Buscar

HQ Zumbi dos Palmares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Zumbi e a Auto-estima 
No melO do verde e amarelo do desfIle de sete de setembro 
deste ano, a popula~ao de Betim encontrou outros tons da hist6ria 
brasileira. Cores fortes e alegres que, apesar de escondidas ha quase 
300 anos nos por6es da hist6ria oficial, se man tern vivas. A dan~a, 
a musica e a religiao dos negros. Nao foi urn desfile folcl6rico, mas 
uma grande aula clvica. Uma tentativa de fazer justi~a hist6rica e 
social a Zumbi e seu povo, legftimos her6is brasileiros que 
conheceram, verdadeiramente, a liberdade. 
Para os alunos das escolas publicas da cidade que se debruc;aram 
sobre a vida na Republica dos Palmares, a homenagem trouxe muitas 
surpresas boas. Trezentos anos depois da morte de Zumbi, os 
estudantes viram surgir, no meio de reis temperamentais, rainhas 
loucas e princesas caridosas, lfderes de carne e osso, capazes de 
mudar 0 rumo da hist6ria. A descoberta de urn povo brasileiro que 
ja viveu a experiencia de urn pais livre, democnitico e solidario, em 
pleno Brasil-colonia e uma das mais educativas que ja pudemos 
comprovar. Zumbi, nao e uma lenda ou apenas urn mito, mas 0 
exemplo tricentenano de auto-estima que nossas escolas querem 
perpetuar. Urn jovem pobre e oprirnido, mas com enorme lideran~a 
e espmto coletivo. 0 mais eminente lfder dos Palmares personifica 
o cidadao que a Secretaria Municipal de Educac;ao quer ajudar a 
construir. Altruista, independente, patriota, alegre, participativo e 
agente do processo hist6rico. Dedicar a Zumbi, urn desfile c1vico 
que contou com a participa~ao de quase 40 mil alunos e reeditar 
esta revista e uma busca da valoriza~ao da hist6ria de cada cidadao 
comum, uma pr<itica que ja se tomou cotidiana em nossas escolas. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
Carlos Roberto de Souza 
Secretario de Educac;ao e Cultura de Betim 
1 
Reapresenta~ao 
Quarenta Anos Depois 
Ha quarenta anos, eu e 0 Alvaro de Moya, projetamos executar uma hist6ria da Republica de Palmares c Zumbi, 0 seu 
lider mais destacado e her6ico. Naquele tempo 0 feito ainda era chamado de quilombo dos Palmares e nao tinha sido revisto 
pela Hist6ria com a objetividade que tern hoje. Palmares ainda estava nos por6es da hist6ria, era lembrado apenas como urn 
territ6rio de negros fugidos, cujo chefe supremo havia se suicidado atirando-se de urn despenhadeiro. Por outro lado, os 
negros ainda nao havlam saido da penumbra com 0 dinarnismo e a determina~ao atual, quando muito, reuniam-se em 
entidades recreativas e culturais. A hist6ria de Zumbi, por outro lado, era questionada e muitos autores chegavam mesmo a 
negar-lhe a existencia como pessoa. Zumbi seria apenas urn titulo que passara pelas maos de muitos, negando-se, assim, a 
existencia do grande chefe como agente social dinfunico. 
Dai para ca muita agua correu tanto nos veios do movimento negro como na historiografia sobre Palmares. Embora a 
a hibliografia palmarina ainda esteja muito aquem da sua importfulcia social e politica, ja muita luz se fez e ha uma visao 
mais lucida do que foi a Republica de Palmares como modelo de resistencia vitoriosa, durante quase urn seculo. Expressou 
a maior manifesta~ao dos negros contra a escravidao durante todo 0 Sistema Colonial. E nao apenas como movimento de 
revolta radical a esse sistema, mas tambem, como exemplo da capacidade de organiza~ao social e politica dos negros quando 
livres do sistema que inibia 0 seu poder organizacional: a escravidao. 
Escolhemos a hist6ria em quadrinhos porque era 0 veiculo de comunica~ao muito mais abrangente, como timbem, 
porque poderiamos idealizar as figuras dos protagonistas, visualiza-Ias e compartilhar com o lei tor a viagem nessa carninhada 
proporcionada pelo seu imaginario. Essa fa~anha ficou a cargo do Alvaro de Moya, que teve a sensibilidade de captar 0 
sentido her6ico do epis6dio palmarino, e expressa-lo em tra~os vigorosos e realistas. Ha nos tra~os desta hist6ria em 
quadrinhos urn sentido de valoriza~ao permanente dos personagens e das cenas. Eles van conviver conosco como se 
cstivessem vivos. 
