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A Formação do Capitalismo

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1 
 
 Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado 
FECAP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O SURGIMENTO DO SISTEMA CAPITALISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Everton Costenaro 
 
Felipe Morselli 
 
Mayara Gomes 
 
 Samer Serhan 
 
 História Econômica Geral I 
Professor: Nelson Catarino 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2014 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução .............................................................................................................. 3 
 
2. Objetivo .................................................................................................................. 4 
2.1 Tema ............................................................................................................... 4 
2.2 Delimitação do Tema ...................................................................................... 4 
2.3 Objetivo Geral ................................................................................................. 4 
2.4 Objetivo Especifico.......................................................................................... 4 
 
3. A Gênese do Capitalismo Moderno, Max Weber ................................................. 5 
3.1 Resenha .......................................................................................................... 5 
 
4. O Poder Global, José Luís Fiori ......................................................................... 12 
4.1 Resenha ........................................................................................................ 12 
 
5. Structure and Change in Economic History, Douglass North ......................... 15 
5.1 Resenha ........................................................................................................ 15 
 
 
6. Comparações ....................................................................................................... 21 
6.1 Max Weber e José Luís Fiori ....................................................................... 21 
6.2 Max Weber e Douglas North ......................................................................... 22 
6.3 José Luís Fiorie Douglas North ..................................................................... 23 
 
7. Conclusão ............................................................................................................ 25 
 
8. Bibliografia ........................................................................................................... 26 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO. 
 
Este trabalho tem como objetivo principal estudar a formação do sistema 
capitalista sobre as óticas de três obras: 
 
- O Poder Global, José Luís Fiori 
- A Gênese do Capitalismo Moderno, Max Weber 
- Structure and Change in Economic History, Douglass North 
 
O projeto consiste na leitura, resenha e comparação entre as ideias principais 
sobre o tema da formação do sistema capitalista nas obras descritas acima. 
A tarefa esta dividia em três principais partes, onde a primeira consiste na 
leitura e resumo das principais ideias sobre o capitalismo nas obras descritas. A 
segunda consiste na comparação entre elas, bem como a evidenciação das 
convergências e divergências das teorias. E a terceira parte que consiste em uma 
conclusão final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 OBJETIVO. 
 
2.1 Tema. 
 
Surgimento do sistema capitalista. 
 
2.2 Delimitações do Tema. 
 
Motivo do surgimento do sistema capitalista ocasionado na Europa Ocidental. 
 
2.3 Objetivo Geral. 
 
Verificar as considerações e teorias de três autores diferentes sobre o 
surgimento do sistema capitalista. 
 
2.4 Objetivo Especifico. 
 
Analisar as principais ideias das obras sobre o surgimento do sistema 
capitalista e a partir disto realizar comparações das divergências e convergências 
de ideias dos autores, podendo então, estabelecer uma conclusão sobre o 
surgimento deste sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 3 A GENESE DO CAPITALISMO MODERNO, MAX WEBER. 
 
3.1 Resenha. 
 
 Max Weber em seu livro A Gênese do Capitalismo Moderno faz um estudo 
da racionalização religiosa, política, jurídica e econômica que deram origem 
aomundo moderno do Ocidente no qual é conhecido hoje. 
No primeiro capitulo é definido o conceito de Empresa Capitalista, no qual é 
classificada como uma empresa que apresenta um controle de suas rentabilidades 
com auxilio da contabilidade moderna; Junto a isto também é definido que uma 
época só poderá ser classificada como capitalista quando houverpredominante 
atendimento capitalista sobre a necessidade das pessoas, no qual é uma 
característica peculiar do Ocidente. 
 Entre as condições para que exista o Capitalismo Moderno se destaca: 
 - A existência da contabilidade racional como regra para todas as empresas; 
- Controle sobre a terra, maquinas, capitais e etc.; 
- Liberdade de mercado; 
- Técnicas Racionais, maximizando ganhos; 
- Confiança no poder judiciário e administrativo; 
- Trabalho Livre; 
- Comercialização da economia, muito parecido com o mercado de títulos conhecido 
nos dias atuais. (Bens patrimoniais assumem forma de títulos); 
 A comercialização se refere à criação de títulos para a participações em 
empresas, no qual somente surgiu no Ocidente e pode ser encontrado no Império 
Romano, quando por meio de ações os romanos compartilhavam de seus lucros.Na 
antiguidade, muitas vezes o Estados tomava dinheiro emprestado de empresários, 
muitas vezes sem juros, e em algum casos de guerra quando o mesmo se tornava 
derrotado, o dinheiro era perdido também. Com a criação dos juros sobre os 
empréstimos, a venda/compra de títulos se torna um negocio. 
 Para a origem das Sociedades Anônima, antes é dado a existência de uma 
diferença entre empreendimentos de grande porte de caráter interlocal, e os 
empreendimentos internacionais presentes da antiguidade, no qual o primeiro se 
refere as empresas que promoviam comercio interlocal, nas cidades, e o segundo se 
refere as grandes sociedades coloniais para a captação de capital. Apesar destes 
 
