Buscar

27.11.13 REVISÃO

Prévia do material em texto

SOCIEDADE
ETICA, POLITICA E SOCIEDADE
O que se entende por sociedade?
 Sociedade é o conjunto relativamente complexo de indivíduos de ambos os sexos e de todas as idades, permanentemente associados e equipados de padrões culturais comuns, próprios para garantir a continuidade do todo e a realização de seus ideais. Ou seja, a sociedade abrange os diversos grupos parciais que se formam em seu interior, como a família, as igrejas, os clubes.
Conceito de sociedade para algumas de Correntes de Pensamento:
Pode‑se citar, como as principais correntes de pensamento: 
a) a positivista (ou universalista), de Augusto Comte, para a qual a sociedade humana é o objeto da Sociologia; 
b) a defendida por Spencer e Durkheim, que entende que, uma vez que houve e há diversas sociedades, no espaço e no tempo (sociedade romana, sociedade grega, sociedade americana), o conceito se torna muito complexo para ser considerado como um todo, como um objeto sociológico; 
c) aquela que considera a sociedade como mera abstração, sendo que o que existe de concreto são as relações sociais; 
d) aquela que considera que o que existe de concreto são grupos sociais (grupos familiares, econômicos, religiosos).
Conceito de sociedade para Gilberto Freyre: 
 O sociólogo Gilberto Freyre toma o conceito de sociedade em dois sentidos: 
a) o genérico, pelo qual sociedade é o conjunto das relações sociais, abrangendo as sociedades animais, vegetais e humanas; e 
b) o específico, que entende que sociedade é qualquer grupo humano relativamente permanente, capaz de perpetuar a espécie ou conservar‑se por meio de usos e técnicas.
 
Correntes de pensamento explicam a vocação do Homem para viver em sociedade:
 Duas correntes de pensamento explicam a vida do Homem em sociedade: 
a) a naturalista, que sustenta a existência de uma sociedade natural, isto é, há uma exigência da própria natureza do Homem, que o impele a viver de forma gregária, junto a seus semelhantes; e
 b) a contratualista que defende a posição de que o Homem vive em sociedade por vontade própria, isto é, mediante um ato consciente de vontade (um contrato).
5
Principais filósofos da corrente de Pensamento Naturalista:
Os principais filósofos dessa corrente foram/são: 
a) o grego Aristóteles (século IV a.C.), para quem "o Homem é naturalmente um animal social, político" (zoon politikon), ou seja, deve viver de forma gregária; 
b) o romano Cícero (século I a.C.), para quem o Homem tem um instinto inato de sociabilidade; 
c) o lombardo Santo Tomás de Aquino (século XIII), que, adotando as noções aristotélicas, acrescentou que o ser humano somente poderia viver isoladamente se fosse excepcionalmente virtuoso (excellentia naturae), se fosse portador de anormalidade mental (corruptio naturae), ou por acidente, como é o caso de um sobrevivente de um naufrágio (mala fortuna); e 
d) o italiano Oreste Ranelletti, autor contemporâneo, para o qual o Homem tem necessidade natural de associar‑se a outros seres humanos.
Principais filósofos da corrente de Pensamento Contratualista
Os principais filósofos dessa corrente foram/são: 
a) o grego Platão (século IV a.C.), que se refere a uma sociedade racionalmente construída, isenta de impulsos naturais que a instituíram; 
b) o inglês Thomas Moore (século XVI), que descreve uma sociedade ideal, em que inexistem os males que considerava afetar todas as sociedades; 
c) o italiano Tommaso Campanella, também no século XVI, cuja obra A Cidade do Sol descrevia uma sociedade utópica, à semelhança do que fizera Thomas Morus, na obra Utopia; e 
d) o inglês Thomas Hobbes (século XVII), cuja obra O Leviatã é considerada a primeira sistematização da doutrina contratualista
Principais ideias de Hobbes
 
 Thomas Hobbes (1588 ‑ 1679), cuja obra fundamental é Leviatã, publicada em 1651, os homens vivem, inicialmente, sem poder e sem organização (isto é, nascem num estado da natureza), que somente vêm a surgir depois que estes estabelecem entre si um pacto, que estabelece as regras de convívio social e de subordinação política. O motivo pelo qual firmam este pacto encontra‑se na convicção de que, não o fazendo, caminharão para a mútua destruição, em virtude da tensão que existe nas relações sociais. Essa tensão, se não for devidamente coibida (pelo Estado, cujo poder resulta desse pacto), impelirá os homens ao conflito aberto. 
 