Queremos destacar que ha quarenta anos urn enfoque como este era uma antecipa~ao em rela~ao a tudo aquilo que se 
produzira. Em primeiro lugar, qualificamos 0 que antes se chamava 0 quilombo dos Palmares de Republica dos Palnuues. 
Com isto, demos destaque politico ao fato, procurando demonstrar que qualificamos Palmares nao apenas como urn 
quilombo isolado, mas como uma Confedera~ao de negros em varios locais da Capitania e que formavam uma republica 
cuja capital era Macaco, na serra da Barriga. Com isto, descartamos a visao de urn simples aglomerado desalinhado c 
desordenado para em seu lugar colocarmos a visao de uma ordena~ao social nova, alterantiva, de homens livres no territ6rio 
que era dominado pelo latifiindio escravista. Com isto, compusemos pela primeira vez uma visao realista, atraves da palavra 
e do desenho, do que foi a epopeia dos liderados por Zumbi. 
Nessa epoca , 0 movimento negro nao tinha a dinfunica que possui hoje. Basta que se diga que 0 13 de maio ainda era 
a data que os negros tinham para festejar a sua "liberta~ao." Muito depois foi que e1a passou a ser questionada ate chegar-se, 
atraves de analise critica do seu significado, a reconhecer-se logo 0 que ela representou para 0 negro do ponto de vista social, 
econornico, cultural e politico. 
Os negros que atualmente comemoram 0 20 de novembro - data do assassinato de Zumbi - sabem muito bern que essa 
reviravolta no calendario deu-se muito mais recentemente. Zumbi cresce, por isto, como afirma~ao politica e autenticidade 
etnica, it medida que 0 tempo pass a e os simbolos da hist6ria van sendo reformulados a favor dos oprirnidos e discrirninados. 
Nesta breve reapresenta~ao da obra, queremos destacar urn fato que deve ser lembrado: durante esse tempo todo, a 
hist6ria que fizemos deve ter pass ado de mao em mao, contribuindo para a tomada de consciencia de muitos negros e de 
oprirnidos no Brasil. Passou a ser parte da mem6ria dos anonimos da hist6ria. E nao deve ter sido por outra causa que uma 
entidade de trabalhadores, sensibilizou-se com a hist6ria e depois de quase meio seculo, com 0 patrocinio de uma 
. adrninistra~ao democratica e popular possibilitouque fosse reeditada, numa demonstra~ao de' que essa mem6ria e guardada 
peios trabalhadores e agora e novamente dinarnizada quando se come mora nacionalmente os 300 anos da morte de Zumbi. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
ClOvis Moura 
Siio Paulo, outubro de 1995. 
2 
A Republica dos Palmares 
Zumbi dos Palmares e 0 grande her6i dos escravos brasileiros. Sua vida her6ica virou lenda, sua bravura ficou 
famosa. Nossos hi stori adores , desde Rocha Pitta, vern se ocupando da vida do lider dos escravos da Serra da Barriga, 
alguns exaltando sua mem6ria, outros denegrindo-a. Governador de uma republica que chegou a ter uma popula~ao 
pr6xima de 20 mil pessoas, ocupando area calculada em cerca de 27 mil km2, Zumbi realizou a maior tentativa de 
auto-governo da ra~a negra, fora do continente africano. 0 infcio do quilombo ainda nao foi explicado pelos 
historiadores com 0 rigorismo exigido. Rocha Pitta - 0 seu primeiro historiador - na sua' 'Hist6ria da America 
Portuguesa" , afirma ter surgido em consequencia da fuga de escravos da Vila de Porto Calvo. Os historiadores que se 
sucederam nada mais fizeram do que repetir Rocha Pitta. 0 certo e que, iniciado 0 quilombo por volta de 1630, logo a 
ele acorreu grande numero de escravos, fugidos dos engenhos da regiao. A republica instalada em uma das regioes 
mais ferteis da capitania, cedo prosperou, aglutinando em seu redor enorme numero de ex-escravos. Tinham 
abundancia de madeira para construirem casas e fortifica~oes. A ca~a era farta. Havia facilidade de agua potavel, alem 
da grande possibilidade de defesa. Suas ro~as, nessas condi~oes, floresciam, dando abundante colheita. Af plantavam 
mi1ho (base da sua alimenta~ao),banana, mandioca, batata doce, feijao, coco e criavam alguns animais domesticos, 
a1cm de aves. No ana de 1643 - segundo urn cronista da epoca - a popula~ao ja alcan~ava cerca de 6 mil. 
