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Emp III Unidade V Transporte

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Unidade V – Transporte (CC, Arts. 730 a 756) 
 
 
 
5.1 - Conceito. Origens. 
 
É O negócio pelo qual um sujeito se obriga, 
mediante remuneração, a entregar coisa em outro local ou 
a percorrer um itinerário para uma pessoa. 
 
CC, Art. 730. Pelo contrato de transporte 
alguém se obriga, mediante retribuição, a 
transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. 
 
5.1.1 – Evolução dos transportes 
 
Remonta, a gênese do contrato de transporte a uma época 
em que o ser humano atinge um determinado grau de 
relacionamento, fazendo nascer a necessidade de intercâmbio 
entre os povos, principalmente para fins comerciais, tornando-se 
necessário o translado de pessoas e coisas. 
Num primeiro momento, o transporte marítimo foi de suma 
importância para os povos da Grécia antiga, ao passo que regulou 
as normas de danos e avarias nos navios, bem como de descarto 
de objetos ao mar, no caso de perigo de naufrágio. 
Tratando-se de legislação pátria, somente com a entrada em vigor do Código 
Comercial, em 1850, é que surgiram as primeiras normas 
regulamentares expressas, sendo que, devido às condições 
existentes à época, tais normas tratavam do transporte muito 
sucintamente, tendo em vista o pequeno desenvolvimento do 
mesmo. O próprio Código Comercial apenas tratou dos 
condutores de gêneros e dos comissários de transportes, em 
seus art. 99 a 118. 
 
CCom, Art. 99 - Os barqueiros, tropeiros e quaisquer outros condutores de gêneros, ou 
comissários, que do seu transporte se encarregarem mediante uma comissão, frete ou 
aluguel, devem efetuar a sua entrega fielmente no tempo e no lugar do ajuste; e 
empregar toda a diligência e meios praticados pelas pessoas exatas no cumprimento dos 
seus deveres em casos semelhantes para que os mesmos gêneros se não deteriorem, 
fazendo para esse fim, por conta de quem pertencer, as despesas necessárias; e são 
responsáveis as partes pelas perdas e danos que, por malversação ou omissão sua, ou 
dos seus feitores, caixeiros ou outros quaisquer agentes resultarem. 
 
O código civil de 1916 foi silente acerca do tema sendo regulado no novel código civil 
de 2002, fazendo parte agora do rol dos contratos típicos. 
 
5.1.2 – Transporte como meio acessório de se efetivar outros contratos 
 
Ponto importante que deve ser tratado quando se analisa o 
conceito do contrato de transporte é a sua diferenciação para as 
outras espécies de contratos que tragam o transporte como meio 
acessório para o seu cumprimento. A essência do contrato de 
transporte é o traslado de pessoas e bens, constituindo esse 
deslocamento o núcleo, a natureza jurídica do contrato. O 
deslocamento é o objetivo fim do contrato. 
Existem outras modalidades de contratos que se utilizam do 
transporte apenas como meio acessório para cumprimento de determinada obrigação. É o que 
se observa no contrato de compra e venda de determinado bem móvel, onde o vendedor se 
compromete a entregar o objeto na residência do comprador. 
Como exemplo temos a hipótese corriqueira da compra de um eletrodoméstico em 
determinada estabelecimento comercial, onde o vendedor se compromete a fazer a entrega do 
bem. Caso o objeto sofra algum dano ou avaria durante esse transporte, o vendedor será 
responsabilizado de acordo com as normas vigentes ao 
contrato de compra e venda, e não ao contrato de 
transporte, haja vista que trata-se daquela modalidade de 
contrato, sendo o transporte apenas um meio acessório 
para a sua execução. 
 
5.1.3 - Transporte exercido por meio da autorização, concessão ou permissão. 
 
Tratando-se de transporte exercido por meio da autorização, concessão ou permissão, 
como a maioria o é, sendo regidos estes contratos pelos institutos do ramo do Direito 
Administrativo, o art. 731 do Código Civil dita que os mesmos serão regidos pelas normas 
regulamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos: 
 
CC, Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, 
rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos, sem 
prejuízo do disposto neste Código. 
 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO 
CF, Art. 21 – compete à União: 
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os sérvios de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA MUNICIPALIDADE 
CF, Art. 30. Compete aos Municípios: 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os 
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter 
essencial; 
 
COMPETÊNCIA RESIDUAL DO ESTADO 
CF, Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por 
esta Constituição. 
 
