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Prática de Direito Administrativo

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GRADUAÇÃO
2009.1
1a Edição
PRÁTICA JURÍDICA III
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONSTITUCIONAL
AUTOR: PROFESSOR GUSTAVO DA ROCHA SCHMIDT
Sumário
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
1. Exposição dos objetivos: ............................................................................................................. 4
2. Ementa do curso: ....................................................................................................................... 4
3. Metodologia: ............................................................................................................................. 4
4. Programa do curso: .................................................................................................................... 4
Aula 1: Habeas Corpus. Generalidades. Conceito. Objeto. Controvérsias. .......................... 5
Aulas 2 e 3. Mandado de Segurança. Conceito. Ato de Autoridade. Objeto. Prazo para a 
impetração. Partes. Inicial e notifi cação. Liminar. Informações. Sentença. 
Execução. Recursos. Coisa julgada. Controvérsias. .................................................. 6
Aula 4: Ação Popular. Conceito. Requisitos. Objeto. Partes. Competência. Processo e 
liminar. Sentença. Recursos. Coisa julgada. Execução. Controvérsias. ..................... 9
Aula 5: Ação Civil Pública. Conceito e objeto. Legitimação. Processo. Sentença. Efeitos. . 10
Aula 6: Ação de Improbidade Administrativa. .................................................................. 11
Aula 7: Habeas Data. Conceito. Objeto. Interesse de Agir. Legitimação. Procedimento. ... 12
Aula 8: Mandado de Injunção. Conceito. Objeto. Partes. Procedimento. Efeitos 
da Decisão. ........................................................................................................... 13
Aula 9: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Generalidades. Competência. Legitimação. 
Objeto. Procedimento. Medida Cautelar. Decisão fi nal. Efeitos da decisão. .......... 14
Aula 10: Ação Declaratória de Constitucionalidade e Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão. Generalidades. Competência. Legitimação. Objeto. Procedimento. 
Medida Cautelar. Decisão fi nal. Efeitos da decisão. .............................................. 16
Aula 11: Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental e Ação Direta 
Interventiva. Generalidades. Competência. Legitimação. Objeto. Procedimento. 
Medida Cautelar. Decisão fi nal. Efeitos da decisão. .............................................. 17
Aula 12: Processo Administrativo. Lei n. 9.784/99. Princípios. Procedimento. ................... 18
Aula 13: Procedimento Licitatório. Lei n. 8.666/93. Aspectos Processuais. Recursos. 
Vias impugnativas. Prazos. ................................................................................... 20
Aula 14: Ação de Responsabilidade Civil do Estado. Generalidades. Ação. 
Responsabilidade Objetiva. Omissão. Teoria da Culpa Anônima. Omissão 
Genérica. Omissão Específi ca. .............................................................................. 21
Aula 15: Ação de Desapropriação. Procedimento Administrativo. Processo Judicial. 
Procedimento. Perícia. Sentença. Questões controvertidas. ................................... 22
5. Bibliografi a: ............................................................................................................................ 23
6. Anexos: ............................................................................................................................ 24
1) Anexo I: Petição Inicial de Mandado de Segurança (Assunto: Administração 
Tributária. Recurso Administrativo. Exigência de depósito. 
Inconstitucionalidade). ................................................................ 25
2) Anexo II: Petição Inicial de Mandado de Segurança (Assunto: Desocupação 
de Bem Público. Violação à Ampla Defesa e ao Devido Processo 
Legal). ......................................................................................... 34
3) Anexo III: Petição inicial de Ação Civil Pública (Assunto: Loteamento 
Irregular. Área non aedifi candi). .................................................. 45
4) Anexo IV: Petição Inicial de Ação de Improbidade Administrativa 
(Assunto: Inobservância do mínimo constitucional exigido 
para a educação). ......................................................................... 66
5) Anexo V: Petição inicial de Mandado de Injunção (Assunto: Art. 195, § 7º. 
Regulamentação da imunidade para as contribuições sociais). ...... 78
6) Anexo VI: Petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3510 
(Assunto: células-tronco embrionárias). ....................................... 95
7) Anexo VII: Petição inicial de Ação Direta de Constitucionalidade n. 4179 
(Assunto: Medida Provisória. Fundo Soberano). ........................ 109
8) Anexo VIII: Petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade 
n. 16 (Assunto: Direito do Trabalho. Responsabilidade Subsidiária. 
Art. 71, § 1º. da Lei n. 8.666/93). ............................................. 165
9) Anexo IX: Petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 12 
(Assunto: CNJ. Nepotismo. Poder Normativo). ........................ 188
10) Anexo X: Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental n. 54 (Assunto: Aborto de Feto Anencefálico). ..... 214
11) Anexo XI: Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental n. 132 (Assunto: União Homossexual). ................ 238
12) Anexo XII: Defesa em Processo Administrativo (Assunto: Violação aos 
Princípios da Impessoalidade e da Moralidade). ......................... 275
13) Anexo XIII: Impugnação ao Edital. ............................................................... 287
14) Anexo XIV: Recurso Administrativo (Assunto: Inabilitação). ........................ 296
15) Anexo XV: Recurso Administrativo (Assunto: Preço Inexeqüível). ............... 303
16) Anexo XVI: Recurso Administrativo (Assunto: Suspensão do Direito 
de Licitar). ................................................................................. 307
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 4
1. EXPOSIÇÃO DOS OBJETIVOS:
O objetivo dessa cadeira é o de oferecer aos alunos uma visão de como funciona a prática 
no direito administrativo e no direito constitucional, de modo a prepará-los para atuar nes-
sas áreas. A intenção é a de desenvolver no aluno a capacidade de: 1) identifi car o problema 
jurídico; 2) identifi car o instrumento processual adequado para lidar com a questão em dis-
cussão; e 3) redigir a peça processual pertinente, com apoio na lei e na Constituição. Ao fi nal 
do curso, o aluno deverá estar em condições de minutar um mandado de segurança, uma 
ação popular e mesmo um mandado de injunção ou uma ação direta de inconstitucionalida-
de. Paralelamente a isso, a idéia é prepará-lo para o exame de prática profi ssional da OAB.
2. EMENTA DO CURSO:
1. Habeas Corpus. 2. Mandado de Segurança. 3. Ação Popular. 4. Ação Civil Públi-
ca. 5. Ação de Improbidade Administrativa. 6. Habeas Data. 7. Mandado de Injunção. 
8. Ação Direta de Inconstitucionalidade. 9. Ação Declaratória de Constitucionalidade. 
10. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. 11. Arguição de Descumpri-
mento de Preceito Fundamental. 12. Processo Administrativo. 13. Procedimento Licita-
tório. 14. Ação de Responsabilidade Civil do Estado. 15. Processo de Desapropriação.
3. METODOLOGIA:
O curso será oferecido nos moldes ministrados nas principais universidades norte-
americanas, mediante a utilização do método participativo e socrático, de modo a pro-
mover o desenvolvimento do raciocínio crítico do aluno. A presença na aula é obrigató-
ria, observado o limite de faltas autorizado pela FGV.
Espera-se do aluno que esteja preparadopara participar ativamente dos debates que 
serão travados em sala de aula, mediante a leitura prévia da bibliografi a indicada. Ques-
tões de provas da OAB serão debatidas em sala e, de modo a estimular a discussão, o 
professor irá selecionar, em cada aula, um grupo de alunos para apresentá-las para a 
turma nos primeiros 20 minutos da aula seguinte.
Cada aluno terá de elaborar três peças processuais no curso do semestre, que serão corrigidas 
em sala de aula. A nota conjunta atribuída a essas petições representará 10% da nota fi nal. As 
referidas peças deverão ser entregues ao professor, em sala de aula, na data estipulada no sumário 
do curso. O atraso na entrega da petição importará numa redução de 20% da nota respectiva. 
Nenhuma petição será recebida com mais de uma semana de atraso. No último dia de aula, 
deverá o aluno entregar uma pasta ao professor com as três petições, sob pena de reprovação.
Os alunos serão submetidos a duas provas, nos moldes do exame da OAB: uma no 
meio do semestre e uma ao fi nal. As duas provas serão divididas em 3 questões discursi-
vas e uma peça processual. A primeira prova representará 40% da nota fi nal e a segunda 
prova corresponderá a 50% da nota fi nal. Assim, a nota fi nal representará o seguinte 
somatório: petições (10%) + 1ª. prova (40%) + 2ª. Prova (50%).
4. PROGRAMA DO CURSO:
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 5
AULA 1: HABEAS CORPUS. GENERALIDADES. CONCEITO. OBJETO. 
CONTROVÉRSIAS.
Obs: A primeira parte da aula servirá para explicar a metodologia a ser utilizada pelo 
professor e para dar uma idéia de como será o curso.
Leitura obrigatória:
Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: Limi-
tes e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: Renovar, 
2009 (ler capítulo 7.1).
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 6
AULAS 2 E 3. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCEITO. ATO DE AUTORIDADE. 
OBJETO. PRAZO PARA A IMPETRAÇÃO. PARTES. INICIAL E NOTIFICAÇÃO. 
LIMINAR. INFORMAÇÕES. SENTENÇA. EXECUÇÃO. RECURSOS. 
COISA JULGADA. CONTROVÉRSIAS.
Trabalho de casa: Elaborar petição inicial de mandado de segurança. Data de entre-
ga: Aula 5. Caso: Manuelita Castro é ex-aluna do curso de graduação da FGV Direito 
Rio. Fez parte da primeira turma a lá se formar e era uma das primeiras de sua classe. 