o primeiro rei dessa singular "republica" foi, ao que parece, Ganga-Zumba que dirigiu os seus destinos ate 
quando resolveu fazer a paz com os brancos, em 1678, fato que fez com que perdesse a confian~a dos palmarinos, 
fosse preso e executado e substituido por um jovem guerreiro - Zumbi - que, daf em diante, tornou-se 0 lfder 
incontestavel dos homens de Palmares. 
A direr;ao dos destinos da republica era exercida, alem de Zumbi, por um Conselho composto dos chefes dos 
principais quilombos que constitufam a republica. Os principais quilombos eram 0 de Zumbi, 0 de Arotirene, os dois 
conhecidos por das Tabocas, 0 de Dambrabanga, 0 de Subupira (quartel general dos negros), 0 quilombo real do 
Macaco (capital da republica com 1500 casas), 0 de Osenga, 0 de Andalaquituche, alem de outros menores. Os chefes 
desses quilombos, como dissemos, constituiam 0 Conselho que deliberava sobre a guerra e a paz. 
Constituida a republica, os ex-escravos estabeleceram comercio com os colonos das vizinhan~as trocando seus 
produtos agricolas por armas, p61vora e outros objetos de que necessitavam. Por outro lado, atacavam aqueles 
colonos que nao desejvam estabelecer troca com eles. Dos colonos traziam, alem de vfvcres, novos cscravos que iam 
aumentar a popular;ao de Palmares. Os que se recusavam acompanhar os palmarinos eram levados como prisioneiros 
e transform ados em escravos. Os que iam voluntariamente, eram considerados livres. 
Iniciadas as represcilias pelos brancos - ala. expedir;ao punitiva foi enviada em 1644 - os palmarinos viram-se 
na contingcncia de organizar urn exercito que garantisse a sua seguranr;a. Alem disso, foram construfdas fortificar;oes 
que tornaram quase inatingfveis 0 reduto. dos comandados de Zumbi. 0 comando supremo foi entregue ao Ganga-
Muir;a e 0 excrcito estava arm ado nao s6 com arcos, flechas e lanr;as, como com armas de fogo, compradas ou 
tomadas dos brancos. No mocambo de Subupira, os componentes do exercito de Zumbi recebiam instru~ao militar. 
Os colonizadores - holandeses e a principio, depois portugueses - e que nao podiam se conformar com a 
existcncia de semelhante "perigo" e iniciaram a repressao a republica de Palamares. As primeiras expedi~oes 
praticamente fracassaram. Apenas aprisionaram alguns combatentes do exercito de Zumbi, destruiram-Ihes algumas 
ro~as e casas. As represalias se sucederam quase ininterruptamente. Segundo dados colhidos na . 'Rela~ao da Guerras 
Feitas aos Palmares de Pernambuco no Tempo do Governador D. Pedro de Almeida, de 1675 a 1678", foram 25 
expcdir;oes enviadas contra Zumbi, numero que Edison Carneiro, um estudioso moderno do assunto, acha excessivo, 
reduzindo-o para 16. Finalmente, foi feita uma proposta de paz aos negros, tendo sido os mesmos recebidos pelo 
governo com honras de chefes de estado, a fim de discutirem a tregua. Como nao aceitassem, praticamente, a paz 
proposta, reiniciou-se a guerra entre os portugueses e os escravos fugidos. Assumiu, depois disto, aspecto mais 
sangrento a luta entre os dois lados, sendo enviado 0 conhecido cabo de guerra Fernao Carrilho, para dar combate aos 
homens de Zumbi. Apesar dos esfor~os de Fernao Carrilho, 0 reduto dos negros continuava inatingivcl. As tropas de 
Zumbi batiam-se, valorosamente, sem que nenhum proveito pratico tivessem os atacantes. Finalmente, 0 governador 
Joao da Cunha Souto Maior resolveu contratar os servi~os do bandeirante Domingos Jorge Velho, que acabara de 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 3 
exterminar os indios Janoins para travar combate com Zumbi e recolocar seus homens sob 0 cativeiro, prometendo 
como recompensa ao paulista, ah!m da percentagem nos escravos capturados, uma area das terras ocupadas pelos 
negros. lniciou-se entao, em dezembro de 1692, a ultima fase de comb ate a republica dos Pal mares. Na primeira 
investida, Domingos Jorge Velho nao foi muito feliz, teve que bater em retirada. Ficou, em consequencia, esperando 
refor~os que vieram na pessoa de Bernardo Vieira de Mello e sold ados da infantaria. E ainda, chegaram refor~os de 
artilharia para liquidar com a pra~a-forte de Zumbi. 
