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HAMILTON, MIIDISON E JflY Sôbre a Constituição dos Estados Unidos 055904 «IIHIIIUINIIIINIDIIIM L0000055931 ÊSTE LIVRO PERTENCE A BiSLIOTBCA PÚBLICA * P^ ; Xc E*ni. y \:n f U m t vüa i-v( 1S 67 V ÊSTE LIVRO PERTENCE A e p U O T & C A P Ú B L I C A . SÔBRE A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS Biblioteca “CLÁSSICOS DA D EM O CRA CIA ” — 26 — Volumes publicados: John Stuart Mill — “Da Liberdade” Edmond Cahn — “0 Impasse do Democrata” Horace Mann — “A Educação dos Homens Livres” Theodore Meyer Greene — “Liberalismo” Woodrow Wilson — “Govêrno Constitucional dos Est. Unidos” William C. Douglas “Uma Carta Viva de Direitos” Benjamin Franklin — “Autobiografia” Gilbert Highet — “O Inconquistável Espírito Humano” David Hume — “Ensaios Políticos" . George Bereday e Luigi Volpicelli — "Educação Pública nos Est. Unidos" John Locke — “Segundo Tratado sôbre o Govêrno” Francis Hankin — “A Democracia em Ação" Roy F. Nichols — “Religião e Democracia Norte-americana" John Dewey — “Teoria da Vida Moral” John Locke — “Carta a Respeito da Tolerância" Herbert W. Schneider — “Moral para a Humanidade" C. Hartley Grattan — “Educação de Adultos” T. Harry Williams — "A Mensagem de Lincoln" Carl L. Becker — "A Declaração da Independência" HAMILTON, MADISON e JAY SOBRE A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS ÊSTE LIVRO P£f?TOíC£ A B i b l i o t e c a p ú b l i c a Tradução de E. Jacy M O N TEIRO SALA DE LEITURA USIS — FORTALEZA N .................EM ( j / ÁÁ / 196.iL I B R A S A v . rNSTITUIÇÃO BRASILEIRA HE DIFUSÃO CULTURAL S. A. S A O P A U L O Direitos para a língua portuguesa da 1BRASA — Instituição Brasileira de Difusão Cultural S. A. Rua 7 de Abril, 252 — 7 ° andar — Tel. 35-6836 — São Paulo B í^ j o T S C A P U B L I C ^ Data... ..... / ....... ..... / ............... Bcaçàv...... ..................... .................. . i&lltrtscarte Código para obter um livro igual: XII-26 B IB LIO TEC A P Ú B L IC A >,;0 ESTADO DO CEARÁ .DATA. ! & iC & i ^ AO $ COMPRA □ PERMUTA □ £ -------------- I 1 9 6 4 Título do original norte-americano: Hamilton, Madison and Jay — On the Constitution Copyright, 1954 by The Liberal Arts Press Impresso no Brasil Printed in Brazil ÊSTE LIV80 PEBTEMCE í b i b l i o t e c a p ú b l i c a t - b Í N D I C E i O r ig e m e s ig n if ic a d o das M e m ó r ia s d o F e d e r a l i s t a .............. IX B ib l io g r a f ia e s c o l h i d a ....................................................................... .. XV SELEÇÕES DAS M EM ÓRIAS DO FED ER A LISTA j I . N ova F il o s o f ia N a c io n a l 1. V alor da U n i ã o ......................................................................... 3 2 . Necessidade de G ovêrno com o poder de governar . . 17 j 3 . Insuficiências da Confederação e Problemas da Con venção ................................................................................ 24 I I . N a t u r e z a e P o d ê r e s do N ôvo G o v ê r n o 1. A República Federal .............................................................. .......37 2 . G ovêrno Central e Estados .........................................................48 3. Controles e Contrapesos ...................................................... .......59 4 . Poder para regular a eleição de funcionários federais 64 III . A C o n s t it u iç ã o e a f a c u l d a d e d e l a n ç a r im p o s t o s 1. Faculdade de lançar impostos da N ação e dos Estados 67 2 . A faculdade de lançar impostos e os interêsses de Classe 79 IV . O R a m o L e g is l a t iv o 1. Casa dos Representantes ...................................................... 87 2 . Senado ........................................................................................ 98 VII V . O R a m o E x e c u t i v o 1. N atureza G eral do Executivo ................................................115 2 . A Faculdade de V eto do Presidente ................... ................ 131 3. A Faculdade de nom ear ............................................................138 V I . O R a m o J u d ic iá r io 1. N atureza e Podêres do Judiciário Federal ................... .....141 2 . Tribunais Federais e Tribunais Estaduais ................... .....154 V II . C o n s id e r a ç õ e s G era is 1. Declaração de Direitos ..............................................................159 2 . Emendas e Ratificação ..............................................................164 A p ê n d ic e : C o n s t it u iç ã o d os E sta do s U n id o s .......................... .....171 VIII ORIGEM E SIGNIFICADO DAS MEMÓRIAS DO FEDERALISTA A 27 de m aio de 1787, o edifício em estilo da época do rei Jorge, em Filadélfia, onde se votara a Declaração da Independência, m o vimentava-se novam ente com tranqüila atividade. Cavalheiros trazen do cabeleiras postiças e calções curtos da época reuniam-se no salão de sessões. Organizavam-se form alm ente, votavam no sentido de con servar secretas as discussões até chegarem a resultado final e esco lhiam George W ashington para presidente da reunião. Doze repú blicas independentes, para usar a expressão de N oah W ebster, ha viam indicado êsses homens como delegados à convenção convoca da por um Congresso relutante da Confederação, a fim de propor emendas ao instrum ento que reunia em confederação os treze Es tados americanos. A ausência em Filadélfia do representante de Rhode Island indicava o particularism o e o espírito de independência que caracterizavam não essa pequena com unidade da Nova Inglaterra mas, em m enor grau, os cidadãos de todos os Estados. Os membros da Convenção puseram de lado tranqüilam ente o m andado do Con gresso e ousadam ente redigiram um a constituição para a nação uni ficada. Êste procedim ento assinalava o ponto culminante de um a evo lução que com eçara aproxim adam ente havia um quarto de século, quan do o Tratado de Paris encerrara a últim a lu ta imperial entre a G rã- Bretanha e a F rança pela Am érica do N orte e içara perm anentem en te o pavilhão do Reino Unido sôbre o que havia sido a N ova França. Nos anos perturbados do após-guerra que se seguiram a 1763, quan do as treze colônias continentais estavam ligadas por laços de lei e sentimento mais intim am ente à m etrópole do que entre si, aqui e ali alguns coloniais começaram a pensar e a falar de si com o ame- IX ÊSTE L!V*?0 fTívTr.VCF * B I B L I O T E C A R Ú t , Í...ÍCA. ricanos e a encarar a união final das treze províncias. Êsse sentimen to tornou-se mais forte nos tempos difíceis dos primeiros anos da década de 1770. Levantam ento armado em abril de 1775, em de fesa de antigos direitos, conduziu, uns quinze meses mais tarde, ao tiiunfo para o sentimento nacionalista quando se declarou a inde pendência. Conform e observou John M arshall, um dos jovens oficiais de George W ashington, mais tarde, longa guerra acostum ou os ho mens de vários Estados rebelados não só a agir em uníssono mas a considerar o Congresso Continental como o próprio govêrno dêles. Os sofrimentos e os triunfos do conflito, além disso, proporcionavam lembranças que fortaleciam a fidelidade para com a nova nação. Contudo, quando os soldados inglêses em barcaram de volta e os homens do Nôvo M undo voltaram a atenção para as tarefas da paz, os cidadãos dos Estados inclinaram-se ao retorno à maneira an tiga e tradicional de pensar. Interêsses e lealdades locais dimi nuíram e por vêzes obscureceram a consciência nacional que o com bate pela liberdade despertara. Os Estados Unidos com preendiam vasta área geográfica, cujo tam anho se evidenciava todos os dias pelo tempo que se gastava para percorrê-lo, em diligência ou em barcoa vela, de cidade em cidade ou de Estado em Estado. James M adison, da Virgínia, lembrou as conseqüências das grandes distân cias quando um a vez com entou saber tão pouco dos negócios da Geórgia como dos de Kantchatka. A idéia de pertencer a grupo nacional com um não acudia fàcilmente a indivíduos tão afastados uns dos outros e que divergiam tanto nos interêsses e m aneira de viver como os de New Ham pshire e Carolina do Sul. Além disso, o Con gresso da Confederação não dispunha do poder de governar, neces sário para to rnar a nação em realidade para o povo. O Congres so era pouco mais que um a assembléia de embaixadores. Todavia, na era crítica depois de 1783 o sentimento naciona lista ainda estava vivo. M uitos dentre os líderes da luta revolucio nária anterior observavam com apreensão a decadência do espírito de união e o surto de rumos que pressagiavam a possível dissolução da Confederação. Acreditavam que somente forte govêrno nacional estaria em condições de arcar com êxito com os problemas políticos e econômicos internos, proporcionando aos Estados Unidos tal po- aição no m undo que impusesse respeito no exterior. Alexander H a milton, de Nova York, era somente um entre muitos homens de vis tas largas que se agitavam. Êsses nacionalistas de após-guerra toma- X ram a iniciativa de realizar um a reunião de representantes dos Esta dos, que agissem no sentido de levar-se a efeito união mais perfei ta. Q uando W ashington, arquiteto da vitória da Revolução, conhe cido pela dedicação inabalável ao govêrno popular, trouxe em apoio da causa nacionalista seu grande nome, consolidou-se a Convenção de Filadélfia. A sua organização a 27 de maio de 1787 assinalou a m aior vitória a favor do nacionalismo desde Yorktown. Os delegados à Convenção N acional representavam Estados so beranos, centros prim ários do poder sob os Artigos da Confedera ção. A soberania estadual confrontava os delegados