5.1.4 – Aplicação subsidiária de normas. 
 
 Pretendeu o legislador estabelecer regras gerais para o contrato de transporte sem, 
contudo, afastar outras normas contidas em diplomas especiais: 
 
CC, Art. 732. Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando couber, 
desde que não contrariem as disposições deste Código, os preceitos constantes da 
legislação especial e de tratados e convenções internacionais. 
 
LEI TEMA 
Lei Nº 11.442/07 Dispõe sobre o transporte rodoviário de 
cargas por conta de terceiros e mediante 
remuneração. 
Lei Nº 9.611/98 Dispõe sobre o Transporte Multimodal de 
Cargas e dá outras providências. 
 
5.1.5 – Transporte Cumulativo de pessoas e coisas. 
 
 É o realizado por vários prestadores mediante um único bilhete e se considera único e 
executado como se fosse por uma única sociedade. Tendo em vista a obrigação de resultado 
que encarta o contrato de transporte, essa modalidade exige que todas as sociedades que 
participam do percurso contratado respondam solidariamente. 
 
CC, Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a 
cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele 
causados a pessoas e coisas. 
§ 1º O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em 
razão da totalidade do percurso. 
§ 2º Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a 
responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. 
 
CC, Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos os transportadores respondem 
solidariamente pelo dano causado perante o remetente, ressalvada a apuração final da 
responsabilidade entre eles, de modo que o ressarcimento recaia, por inteiro, ou 
proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo percurso houver ocorrido o dano. 
 
Acerca do transporte cumulativo temos brilhante escólio de Pontes de Miranda1: 
 
“Nos tempos modernos, com a maior quantidade de empresas, o transporte cumulativo 
de pessoas exerce função social da mais alta importância. Não é acertada a concepção 
do transporte cumulativo de pessoas ou de coisas como pluralidade de contratos, porque 
tal figura satisfaz o requisito da sucessividade de transportadores, porém não o da 
cumulatividade. No transporte cumulativo, há unicidade de contrato e pluralidade de 
transportadores. Não importa se o outorgante em nome próprio do contrato de transporte 
é uma só pessoa, ou se já muitos outorgantes em nome próprio (todos ou alguns dos 
transportadores). O que é essencial é que se devam ao freguês as sucessivas 
prestações de transporte.As relações jurídicas entre o outorgante em nome próprio ou 
os outorgantes em nome próprio e os demais transportadores é estranha à relação 
jurídica entre a pessoa transportanda ou o possuidor do bem ou dos bens transportandos 
e quem se vincula a prestar os sucessivos transportes, porque vinculados são todos”. 
 
 
1 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado, T. XLV. Rio de Janeiro: Borsoi, 1964, p. 27. 
APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE. TRANSPORTE DE CARGA. AVARIAS EM 
CONTÊINER. TRANSPORTE CUMULATIVO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Nos 
termos do artigo 756 do Código Civil, nos transportes cumulativos, respondem 
solidariamente pelos danos ocorridos no trajeto os transportadores, ressalvada a 
possibilidade de apuração final entre eles. No caso, portanto, imperiosa a manutenção 
da sentença, pois condenou a ré ao pagamento da indenização solidariamente à 
transportadora que estava de posse do contêiner no momento do sinistro. Ademais, 
estando a demandada com a posse do bem móvel da autora, responde pelo danos nele 
ocorridos. Apelo desprovido. (Apelação Cível Nº 70055004188, Décima Segunda 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Julgado 
em 12/12/2013). 
 
 
5.2 - Natureza jurídica. 
 
 É contrato com princípios próprios com uma afinidade com o contrato de depósito 
que é palpável, tanto que o art. 751 do Código Civil estabelece que a coisa depositada ou 
guardada nos armazéns do transportador, em virtude de contrato de transporte, reger-se-á, no 
que couber, pelas disposições relativas ao depósito. 
 
CC, Art. 751. A coisa, depositada ou guardada nos armazéns do transportador, em 
virtude de contrato de transporte, rege-se, no que couber, pelas disposições relativas a 
depósito (CC, Arts. 627 a 652). 
 