Cerca de seis meses após a formatura de Manuelita, a Procuradoria-Geral do Município 
lançou edital do concurso para o provimento de cargo de Procurador do Município 
do Rio de Janeiro. Nos termos do edital, a participação no concurso exigiria, apenas, a 
inscrição provisória do candidato, mediante o pagamento de uma taxa de R$ 100,00. O 
edital do certame exigia, ademais, que os candidatos aprovados para a prova oral apre-
sentassem, no prazo de 15 dias, a contar da data da divulgação do resultado das provas 
específi cas, a documentação comprobatória do exercício efetivo de um ano de atividade 
jurídica, para fi ns de inscrição defi nitiva. Manuelita fez a inscrição provisória e, de 
imediato, mostrou a que veio. Foi aprovada na primeira fase do concurso e, em segui-
da, nas provas específi cas. Ocorre que, na data da divulgação dos resultados das provas 
específi cas, Manuelita ainda não havia completado 1 ano de efetiva atividade jurídica. 
Em função disso, apresentou requerimento ao Presidente da Comissão de Concurso, 
informando que ainda faltavam dois meses para completar um ano de atividade jurídi-
ca, mas que estaria apta a cumprir a referida exigência na data da posse. O Presidente 
da Comissão de Concurso, em decisão ratifi cada pelo ilmo. Procurador-Geral do Mu-
nicípio, indeferiu o requerimento de Manuelita e impediu que a candidata prosseguisse 
no certame, sob o fundamento de que não apresentara a documentação comprobatória 
de um ano de atividade jurídica na data da inscrição defi nitiva, conforme previsto no 
edital do concurso. Inconformada, Manuelita o procura e pede para que a represente 
em juízo. Redija a petição inicial da medida judicial cabível.
 Leitura obrigatória:
1) Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, 
Mandado de Injunção, “Habeas Data”, 31ª Edição, atualizada por Arnoldo Wald 
e Gilmar Ferreira Mendes, São Paulo: Malheiros, 2008 (Primeira Parte).
2) Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: 
Limites e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: 
Renovar, 2009 (ler capítulos 7.2 e 7.3).
3) Anexo I: Petição Inicial de Mandado de Segurança (Assunto: Administração Tributá-
ria. Recurso Administrativo. Exigência de depósito. Inconstitucionalidade).
4) Anexo II: Petição Inicial de Mandado de Segurança (Assunto: Desocupação de Bem 
Público. Violação à Ampla Defesa e ao Devido Processo Legal).
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 7
 Questões da OAB:
1) A empresa Silva & Costa teve suas atividades suspensas pela Administração Fazen-
dária federal, especifi camente por ato do Coordenador Geral de Fiscalização Tributária, 
pela circunstância de ter deixado, continuadamente, de recolher tributos federais. A atu-
ação do Fisco se fundamentava no Decreto-Lei XX, editado em dezembro de 1987. De 
acordo com o Decreto, para executar o débito tributário, a Administração não estaria 
adstrita ao ajuizamento de ação de execução fi scal, mas poderia adotar medidas de maior 
restrição à livre iniciativa, como o cancelamento do registro da empresa, a interdição 
do estabelecimento e a apreensão de mercadorias. Silva & Costa deseja reiniciar com a 
maior brevidade possível suas atividades empresariais, embora não disponha de recursos 
sufi cientes para promover o imediato recolhimento dos valores devidos. Pergunta-se: 
a) Qual a medida judicial cabível? b) Qual a linha de argumentação a ser utilizada? c) 
Quem deve fi gurar no pólo ativo da demanda? e) Quem deve fi gurar no pólo passivo da 
demandada? f ) Qual o pedido a ser formulado? Responda, justifi cadamente.
2) Antônio Luiz, portador de diploma de bacharel em Ciências Biológicas, expedido 
por instituição brasileira ofi cialmente reconhecida, requereu, ao Conselho Regional de 
Biologia, cédula de identifi cação profi ssional de biólogo. A expedição do documento foi 
negada pelo Conselho, apesar de Antônio Luiz preencher todos os requisitos previstos 
na lei que regulamenta o exercício da profi ssão. Antônio Luiz, então, consulta-o a pro-
pósito da ação cabível. Pergunta-se: a) Qual a medida judicial cabível? b) Qual a linha 
de argumentação a ser utilizada? c) Quem deve fi gurar no pólo ativo da demanda? e) 
Quem deve fi gurar no pólo passivo da demandada? f ) Qual o pedido a ser formulado? 
Responda, justifi cadamente.
3) O Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro edita Resolução 
que fi xa o horário de funcionamento de bares e restaurantes situados na cidade do 
Rio de Janeiro. A Resolução dispõe que tais estabelecimentos não poderão funcionar 
depois das 23h. Os comerciantes locais, surpreendidos, solicitam à consultoria jurídica 
da Associação Comercial que investigue o fundamento de validade do ato. Constatam, 
então, que o ato pretende retirar fundamento de validade diretamente da Constituição, 
que valora positivamente o bem jurídico “segurança pública”, e que inexiste lei determi-
nando a providência. A empresa “Sinal Aberto” resolve impetrar mandado de segurança 
contra a decisão do Secretário, para poder funcionar depois do horário estabelecido. 
Contudo, não obtém sucesso. Após analisar as questões de constitucionalidade susci-
tadas, o Tribunal de Justiça se nega a emitir a ordem, por considerar inexistir violação 
ao texto constitucional. a) É o mandado de segurança a via adequada para impugnar o 
ato em questão? b) Qual o recurso cabível contra a decisão do TJ?c) Qual a linha de 
argumentação a ser utilizada no recurso? d) Quem deveria fi gurar no pólo ativo da de-
manda? e) Quem deveria fi gurar no pólo passivo da demandada? f ) Qual o pedido que 
deveria ter sido formulado na petição inicial? Responda, justifi cadamente.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 8
4) José Ricardo, aluno do curso de Matemática de certa universidade pública, im-
petrou mandado de segurança contra ato praticado pelo diretor acadêmico, consistente 
na negativa de sua matrícula na disciplina Cálculo IV por ausência de pré-requisito. 
Todavia, indicou como autoridade coatora o magnífi co reitor da instituição de ensino, 
que prestou as informações no decêndio legal. Em preliminar, o reitor argüiu a sua 
ilegitimidade passiva ad causam e, adentrando no mérito, defendeu o ato praticado. 
Considerando essa situação hipotética, responda, com a devida fundamentação legal, à 
seguinte pergunta: o juiz terá necessariamente de extinguir o feito por ausência de uma 
das condições da ação ou poderá apreciar o pedido?
5) Motivado por eventos recentes de violência, o Deputado Federal Antônio Luiz 
pretende apresentar projeto de lei alterando a redação de dispositivos do Código Penal 
de modo a cominar a pena de prisão perpétua a determinadas hipóteses de homicídio 
doloso qualifi cado, cuja gravidade – argumenta o Deputado – submetem a sociedade 
a risco intolerável. Alertado pela assessoria jurídica da Câmara de Deputados de que 
tal projeto seria incompatível com a Constituição, o parlamentar resolve, previamente, 
apresentar Proposta de Emenda Constitucional alterando o artigo 5º, inciso XLVII, 
alínea b. A PEC é encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça, que considera 
não ser a Proposta passível de deliberação, tendo em vista o disposto no art. 60, inciso 
I, e §4º, inciso IV. Inconformado, o parlamentar reúne o apoio de um terço da Câmara 
de Deputados, que apresenta nova Proposta de Emenda, agora revogando o próprio art. 
60, §4º, inciso IV, da Constituição Federal. Suponhamos que a PEC tenha superado 
o controle preventivo da Comissão de Constituição e Justiça. O Deputado Ferreira da 
Cunha, ao se ver na contingência de participar da deliberação, formula, então, consulta 
sobre a constitucionalidade da PEC. O Deputado está interessado em impugnar a PEC 
ainda no curso do processo legislativo. Pergunta-se: a) Qual a medida judicial cabível? 
b) Quais argumentos podem ser apresentados para sustentar a inconstitucionalidade 
desta última PEC? c) A ordem constitucional brasileira comporta a possibilidade de 
provimento judicial em tais casos.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 9
AULA 4: AÇÃO POPULAR. CONCEITO. REQUISITOS. OBJETO. PARTES. 
COMPETÊNCIA. PROCESSO E LIMINAR. SENTENÇA. RECURSOS. 
COISA JULGADA. EXECUÇÃO. CONTROVÉRSIAS.
 Leitura obrigatória:
1) Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, 
Mandado de Injunção, “Habeas Data”, 31ª Edição, atualizada por Arnoldo Wald 
e Gilmar Ferreira Mendes, São Paulo: Malheiros, 2008 (Segunda Parte).
2) Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: 
Limites e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: 
Renovar, 2009 (ler capítulo 7.4).
Questões da OAB:
Determinada Secretaria de Estado de Saúde contratou diretamente, com inexigi-
bilidade de licitação, o fornecimento de dez mil pares de luvas cirúrgicas, de dez mil 
máscaras cirúrgicas e de duas mil lâminas de bisturi com a empresa Produtos Cirúrgicos 
Ltda., única representante no país de conhecida multinacional fabricante de produtos 
médicos. Tais produtos destinavam-se ao uso em hospital municipal, onde deveriam 
ser entregues diretamente. Pelo total da compra, as partes ajustaram que a Secretaria 
de Saúde pagaria o valor de R$ 1.000.000,00 à empresa contratada. A justifi cativa da 
contratação e do preço foi fi rmada pela superintendente de suprimentos da referida 
secretaria e ratifi cada pelo secretário de saúde. Este último foi também a autoridade 
responsável pela assinatura do contrato. Atento fi scalizador dos atos da administração 
estadual, o deputado João da Silva, de partido de oposição ao governo do Estado, apu-
rou, junto ao mercado, que os preços ajustados entre a referida Secretaria de Estado e a 
empresa Produtos Cirúrgicos Ltda. eram muito superiores àqueles habitualmente pra-
ticados na aquisição de produtos similares e da mesma qualidade. Inclusive, descobriu 
que aquele mesmo município havia adquirido recentemente os mesmos produtos para a 
rede municipal de saúde, porém de outro fabricante, por preços mais de cinqüenta por 
cento inferiores. Inconformado com os atos praticados pela Secretaria de Estado, o de-
putado João da Silva procurou advogado(a), pretendendo o aconselhamento e atuação 
deste(a), com o objetivo de impugnar o contrato fi rmado e tentar sustar a sua execução. 
Durante a sessão de consulta, o deputado informou que, embora cerca de um terço dos 