com o proble ma de m aior dificuldade. A Convenção tinha por missão criar go vêrno nacional que fôsse nôvo centro de poder, superior aos Esta dos, sem privá-los, contudo, dos podêres e responsabilidades locais. Os elaboradores da Constituição construíram um a estrutura que en caravam como sendo república federativa. Sabiam ser obra pionei ra em instituições políticas. A história do Ocidente registrava a car reira de várias repúblicas e os delegados de Filadélfia lançaram mão do conhecimento resultante da experiência histórica com instituições republicanas. E ra, porém , novidade a república federativa, com pre endendo cuidadoso equilíbrio de podêres entre a nova nação e os Es tados mais antigos. Os Pais Fundadores aventuraram -se ousadamente em área política não cartografada. Segundo problem a de complexidade quase igual confrontava os delegados de Filadélfia. As objeções coloniais à política imperial e ao controle, que finalm ente em 1775 conduziram à rebelião arm ada, re velavam a hostilidade am ericana ao rei. A Declaração de Indepen dência justificava a separação prim ordialm ente pela enum eração de agravos contra o rei. A G uerra Revolucionária eliminou a m onar quia entre as instituições políticas americanas. Todavia, em 1787, quase universalmente entre as nações do M undo Ocidental o chefe do govêrno era um m onarca hereditário. Os Artigos da Confedera ção não haviam tentado resolver o problem a da natureza do exe cutivo porque os Estados Unidos, conform e se organizaram sob êsse instrum ento, em bora possuindo certos podêres nacionais, eram an tes de tudo confederação de soberanias virtualm ente independentes. Os delegados de Filadélfia estavam convencidos da conveniência de um poder executivo forte, que assumisse a rseponsabilidade dos ne gócios do Estado e lhes desse orientação, conform e ordinàriam ente assume e proporciona m onarca forte. Contudo, em época em que a XI V D n a n d v o - > m onarquia constituía o padrão normal, os elaboradores da Consti- tução temiam a m onarquia, porque tendia ao absolutismo como o de Luís XIV da França. Resolveram o problem a criando o cargo de presidente, imaginado hàbilm ente para mantê-lo responsável peran te o povo, conferir-lhe tal poder que tornasse possível ação cora josa, mas circunscrevendo-o de m aneira tal que tornasse impossível ao presidente emergir sob a figura do que o século X X cham a de ditador. Juntaram à república federativa a form a presidencial de govêrno. James M adison, delegado de Virgínia e quem mais contribuiu dentre todos os delegados para dar form a à Constituição, exprimiu, na décim a-quarta m em ória do Federalista o espírito que dominava a Convenção. “N ão prestem ouvidos” , dizia M adison ao povo do Estado de N ova Y ork em 1787. . . “à voz que petulantemente lhes diz ser novidade em o mundo político a forma de govêrno recomendada para adoção; que ainda não teve até hoje lugar nas teorias dos planejadores mais ousados; que tenta precipitadamente o que é impossível realizar. . . Mas por que rejeitar a experiência de república ampliada tão-só porque inclui o que é nôvo? Não será para a glória do povo americano, que, embora leve digna mente em conta as opiniões de épocas anteriores, e de outras nações, não tenha permitido que cega veneração pela antiguidade, pelo cos tume, ou por nomes, prevalecessem contra seu próprio bom senso, o conhecimento da própria situação, e as lições da experiência?. . . Se os líderes da Revolução não tivessem dado qualquer passo im portante para o qual não fôsse possível descobrir precedente, qualquer govêrno estabelecido cujo modêlo exato se não apresentasse, o povo dos Estados Unidos poderia, neste momento, estar incluído entre as vítimas melancólicas de conselhos transviados, reduzido, na melhor hipótese, a labutar sob o peso de alguma das formas de govêrno que esmagaram as liberdades do resto da humanidade.” Meses antes dêste apêlo de M adison os membros da Conven ção Constitucional reconheceram que seguir-se-ia em dificuldade à estruturação da Constituição o trabalho de persuadir o povo dos Es tados para que aceitasse essa form a inteiram ente nova de govêrno. A Convenção pedia aos podêres legislativos estaduais que providen ciassem a eleição de Convenções estaduais especiais, que teriam espe cialm ente por missão apreciar o instrumento elaborado em Filadélfia, aceitando-o ou rejeitando-o. Surgiram graves dúvidas sôbre se o povo de Nova Y ork estava preparado para aceitar a Constituição propos ta. Devido à im portância de Nova York, possuidor de grande pôr- XI I ÊSTE HVRO rcH IB IG E A B I B L I O T E C A P Ú B L I C A to e situado quase ao meio da cadeia de Estados ao longo da costa do Atlântico, os que propunham a m udança concentraram todos os recursos para conseguir a ratificação dêsse estado decisivo. Alexan- der H am ilton, cidadão do Estado, conduziu a campanha. P ara o pro jeto de explicação aos eleitores da natureza da Constituição propos ta e para a exposição dos argumentos favoráveis à adoção, chamou em auxílio James M adison, da Virgínia, e John J ay>, de Nova York. Os três escreveram um a série de cartas, publicadas pela imprensa de Nova York. Êstes ensaios causaram forte impressão aos cidadãos do Estado. M as não é possível dizer se ganharam a vitória a favor da ratificação na convenção estadual. H am ilton, como delegado, foi bem sucedido em prol da nova Constituição em virtude de sua hábil liderança política. A judou-o grandem ente já a terem nove Estados ratificado quando a convenção estadual votou, sendo aquêle número suficiente para assegurar a im ediata realidade do govêrno nacional criado pela nova Constituição. Os ensaios publicados nos jornais de N ova York, todos assina dos por “Publius” , foram ràpidam ente reunidos em volume sob o tí tulo de “O Federalista” . -Desdeentão foram reconhecidos com o in terpretação contem porânea da Constituição de prim eira im portância e, além disso, como expressão insuperável da teoria política am erica na da época. D urante mais de século e meio as M emórias d’0 Fe deralista foram consultadas por estadistas, juizes e estudiosos da ciên cia política como fonte prim ária para compreensão da Constituição. Tais consultas parecem destinadas a continuar por futuro indefini do. N ão há obra alguma sôbre o pensam ento político am ericano que se aproxime em im portância das M emórias d’O Federalista. Consti tui profundo tratado de ciência política. John Jay escreveu sòmente cinco ensaios dentre os que apare ceram sob a assinatura de “Publius”. H avia servido na Revolução, fôra m inistro no estrangeiro, e voltando aos Estados Unidos tornou- se Secretário do Exterior para o Congresso da Confederação. James M adison, que escreveu quase metade, adquiriu experiência política prim eiram ente como m em bro do legislativo de Virgínia e mais tarde com o figura principal no Congresso da Confederação. A participa ção nos negócios políticos preparou-o para o papel im portante que representou na Convenção Constitucional. A lexander H am ilton, de cuja pena saiu mais de m etade dos ensaios de “Publius”, fôra jovem e brilhante ajudante de W ashington durante grande parte da Guer- XIII ra Revolucionária. Term inado o conflito, exerceu advocacia em Nova York. Agastado com a orientação nos negócios nacionais, achou tem po para representar papel im portante no movimento que term inou na convocação da Convenção Constitucional, à qual Nova ■ Y ork o en viou como delegado. Os três autores das M emórias d!0 Federalis- ta adquiriram fam a no govêrno instituído pela Constituição, para a qual tanto contribuíram. H am ilton tornou-se Secretário do Tesouro do presidente W ashington em período crítico das finanças nacionais. Jay serviu como prim eiro presidente da Côrte Suprema. M adison ele vou-se ao posto de Secretário de Estado e depois à Presidência. Atribuiu-se a autoria das várias memórias reimpressas nas pági nas a seguir conform e a indicaram os primeiros estudiosos, tendo-a modificado e corrigido o Dr. Douglas Adair, do Colégio William e Mary. Para o cidadão de qualquer outro país que lê a Constituição A m ericana pela prim eira vez, as M emórias d’0 Federalista oferecem esclarecimentos do significado de suas palavras e frases, conform e se deu com os eleitores de N ova Y ork em 1787-8. Simultaneamente proporcionam aos cidadãos americanos do século XX, quando os confronta algum problem a complicado de interpretação constitucio nal, certa visão do espírito e propósito dos homens que tom aram as sento na Convenção Constitucional bem com o da interpretação do significado dessa lei fundam ental por parte dos homens que viveram e escreveram ao tempo em que era elaborada. As Memórias d’0 F e deralista perduram como docum ento vivo, de relêvo como meio para se com preender o passado e tom ar decisões no presente. Estas se leções contêm a essência da grande série assinada por “Publius” . R a l p h H . G a b r ie l Yale University Dezembro 1953 XIV BIBLIOGRAFIA ESCOLHIDA The W orks o f Alexander H am ilton. Edição de John C. Hamilton. 7 vols. Nova York, 1850/51. — Editadas por H enry Cabot Lodge, 9 vols. Nova York, 1885/86. 