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Climatologia Geográfica Noções Básicas

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Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
 
 
 
2015 
 
Organizado por 
 
Gustavo Oliveira 
Kwiatkowski 
 
Acadêmico do Curso de Geografia da 
Universidade Federal de Santa Maria 
(UFSM) 
 
Climatologia Geográfica: 
Noções Básicas 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Tempo e clima. Ouvimos mais que diariamente esses termos, muitas vezes empregados de 
maneira errônea e/ou muitas vezes na famosa previsão do tempo. Escutamos falar muitas vezes 
dos fenômenos La Niña e El Niño, ou sobre frentes frias, ou que irá chover devido a uma 
condição de baixa pressão ou sobre as chuvas orográficas devido ao Planalto da Borborema, 
porém o que todas essas informações e conceitos significam? 
 O presente trabalho busca fornecer uma explicação resumida para muitos desses conceitos 
básicos da Climatologia que estuda o clima baseando-se em dados estatísticos sobre o tempo. É 
talvez um trabalho ousado para um simples acadêmico do curso de Geografia, contudo busca ser 
uma simples base para os estudos nessa área, um “resumão” para uma compreensão mais fácil de 
uma infinidade de termos específicos e uma explicação para os inúmeros fenômenos atmosféricos 
gerados pelos elementos e fatores climáticos, é mais específico para os acadêmicos que estão 
cursando ou irão cursar a disciplina de Climatologia Geográfica, no entanto é um trabalho de 
linguagem simples a todos que buscarem entender um pouco mais sobre esse ramo do 
conhecimento geográfico. 
Não se buscou seguir o rigor acadêmico e nem se citar numerosos autores. Esse trabalho é o 
resultado da organização dos resumos antes feitos por mim para as avaliações da disciplina, 
complementado alguns termos, buscando na bibliografia que estará presente no final dessa obra 
uma melhor definição e muitas vezes “traduzindo” essas definições para uma linguagem mais 
acessível. 
A construção desse trabalho deu-se em três partes. A primeira traz o estudo dos conceitos 
básicos da Climatologia, da atmosfera (que é onde os fenômenos climáticos se desenvolvem), da 
radiação solar (principal fonte de energia do sistema climático), da temperatura do ar e os fatores 
que provocam sua variação e da umidade do ar. O segundo momento busca explicar como a 
pressão atmosférica influencia no sistema climático, os movimentos atmosféricos (ventos e 
correntes de ar), as nuvens e a sua formação, e a precipitação pluviométrica. A última parte 
buscar dar atenção aos fenômenos climáticos La Niña e El Niño, chuva ácida, entre outros. 
Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram com a produção desse trabalho 
e principalmente ao Professor Doutor Cássio Wollmann que ministrou com maestria a disciplina 
de Climatologia Geográfica I transmitindo a maioria dos conhecimentos aqui expostos e ao meu 
colega de curso Mederson Benites Fagundes pelo incentivo e críticas. Dedico esse trabalho ao 
meu pai que com suas experiências empíricas e conhecimentos herdados do pai dele, meu avô, 
proporcionou-me momentos reflexão sobre a verdadeira finalidade do mundo acadêmico durante 
o desenvolvimento dessa apostila. 
Bons estudos! 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
3 
 
Climatologia Geográfica I 
 
NOÇÕES BÁSICAS DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA 
PRIMEIRA PARTE 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
TEMPO: é um estado da atmosfera em um determinado instante e lugar; é momentâneo; ocorre 
num período de curta duração. (Efêmero/Mutável) 
CLIMA: é a síntese do tempo, num determinado local, durante um período entre 30-35 anos; é o 
resultado das análises das condições climáticas durante determinados períodos; o clima pode 
variar com a passagem de grandes períodos de tempo cronológico. É definido a partir das médias 
das observações do tempo. (Constante/Duradouro) 
 
METEREOLOGIA: é a ciência que estuda a atmosfera, em seu caráter físico, químico e 
dinâmico aplicando as leis físicas clássicas e técnicas matemáticas em seu estudo de processos 
atmosféricos; é o estudo do tempo. 
Divide-se em áreas de estudo: 
- Metereologia Física: estuda os fenômenos físicos e químicos da atmosfera; 
- Metereologia Sinótica: estudos relacionados com a previsão do tempo; 
- Metereologia Dinâmica: estuda os movimentos atmosféricos; 
- Metereologia Histórica: estuda as condições atmosféricas do passado. 
CLIMATOLOGIA: é o estudo do clima baseando-se em dados estatísticos sobre o tempo. É a 
espacialização dos fenômenos atmosféricos e dos elementos do clima. 
Divide-se em áreas de estudo: 
 Climatologia Regional: descrição dos climas de determinado local; 
 Climatologia Sinótica: estuda o tempo e o clima de determinada área com a relação entre o 
padrão atmosférico predominante; 
 Climatologia Física: envolve a investigação da variabilidade dos elementos climáticos em 
termos de princípios físicos. Dá-se ênfase à energia global e regimes de balanço hídrico; 
 Climatologia Dinâmica: enfatiza os movimentos atmosféricos em várias escalas; 
 Climatologia Aplicada: é o estudo do clima voltado a solucionar problemas práticos que afetam 
a humanidade; 
 Climatologia Histórica: é o estudo do desenvolvimento dos climas através dos tempos; 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
4 
 
 Bioclimatologia: estuda os fenômenos que regem os mecanismos da natureza; 
 Climatologia Agrícola: estuda os fenômenos climatológicos ligados à produção animal e 
vegetal, tentando estimar os fenômenos para evitar perdas críticas na produção; 
 Outras: Climatologia das Construções; Climatologia Urbana, Climatologia Estatística. 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ATMOSFERA 
 
A atmosfera atua em diversos domínios, sua importância pode ser vista: 
 Nos processos biológicos (fotossíntese e respiração); 
 Na filtração da radiação solar (Camada de Ozônio); 
 Na regulação da energia solar que chega a Terra; 
 Na desintegração de meteoritos; 
 No transporte de calor e umidade; 
 Na manutenção da Terra aquecida (EFEITO ESTUFA); 
 Na erosão dos solos (VENTO); 
 Na produção de ondas e impulsiona as correntes marinhas (VENTO); 
 No transporte de polens e insetos favorecendo a distribuição de vida. 
 
 ELEMENTOS E FATORES CLIMÁTICOS 
1. FATORES 
 Altitude 
 Latitude 
 Continentalidade 
 Maritimidade 
2. ELEMENTOS 
 Temperatura 
 Precipitação 
 Pressão Atmosférica 
 Ventos
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
 
A ATMOSFERA 
 
A atmosfera é uma camada fina de 
gases, sem cheiro, sem cor e sem 
gosto, presa à Terra pela força da 
gravidade. A atmosfera compreende 
uma mistura mecânica estável de 
gases. 
 
É uma camada relativamente fina 
composta por gases e aerossóis que 
envolvem a Terra, 99% de sua massa 
está nos primeiros 32 km. Está 
camada é essencial para a vida e o 
funcionamento ordenado dos 
processos físicos e biológicos sobre a 
Terra. A atmosfera protege os 
organismos da exposição a níveis arriscados de radiação ultravioleta. Contém gases necessários 
para os processos vitais de respiração celular e fotossíntese e fornece a água necessária para a 
vida. É composta principalmente de Nitrogênio e Oxigênio, e outros gases em menores 
quantidades. Apesar da abundância do Nitrogênio, o mesmo não interfere nos fenômenos 
metereológicos. Enquanto, dióxido de carbono, ozônio, vapor de água e os aerossóis ocorrem em 
pequenas concentrações e são importantes para o sistema climático. 
 
COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA 
 
A) VAPOR D’ÁGUA: O conteúdo de vapor pode variar de zero,em regiões áridas, até cerca de 3-
4% nos trópicos úmidos. O conteúdo de vapor d’água na atmosfera está estreitamente relacionado 
com a temperatura do ar e com a disponibilidade de água na superfície terrestre. Quase ausente 
entre 10 – 12 km acima da superfície terrestre. Devido à eficiência da turbulência que são mais 
eficazes abaixo de 10 km. 
B) OZÔNIO: Concentrado entre as altitudes de 13 e 35 km da atmosfera. O conteúdo é baixo sobre 
o Equador e alto nos polos em latitudes maiores de 50º. Forma-se pela ação dos raios 
ultravioletas sobre as moléculas de oxigênio. Apesar da ruptura do oxigênio usualmente ocorrer 
entre 80 a 100 km. A formação do ozônio somente se dá entre 30 a 60 km. Este fato se dá devido 
à baixa densidade atmosférica. A ligação do ozônio é instável e pode ser facilmente rompida 
através da incidência de radiação ou mesmo pelo choque de oxigênio monoatômico (O), 
formando gás oxigênio como segue: 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
6 
 
O ozônio se concentra na Estratosfera e é responsável por absorver parte da radiação ultravioleta 
que chega a Terra e por absorver a radiação solar essa camada apresenta maiores temperaturas. 
C) DIÓXIDO DE CARBONO: Entra na atmosfera principalmente por meio da ação dos 
organismos vivos nos oceanos e continentes. A fotossíntese remove cerca de 3 a 9% do dióxido 
de carbono do mundo anualmente ajudando assim a manter o equilíbrio da quantidade de dióxido 
de carbono. O uso de combustíveis fósseis tem propiciado o aumento da concentração desse gás. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O vapor de água junto ao dióxido de carbono é responsável pelo EFEITO ESTUFA que faz com 
que a radiação que a Terra recebe não seja totalmente refletida de volta para o espaço, mantendo 
assim a Terra aquecida. Sem o efeito estufa a temperatura média da Terra seria muito baixa. 
 
 
 
 
 
 
 
D) AEROSSÓIS: Os núcleos higroscópicos ou aerossóis são responsáveis pela formação de nuvens, 
nevoeiros, em geral é responsável pela condensação da água. 
 
 
 
 
POR QUE EXISTE UM CICLO SAZONAL DO 
CARBONO? 
Durante o outono e o inverno, as plantas morrem 
liberando grande quantidade de dióxido de carbono, o que 
aumenta a quantidade de CO² na atmosfera, aumentando 
os indicadores. Durante a primavera e o verão as plantas 
absorvem esse gás para crescerem tirando assim grande 
parte dele da atmosfera, diminuindo a quantidade de CO² 
na atmosfera diminuindo assim os indicadores. 
 
O EFEITO ESTUFA é um processo natural que ocorre quando a 
radiação infravermelha emitida pela superfície é impedida de 
escapar e retornando a superfície. Sem o efeito estufa a 
temperatura média da Terra seria cerca de -18°. 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
7 
 
A MASSA DA ATMOSFERA 
 
As principais características da atmosfera quanto a sua massa são: a mistura mecânica de gases; 
extremamente volátil; compressível; e com grande capacidade de expansão. Quanto à distribuição 
vertical, tem-se que a densidade média da atmosfera diminui a partir da superfície. Metade do 
total da massa atmosférica está concentrada abaixo de 5 km. A pressão atmosférica diminui 
logaritmicamente com o aumento da altitude atmosférica. À medida que elevamos a altitude o ar 
torna-se cada vez mais rarefeito, até chegar ao espaço sideral. A densidade do ar depende da 
temperatura, do teor de vapor d’água e da gravidade. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA HORIZONTAL DA ATMOSFERA 
 
HOMOSFERA: Estende-se de 0 a 80 km; os gases se encontram misturados; compreende a 
TROPOSFERA, TROPOPAUSA, ESTRATOSFERA, ESTRATOPAUSA, MESOSFERA e 
MESOPAUSA. 
 
 TROPOSFERA – Camada mais baixa da atmosfera contém 75% da massa gasosa total da 
atmosfera; é onde ocorrem os fenômenos do tempo atmosférico e turbulências, e se estabelecem 
as condições do tempo. As temperaturas nessa camada diminuem devido à altitude, uma taxa de 
6,5º C por km; 
 TROPOPAUSA – Localiza-se acima da troposfera, a uma altura inconstante, variando de 8 km 
(polos) a 16 km (Equador); caracterizada pela inversão térmica; 
 ESTRATOSFERA – Estende-se até 5 km sobre a tropopausa, a temperatura aumenta devido a 
Camada de Ozônio; contém pouco ou nenhum vapor d’água; os eventos da estratosfera estão 
ligados às mudanças de temperatura e circulação na troposfera; 
 ESTRATOPAUSA – Camada isotérmica (de temperatura constante) superior a estratosfera; 
 MESOSFERA – A temperatura tende a diminuir com a altitude até chegar a 90ºC aos 80 km. A 
pressão atmosférica é baixa; 
 MESOPAUSA – A temperatura permanece constante; 
 
HETEROSFERA: Estende-se acima dos 90 km de altitude até o espaço sideral, a disposição dos 
gases ocorre pelo peso atômico. Os gases se estruturam horizontalmente na seguinte 
configuração: Nitrogênio – Oxigênio – Hélio – Hidrogênio. Compreende a TERMOSFERA ou 
EXOSFERA. 
 
 TERMOSFERA ou EXOSFERA: As temperaturas vão aumentando devido a essa camada ser 
atingida diretamente pela radiação solar; as temperaturas vão aumentando até chegar à 
temperatura do Sol. Acima dos 100 km ocorre a ionização devido a ação dos raios UV e Raios-X, 
nessa camada localiza-se a IONOSFERA (100 a 900 km) onde há uma concentração alta de 
íons, é onde ocorrem as auroras austral e boreal, também é nessa camada que as ondas AM e FM 
se propagam. 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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RADIAÇÃO SOLAR 
 
O Sol é a principal fonte de energia do sistema climático, sendo responsável por 99,97% da 
energia usada no sistema Terra-Atmosfera. Desse modo a radiação solar é a primeira causa do 
tempo e do clima. O Sol é uma esfera gasosa, luminosa, sua superfície possui temperatura 
aproximada de 6.000ºC e emite energia em ondas eletromagnéticas, que se propagam à razão de 
aproximadamente 299.300 km/s, a energia que parte radialmente do sol leva aproximadamente 9 
minutos para chegar ao planeta Terra. Influencia diretamente na temperatura (sendo a 
temperatura do ar a quantidade de energia presente nesse ar). Todas as variações diárias, sazonais 
e espaciais se devem as variações de energia recebida pela Terra. Ao mesmo tempo em que 
intercepta radiação a Terra irradia energia pra o espaço, esses processos de entrada e saída de 
radiação são contínuos. 
A distribuição da radiação solar na superfície não é simétrica, porque em janeiro a Terra 
está mais próxima ao Sol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O hemisfério norte recebe mais irradiação no inverno e menos no verão. O hemisfério sul recebe 
mais irradiação no verão e menos no inverno. A incidência da radiação sobre o topo da atmosfera 
depene do período do ano, período do dia e da latitude. 
 
A CONSTANTE SOLAR 
 
A CONSTANTE SOLAR é a quantidade de radiação solar que atinge o topo da atmosfera 
formando um ângulo de 90° (ângulo reto) com essa superfície. Esse valor entra no topo da 
atmosfera na região intertropical. Outra definição para constante solar é: 
“É a quantidade de energia solar recebida, por unidade de área, por uma superfície, 
que forme ângulos retos com os raios do sol no topo da atmosfera; é de 
aproximadamente 2 langleys/m ou 2 cal/cm².min” 
 
 
CONSTANTE SOLAR 
2 CAL/CM² . MIN 
 
Periélio: (lembrar de perto) – é o momento 
em que a Terra encontrasse mais próxima do 
Sol. É verão no hemisfério sul. 
Afélio: (lembrar de afastado) – é o momento 
em que a Terra encontrasse mais distante do 
Sol. É inverno no hemisfériosul. 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
10 
 
ÂNGULO ZENITAL 
 
 
 
 
Raramente o sol ocupa a posição de zênite; entre os trópicos, somente em dois 
instantes durante o ano, e fora dos trópicos não ocupa nunca a posição zenital. 
Desta vai sempre haver um ângulo entre o zênite do local e a posição do sol, sendo 
este ângulo conhecido como Ângulo Zenital. 
 