Diante das fortifica~6es de Palmares, essa segunda expedi~ao de Domingos Jorge Velho esbarrou, surpreeendida, 
com as fortifica~6es que os negros haviam construido em sua ausencia. Os primeiros combates ocorreram sem que os 
atacantes conseguissem vitoria. Muitos dos homens de Domingos Jorge, cafam nos fossos enos estrepes que os 
palmarinos haviam construido ante os muros do quilombo. Outros morriam por causa da agua fervendo e das pedras 
que eram atiradas pel as for~as de Zumbi de cima do muro. 
Foi quando Domingos Jorge Velho entrou com a artilharia. Os escravos come~aram a sentir falta de muni~ao e 
mantimentos: a posi~ao era insustentavel. Zumbi, entao, aplica 0 ultimo recurso: a retirada. Notando existir urn VaG 
de sete metros entre a contra cerca que os sitiantes haviam construido e 0 precipicio que circulava em Palmares, 
evacua, durante a noite, os seus homens, aproveitando-se dessa safda. Somente no fim e que uma sentinela da pela 
coisa e toca alaime. Os atacantes investem sobre os negros em retirada matando cerca de 200 e aprisionando mais de 
500. Quantidade igual ao de mortos em comb ate precipitou-se no abismo, ao tentar a fuga. 
Estava ocupada a capital de Palmares, ap6s 22 dias de muita resistencia. 
Depois disso, e uma verdadeira ca~ada que se realiza ao valoroso chefe dos quilombolas. Transformando-se em 
guerrilheiro, ninguem mais consegue localizar com seguran~a a Zumbi e os guerreiros sobreviventes. Somente pela 
trai~ao sera morto, tempos depois. Numa das batidas contra os negros de Zumbi, as tropas legais con~eguem 
aprisionar urn dos seus lugares-tenentes, mulato de "maior valimento", conforme termos da carta que comunicou 0 
fato ao Conselho Ultramarino. Prometendo-Ihe liberdade, pediram que denunciasse 0 esconderijo do lider palmarino. 
Assim, a tropa foi conduzida ate Zumbi que se encontrava oculto ja tendo "lan~ado fora a pouca farm1ia que 0 
acompanhava", ficando somente com 20 negros num "sumidouro que artificiosamente havia fabricado". Nesse local 
foi encontra-Io a tropa , atacando-o de surpresa. Mesmo assim pclejou "valorosa ou deseperadamente", matando urn 
homem e ferindo alguns, sendo em seguida assassinado, com seus companheiros. 
o governador Caetano de Mello Menezes ordenou que sua cabe~a fosse pendurada em urn pau e exposta "no 
lugar mais publico desta pra~a a satisfazer os of en didos e justamente queixosos e atemorizar os negros que 
supersticiosamente julgavam este imortal" .(*) 
ClOvis Moura - outubro de 1955 
(*) Este documento que estamos citando acaba, de l/ma vez par todas, com a lenda do suiddio de 211mbi contado por 
Rocha Pitta e repetida pelas histariadares que a seguiram, Pade, atl/almente, ser callsultada em duas fOllte.\': em Edisoll 
Carneiro, no seu /ivro indispensavel para a conhecimento da hist6ria da repliblica "0 Quilombo dos Palmares" e 110 trabalho 
do historiador portllgues Ernesto Ennes' 'As Guerras nos Palma res , " 
300 ANOS DE ZVMBJ DE PALMARES 4 
···NW 
OS ESCRAVOS VIVIAM SOB 0 
CHICOlE DO FEITOR NAS FAIEN-
DAS. EM CONSEQUblCIA D1980. 