2.a ed., 12 vols. Nova York, 1903. Jay, John, A n Address to the People o f the State o f N ew York, on the subject o f the Constitution Agreed Upon at Philadelphia, the 17th September 1787. N ova York, 1788. The Writings o f James M adison. Ed. de G aillard H unt., 9 vols. N ova York, 1900/10. Bassett, John Spencer. The Federalist System , 1789-1801. Nova Y ork, 1906. Bein, Alexander. Die Staatsidee Alexander H amiltons in ihrer Entste- hung und Entwicklung. M ünchen, 1927. Brant, Irving, James M adison, 3 vols. Indianápolis, 1941/50. Bryce, James. The Prediciions o f H am ilton and de Tocqueville. Bal- tim ore, 1887. Burns, E. M cNall, James M adison, Philosopher o f the Constitution. N ew Brunswick, N. J., 1938. Ford, Paul Leicester (ed .) A List o f Editions o f "The Federalist" Brooklyn, 1886. ------- Bibliography and Reference L ist o f the History and Literature Relating to the Adoption o f the Constitution o f the United States. 1787/88. Brooklyn, 1888. ------- Essays on the Constitution o f the United States, Published dur- ing its Discussion by the People, 1787-1788. Brooklyn, 1892. XV ------- Pamphlets on the Constitution o f the United States, Published during the Discussion by the People. Brooklyn, 1888. G erhard, W alter, Das politische System A lexander H am iltons 1789- 1804, H am burg, 1929. H unt, Gaillard, The L ife o f James M adison. N ova York, 1902. Jay, John. Correspondence between John Jay and H enry B. Dawson, and between James A . H am ilton and H enry B. Dawson, concern- ing the Federalist. N ova York, 1864. Kiesselbach, Wilhelm. D er amerikanische Federalist; politische Studien fü r die deutsche Gegenwart. Bremen, 1864. Lodge, H enry Cabot, “James M adison” in Historical and Political Essays. 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O assunto fala da própria im portância, com preendendo em suas conseqüências nada menos que a existência da União, a segurança e o bem -estar das partes que a com põem, o destino de um império a muitos respeitos o mais interessan te do m undo. Freqüentem ente tem-se observado que parece ter sido reservado ao povo dêste país, pela sua conduta e exemplo, resolver a im portante questão se as sociedades dos homens são realm ente ca pazes ou não de instituírem bom govêrno pela reflexão e escolha, ou se estão para sempre destinadas a depender de acidente e de fôrça para as suas constituições políticas. Se existe qualquer dose de verdade na observação, a crise a que chegamos pode apropria dam ente considerar-se com o a era em que ter-se-á de form ular tal decisão; e a má escolha do papel que devemos representar nesta oportunidade merece se considere com o infortúnio geral para a hu manidade. Esta idéia acrescerá os estímulos da filantropia aos do patriotis mo, no sentido de realçar a solicitude que todos os homens bons e ponderados devem sentir ante tal acontecimento. Será um a felicida de que a nossa escolha seja orientada por judiciosa estimativa de nossos verdadeiros interêsses, imparciais e não desorientados por con siderações que se não relacionem com o bem público. Todavia, é o que se deve desejar mais ardentem ente do que esperar sèriamente. ■ , , ■, - . > 3 O plnno que se oferece à nossa consideração afeta dem asiadamente muitos interêsses particulares, faz inovações em inúmeras instituições locais, mesmo que se não envolva em sua discussão um a variedade de objetivos estranhos aos seus méritos, e de opiniões, paixões e preconceitos pouco favoráveis à descoberta da v e rd a d e .. . . . . Sim, meus concidadãos, confesso-vos que, depois de ter-lhe dispensadoatenta consideração, sou claram ente de opinião que é de vosso interêsse adotá-lo. Estou convencido que êste é o caminho mais seguro para vossa liberdade, dignidade e felicidade. N ão simulo re servas que não sinto. N ão vos distrairei com um a aparência de de liberação quando tiver resolvido. Declaro-vos francam ente as minhas convicções e exibirei francam ente perante vós as razões em que se baseiam. A consciência das boas intenções desdenha a ambigüidade. Contudo, não multiplicarei protestos neste assunto. Os meus motivos têm de ficar guardados no imo do meu próprio peito. Os argum en tos serão franqueados a todos, e todos poderão julgá-los. Pelo m e nos havemos de oferecê-los com intenção tal que não prejudiquem a causa da verdade. Talvez julguem supérfluo oferecer argumentos para provar a uti lidade da União, ponto, sem dúvida, profundam ente gravado no co ração de grande grupo de pessoas em todos os Estados, e que é pos sível imaginar não conte com adversários. Entretanto, a verdade é que já estamos ouvindo m urm urar, em certos círculos dos que se opõem à nova Constituição, que os treze Estados são de extensão demasiado grande para qualquer sistema geral e que devemos neces sariamente recorrer a confederações separadas de porções distintas do todo. Com tôda probabilidade, propagarão esta doutrina gradualm en te, até que obtenha partidários em núm ero suficiente para apoiarem a sua franca admissão. Porquanto nada pode ser mais evidente, aos que são capazes de encarar a questão, com largueza de vistas, do que a alternativa de adotar-se a nova Constituição ou desmem brar- se a União. Será, portanto, útil com eçar examinando as vantagens des sa União, os males certos e os perigos prováveis a que todos os Estados ficarão expostos pela dissolução dela. . . (N .° 1). JA Y Quando o povo da A m érica refletir que ora o convocam para decidir questão que, por suas conseqüências, deverá revelar-se uma das mais im portantes das que até hoje lhe tom aram a atenção, tor- 4 nar-se-á evidente a conveniência de a encararem de m aneira muito inteligente tanto como muito séria. N ada mais certo do que a necessidade indispensável de govêr no, sendo igualmente inegável que, de qualquer m aneira e em qual quer ocasião em que seja constituído, o povo terá de ceder-lhe al guns dos seus direitos naturais a fim de investi-lo com os podêres ne cessários. M erece, portanto, considerar-se se contribuirá mais para o interêsse geral do povo da Am érica que se constitua, para tod fins, em um a nação única, sob um govêrno federal, <011 deva separar- se em confederações diversas, concedendo ao cheie cS&ç. uma^,' a mesma espécie de podêres que lhe aconselham atrfciy - a iM ú n ico - ' govêrno nacional. \ l t 3 1 A té ültim am ente admitiu-se como opinião aceitai e 'j£cont^)versa que a prosperidade do povo da Am érica dependia de ttA tin lja r fir- memente unido, e os desejos, súplicas e esforços dos tiossis cftftdãos mais sensatos e melhores têm-se dirigido constantem ante u e s O sen tido. Todavia, surgem agora políticos que insistem e i i Wire tüt^opi- T nião é errônea, e que, ao invés de procurarm os segu|aítçá e flplici- 1 dade na união, devemos procurá-la na separação dol ^ j ta d c ^ e m confederações distintas ou soberanias diferentes. P or Vnaisj extraor dinária que pareça esta nova doutrina, há, contudo, quegi^a Vdjvo- gue; e certos caracteres que, anteriorm ente, se lhe o p u n ^ jn 'forte mente, contam-se agora entre os que a favorecem. SejamV os argumentos ou os móveis que provocaram essa m udança nas opi niões e afirmações dêsses senhores, com tôda certeza não seria sen sato para o povo em geral adotar essa nova doutrina política sem estar inteiramente convencido de que se baseia na verdade e em po lítica judiciosa. Foi-me agradável m uita vez observar que a Am érica indepen dente não se com punha de territórios destacados e distantes, mas que um país unido, fértil, vasto, era o quinhão de nossos filhos ociden tais da liberdade. Abençoou-o a Providência de m aneira particular com variedade de solos e de produtos, e regou-o com inúmeras tor rentes, para prazer e acomodação dos seus habitantes. Sucessão de águas navegáveis forma-lhe um a espécie de cadeia em tôrno aos li mites como se para m elhor uni-lo, enquanto os mais nobres rios do mundo, correndo a distâncias convenientes, patenteiam-lhes vias para fácil com unicação de auxílios amistosos e mútuo transporte e tro ca dos variados produtos. 5 Com igual prazer observei m uita vez que a Providência teve por bem conceder êste país unido a um povo único — descendente dos mesmos antepassados, falando a mesma língua, professando a mesma religião, afeiçoado aos mesmos princípios de govêrno, de m aneiras e costumes muito semelhantes, e que, pelos propósitos, armas, e esfor ços conjugados, com batendo lado a lado no curso de guerra longa e sangrenta, estabeleceu nobremente a liberdade geral e a indepen dência. Êste país e êste povo parece terem sido feitos um para o outro, e afigura-se ter sido desígnio da Providência que herança tão apro priada e conveniente a um bando de irmãos, unidos uns aos outros pelos mais fortes laços, não viesse nunca a separar-se em certo nú m ero de soberanias intratáveis, rivais e estranhas. Até hoje prevaleceram, em nosso meio, sentimentos semelhantes entre indivíduos de tôdas as categorias e denominações religiosas. T e mos sido uniform em ente um povo só para todos os objetivos gerais — cada cidadão gozando individualmente, por tôda parte, dos mes mos direitos, privilégios e proteção nacionais. N a qualidade de nação fizemos guerra e paz; nessa qualidade vencemos inimigos comuns; formamos igualmente alianças e firm amos tratados e celebramos vá rios acordos e convenções com Estados estrangeiros. . . Vale notar que não só o primeiro, mas todos os congressos su cessivos, assim como a recente Convenção, juntaram -se invariàvelmen- te ao povo em pensar que a prosperidade da Am érica dependia da sua união. Preservá-la e perpetuá-la, tal o grande objetivo do povo ao instituir esta Convenção, e tal também o grande objetivo do plano que a Convenção lhe aconselhou adotasse. Por conseguinte, com que conveniência ou para que bons propósitos fazem alguns homens ten tativas neste período particular visando a depreciar a im portância da União? Ou por que se sugere seriam preferíveis três ou quatro confederações ao invés de um a só? Em meu próprio espírito estou persuadido que o povo sempre estêve com a razão neste assunto e que a sua fidelidade universal e uniform e à causa da U nião repousa em motivos im portantes e ponderosos, que me esforçarei por desen volver e explanar em algumas memórias posteriores. Os que apóiam a idéia de substituir-se ao plano da Convenção certo núm ero de con federações distintas, parece preverem claram ente que a sua rejeição faria incorrer a continuação da União no m aior perigo. Tal seria o caso com tôda certeza, e desejo sinceramente que qualquer bom ci 6 dadão possa prever com igual clareza, que, no m om ento em que se dissolver a União, a Am érica terá razões para exclamar, nas pa lavras do poeta: “Adeus, um grande adeus a tôda a m inha gran deza!” (N .