Principais ideias de Hobbes
 
Para Hobbes, no entanto, o conflito não deriva, em princípio, dos bens que o homem possui, e sim, da honra, que é constituída pelo poder que detém, ou pelo respeito que a ele devotam os semelhantes. 
a) o homem é artífice de seu destino, não Deus ou a natureza; 
b) o homem pode conhecer sua condição atual, miserável, e também os meios para alcançar a paz e a prosperidade;
c) somente por meio do contrato pode o homem organizar‑se em sociedade.
Ideias absolutistas de Hobbes, contestadas 
 As ideias de Hobbes passaram a ser contestadas a partir do final do século XVII, por John Locke (1632 ‑ 1704), considerado o fundador da doutrina denominada empirismo, segundo a qual todo o conhecimento deriva da experiência. Suas obras fundamentais são: Cartas Sobra a Tolerância, Ensaio Sobre o Entendimento e Dois Tratados Sobra o Governo Civil. Locke é conhecido pela doutrina da fábula rasa do conhecimento, formulada como crítica à doutrina das idéias inatas, concebida por Platão e retomada por René Descartes. Locke, no entanto, é também, um contratualista. A oposição verdadeiramente acentuada a Hobbes começou no século XVIII, na França, com as idéias preconizadas por Montesquieu e por Rousseau.
Diferenças das teorias de 
Locke e de Hobbes
 Para Locke, no estado de natureza, já eram os homens dotados de razão, e desfrutavam da propriedade que, num significado primitivo e genérico, designava a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. Num sentido estrito, Locke passa a empregar o conceito de propriedade como o domínio sobre bens móveis e imóveis. Para Hobbes, a propriedade inexistia no estado de natureza, sendo instituída pelo Estado­ Leviatã após a constituição da sociedade civil; tendo criado a propriedade, poderia o Estado, também, suprimi‑la, o que é inaceitável para Locke, que considera a propriedade pré‑existente à sociedade (ou seja, é direito natural do homem), razão pela qual não pode ser tomada pelo Estado.
 
Formação da sociedade para Montesquieu 
 Montesquieu (1689 ‑ 1755), cujo nome era Charles de Secondat, tinha o título nobiliárquico de Barão de Ia Brède e de Montesquieu, sendo conhecido por este último nome. Sua obra fundamental é O Espírito das Leis. Considerava ele que, embora o homem adentrasse ao mundo em um estado de natureza, ele não iria buscar o conflito, ou subjugar outro ser humano. Precisamente o contrário deveria ocorrer: o homem, nesse estado primitivo, sentir‑se‑ia tão inferiorizado e cheio de temores, que não teria a coragem para atacar outro ser humano. 
Formação da sociedade para Montesquieu 
 Postulou a existência de leis naturais, que impulsionam o homem em direção à vida em sociedade: 
a) o desejo de paz, derivado dos temores que tinha o homem, no estado de natureza; 
b) a consciência de suas necessidades, que levava o homem a buscar comida e abrigo; 
c) a atração natural entre sexos opostos, que somente poderia frutificar em ambiente harmonioso; 
d) a intenção de viver no seio de um grupo multiplicador de forças, onde se sentiria seguro.
Formação da sociedade para Rousseau 
 Jean‑Jacques Rousseau (1712 ‑ 1778), autor da obra O Contrato Social, de 1762, retoma o pensamento de Hobbes, de que a sociedade é constituída a partir de um pacto social, e propõe o exercício da soberania pelo povo, como condição primeira para sua libertação. Para Rousseau, o fundamento da formação da sociedade humana deve ser encontrado na vontade, e não na natureza humana. E essa associação voluntária de indivíduos tem por objetivo a proteçãodos bens de cada membro, e também a defesa da vontade geral do povo, que resulta da síntese das vontades individuais, e não de uma mera soma delas. O filósofo postula que um governo somente satisfaz a vontade geral quando edita legislação que tenha por objetivo assegurar a liberdade e a igualdade dos indivíduos. Por suas ideias, os revolucionários de 1789 o elegeram como patrono da Revolução Francesa.
Corrente atualmente predominante em relação dado aos fundamentos da formação da sociedade
 Atualmente, predomina uma corrente de pensamento mista, que reúne elementos do naturalismo e também do contratualismo; ao mesmo tempo em que se entende existir uma necessidade natural do homem de associar‑se, reconhece‑se a importância de sua consciência e manifestação da vontade para moldar a forma de organização. O ser humano é considerado, portanto, como um homem social.
Corrente atualmente predominante em relação dado aos fundamentos da formação da sociedade
 Duas correntes de pensamento procuram explicar a finalidade social: 
a) Corrente determinista
 A corrente determinista explica a finalidade social como sendo condicionada a leis naturais, inexoráveis, que condicionam a vida da sociedade, sem que os membros da sociedade possam lutar para alterar seus fatores condicionantes, que são de ordens diversas, como a econômica, a geográfica, a étnica e outras.
Corrente atualmente predominante em relação dado aos fundamentos da formação da sociedade
 b) Corrente voluntarista:
 A corrente voluntarista é a que explica a finalidade social como consequência da livre escolha do homem, resultado da ação de sua consciência e racionalidade.
A finalidade social deverá atender a todos os membros da sociedade?
R.: Se aceita a corrente determinista, deverá a evolução da sociedade ser considerada como pré‑determinada, isto é, seus membros deveriam submeter‑se in­condicionalmente às leis, sem jamais tentar efetuar quaisquer mudanças,
aguardando passivamente que os fatos se sucedam, sem a possibilidade de sobre eles interferir. Logo, o homem seria impotente para empreender qualquer tentativa de avanço social.
A finalidade social deverá atender a todos os membros da sociedade?
R.: Não necessariamente. É possível que diferentes membros da sociedade tenham idéias e valores diversos, de modo que algo, importante para uns, pode ser completamente desprovido de sentido para outros.
Qual a deficiência da explicação fornecida por essa corrente?
 Se aceita a corrente determinista, deverá a evolução da sociedade ser considerada como pré‑determinada, isto é, seus membros deveriam submeter‑se incondicionalmente às leis, sem jamais tentar efetuar quaisquer mudanças,
 aguardando passivamente que os fatos se sucedam, sem a possibilidade de sobre eles interferir. Logo, o homem seria impotente para empreender qualquer tentativa de avanço social.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes