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Emp III Unidade III Agência e distribuição

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Unidade III – Agência e distribuição (CC, Arts. 710 a 721) 
 
 
3.1 – Conceito e Classificação. 
 
Pelo contrato de agência uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculo 
de dependência (não é empregado), a obrigação de promover, à conta de outrem e mediante 
retribuição, a realização de certos negócios em zona determinada, caracterizando-se a 
distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. 
 
CC, Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e 
sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante 
retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a 
distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. 
§ único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na 
conclusão dos contratos. 
 
ENUNCIADO COMERCIAL CFJ Nº 31: O contrato de distribuição previsto no art. 710 do 
Código Civil é uma modalidade de agência em que o agente atua como mediador ou 
mandatário do proponente e faz jus à remuneração devida por este, correspondente aos 
negócios concluídos em sua zona. No contrato de distribuição autêntico, o distribuidor 
comercializa diretamente o produto recebido do fabricante ou fornecedor, e seu lucro 
resulta das vendas que faz por sua conta e risco. 
 
3.1.1 – Classificação 
 
_ Típicos 
_ Nominados 
_ Bilaterais 
_ Onerosos 
_ Sinalagmáticos 
_ Comutativos 
_ Consensuais 
_ Não solenes 
_ Intuito personae 
 
3.2 - Natureza jurídica. 
 
 Tem natureza jurídica de contrato de comissão onde alguém recebe remuneração por 
serviços específicos prestados sem vínculo empregatício. 
 
3.3 - Sujeitos. 
 
a) O representado, proponente ou agenciado: é empresário produtor, fabricante de produtos, 
ou fornecedor de um serviço, cuja proposta de negócio, dirigida ao cliente, será mediada pelo 
agente. 
 
b) O agente: Fomenta o negócio do agenciado mas não o representa, nem com ele possui 
vinculo trabalhista. Efetua a coleta de propostas ou pedidos para transmiti-los ou representado. 
Promove o negócio, mas nada obriga que o conclua. 
c) O terceiro: Aquele que adquire produtos e serviços do agenciado através da intermediação 
do agente. 
 
 
3.1.4 – Elementos que compõem o contrato de agência. 
 
3.1.4.1 – a obrigação do agente de promover e fomentar negócios do agenciado; 
 
CC, Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda 
diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente. 
 
3.1.4.2 – habitualidade do serviço e independência de ação; 
 
CC, Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual 
e sem vínculos de dependência [...] 
 
Dec. 3.048/99 Art. 9º, § 4º Entende-se por serviço prestado em caráter não 
eventual aquele relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais 
da empresa. 
 
CLT, Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
 
RELAÇÃO DE EMPREGO. PRINCÍPIO DE PRIMAZIA DA REALIDADE. CONTRATO DE 
AGÊNCIA OU REPRESENTAÇÃO COMERCIAL E VENDEDOR EMPREGADO. 
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE. PRESENÇA DOS ELEMENTOS 
CONFIGURADORES DA RELAÇÃO DE EMPREGO. RECONHECIMENTO DE 
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Presentes, de fato, os elementos configuradores da relação 
de emprego, não importa o título jurídico da relação simulada, prestação de serviços 
autônomos ou através de cooperativa de trabalho. Impõe-se o reconhecimento do liame 
empregatício com suas conseqüências legais. A verdade dos fatos há de sempre primar 
sobre os acordos formais. (TRT-1 895200141101002 RJ 00895-2001-411-01-00-2, 
Relator: DESEMBARGADOR ALEXANDRE DE SOUZA AGRA BELMONTE, Data de 
Julgamento: 15/09/2004, TURMA 5, Data de Publicação: DORJ DE 29/10/2005, P. III, S. 
II, FEDERAL). 
 
TRT-PR-04-05-2010 VIVO S/A. CONTRATO DE AGÊNCIA OU DISTRIBUIÇÃO. 
INGERÊNCIA NA ATIVIDADE CARACTERIZA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
APLICAÇÃO DA SÚMULA 331 DO TST. POSSIBILIDADE. O contrato de distribuição 
pressupõe que a ingerência do contratante na negociação dos produtos postos à 
disposição do contratado seja mínima, ou mesmo, inexistente. Entretanto, no "contrato 
de agência" constante dos autos, verifica-se que a primeira reclamada atuava sob a 
plena ingerência da segunda reclamada (Vivo S.A.), e modo que o contrato de 
distribuição foi utilizado, tão-somente, no intuito de mascarar a terceirização havida, 
restando caracterizada a prestação de serviços. Aplicável, portanto, o disposto na 
Súmula 331 do C.TST. Recurso da segunda reclamada a que se nega provimento. (TRT-
9 604420073908 PR 6044-2007-3-9-0-8, Relator: CÁSSIO COLOMBO FILHO, 3A. 
TURMA, Data de Publicação: 04/05/2010). 
 