° 2 ) . H A M ILTO N : U m a U nião sólida será da m aior im portância para a paz e a li berdade dos Estados, à guisa de barreira contra facção e insurrei ção internas. k, Entretanto, a ciência da política, a exemplo de mui tas outras, tem experim entado grandes aperfeiçoamentos. Presente m ente compreende-se à eficiência de diversos princípios que ou não eram conhecidos de modo algum ou os antigos somente conheciam imperfeitamente. A distribuição regular do poder em departamentos distintos, a introdução de contrapesos e controles legislativos, a ins tituição de tribunaiscompostos de juizes que conservam o cargo en quanto procedem bem, a representação do povo no legislativo por deputados por êle mesmo eleitos, constituem descobertas inteiramente novas ou progrediram principalm ente no sentido da perfeição nos tempos modernos., São meios e bem poderosos, mediante os quais po dem manter-se as vantagens do govêrno republicano e dim inuir ou evitar-lhe as imperfeições. A esta relação de circunstâncias que tendem ao aperfeiçoam ento dos sistemas populares de govêrno civil, abalan- çar-me-ei, por mais estranho que pareça a algumas pessoas, a adicio nar mais uma, sôbre um princípio que se tornou a base de objeção à nova Constituição; refiro-me à ampliação da órbita dentro da qual tais sistemas têm de girar, quer em relação às dimensões de um úni co Estado, quer em relação à consolidação de vários Estados meno res em uma grande C onfederação. . . T ão longe estão as sugestões de M ontesquieu de se oporem a uma U nião geral dos Estados que êle trata explicitamente de uma “República Confederada” como meio de am pliar a esfera do govêr no popular e conciliar as vantagens da m onarquia com as da forma republicana. Diz êle: É muito provável que os homens se vissem obrigados afinal a viver constantemente sob o govêrno de uma única pessoa se não houvessem imaginado uma espécie de constituição que possui tôdas as vantagens internas da república, juntamente com a fôrça externa de govêrno monárquico. Quero referir-me à “República Confederada”. 7 Esta forma de govêrno consiste em uma convenção por meio da qual vários Estados menores concordam em se tornar membros de outro maior que tencionam constituir. É uma espécie de reunião de sociedades para form ar outra nova, suscetível de aumentar, mediante novas associações, até atingir a tal grau de poder que a torne capaz de prover à segurança do conjunto de todos êles. República desta espécie, capaz de resistir a fôrças externas, sus- tenta-se sem qualquer corrupção interna. A forma dessa sociedade evita tôda maneira de inconvenientes. Se um dos membros tentasse usurpar a autoridade suprema, não seria possível supor tivesse a mesma autoridade e crédito em todos os Estados confederados. Se tivesse autoridade demasiado grande sôbre um dêles, os restantes ficariam alarmados. Se dominasse uma parte, aquela que ainda estivesse livie opor-se-ia com fôrças inde pendentes das que houvesse usurpado e o subjugaria antes que pu desse consolidar-se na usurpação. Se em um dos Estados confederados irrompesse qualquer insur reição, os outros estariam em condições de reprimi-la. Se em uma parte se introduzissem abusos, a que estivesse dêles isenta a corrigi ria. O Estado pode destruir-se por um lado e não por outro; a con federação pode dissolver-se e os Estados confederados podem conser var a soberania. Como êste govêrno compõe-se de pequenas repúblicas, goza da felicidade interna de cada um; e quanto à situação externa, possui, por meio da associação, tôdas as vantagens das grandes monarquias." * Julguei conveniente citar por inteiro estas passagens interessan tes porque contêm luminoso resum o dos principais argumentos a fa vor da União, devendo rem over eficazmente as impressões falsas que a m á aplicação de outras partes da obra estava destinada a causar. A o mesmo tem po têm ligação íntim a com o objetivo mais imediato desta memória, que é dem onstrar a tendência da U nião no sentido de reprim ir facções ou insurreições internas. Suscitou-se certa distinção, mais sutil do que exata, entre con federação e consolidação dos Estados. Diz-se que a característica essencial da prim eira é a restituição da sua autoridade aos membros na capacidade coletiva, sem que alcance os indivíduos de que se com põe. Sustenta-se que o conselho nacional não se deve ocupar de qual quer objetivo que diga respeito à adm inistração interna. Tem-se tam bém insistido na exata igualdade de sufrágio entre os membros como sendo feição proem inente do govêrno confederado. Êsse modo de pensar é, essencialmente, arbitrário; não lhe vêm em apoio nem prin * Espírito das Leis, I, Liv. IX, Cap. I. 8 cípio nem precedente. De fato tem acontecido que governos desta es pécie tenham funcionado geralmente pela maneira que a distinção acima form ulada lhe supõe inerente à natureza; mas na m aior parte dêles têm havido extensas exceções a tal prática, o que serve para provar, até onde pode chegar o exemplo, não existir no assunto qual quer regra absoluta. E dem onstrar-se-á claramente no curso desta in vestigação que, onde o princípio que se procura sustentar predominou, provocou incurável desordem e imbecilidade no govêrno. A definição de “república confederada” parece simplesmente ser “reunião de sociedades” ou associação de dois ou mais Estados e m um único. A extensão, as modificações e os objetivos da autoridade federal são simples questões de discrição. Enquanto não se abolir a organização distinta dos Estados-membros, enquanto ela existir, e m virtude de necessidade constitucional, para fins locais, em bora em perfeita subordinação à autoridade geral da União, seria ainda, de fato e em teoria, associação de estados ou confederação. A Consti tuição proposta, longe de implicar em a abolição dos governos esta duais, torna-os partes constitutivas da soberania nacional, permitindo- lhes direta representação no Senado, deixando-os na posse de certas porções do poder soberano exclusivas e de grande relêvo. Estas con dições correspondem, no inteiro significado racional dos seus têr- mos, à idéia de govêrno federativo. . . (N .° 9 ). M ADISON: Entre as numerosas vantagens prometidas por U nião bem cons tituída, a que, sôbre as demais, merece m aior consideração é a ten dência para invalidar e controlar a violência da facção. O amigo dos governos populares não sente nunca inquietação mais intensa pelo caráter e destino dêles do que quando lhes contem pla a propensão para êsse vício perigoso. Por conseguinte, não deixará de atribuir o devido valor a qualquer plano que, sem violar os princípios a que se apega, proporcione remédio conveniente para semelhante mal. Ins tabilidade, injustiça e confusão introduzidas nos conselhos públicos constituíram, na verdade, os males m ortais que conduziram , por tôda parte, ao desaparecim ento dos governos populares, visto como con tinuam a ser os tópicos favoritos e prolíficos de que os adversários da liberdade derivam as declamações mais capciosas. Com tôda certe za jamais serão suficientemente admirados os melhoram entos valiosos 9 introduzidos pelas constituições am ericanas nos modelos populares, não só antigos com o modernos, mas seria parcialidade injustificável sus tentar-se terem obviado com igual eficácia o perigo por êste lado como se desejava e esperava. Os cidadãos mais virtuosos e circuns pectos form ulam queixas por tôda parte, bem como os amigos da lealdade pública ou privada e da liberdade pública ou pessoal, com relação à instabilidade de nossos governos, à falta de atenção ao bem público nos conflitos entre partidos rivais, tomando-se medidas mui am iudam ente não conform e às regras da justiça e aos direitos do partido m inoritário, mas pela fôrça superior de maioria interes sada e predominante. P or mais ansiosamente que desejemos serem tais queixas infundadas, a prova de fatos conhecidos não nos per m itirá negar serem até certo ponto verdadeiras. Verificaremos, na verdade, se observarmos francam ente a nossa situação, que alguns dos males que nos afligem foram erroneam ente atribuídos às ativi dades dos nossos governos; mas verificaremos tam bém ao mesmo tem po que outras causas não só explicam muitos dos nossos males mais graves, mas em particular a falta de confiança dominante e crescen te em compromissos públicos e a inquietação pelosdireitos privados, que encontram eco de um a outro lado do continente. Estas devem ser principalmente, senão totalmente, efeitos da instabilidade e injus tiça com que certo espírito faccioso maculou as nossas adm inistra ções públicas. Entendo por facção certo núm ero de cidadãos, seja em maioria ou minoria do todo, unidos e atuados por algum impulso com um de paixão ou de interêsse, contrário aos interêsses de outros cidadãos ou aos interêsses permanentes e agregados da comunidade. H á duas m aneiras de