Zênite é quando o Sol se encontra em uma posição em que forma com a superfície 
um ângulo de 90°. 
 
Quando o Sol está em zênite com o Trópico de Capricórnio é o Solstício de Verão no 
Hemisfério Sul e Solstício de Inverno no Hemisfério Norte. Nos Solstícios de Verão os 
dias são mais longos e as noites mais curtas, nos Solstícios de Inverno os dias são mais 
curtos e as noites mais longas. 
 
Quando o Sol está em zênite com o Trópico de Câncer é o Solstício de Verão no 
Hemisfério Norte e Solstício de Inverno no Hemisfério Sul. 
 
Quando o Sol está em zênite com o Equador ocorrem os Equinócios de Primavera e 
Outono nos Hemisfério Norte e Sul. Nos Equinócios os dias e as noites possuem a 
mesma duração. 
 
Solstício de Verão 
21/12 – Hemisfério Sul 
21/ 06 – Hemisfério Norte 
 
Solstício de Inverno 
21/ 06 – Hemisfério Sul 
21/12 – Hemisfério Norte 
 
 
 Equinócio de Primavera 
 22-23/09 – Hemisfério Sul 
 22-23/03 – Hemisfério Norte 
 
 Equinócio de Outono 
 20-21/03 – Hemisfério Sul 
 20-21/09 – Hemisfério Norte 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
 
O movimento de translação que é o movimento da Terra ao redor do Sol, 
movimento em forma de elipse, dura 365 dias (1 ano) e é o responsável pelas 
estações do ano. 
 
CONDIÇÕES DA VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR QUE CHEGA AO TOPO DA 
ATMOSFERA 
 LATITUDE 
Quanto maior a latitude menor será a radiação solar que chegará à superfície; assim, 
quando maior a latitude, mais frio e quanto menor a latitude mais quente. Por exemplo, as 
maiores temperaturas serão registradas nas regiões do Equador (0º) e as menores nas regiões 
polares (90º); 
_________________________________________________________________________ 
A ALTITUDE CORRIGE A LATITUDE! 
 
A altitude corrige a latitude, ou seja, mesmo em regiões equatoriais se pode encontrar baixas 
temperaturas em altas altitudes porque quanto maior a altitude menor a temperatura. A cada 100 
metros de altitude diminui aproximadamente 1ºC em relação à temperatura normal. Por exemplo, 
duas cidades localizadas na região equatorial, estando a primeira a 1200 metros e a segunda a 200 
metros, primeira apresentará temperaturas inferiores em relação à segunda. 
A cada 100 metros abaixo do nível do mar a temperatura aumenta aproximadamente 1ºC em 
relação à temperatura normal. 
 Quanto maior a altitude, menor a temperatura! 
_________________________________________________________________________ 
 PERÍODO DO DIA 
Durante o dia a Terra absorve energia solar e durante a noite a Terra reirradia essa energia. É 
afetada pela duração do dia e pela duração do período de luz. Nas proximidades do Equador os 
dias e noites são praticamente iguais durante o ano. A duração do dia geralmente aumenta ou 
diminui com o aumento da latitude, dependendo da estação. No verão a duração do dia aumenta 
em direção ao Equador e diminui em direção aos polos. 
 PERÍODO DO ANO 
A radiação solar recebida durante o ano varia devido à órbita elíptica da Terra. Essa afeta a 
quantidade de energia solar recebida. A energia varia 7% sendo maior em 03 de janeiro (periélio) 
e menor em 04 de julho (afélio). Durante o afélio a Terra está mais distante do Sol ganhando 7% 
menos radiação do que quando a Terra está no periélio (Terra mais próxima do Sol). 
 QUANTIDADE DE ENERGIA QUE CHEGA DO SOL 
A quantidade de energia solar interceptada pela Terra varia em função da energia total emitida no 
espaço pelo Sol. Pode variar de 1 a 3% no valor da constante solar devido às manchas solares. 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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 ALTITUDE DO SOL 
A altitude do Sol que é o ângulo entre seus raios e uma tangente à superfície no ponto de 
observação, também afeta a quantidade de energia solar recebida. Quanto maior a altitude do Sol, 
tanto mais concentrada será a intensidade da radiação por unidade de área. A altitude do Sol é 
determinada pela latitude do local, pelo período do dia e pela estação. É elevada à tarde, porém 
baixa pela manhã e ao entardecer. É elevada no verão e menor no inverno. Por o ângulo de maior 
incidência solar ser sobre o Equador, essa região recebe mais radiação solar. A altura do Sol 
decresce em direção aos polos. 
 
PROCESSOS DA RADIAÇÃO NO INTERIOR DA ATMOSFERA 
 
O padrão de distribuição da radiação solar é ligeiramente alterado sobre a superfície terrestre, 
basicamente pelo efeito da atmosfera. A atmosfera absorve, reflete, difunde e reirradia a energia 
solar. 
 
 ABSORÇÃO: parte da energia solar é absorvida pelos gases, poeiras e vapor de água; Cerca de 
18% da insolação é absorvida pelo ozônio e pelo vapor d’água. O dióxido de carbono absorve a 
radiação ultravioleta de comprimento de onda maiores. 
 REFLEXÃO: a superfície terrestre reflete radiação, os valores variam de acordo com a 
superfície, em geral superfícies secas e de cores claras refletem mais, já o solo e a vegetação 
refletem menos isso se dá devido ao ALBEDO que é a capacidade de certas superfícies refletirem 
a radiação solar, quando mais clara a superfície maior a reflexão, um exemplo é que no Equador 
o albedo é menor por terem grandes florestas e nos polos o albedo é maior por causa do gelo. 
Outro fator é a NEBULOSIDADE sendo que as nuvens brancas refletem grande parte da 
radiação devido ao seu alto albedo, a cobertura de nuvens impede a penetração da insolação. A 
quantidade de reflexão das nuvens depende da quantidade e da espessura das mesmas e também 
do tipo. Em média, aproximadamente, 25% da radiação que atinge as nuvens é refletida para o 
espaço. 
 DIFUSÃO: é o “espalhamento” do espectro eletromagnético, a distribuição da radiação solar. 
 
DIFERENÇA ENTRE O AQUECIMENTO DA TERRA E DA ÁGUA 
 
As águas e a terra aquecem e esfriam de maneiras diferentes devido a suas propriedades físicas e 
químicas. A água se aquece e esfria mais lentamente que o solo. Os continentes aquecem mais 
rápido que os oceanos, no entanto esfriam mais rápido. O calor específico da água é 3 a 5 vezes 
maior que o da terra. Aproximadamente 30% da radiação absorvida é usada no aquecimento das 
águas. A penetração da radiação na água é de 90 cm enquanto nos solos é de 9 cm. A água se 
aquece por condução e mistura; o solo somente por condução. Essa diferença dá origem aos 
efeitos de MARITIMIDADE E CONTINENTALIDADE. 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
13 
 
 
______________________________________________________________________________ 
 MARITIMIDADE: devido aos oceanos manterem mais calor do que os continentes, as cidades 
litorâneas sofrem assim o efeito de maritimidade em que a amplitude térmica diária é bem baixa, 
pois as águas amenizam as quedas de temperatura à noite. Quanto mais para o litoral nos 
dirigimos menor a amplitude térmica. 
 
 CONTINENTALIDADE: devido ao solo não manter calor, as cidades que se encontram no 
interior dos continentes sofrem o efeito da continentalidade e apresentam amplitude térmica 
diária alta porque o solo não mantém calor fazendo as temperaturas caírem muito à noite. Quanto 
mais para o interior do continente nos dirigimos, maior é a diferença entre máxima e mínima 
temperatura. 
______________________________________________________________________________O albedo da superfície terrestre (8 a 40%) é geralmente maior que da superfície aquática. A 
superfície aquática é transparente, permitindo a penetração mais profunda dos raios solares. A 
transferência de calor na água se da por c onvecção, que é mais eficiente e mais rápido de 
transferência de calor do que o lento processo de condução. 
A água absorve 5 vezes mais energia calorífica para e elevar a temperatura, que a mesma massa 
de solo seco. Como a água esta facilmente disponível na superfície aquática a evaporação é 
contínua, ao passo que sobre a terra a evaporação somente ocorre em presença de água. 
 