3.1.4.3 – delimitação da zona onde deve ser prestado; 
 
CC, Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa 
assume, em caráter não eventual e sem vínculos de 
dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, 
mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada [...] 
 
3.1.4.4 - direito do agente à retribuição do serviço que presta; 
 
CC, Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração 
correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua 
interferência. 
 
Lei 4.886/65 - Art. 32. O representante comercial adquire o direito às comissões quando 
do pagamento dos pedidos ou propostas. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 
8.5.1992). 
§ 1° O pagamento das comissões deverá ser efetuado até o dia 15 do mês subseqüente 
ao da liquidação da fatura, acompanhada das respectivas cópias das notas fiscais. 
(Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992). 
 
CC, Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente, sem 
justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo tanto que se torna 
antieconômica a continuação do contrato. 
 
CC, Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar 
de ser realizado por fato imputável ao proponente. 
 
CONTRATO DE AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO. RESCISÃO POR CULPA DO 
REPRESENTADO. NÃO PAGAMENTO DA RETRIBUIÇÃO NA ÉPOCA DEVIDA. 
Fazendo-se uma interpretação sistemática da Lei nº. 4.886, de 09.12.1965, que regula 
as atividades dos representantes comerciais, entende-se por "época devida" para o 
pagamento das comissões "até o décimo quinto dia do mês subseqüente ao da 
liquidação da fatura". Assim, somente a inobservância deste limite temporal é que 
autoriza o representante a reputar rescindindo o contrato de representação. (TRT-5 - 
RECORD: 6321420105050195 BA 0000632-14.2010.5.05.0195, 2ª. TURMA, Data de 
Publicação: DJ 03/02/2012) 
 
CC, Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração 
até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além das indenizações 
previstas em lei especial. 
 
CC, Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, 
terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito 
aos herdeiros no caso de morte. 
 
 
3.1.4.5 - exclusividade. 
 
 
CC, Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de 
um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o 
encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes. 
 
DIREITO PRIVADO. APELAÇÃO. AÇÃO DE RESOLUÇÃO CONTRATUAL 
CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. CONTRATO 
COMERCIAL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. A relação comercial entre as partesnão pode ser caracterizada como contrato de concessão comercial ou de distribuição, 
muito menos com caráter ou condição de exclusividade, tendo em vista a ausência de 
contrato escrito, pressuposto indispensável para o reconhecimento das obrigações 
concernentes. A prova da existência de contrato com cláusula de exclusividade incumbia 
à parte autora, ex vi do disposto no artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, 
ônus do qual não se desincumbiu. Inaplicabilidade do disposto no artigo 711 do Código 
Civil de 2002, que presume a exclusividade nos contrato de distribuição. A relação 
comercial posta nos autos é anterior à atual legislação, pois, como alega o apelante, teria 
se consolidado em meados da década de 90. Pedido indenizatório que não pode se 
basear em contrato de distribuição exclusiva, porque não provado o compromisso 
contratual da apelada em repassar unicamente à apelante a venda de seus produtos na 
cidade de Santa Cruz do Sul. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 
70029004280, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Angela Maria 
Silveira, Julgado em 01/07/2009). 
 
 
3.1.5 - Os direitos relativos do agente destacam-se: 
 
• Exclusividade territorial; 
• Receber remuneração ou indenização se o agenciado cessar os fornecimentos ou reduzir o 
contrato. 
 
 
3.1.6 - Os encargos de suas obrigações são as seguintes: 
 
• Exercer sua atividade com diligência; 
• Seguir as instruções do agenciado; 
• Não assumir, na mesma zona, negócios de outros proponentes; 
• Manter o agenciado informado quanto às condições mercadológicas; 
• Prestar contas ao proponente dos serviços realizados. 
 
 
3.1.7 - Extinção do contrato. 
 
a) Por Resilição: 
CC, Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá 
resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo 
compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente. 
§ único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da razoabilidade do 
prazo e do valor devido. 
 
CC, Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o 
permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. 
§ único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito 
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá 
efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos 
investimentos. 
 
b) Por Resolução: 
 
CC, Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser 
remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este 
perdas e danos pelos prejuízos sofridos. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONTRATO DE AGÊNCIA. AUSÊNCIA DE REPASSE DE 
VALORES RECEBIDOS PELO AGENTE. DIFAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE 
FUNDAMENTAÇÃO. DANOS MORAIS. 1. Não se conhece do recurso de apelação 
quando não apresenta fundamentos de fato e de direito antagônicos aos da sentença. 2. 
Tratando-se de contrato de agência, a mera cobrança de clientes, por valores não 
repassados ao proponente pelo agente, não caracteriza abuso no exercício regular do 
direito, o que afasta o dever de indenizar.Recurso conhecido em parte e, na parte 
conhecida, não provido. (TJ-SP - APL: 201479520088260348 SP 0020147-
95.2008.8.26.0348, Relator: Itamar Gaino, Data de Julgamento: 19/10/2011, 21ª Câmara 
de Direito Privado, Data de Publicação: 20/10/2011) 
 
Diante do direito do agente de receber remuneração e do proponente 
receber perdas e danos, nada impede que haja entre os créditos 
compensação. Da mesma forma poderá o proponente reter remuneração do 
agente para se ressarcir dos prejuízos sofridos (Aplicação por analogia do Art. 
708 do CC que regula a retenção na no contrato de comissão). 
 
 
 Na esteira do que determina o Art. 721: ”Aplicam-se ao contrato de agência e 
distribuição, no que couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes 
de lei especial” podemos nos utilizar do rol exemplificativo da lei que regula as atividades dos 
representantes comerciais autônomos: 
 
Lei N.º 4.886/65 Art. 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de 
representação comercial, pelo representado: 
 
a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato; 
Parte da culpa que se fundamenta no desleixo do desenvolvimento de uma 
determinada função 
 
b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado; 
Prejuízo à honra objetiva, ou seja, aquele sentimento que os terceiros têm 
acerca da pessoa, reconhecido como um dos direitos da personalidade 
aptos a serem titularizados pelas pessoas jurídicas (CC, Art. 52). 
 
c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de 
representação comercial; 
Deveres tais como: a) dar informações detalhadas sobre o andamento do 
negócio; b) manter sigilo sobre informações confidenciais do contrato de 
agência e c) realizar a prestações de contas, fornecer recibos de quantias 
ou documentos que lhe tiverem sido entregues, para qualquer fim. 
 
d) a condenação definitiva por crime considerado infamante; 
O que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais 
como falsidade, estelionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, 
furto, lenocínio ou crimes também punidos com a perda de cargo público; 
 
e) fôrça maior. 
 
CC, Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso 
fortuito (imprevisibilidade) ou força maior (inevitabilidade), se expressamente 
não se houver por eles responsabilizado. 
§ único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos 
efeitos não era possível evitar ou impedir. 
 
Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação 
comercial, pelo representante: 
 
a) redução de esfera de atividade do representante em desacôrdo com as cláusulas do 
contrato; 
Quando o agenciado diminui o número de produtos objeto dos negócios a 
serem agenciados, ao alvedrio do agente, e com menos negócios a 
intermediar menor será sua remuneração. 
 
b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no contrato; 
Atuação do próprio agenciado, através de prepostos ou outros agentes 
fazendo concorrência na mesma zona com o agente primeiramente 
contratado. 
 
c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo 
escopo de impossibilitar-lhe ação regular; 
 
d) o não-pagamento de sua retribuição na época devida; 
 
e) fôrça maior. 
 
3.2 - Contrato de distribuição. 
 
 É uma espécie de contrato de 
agência, não se caracterizando pela revenda 
de bens, mas, tão somente, pela 
intermediação com a entrega da coisa ao 
cliente pelo agente distribuidor, assim que o 
contrato for firmado pelo agenciado. 
 
O contrato de “distribuição” 
(concessão mercantil) por conta própria 
(revenda) utilizado ordinariamente para a 
distribuição de diversos produtos, entre os 
quais revenda de bebidas e combustível é 
contrato atípico e, como tal, não se reveste de características próprias, comuns, aplicáveis a 
todos os contratos. Entretanto, pode ser citada como essencial às clausulas de: 
 
a) Exclusividade recíproca; 
 
b) Definição de base territorial.

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