6 
 
dois tipos de empreendimentos apresentarem faltas como de capital fixo ou de 
cálculos da contabilidade moderna, deram origem para o que hoje é conhecido como 
Sociedades Anônimas. Outros fatores também contribuíram para a existência do 
capitalismo moderno, como a gestão financeira do sistema inglês antigo. 
Além das condições citadas para a existência do Capitalismo Moderno, a 
especulação passa a ser importante quando bens de capitais passam a ser 
expressos em títulos, sendo caracterizada pelas primeiras crises econômicas. Na 
França, o Estado assumiu uma divida muito alta e Jhon Law veio a torna-se 
administrador desta economia; Em 1718 viu forte concorrência na sociedade, 
associando-se a Companhia das Índias, fazendo com que as pessoas colocassem 
na mão do Estado boa parte do seu dinheiro como impostos, fazendo assim com 
que os indivíduos especulassem, porem todo o empreendimento de Law veio a 
falência devido ao fato que o comercio com a Ásia não rendeu o suficiente. Outras 
crises de especulação também ocorreram, tais crises que Karl Marx citou no 
Manifesto Comunista; As primeiras crises deram a possibilidade dos indivíduos 
especularem. 
 No século XVIII ocorre uma separação do comercio atacadista e do comercio 
varejista, sendo o primeiro responsável pela criação de comercio por leilão. Esta 
separação ainda resultou em outro tipo de comercio, o Comercio de Consignação, 
onde quem vende não se encontra com quem compra, como erafeito no comercio 
antigo. 
A Bolsa foi originada pelas antigas feiras, onde eram levantados prédios com 
nome de Bolsa onde era feito o comercio de títulos, fazendo com que as pessoas 
especulassem, e a mesma ganhou muito mais força com as expansões rodoviárias, 
uma vez que ela oferecia títulos de alto valor, logo, dentre os diversos fatores, 
organizações suficientes do sistema informativo e de transportes foram 
imprescindíveis para a criação de um comercio atacadista de especulação. Weber 
também fala da importância das conquistas e exploração para a criação do 
pensamento capitalista. 
Por meio da colonização os Estados Europeus tiravam seu lucro, e por meio 
da exploração, antes dos índios, depois dos negros, criaram um verdadeiro comercio 
de escravos. Weber diz que este comercio teve uma pequena importância para o 
desenvolvimento do Capitalismo Moderno, uma vez que este se baseava no 
principio predatório e não no calculo da Rentabilidade. 
 
7 
 
 Weber também conceitua Fabrica Moderna, onde sua característica principal 
é a apropriação da oficina, dos instrumentos, da fonte de energia e da matéria-prima 
do empresário; Antigamente estas apropriações ocorreram em pequenos casos. 
 Houve uma evolução das tecncinas de produção com a incorporação de 
novas maquinas e energia hidráulica, mas o capitalismo surge efetivamente apenas 
com a chegada do carvão e do ferro, trazendo 2 grandes problemas: O perigo do 
desmatamento e a entrada e água nas minas. Os mesmos foram solucionados logo 
com a invenção da maquina a vapor, onde a mesma era capaz de produzir carvão. 
 Com estes desenvolvimentos ocorreu a separação das técnicas de produção, 
onde as mesmas não dependiam mais dos animais nem das forças vegetais; Alem 
de que as com as novas maquinas, novos trabalhadores foram colocados na 
industria, fazendo assim co m que os meios de produção ficassem na mão dos 
empresários. 
 Os exércitos contribuíram para o desenvolvimento do pensamento capitalista, 
uma vez que eles demandavam cada vez mais de uniformes e ferro para a 
ampliação de navios; Mas segundo Weber isto também contribuiu pouco para o 
desenvolvimento do capitalismo moderno, bem como também a comercialização de 
artigos de luxo. 
 É mencionado que para o desenvolvimento do pensamento capitalista foi 
fundamental a Revolução dos Preços ocorrida pelo grande fluxo de ferro entre 
países, fazendo com que houvesse grandes momentos inflacionários, alavancando a 
busca por novas invenções. 
 A partir destas informações, Weber diz que houve o desenvolvimento do 
Pensamento Capitalista moderno, uma vez que o mesmo cria uma organização 
racional do trabalho, como descrito anteriormente, sendo isto uma peculiaridade do 
capitalismo, alem disso também a eliminação das barreiras entre as economias 
externas e internas, e a separação da religião e a razão, onde faziam com que os 
indivíduos levassem uma conduta de vida racional, foram fundamentais para a 
criação deste pensamento, onde estas peculiaridades em conjunto foram 
observadas somente no Ocidente. 
De acordo com Weber, a Burguesia está associada a três conceitos distintos, 
o primeiro associa este termo a uma categoria de classes que se encontram em uma 
situação específica de interesses econômicos, nos quais estas classes são 
homogêneas, dividas entre grandes burgueses e pequenos burgueses. Outra 
 
8 
 
associação está no âmbito político, no qual o termo burguesia abrange todos os 
cidadãos, portadores de determinados direitos políticos, e por fim, o terceiro aspecto 
do termo burguesia, refere-se ao sentido estamental, as pessoas com posses e 
culturas. Ambas as associações sobre o termo burguesia, possuem características 
próprias. 
Souza ratifica a importância da contribuição das cidades para o campo da 
cultura e para outras áreas. Dentre estas contribuições, destacamos historia da arte, 
a matemática, a sustentação de determinadas religiões, a criação do pensamento 
teológico e do ponto de vista sem vinculo sacerdotal. Além disso, existe a análise de 
como as cidades surgiram no Oriente e Ocidente. 
No Oriente, a cidade se caracterizava por dois aspectos: o primeiro como 
sede e indústria, na qual era necessário o abastecimento continuo com alimentos 
que vinham de fora, e é justamente este fator que distinguia o tamanho ou categoria 
destas cidades na época. O segundo aspecto resulta do fato de que anteriormente 
as cidades só eram reconhecidas, mediante aquela que tivesse uma fortificação. 
Vale ressaltar que a cidade como associação comunal foi fator decisivo para que na 
Idade Média possuíssem direito e tribunais próprios e uma administração própria e 
autônoma. 
No Ocidente em determinada época, entendia-se como cidade, aquela região 
que possuía um bispo. Entretanto, a cidade ocidental cria-se após um ato de 
confraternização na antiguidade, o sinequismo na antiguidade induziu a parte da 
população rural e linhagens, a unir-se em uma associação para administrar e 
proteger a cidade. 
O desenvolvimento de ambas as cidades do Ocidente e Oriente seguiram 
rumos diferentes. Pelo fato do Ocidente não possuir um monopólio de comunicação 
com os Deuses, automaticamente existia determinada liberdade sacerdotal, não 
existiam impedimentos mágicos, nos quais estavam presentes nas cidades do 
Oriente. Além disso, um dos fatores decisivos para este desenvolvimento ocidental 
foi o dia da Antioquia, no qual foi praticado um Culto para as pessoas não 
circuncidadas, e por este motivo, eliminaram-se as barreiras mágicas, possibilitando 
a gênese da cidade ocidental. E por fim, o principal motivo do Ocidente ter se 
desenvolvido antes que o Oriente deve-se ao fato, de que ele possuía uma 
diferenciação na constituição de sua defesa e o seu serviço de defesa militar, era 
capaz de prover seu equipamento e instrução por conta própria. 
 