5.2.1 – Classificação. 
 
A) Bilateral ou Sinalagmático: Pois gera obrigações para ambas as partes, obrigação entre o 
transportador e o passageiro ou expedidor; 
 
B) Consensual: Porque se aperfeiçoa com simples acordo de vontades; 
 
C) Oneroso: Porque as partes buscam vantagens recíprocas, o destino para a coisa ou para o 
passageiro e preço para o transportador; 
 
Deve-se observar que para que se configure o contrato de transporte cujas regras gerais 
serão dadas pelos artigos 730 a 756 do Código Civil, há de ser obrigatória que o mesmo 
se faça mediante retribuição para o transportador, caso contrario estaríamos diante do 
transporte gratuito. Oportuno esclarecer que não há a necessidade de que o transporte 
seja feito apenas mediante pagamento em espécie. O próprio Código Civil, no parágrafo 
único do art. 736, considera como contrato oneroso os que, ainda que feito sem 
remuneração, tragam vantagens indiretas ao transportador. 
 
D) Típico: Porque previsto no atual Código Civil; 
 
E) De duração: Pois sua execução não se limita a um só ato ou instantaneamente, 
necessitando sempre de um lapso temporal para ser cumprido; 
 
F) Comutativo: Porque as partes conhecem as obrigações respectivas desde 
o início do contrato, não dependendo de evento futuro ou incerto, é um 
contrato por adesão, que se efetiva mediante condições uniformes e tarifas 
invariáveis; 
 
G) Não solene: Porque não depende de forma prescrita para ser concluído. 
 
 
5.2.1 - Espécies. 
 
 Divide-se em transporte de pessoas ou 
coisas. É conceito unitário, pois, ao final, o que se 
pretende é o transporte de um local para outro. 
 O transportador deve preservar a integridade 
física do passageiro, reservando-lhe o espaço 
prometido, não se responsabilizando nos casos 
fortuitos e de força maior, como no de assalto a mão 
armado no interior de coletivo: 
 
 
 
APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO DO CONSUMIDOR - APLICAÇÃO DA LEI N. 8.078/90 
(CDC) E DO DECRETO 2.681/1912 - RELAÇÃO CONSUMERISTA - CONTRATO DE 
TRANSPORTE DE PESSOAS - ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE SEGURANÇA - ROUBO À 
MÃO ARMADA COMETIDO NO INTERIOR DE ÔNIBUS - RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA AFASTADA - DEVER DE INDENIZAR NÃO CARACERIZADO - ATO ILÍCITO 
E DANOS COMPROVADOS - NEXO DE CAUSALIDADE ROMPIDO PELA 
EXCLUDENTE DO CASO FORTUITO - PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA - AFASTAMENTO DA SÚMULA N. 187 DO STF - RECURSO CONHECIDO E 
DESPROVIDO. O assalto à mão armada executado por agente que se faz passar por 
consumidor do serviço rodoviário, é acontecimento estranho ao contrato de transporte de 
pessoas. É dever da concessionária de 
transporte coletivo levar o consumidor ao seu 
destino com segurança, mas é ponderável 
que eventos externos possam influenciar na 
execução desta obrigação. (TJ-SC - AC: 
261039 SC 2006.026103-9, Relator: José 
Volpato de Souza, Data de Julgamento: 
30/09/2009, Quarta Câmara de Direito 
Público, Data de Publicação: Apelação Cível 
n. , de Caçador). 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. 
PROCESSUAL CIVIL. PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO DOS DISPOSITIVOS 
LEGAIS. DESNECESSIDADE. MATÉRIA IMPUGNADA EXAMINADA. INVIÁVEL A 
ANÁLISE DE QUESTÃO CONSTITUCIONAL EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL (CF, 
ARTS. 102, III, E 105, III). RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. ROUBO DE 
PASSAGEIRO EM VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO. FORÇA MAIOR. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA TRANSPORTADORA INEXISTÊNCIA. 
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. [...] 5 - "Assalto 
ocorrido no interior de veículo coletivo constitui causa excludente de responsabilidade da 
empresa transportadora, por configurar fato inteiramente estranho ao transporte em si, 
como é o assalto ocorrido no interior do coletivo" (STJ. REsp nº 435.865/RJ, Relator o 
Ministro Barros Monteiro, DJ de 12/5/03, Segunda Seção) (REsp 598248/RJ, rel. Min. 
Carlos Alberto Menezes Direito, 3ª Turma, julgado em 07/12/2004). 
 