produtos adquiridos já tivesse sido entregue ao hospital, nenhum desembolso fora até 
então efetuado pela Secretaria, o que estaria em vias de acontecer nos próximos dias. 
Pergunta-se: a) É cabível ação popular na espécie? b) Quem deve fi gurar no pólo ativo? 
c) Quem deve fi gurar no pólo passivo? d) Qual o pedido a ser formulado?
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 10
AULA 5: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCEITO E OBJETO. LEGITIMAÇÃO. 
PROCESSO. SENTENÇA. EFEITOS.
Trabalho de casa: Elaborar petição inicial de Ação Civil Pública. Data de entrega: 
Aula 7. Caso: A fl oresta do grilhão tem enorme importância ecológica para a região do 
serrado carioca. É habitat de inúmeras espécies animais, algumas delas com risco de 
extinção, como é o caso do macaco coçadinha. Ocorre que, já não é de hoje, esses ani-
mais têm desaparecido da região. Além disso, quem passa nas proximidades percebe um 
odor estranho, próprio de produtos químicos da indústria petrolífera. Inquérito civil 
instaurado pelo Ministério Público do Estado constatou que “as atividades da empresa 
PETRÓLEO E GÁS S.A., na região, levaram a um aumento de mais de 300% nas 
emissões de dióxido de carbono e de acetato de polixomexina, acarretando um desastre 
ambiental de proporções catastrófi cas, com risco de extinção de várias espécies animais, 
tais como o Macaco Coçadinha e a Arara Xampú”. Na qualidade de Promotor de Justiça 
lotado na comarca da Serra da Carioca, redija a medida judicial cabível.
Leitura obrigatória:
1) Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, 
Mandado de Injunção, “Habeas Data”, 31ª Edição, atualizada por Arnoldo Wald 
e Gilmar Ferreira Mendes, São Paulo: Malheiros, 2008 (Terceira Parte).
2) Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: 
Limites e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: 
Renovar, 2009 (capítulo 7.5).
3) Anexo III: Petição inicial de Ação Civil Pública (Assunto: Loteamento Irregular. Área 
non aedifi candi).
Questões da OAB:
A renomada rede hoteleira Nova Antuérpia noticiou a construção, em Restinga das Flores, 
de resort cujo prédio principal teria 15 andares. No anúncio, a empresa ressaltava, sobretudo, 
a importância do empreendimento para se promover a emancipação econômica da região, 
tradicionalmente desamparada pelo poder público. José Maria, presidente da Associação de 
Amigos da Restinga das Flores, passou a investigar em que título se apoiava a pretensão da 
Nova Antuérpia. Descobriu que o empreendimento tinha sido autorizado por ato adminis-
trativo, desprovido de qualquer fundamentação, de autoria do presidente do Instituto Es-
tadual de Proteção do Patrimônio Ambiental. Inconformado, José Maria deseja impugnar 
judicialmente a construção do hotel,por se tratar de construção em área situada em reserva 
ambiental. Pergunta-se: a) É cabível o ajuizamento de ação civil pública? b) Quem deve fi gu-
rar no pólo ativo? c) Quem deve fi gurar no pólo passivo? d) Qual o pedido a ser formulado? 
Em sua resposta, aborde, ainda, a conveniência de obstar, desde logo, o prosseguimento do 
processo de edifi cação, mediante requerimento da providência judicial apropriada.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 11
AULA 6: AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
 Leitura obrigatória:
Anexo IV: Petição Inicial de Ação de Improbidade Administrativa (Assunto: Inobser-
vância do mínimo constitucional exigido para a educação).
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 12
AULA 7: HABEAS DATA. CONCEITO. OBJETO. INTERESSE DE AGIR. 
LEGITIMAÇÃO. PROCEDIMENTO.
 Leitura obrigatória:
1) Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, 
Mandado de Injunção, “Habeas Data”, 31ª Edição, atualizada por Arnoldo Wald 
e Gilmar Ferreira Mendes, São Paulo: Malheiros, 2008 (Quinta Parte).
2) Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: 
Limites e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: 
Renovar, 2009 (capítulo 7.7).
 Questões da OAB:
José, cidadão estrangeiro, que residira durante trinta anos no Brasil e passara os 
últimos trinta anos de sua vida no exterior, sem visitar o Brasil, decidiu retornar a este 
país. Após fi xar residência no Brasil, tomou a iniciativa de rever os conhecidos. Em uma 
conversa com um de seus mais diletos amigos, este lhe informou que ouvira um rumor 
de que constaria dos assentamentos do Ministério X que José havia se envolvido em ati-
vidade terrorista realizada no território brasileiro, trinta e cinco anos atrás. José decidiu 
averiguar a informação e apresentou uma petição ao Ministério X, requerendo cópia 
de todos os documentos de posse do referido ministério em que constasse o seu nome. 
Dentro do prazo legal, José obteve várias cópias de documentos. A cópia do processo 
entregue a José apresentava-o inicialmente como suspeito de participar de reuniões do 
grupo subversivo em questão. Porém, ao conferir a cópia que lhe foi entregue, José per-
cebeu que, além de faltarem folhas no processo, este continha folhas não-numeradas. 
Suspeitando de que as folhas faltantes no processo pudessem esconder outro documen-
to em que constasse seu nome, José formulou novo pedido ao Ministério X. Dessa vez, 
novamente dentro do prazo legal, José recebeu comunicado de uma decisão que inde-
feria seu pedido, assinada pelo próprio ministro da Pasta X, em que este afi rmava cate-
goricamente que o peticionário já recebera cópias de todos os documentos pertinentes. 
Incrédulo e inconformado com a decisão, José procurou os serviços de um advogado 
para tomar a providência judicial cabível. Pergunta-se: a) É cabível o ajuizamento habe-
as data? b) Qual o órgão julgador competente? c) Quem deve fi gurar no pólo ativo? d) 
Quem deve fi gurar no pólo passivo? e) Qual o pedido a ser formulado?
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 13
AULA 8: MANDADO DE INJUNÇÃO. CONCEITO. OBJETO. PARTES. 
PROCEDIMENTO. EFEITOS DA DECISÃO.
 Leitura obrigatória:
1) Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, 
Mandado de Injunção, “Habeas Data”, 31ª Edição, atualizada por Arnoldo Wald 
e Gilmar Ferreira Mendes, São Paulo: Malheiros, 2008 (Quinta Parte).
2) Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: 
Limites e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: 
Renovar, 2009 (capítulo 7.6).
3) Anexo V: Petição inicial de Mandado de Injunção (Assunto: Art. 195, § 7º. Regula-
mentação da imunidade para as contribuições sociais).
 Questões da OAB:
Determinado município, situado no estado do Rio de Janeiro, pretendendo fundir-
se com outro município, também situado no estado, impetrou, perante o Supremo 
Tribunal Federal, mandado de injunção. Ao fazê-lo, alegou, fundamentalmente, ter o 
exercício de seu direito obstado pela inexistência da lei complementar federal prevista 
no § 4.º do art. 18 da Constituição Federal, o que consubstanciaria hipótese típica de 
inconstitucionalidade por omissão. Redija, de forma fundamentada, um texto em que 
seja analisado o cabimento, à situação hipotética apresentada, do referido instrumento 
jurídico-processual.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 14
AULA 9: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. GENERALIDADES. 
COMPETÊNCIA. LEGITIMAÇÃO. OBJETO. PROCEDIMENTO. 
MEDIDA CAUTELAR. DECISÃO FINAL. EFEITOS DA DECISÃO.
Trabalho de casa: Elaborar petição inicial de ADIN. Data de entrega: Aula 11. 
Caso: A defi nir.
 Leitura obrigatória:
1) Barroso, Luis Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro, 2ª. 
Edição, São Paulo: Saraiva, 2007, p. 133/196 (capítulo 3, I e II).
2) Anexo VI: Petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3510 (Assunto: 
células-tronco embrionárias).
3) Anexo VII: Petição inicial de Ação Direta de Constitucionalidade n. 4179 (Assunto: 
Medida Provisória. Fundo Soberano).
 Questões da OAB:
1) Em decorrência de aparente inconstitucionalidade encontrada em norma legal in-
tegrante do ordenamento jurídico do Distrito Federal, decidiu o Governador do Estado 
de Goiás pela propositura de ação direta de inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal 
Federal. Tendo em consideração o balizamento do instituto à luz da dogmática consti-
tucional bem como da jurisprudência da Corte Suprema, discorra acerca dos limites e 
das possibilidades concernentes ao objeto da ação e à legitimação para a sua propositu-
ra. A resposta deverá ser integralmente fundamentada.
2) Partido político cuja bancada, no Congresso Nacional, se resume a um único se-
nador, ajuizou, junto ao Supremo Tribunal Federal, ação direta de inconstitucionalidade 
(ADI) para impugnar um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, em 
fase de apreciação no âmbito das comissões da Casa. Na ADI, o partido político alega 
vício de iniciativa, sustentando que o projeto, proposto por parlamentar, seria, segundo 
a Constituição, da iniciativa privativa do presidente da República. No que se refere à 
situação hipotética apresentada, a ADI proposta atende aos pressupostos do controle 
abstrato de normas consagrado na ordem jurídica brasileira, tanto no que diz respeito à 
legitimidade para a propositura da ação quanto ao seu objeto? Justifi que a sua resposta.
3) O governo brasileiro, preocupado com os índices crescentes de ataques terroris-
tas no mundo, vinculou-se à Convenção sobre os Direitos Humanos das Vítimas de 
Atividades Terroristas, convenção internacional, de âmbito multilateral, que estabelece 
restrições aos direitos dos presos condenados por crimes resultantes de atividades terro-
ristas. O presidente da República assinou o tratado e o enviou ao Congresso Nacional, 
conforme disposição do art. 49, I, da Constituição Federal e não de acordo com o § 3.º 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 15
do art. 5.º dessa Carta, e, em poucos meses, o Congresso Nacional aprovou o texto do 
tratado na forma de decreto legislativo. Após isso, o presidente da República editou de-
creto promulgando e ratifi cando o tratado. Já estando internamente em vigor o referido 
decreto, percebeu-se que vários juízes, em todo o território nacional, aplicavam plena-
mente o art. 22 do tratado, no qual se lê: “as presas condenadas por crimes resultantes 
de atividades de terrorismo, logo após darem à luz, deverão deixar seus fi lhos sob a res-