RADIAÇÃO TERRESTRE 
 
A superfície terrestre quando aquecida pela absorção da radiação solar, torna-se uma fonte de 
radiação de ondas longas. A radiação terrestre é chamada de radiação noturna, uma vez que ela é 
a principal fonte radioativa de energia à noite. A radiação infravermelha, não necessariamente é 
terrestre, pois constituintes atmosféricos também irradiam energia nos comprimento de onda 
infravermelha. A irradiação infravermelha terrestre é dominante a noite devido à interrupção da 
irradiação solar no local onde é noite. Os valores mais elevados de radiação terrestre 
infravermelha ocorrem em baixas latitudes. 
 
RADIAÇÃO ATMOSFÉRICA 
 
Embora a atmosfera seja transparente à radiação em ondas curtas, ela apresenta alta capacidade 
de absorção de radiação infravermelha. Os principais absorventes da radiação infravermelha 
dentre os constituintes da atmosfera são o vapor, o ozônio, o gás carbônico e as nuvens, que 
absorvem radiação em todos os comprimentos de onda. Enquanto a atmosfera absorve somente 
24% da radiação solar que atinge a terra, que é de ondas curtas, somente 9% da radiação IV é 
liberada diretamente para o espaço. Os 91% da radiação são absorvidos pela Atmosfera. Esta 
capacidade da atmosfera em absorve a radiação IV é chamado efeito estufa, ou seja, absorve 
radiação, mas impede ou reduz a irradiação da superfície terrestre. A atmosfera reirradia a 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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radiação terrestre e solar absorvida em parte para o espaço e em parte para a superfície, chamada 
de contra-radiação, sem a qual a temperatura da Terra seria 30 a 40ºC mais fria que é agora. 
 
BALANÇO DE RADIAÇÃO 
 
O balanço de radiação significa a diferença entre a quantidade de radiação que é absorvida e 
emitida por um dado corpo ou superfície. Em geral, o balanço de radiação na superfície terrestre 
é positivo de dia e negativo à noite. No decorrer do ano como um todo, o balanço de radiação na 
superfície é da Terra é positivo, enquanto da atmosfera é negativo. Para o sistema Terra-
atmosfera como um todo o balanço é positivo entre as latitudes 30ºS e 40ºN, e negativo no 
restante. 
 
s 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
15 
 
TEMPERATURA DO AR 
 
A temperatura do ar é a quantidade de energia calorífica presente nesse ar. A temperatura pode 
ser definida em termos do movimento de moléculas, de modo que quanto mais rápido o 
deslocamento mais elevado será a temperatura. Mais comumente, ela é definida em termos 
relativos tomando-se por base o grau de calor que o corpo possui. A temperatura é a condição que 
determina o fluxo de calor que passa de uma substância para outra, deslocando da que tem 
temperatura mais elevada para a menos elevada. A temperatura de um corpo é determinada pelo 
balanço entre a radiação incidente e emergente e pela transformação desta radiação em calor 
latente e sensível. A temperatura de um corpo é o grau de calor medido por um termômetro. O 
balanço de radiação é também um balanço térmico. Quanto maior a agitação das moléculas maior 
a temperatura. Quanto maior a densidade do ar maior a temperatura. Quanto maior a radiação 
incidente maior a temperatura. A temperatura quando aumenta, aumenta o volume de ar, ou seja, 
temperatura alta, maior volume de ar. 
 
 
FATORES DE VARIAÇÃO DA TEMPERATURA 
 
 
 LATITUDE 
Quanto maior a latitude (mais distante do Equador), menor é a temperatura média. Sendo assim, 
temperatura e latitude estão em relação inversa. A latitude exerce o principal controle sobre o 
volume de insolação, consequentemente, principal controle sobre a temperatura. 
 
 
 ALTITUDE E RELEVO
 
 
 
 VEGETAÇÃO 
Em locais com muita vegetação se encontram temperaturas mais amenas e amplitude térmica 
menor e em locais com pouca vegetação se encontram temperaturas mais elevadas durante o dia e 
baixas temperaturas à noite mostrando grande amplitude térmica. As plantas retiram umidade do 
solo pela raiz e a enviam à atmosfera pelas folhas (evapotranspiração). Além disso, a vegetação 
impede que os raios solares incidam diretamente sobre a superfície. Assim, com o desmatamento, 
há uma grande diminuição da umidade e, portanto, das chuvas, além de um aumento significativo 
das temperaturas médias. 
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16 
 
 
 CORRENTES MARÍTIMAS (OCEÂNICAS) 
 
 
 
 MASSAS DE AR 
 
Os ventos são importantes na variação térmica, pois transmitem calor ou frio de uma área para 
outra. As variações do tempo atmosférico, que podem ser normalmente muito bruscas num único 
dia ou em períodos mais longos, são causadas pelo deslocamento das massas de ar. Apesar de as 
massas de ar se localizar numa imensa região oceânica ou continental, elas se movimentam, entra 
em choque e empurram umas às outras. Quando uma massa de ar se afasta de sua área de origem, 
ela leva consigo, suas características originais (umidade, temperatura). É por isso que massas de 
ar úmidas tendem a provocar chuvas nas áreas que atingem em seu deslocamento. E massas de ar 
frias costumam provocar queda de temperatura nas áreas para onde se deslocam. As massas de ar 
são as que mais dinamizam o clima de uma região. 
 
 CONTINENTALIDADE E MATIRIMIDADE (OCEANIDADE) 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
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 ESTAÇÕES DO ANO 
 
 DIAS E NOITES (BALANÇO POSITIVO E NEGATIVO) 
 BALANÇO POSITIVO: é quando entra mais energia no planeta do que sai, acontece durante o 
dia, quase sempre de quando o Sol nasce até ele se por, o fluxo de energia está voltado para o 
interior da superfície (Radiação Diurna); 
 BALANÇO NEGATIVO: é quando sai mais energia do planeta do que entra, acontece à noite, 
do por do Sol ao nascer, o fluxo de energia está voltado da superfície para o exterior (Radiação 
Noturna); 
Sobre os continentes, o atraso 
entre os períodos de 
temperaturas de superfície 
máxima e mínima é de apenas um 
mês. Sobre os oceanos e locais 
costeiros o atraso chega a dois 
meses. 
 
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PROCESSOS DE AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO DO AR E DO 
SOLO 
 
 1) CONDUÇÃO 
 2) CONVECÇÃO 
 3) IRRADIAÇÃO 
 
 
ISOTERMAS 
 
A distribuição da temperatura numa área é normalmente mostrada por meio de linhas isotérmicas 
(isotermas), enquanto a variação da temperatura e representada em gráficos. 
 
 
 
Os maiores contrastes de temperatura são observados no Hemisfério Norte, onde as isotermas de 
inverno e de verão apresentam amplas ondulações. No Hemisfério Sul há uma superfície mais 
homogênea devido aos oceanos serem predominantes, á água evita variações bruscas de 
temperatura, desse modo as isotermas são mais amplas e paralelas. Contudo, no Hemisfério Norte 
há uma superfíciemais heterogênea, desse modo se tem uma brusca mudança das isotermas na 
passagem dos oceanos para os continentes, representadas por isotermas irregulares e com fortes 
ondulações. 
 