 Também deve garantir a integridade da coisa conferida á sua guarda para o 
deslocamento. 
 
5.3 - Sujeitos. 
 
5.3.1 – Transporte de Coisas 
 
A) Remetente, expedidor ou carregador – é quem entrega a coisa ao transportador para ser 
deslocada. 
 
B) Transportador ou condutor – é aquele que se obriga a entregar a coisa no seu destino. 
 
C) Destinatário ou consignatário - é a pessoa designada para receber a coisa. 
 
5.3.2 – Transporte de pessoas 
 
A) Transportado – é aquele que adquire bilhete de transporte ou passagem para que o 
transportador o desloque para um ponto indicado. 
 
B) Transportador ou condutor – é aquele que se obriga a levar a pessoa até o seu destino. 
 
5.4 - Objeto. 
 
 O objeto do transporte de coisa é a mercadoria a ser deslocada. No transporte de 
passageiro, é o deslocamento deste para o ponto indicado. 
Qualquer que seja a modalidade de transporte de coisas, por trem, veículo 
automotor, aeronave ou embarcação, tem que ser levado em conta os seus requisitos 
específicos acerca do peso, dimensão e embalagem da coisa a ser transportada (CC, Art. 
743), bem como a observância das normas emitidas pelos órgãos de regulação e fiscalização. 
 
 
 
 
 
 
CC, Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja 
inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou danificar 
o veículo e outros bens. 
 
 
 
 
 
 
CC, Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo transporte 
ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha desacompanhada dos 
documentos exigidos por lei ou regulamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.5 - Frete. 
 
Também chamado de porte, o frete nada mais é do que o preço pago pelo transporte 
ao transportador. É um elemento essencial no contrato, porque o transporte gratuito deve ser 
considerado uma categoria a margem da regra geral. O princípio exceptio non adimpleti 
contractus (CC, Art. 476) diz que o transportador não precisa transportar algo se não for pago 
o frete, salvo se estipulado no contrato que o pagamento realizará no destino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.6 - Obrigações das partes. Vistoria e protesto. Responsabilidade do transportador. 
 
 
5.6.1 – Obrigações do remetente: 
 
a) entregar a mercadoria, 
b) pagar o frete, salvo quando o encargo for do destinatário, 
c) acondicionar a mercadoria, sob pena de recusa (CC, Art. 746), 
d) declarar o valor e a natureza (CC, Art. 743). 
 
5.6.2 – Obrigação do transportador: 
 
a) receber, transportar e entregar a coisa com diligência (CC, Art. 749), 
b) emitir conhecimento de transporte conforme a natureza do contrato (CC, Art. 744), 
c) seguir o itinerário ajustado, salvo impedimento por caso fortuito ou força maior (CC, Art. 
753), 
d) aceitar variação de destino pelo destinatário, conforme condições ajustadas (CC, Art. 748), 
e) permitir o desembarque em trânsito da mercadoria a quem se apresente com o 
conhecimento (CC, Art. 754). 
 
5.6.2.1 – Responsabilidade civil do transportador 
 
Diz o art. 734, do CC/02 que “o transportador responde pelos danos causados às 
pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer 
cláusula excludente de responsabilidade”. 
 O transportador tem responsabilidade objetiva. Tem o transportador o dever de 
transportar incólume, pessoas e coisas, não havendo necessidade de comprovação de culpa 
do transportador, pois este só se exonera nos casos de caso fortuito e forca maior ou por 
culpa exclusiva da vítima. Não é possível no contrato de transporte cláusula de não indenizar. 
Conforme súmula 161 do STF: in verbis: “Em contrato de transporte, é inoperante a 
cláusula de não indenizar.” 
 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR. OCORRÊNCIA DE 
FORÇA MAIOR. EXCLUSÃO. AÇÃO DE REGRESSO DA SEGURADORA CONTRA O 
TRANSPORTADOR. INVIABILIDADE. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. ÓBICE DAS SÚMULAS N. 5 E 7 DO STJ. 
DECISÃO MANTIDA. 1. A responsabilidade do transportador é objetiva, nos termos do 
art. 750 do CC/2002, podendo ser elidida tão somente pela ocorrência de força maior ou 
fortuito externo, isto é, estranho à organização da atividade. [...] 3. No caso, o Tribunal de 
origem, com base na prova dos autos, concluiu que o naufrágio da embarcação e o 
extravio da mercadoria transportada se deu em virtude da ocorrência de caso fortuito, 
alheio à esfera de previsibilidade do comandante da embarcação. Alterar tal 
entendimento é inviável em recurso especial. 4. Agravo regimental a que se nega 
provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1285015 AM 2011/0238274-7, Relator: Ministro 
ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 11/06/2013, T4 - QUARTA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2013). 
 