ponsabilidade de entidade pública de assistência social até que cumpram integralmentea pena”. Visando a impossibilitar, de algum modo, a aplicação do referido artigo, sob o 
argumento de sua inconstitucionalidade, o presidente de um partido político com re-
presentação no Congresso Nacional procurou, em nome do partido, os serviços advoca-
tícios de um(a) profi ssional, pretendendo uma solução urgente e uniforme para o caso, 
de modo que, com apenas uma ação, seja alcançado efeito para todos os indivíduos no 
território brasileiro. Na qualidade de advogado(a) contratado(a) pelo partido político 
mencionado nessa situação hipotética, redija a peça jurídica mais adequada ao caso, 
de acordo com a jurisprudência majoritária do Supremo Tribunal Federal, atentando, 
necessariamente, para os seguintes aspectos: – competência do órgão julgador; – legi-
timidade ativa e passiva; – possibilidade de contestação judicial da constitucionalidade 
do referido tratado; – argumentos a favor da inconstitucionalidade do mencionado art. 
22; – requisitos formais da peça judicial proposta.
4) A Mesa da Assembléia Legislativa de um estado da Federação ajuizou ação direta 
de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decreto go-
vernamental que concedia aumento de vencimentos a servidores públicos daquele esta-
do. Considerando a situação acima relatada, responda, de forma fundamentada, se a ação 
direta é cabível e se a Mesa da Assembléia Legislativa dispõe de legitimidade para ajuizar 
a ADI. Em seu texto, comente a respeito da efi cácia da decisão do STF em ADI.
5) O Supremo Tribunal Federal julga procedente ADIN declarando a inconstitu-
cionalidade de Lei do Estado do Rio de Janeiro que estabelece procedimento específi co 
para a investidura de delegados da Polícia Civil. Ao tomar conhecimento da decisão da 
Corte, o mesmo legislador estadual, inconformado com a interferência do Judiciário, 
edita nova lei com idêntico teor. Considerando a situação hipotética apresentada, dis-
corra sobre a possibilidade da propositura de reclamação para impugnar a edição do 
novo diploma legal.
6) Em face da competência concorrente prevista na Constituição Federal, deter-
minado estado da Federação editou lei que versa sobre educação e cultura. O Procu-
rador-Geral da República ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade no 
Supremo Tribunal Federal alegando que a lei estadual não respeitava as normas estabele-
cidas pela Lei federal n.º 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). 
Comente se a ação impetrada pelo Procurador-Geral da República é adequada, e se o 
mesmo tem legitimidade para propor a ação.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 16
AULA 10: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DIRETA 
DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. GENERALIDADES. 
COMPETÊNCIA. LEGITIMAÇÃO. OBJETO. PROCEDIMENTO. 
MEDIDA CAUTELAR. DECISÃO FINAL. EFEITOS DA DECISÃO.
Leitura obrigatória:
1) Barroso, Luis Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro, 2ª. 
Edição, São Paulo: Saraiva, 2007, p. 201/241 (capítulo 3, III e IV).
2) Anexo VIII: Petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 16 (As-
sunto: Direito do Trabalho. Responsabilidade Subsidiária. Art. 71, § 1º. da Lei n. 
8.666/93).
3) Anexo IX: Petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 12 (Assun-
to: CNJ. Nepotismo. Poder Normativo).
Questões da OAB
Uma confederação sindical ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade 
(ADI) por omissão visando a que seja expedido ato normativo que permita o cum-
primento de preceito constitucional que, sem aquele ato, não pode ser aplicado. Em 
face dessa situação, redija um texto em resposta às seguintes perguntas: A confederação 
sindical tem legitimidade para ingressar com ADI por omissão? É possível a concessão 
de liminar no presente caso? – A oitiva do Advogado-Geral da União e a manifestação 
do Procurador-Geral da República são obrigatórias? Qual o quorum exigido para que a 
inconstitucionalidade por omissão seja declarada pelo Supremo Tribunal Federal?
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 17
AULA 11: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 
E AÇÃO DIRETA INTERVENTIVA. GENERALIDADES. COMPETÊNCIA.
 LEGITIMAÇÃO. OBJETO. PROCEDIMENTO. MEDIDA CAUTELAR. 
DECISÃO FINAL. EFEITOS DA DECISÃO.
 Leitura obrigatória:
1) Barroso, Luis Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro, 2ª. 
Edição, São Paulo: Saraiva, 2007, p. 243/291 (capítulo 4).
2) Anexo X: Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
n. 54 (Assunto: Aborto de Feto Anencefálico).
3) Anexo XI: Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
n. 132 (Assunto: União Homossexual).
Questões da OAB:
É possível o ajuizamento de ADPF contra lei anterior à Constituição? E contra veto 
a projeto de lei pelo Chefe do Executivo? E contra omissão inconstitucional do Presi-
dente da República e do Poder Legislativo?
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 18
AULA 12: PROCESSO ADMINISTRATIVO. LEI N. 9.784/99. PRINCÍPIOS. 
PROCEDIMENTO.
Leitura obrigatória:
Anexo XII: Defesa em Processo Administrativo (Assunto: Violação aos Princípios da 
Impessoalidade e da Moralidade).
Questões da OAB:
1) João da Silva é funcionário da Prefeitura de um município do interior fl uminense, 
onde exerce o cargo de Fiscal de Tributos há mais de dez anos. Insatisfeito com a atuação 
do referido servidor, um determinado contribuinte representou contra ele, imputando-
lhe a prática de irregularidades no exercício da fi scalização com vistas à obtenção de 
vantagem ilícita para si. Diante da representação, o Superintendente de Fiscalização da 
Secretaria Municipal de Finanças determinou a instauração de inquérito administrativo 
em face de João da Silva e, ainda, que ele fosse afastado imediatamente do exercício 
de suas funções por sessenta dias, com suspensão do pagamento. E, além disso, em 
decorrência do mesmo fato, dias depois, o Prefeito fez publicar a transferência do João 
para ter exercício em escola da Secretaria Municipal de Educação. Afi rmando-se vítima 
de um contribuinte insatisfeito com a fi scalização de determinada empresa, João o(a) 
procura como advogado(a) com o objetivo de promover medida judicial para a defesa 
de seus direitos. Pergunta-se: Qual a via processual adequada para a defesa dos interesses 
de João? Qual a linha de argumentação jurídica a ser utilizada?
2) João de Tal foi demitido do cargo de fi scal agropecuário federal por ato do mi-
nistro da Agricultura, depois de tê-lo exercido por 15 anos, sendo que essa era a sua 
única fonte de renda, com a qual mantinha mulher e três fi lhos menores. O processo 
administrativo disciplinar do qual resultou a aplicação da pena máxima a João não foi 
bem conduzido, havendo a comissão processante feito a oitiva de algumas testemu-
nhas importantes sem que João fosse notifi cado do fato, não tendo podido, portanto, 
formular quesitos ou, mesmo, contraditá-las. A Portaria n.º 205/2007, assinada pelo 
ministro de Estado, foi publicada em 20/11/2007, nela constando que a demissão de 
João ocorrera por ele “ter procedido de forma desidiosa no desempenho de suas funções, 
causando dano ao Erário e lesando os cofres públicos”. Consta que, por dois anos con-
secutivos, o servidor em questão chegou a ser premiado pela excelência no desempenho 
de suas atividades. Além disso, chegou ao último nível da carreira por merecimento e 
não constava qualquer registro desabonador em sua fi cha funcional. A conduta irregu-
lar da qual foi acusado (negligência ao fi scalizar grande carga de arroz vinda do sudeste 
asiático e contaminada por fungo inexistente no Brasil) teria sido verifi cada nos dias 
12 e 13 de março de 1999, conforme denúncia divulgada em reportagem de capa por 
grandejornal de circulação nacional. Contudo, a comissão de processo administrativo 
disciplinar (CPAD) só foi constituída, mediante portaria ministerial, em 15 de janeiro 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 19
de 2005. Considerando a situação hipotética acima, pergunta-se: Qual a peça judicial 
adequada a obter a tutela de urgência que reverta o ato demissionário? Qual a linha de 
argumentação a ser utilizada?
3) João, servidor público civil da União no âmbito da administração direta, por 
motivo de índole pessoal que se recusa a revelar, faltou ao serviço, sem qualquer justi-
fi cativa, por períodos interpolados de 25, 27 e 23 dias no período de doze meses. Sua 
chefi a imediata, ao constatar o fato, decidiu instaurar processo administrativo discipli-
nar contra João, sob o argumento de que teria ele cometido a infração de inassiduidade 
habitual. Em 20/10/2007, foi publicado ato que constituía comissão para apreciar o 
caso; em 10/12/2007, a comissão, após apresentada defesa por João, elaborou relatório 
conclusivo, tendo constatado a responsabilidade do servidor; em 15/12/2007, a auto-
ridade instauradora do processo julgou João responsável pela infração de inassiduidade 
habitual; em 20/12/2007, foi publicado ato do presidente da República demitindo João 
do cargo que ocupava; nesse mesmo dia, o servidor tomou ciência da demissão no pró-
prio órgão a que estava vinculado. Em 4/6/2008, João procurou os serviços advocatícios 
de um(a) profi ssional, com o objetivo de anular o ato de demissão e, conseqüentemente, 
retornar ao cargo que anteriormente ocupava, alegando estar desempregado e precisar 
urgentemente de recursos para alimentar a si próprio, seus cinco fi lhos e sua esposa. Em 
face da situação hipotética acima apresentada, esclareça: qual a medida judicial cabível; 
qual o órgão julgador competente; quem deve fi gurar no pólo ativo da demanda; quem 
deve fi gurar no pólo passivo; quais os argumentos a favor da anulação da demissão de 
João; quais requisitos formais da peça judicial proposta.
4) A empresa “X” foi multada por um fi scal do IBAMA (autarquia federal) em 
virtude da prática de uma infração ambiental. Contra a aplicação da multa a empresa 
interpõe, quando já transcorrido o prazo legal, recurso hierárquico impróprio, sem efei-
to suspensivo, dirigido ao Ministro do Meio Ambiente. O Ministro, em seu despacho, 
embora reconhecendo a inexistência da infração, se nega a anular o ato, com base nos 
seguintes argumentos: (I) o recurso administrativo não fora subscrito por advogado; (II) 