curar os malefícios da facção: uma, afas tando as causas; outra, controlando os efeitos. H á, igualmente, duas maneiras de afastar as causas de facção: uma, pela destruição da liberdade, essencial à sua existência; outra, dando-se a todos os cidadãos as mesmas opiniões, as mesmas pai xões e os mesmos interêsses. N ão se poderia dizer mais verdadeiram ente do prim eiro remé- dic senão que é pior que a moléstia. A liberdade é para a facção o que o ar é para o fogo, alimento sem o qual instantaneamente ex pira. Mas não poderia ser m enor loucura abolir a liberdade, essen cial à vida política, porque alimenta a facção, do que seria desejar 10 a supressão do ar, essencial à vida animal, porque confere ao fogo poder destruidor. O segundo expediente é tão impraticável como o prim eiro é insensato. Enquanto a razão hum ana continuar falível, tendo o ho mem liberdade para utilizá-la, formar-se-ão opiniões diferentes. En quanto existirem elos entre a razão e o am or próprio, opiniões e pai xões exercerão influência recíproca umas sôbre as outras, e as pri meiras serão os objetos a que as últimas se entregarão. A diversida de das faculdades do homem, da qual se origina o direito de pro priedade, não é obstáculo menos insuperável à uniform idade de inte rêsses. O prim eiro objetivo do govêrno é a proteção dessas faculda des. Da proteção de faculdades diferentes e desiguais para adquirir propriedade, resulta imediatam ente a posse de graus e espécies dife rentes de propriedade; e da influência destas sôbre os sentimentos e opiniões dos respectivos proprietários resulta a divisão da socieda de em interêsses e partidos diferentes. As causas patentes de facção estão assim semeadas em a na tureza do homem, e por tôda parte as vemos encam inhadas a graus diferentes de atividade, conform e as circunstâncias diferentes da so ciedade civil. Zêlo por opiniões diferentes com relação à religião, ao govêrno e muitos outros assuntos, tanto especulativos como práti cos; apêgo a líderes diferentes que lutam ambiciosamente por pre- eminência e poder, ou a indivíduos de outras inclinações cuja sorte despertou interêsse nas paixões hum anas, dividiram, por sua vez, os homens em partidos, inflamaram -nos de animosidade m útua, tornan do-os muito mais inclinados a molestar e oprim ir ao próximo do que a cooperar para o bem comum. Tão forte é esta inclinação dos ho mens a entregarem-se a animosidade m útua que, se não se apresen tar oportunidade real, as distinções mais frívolas e imaginosas têm sido suficientes para inflamar-lhes paixões inamistosas e levá-los aos conflitos mais violentos. Todavia, a fonte mais comum e duradou ra de facções tem sido a distribuição desigual e diversa da proprie dade. Os que têm e os que não têm propriedade sempre form aram interêsses distintos na sociedade. Os credores e os devedores colocam- se sob discriminação semelhante. Interêsse pela terra, interêsse pela fabricação, interêsse mercantil, interêsse de dinheiro, e muitos outros interêsses menores, surgem necessariamente em uma sociedade civi lizada, separando-a em classes diferentes, impelidas por sentimentos e opiniões diferentes. A regulação dêsses interêsses diversos e con- 11 Iraililórios constitui a tarefa principal da legislação m oderna, in tro duzindo o espírito de partido e de facção nas operações ordinárias c necessárias do govêrno. A ninguém é permitido julgar em causa própria porque o in terêsse próprio lhe desviaria o julgamento e mui provàvelmente lhe corrom peria a integridade. Por igual razão, senão maior, um grupo não pode ser juiz e parte ao mesmo tempo; entretanto, o que vêm a ser muitos dos atos mais importantes da legislação senão outras tantas resoluções judiciais, que não dizem respeito aos direitos de in divíduos isolados, mas aos de grandes grupos de cidadãos? E o que são as diversas classes de legisladores senão advogados e partes nas causas que resolvem? Trata-se de lei form ulada relativamente a dí vidas particulares? Ê questão em que os credores são partes de um lado, e os devedores, de outro. A justiça tem de m anter o equilí brio entre êles. Contudo, os partidos são e devem ser os próprios juizes, e o partido mais numeroso ou, em outras palavras, a facção mais poderosa, espera-se, deverá predom inar. Devem proteger-se os fabricantes nacionais, e até que ponto, por meio de restrições contra os fabricantes estrangeiros? são perguntas a que responderiam dife rentem ente as classes de proprietários e de fabricantes, e provàvelm en te nem um a nem outra levando somente em conta a justiça e o bem público. O lançam ento de impostos sôbre os vários tipos de proprie dades constitui ato que parece exigir a imparcialidade mais rigoro sa, entretanto, não existe, talvez, qualquer ato legislativo em que se proporcionem maior oportunidade e tentação ao partido dom inante para calcar aos pés as regras da justiça. Cada xelim com que so brecarregam os que estão por baixo é um xelim que economizam para o próprio bôlso. Em vão se diz que estadistas esclarecidos serão capazes de ajus tar êsses interêsses em choque, sujeitando-os todos ao bem público. Nem sempre estarão no leme estadistas esclarecidos. Nem, em mui tos casos, poder-se-á fazer de qualquer maneira tal ajustamento le vando-se em conta considerações indiretas e rem otas, que raram en te prevalecerão sôbre o interêsse imediato que um partido possa ter em desprezar os direitos de outro ou o bem de todos. A conclusão a que chegamos é que não é possível afastar as causas de facção, só se podendo procurar rem édio nos meios de controlar os efeitos. 12 Se a facção constitui minoria, o princípio republicano fornece o remédio, tornando possível à m aioria derrotar-lhe os propósitos si nistros por meio do voto regular. Poderá em baraçar a adm inistra ção, convulsionar a sociedade; mas não terá fôrças para levar a efeito a violência e m ascará-la sob as form as da constituição. Se a m aioria faz parte de um a facção, a form a de govêrno popular per mite-lhe, por outro lado, sacrificar à paixão do mando ou ao in terêsse não só o bem público mas os direitos dos outros cidadãos. Assegurar o bem público e os direitos privados contra o perigo de semelhante facção e, ao mesmo tempo, preservar o espírito e a for m a do govêrno popular, torna-se o grande objetivo visado pelas nos sas investigações. Deixem-me ajuntar que é êste o grande objetivo capaz de salvar esta form a de govêrno do opróbrio sob u.iijuul 11.i~u sofrido por tanto tempo, recomendando-se à estima e |d ã j |o homens. \ . f j | : Quais os meios para se conseguir êsse objetivo? EviaeijíBmeAt^ somente por um ou outro dos seguintes: ou será precisp \-ifnpedÇn a existência da mesma paixão ou interêsse simultâneamenèe u^zu maioria; ou a maioria, esposando semelhante paixão ou in teresse^têx til de tornar-se, pelo núm ero e pela situação local, incapaz dà com biC) nar e levar a efeito planos de opressão. Se se perm itir cAirfcSiamí^ impulso e oportunidade, sabemos bem que nem motivos rllifciàos nem normais merecerão a nossa confiança como controle adequado. N ão controlarão a injustiça e a violência dos indivíduos e plrd à eficácia em proporção ao núm ero de interessados, isto é, e i porção à necessidade de sua eficácia. \ Destaanálise da questão pode concluir-se que um a demo^j^gjap pura, pelo que desejo significar sociedade que consista de pequeno iiúmero de cidadãos que se reúnam e administrem o govêrno em pessoa, não é suscetível de adm itir cura aos malefícios de facção. Paixão ou interêsse com um dom inará, em quase todos os casos, a m aioria do conjunto; com unicação e acôrdo resultam da própria for ma de govêrno, e nada haverá que impeça os incentivos ao sacrifí cio do partido mais fraco ou do indivíduo incômodo. D aí terem-se revelado sempre tais dem ocracias espetáculos de turbulência e contro vérsia, mostrando-se sempre incompatíveis com a segurança pessoal ou com os direitos de propriedade, tendo sido, em geral, tão curtas de vida como violentas de morte. Políticos teóricos que patrocinaram esta espécie de govêrno supuseram erroneam ente que, reduzindo os 13 homens a perfeita igualdade nos direitos políticos, êstes ficariam , si- multâneam ente, perfeitam ente igualados e assimilados nas posses, opiniões e paixões. Um a república, com o que quero significar govêrno no qual se realiza o esquema de representação, patenteia perspectiva diferente e prom ete o remédio que buscamos. Permitam-nos exam inar os pontos em que diverge da dem ocracia pura, e ficaremos em condições de com preender não só a natureza do rem édio mas a eficácia que terá de derivar da União. Os dois grandes pontos de diferença entre a democracia e a re pública são: primeiro, a delegação do govêrno, nesta última, a pe queno núm ero de cidadãos eleitos por todos; em segundo lugar, o m aior núm ero de cidadãos e a m aior extensão do país sôbre o qual se dilatará o govêrno. O efeito da prim eira diferença está em que, por um lado, se apuram e ampliam as opiniões públicas fazendo-as passar através de um grupo escolhido de cidadãos cujo saber discernirá m elhor o verdadeiro interêsse do país, e cujo patriotism o e am or à justiça serão provàvelmente menos capazes de sacrificá-lo a considerações tem po rárias ou parciais. Com semelhante organização, pode muito bem acon tecer que a voz do público, emitida pelos representantes do povo, fi que mais de acôrdo com o bem público do que se pronunciada pelo próprio povo, especialmente convocado. Por outro lado, pode inver ter-se o efeito. Homens de tem peram ento faccioso, de preconceitos locais, ou de desígnios