RESOlVERAM FUGIR PARA AS 
MATAS E FUNDAR UMA REPUBLICA 
ON.D£ FOSSEM lIVRES 00 CATIVEI-
RO. COMECARAM FUGINDO EM 
PEOUENOS BANDOS. INDO TOOO5 
PARA UM S{TIO MUlTO FERlll 
QUE Sf lOCALlIAVA 00 A1UAl 
ESTADO Of AlA(3(")AS. All TINHAM 
TUDO : BOA flGJA. fRUTAS E MADEI-
RA PARA CONSTRUIREM SUAS CA-
SAS. FOI 0 INlelO DA 
REPU8lltA Jos 
PALMARES 
ENTRE OS ESCRA· 
K>S RAVIA UM OlJE 
SE OESTACOU lOOO 
. E ERA GUE S1BIA 
o CAMINHO PARA 
A REGIAD OOS PAl-
MARES. SABEOOR 
00 SEGR£00 lM is-
TRAOII VINHAM 
BUSCAR OS SEIJS 
COMR4NH£IROS E OS 
LEVAU4PARA 0 RE-
CESSO lMS MATAS. 
CHAMAW4-SE OANGIf-
Zl.IMBA £ TRN'IS-
FORMOl.I-SE 
C()'t1 0 TEMPO 
NO VEROtANRO 
CHEFE OOS NlGROS. 
£NFR£NTOl.I £N;>rAS 
VElES OS "CIIPI-
TAES 00 M4TO H 
GUE VINHIfM EM 
SEll fM:'Al~. 
as- ATAOl.I£S GiL 
0$ N£rJI?OS DE PAl-
MAlliS Fill/AM N4S 
R£DOND£ZAS RE/IOl-
TOlI-S'E 0 0<Jt,£.QMJ 
PR£Pt4IlIlIVPO lN14A 
GRANDE EKPEOI(!Ab 
D£ SOlOllOOS RWA 
EX7ERM/NA~lOS'. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 5 
VAMOS U-
OUIQAQ COM 
fLES! 
o EPOIS DII f)£RROTA PE 
BARO .. OUE CHEOOl/ EM 
REl"IFE O£SIUORAlISIUJO. 
AKJVA EKPEOIr;AO E' OR6A-
NIZAlJII mIlA PERROTAR 
os R4~M. 'RINDS, ESSA 
EXPEO/l CHEGA FINAL-
MElIIll Jtls PORrAS a4 
REPOOIICA. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
OS EX -ESCIlIIIIOS 
C'ONSEOlIEM OERROTAR 
A EXPEOICAO QUE 
REGI1ESSA SEM VA'-
RIOS OOS SEllS 110-
MENS. ROfXJLIV BARO 
ESCAPOlI A?~E 
Fl/GIU. 
6 
ZUMe.~'1-:ro=1-:--;'~;;~~;~~;~~~~~;~~~;~~:;;:;;~~~ 
FEll/DO 11K) Cl)t.f.1 j 
8ATE aEPOIS O£ 
HAVER ABATIDO 
VARlo$ ADVERSA'-
....... ~~ii'I moS. VAOOl/ 
DURANTE IHU/-
TAS KORAS NA 
nOR£STA ATE' 
OtJE CNllJOl/ its 
PQqTAS Df R£-
PiJI1lICA <:WOE 
FO/ RECOlNDO 
PElOS Cot1M-
NNE/HOS. S£U 
PRESTKJIo CCKf 
ISSO SE J'iM-
PlIOU A/NOA 
MA/S ENT/K ()$ 
OVERIt€/1i'OS 
DOs PAJ./IItAIllS. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 7 
DA/ POR PlANTE" 0 ~ 
OROANIZOU /NlJMEIIKS EKP£OI-
c&s CONTRA If REPOBt.Of 
DE MlMAIll\S'. CA1A4 WL EllA 
M/lt(¥l 0 NiJMIE".QO DE SOlD4-
DOS EJWIAlJOC CONTRII OS 
EX-ESCR/lII'OS aUE 71WRAM 
MUlTAS a4S SUIIS CIDlfDES /N-
CEMJlAQ4.S' £ IX"STRUDIfS. AS 
SllCES'SIVAS EKF'E"OKXi'$ CY)I\rS{: 
GlJIR/lM APIlIS/ONAR vA1i>tas'. 