O art. 735, também do Código Civil, vem para reforçar a atribuição da responsabilidade 
objetiva ao transportador, ao afirmar que “a responsabilidade contratual do transportador 
por acidente com o passageira não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem 
ação regressiva.”. Nesse aspecto, o legislador apenas trasladou para o Código Civil um 
entendimento já sumulado pelo STF em 13/12/1963, através de sua sumula n.º 187. 
Um exemplo clássico para essa situação é aquele em que um 
passageiro sofre danos materiais decorrente de um acidente com o ônibus 
que o transportava, acidente esse provocado por veículo de um terceiro 
que avançou o sinal fechado em seu sentido. Nesse caso, o passageiro 
recorre judicialmente à sociedade transportadora, cabendo a ela uma 
ação regressiva em face do motorista causador do acidente. Assim, está 
claro que o objetivo do legislador foi proteger o hipossuficiente da relação 
contratual. 
 
5.7 - Transporte de pessoas. 
 
 Já visto alhures à responsabilidade do transportador por danos e impossibilidade de 
exclusão de responsabilidade por cláusula contratual (CC, Arts. 734 e 735). 
 Estipula o Art. 737 que: “O transportador está sujeito aos horários e itinerários 
previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força maior”. 
 
CONSUMIDOR. VÍCIO DO SERVIÇO. TRANSPORTE AÉREO. ATRASO DE VOO. 
CONEXÃO ATRASADA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CDC. TRATAMENTO 
INADEQUADO AOS PASSAGEIROS. BAGAGEM ENTREGUE COM CINCO HORAS DE 
ATRASO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. 1. Houve atraso no vôo das autoras de 
Londrina/Campinas, o que resultou na realização corrida da conexão em Campinas/Porto 
Alegre, sendo que ao chegarem na capital, as autoras tiveram suas bagagens 
extraviadas temporariamente. 2. O extravio da bagagem é fato incontroverso, tanto que 
as autoras chegaram 24 horas após o previsto à sua cidade, em razão da espera pelas 
bagagens, que demorou em torno de 05 horas, depois de suas chegadas. Ademais, por 
residirem no interior do Estado do RS, não havendo muitos horários de ônibus, tiveram 
que pernoitar em Porto Alegre. 3. É dever das companhias aéreas transportar o 
passageiro e sua bagagem de modo incólume ao seu destino. Tal responsabilidade que 
se afigura objetiva, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. 4. 
Configurada relação de consumo na qual prospera a inversão do ônus da prova, com 
fulcro no Código de Defesa do Consumidor - art. 6º, VIII. 5. Ausência de comprovação de 
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte autora. 6. Dano moral 
configurado diante do tempo de espera, o desgaste e de todos os transtornos que 
geraram profissionalmente às autoras, conforme prova testemunhal colhida (fls. 27/28). 
7. Quantum indenizatório fixado em R$ 3.000,00, atendendo aos critérios da 
razoabilidade e proporcionalidade, bem assim aos parâmetros utilizados pela Turma para 
julgamentos símiles. Sentença confirmada pelos próprios fundamentos. RECURSO 
DESPROVIDO. (TJ-RS - Recurso Cível: 71004192837 RS , Relator: Luís Francisco 
Franco, Data de Julgamento: 08/08/2013, Terceira Turma Recursal Cível, Data de 
Publicação: Diário da Justiça do dia 12/08/2013). 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DANO MATERIAL E MORAL - Pretensão da autora de 
reforma da sentença que não reconheceu a responsabilidade ré, como empresa 
prestadora de serviços de transportes aéreos, pelos alegados danos morais e materiais 
sofridos Descabimento Hipótese em que a ré não tem responsabilidade pelo atraso do 
transporte terrestre, oferecido gratuitamente Perda do voo que não pode ser atribuída à 
ré Autora que chegou com atraso ao aeroporto - RECURSO DESPROVIDO. (TJ-SP - 
APL: 1549204020118260100 SP 0154920-40.2011.8.26.0100, Relator: Ana de Lourdes 
Coutinho Silva, Data de Julgamento: 08/02/2012, 13ª Câmara de Direito Privado, Data de 
Publicação: 08/02/2012). 
 