9 
 
Em cada cidade, observamos que este desenvolvimento teve características 
diferenciadas, como a formação da democracia, do exército e suas políticas de 
crescimento, que poderiam ser mediante a arrecadação de impostos ou guerras 
expansionistas. 
As lutas pacíficas e guerreiras dos estados nacionais da época criaram 
oportunidades para o capitalismo ocidental-moderno, cada estado concorria para 
atrair capital livre, que estabelecia condições que os ajudariam a conseguir a 
hegemonia. Desta aliança, surge a burguesia nacional, e, portanto, o estado 
nacional consolidado que garante ao capitalismo as chances de permanecer. 
Neste capitulo, a principio é estabelecida uma análise do Estado Ocidental 
(Estado Racional) e do Estado Chinês. O estado racional, (contexto no qual o 
capitalismo pode vigorar) tem sua base no funcionalismo especializado e no direito 
racional. Por sua vez, o Estado chinês, reside na ideia de natureza mágica, ou seja, 
existe uma “perfeição” em relação a cultura literária e funcionalismo com cultura 
humanista. Para Weber, o patrimonialismo do estado chinês, provocava desvios de 
objetivos, e, portanto, era objetivo da burocracia racional (um dos pilares do estado 
racional) coibir. 
Nós séculos VII e XI, no Estado Chinês, o funcionalismo com cultura 
humanista, passou a ser substituído pelo funcionalismo especializado, no qual 
propõe a obediência nas regras políticas (Dependência do líder em relação ao 
quadro administrativo). Entretanto, ocorreu o fenômeno comum chamado de Eclipse 
Lunar, ou seja, o contexto mágico da religiosidade chinesa entendeu que estas 
mudanças eram uma perturbação a ordem natural, e que eram repudiadas como 
perturbadoras da ordem. 
Para Weber o direito racional é fundamental para a existência do capitalismo 
moderno, por sua natureza calculávele por sua previsibilidade, na qual não 
possibilita a previsão e cálculo de atividades para a existência de mercados 
competitivos nos quais são baseados em princípios impessoais, tais como os 
pressupostos mágicos da sociedade chinesa. O capitalismo precisa de um direito 
calculável, similar a uma máquina. 
A criação deste tipo de direito, surgiu da aliança do estado moderno com os 
juristas (do Ocidente), com o objetivo de fazer valer todas as pretensões de poder. A 
aliança com a China não foi possível, pois a cultura humanista dominava este estado 
e não existiam juristas a disposição, e além disso, existia a disputa de diversas 
 
10 
 
escolas filosóficas, na qual foi prevalecida o Confucionismo Ortodoxo. Feito isto, nos 
deparamos um Ocidente com direito estruturado, no qual os funcionários formados 
por este direito superavam como técnicos administrativos todos os demais. Este fato 
ganhou importância para a história econômica, pois a aliança entre o Estado e a 
Jurisprudência formal beneficia indiretamente o capitalismo. 
A política econômica é uma ferramenta importante para o desenvolvimento 
dos estados, neste contexto, esta política apareceu nos tempos modernos. No 
oriente, as castas e linhagens, impediram o desenvolvimento desta política 
econômica programada. No Ocidente, a política econômica programada só foi 
possível ao passo de que as cidades passaram a ser levadas em consideração. O 
primeiro vestígio de uma política econômica racional, é chamado de Mercantilismo. 
O mercantilismo baseia-se no princípio de levar vantagem sobre o seu 
adversário, vendendo uma mercadoria a um preço muito elevado e comprando a um 
preço extremamente baixo. Esta política explora a maior quantidade possível de 
recursos do país/estado, na qual a fonte deriqueza é a capacidade de tributação 
deste país/estado. Uma ferramenta importante para o direcionamento certo desta 
política, é a balança comercial, que afirma que um país/estado deve 
obrigatoriamente exportar mais do que importar para que esta balança seja positiva. 
A Inglaterra foi o país que deu origem ao sistema mercantilista, que por 
ocasião de uma crise financeira, o parlamento passou a aplicar o conceito da 
balança comercial favorável. 
Com o pacto do Estado com interesses capitalistas, o mercantilismo se 
manifestou de duas maneiras: A primeira é de um mercantilismo chamado de 
monopolista-estamental, que tem como ideia principal a predominância fiscal, 
estabelecendo que todas as novas industrias tem o direito de importar em virtude de 
monopólios concedidos pelo rei que deviam ser mantidos. Já a segunda perspectiva 
desta política, está relacionada a uma imagem nacional, que exerce uma proteção 
das indústrias de fato existentes, e não criadas por monopólios. 
O mercantilismo por sua vez, continuou desempenhando seu papel na história 
da teoria econômica política. E na Inglaterra, estabeleceu-se por fim, o livre 
comércio e a aliança com os interesses industriais que proporcionaram o apoio 
mercantilista. 
Para weber o crescimento populacional da china e do ocidente não é um fator 
suficiente para criar o capitalismo, No caso da china este crescimento teve um 
 