GUERf1EIPOS IMPORTANTES tM 
REPr1B1.1O'f ,INC'LUSIVE DOtS FI-
LNO$ 00 REI GAIIfI(M-Zl.IMf:JA • .lA' 
SE HAVIAM ~ CE.q;>A 1JE 
TRINTA A~ O£SO£ 0 {)(If EM 
QuE HAVIAM FUVDllOO If R£-
PtJeUC'A. 0 REI aofi\itNf -ZUMBA 
Mt?ST~VA-S£ ~/MISTA, PRfN· 
CIPALM£NTl: paq(}U£ Q'/£oM 0$ 
roMW'L~ 00 SEU.t.0H40 OUE 
ruoo RlZIA PJIIPA ~ i'UMIilI 
GiJE EHA 0 OUERREI.QO DE 
IUfIOI? PRMrKuo DtI RERIBUCA. 
o GOIIDlNAtX:W 
a PEDRO DE IIL-
MEIDII , TRAMOU 
ENVIAR IIrE'Rti-
MAIlES DOIS 
PmSIONEIm:JSatE 
HAVIAM C'AlOQ 
EM SUASM40G 
OOMA~­
Sot PE Rtl,. 11MIH 
AIN~ DE· 
LIOtIIIMH aMI OG 
£r -.f3'CIa4K)f, AB-
81M QUE rus 
AC£I7ASSEM A 
1HZ ES£~ 
MASafM. 
DIOA ~ SUA TERRA OOE ESlOU 
PRONTO A FAlER A An OOM 
os HOMENS Of PAlMARES. 
RESPE/TAREI A lIBeR[W)E DE 
10DOS E DE/XAREI QUE 
CONTINUEM f.M SUAS 
TERRAS. Sf NAO ACEI-
TAREM ESSAS CONor;6£s 
EU os ARRAlAREI. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 
o REI G;4NG4-
-lUMBA PtR/J£lJ 
A FIBI7A E 
RESOLWU MAN-
lWlUtWI £MBAI-
XADA ENTEMJ£R-
-SE COtf 0 
GOCf£~f1H 
11EC/FE,INDt:'AV-
00 IJO(S DOS 
8El/3 F1lHOS co-
MO EMBlllKIfOO-
/lE$ E MIllS 
AlOUNS OlERIl£I-
ROS MAIS VEtMJS 
QUE ACE11JVi1J11M 
IN TER EN1ENU-
MENTOS COt1 
os MANC()S. 
8 
o Rei GANGA -lUMBA 
TRAIU 0 POVO DE 
PAlMARES. gLE IRA' 
ABRIR AS PORTAS 
DA RfPUBLICA AOS 
NOSSOS INIMIOOS. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 
o PLANO 00 
GOI'EIlNAOOI? 
SUIi'TIU EFE/TO 
E GANGA-lUMBA 
EIWKJlJ II EMlIAI-
MLM CUJa1..t1£M-
SIlOS FORAM 
REC£B/DOS NO 
REC/FE roM NON-
li'AS OOS CHEF"ES 
00 ESTAoo. A 
C/IJIIO£ ESTAVA EN-
BANOORAIM RIIIIA R!fC£~-LOS E OS 
GU£RRE/ROS tJ£ 
RIlMANEG iJ£SFI-
LAIlAM P£/AS HUllS 
ARMADOS, SENOO 
RECEBltJOS OEPrJIS 
PELO aowRWADae 
NAo PODEREMOS ACEITAR 
ESSA ~l PQROOE ISSO 
f' UMA ARMADllHA. £LES 
QUE REM ENTRAR NA 
REpUBliCA PARA DE-
POlS SE APOOERAREM 
Of NOSsAS TERRAS E 
DE NOSSAS MUlHERES. 
OGMOf-ICWA (}u£SEM-
/WE Ol¥OU lUMBI,TBVTA 
.KX1AR 0 CONSELHO DO 
HEI £0 GfMiM-il/MBll CO"'~IIf'" tiE. GUEHIA DE QUtllQ(J£,q 
IH4Nn04 OESTIf1IVIN 0 ~­
rDto DE ZUMBI £ F/OIfIl NO 
SEU lUGAR. 
9 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
QUANDO lUMJlI 
VIU AS INTEM;OlS 
DO ~-lIMIJA. 