 Condução e Convecção: podem atuar como 
processos de aquecimento. 
 Irradiação, Condução e Convecção: podem 
atuar como processos de resfriamento. 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
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Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
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20 
 
UMIDADE DO AR 
 
É a quantidade de vapor d’água presente no ar atmosférico. Significa, em termos simplificados, 
quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera, no momento com relação ao total máximo 
que poderia existir, na temperatura observada. A umidade aumenta sempre que chove devido à 
evaporação que ocorre posteriormente. Em áreas florestadas, ou próximas aos rios ou represas a 
umidade é sempre maior. As nuvens se formam pela perda da capacidade do ar de conter 
umidade. Isto ocorre normalmente, quando massas de ar que estão com alta umidade relativa 
sofrem resfriamento na atmosfera, resfriamento que se dá pela elevação destas massas de ar. Ao 
subir, o ar vai se expandindo pela diminuição da pressão atmosférica. Esta expansão desconcentra 
calor, resfriando-o. À medida que o ar vai se resfriando vai perdendo a capacidade de conter 
umidade, ou seja, sua umidade relativa vai aumentando até chegar a 100% da sua capacidade. Daí 
para frente. A umidade começa a aparecer sob a forma de pequenas gotículas de água que pairam 
no ar. Levadas pelos ventos. Quando o fenômeno ocorre em certa altura, chamamos de nuvem, 
quando próximo ao chão, chamamos de neblina, serração, névoa, etc. Se o processo continuar se 
intensificando haverá a precipitação em forma de chuva. A umidade do ar atua no (a): 
 
 Transporte e distribuição de calor; 
 Absorção do comprimento de ondas de radiação solar e terrestre (EFEITO ESTUFA); 
 Evaporação e Evapotranspiração: processos onde se dá o consumo de energia; 
 Condensação e Orvalho: processos onde se dá a liberação de energia. 
 
O teor de água na atmosfera varia de 0 a 4%. Quando temos 0% de vapor d’água no ar temos que 
o ar é seco. Quando temos de 1 a 3% o ar é úmido e quando temos 4% o ar é saturado (ar 
saturado implica em chuva). 
 
UMIDADE ABSOLUTA 
É a quantidade real de vapor de água no ar. Varia com a temperatura, quanto maior a 
temperatura, maior a umidade absoluta. 
 
UMIDADE RELATIVA 
É a razão entre a quantidade de umidade no ar e o quanto falta para o ar ficar saturado. A 
saturação ocorre em torno de 90%. Varia com temperatura e a evaporação, quanto maior a 
temperatura e a evaporação, menor a umidade relativa do ar. 
 
UMIDADE ESPECÍFICA 
É a relação entre grama de ar por kg de ar úmido. A umidade específica não sofre variação. Tem 
relação com a temperatura de origem, sendo baixa nos polos devido à incapacidade do ar frio de 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
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reter umidade e maior na região equatorial devido à grande capacidade do ar quente de reter 
umidade. 
TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO (TPO) 
É a temperatura de condensação do ar. É calculada pela diferença entre o bulbo seco e o bulbo 
úmido (psicômetro) com o auxílio da tabela psicométrica. 
 
CONDIÇÕES DE CONDENSAÇÃO DO VAPOR DE ÁGUA 
Para que a condensação do ar ocorra é necessária a presença de todas as condições a seguir: 
 Resfriamento do ar até a TPO; 
 Presença de umidade no ar; 
 Presença de núcleos higroscópicos (poeiras, aerossóis, etc.). 
 
A CONDENSAÇÃO DO VAPOR DE ÁGUA PODE SER POR: 
 Convecção térmica (troca de energia); 
 Efeito de advecção (o ar quente sobre uma 
superfície fria causa um nevoeiro e o ar frio 
sobre superfície quente causa uma nuvem); 
 
 Efeito dinâmico (encontro de massas de ar 
quentes e frias) 
 Efeito orográfico (Chuvas de relevo); 
 Irradiação. 
A condensação quando em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEVOEIROS 
Os nevoeiros se desenvolverão se ocorrerem as condições abaixo: 
 Resfriamento do ar até a TPO; 
 Presença de umidade no ar; 
 Presença de núcleos higroscópicos; 
 Céu limpo (sem nuvens); 
 Inversão térmica (é quando o ar na superfície da Terra é menor do que nos níveis mais 
altos da atmosfera, ocorre somente durante o balanço negativo, o ar da superfície é mais 
denso mantendo-se assim até o balanço positivo); 
 Irradiação (resfriamento por radiação noturna); 
 Ar estável e sem ventos. 
 
 
SUPERFÍCIE: orvalho, cerração, 
nevoeiro e geada. 
 
ALTITUDE: nuvens e nevoeiros 
 
INVERSÃO TÉRMICA é 
quando o ar em superfície é 
mais frio que o ar em altitude. 
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NOÇÕES BÁSICAS DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA 
SEGUNDA PARTE 
 
PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
 
É o peso exercido por uma coluna de ar posicionada verticalmente acima de um lugar, ou 
seja, peso por unidade de área da coluna de ar acima dessa posição. A pressão do ar não atua em 
uma só direção, mas sim em todas as direções. As diferenças de pressão de um lugar para outro 
são responsáveis pelos ventos, ou seja, o vento é uma consequência da variação espacial da 
pressão. A pressão atmosférica padrão pode ser registrada a uma temperatura de 15°C, ao 
nível do mar, em condições normais de gravidade. 
 
 
 
Acima desse valor é pressão alta, abaixo é pressão baixa. A cada 10 m de profundidade no 
oceano equivale à pressão exercida por uma atmosfera, o limite do ser humano é de 2,8 atm. (18 
m de profundidade+1atm.) 
 
FATORES DE VARIAÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
 
 ALTITUDE 
Quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica. A gradiente vertical da pressão na 
troposfera é de -9 mmHg/100m de ascendência vertical. À medida que a altitude aumenta, a 
pressão diminui, pois diminui o peso da coluna de ar acima. Com a altitude a densidade do ar 
diminui, diminuindo mais o peso da coluna de ar acima. Quando a altitude diminui, aumenta a 
pressão e o peso da coluna de ar, aumentando a densidade do ar. 
 
 TEMPERATURA 
O aumento de temperatura está associado a pressões baixas, porque as moléculas se dispersão 
com o calor, diminuindo a densidade e a pressão. A diminuição da temperatura está associada a 
pressões altas porque as moléculas em baixa temperatura se agrupam aumentando a densidade e 
pressão. Diante disso temos que verão e dias ensolarados estão associados à pressão baixa e o 
inverno e dias nublados estão relacionados à pressão alta. 
 
 UMIDADE 
Quanto maior a umidade, menor a pressão, em função do vapor de água ser mais leve que os 
outros gases. Consequentemente, quanto menos umidade, maior pressão. 
 
PRESSÃO NORMAL – 760 mmHg ou 1013 mPa ou MB 
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23 
 
 
 MOVIMENTOS VERTICAIS DO AR 
Os movimentos descendentes do ar são indicadores de altas pressões e os movimentos 
ascensionais são indicadores de pressões baixas. Os movimentos verticais do ar explicam as 
zonas de pressão alta e baixa na Terra. Todo local de baixa pressão é resultado da retirada de ar 
(movimento ascensional) e todo local de alta pressão é resultado da descida do ar (movimento 
descencional). 
 
A pressão atmosférica pode ser representada cartograficamente através de CARTAS 
SINÓTICAS, que são mapas da pressão atmosférica, essas possuem ISÓBARAS, que são linhas 
de igual pressão atmosférica. 
A pressão atmosférica pode ser medida pelo BARÔMETRODE MERCÚRIO OU ANERÓIDE e 
pelo BARÓGRAFO. Os seres vivos percebem através da audição e do tato. Escala de medição: 
mb, hPa e mmHg. 
 
ANTICICLONES (PRESSÃO ALTA) 
 
As áreas anticiclonais são grandes áreas da Terra onde se definem altas pressões, são áreas secas 
e com pouca chuva. Resultam da convergência do ar em altitude e da divergência em superfície. 
O ar é acumulado em altitude e jogado contra a superfície onde é espalhado. Não há condensação 
do vapor de água porque as gotículas não conseguem se unir, por isso não há chuvas em regiões 
de alta pressão, caracterizando tais regiões com tempo estável e grandes desertos. (A cada 100 m 
que o ar desce aumenta em 1°C favorecendo a evaporação.) 
 
CICLONES (PRESSÃO BAIXA) 
 
Áreas ciclonais são grandes áreas de baixa pressão, são áreas úmidas com grande concentração de 
chuvas. Resultam da convergência de ar em superfície e da divergência em altitude. O ar ao subir, 
leva consigo o vapor de água e núcleos higroscópicos que em baixa temperatura favorecem a 
condensação, assim as gotículas de água se unem formando nuvens que podem gerar chuvas. 
Áreas caracterizadas por grandes florestas e tempo chuvoso. 
 