 
 
Por outro lado o consumidor do serviço deve se abster de práticas que tragam 
embaraços á prestação do mesmo, como vemos na dicção do art. 738 do CC: 
 
CC, Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo 
transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de 
quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o 
veículo, ou dificultem ou impeçam a execução normal do serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Caso fique patente que o transportado teve prejuízos pelo descumprimento das normas 
ou instruções a indenização será calculada na medida em que o transportado tiver concorrido 
para o evento (CC, Art. 738).Como regra o transporte de pessoas é um serviço público, um direito constitucional do 
indivíduo de se locomover: 
 
CF, Art. 5º - XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder; 
 
Por isso o transportador não poderá recusar passageiro salvo nos casos previstos em 
lei ou regulamento ou quando as condições de saúde ponha em risco os demais passageiros: 
 
CC, Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os 
casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou 
de saúde do interessado o justificarem. 
 
 
 
 
 
 
5.7.1 - Transporte gratuito. 
 
O transporte desinteressado, feito por mera cortesia, não 
possui suas regras ditadas pelos contratos de transporte previsto nos 
art. 730 a 756. 
Determina a súmula 145 do STJ, que: 
 
“No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só 
será civilmente responsável por danos causados ao transportado quanto 
incorrer em dolo ou culpa grave.” 
 
Nesses casos muda-se a figura da responsabilidade civil, passando-se a adotar a 
modalidade subjetiva, haja vista que o transportador somente será responsabilizado caso 
incorra em dolo ou culpa grave. Assim, o condutor de veículo somente será responsabilizado 
pelos danos causados a uma pessoa a qual dê carona, por exemplo, caso esteja em alta 
velocidade, caso em que restará comprovada a imprudência, uma das modalidades de culpa. 
Assim, em qualquer que seja a situação, o transportado deverá, além de comprovar o 
dano e a ação/omissão da agente causador, provar que o mesmo agiu com dolo ou culpa 
grave, para aí sim ter direito à reparação de seus danos. 
 
CASO SEM CULPA: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO 
ORDINÁRIA. TRANSPORTE DE CORTESIA (CARONA). 1. Tendo sido comprovado nos 
autos que o demandado Evandro Levis havia adquirido de Éderson Antonio Bordin a 
motocicleta envolvida no acidente de trânsito discutido no presente feito, em data 
anterior ao evento danoso, não há falar em responsabilidade dos sucessores de cujus 
pela reparação dos danos sofridos pela autora. 2. Ausente demonstração específica de 
dolo ou culpa grave do condutor da motocicleta, não há falar em sua condenação à 
reparação dos prejuízos invocados pela autora. Incidência da Súmula n. 145 do Egrégio 
STJ. 3. Não se preocupou a apelante em indicar as normas a respeito das quais 
pretendia manifestação expressa, mostrando-se inviável o acolhimento do pedido de 
prequestionamento. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70058343492, 
Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mário Crespo Brum, 
Julgado em 10/04/2014). 
 