11 
 
impacto negativo, devido o fato de que a era uma multidão dividida em pequenos 
agricultores. 
Em relação ao ocidente, Europa, a população contribuiu para a gênese do 
capitalismo, mas este fator não é suficiente o bastante para justificar este fato. O 
aumento populacional (Que equivale também ao aumento de Mao de obra) 
acrescidos do fluxo de metais preciosos, a criação de um modo organizado onde 
trabalho é algum dos fatores que levaram a gênese do capitalismo. Vale lembrar que 
esses fatores de maneira isolada não propiciam a gênese do capitalismo. 
Outro fator interessante e determinante para que a gênese do capitalismo 
ocorresse no Ocidente e não no Oriente é a localização geográfica. Na China e 
Índia, os custos de transporte eram exorbitantes e a má localização para transportes 
fluviais resultaram em uma diminuição dos ganhos dos comerciantes. Por sua vez, O 
ocidente apresentava condições contrarias a do Ocidente,pois lá esta localizado o 
mar mediterrâneo que possibilitou grandes comunicações/transações fluviais 
acrescidas de uma cultura mercadante costeira. 
Por fim, o que criou o capitalismo foi o empreendimento racional, a 
contabilidade racional e a técnica racional, a racionalização da condução de vida e a 
mentalidade racional. 
Vale ressaltar que alem dos fatores citados acima, o desencantamento do 
mundo foi primordial para o fundamento da ciência moderna, as técnicas modernas 
e o capitalismo. O termo desencantamento do mundo de maneira resumida refere-se 
à transição do teocentrismo para o antropocentrismo, é a desmagificaçao do mundo 
onde as crenças e conceitos religiosos passam a não convencer como antes, 
permitindo que a percepção do mundo relacionado a ação humana seja totalmente 
diferente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4 O PODER GLOBAL, JOSÉ LUIS FIORI. 
 
4.1 Resenha. 
 
Nesta seção do livro, Fiori cita Karl Marx, Fernand Braudel, Immanuel 
Wallerstein e Giovanni Arrighi para contar a história do nascimento do Capitalismo 
europeu. Partindo disso, Fiori enumera alguns pontos que culminarão com a 
formação dos Estados-Economias Nacionais, e que segundo ele foram importantes 
para o entendimento desta “pré-história do Capitalismo”. 
Primeiramente o que culminou com a fragmentação dos poderes territoriais e 
fez com que a moeda quase desaparecesse por completo, foi a queda do Império 
Romano. Após alguns séculos, com os processos de mercantilização, foi se 
restabelecendo a ordem e que mais tarde culminou na formação dos Estados-
economias nacionais. 
Fiori inicia citando que Braudel vê diferença entre Capitalismo e economia de 
mercado, pois segundo ele, o Capitalismo seria o antimercado, onde as pessoas 
buscam sempre ganhar cada vez mais, e a economia de mercado é o espaço de 
trocas e ganhos normais. Porém defende que haja, com o tempo, uma evolução 
gradual que atinja o capitalismo. 
Nesse mesmo tópico, Karl Marx fala da importância dos Estados e da 
sociedade para acelerar esse processo. 
Surge também a questão do acúmulo de riquezas e chega-se a conclusão de 
que esse acúmulo não vem das trocas e sim da busca cada vez maior por poder. O 
poder era calculado através dos tributos, logo, quanto maior era a população, maior 
eram os ganhos, devido a isso os soberanos entravam em guerras na busca por 
mais território, que no ciclo virtuoso lhe renderia mais população, mais tributos e 
mais poder. 
Com esse aumento das guerras e da tributação, viu-se nascer o processo de 
“monetização”, onde cada região tinha uma moeda. Surgiram os bancos e iniciou o 
comércio de longa distância, inicialmente com o Oriente Médio e Egito. 
Fiori finaliza essa questão comentando que as guerras, o comércio e a moeda 
sempre existirão, e que a única diferença para esse processo europeu, foi a 
necessidade de conquista, ou seja, a história do capitalismo europeu anda junto com 
o poder político. 
 
13 
 
No século XVI, que para Fiori é a verdadeira data da origem dos Estados-
economias nacionais e do chamado “sistema mundial moderno”, as guerras 
continuavam sendo a melhor forma de acumulação de poder, porém agora as 
guerras não eram mais travadas com a intenção de destruir o território inimigo, mas 
sim torná-lo submisso ao vencedor, impondo suas regras e sua moeda. 
Mesmo com essa nova etapa, não houve uma superpotência surgindo e que 
poderia por fim aos Estados-economias nacionais (pensando na hipótese de não 
haver mais ninguém com quem pudesse realizar trocas). O que aconteceufoi um 
pequeno grupo, de seis ou sete potências que formaram um oligopólio do poder e da 
riqueza. 
Até o final do século XVIII, “o sistema mundial moderno” se restringia a 
Estados europeus, pois os Estados latino-americanos não estavam independentes. 
No Oriente Médio e na África existia a mesma situação. Os Estados europeus 
permaneceram reinando até a metade do século XX, quando a liderança passou a 
ser dos EUA. 
Dentro desse “sistema mundial moderno”, as maiores economias geram um 
rastro que acaba influenciado as demais economias mundiais. Pode-se dizer que as 
demais economias estavam distribuídas em três grupos: 1) Ficam as economias 
nacionais que se desenvolveram através da proteção do “líder maior”, como por 
exemplo, os antigos domínios que a Inglaterra tinha na Austrália, Nova Zelândia e 
Canadá; 2) Estados que esperam situações de indefinições no cenário econômico 
mundial para mudar sua posição nessa hierarquia; 3) A grande maioria das 
economias nacionais, onde atuam como “periferia econômica do sistema”, 
fornecendo para as economias maiores, seus insumos industriais e primários. 
Fiori dedica a última parte a falar sobre as mudanças para o século XXI e 
suas conclusões sobre o que pode vir a acontecer com as economias nacionais no 
decorrer do tempo. 
Algumas mudanças apontadas por Fiori no século XXI são: o aumento dos 
Estados-economias nacionais, que passaram de 60 em 1945 e agora são quase 
200; A nova rota comercial mundial, que chegou a se estabilizou na China; A 
expansão e consolidação do Dólar na economia mundial; E a formação da China e 
EUA como pontos principais no comércio. Cita que nesse “universo de expansão” 
dos Estados, não há espaço para mercados equilibrados e estáveis, e que as 
economias jamais deixaram de buscar maiores poderes, mesmo quando estiverem 
 
14 
 
no topo da hierarquia. E se esses avanços não forem mais na forma de novos 
territórios, essas economias continuaram a serem expansionistas de outras 
maneiras. 
Na conclusão do seu texto, Fiori fala que ainda há espaço para mais uma 
rodada de ajustes no sistema econômico mundial antes do fim desse “sistema 
mundial moderno” e, o que nos resta é continuar nos aprofundando na história e 
nessa sua movimentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
5 STRUCTURE AND CHANGE IN ECONOMIC HISTORY, DOUGLASS NORTH. 
 
5.1 Resenha. 
 
 O Império Romano decaiu em condições precárias no século V d.C. e 
desencadeou o surgimento do feudalismo cerca de um milênio depois. Entre estes 
acontecimentos a Europa Ocidental desenvolveu PAULATINAMENTE uma 
estrutura anarquista, prevendo a criação do Estado-nação. 
 O surgimento da Europa ocidental foi submetido a uma forte herança da 
civilização greco-romana. A escravidão estava inclusa nesta herança, juntamente 
com o direito romano que ressurgiu no início da Idade Moderna para moldar a 
estrutura dos direitos de propriedade. 
 Na Idade Média, a Igreja era um centro de aprendizagem e alfabetização. Em 
sua antiga capacidade, a Igreja possuía poder de um Estado e o papa era seu 
governante, deste modo eles adquiriam poder e riqueza, desviando patrimônios. 
Como Estado, a Igreja - caracterizada pelo ascetismo - vendia proteção e 
justiça, comercializavam a salvação, já que acreditava-se em predestinação. 
 O feudalismo se desenvolveu no noroeste da Europa, na bacia do 
Mediterrâneo, onde teria sido habitada pela civilização greco-romana. As mudanças 
climáticas da região não favoreciam a produção agrícola, o que os abrigou a 
migrarem para áreas mais produtivas. 
 Com a desagregação do Império Romano e a organização da sociedade 
feudal, inúmeros reinos se formaram, entre estes surgiu a dinastia carolíngia e seu 
principal monarca foi Carlos Magno, responsável pelo apogeu da dominação dos 
francos na Europa medieval. Porém a segregação do Império veio junto a morte do 
monarca, seguida de invasões vikings. Então, o feudalismo ressurgiu com mais 
força. A atividade econômica reviveu , o comércio de longa distância cresceu , as 
cidades se desenvolveram e a produção de artesãos urbanos aumentou. 
Finalmente, a estrutura feudal foi gradualmente substituído por unidades políticas 
maiores e um conjunto de direitos de propriedade sobre a terra, trabalho e capital, 
que variava de acordo com o poder de negociação dos monarcas e grupos 
constitutivos. 
 A guerra foi fator decisivo para definir o tamanho e a estrutura da unidade 
política; mudança na população e o preço da terra e do trabalho 
 
16 
 
desempenharam um papel também decisivo na mudança de organização econômica 
e direitos de propriedade. 
 O sistema feudal era caracterizado pela independência entre os feudos. A lei 
variava de acordo com cada feudo, e era válida apenas dentro dos limites deste. Os 
bens possuíam maiores custos de transação, por isso eram menos móveis que o 
trabalho. Os senhores feudais ofereciam abrigo e proteção em troca de trabalho em 
suas terras. Como o número de habitantes protegidos por um senhor cresceu a 
distância das terras cultivadas do castelo aumentou e, eventualmente, levou ao 
aumento dos custos de proteção. Com este aumento a proteção exibiu a curva de 
custo em forma de U, ou seja, o custo marginal de fornecer proteção se igualou ao 
valor do produto marginal do trabalho. 
 Segundo do North e Robert Thomas, a mão-de-obra foi resultado dos custos 
de transação muito elevados para formar um mercado organizado, prejudicando 
as trocas. A ausência de um mercado para as trocas gerou dívidas trabalhistas. 
Estas dívidas desempenharam um papel de incentivo à fuga dos servos para outros 
feudos. O trabalho se tornou escasso e os senhores entraram em disputa pelos 
servos, isso restringiu o poder deles. A necessidade de mão-de-obra estimulou os 
senhores a conceder alguns direitos aos servos, como, tempo de trabalho 
previamente determinado. Caso o senhor desobedecesse alguma regra o 
trabalhador obtinha o direito de fugir. 
 Este argumento foi bastante criticado por Duby, que, contrapôs a conclusão 
dizendo que era mais lucrativo vender a liberdade de camponeses que rendiam 
pouco do que mantê-los e receber o rendimento do comércio. 
Estudiosos acreditam que a população estava em declínio acelerado ao final do 
Império Romano, no século VI. Este manteve-se no século VII devido epidemia de 
peste bubônica. Duby acredita que a população se expandiu lentamente a partir daí. 
O feudalismo, uma medida de ordem e segurança levou a uma expansão 
concomitante de população e atividade econômica. O resultado deste aumento da 
população foi a criação de novas casas senhoriais. Os ganhos com comércio 
aumentaram potencialmente através da redução das áreas entre feudos, diminuindo 
os custos de transação e incentivando o crescimento das cidades onde poderiam 
desenvolver habilidades especializadas para produzir bens manufaturados. Cada 
cidade desenvolveu gradualmente sua própria lei. 
 
