações, cooperativas e sistemas de
informações, entre outros), as instituições (cultura, tradições, nível educacional,
sistema legal, costumes) e o mercado”. 
Comentários: 
- Uma instituição se manifesta num conjunto, historicamente consolidado ao longo do tempo, de regras
estáveis, abstratas e impessoais, cristalizado em tradições, costumes ou leis para implantar e assegurar padrões
de comportamento, governando relações entre grupos sociais separados. As instituições englobam o mercado
e as organizações. 
- A Organização é um arranjo institucional com o objetivo de viabilizar a coordenação consciente e
proposital de atividades dentro de fronteiras identificadas. Na organização, os membros se associam numa
base regular através de um conjunto de acordos implícitos e explícitos e se comprometem a ações coletivas
com a finalidade de criar e alocar recursos e capacidades através de uma combinação de comando e
cooperação. 
- O mercado é um arranjo institucional que consiste em regras e convenções que permitem um grande
número de transferências voluntárias de direito de propriedade numa base regular; estas transferências
reversíveis são implantadas e asseguradas através de um mecanismo específico de regulação que é o sistema
competitivo de preços.
(B) “As redes de produção surgiram com o esgotamento do sistema de produção em
massa”. 
Comentários:
- Esse fenômeno foi chamado “segunda divisão industrial” na história do capitalismo, caracterizado
pela transição da produção em massa para a produção flexível. 
- O modelo de produção em massa fundamentou-se em ganhos de produtividade obtidos por
economias de escala em um processo mecanizado de produção padronizada com base em linhas de
montagem, sob as condições de controle de um grande mercado por uma forma organizacional específica: a
grande empresa estruturada nos princípios de integração vertical e na divisão social e técnica
institucionalizada de trabalho. 
- Nessa nova economia, a demanda de quantidade e qualidade tornou-se imprevisível, os mercados
ficaram mundialmente diversificados e o ritmo da transformação tecnológica tornou obsoletos os
equipamentos de produção com objetivo único. O sistema de produção em massa ficou muito rígido e
dispendioso para as características da nova economia. 
- O sistema produtivo flexível surgiu como uma possívelresposta para essa rigidez. A resposta
passou a ser a especialização flexível, quando a produção adapta-se à transformação contínua sem pretender
controlá-la em um padrão de arte industrial ou produção personalizada.
(C) “O surgimento da economia com base na tecnologia de informação caracteriza-se
pelo desenvolvimento de uma nova lógica organizacional (o modelo de rede),
que está relacionada com o processo atual de transformação tecnológica”. 
Comentários: 
- O modelo de rede é praticado tanto por empresas de pequeno e médio porte como sob o controle de
uma grande empresa, quando no caso do licenciamento e da terceirização de produção. Já o modelo
organizacional através de alianças corporativas estratégicas é adotado nos setores em que a inovação
representa a principal arma competitiva. 
- A mudança de burocracias verticais para a empresa horizontal apresenta sete tendências principais: 
• organização em torno do processo, não da tarefa; 
• hierarquia horizontal; 
• gerenciamento em equipe; 
• medida do desempenho pela satisfação do cliente; 
• recompensa com base no desempenho da equipe; 
• maximização dos contatos com fornecedores e clientes; 
• informação, treinamento e retreinamento de funcionários em todos os níveis. 
- Os cinco tipos de redes são: 
• Rede de fornecedores; 
• Rede de produtores; 
• Rede de clientes; 
• Coalizões padrão; 
• Rede de cooperação tecnológica.
3. Análise da cadeia agroalimentar 
O modelo de cadeia agroalimentar foi o resultado das diferentes contribuições dos
teóricos da Escola Francesa de Economia Industrial. Na análise de complexo agroindustrial,
a agricultura deixa de ser, por força da industrialização, um setor isolado da economia de
qualquer país e se torna parte integrante de um conjunto maior de atividades inter-
relacionadas. Ao aumentar sua dependência, de um lado, em relação ao forte grupo de
indústrias fornecedoras de insumos básicos; e, de outro lado, em relação às grandes
indústrias transformadoras e compradoras da maior parte dos produtos agrícolas, a
agricultura irá também aumentar seus custos, sem poder compensá-los com uma
equivalente lucratividade. Isto também porque, entre outras razões, o mercado que nessa
nova etapa se formará para seus produtos será muito menos livremente competitivo e
tenderá a ser dominado, mais e mais, por condições de oligopólio. 
QUESTÃO 3: Descreva e analise a abordagem da Escola Francesa de Economia Industrial
- Análise da cadeia agroalimentar (aula 3): O conceito de cadeia agroalimentar
(Morvan, 1985; Montigaud, 1991). (2,5pontos)
RESPOSTA:
A cadeia agroalimentar é entendida como uma sequência de operações que conduzem à produção de
bens, cuja articulação é amplamente influenciada pelas possibilidades tecnológicas e definida pelas estratégias
dos agentes. Os agentes possuem relações interdependentes e complementares, determinadas por forças
econômicas e de subordinação hierárquica. 