CIRCULAÇÃO GERAL OU PRIMÁRIA DA ATMOSFERA 
 
A circulação primária da atmosfera é a circulação geral da atmosfera e é descrita como sendo os 
padrões em larga escala, ou globais, de vento e pressão que se mantêm ao longo do ano ou se 
repetem sazonalmente. É a circulação geral que realmente determina o padrão dos climas 
mundiais. Como a circulação geral tende a se dispor em zonas latitudinais, os climas do mundo 
tendem a ocorrer em zonas. 
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24 
 
 
1ª ZONA DE BAIXAS PRESSÕES EQUATORIAS – se caracteriza pelas chuvas e pelas 
florestas equatoriais e a movimentação do ar se dá por causas dinâmicas e térmicas. 
2ª ZONA DE ALTAS PRESSÕES SUBTROPICAIS – se caracteriza pela pouca chuva, 
estiagens severas e grandes desertos e a movimentação do ar é por causas dinâmicas. 
3ª ZONA DE BAIXAS PRESSÕES SUBPOLARES – se caracteriza pelas chuvas no verão e 
neve no inverno, e pelas florestas de coníferas no Hemisfério Norte e o movimento de ar se dá de 
forma dinâmica. 
4ª ZONA DE ALTAS PRESSÕES POLARES – se caracteriza pela falta de chuva e pelos 
desertos de gelo. 
Formam assim um sistema tricelular. 
 
 
 
 
 
1) Considerando a seguinte situação: 
“A cidade de Santa Maria se encontra a uma altitude de 90 metros, possuindo umidade 
absoluta do ar de 1%, temperatura do ar de 28ºC e o ar se encontra em movimento 
descencional.” 
Observando a situação em que se encontra a cidade de Santa Maria no momento da 
análise e relacionando a altitude, a temperatura, a umidade atmosférica e os movimentos 
verticais do ar com a pressão atmosférica, responda a pressão será alta ou baixa? 
Explique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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25 
 
VENTOS E MOVIMENTOS ATMOSFÉRICOS 
 
O vento é o deslocamento de um ar de um local de alta pressão para um local de baixa pressão no 
sentido horizontal na busca de reequilíbrio em termos de pressão atmosférica. Os ventos não 
caminham em linha reta ao longo de uma gradiente de pressão, mas são defletidos ou desviados 
em forma de curva devido à rotação da Terra. O desvio de algo que se mova na superfície do 
planeta é causado pela força de Coriolis, descrito inicialmente em 1835, pelo físico francês 
Gaspar de Coriolis. Assim, no caso dos ventos, o ar é forçado a se desviar para a esquerda no 
hemisfério sul e para a direita no hemisfério norte. Essa força é muito mais comum do que se 
possa imaginar, já que todas as coisas que se movem sobre a superfície do planeta desviam-se 
lateralmente de suas trajetórias previstas. O RELEVO é o principal fator de variação da direção e 
da velocidade do vento. 
 
Em superfície o ar se desloca horizontalmente das áreas de alta pressão para as áreas de baixa 
pressão. Esses movimentos do ar em superfície denominam-se VENTOS. 
 
PADRÃO SUPERFICIAL (VENTO) 
 
 
Em altitude o ar se desloca verticalmente das áreas de baixa pressão para as áreas de alta pressão. 
Esses movimentos do ar em altitude denominam-se CORRENTES DE AR. 
O sol emite radiação que aquece a superfície, esse calor aquece o ar atmosférico que tende a se 
expandir e ficar leve e consequentemente subir (MOVIMENTO ASCENSIONAL DO AR). 
Conforme o ar vai atingindo maiores altitudes, a temperatura vai diminuindo, tornando o ar mais 
denso que tende a descer novamente (MOVIMENTO DESCENCIONAL DO AR). 
 
 
 PADRÃO EM ALTITUDE 
(CORRENTES DE AR) 
 
 
ESCALAS E MEDIÇÕES 
O vento é o único elemento do clima com duas variáveis: 
 Sentido e direção – dados pelos pontos de orientação ou por graus. 
 Velocidade – m/s ou km/h. 
 
 
 
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26 
 
 
ZONAS PRODUTORAS DE VENTO E ZONAS RECEPTORAS 
 
As áreas produtoras de vento são as áreas de alta pressão (áreas anticiclonais) e as áreas 
receptoras são as de menor pressão (áreas ciclonais). 
 
CINTURÕES ANEMOMÉTRICOS DO GLOBO 
 
Entre os trópicos os ventos denominam-se alísios; nas regiões polares denominam-se ventos de 
leste e oeste. A rotação da Terra é que dá sentido e direção ao vento. Lembrando que a rotação da 
Terra obedece ao sentido leste-oeste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60º a 90º 30º a 60º 0º a 30º
VENTOS 
DE LESTE 
POLAR 
VENTOS 
DE OESTE 
FERREL 
VENTOS 
ALÍSIOS 
 (Nordeste 
ou Sudeste) 
 
HADLEY 
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27 
 
NEBULOSIDADE E NUVENS 
 
Aproximadamente 50% da atmosfera é coberta por nuvens, deste modo cerca de metade da 
energia solar é retida pelas nuvens e refletida de volta ao espaço. O ciclo da nebulosidade se dá 
quando a energia solar causa a evaporação, essa propicia a formação de nuvens, que por sua vez 
podem gerar chuva, novamente o sol emite radiação que evapora a água da chuva iniciando o 
ciclo novamente. A condição de céu sem nuvens mostra uma situação anticiclonal, ou seja, 
pressão alta, essa situação se dá porque as correntes de ar e força gravitacional estão na mesma 
direção ou a força gravitacional é maior que a das correntes de ar. Céu nublado indica situação 
ciclonal, isto é, pressão baixa geradas por correntes de ar mais fortes que a força gravitacional. A 
nebulosidade é uma condição atmosférica, quanto maior a nebulosidade, maior a movimentação 
atmosférica. Sem nuvens, portanto, atmosfera estável. Nevoeiros também são nuvens. 
 
ALTITUDE 
As nuvens localizam-se na troposfera até uma altitude de 15 km, com exceção de um tipo de 
nuvem chamada Nuctituzentes que se localiza a 90 km. 
(1) Nuvens altas 
Ocorrem acima de 6000 m, formadas por cristais de gelo. São as cirrus, cirrostratus e 
cirrocumulus. 
(2) Nuvens médias 
Ocorrem entre 2000 e 6000 m, formadas por cristais de gelo e água. São as altostratus e 
altocumulos. 
(3) Nuvens baixas 
Ocorrem abaixo dos 2000 m, formadas por água líquida. São elas cumulus, stratus, 
stratocumulos, nimbos e nevoeiros (neblina). 
(4) Nuvens com grande desenvolvimento vertical 
No interior dessas nuvens ocorre a formação de granizo, está associada a tornados, também 
ocorrem fenômenos elétricos e sonoros. Estendem-se 200 m até o topo da troposfera. 
 
FORMA 
 Estratiformes – estratos, “nuvens finas”, grandes territórios com elevação dear, camadas de 
nuvens horizontais, sempre provocam chuvas, são unidas formando uma espécie de “tapete” de 
nuvens. 
 Cumuliformes – “bolas de algodão”, nuvens com desenvolvimento vertical, nem todas 
produzem chuva, são dispersas, pequenos territórios com elevação de ar. 
 
COBERTURA 
É dada por décimos de céu coberto (0/10 a 10/10). 
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28 
 
 
BRILHO 
As nuvens apresentam cores mais claras ou mais escuras devido a sua espessura, contudo elas são 
sempre brancas, pois absorvem todas as cores do arco-íris e todas as cores juntas formam o 
branco. A parte escura que vemos é a sombra da nuvem. As nuvens mais brilhantes são devido a 
cristais de gelo. 
 
As nuvens stratus e nimbos provocam chuvas. As nuvens cumulus indicam tempo bom. 
 