o recurso fora interposto fora do prazo legal; (III) a empresa havia impetrado mandado 
de segurança; (IV) a lei não contemplava o recurso hierárquico impróprio ao Ministro 
do Meio Ambiente. Analise cada um dos argumentos do despacho do Ministro, men-
cionando os dispositivos constitucionais e legais pertinentes.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 20
AULA 13: PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. LEI N. 8.666/93. 
ASPECTOS PROCESSUAIS. RECURSOS. VIAS IMPUGNATIVAS. PRAZOS.
Leitura obrigatória:
1) Carvalho Filho. José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, Rio de Janeiro: 
Lumes Juris, 2007 (capítulo sobre licitações).
2) Anexo XIII: Impugnação ao Edital.
3) Anexo XIV: Recurso Administrativo (Assunto: Inabilitação).
4) Anexo XV: Recurso Administrativo (Assunto: Preço Inexeqüível).
5) Anexo XVI: Recurso Administrativo (Assunto: Suspensão do Direito de Licitar).
Questões da OAB:
1) Pretendendo desconcentrar o mercado das empresas que atuam na prestação do 
serviço público de transporte intermunicipal, determinado Estado resolve incluir, na 
minuta do edital da licitação prévia à permissão, critério que atribui pontuação me-
nos favorável a empresas que já operam com várias linhas. Sentindo-se prejudicada, a 
empresa SÓ ONIBUS S.A. o procura e pede que se insurja contra o edital. Qual a via 
impugnativa prevista em lei? Qual a linha de argumentação a ser utilizada? A quem 
compete decidir a questão? Cabe recurso contra a decisão que vier a ser proferida pela 
autoridade competente?
2) Comissão de licitação inabilita o licitante “A”, empresa de construção civil, por 
não haver comprovado o pagamento da anuidade do Conselho Regional de Engenharia 
e Arquitetura. “A” recorre administrativamente de tal decisão, com base no art. 109, I, 
“a” e § 2º, da Lei n.º 8.666/93, pretendendo a sua reinclusão no certame. No intervalo 
de tempo para o julgamento do recurso, todavia, a licitação foi concluída, com a adju-
dicação do objeto licitado ao licitante “B”, que invoca direito ao contrato. Pergunta-se: 
a) tem o licitante “A” direito a ser reincluído no certame? b) caso provido o recurso de 
“A”, procede o argumento de “B”? c) se o licitante “B” já houver iniciado a prestação 
de serviços e o seu contrato vier a ser anulado, deverá ele devolver os pagamentos já 
recebidos da Administração Pública?
3) Ao realizar uma concorrência pública, a autarquia federal AJP exigiu que fossem 
comprovadas, com documentos, a regular constituição, a capacidade fi nanceira e, tam-
bém, a capacidade técnica das empresas interessadas na execução do objeto da licitação. 
Uma das empresas licitantes foi desclassifi cada pela comissão de licitação por não haver, 
satisfatoriamente, comprovado possuir capacidade fi nanceira. Considerando essa situa-
ção hipotética, avalie, com base na legislação pertinente à matéria, se agiu corretamente 
a comissão de licitação. Poderia o edital ter exigido, para a participação no certame, que 
o particular estivesse com a sua situação fi scal perante as Fazendas Federal, Estadual e 
Municipal? Justifi que a sua resposta.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 21
AULA 14: AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. GENERALIDADES. 
AÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. OMISSÃO. TEORIA DA CULPA ANÔNIMA. 
OMISSÃO GENÉRICA. OMISSÃO ESPECÍFICA.
Leitura obrigatória:
Mello, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 2007 
(capítulo sobre responsabilidade civil do Estado).
Questões da OAB:
1) Em um ônibus de transporte público de passageiros operado por permissionária 
ocorreu assalto a mão armada ao qual um dos passageiros reagiu a tiros. Outro passagei-
ro foi atingido pelos disparos e veio a falecer. Quais são os eventuais direitos que os seus 
sucessores possuem face à permissionária e ao Estado-membro?
2) Um indivíduo ingressou com ação de responsabilidade civil contra uma empresa 
pública que se dedica à exploração de atividade econômica, visando o ressarcimento de 
danos que lhe foram causados em virtude da má atuação da empresa. O autor alega que 
essa empresa, apesar de se constituir em pessoa jurídica de direito privado, é entidade 
integrante da administração pública, razão pela qual sua responsabilidade é objetiva, 
devendo a reparação ocorrer independentemente de ela ter agido com culpa ou dolo. 
Na situação apresentada, é procedente a pretensão do autor da ação? Justifi que a sua 
resposta.
3) Determinada prefeitura assinou, com um empreiteiro, contrato administrativo 
que visava à execução de uma obra de implantação de rede de saneamento em bairros 
da cidade. No curso da obra, ocorreram problemas que provocaram danos a diversas re-
sidências, por culpa exclusiva do empreiteiro, em razão da não-adoção de providências 
e medidas previstas no contrato. Nessa situação, a responsabilidade pelo ressarcimento 
dos danos é apenas do contratado, ou o município também tem responsabilidade pri-
mária e solidária? Fundamente sua resposta.
4) Tem o proprietário direito a reparação de danos em virtude da perda patrimonial 
decorrente do recuo imposto na legislação municipal para a construção de calçadas nas 
vias públicas? Fundamente sua resposta.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITORIO 22
AULA 15: AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 
PROCESSO JUDICIAL. PROCEDIMENTO. PERÍCIA. SENTENÇA. 
QUESTÕES CONTROVERTIDAS.
Leitura obrigatória:
Carvalho Filho. José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, Rio de Janeiro: 
Lumes Juris, 2007 (capítulo sobre desapropriação).
Questões da OAB:
1) O novo prefeito de um município com cerca de um milhão de habitantes, preo-
cupado com o problema do defi cit habitacional ali existente, decidiu implementar, pelo 
sistema de mutirões, um arrojado programa de construção de casas para famílias de bai-
xa renda. Para tanto, efetuou a desapropriação de uma área de 3.000.000 m2 que per-
tencia a uma indústria de laticínios e cuja proprietária não a utilizava economicamente. 
Concluído o processo de desapropriação, o primeiro mandatário municipal, construiu, 
no local, um grande mercado popular. Nessa situação, seria nula a desapropriação, por 
desvio de fi nalidade? Justifi que a sua resposta.
2) Visando à construção de casas populares, determinado município promoveu a de-
sapropriação, por interesse social, de bem imóvel pertencente a um particular. Três anos 
depois do decreto expropriatório, após avaliar a inconveniência da utilização do bem 
no propósito que inicialmente tinha em mente, o poder público resolveu doá-lo a uma 
empresa privada que se comprometera a implantar uma indústria na sede do município. 
A justifi cativa para a doação do imóvel foi o impacto positivo que a implantação da 
indústria causaria na economia local, com o oferecimento de dezenas de empregos e a 
elevação da renda do município.
Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, 
às seguintes perguntas. O município tem competência para promover a desapropriação 
por interesse social? A conduta da autoridade municipal – a doação a particular do bem 
desapropriado após três anos de sua expropriação – está de acordo com a lei?
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 23
5. BIBLIOGRAFIA:
Barroso, Luis Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de Suas Normas: Limi-
tes e Possibilidades da Constituição Brasileira, 9ª. Edição, Rio de Janeiro: Renovar, 
2009.
Barroso, Luis Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro, 2ª. 
Edição, São Paulo: Saraiva, 2007.
Carvalho Filho. José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, Rio de Janeiro: 
Lumes Juris, 2007.
Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Man-
dado de Injunção, “Habeas Data”, 31ª Edição, atualizada por Arnoldo Wald e 
Gilmar Ferreira Mendes, São Paulo: Malheiros, 2008.
Mello, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 2007 
(capítulo sobre responsabilidade civil do Estado).
Pacheco, José da Silva. Mandado de Segurança e Outras Ações Constitucionais Típicas, 
5ª. Edição, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 24
6. ANEXOS:
1) Anexo I: Petição Inicial de Mandado de Segurança (Assunto: Administração Tri-
butária. Recurso Administrativo. Exigência de depósito. Inconstitucionalidade).
2) Anexo II: Petição Inicial de Mandado de Segurança (Assunto: Desocupação de 
Bem Público. Violação à Ampla Defesa e ao Devido Processo Legal).
3) Anexo III: Petição inicial de Ação Civil Pública (Assunto: Loteamento Irregular. 
Área non aedifi candi).
4) Anexo IV: Petição Inicial de Ação de Improbidade Administrativa (Assunto: Ino-
bservância do mínimo constitucional exigido para a educação).
5) Anexo V: Petição inicial de Mandado de Injunção (Assunto: Art. 195, § 7º. Re-
gulamentação da imunidade para as contribuições sociais).
6) Anexo VI: Petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3510 (As-
sunto: células-tronco embrionárias).
7) Anexo VII: Petição inicial de Ação Direta de Constitucionalidade n. 4179 (As-
sunto: Medida Provisória. Fundo Soberano).
8) Anexo VIII: Petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 16 
(Assunto: Direito do Trabalho. Responsabilidade Subsidiária. Art. 71, § 1º. da Lei n. 
8.666/93).
9) Anexo IX: Petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 12 
(Assunto: CNJ. Nepotismo. Poder Normativo).
10) Anexo X: Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito Funda-
mental n. 54 (Assunto: Aborto de Feto Anencefálico).
11) Anexo XI: Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito Funda-
mental n. 132 (Assunto: União Homossexual).
12) Anexo XII: Defesa em Processo Administrativo (Assunto: Violação aos Princí-
pios da Impessoalidade e da Moralidade).
13) Anexo XIII: Impugnação ao Edital.
14) Anexo XIV: Recurso Administrativo (Assunto: Inabilitação).
15) Anexo XV: Recurso Administrativo (Assunto: Preço Inexeqüível).
16) Anexo XVI: Recurso Administrativo (Assunto: Suspensão do Direito de Licitar).
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 25
1) ANEXO I: PETIÇÃO INICIAL DE MANDADO DE SEGURANÇA 
(ASSUNTO: ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. RECURSO 
ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO. 
INCONSTITUCIONALIDADE).
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 26
 