sinistros poderão, por intriga, corrupção ou outros meios, obter prim eiram ente os sufrágios e, em seguida, trair òs interêsses do povo. Resta resolver se são mais favoráveis repú blicas pequenas ou extensas à eleição dos guardiães apropriados do bem público; e esta questão se resolve claram ente a favor da últi m a hipótese, em virtude de duas considerações evidentes: Em prim eiro lugar, deve observar-se que, por m enor que seja a república, os representantes têm de elevar-se a certo número a fim de prevenir os conluios de poucos, e que, por m aior que seja, deve limitar-se êsse número com o fito de impedir a confusão de um a multidão. Segue-se, portanto, que, não sendo nos dois casos o nú mero de representantes proporcional aos eleitorados respectivos, mas proporcionalm ente m aior na república m enor, se a proporção de ca racteres apropriados não fôr m enor na república maior do que na m enor, a prim eira apresentará m aior opção e, em conseqüência, m aior 14 probabilidade de escolha adequada. Em segundo lugar, com o cada representante será escolhido poi m aior núm ero de cidadãos na república grande do que na pequena, será mais difícil aos candidatos indignos praticarem com êxito as ar tes viciosas empregadas por demais freqüentem ente nas eleições; e sendo mais livres os sufrágios do povo, concentrar-se-ão mais provà- velmente em homens que possuam mérito mais atraente e caráter mais difuso e sólido. Deve confessar-se que, nesse caso, como em muitos outros, exis te um meio têrm o, em ambos os lados do qual ver-se-á que residem os inconvenientes. Ampliando-se dem asiadam ente o núm ero de elei tores, o representante fica demasiadamente pouco em contato com tôdas as circunstâncias locais e menores interêsses do eleitorado; re duzindo-o demasiadamente, êle ficará indevidamente ligado a êstes e dem asiadam ente pouco adequado a com preender e a perseguir objeti vos grandes e nacionais. A Constituição federal institui feliz combi nação a êste respeito: reportando-se os interêsses grandes e agrega dos ao legislativo nacional e os interêsses locais e particulares aos le gislativos estaduais. O outro ponto de diferença consiste no maior núm ero de cida dãos e na extensão de território que é possível submeter à esfera de ação do govêrno republicano em com paração ao dem ocrático: e é principalm ente esta circunstância que torna menos temíveis as com binações facciosas na prim eira do que na última. Quanto m enor a sociedade, tanto m enor será provàvelmente o núm ero de partes e in terêsses distintos que a compõem; quanto m enor o núm ero de par tes e interêsses distintos, tanto mais freqüentem ente se encontrará um a m aioria do mesmo partido; e quanto m enor o núm ero de indi víduos que compõem a maioria, e m enor o círculo dentro do qual se colocam, tanto mais fàcilmente com binarão e levarão a efeito os planos de opressão. Dilate-se o círculo e ver-se-á nêle incluída maior variedade de partidos e de interêsses; tornar-se-á menos provável tenha um a m aioria do conjunto motivo comum para invadir os direitos de outros cidadãos; ou se existir semelhante motivo comum, será mais difícil para todos quantos o sentem descobrir a própria fôrça e atuar em uníssono uns com os outros. Além de outros obstáculos, pode observar-se que, onde houver consciência de propósitos desonestos ou injustos, a desconfiança impede sempre a com unicação em proporção ao núm ero cujo acôrdo é necessário. 15 Conclui-se daí claram ente que a mesma vantagem da repúbli ca sôbre a dem ocracia no controle dos efeitos da facção tam bém cabe à república grande sôbre a pequena — cabe igualmente à União sôbre os Estados que a compõem. Consistirá a vantagem na substi tuição de representantes cujas opiniões esclarecidas e sentimentos* vir tuosos os tornam superiores aos preconceitos locais e aos planos de injustiça? N ão se negará que a representação da U nião mui prova velmente possuirá os dotes exigidos. Consistirá na maior segurança por maior variedade de partidos, contra a possibilidade de certo p ar tido ser capaz de exceder em núm ero, oprimido o resto? De igual m a n e ira . a variedade m aior de partidos com preendidos pela União aum enta essa' segurança. Consistirá, finalmente, nos obstáculos m aio res que se opõem ao acôrdo e realização dos desejos secretos de m aioria injusta e interessada? Neste ponto ainda a extensão da União dá-lhe a vantagem mais palpável. A influência de líderes facciosos pode acender um a cham a den tro dos respectivos Estados, mas não será capaz de espalhar um a con flagração geral através de outros Estados. Seita religiosa pode dege nerar em facção política em um a parte da Confederação, mas a va riedade de seitas dispersas sôbre a superfície inteira dela deverá garantir os conselhos nacionais contra qualquer perigo desta origem. A fúria pela emissão de papel-moeda, pela abolição das dívidas, pela divisão igual da propriedade, ou por qualquer outro projeto im próprio ou maléfico terá menos possibilidade de perverter o cor po inteiro da U nião do que a certo membro dela, na mesma p ro porção em que tal moléstia mais provàvelmente atacará um conda do ou distrito do que a um Estado inteiro. N a extensão e na estrutura própria da União, portanto, enxer gamos remédio republicano para as moléstias mais peculiares ao go vêrno republicano. E de acôrdo com o grau de prazer e orgulho que sentimos em ser republicanos deve ser onosso zêlo em alim entar o espírito e sustentar o caráter dos Federalistas. (N .° 10). 16 . . . Os principais objetivos a que visa a tes: defesa com um dos membros, preservação em relação a convulsões internas quanto a atai H A M ILTO N : 2. Necessidade de govêrn com o poder de governar ção do comércio com outras nações e entre os E stddoa^su^^ in ten - dência das relações, políticas e comerciais, com oa £/f$ses estran- Os podêres essenciais à defesa com um são os seguintes: recrutar exércitos, construir e equipar arm adas, prescrever regras para a direção daqueles e destas, orientar-lhes as operações, prover- lhes sustento. Tais podêres devem existir sem limitação por ser im possível prever ou definir a extensão e variedade das exigências na cionais ou a extensão e variedade correspondentes dos meios indis pensáveis a satisfazê-las. São infinitas as circunstâncias que põem em perigo a segurança das nações, e por êsse motivo é impossível a imposição de peias constitucionais ao poder, ao qual incumbe zelar por ela. Êsse poder deve ser coextensivo com tôdas as combinações possíveis de tais circunstâncias, ficando sob a direção dos mesmos conselhos designados para presidir à defesa comum. Trata-se de um a dessas verdades que, para o espírito correto e imparcial, traz consigo a própria prova; argumentos e raciocínios podem obscurecê-la mas não a tornam mais claras. Baseia-se em axio mas tão simples quanto universais: os meios devem ser proporcionais aos fins; as pessoas de cuja ação se espera a consecução de qual quer fim devem dispor dos meios pelos quais o atingem . . . Se forem tais as circunstâncias do nosso país que exijam go vêrno composto ao invés de simples, confederado ao invés de úni co, o ponto essencial que fica por ajustar será a discriminação dos geiros. V.. objetivos, tanto quanto fôr possível realizá-la, a qual terá de caber às diversas províncias ou departam entos do poder, permitindo-se a cada um os mais amplos podêres para se desempenhar das incum bências que lhe caibam. Atribuir-se-á à União a guarda da segu rança comum? Serão necessários para isso armadas, exércitos e 'f u n dos? O govêrno da União deve ter podêres para prom ulgar tôdas as leis e fazer todos os regulamentos que lhes digam respeito. O mes m o deverá acontecer com relação ao com ércio e a qualquer outro assunto a que lhe seja permitido estender a própria jurisdição. Será a ministração da justiça entre os cidadãos o campo próprio dos go vernos locais? Êstes terão de possuir todos os podêres que entendem com êste objetivo e com qualquer outro que se atribua ao conheci mento e direção particulares dêles. Deixar de atribuir, em cada caso, um grau de poder correspondente ao fim im portaria em violar as regras mais evidentes de prudência e conveniência e entregar im prudentem ente os grandes interêsses da nação a mãos incapazes de geri-los com vigor e êxito. Quem mais competente para tom ar medidas a favor da defesa pública senão o organismo a que se confia a guarda da sogurança pública, o qual, como centro de inform ação, com preenderá melhor a extensão e a urgência dos perigos que am eaçam, e na qualidade de representante do todo, sentir-se-á mais profundam ente interessado na preservação de cada um a das partes; que, devido à responsabi lidade em que im porta o dever a êle atribuído, perceberá mais in tensamente a necessidade de esforços apropriados; e que, pela exten são da própria autoridade através dos Estados, é o único capaz de estabelecer uniform idade e acôrdo nos planos e medidas por meio dos quais será possível garantir a segurança comum? N ão seria m a nifestamente incongruência atribuir ao govêrno federal a incum bên cia da defesa geral e abandonar aos governos estaduais os podêres efetivos por meio dos quais será possível realizá-la? N ão será a falta de cooperação a conseqüência infalível de semelhante sistema? E não o acom panharão inevitàvelmente a fraqueza, a desordem, a in devida distribuição dos encargos e calamidades da guerra, o aum en to desnecessário e intolerável das despesas? N ão colhemos inequí voca experiência dos seus efeitos no curso da Revolução que há pouco terminamos? Qualquer m