17 
 
Dentro das cidades, foram formadas alianças para atender as necessidades 
dos fabricantes e comerciantes locais. Os direitos de propriedade relacionados à 
produção de bens manufaturados estavam ligados às alianças, que em sua forma 
primitiva eram associações voluntárias, mas que logo se tornou uma parte 
legalmente reconhecida do estado. Estas forneceram um conjunto inicial de regras 
com policiamento privado para proteção da propriedade de seus membros. 
Retornos decrescentes na Europa Ocidental parecem ter definido o século 
XII. O trabalho tornou-se menos valioso; terra, muito mais. A valorização da terra 
aumentou os incentivos paraalterar os direitos de propriedade . 
As economias associadas à organização militar permitiram o desenvolvimento 
de grandes estados que haviam desaparecido ou sido substancialmente 
enfraquecido no final do Império Romano. Durante o milênio que se seguiu uma 
classe de guerreiros dominaram a cena. Essa classe foi apenas brevemente 
constrangida pelo Império Carolíngio, e até mesmo o aumento relativo da 
proteção que surgiu com o feudalismo não alterou fundamentalmente este modo de 
vida. A guerra era tipicamente de pequena escala, mas onipresente. No final da 
época, no entanto, o caráter da guerra foi basicamente alterada e esta classe 
guerreira tornou-se obsoleto. 
Dois séculos foram marcados na Europa por exploração e comércio, e 
segundo por uma transformação estrutural de unidades político-econômicas. A 
consequência da expansão foi integrar o resto do mundo com as nações da Europa 
Ocidental; mas as suas consequências de curto prazo eram um alargamento do 
mercado e maiores oportunidades de lucro e, por sua vez, a pressão política para a 
transformação estrutural produzindo as condições essenciais que sustentam o 
crescimento econômico dos últimos três séculos. 
Henri Pirenne, escreveu no início do século XX, defendendo que o 
desenvolvimento europeu durante a Idade das Trevas foi fundamentalmente 
influenciado por forças islâmicas que havia próximo a Europa. Os historiadores têm 
avançado num argumento semelhante para explicar um padrão de exploração e 
colonização, como, a conquista de Constantinopla pelos turcos, em 1453, que 
fechou o comércio de especiarias com o Oriente, levando os portugueses a procurar 
uma rota alternativa para as Índias. Porém nenhuma hipótese sobreviveu sem 
críticas. O comércio continuou por toda a bacia do Mediterrâneo durante a Idade 
Média. 
 
18 
 
Há um consenso de que houve uma crise no século XVII. Era uma época 
marcada por guerras devastadoras, como a Guerra do Trinta Anos na Alemanha; 
queda dos salários; agitação social generalizada; conflitos religiosos; e 
transformação radical político-econômica. 
Para o marxista do século XVII faz parte de um quebra-cabeça maior no 
processo de desenvolvimento , desde o feudalismo que parece ter morrido em 
1500; o capitalismo, tradicionalmente associado a Revolução Industrial. 
A mudança tecnológica leva ao surgimento de novas classes. Os marxistas 
têm um vazio de três séculos, entre a queda do feudalismo e a Revolução Industrial. 
A explicação é que a classe burguesa emergente levou quase três séculos para 
chegar ao poder político e criar os direitos de propriedade essenciais que levaram à 
Revolução Industrial. As revoluções francesa e inglesa foram os avanços críticos 
que abriram as portas do capitalismo moderno. 
O mundo medieval era caracterizada por ciclos. O crescimento populacional 
dos últimos dois séculos, seguiu-se, entre 1300 e 1350 um 1745, pela fome, peste e 
contração econômica; um segundo ciclo de expansão, 1745-1600, foi seguido por 
uma contração durante o século XVII. A crise do século XVII espalhar com 
resultados diferenciais em toda a Europa. Inglaterra e os Países Baixos foram mal, 
se em tudo, afetado, enquanto a França e, especialmente, Espanha sofreu 
extensivamente. Inglaterra e os Países Baixos tinham escapado da crise 
malthusiana como a produção cresceu mais rápido do que a população; França, 
embora não estagnar, foi claramente caindo relativamente atrás da Inglaterra; e na 
Espanha, anteriormente a nação mais poderosa da Europa, caiu em um estado de 
declínio absoluto. 
A economia francesa permaneceu de natureza regional e, como resultado dos 
ganhos se tornou um mercado em crescimento momentaneamente. Em pouco 
tempo os benefícios da concorrência foram perdidos para inúmeros monopólios. Os 
benefícios de melhorar a eficiência dos mercados foram na França sacrificado às 
necessidades fiscais do Estado. Como consequência , a França não escapou à crise 
malthusiana do século XVII . 
Enquanto a França e a Espanha estavam sofrendo ao longo do século XVII, a 
população e a renda per capita das Províncias Unidas experimentaram um aumento 
sustentado. Como consequência, os holandeses conseguiram uma importância 
política fora de proporção ao seu tamanho pequeno. O sucesso dos holandeses é 
 
19 
 
ainda mais interessante porque era um país com poucos recursos. Os holandeses 
venceram sua falta de recursos através do desenvolvimento de uma organização 
econômica eficiente em relação aos seus rivais e tirando proveito do comércio 
mundial em expansão associada aos descobrimentos e do comércio nas Índias e 
Américas. A expansão do comércio foi o principal motor da economia 
holandesa. Como o comércio cresceu, os custos de transação diminuíram. 
A Holanda tornou-se o primeiro país a alcançar um crescimento econômico 
sustentado. Além disso, as Províncias Unidas continuaram a prosperar, mesmo após 
o centro do palco da economia europeia deslocar-se para a Inglaterra, o que abriu 
portas para a ascensão inglesa, que imitou o sucesso dos holandeses. 
O sucesso da economia inglesa de escapar da crise do século XVII está 
diretamente ligado ao sistema de direitos de propriedade privada que tinha 
evoluído. O governo Inglês enfrentou as mesmas exigências fiscais como fizeram os 
outros Estados-nação emergentes da Europa. O tamanho da França e a eficiência 
da organização econômica dos Países Baixos fez desses países potências 
europeias. 
North cita as mudanças ocorridas no período da Revolução Industrial, entre 
elas: 
- Crescimento populacional; 
- Aumento da riqueza da população e da expectativa de vida; 
- Setores industriais e de serviços tomando o lugar da agricultura como atividade 
econômica dominante; 
- Avanços tecnológicos. 
Economistas clássicos como Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus, 
pareciam não entender o que acontecia ao seu entorno, pois algumas de suas 
previsões a respeito do tema simplesmente não se consolidavam. 
Para North, aos avanços tecnológicos foram os principais precursores da 
Revolução Industrial. Esses avanços foram puxados também pela mudança nas 
estruturas das empresas, visando melhorar o monitoramento sobre os 
trabalhadores. Essas mudanças levam a ideia de colocar máquinas para substituir o 
trabalho humano, aumentando a produção e levando ao avanço tecnológico. Um 
marco para esse avanço foi à criação em 1964 do Estatuto do Monopólio, que 
protegia os novos inventos, ou seja, era a lei de patentes. Essa lei acabou 
motivando as pessoas a continuar suas pesquisas para novas tecnologias. 
 