 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE FAZENDA PÚBLICA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, com sede na Rua 
das XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Rio de Janeiro, vem a V. Exa., 
por seus advogados (doc. 1), com fulcro nos arts. 5º, LXIX, da CF/88, e 1º da Lei n.º 
1.533/51, impetrar 
 
MANDADO DE SEGURANÇA REPRESSIVO, 
com pedido de liminar inaudita altera pars, 
 
contra ato ilegal do Superintende Estadual de Arrecadação, estabelecido nesta 
cidade na Rua da Alfândega n.º 48, 3º andar, pelos relevantes fatos e jurídicos 
fundamentos a seguir aduzidos. 
 
I. DOS FATOS 
Motivo da Impetração 
 
1. A impetrante atua precipuamente no comércio atacadista de 
medicamentos, tendo clientela composta basicamente por órgãos públicos. 
 
2. Em 26.08.2004, foi lavrado auto de infração em nome da impetrante ao 
argumento de que na suposta condição de contribuinte substituto teria deixado de 
recolher o ICMS relativo a operações realizadas com mercadorias sujeitas ao regime 
da substituição tributária. 
 
3. A impetrante apresentou impugnação alegando, em preliminar, a 
nulidade do auto de infração e, no mérito, que o lançamento seria improcedente com 
relação à operação objeto da nota fiscal n.º 564, bem como que a fiscalização teria 
incidido em erro ao quantificar a base de cálculo. 
 
4. Todavia, em 17.01.2006, a impetrante foi cientificada do acórdão 
proferido pela 8ª Turma da Junta de Revisão Fiscal da Secretária Adjunta de Receita 
Estadual que julgou o auto de infração procedente e intimada a pagar a quantia 
correspondente em reais a 598.938,15 UFIR-RJ, ou, então, no prazo de 30 (trinta) 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 27
 
 
2
dias, interpor recurso voluntário para o Conselho de Contribuintes do Estado do Rio 
de Janeiro (doc. 2). 
 
5. Ocorre que, para que o recurso voluntário para o Conselho de 
Contribuintes seja admitido, tendo em conta que o crédito tributário exigido é 
superior a 50.000 (cinqüenta mil) UFIR-RJ, exige-se da impetrante a realização do 
chamado “depósito recursal”, no montante correspondente a 30% (trinta por cento) 
da exigência fiscal. 
 
6. No entanto, não tendo condições de efetuar o depósito recursal, a 
impetrante interpôs recurso voluntário, recolhendo apenas o DARJ referente à taxa 
de serviços. 
 
7. Em conseqüência, a impetrante recebeu, no dia 21.06.06, termo de 
intimação “para no prazo de 15 (quinze) dias efetuar o depósito recursal, ou 
apresentar Carta de Fiança, sob pena de ser negado o seguimento ao EgrégioConselho de Contribuintes” (doc. 3). 
 
8. Em atendimento ao referido termo de intimação, a impetrante 
protocolou petição informando que não tem condição econômico-financeira de 
efetuar o depósito recursal, comprovada pelo balanço anexado, bem como 
requerendo a dispensa na realização do aludido depósito, com fulcro no art. 250, §§ 
3º e 4º, do Decreto-lei n.º 5/75 (doc. 4). 
 
9. Todavia, o suposto débito tributário foi inscrito em dívida ativa e, no 
dia 24.11.06, a impetrante foi intimada a pagar a quantia correspondente em reais a 
742.683,37 UFIR-RJ em 5 (cinco) dias sob pena de ser ajuizada ação de execução 
fiscal (doc. 05). 
 
10. Por entender flagrantemente inconstitucional (i) a exigência do 
depósito recursal como condição de admissibilidade do recurso voluntário e (ii) a 
antecipada inscrição em dívida ativa é que se impetra o presente mandado de 
segurança, pelo qual espera a impetrante lhe seja concedida segurança que lhe 
garanta o direito de ter o seu recurso voluntário admitido e julgado pelo Conselho de 
Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro independentemente do depósito 
administrativo da quantia correspondente a 30% (trinta por cento) da exigência 
fiscal, bem como que determine o cancelamento da inscrição do suposto débito 
tributário em dívida ativa. 
 
II. DO DIREITO 
a) Inconstitucionalidade do Depósito Recursal e da Inscrição em Dívida Ativa 
 
11. O art. 250, § 2º, do Decreto-lei n.º 5/1975, ao estabelecer “como 
condição de admissibilidade do recurso voluntário”, a prova do depósito do valor 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 28
 
 
3
corresponde a 30% (trinta por cento) da exigência fiscal, incorre em flagrante 
inconstitucionalidade, por violação ao art. 5º, XXXIV e LV, da CF/88. 
 
12. A Constituição Federal de 1988, ao assegurar aos litigantes em 
processo administrativo, o direito de petição e a ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes, não admite o depósito prévio como condição de 
procedibilidade de qualquer recurso. 
 
13. A violação ao artigo 5º, inciso XXXIV, da CF/88, é manifesta, pois se 
o dispositivo veda a exigência do pagamento de taxa para o que o contribuinte possa 
exercer seu direito de petição perante o Poder Público, veda, também, naturalmente, 
se exija depósito de percentagem do tributo cobrado como condição para o exercício 
desse direito. 
 
14. É evidente que o Estado do Rio de Janeiro, ao instituir a exigência do 
prévio depósito recursal, buscou burlar a garantia individual prevista no inciso 
XXXIV, do art. 5º, da CF/88, criando exigência pecuniária, de efeito idêntico a uma 
taxa, para restringir o pleno exercício pelo contribuinte do direito de petição. 
 
15. Ora, se um contribuinte tem condições de pagar esta “taxa”, assim o 
faz, garantindo o seu direito de revisão da decisão administrativa. Se, por outro lado, 
o contribuinte não tiver condições de arcar com este ônus, será privado do exercício 
de seu direito constitucional. 
 
16. O princípio do livre exercício de petição (art. 5º, XXXIV, da CF/88) 
restou violado, eis que a exigência deste depósito prévio restringe e, muitas vezes, 
pode até mesmo impedir o exercício dessa relevante garantia individual. 
 
17. Evidente, igualmente, a violação ao art. 5º, LV, da CF/88, na medida 
em que a exigência do depósito como condição de admissibilidade do recurso 
vulnera a garantia à ampla defesa, com os recursos a ela inerentes, no processo 
administrativo. 
 
18. A exigência de prévio depósito como condição para que se tenha 
acesso à segunda instância administrativa viola o art. 5º, LV, da CF/88, posto que 
constitui gravame pecuniário aos contribuintes para que os mesmos possam postular 
pronunciamento da autoridade fiscal. 
 
19. Deve-se ressaltar, de outro lado, que o processo administrativo tem por 
finalidade o controle interno dos atos praticados pela própria administração pública. 
 
20. A impossibilidade ou inviabilidade de se recorrer administrativamente 
impede que a própria administração pública revise a licitude dos atos 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 29
 
 
4
administrativos, o que ofende o princípio da legalidade e, muitas vezes, leva à 
violação de direitos fundamentais. 
 