aneira por que encaremos a questão, na posição de investigadores imparciais da verdade, servirá para nos convencer que 18 é a um tempo insensato e perigoso negar ao govêrno federal podê- res ilimitados com relação aos objetivos que lhe são confiados. M e recerá, na verdade, por parte do povo a atenção mais vigilante e cuidadosa o fazer com que se institua o poder federal de tal ma neira que se torne possível investi-lo com segurança das faculdades necessárias. Será preciso rejeitar qualquer plano que tenha sido ou venha a ser oferecido à nossa consideração que, submetido a ins peção imparcial, não corresponda a estas exigências. Govêrno, cuja instituição o torne inadequado a que se lhe confiem todos os po dêres que um povo livre deve delegar a qualquer govêrno, seria de positário inseguro e im próprio dos interêsses nacionais. Sempre que fôr possível confiá-los convenientemente, os podêres concomitantes poderão acompanhá-Zos com segurança. Tal o verdadeiro resultado de qualquer raciocínio justo sôbre a questão. E os adversários do plano prom ulgado pela Convenção estão na obrigação de se lim itar a provar que a estrutura interna do govêrno proposto era tal que o tornava indigno da confiança do povo. N ão deveriam ter diva gado em declarações inflamadas e sofismas frívolos com respeito à extensão dos podêres. Os podêres não são demasiado extensos para os objetivos da adm inistração federal, ou, em outras palavras, para a gestão dos nossos interêsses nacionais, nem é possível form ular qual quer argumento satisfatório para dem onstrar que se pode acusá-los de semelhante excesso. Se fôr verdade, com o houve quem insinuasse dentre os escritores a favor do lado contrário, que a dificuldade re sulta da natureza da própria questão, e que a extensão do país não nos perm itirá constituir govêrno a que se possam confiar com se gurança podêres tão amplos, provar-se-ia que devêramos lim itar as nossas pretensões, lançando mão do expediente de confederações se paradas que se movessem dentro de círculos mais praticáveis. Por quanto será constantemente evidente o absurdo de confiar-se ao go vêrno a direção dos interêsses nacionais mais essenciais sem ousar entregar-lhe os podêres indispensáveis à gestão adequada e eficiente. Não tentemos conciliar contradições, mas abracemos firm em ente a alternativa racional. . . (N .° 23). H A M ILTO N : Dificilmente seria de esperar que, em uma revolução popular, o espírito dos homens se detivesse nesse feliz meio têrm o que assinala os limites salutares entre o poder e o privilégio, com binando a ener 19 gia tio governo com a segurança dos direitos privados. A deficiência nesta questão delicada e im portante dá origem aos inconvenientes que experimentamos, e se não tivermos a cautela de evitar a repetição do êrro nas tentativas futuras no sentido de retificàr e m elhorar o nosso sistema passaremos de um projeto quimérico a outro; ex perim entaremos m udança após mudança, mas provavelmente não in troduziremos nunca qualquer alteração im portante para melhor. A idéia de restringir o poder legislativo quanto aos meios de prover à defesa nacional constitui um dêsses requintes que se ori ginam de zêlo pela liberdade mais ardente do que esclarecido. Vi mos, contudo, que até o momento não prevaleceu extensamente — que, mesmo neste país, onde apareceu pela prim eira vez, a Pen- silvânia e a Carolina do N orte foram os únicos Estados que o pa trocinaram até certo ponto, tendo todos os outros recusado dar- lhe o m enor apoio, julgando sensatamente ser preciso colocar a con fiança em algum lugar;que a necessidade de assim fazer está con tida no próprio ato da delegação de podêres; e que é m elhor ar riscar-se ao abuso dessa confiança a em baraçar o govêrno e fazer perigar a segurança pública por meio de restrições inoportunas à autoridade legislativa. Os que se opõem à Constituição proposta com batem, neste particular, a decisão geral da América, e ao invés de aceitarem o ensinamento da experiência, com relação à conveniên cia de corrigirem-se os extremos em que incorrem os até agora, pa recem dispostos a conduzir-nos a outros ainda mais perigosos e mais extravagantes. Como se achassem o tono do govêrno por demais elevado ou rígido, as doutrinas por êles ensinadas estão talhadas a induzir-nos a deprimi-lo ou relaxá-lo por expedientes que, em outras ocasiões, foram condenados ou proibidos. Pode afirmar-se sem a imputação de invectiva que, se os princípios por êles apregoados sôbre diversos assuntos fôssem aceitos ao ponto de se tornarem credo popular, fariam com que o povo dêste país ficasse inteira m ente incapacitado para qualquer espécie de govêrno que fôsse. To davia não é de temer-se perigo dessa natureza. Os cidadãos da A m é rica possuem discernimento suficiente para não se deixarem levar à anarquia. E me enganaria muito se a experiência não tivesse gra vado no espírito público convicção profunda e solene de como é essencial a m aior energia do govêrno para o bem-estar e a prospe ridade da comunidade. 20 N ão será fora de propósito nesta ocasião cham ar concisamente a atenção para a origem e o progresso da idéia que visa à exclusão de estabelecimentos militares em tempo de paz. Em bora tal idéia se apresente a espíritos especulativos quando consideram a natureza e a tendência de semelhantes instituições, corroboradas pelos acon tecimentos que se verificaram em outros países e em outras épocas, entretanto deve-se filiá-los aos hábitos de pensar que herdamos da nação da qual se originaram em geral os habitantes dêstes Estados. N a Inglaterra, por muito tempo depois da conquista norm anda, os podêres do m onarca eram quase ilimitados. G radualm ente foram- se abrindo brechas na prerrogativa, a favor da liberdade, prim eira mente devidas aos barões, em seguida ao próprio povo, até que se lhe extinguiu a maior parte das pretensões mais formidáveis. Mas foi somente com a Revolução de 1688, que elevou ao trono o P rín cipe de Orange, que a Inglaterra viu a liberdade inteiramente triun fante. Como inerente ao poder indefinido de fazer guerra, p rerro gativa reconhecida da Coroa, Carlos II havia mantido por autori dade própria, perm anentem ente, em tempo de paz, um corpo de 5 .0 0 0 soldados de tropas regulares. Jaime II aum entou-o para 30.000, pagos pela lista civil. Com a Revolução, a fim de abolir-se o exer cício de poder tão perigoso, tornou-se artigo da Declaração de D i reitos então instituída que “a convocação ou m anutenção de exér cito perm anente dentro do reino em tem po de paz, exceto com o consentimento do Parlamento, era contra a lei”. Naquele reino, quando o pulso da liberdade batia mais acele radamente, não se julgava necessária qualquer garantia contra o pe rigo dos exércitos permanentes além da proibição de serem convo cados ou mantidos por simples autorização do magistrado executi vo. Os patriotas que levaram a efeito aquela memorável revolução eram demasiado comedidos, demasiadamente bem inform ados, para pensarem em qualquer restrição à discrição legislativa. Percebiam ser indispensável certo núm ero de soldados para guardas e guarnições, que não era possível fixar limites precisos às necessidades nacionais, que deve existir poder igual a cada contingência possível em algu ma parte do govêrno, e que, quando reportavam o exercício dêsse poder ao legislativo, haviam chegado ao último estádio de precau ção capaz de se conciliar com a segurança da comunidade. Pode dizer-se que o povo da América colheu na mesma fonte a impressão hereditária de perigo para a liberdade resultante de exér 21 citos permanentes em tempo de paz. As circunstâncias de um a re volução exaltaram a sensibilidade pública com relação a tôdas as questões atinentes à garantia dos direitos populares, e, em alguns casos, despertaram o ardor do zêlo além do grau que coincidia com a situação norm al do corpo político. A tentativa de dois Estados no sentido de restringir os podêres do legislativo na questão dos esta belecimentos militares pertence ao núm ero dêsses casos. Os prin cípios que nos ensinavam a desconfiar do poder de m onarca here ditário estenderam-se, por excesso inconsiderado, aos representantes do povo nas assembléias populares. Mesmo em alguns dos Estados, nos quais tal êrro não encontrou guarida, deparamos com decla rações desnecessárias com relação aos exércitos permanentes, que não se devem m anter, em tem po de paz, sem o consentimento do legislativo. Digo-as desnecessárias porque o motivo que introduzira igual dispositivo na Declaração de Direitos da Inglaterra não se apli ca a qualquer das constituições estaduais. A faculdade de convocar exércitos, sob essas constituições, não se pode julgar, por um a in terpretação qualquer, que resida em qualquer outro poder que não o legislativo; e era supérfluo, se não absurdo, declarar não ser pos sível levar a efeito qualquer medida sem o consentimento do pró prio organismo ao qual somente cabia efetivá-la. Assim sendo, em algumas dessas constituições, e entre outras na dêste Estado de N ova York, que se tem justamente proclamado não só na Europa como na América, como uma das melhores dentre as formas de govêr no instituídas neste país, silencia-se com pletamente sôbre o assunto. Deve notar-se que, mesmo nos dois Estados que parece terem intentado a interdição de instituições militares em tempo de paz, o modo de expressão empregado é mais admonitório do que proi bitivo. N ão se diz que não se devem m anter exércitos permanentes, mas que não se deve mantê-los em tempo de paz. Esta ambigüi dade de têrm os parece ter resultado de conflito