TIPOS DE NUVEM 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
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Influenciado pela sistemática de Lineu, para classificar plantas e animais, L. Howard, em 1803, 
produziu o primeiro sistema de classificação das nuvens realmente utilizável. Contribuiu muito, 
para sua aceitação geral, não só o uso de uma terminologia latina, muito em moda na época, 
como a constatação científica de que as mesmas formas de nuvens aparecem sobre toda a Terra. 
Na classificação internacional das nuvens incluem - se dez gêneros, cujos nomes, aportuguesados 
na sua grafia (embora seja de uso quase universal a grafia latina), são: 
 
1) Cirros – Ci (vem de cirrus, cacho de cabelo, franja — como a penugem de aves —) são as 
nuvens mais altas, são delicadas, brancas, fibrosas, geralmente esbranquiçadas, com aspecto de 
penas ou flocos de lã. Para alguns, lembra um “rabo de galo”. Pairam à altura média de 9 km; 
 
2) Cirrocúmulos – Cc - aparecem sob forma de bolinhas muito pequenas e brancas, ordenadas em 
bancos ou campos de nuvens. São também constituídas por cristais de gelo, mas aparecem 
raramente; 
 
3) Cirrostratos – Cs – mostram-se como véu esbranquiçado, fibroso ou liso, mais espesso que os 
cirros, constituído predominantemente por cristais de gelo; 
 
 
4) Altocúmulus – Ac – são as nuvens denominadas vulgarmente de “carneirinhos”, como que 
novelos, habitualmente formadas por gotas de água líquida, com os bordos claros e zonas 
sombreadas no interior, reunidas em faixas alongadas; 
 
5) Altostratos – As - são, na maior parte das ocorrências, nuvens em forma de véu uniforme, 
cinzento - azulado, raramente fibroso, através das quais o Sol e a Lua surgem enfraquecidos na 
sua luminosidade, como se os víssemos por um vidro fumaçado. Os altostratos contêm gotículas 
de água e cristais de gelo, além de flocos de neve e gotas de chuva; 
 
6) Nimbostratos – Ns - espessas camadas de nuvens cinzentas - escuras, que tapam por completo 
a Lua ou o Sol e cuja base inferior é reforçada por nuvens esfarrapadas, que dão chuva ou neve 
contínuas. A precipitação pode não atingir o solo, por se evaporar antes. Os nimbostratos 
compõem - se, como regra geral, de gotas de água em temperaturas mais baixas que aquela em 
que ocorre a solidificação (chamado fenômeno de sobrefusão), gotas de chuva, flocos e cristais 
de neve, ou de uma mistura de formas sólidas e líquidas. 
 
7) Estratocúmulos – Sc - nuvens brancas ou cinzentas, de formas arredondadas, dispersas ou 
reunidas em bancos, mas sempre distribuídas por uma camada horizontal pouco espessa. No 
inverno podem cobrir o céu, a que dão um aspecto ondulado. Elas contêm partículas de gelo 
misturadas com as gotas líquidas. 
 
8) Estratos – St - (vem de stratus, isto é, espalhado como um lençol) são nuvens típicas dos 
crepúsculos. São baixas, alongadas e horizontais. Aparecem em camadas uniformes, sem 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
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estrutura visível (aparentando nevoeiro bem alto). São constituídas por gotas de água ou, se a 
temperatura for muito baixa, por partículas de gelo; sua precipitação característica é o chuvisco 
(precipitação muito uniforme em que as gotas de água, numerosas e pequenas, parecem flutuar no 
ar, cujos movimentos acompanham). 
 
9) Cúmulos – Cu - (vem de cumulus, que quer dizer, montão de nuvens) são nuvens 
arredondadas no topo, majestosas, com o aspecto de montanhas de algodão, de base plana e quase 
horizontal. Indicam bom tempo e dista 1 a 2 km da superfície do solo. Quando na parte superior 
dos cúmulos muito desenvolvidos se forma a bigorna, constituída por granizo, neve ou gelo, 
obtém - se um novo tipo de nuvem, o Cumulonimbo – Cb. 
 
10) Nimbos - Ni - (vem de nimbus, nuvem) são nuvens espessas e escuras; geralmente desfazem 
- se em chuva. Situam-se a menos de 2 km de altura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA (CHUVA) 
 
Importância: agricultura, abastecimento, energia e pecuária. 
 
FORMAS DE PRECIPITAÇÃO E MEDIÇÕES 
 Líquida: precipitação pluviométrica ou chuva (é medida pelo pluviômetro ou pelo pluviógrafo 
em mm); 
 Sólida: granizo (é medida pelo tamanho ou pelo tempo) e neve (medida em cm ou m). 
 
TIPOS DE CHUVA 
 Chuvas Orográficas ou de Relevo 
Ocorre quando uma nuvem encontra um alto obstáculo em seu caminho, como uma grande 
elevação do terreno, cadeia de morros, serra, etc. Como se forma: para a massa de ar transpor o 
obstáculo ela é forçada a subir. Aí ocorre aquela velha história: ar que sobe é ar que se expande 
pela menor pressão atmosférica, e ar que se expande é ar que “dilui” calor. Massa de ar que perde 
calor perde junto à capacidade de conter umidade, o que gera nuvens em segmento, chuva. Daí a 
grande incidência de nebulosidade e chuvas, muitas vezes torrenciais, nas altas encostas dos 
morros. Estão associadas às barreiras orográficas, são chuvas calmas, presentes nas Serras do 
Litoral Brasileiro. 
 
 
 Chuvas Convectivas 
É a típica chuva de verão, com grande intensidade e curta duração (é menos comum no inverno). 
Pode produzir ventos locais e muitos raios. Ocorre pela formação de “corredores” verticais de ar, 
provocados pela elevação de massas de ar quente. Predominante em áreas equatoriais. 
Podem ocorrer isoladas (com céu azul em volta), o que é facilmente observado por uma pessoa 
que não esteja sob a imensa nuvem. Quando o processo produz nuvens muito altas e de grande 
energia cinética, criam ambiente ideal para a formação de granizo. Apresentam grande atividade 
elétrica interna, com infinidades de raios e violentos ventos verticais e turbulências diversas. São 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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um enorme perigo para aeronaves. Podem produzir grandes diferenças de potencial elétrico com 
a terra, possibilitando intensa ocorrência de raios. Estão associadas ao aquecimento do ar e sua 
elevação na atmosfera (movimento ascensional – pressão baixa), são chuvas torrenciais, típicas 
do verão, associadas à formação de nuvens cumulunimbus, podem provocar furacões, tornados, 
tufões e trombas de água. São responsáveis por 8% da média de chuva no Rio Grande do Sul. 
 
 Chuvas Frontais 
Ocorre pelo encontro de duas grandes massas de ar. Sendo uma quente e úmida; estacionária ou 
vinda do quadrante norte, outra fria, vinda do quadrante sul. A frente fria, mais densa, entra por 
baixo, levando para cima a massa de ar quente. Quando esta massa de ar quente possui elevada 
umidade relativa a chuva é eminente. São as mais importantes, responsáveis por 60% das chuvas 
no mundo (90% no RS), estãosempre ligadas a duas ou três massas de ar de diferentes 
temperaturas que não se misturam, ocorrendo assim um confronto de massas de ar, no qual a 
massa mais fria joga a massa mais quente para cima (pois essa é mais leve) e desse modo provoca 
chuva no setor frio, a massa fria continua a se deslocar e levar chuva até as regiões equatoriais 
onde essa se esquenta formando uma massa de ar quente. O ar frio por ser mais denso toma o 
lugar do ar quente e provoca chuvas. 
 
A chuva no mundo é constante, sua distribuição que é irregular. 
 
ALTITUDE E PRECIPITAÇÃO 
 
Quanto maior a altitude, maior a precipitação: precipitação e altitude estão em relação direta. Isto 
acontece até aproximadamente 2000 m. Daí para cima a relação inverte e quando mais alto menor 
é a precipitação. 
 