CASO COM CULPA: 
APELAÇÕES CÍVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. 
AÇÃO ORDINÁRIA. 1. Os elementos de prova juntados aos autos indicam a culpa grave 
do demandado Amauri para o evento danoso, ao não adotar as medidas de cautela 
necessárias para trafegar em segurança pela rodovia, em face da neblina existente, 
vindo a perder o controle sobre o veículo ao ingressar em uma curva em velocidade 
significativa. Descumprimento da norma inscrita no artigo 28 do CTB. 2. Diante da culpa 
grave do condutor do automóvel, não se aplica à espécie a orientação jurisprudencial 
consolidada na Súmula n. 145 do Egrégio STJ. 3. Comprovado o óbito da passageira, 
filha da demandante, mostram-se evidentes os prejuízos morais sofridos pela autora, os 
quais devem ser reparados. 4. A reparação de danos morais deve proporcionar justa 
satisfação à vítima e, em contrapartida, impor ao infrator impacto financeiro, a fim de 
dissuadi-lo da prática de novo ilícito, porém de modo que não signifique enriquecimento 
sem causa dos ofendidos. Na hipótese, sob comento, vai fixada a verba indenizatória em 
favor da autora no montante de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), com correção 
monetária pelo IGPM a partir da data do presente julgamento e juros moratórios de 1% 
ao mês a contar do evento danoso (STJ, Súmula n. 54). 5. Restou comprovada a 
contratação de seguro pela requerida Ires Nadir junto à Mapfre. Dessa forma, deve ser 
reconhecida a responsabilidade solidária da seguradora pela reparação dos prejuízos 
sofridos pela demandante, limitada aos valores inscritos na apólice para a rubrica Danos 
Morais / Estéticos, visto que a vítima fatal do acidente (passageira) qualifica-se como 
terceira na relação jurídica formada entre a seguradora e a proprietária do automóvel. 6. 
[...]. Voto vencido. APELAÇÃO PROVIDA, POR MAIORIA. (Apelação Cível Nº 
70057219917, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mário 
Crespo Brum, Julgado em 21/11/2013). 
 
5.7.2 – Rescisão do contrato de transporte (Art. 740). 
 
 O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a 
viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita a comunicação 
ao transportador em tempo de ser renegociada. 
 
 
Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de 
iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao 
trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada 
em seu lugar. 
 
Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar de embarcar, 
salvo se provado que outra pessoa foi transportada em seu lugar, caso em que lhe será 
restituído o valor do bilhete não utilizado. 
Nas duas hipóteses previstas acima, o transportador terá direito de reter até (5%) cinco 
por cento da importância a ser restituída ao passageiro, a título de multa compensatória. 
 
5.7.3 – Interrupção da viagem (Art. 741). 
 
 Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, 
ainda que em conseqüência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte 
contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por 
modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e 
alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte. 
 
5.7.4 – Retenção de bagagem para pagamento (CC, Art. 742). 
 
 O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a 
bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do 
valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso. 
 
 
5.8 - Transporte de coisas. 
 
5.8.1 – Dever de cuidado e entrega no prazo 
 
 Deve o transportador levar a coisa até o local de 
destino mantendo incólume a mesma tomando para isso todas 
as providências necessárias, e entrega-la no prazo previsto, 
que pode ser ajustado em horas, dias ou meses, lembrando 
que o atraso na entrega da coisa, em regra, acarreta a responsabilidade civil do transportador 
(CC, Art. 749). 
 O contrato de transporte engloba tanto a remessa de 
documentos por meio de motoboy quanto o transporte de uma 
plataforma por um navio. 
 
5.8.2 – Responsabilidade do transportador x conhecimento de 
transporte 
 
A responsabilidade do transportador, limitada ao valor 
constante do conhecimento (de transporte), começa no momento em que ele, ou seus 
prepostos, recebem a coisa e termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em 
juízo, se o destinatário não for encontrado (CC, Art. 750). 
 A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, começano momento em 
que são pelo transportador recebidas, e cessa com a sua entrega ao destinatário (CC, Art. 
780). 
 
 
5.8.3 – Disposições diversas. 
 
Art. 751. A coisa, depositada ou guardada nos armazéns do transportador, em virtude de 
contrato de transporte, rege-se, no que couber, pelas disposições relativas a depósito. 
 
Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obrigado a dar aviso ao 
destinatário, se assim não foi convencionado, dependendo também de ajuste a entrega a 
domicílio, e devem constar do conhecimento de embarque as cláusulas de aviso ou de 
entrega a domicílio. 
 
Art. 753. Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrupção, o transportador 
solicitará, incontinenti, instruções ao remetente, e zelará pela coisa, por cujo perecimento 
ou deterioração responderá, salvo força maior. 
 