21. Ademais, ao inscrever o suposto débito tributário em dívida ativa antes 
de apreciar as razões recursais da impetrante, pela ausência de depósito recursal, a 
autoridade coatora não violou apenas o direito de petição e a ampla defesa, mas 
também os princípios constitucionais do devido processo legal e do duplo grau de 
cognição (art. 5º, LV, da CF/88). 
 
22. Não pode, a administração pública, instituir a denominada “instância 
única” para o julgamento das lides tributárias deduzidas administrativamente, sob 
pena de irremediável mutilação da regra constitucional e conseqüente 
imprestabilidade do sistema administrativo processual. 
 
23. Assim, demonstrada a flagrante violação ao direito de petição, à ampla 
defesa, ao devido processo legal e ao duplo grau de cognição (art. 5º, incisos 
XXXIV e LV, da CF/88), a autoridade coatora não pode deixar de apreciar o recurso 
voluntário, pela ausência de depósito recursal, nem, ao atropelo dos atos 
processuais, inscrever o suposto débito em dívida ativa. 
 
b) Mudança na Jurisprudência do STF 
 
24. Por conta da radical mudança em sua composição, com as 
aposentadorias dos Ministros Octávio Gallotti, Néri da Silveira, Sydney Sanches, 
Moreira Alves, Maurício Correa e Nelson Jobim, o Supremo Tribunal Federal 
voltou a reapreciar a questão relativa à constitucionalidade do depósito recursal, que, 
em 1999, havia sido apreciada pelo Plenário, no julgamento da Medida Cautelar na 
ADI 1.922-DF, que, na oportunidade, decidira pela constitucionalidade da exigência. 
 
25. Veja-se, neste sentido, notícia veiculada no Informativo STF n.º 323: 
 
“Iniciado o julgamento de dois recursos extraordinários em que 
se discute, ante a nova composição da Corte, a 
constitucionalidade da exigência de depósito prévio como 
condição de admissibilidade do recurso na esfera 
administrativa. Após o voto do Min. Marco Aurélio, relator, 
conhecendo e desprovendo os recursos extraordinários, por 
entender que a exigência de depósito prévio ofende a garantia 
constitucional da ampla defesa, assegurada inclusive no 
processo administrativo (CF, art. 5º, LV), o julgamento foi 
adiado, em face do pedido de vista do Min. Joaquim Barbosa. 
RE 389.383-SP e RE 390.513-SP, rel. Min. Marco Aurélio, 
2.10.2003.(RE-389383)(RE-390513).” 
 
26. Referidos recursos extraordinários foram novamente colocados em 
mesa para julgamento em 20 de abril p. p., quando o Ministro Joaquim 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 30
 
 
5
Barbosa, em voto-vista, acompanhou o Ministro Marco Aurélio para 
reconhecer a inconstitucionalidade do depósito recursal, no que foi 
acompanhado pelos Ministros Ricardo Lewandowski, Eros Grau e Carlos 
Britto. 
 
27. O julgamento foi interrompido com pedido de vista do Ministro Cezar 
Peluso, após voto contrário do Ministro Sepúlveda Pertence. 
 
28. Confira-se a notícia veiculada a respeito no Informativo STF n.º 423 
(íntegra em anexo, como doc. 6): 
 
“Retomado julgamento de recurso extraordinário em que se 
discute a constitucionalidade da exigência de depósito prévio 
como condição de admissibilidade do recurso na esfera 
administrativa. O Min. Joaquim Barbosa, em voto-vista, 
acompanhou o voto do relator para conhecer e prover o 
recurso. Em acréscimo aos fundamentos expendidos pelo 
relator, no sentido de que a exigência de depósito prévio 
ofende a garantia constitucional da ampla defesa (CF, art. 
5º, LV), bem como o direito de petição (CF, art. 5º, XXXIV), 
assegurado independentementedo pagamento de taxas, fez 
uma análise do tema, relacionando o procedimento 
administrativo com o princípio democrático, o princípio da 
legalidade e os direitos fundamentais. Afirmou que a 
consecução da democracia depende da ação do Estado na 
promoção de um procedimento administrativo que seja 
sujeito ao controle por parte dos órgãos democráticos, 
transparente e amplamente acessível aos administrados. 
Asseverou que a impossibilidade ou inviabilidade de se 
recorrer administrativamente impede que a própria 
Administração Pública revise a licitude dos atos 
administrativos, o que ofende o princípio da legalidade e, 
muitas vezes, leva à violação de direitos fundamentais. 
Acompanharam o voto do relator os Ministros Ricardo 
Lewandowski, Eros Grau e Carlos Britto. Em divergência, o 
Min. Sepúlveda Pertence, reportando-se ao voto que proferira 
no julgamento da ADI 1922 MC/DF (DJU de 24.11.2000), 
conheceu e negou provimento ao recurso, ao fundamento de que 
exigência de depósito prévio não transgride a Constituição 
Federal, que não assegura o duplo grau de jurisdição 
administrativa. Após, o Min. Cezar Peluso pediu vista dos 
autos. RE 388359/PE, rel. Min. Marco Aurélio, 20.4.2006. 
(RE-388359).” 
 
29. Faltam votar 5 (cinco) Ministros, dos quais 3 (três) não participaram 
do julgamento da Medida Cautelar na ADI 1.922-DF. 
 
30. No mesmo sentido foi a decisão proferida nos autos da Ação Cautelar 
n.º 1449, que deferiu pedido de liminar, para suspender os efeitos da decisão do 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 31
 
 
6
Tribunal Regional Federal da 3ª Região que obrigava a empresa a fazer um depósito 
prévio relativo a 30% do valor de R$ 180 milhões como condição para recorrer 
administrativamente perante o INSS (íntegra em anexo, como doc. 7). 
 
31. Nesta decisão, o Min. Rel. Eros Grau afirmou que o Plenário da Corte 
discute a validade dessa modalidade de depósito prévio no julgamento dos Recursos 
Extraordinários 388359, 389383 e 390513, bem como ressaltou que seu 
entendimento é no sentido de que a exigência do depósito prévio inviabiliza o direito 
de defesa do recorrente, conforme o seu voto, já proferido, no julgamento desses 
REs, in verbis: 
 
“8. A matéria de fundo está em discussão no Plenário desta 
Corte, tendo eu proferido voto no sentido de que a exigência 
do depósito prévio inviabiliza o direito de defesa do 
recorrente. 
9. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no entanto, 
ignorou a existência dessa discussão, não admitindo o recurso 
extraordinário da ora requerente [fls. 187/188]. 
(...) 
14. A requerente, ademais, foi intimada a efetuar o depósito 
recursal até o dia 17.11.2006. A não efetivação do depósito 
e, conseqüentemente, o não-conhecimento do recurso 
administrativo implicariam o perecimento do direito 
alegado nas razões de seu recurso extraordinário. 
15. Vislumbro, no caso, os elementos necessários à concessão 
excepcionalíssima da medida liminar pleiteada, nos termos do 
disposto no art. 21, IV, do RISTF. Defiro a medida liminar, 
para suspender os efeitos do acórdão proferido pelo TRF – 3ª 
Região, até julgamento de mérito do recurso extraordinário. 
Publique-se. Comunique-se, com urgência”. 
 
32. Tudo indica, pois, que o Supremo Tribunal Federal mudou seu 
entendimento sobre a matéria, superando a antiga jurisprudência sobre a 
exigência do depósito recursal, passando a considerá-la inconstitucional. 
 
III. LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS 
 
33. O fumus boni iuris foi demonstrado nas linhas acima, em especial com 
a mudança do entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria. 
 
34. O periculum in mora é igualmente manifesto. 
 
35. Isto porque, não sendo dispensada do depósito recursal e sendo 
mantida a inscrição em dívida ativa, a impetrante não só não terá suas razões 
apreciadas pelo Conselho de Contribuintes Estadual, como ficará impedida de 
obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa. 
 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 32
 
 
7
36. Repita-se que a impetrante tem como atividade precípua a venda de 
medicamentos e que sua clientela é composta, em sua quase totalidade, por órgãos 
públicos, de modo que a não obtenção da aludida certidão a impedirá de auferir 
receita e celebrar novos contratos, comprometendo seu funcionamento e o emprego 
de seus funcionários. 
 
37. Ademais, a indevida inscrição no CADIN causa prejuízos irreparáveis 
à impetrante, na medida em que fica impedida de contratar operações de crédito que 
envolvam a utilização de recursos públicos, a concessão de incentivos fiscais ou 
financeiros; de celebrar convênios, acordos, ajustes ou contratos que envolvam 
desembolso, a qualquer título, de recursos públicos e respectivos aditamentos. 
 
38. Destarte, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, é de ser 
concedida liminar, inaudita altera pars, para se determinar à autoridade coatora que 
admita o recurso voluntário interposto pela impetrante nos autos do processo 
administrativo n.º E-34/071.921/2004 independentemente da prova do depósito 
recursal, bem como cancele a certidão da dívida ativa n.º 2006/020.200-7. 
 
IV. PEDIDO 
 
39. Por todo o exposto, é a presente para requerer o seguinte: 
 
i) seja concedida liminar inaudita altera pars, na forma do art. 7º, II, 
da Lei n.º 1.533/51, para se determinar à autoridade coatora que admita o recurso 
voluntário interposto pela impetrante nos autos do processo administrativo E-
34/071.921/2004 independentemente da prova do depósito recursal, bem como 
cancele a certidão da dívida ativa n.º 2006/020.200-7; 
 
ii) seja determinada a notificação da autoridade coatora e do Ministério 
Público Estadual; 
 
iii) seja determinada a citação do Estado do Rio de Janeiro, na Rua 
Dom Manuel n.º 25, Centro, nesta cidade, na pessoa de um de seus Procuradores; 
 
iv) ao final, seja confirmada a liminar e concedida a segurança para se 
determinar à autoridade coatora que admita o recurso voluntário interposto pela 
impetrante nos autos do processo administrativo n.º E-34/071.921/2004 
independentemente da prova do depósito recursal, bem como cancele a certidão da 
dívida ativa n.º 2006/020.200-7. 
 
