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Entrevista Marcelo Montano

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As raízes da crise ambiental, segundo Marcelo Montaño, 
Processo histórico: modo como se deu o desenvolvimento das sociedades> intensificação do uso dos recursos naturais. Visão de utilidade para os recursos ambientais, abordagem predominante quanto ao trato da questão ambiental.
Pode ser compreendida como o resultado da incapacidade dos sistemas político e econômico quanto às questões ambientais, pois não oferecem condições adequadas para resolução de boa parte dos problemas enfrentados atualmente. 
Visões sobre a crise ambiental e como superá-la: podemos analisar e compreender diferentes valores, como as pessoas tomam decisões e como a questão ambiental tem sido tratada. Adequação das atividades conforme as condições ambientais, valora o meio como algo intermediário entre aquilo que tem o valor de existência e o valor utilitário (tecnocentrismo acomodativo). Se temos capacidade de provocar o problema, temos condições de solucionar os problemas, principalmente pelo meio tecnológico.
Desenvolvimento sustentável por diferentes grupos sociais: processo histórico, evolução do conceito. Inicio da década de 1970> propostas para o desenvolvimento da sociedade humana começam a integrar, fazer referência às questões ambientais (problemas, condições). Corrente denominada ecodesenvolvimento que propunha que o desenvolvimento das sociedades deveria acontecer de dentro para fora, privilegiando o aspecto local, e isso foi visto como algo conflituoso com o modelo da sociedade produtiva. Argumentos colocavam que o meio ambiente oferecia limites para o crescimento da sociedade (econômico). Começaram a surgir grandes debates relacionados à poluição ambiental (resposta do meio em relação à produção desenfreada). Essa ideia pautou a 1a conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, como se os problemas tivessem ligados ao final da cadeia de produção, ou seja, usa-se o meio como bem se quer, gera-se o efeito negativo (poluição, no caso) e aí que se vê uma maneira para remediar a situação. Ideia do desenvolvimento sustentável deriva dessa visão. Propõe que se continue desenvolvendo desde que haja a manutenção das condições ambientais. Ou seja, não propõe grandes modificações no modo de produção. Economia verde surge como derivação do conceito de desenvolvimento sustentável, mas com caráter mais especifico que trata a sustentabilidade do ponto de vista da eficiência, aumento da eficiência dos diferentes compartimentos produtivos. Visão utilitarista predomina dentro desse conceito de desenvolvimento sustentável.
Tripé da sustentabilidade está equilibrado nas tomadas de decisões? De jeito nenhum, pois tem que se considerar que há um desequilíbrio na capacidade na influencia dos diferentes grupos que integram esse tripé. Exemplo muito claro disso é em torno das discussões do novo Código Florestal Brasileiro. O aspecto econômico está sempre se sobressaindo, travestindo de ambiental e social. O meio não pode ser um entrave ao desenvolvimento econômico.
Como você vê o papel do engenheiro ambiental no enfrentamento dessa crise? Cabe ao engenheiro o desenvolvimento e o avanço de forma geral. O engenheiro ambiental tem um papel essencial no que diz respeito ao quadro atual de ineficiências do modo de produção. É limitado e condicionado pelo conjunto de valores que orientam as práticas dos valores políticos e econômicos. O engenheiro, normalmente vai se colocar a serviço de uma organização que tem interesses econômicos e às vezes políticos. Contribui para a disseminação de uma abordagem voltada para adequação das atividades ao meio. Atualmente muito mais focado na questão do aumento da eficiência para que se tornem adequadas as atividades praticadas.

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