§ 1º Perdurando o impedimento, sem motivo imputável ao transportador e sem 
manifestação do remetente, poderá aquele depositar a coisa em juízo, ou vendê-la, 
obedecidos os preceitos legais e regulamentares, ou os usos locais, depositando o valor. 
(Exemplo: Estradas interrompidas, greve no porto e aeroporto fechado por causa 
do mau tempo) 
 
§ 2º Se o impedimento for responsabilidade do transportador, este poderá depositar a 
coisa, por sua conta e risco, mas só poderá vendê-la se perecível. 
 
§ 3º Em ambos os casos, o transportador deve informar o remetente da efetivação do 
depósito ou da venda. 
 
§ 4º Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus próprios armazéns, 
continuará a responder pela sua guarda e conservação, sendo-lhe devida, porém, uma 
remuneração pela custódia, a qual poderá ser contratualmente ajustada ou se 
conformará aos usos adotados em cada sistema de transporte. 
 
Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou a quem apresentar o 
conhecimento (de transporte) endossado, devendo aquele que as receber conferi-las e 
apresentar as reclamações que tiver, sob pena de decadência dos direitos. 
 
§ único. No caso de perda parcial ou de avaria não perceptível à primeira vista, o 
destinatário conserva a sua ação contra o transportador, desde que denuncie o dano em 
dez dias a contar da entrega. 
 
Art. 755. Havendo dúvida acerca de quem seja o destinatário, o transportador deve 
depositar a mercadoria em juízo, se não lhe for possível obter instruções do remetente; 
se a demora puder ocasionar a deterioração da coisa, o transportador deverá vendê-la, 
depositando o saldo em juízo. 
 
5.9 – Conhecimento de Transporte. 
 
 É o documento que o transportador emite no recebimento da mercadoria. Deve ser 
entregue ao remetente, que o enviará ao destinatário, no lugar de destino. 
 O conhecimento de transporte goza dos princípios cambiários de literalidade, 
autonomia e cartularidade. É considerado título de crédito representativo de mercadoria. Pode 
ser transferido por simples declaração do destinatário no verso (endosso). É considerado título 
de crédito impróprio, porque, ao contrário dos chamados títulos de crédito próprios atinentes 
especificamente ao crédito (letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata), os títulos de 
crédito impróprios conferem direito real (como os conhecimentos de depósito) ou referem-se a 
prestação de serviços (bilhete de teatro cinema e ...) ou confere condição de sócio (ações de 
sociedades anônimas ou comandita por ações). 
 
 
 
 
5.10 - Bilhete de passagem. 
 
 
 É o documento que prova o 
contrato de transporte de pessoas. Como 
o contrato de transporte não exige forma, 
não é documento essencial, podendo o 
mesmo ser provado por todos os meios 
aceitos em direito. 
 
 
Bagagem de mão 
 
A bagagem de mão ou de cabine 
é considerada como bagagem não 
registrada, sob a inteira responsabilidade 
do passageiro que a transporta, sendo que, a soma das dimensões (altura, largura e 
comprimento) não pode ultrapassar 115 cm, incluindo rodas, alças, bolsos externos, etc. As 
medidas máximas para cada dimensão são de 23 x 40 x 55 cm. Seu peso não deve exceder 5 
kg. (Portaria 676/GC-5/ 13/11/2000), (IATA Passenger Services – Recomendação 1749). 
 
Importante 
 
Em virtude das ameaças de terrorismo nos voos ligando à Inglaterra e aos Estados 
Unidos, por uma determinação das autoridades brasileiras, não é permitido levar em voos 
internacionais ou trechos domésticos de voos internacionais os seguintes objetos como 
bagagem de mão, líquido ou gel, tais como: 
- Todos os tipos de bebidas. 
- Shampoos (líquido ou gel). 
- Cremes (líquido ou gel). 
- Perfumes (líquido ou gel). 
- Loções (líquido ou gel). 
- Cosméticos líquidos (de qualquer tipo). 
- Spray de cabelo. 
- Creme dental. 
- Desodorantes (em aerosol, líquidos ou creme). 
- Objetos pontiagudos, como: faca, canivete, estilete, etc. 
 
Bagagem despachada e Franquia de Bagagem para Voos Domésticos 
 
A bagagem despachada é a bagagem que vai no porão do avião. Para bagagens 
despachadas no porão, cada passageiro adulto tem direito a até duas malas com peso total 
somado de 23 kg (alínea “b” do artigo 37 da Portaria 676 de 13 de novembro de 2000 da 
Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC).

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