LATITUDE E PRECIPITAÇÃO 
 
Quanto maior a latitude, menor a precipitação, ou seja, o ar é mais seco e assim não há 
condensação do vapor de água e consequentemente não há geração de nuvens e não há chuva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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NOÇÕES BÁSICAS DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA 
TERCEIRA PARTE 
 
EL NIÑO E LA NIÑA 
 
O El Niño e La Niña são alterações significativas de curta duração (12 a 18 meses) na 
distribuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, com profundos efeitos 
no clima. Seu papel no aquecimento e resfriamento global é uma área de intensa pesquisa, ainda 
sem um consenso. 
 
EL NIÑO 
 
El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das 
águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima regional e global, 
mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões 
tropicais e de latitudes médias. 
É o aquecimento superficial anormal das águas do pacífico equatorial, ao aquecer a água 
evapora formando nuvens, as correntes e os ventos alísios e de oeste distribuem essas 
nuvens provocando chuvas no Sul e Sudeste do Brasil e seca no Norte e Nordeste. Acredita-
se que a principal condição do El Niño seja a radiação solar, uma época em que o sol está 
com poucas manchas solares. 
 
CONSEQUÊNCIAS DO EL NIÑO 
 
 Região Norte: diminuição da precipitação e secas; aumento do risco a incêndios florestais. 
 Região Nordeste: secas severas. 
 Região Sudeste: moderado aumento das temperaturas médias; aumento das temperaturas no 
inverno; não há mudança no padrão das chuvas. 
 Região Centro - Oeste: não há mudança no padrão das chuvas; temperaturas acima da média. 
 Região Sul: precipitações abundantes; aumento da temperatura média. 
 
LA NIÑA 
 
La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao EL Niño, 
e que caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico 
Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos de El Niño, mas nem sempre 
uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido à La 
Niña. 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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É o resfriamento superficial anormal das águas do pacífico equatorial, ao resfriar a água 
não evapora, não formando nuvens, desse modo as correntes e os ventos alísios e de oeste 
transportam o ar frio resultante causando secas no Sul e Sudeste do Brasil e chuvas no 
Norte e Nordeste. A La Niña está relacionada a etapas com muitas manchas solares no sol. 
 
CONSEQUÊNCIAS DO LA NIÑA 
 
 Região Norte: aumento de precipitação e vazões de rios. 
 Região Nordeste: aumento de precipitação e vazões de rios. 
 Região Sudeste: área com baixa previsibilidade. 
 Região Centro - Oeste: área com baixa previsibilidade. 
 Região Sul: secas severas. 
 
Pensa-se que estes fenômenos são acompanhados pela deslocação de massas de ar a nível global, 
provocando alterações do clima em todo o mundo. Por exemplo, durante um ano com El Niño, o 
inverno é mais quente que a média nos estados centrais dos Estados Unidos, enquanto que nos do 
sul há mais chuva; por outro lado, os estados do noroeste do Pacífico (Oregon, Washington, 
Colúmbia Britânica) têm um inverno mais seco. Os verões excepcionalmente quentes na Europa 
e as secas em África parecem estar igualmente relacionados com o aparecimento do El Niño. La 
Niña é o fenômeno inverso, caracterizado por temperaturas anormalmente frias, também no fim 
do ano, na região equatorial do Oceano Pacifico, muitas vezes (mas não sempre) seguindo-se a 
um El Niño. Também já foi denominado como “El Viejo” (“O Velho”, ou seja, a antítese do 
“menino”) ou ainda o “Anti-El Niño”. É exatamente isso que ocorre no Oceano Pacífico sem a 
presença do El Niño, ou seja, é esse o padrão de circulação que é observado. 
 
CHUVA ÁCIDA 
A chuva ácida é um dos grandes problemas ambientais da atualidade. Esse fenômeno é muito 
comum nos centros urbanos e industrializados, onde ocorre a poluição atmosférica decorrente da 
liberação de óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono e do dióxido de enxofre, sobretudo pela 
queima do carvão mineral e de outros combustíveis de origem fóssil. 
É importante ressaltar que a chuva contém um pequeno grau natural de acidez, no entanto, não 
gera danos à natureza. O problema é que o lançamento de gases poluentes na atmosfera por 
veículos automotores, indústrias, usinas termelétricas, entre outros, tem aumentado a acidez das 
chuvas. 
O dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre reagem com as partículas de 
água presentes nas nuvens, sendo que o resultado desse processo é a formação do ácido nítrico e 
do ácido sulfúrico. Ao se precipitarem em forma de chuva, neve ou neblina, ocorre o fenômeno 
conhecido como chuva ácida, que, em virtude da ação das correntes atmosféricas, também pode 
ser desencadeada em locais distantes de onde os poluentes foram emitidos. 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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Entre os transtornos gerados pela chuva ácida estão a destruição de lavouras e de florestas, 
modificação das propriedades do solo, alteração dos ecossistemas aquáticos, contaminação da 
água potável, danificação de edifícios, corrosão de veículos e monumentos históricos, etc. De 
acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), cerca de 35% dos ecossistemas do 
continente europeu foram destruídos pelas chuvas ácidas. 
A maior ocorrência de chuvas ácidas até os anos 1990 era nos Estados Unidos da América 
(EUA). Contudo, esse fenômeno se intensificou nos países asiáticos, principalmente na China, 
que consome mais carvão mineral do que os EUA e os países europeus juntos. No Brasil, a chuva 
ácida é mais comum nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. 
Algumas ações são necessárias para reduzir esse problema, tais como a redução no consumo de 
energia, sistema de tratamento de gases industriais, utilização de carvão com menor teor de 
enxofre e a popularização de fontes energéticas limpas: energia solar, eólica, biocombustíveis, 
entre outras. 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco 
Graduado em Geografia 
 
ILHAS DE CALOR 
Ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma 
área urbana se comparada a uma zona rural, por exemplo. Isso quer dizer que nas cidades, 
especialmente nas grandes, a temperatura é superior a de áreas periféricas, consolidando 
literalmente uma ilha (climática). 
A oscilação de temperatura entre o centro de uma grande cidade e uma zona rural pode variar 
entre 4°C, 6°C ou até mesmo 11°C; o que proporciona muitos inconvenientes à população em 
virtude dos incômodos queo calor excessivo provoca, sem contar que ocasiona um significativo 
incremento no consumo de energia elétrica, usada para funcionar refrigeradores (ar 
condicionado), principalmente para climatizar residências, escolas, universidades, comércios e 
indústrias. 
A ilha de calor pode ser percebida em períodos diurnos e noturnos, mas o ápice da diferença de 
temperatura entre áreas urbanas e rurais acontece ao anoitecer, pois a área rural resfria mais 
rápido do que a urbana, onde muros, calçadas, asfaltos e todo tipo de edificação recebem durante 
o dia luz e calor do Sol e esse fica retido por mais tempo, proporcionando a diferença de 
temperatura entre as áreas em questão. 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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Na área rural e florestal a cobertura vegetal possibilita o processo de evaporação e 
evapotranspiração, amenizando as temperaturas, o que não acontece nas grandes cidades que 
estão impermeabilizadas e sem cobertura vegetal. 
Por Eduardo de Freitas 
Graduado em Geografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Climatologia Geográfica – Noções Básicas 
Gustavo Oliveira Kwiatkowski 
 
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA CONSULTADA 
 
AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. 4ª Ed. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 1996. 332p. 
 
COELHO, M. de A; TERRA, L. Geografia geral e geografia do Brasil: o espaço 
natural e socioeconômico. 1ª Ed. São Paulo: Moderna, 2005. 479p. 
 
FERREIRA, G. M. L. Moderno atlas geográfico. 5ª Ed. São Paulo: Moderna, 2011. 80p. 
 
SARTORI, M. Da G. B. Clima e percepção geográfica. 1ª Ed. Santa Maria: Pallotti, 
2014.192p. 
 
BASES ELETRÔNICAS 
 
Blog Reflexão Geográfica - reflexaogeografica.blogspot.com.br 
 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – http://www.ibge.gov.br/ 
 
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - http://www.inpe.br/ 
 
Site Climatologia Geográfica – http://climatologiageografica.com/ 
 
 
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