entre zêlo e convic ção, entre o desejo de excluir semelhantes instituições em qualquer caso e a persuasão de que a exclusão absoluta seria insensata e insegura. Pode duvidar-se que semelhante dispositivo, sempre que a si tuação dos negócios públicos parecesse >exigir que se afastassem dêle, fôsse interpretado pelo legislativo sob a form a de simples ad- moestação, devendo ceder às necessidades ou supostas necessidades do Estado? Que o decida o fato, já mencionado, relativamente à Pensilvânia. Qual será então (poder-se-á perguntar) a utilidade de tal dispositivo, se deixa de aplicar-se no momento em que se m a nifeste qualquer propensão para pô-lo de lado? Examinemos se existe qualquer com paração, quanto à eficácia, entre o dispositivo aludido e o que consta da nova Constituição com o fito de lim itar os créditos para fins militares ao período de dois anos. O primeiro, visando a muito demais, nada se destina a rea lizar; o segundo, afastando-se de extremo imprudente, e revelando- se inteiramente compatível com a satisfação apropriada das exigên cias da nação, terá ação salutar e poderosa. O legislativo dos Estados Unidos será obrigado, por êste dis positivo, um a vez pelo menos cada dois anos, a deliberar com res peito à conveniência de m anter um a fôrça militar perm anente, a tom ar nova resolução sôbre o assunto, e a declarar como julga da questão mediante voto norm al perante o eleitorado. N ão tem a li berdade de dotar o departam ento executivo com fundos perm anen tes para a m anutenção de um exército, mesmo que seja tão im pru dente que se m ostre disposto a depositar nêle confiança tão impró pria. Como é de esperar que o espírito partidário, em graus diver sos, contamine todos os corpos políticos, sem dúvida haverá indi víduos nolegislativo nacional bastante dispostos a censurar as me didas e incrim inar as opiniões da maioria. A providência para a m anutenção de fôrça militar será sempre tem a favorito para decla- mação. Tôdas as vêzes que a questão se apresentar, o partido em oposição agitará e atrairá a atenção pública para o assunto; e se a maioria estiver realmente disposta a exceder os limites convenientes a com unidade se aperceberá do perigo e terá oportunidade de tom ar medidas para se precaver. Independentem ente dos partidos no pró prio legislativo nacional, sempre que chegar o período da discussão, os legislativos estaduais, que serão sempre não só guardas vigilan tes mas desconfiados e zelosos dos direitos dos cidadãos contra os abusos do govêrno federal, terão a atenção constantemente desperta para a conduta dos governantes nacionais e se m ostrarão bastante prontos, se algo de im próprio transparecer, a soar o alarm a para o povo, tornando-se não só a voz mas, se necessário, o braço do descontentam ento geral. Planos destinados a subverter as liberdades de grande com uni dade exigem tempo a fim de am adurecerem para a execução. Exér cito tão grande que ameaçasse sèriamente essas liberdades, só pode 23 ria fiii íliur-sc por acréscimos sucessivos, que supusessem, não só com- hinaçao tem porária entre o legislativo e o executivo, mas conspira ção continuada durante longo período. Seria provável que se per- scverasse nela e a transmitisse através das sucessivas variações em um corpo representativo, naturalm ente produzidas pelas eleições bie nais? Seria presumível que um homem, tão logo assumisse a sua ca deira no Senado N acional ou na Casa dos Representantes começas se a trair o eleitorado e o país? Seria possível supor não se encon trasse alguém com bastante discernimento para perceber conspiração tão desumana, ou bastante ousado ou honesto para avisar ao elei torado do perigo que corre? Se fôr possível form ular plausivelmen- te semelhantes hipóteses, ver-se-á de imediato extinta a autoridade delegada. O povo resolveria retom ar todos os podêres de que tivesse até então aberto mão, repartindo-se em tantos estados quantos fos sem os condados, a fim de ficar em condições de gerir os seus próprios negócios pessoalmente. Se fôsse possível mesmo form ular tais hipóteses razoàvelmente, seria impraticável a ocultação do plano por qualquer prazo dilata do. Seria denunciado pela própria circunstância do aum ento das fô r ças armadas a tal ponto em tempo de profunda paz. Que motivo tangível seria possível atribuir, em um país em tais condições, ao aum ento tão vasto do poder militar? Impossível seria ficasse o povo enganado por muito tempo; e a destruição do projeto e dos que o m aquinavam seguir-se-ia ràpidam ente à descoberta. . . (N .° 26). 3 . Insuficiências da Confederação e Problemas da Convenção, H A M ILTO N : . . . Em continuação ao plano por mim estabelecido para dis cussão do assunto, a questão que se deve examinar logo em segui da consiste na “insuficiência da atual Confederação para a preser vação da U nião”. Talvez se indague qual a necessidade de discutir ou provar para esclarecer um a posição que ninguém contraria ou da qual ninguém duvida, com respeito à qual o entendim ento e o sentimento de tôdas as classes estão de acôrdo, sendo em substân cia admitida tanto pelos opositores quanto pelos amigos da nova Constituição. N a verdade deve reconhecer-se que, por mais que di virjam a outros respeitos, parece em geral se harm onizarem na opi nião, pelo menos, de que se observam imperfeições importantes em 24 ÊSTE LIVRO PERTENCE À b ib lio te c a p ú b lic a nosso sistema nacional e que se impõe fazer algo que nos livre da anarquia iminente. Ninguém mais precisa investigar os fatos que vêm em apoio desta opinião. Impuseram-se à sensibilidade do povo, em geral, extorquindo afinal daqueles, cuja política errônea contribuiu para precipitar a situação extrema a que chegamos, confissão a con tragosto da realidade dêsses defeitos no planejam ento do nosso go vêrno federal, os quais têm sido há muito apontados e lastimados pelos amigos inteligentes da União. Pode dizer-se com justeza ter-se alcançado quase que o últi mo estádio de hum ilhação nacional. Quase nada mais existe capaz de ferir o orgulho ou degradar o caráter de nação independente que não tenhamos experimentado. Acaso existem compromissos a que estejamos obrigados por qualquer vínculo que se tenha de respeitar entre os homens? São êsses que se sujeitam a violação constante e impudente. Temos dívidas para com estrangeiros ou para com os nossos próprios concidadãos, contraídas por ocasião de iminente pe rigo para a preservação de nossa existência política? Não se vê qual quer providência satisfatória ou adequada para solvê-las. Temos ter ritórios valiosos e postos militares importantes na posse de potên cia estrangeira, os quais, por estipulação expressa, há muito deve riam ter-nos sido entregues? Ainda os retêm, com prejuízo dos nossos interêsses não menos que dos nossos direitos. Estamos em condições de ressentir ou repelir a agressão? N ão possuímos tropas, nem fundos nem govêrno. * Estamos pelo menos em condições de protestar com dignidade? Será preciso afastar primeiramente as jus tas acusações à nossa própria fé, relativamente ao mesmo tratado. Temos direito pela natureza e por ajuste a participar livremente da navegação do Mississipi? A Espanha dela nos exclui. N ão é o cré dito público recurso indispensável ao tempo de perigo público? Pa rece que lhe abandonam os a causa por desesperada e irreparável. Apresenta o comércio im portância para a riqueza nacional? O nosso se encontra no ponto mais baixo de decadência. A respeitabilidade perante as potências estrangeiras constitui garantia contra abusos por parte delas? A imbecilidade do nosso govêrno as impede de tratar conosco. Nossos embaixadores no exterior são meras alegorias de soberania simulada. Revela-se como sintoma da miséria nacional o decréscimo violento e anorm al do valor da terra? O preço das ter- “Quero dizer para a União”. 25 ras aproveitadas em muitas partes do país é muito mais baixo do que se poderia justificar pela quantidade de terras abandonadas à venda, só sendo possível explicar-se inteiram ente pela falta de con fiança privada e pública que prevalece tão assustadoramente entre tôdas as classes e que tem tendência direta para depreciar a pro priedade de qualquer espécie que seja. N ão é o crédito público o amigo e patrono da indústria? A espécie mais útil, que diz respeito a tom ar em prestado e em prestar, está reduzida aos limites mais es tritos, e tal se dá mais pelo sentimento de falta de segurança do que por falta de dinheiro. Para encurtar enum eração de detalhes que não nos proporcionam prazer nem instrução, poder-se-á em geral perguntar qual a indicação existente de desordem, pobreza ou insignificância nacionais capazes de ocorrerem a com unidade tão peculiarm ente abençoada de vantagens naturais como a nossa, que não faça parte da negra lista dos nossos infortúnios públicos? Tal a situação melancólica a que ficamos reduzidos pelas pró prias máximas e conselhos que ora nos dissuadiriam de adotar a Constituição proposta, e que, não satisfeita em ter-nos conduzido à beira do precipício, parece resolvida a nos m ergulhar no abismo que no fundo nos espera. Neste ponto, meus concidadãos, levados por todos os motivos que devem influenciar um povo esclarecido, vamos tom ar um a posição firme em prol da nossa segurança, tranqüilida de, dignidade e reputação. Vamos quebrar afinal o encanto fatal que nos seduziu por tempo demasiado afastando-nos da trilha da felici dade e da prosperidade. É verdade, conform e anteriorm ente observamos, que os fatos, demasiado persistentes para que se possa
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