20 
 
North cita também que muito da literatura sobre a Revolução Industrial está 
equivocada a respeito desse tema, pois segundo muitos autores a Revolução 
chegou primeiro com os avanços tecnológicos e depois foi para as fábricas, ao 
contrário do que ele conta acima. 
Por fim, ele comenta que todas essas mudanças, como o aumento da 
população, da produção e da riqueza das pessoas, já estavam acontecendo alguns 
anos antes, e acabou sendo chamada de Revolução Industrial devido ao aumento 
proporcional que essas mudanças tiveram no período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
6 COMPARAÇÕES. 
 
6.1 Max Weber e Jose Luis Fiori. 
 
 Em sua teoria para a Gênese do Capitalismo Moderno, Weber vai enumerando 
fatos que contam como surgiu a idéia de capitalismo que conhecemos hoje. Ele cita 
questões que influenciaram bastante nessa formação e também algumas que 
tiveram somente uma pequena importância. 
 Weber deixa claro desde o início, que o processo de racionalização foi 
fundamental para criar esseespírito que culminou no capitalismo moderno, fazendo 
inclusive comparações entre o mundo Ocidental e Oriental, e chegando a seguinte 
conclusão: Devido o lado Ocidental não possuir questões religiosas tão complexas 
quanto o Oriente e o Ocidente possuir uma independência maior na questão militar, 
o desenvolvimento acabou chegando antes desse lado do mundo. 
 Parte também de outras questões que foram criando esse espírito capitalista, 
como a criação de títulos para a participação em empresas, o surgimento da Bolsa, 
local onde eram comercializados esses títulos e isso inclusive fez com que as 
pessoas especulassem. Weber fala da importância da Revolução dos Preços, que 
ocasionou processos inflacionários devido à busca por inovações tecnológicas e 
também que o aumento da população, junto com a melhor organização de trabalho e 
o aumento dos metais preciosos em circulação, ajudou também nesse processo. 
 Na introdução do livro “O Poder Global e a nova Geopolítica das Nações”, 
Fiori conta a mesma história do surgimento do Capitalismo, partindo desde a queda 
do Império Romano, e suas conseqüências, passando pela formação dos 
Estados/Economias nacionais e ainda tira conclusões sobre o que ainda pode vir a 
acontecer no processo econômico mundial. 
 Fiori enfatiza a questão da formação dos Estados/Economias Nacionais como 
fundamental para a criação do “sistema mundial moderno, e cita o mesmo ponto de 
vista de Weber, na questão do poder e acúmulo de riquezas, esses, vêm das 
conquistas de novos territórios. Nessa questão Fiori detalha mais, citando inclusive 
que com o passar do tempo e com as guerras contínuas, o objetivo não era mais 
destruir o inimigo, e sim impor suas leis e sua moeda nesse novo território. 
 Ambos estudiosos citam pontos que culminaram no espírito capitalista que 
conhecemos atualmente, Weber prefere fixar sua conclusão no desencantamento do 
 
22 
 
mundo, o que levou a uma mentalidade mais racional da população do Ocidente, já 
Fiori fica mais na questão da formação do “sistema mundial moderno” explicando a 
formação dos Estados/Economias Nacionais e como eles foram se organizando e 
formando grupos de diferentes economias. 
 Um fato importante é que tanto Weber como Fiori nos ajudam a entender o 
processo de formação do Capitalismo a partir de duas formas de narração, Weber 
aprofunda mais a história, citando diversos pontos que foram formando esse espírito 
nas pessoas, já Fiori prefere contar a história através das conquistas de territórios e 
formação de Estados/Economias Nacionais. 
 
 
6.2 Max Weber e Douglass North. 
 
 Weber, em sua teoria para a gênese do capitalismo, apresenta fatos 
determinantes para esta gênese, dentre eles, destacamos que a racionalização do 
mundo (em todas esferas: econômica, religiosa e política) foi fator fundamental para 
a formação do espírito capitalista. 
 Durante sua abordagem, Weber evidenciou a importância das esferas religiosa, 
militar e econômica e comercial (Mercado), apresentando de maneira isolada as 
particularidades e a forma de cada uma destas esferas no Ocidente e Oriente, 
realizando comparações, e tentando identificar o motivo pelo qual o capitalismo 
desenvolveu-se no Ocidente. Por fim, após esta análise, Weber concluiu que um dos 
motivos principais, e de maior relevância para que o capitalismo desenvolve-se no 
Ocidente, foi a desmagificação do mundo, que consiste na transição do 
Teocentrismo, para o Antropocentrismo, que proporcionou que a mentalidade das 
crenças e religiões, desse espaço a um novo tipo de pensamento, este, chamado de 
pensamento capitalista. 
 North,em sua abordagem, no primeiro momento apresenta a transação da 
sociedade Greco Romana para a Feudal. No Feudalismo houve um aumento 
significativo da população e da atividade econômica da época devido ao comércio, 
que nesta época, foi explorado intensivamente. Além disso, North apresenta uma 
comparação entre França, Inglaterra e Espanha,evidenciando o motivo pelo qual o 
capitalismo desenvolveu-se na Inglaterra comparando fatores de cada nação tais 
como: comércio, população e economia. 
 