40. Dá à causa o valor de R$ 378.590,27 (trezentos e setenta e oito mil, 
quinhentos e noventa reais e vinte e sete centavos). 
 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 33
 
 
8
41. Requer, outrossim, seja anotado na capa dos autos o nome do Dr. 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, inscrito na OAB/RJ sob o n.º 
XXXXX, bem como que as intimações e demais publicações em Diário Oficial 
sejam veiculadas em seu nome, informando, ainda, em atendimento ao artigo 39, I 
do CPC, que o mesmo possui escritório na Rua 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX. 
 
N. termos, 
p. deferimento. 
Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2006 
 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 34
2) ANEXO II: PETIÇÃO INICIAL DE MANDADO DE SEGURANÇA 
(ASSUNTO: DESOCUPAÇÃO DE BEM PÚBLICO. VIOLAÇÃO À AMPLA 
DEFESA E AO DEVIDO PROCESSO LEGAL).
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 35
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA 
DA COMARCA DA CAPITAL - ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FUNDAÇÃO XXXXXXXXXX, com sede nesta cidade na 
Avenida XXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem a V. Exa., por seus advogados 
(docs. 01 e 02), com fulcro nos arts. 5º, LXIX, da Constituição Federal, e 1º da 
Lei nº 1.533/51, impetrar 
 
MANDADO DE SEGURANÇA, 
com pedido de liminar inaudita altera pars, 
 
contra ato ilegal perpetrado pelo Sr. Diretor-Geral do Hospital Público 
XXXXXXXXXXXXXXXX, com endereço à Rua 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, pelos relevantesfatos e 
jurídicos fundamentos a seguir aduzidos: 
 
I - A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO 
 
01. A FUNDAÇÃO é pessoa jurídica de direito privado, sem fins 
lucrativos, de caráter assistencial, sediada dentro do Hospital 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, órgão integrante da Secretaria de Estado de 
Saúde. 
 
02. Esta instituição assistencial tem por “finalidade principal prestar 
assistência no campo da saúde, especialmente para o setor cardiovascular do 
Hospital XXXXXXXXXXXXXXXXX e os pacientes que o freqüentam” (artigo 3o, 
caput, de seu estatuto social). 
 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 36
 
 
2
03. Em cumprimento de seus objetivos estatutários, bem como em 
atenção às pertinentes disposições de convênio celebrado com o hospital, a 
impetrante aplica no referido nosocômio a quase totalidade de suas receitas. 
 
04. Com efeito, em 3 de fevereiro de 1998, a impetrante firmou com a 
Secretaria de Estado de Saúde convênio de cooperação técnica, o qual foi 
seguido por 3 aditivos (docs. 03). Aliás, este convênio foi fundamental para o 
aprimoramento dos serviços prestados no Hospital XXXXXXXXXXXXXXX. 
 
05. Afinal, a FUNDAÇÃO tem, costumeiramente, destinado 30% de 
sua receita bruta àquele hospital, contribuindo, consideravelmente, para a 
aquisição de equipamentos, materiais e insumos necessários ao regular exercício 
das atividades do nosocômio. 
 
06. Como é sintomático, sem a interveniência da impetrante, o Hospital 
não estaria prestando uma série de serviços essenciais de saúde que, diga-se de 
passagem, só puderam ser oferecidos com a ajuda da FUNDAÇÃO. 
 
07. A impetrante foi responsável pela melhoria das condições físicas e 
ambientais do setor de cardiologia do hospital, bem como procedeu à aquisição e 
manutenção de incontáveis equipamentos. Tudo, como não poderia deixar de ser, 
para oferecer aos pacientes do referido nosocômio melhores condições de 
atendimento. 
 
08. Ocorre que, em 04 de junho de 2007, a impetrante tomou ciência de 
determinação exarada pelo Exmo. Sr. Secretario de Estado de Saúde, para que 
procedesse à desocupação de sua sede e a transferência dos equipamentos que 
integram o seu patrimônio, no deliberado intuito de se apossar de patrimônio 
particular, sem o pagamento da correspondente indenização, sem que, no 
entanto, lhe fosse assegurado o seu mais amplo direito de defesa e ao 
contraditório, ambos assegurados constitucionalmente. 
 
II - MOTIVO DA IMPETRAÇÃO 
 
09. Em 4 de junho de 2007, a FUNDAÇÃO recebeu ofício 
encaminhado pelo Exmo. Sr. Diretor Geral do Hospital. 
 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 37
 
 
3
10. Ali determinou-se o encerramento de suas atividades até o dia 30 de 
julho de 2007, sem que minimamente tivesse a impetrante notícia de prévio 
procedimento administrativo que tratasse da questão, não se lhe 
assegurando o direito de se defender ou ao menos de recorrer da decisão. 
 
11. Nem mesmo indica o referido ofício qual o procedimento 
administrativo, se é que existente, que deu ensejo à referida manifestação das 
autoridades coatoras. 
 
12. Não sabe a impetrante, tampouco, o porquê de estar sendo 
despejada do espaço público e nem mesmo compreende o porquê, na medida que 
todo o hospital e a própria Direção do Hospital reconhecem a significativa 
contribuição da FUNDAÇÃO para a saúde pública. 
 
13. E o mais grave: pretendem as autoridades coatoras se apossar do 
patrimônio da FUNDAÇÃO, em inadmissível desapropriação indireta, sem o 
pagamento da correspondente indenização. 
 
14. Colhe-se do ofício nº 093/GDG/07 o seguinte (doc. 04): 
 
“Determino o encerramento das atividades da 
FUNDAÇÃO no hOSPITAL no dia 30 de julho de 2007. 
Para tal determino ainda: 
 
1. A desocupação dos espaços hoje utilizados 
pela FUNDAÇÃO até a data determinada 
para o encerramento das atividades; 
2. A descaracterização de uniformes, incluindo 
jalecos, com a marca da FUNDAÇÃO para 
servidores em atividade no Hospital; 
3. O envio da relação de equipamentos 
pertencentes a FUNDAÇÃO, em 
utilização no Hospital e que por força de 
estatuto deverão a ele ser repassados. 
 
Termino este ofício agradecendo enfaticamente a 
parceria desta Fundação com o Hospital que, 
especialmente nos momentos de crise, foi fundamental 
para a manutenção de diversas atividades assistenciais 
que esta instituição presta aos pacientes do SUS. 
 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 38
 
 
4
Aproveito a oportunidade para reiterar protestos de 
elevada estima e distinta consideração.” 
 
15. Como se pode notar, a Direção do Hospital determinou à 
impetrante que encerrasse as suas atividades, desocupasse o espaço público 
que vem ocupando e procedesse à entrega de bens integrantes de seu 
patrimônio, sem que lhe tenha oferecido, contudo, qualquer oportunidade de 
defesa, em flagrante desrespeito ao princípio do devido processo legal. 
 
III - DO DIREITO 
Desrespeito às garantias do contraditório e da ampla defesa 
 
16. A decisão supramencionada foi exarada com base em parecer da 
Secretaria de Saúde e que acompanhou, como anexo, o referido ofício (doc. 04), 
segundo a qual a colaboração da impetrante no setor cardiovascular do Hospital 
não seria mais oportuna, razão pela qual o convênio firmado não mais deveria ser 
mantido. 
 
17. As conseqüências para a esfera jurídica da impetrante estão 
delimitadas, textualmente, no referido ofício, quais sejam: 
 
(i) o encerramento das atividades da FUNDAÇÃO; 
 
(ii) a desocupação da sala que ocupa no Hospital; 
 
(iii) a descaracterização dos uniformes de seus funcionários; e 
 
(iv) a transferência de bens que integram o seu patrimônio, para 
o Hospital, sem o pagamento da correspondente indenização e 
sem que tenha havido a prévia quitação de seu passivo, sem que 
haja qualquer previsão estatutária nesse sentido e sem que tenha 
havido a prévia e indispensável oitiva do Ministério Público, 
órgão ao qual incumbe zelar pelas fundações. 
 
18. E isso é ainda mais grave sobretudo porque, como revela o 
próprio ofício, a FUNDAÇÃO tem sido fundamental na manutenção de diversas 
atividades assistenciais que o Hospital presta aos pacientes do SUS. 
 
19. Ocorre que essa medida extrema foi adotada sem que se desse à 
impetrante qualquer oportunidade de defesa, em descompasso com as garantias 
PRÁTICA JURÍDICA III – DIREITO ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 39
 
 
5
constitucionais do contraditório e da ampla defesa, ambas esculpidas no art. 5º, 
LIV e LV, da Carta Magna, que dispõe: 
 
“LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” 
 
20. O art. 80 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro é ainda mais 
taxativo: 
 
“Art. 80 - A administração pública tem o dever de anular os 
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem 
ilegais, bem como a faculdade de revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados neste caso os 
direitos adquiridos, além de observado, em qualquer 
circunstância, o devido processo legal.” 
 
21. Mais detalhadamente, estabelece o art. 3º, II e III, da Lei nº. 
9784/1999: 
 
“Art. 3º - O administrado tem os seguintes direitos perante a 
Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam 
assegurados: 
(...) 
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos 
em que tenha a condição de interessado. Ter vista dos autos, 
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as 
decisões proferidas; 
III – formular alegações e apresentar

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