A cadeia produtiva como sucessões de atividades ligadas verticalmente, necessárias à produção de um
ou mais produtos correlacionados, enfatiza um produto específico agropecuário considerando também a
localização geográfica.
As três séries de elementos implicitamente ligados a uma visão em termos de cadeia de produção são: 
(a) a cadeia de produção é uma sucessão de operações de transformação segmentadas, capazes de
serem separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico;
(b) a cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e financeiras, que estabelecem
entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca situado de montante (os fornecedores) à jusante
(os clientes); 
(c) a cadeia de produção é um conjunto de ações econômicas que presidem a valoração dos meios
de produção e asseguram a articulação das operações.
Além disso, uma cadeia de produção agroindustrial (CPA) pode ser segmentada em três macros
segmentos: 
(a) Comercialização: representam as empresas que estão em contato com o cliente final da cadeia de
produção e que viabilizam o consumo e o comércio dos produtos finais ( supermercados, mercearias,
restaurantes, cantinas etc.), inclusive empresas responsáveis pela logística de distribuição; 
(b) Industrialização: representam as firmas responsáveis pela transformação das matérias-primas em
produtos finais destinados ao consumidor. Este pode ser uma unidade familiar ou uma agroindústria; 
(c) Produção de matérias-primas: reúne as firmas que fornecem as matérias-primas iniciais para que
outras empresas avancem no processo de produção do produto final (agricultura, pecuária, pesca artesanal e
industrial, piscicultura, etc.).
A lógica de encadeamento das operações assume implicitamente que as condicionantes impostas pelo
consumidor final são os principais fatores indutores de mudanças no status quo do sistema. Já o fenômeno da
integração fica muito evidenciado no complexo agroindustrial integrado, definido como um conjunto
econômico organizado, constituído de certo número de unidades técnicas especializadas (ou departamentos),
submetidas a um centro de decisão privilegiado que coordena a atividade dos departamentos por métodos
apropriados. 
A firma industrial ou comercial, ou a cooperativa, que possui o poder principal de decisão, é chamada
firma integradora ou polo integrador. Quanto à forma de coordenação, a mais difundida nas economias
capitalistas modernas é o contrato de quase integração. Nesse caso, o conjunto quase integrado é uma forma
de organização econômica hierarquizada, comportando um centro principal de decisão, a firma integradora e,
centros secundários de decisão, mais ou menos subordinados. A firma integradora pode controlar a série de
operações de uma cadeia integrada verticalmente, isto é, que engloba os vários segmentos tais como:
suprimento, produção, transformação, distribuição e venda no varejo. Pode, de forma alternativa, controlar
uma parte dentre elas, bem como criar ou sugerir associações horizontais, com finalidade de melhorar a
eficácia do suprimento, ou da produção etc. 
QUESTÃO 4: Descreva e analise a abordagem Arranjo Produtivo Local (APL) do
agronegócio (Michael E. Porter, 1989) (aula 4) – “A fonte da moderna competitividade e
do desenvolvimento local e regional sustentável” (2,5 pontos). 
RESPOSTA:
O conceito de aglomerado (cluster) é definido como uma concentração setorial e/ou geográfica de
empresas, nas mesmas atividades ou em atividades estreitamente relacionadas, em que se obtêm importantes e
cumulativas economias externas, de aglomeração e especialização, de produtores, fornecedores e mão de obra
especializada, de serviços anexos específicos ao setor, com a possibilidade de ação conjunta em busca de
eficiência coletiva. A diversidade e a intensidade de relações funcionais entre empresas explicam a formação
de um aglomerado. Os aglomerados se dão tanto em torno dos recursos naturais como em torno de atividades
baseadas em aprendizagem e conhecimento.
Além disso, o agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-relacionadas, de
fornecedores especializados, prestadores de serviços, empresas em setores correlatos inclui instituições
específicas: tais como universidades, órgãos de regulação e associações comerciais, numa determinada área,
vinculadas por elementos comuns e complementares. 
A economia social do aglomerado é descrita da maneira a seguir. As empresas, os fornecedores e as
instituições numa localidade criam o potencial para o desenvolvimento econômico. Além disso, os
relacionamentos, as redes e o senso de interesse comum criam uma estrutura social dos aglomerados. O
relacionamento social entre os indivíduos facilita o acesso a importantes recursos e informações,criando o
capital social dos indivíduos. Nesse sentido, o aglomerado é uma forma de rede que se desenvolve dentro de
uma localidade geográfica, na qual a proximidade das empresas e instituições assegura certas formas de
afinidades e aumenta a frequência e o impacto das interações.

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