23 
 
 Vale ressaltar, que para North, um dos fatores que levaram a Inglaterra (local 
de surgimento do capitalismo) ao capitalismo, foram os baixos custos de transação, 
o ressurgimento do comércio e sua nova organização político econômica, avanços 
tecnológicos e população. 
 Ambos estudiosos pesquisaram os fatores que levaram ao surgimento do 
capitalismo, analisando de certa forma e em momentos específicos as mesmas 
variáveis: religiosas, econômicas, comerciais e militares. Entretanto, as formas de 
identificar este surgimento são diferentes. Weber, abordou uma perspectiva ampla, 
de uma maneira “macro” analisando o contexto de dois hemisférios, comparando 
todas as suas características. North, por sua vez, dentro do ocidente , pesquisou e 
analisou todos os fatores e condições das principais nações para identificar o 
surgimento do capitalismo. 
 
6.3 José Luis Fiori e Douglas North. 
 
 Fiori procura fazer uma análise do surgimento do capitalismo enumerando 
pontos que contribuíram para tal fato, partindo da queda do Império Romano até o 
século XXI. Já North, procura apenas contar os fatos históricos partindo do mesmo 
ponto até a Revolução Industrial. 
 Antes do surgimento do Capital ismo a economia era conhecida como 
economia de mercado, e Fiori considera que o capitalismo é uma evolução desta. 
 Após a queda do Império a moeda quase desapareceu por completo, mas o 
processo de mercantilização evitou isso. Este processo foi um dos principais fatores 
que contribuíram para a criação dos Estados-Nação. Fiori fala da importância destes 
Estados através das inferências de Marx. 
 Inicialmente os feudos eram pequenos e em grande quantidade, mas como o 
poder era determinado através dos tributos, os senhores feudais começaram a 
entrar em guerras em buscas da conquista de territórios maiores. Quanto maior o 
feudo, maior a população, maior os ganhos, e consequentemente maior o poder. O 
tamanho do feudo determinava também o preço das terras e do trabalho. Fiori cita 
que foi nesta época que surgiu a ideia de acúmulo de riquezas e concluiu que que 
este vinha da busca pelo poder. 
 O sistema feudal era caracterizado pela independência entre os feudos, 
portanto, cada feudo possuía sua própria moeda, o que elevava os custos de 
 
24 
 
transação. Com o início do processo de monetização as trocas deixaram de ser por 
escambo e passaram a ser monetárias. 
 Segundo North, o crescimento excessivo dos feudos acabou prejudicando, 
pois os custos de manter os servos se igualou aos seus lucros. A mão-de-obra se 
tornou escassa, então o senhores passaram a disputar servos e começaram: dar 
benefícios aos servos para evitar que eles não fugissem. Ele cita que Duby debateu 
a conclusão dizendo que era mais rentável vender a liberdade dos servos. 
Diferentemente da ideia de Fiori que acreditava que os ganhos aumentavam com a 
expansão. 
 Fiori comenta que as guerras, comércio e moeda sempre existiram e que a 
história do capitalismo europeu anda junto com o poder político. Ele acredita que os 
Estado-economia-nacionais surgiram no século XVI, juntamente com o sistema 
mundial moderno e as guerras por território mudaram de objetivo, agora eles 
queriam tornar o território conquistado submisso. Não houve nenhuma 
superpotência na época, o sistema era formado pelo oligopólio. Cita ainda que as 
economias nunca deixarão de buscar mais poder, ou seja, nunca será estável e 
equilibrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
7 CONCLUSÃO.Apesar de abordarem o mesmo tema (Surgimento do capitalismo), cada autor 
tem uma maneira própria de definir este evento. 
 Weber não se preocupa muito com aspectos históricos, ele tem um foco maior 
sobre a cultura e a mentalidade dos indivíduos, dizendo que o que foi fundamental 
para o surgimento do capitalismo foi a separação das esferas da vida, onde a 
mentalidade Téo-centrista deixou de ser a principal, dando lugar a uma nova 
mentalidade antropocentrista. 
 Por sua vez, Fiori e North convergem no aspecto de explicar o capitalismo por 
fatos históricos. Fiori conta desde a queda do Império Romano ate a formação dos 
Estados Nacionais, onde foram criados grupos com diversos tipos de economia, 
onde estas economias tentavam se instalar sobre diversos territórios por meios de 
guerras, o que deu origem ao sistema capitalista. 
 North, por sua vez, apesar de focar em fatos históricos como Fiori, conta o 
surgimento do sistema capitalista de forma diferente, analisando as maiores 
potencias europeias da época (França, Inglaterra e Espanha) e mostra que a 
Inglaterra foi a principal potencia responsável por este surgimento, uma vez que lá 
se deu a primeira revolução industrial, fazendo com que este país se desenvolvesse 
muito mais rapidamente do que as outras potencias, sendo assim acelerando o 
crescimento econômico e tecnológicoinglês. 
 É possível observar que apesar de descreverem o mesmo acontecimento, 
cada um usa uma visão diferente de descrevê-lo, entretanto é possível observar um 
ponto convergente nos autores, no qual se refere o surgimento do capitalismo ter se 
dado exclusivamente a aspectos encontrados em conjunto na Europa Ocidental, 
sejam eles culturais, religiosos ou históricos, mas estes aspectos em conjunto foram 
os responsáveis para a criação do sistema capitalista. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
8 BIBLIOGRAFIA. 
 
FIORI, José Luis. O Poder Global e a Nova Geopolítica dasNações. 1ºedição. São 
Paulo. Boitempo Editorial. 2007. Coleção Estado de Sítio. 
 
WEBER, Max. A gênese do capitalismo moderno. Organização, apresentação e 
comentários: Jessé Souza. Tradução: Rainer Domschke, São Paulo: Âtica, 2006. 
Coleção Ensaios Comentados. 
 
NORTH, Douglass. Structure and Change in Economic History. W. W. Norton & 
Company. New York. 1982

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