Rll/NIU OS (J{J£H-
H£lROS /IM/S JO-
~aw"l~­
DO-OS RWf GtE 
IJ£PtlUSSEM 0 
REI A FIM O£ 
P/lOSSEOUHEM 
RESIST/NOD AOS 
1VJ,IfG(]R£8, latM 
A POPUIIt;'AO IJE 
PAlMAIi£S nr:ou 
AD /.ADO DE lIAB 
Gi.JE 1& ACYM44-
DO REI. 0 G44Gf-
ll/MIM FOIIJEPOS-
TO E EXECUTAOD 
POR~A. 
P~ISAMOS EROUER F~'FI­
CACt?ES. MURAIJiAS EM TOOA A 
REPtl8/..ICA PARA NOS DfFfND£R-
MOS. FORMAREI\1OS 
UM GRANDE ~--::=:s::;;:::::: 
fXERCllO. 
AOO. QUEM 
FALA E' ZUMBI. 
REI DOS PALMARES. 
VOLTEM PARA SUA 
CASA E QIGAM 
QUE NPD FARE-
MOS PAl COM 
QUEM NOS ATACA 
E PERSEGUE. 
TUoo 
FAREI,Sf-
NHOR. 
PARA ACA· 
~~ 
BflDES. 
10 
NO sm 00/0 CEGO, 0 tlAM7A -lONA • 111A-
MA ENIIE"NENAR ZUMBI OUIMNTE OS rEST£"-
JOS EM auE SE COMEMORA A Vlrd?IA $(J. 
BRE OS B.rlANCOs' APROV£ITAN/X) A O/ST/IA-
~ DE 1000s PREPIIRA 0 W7\EM? A RM DE 
POR M4 C01-fIOIl Of ZUMBI. PEN.£4114 EX-
TERMIIVAR 0 VIIlOROSO CHEFE DOS R41.MIIIK-
NOS TOMAR 0 S£U llKJA.rl E ~ZER II ",~ 
COM OS BRAIIICOS ENrlfYOANDO 3EUS COM-
PANH£IROS NOVAMENTE 110 {)IITIVEIIXJ. 
o GANGA-lONA E' 
UM TRAIDOR. QUER 
MAlAR lUMB!. PRE-
elso IMPfDIR QUE 
ISSO ACONTB;A DE 
OUAlQUER MANEIRA. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 11 
SOL TEM GANGA-
lONA. DISPUTA-
REMOS EM PE-
LEJA LEAL 0 
TRONO DE 
PAlMARES. 
UM DUELO 
RESOLVERA' 0 
ASSUNTO! 
llMOI GUE 0 ADVERSAIlIO 
ESCOlNA If ARMA GUE L¥VERIf' 
USAf? GAAGf-~CWA ACEITA O/JESAFIO 
PORQ{JE NAO TEM OUTIi'(} m-Mi'ao 
MAS. SABE ANTECIFHDAM£Nl£ OOE 
ESTA' f)£RROrAOO , PORGU£ NNfJ«M 
POO£ ~ ZVM81 EM GlMLG{,IER 
tHG ARMAS USAa4$ EM R4LIU4RES. 
DE POlS [;M O£RIlOTA DE 
GANCi4-IONA. MtI/lOS If NOS 
SE PASSARAM. it/MDI TRANS-
FORMOiI-$£ MJ lIOCR IIV-
cONrEsTlfllEl DOS EK-ES-
CRIfIlOS E SEll NOME lOR-
NOCJ-SE lENafmQ M1VMM 
POS SARGENTOS-MORES 
TIIVHAM COIMGEM DE EN-
FRENTIfR OS SEllS NC:¥1ENS 
aUE OOMINAVAM TO'a4 
If REGIAt) IMPONOO Aoo 
MORAOOHES Q4 VlZINIIAN-
~A ,., SUA ~NCIf. 
INlC'IIfRAM. EIVTAb. 0 
COMENcIO COM OS COlO-
NOS. T1lOCJtfNOO POR AR-
MU E MUN~S. OS VlW-
RES (}{£ PNOOtJZ/AM IJ£N-
TRO lE SUAS' fliIONrEI,t;JtfS 
E ItO MESMO TEMPO CON-
SE(JlIIRAM C'ENTEIVAS OE 
NOVOS AOEprOS GlIE EN-
GROSSAU'lM AS TROPIfS 114 
REPlJSllC'A DOS RtllMARES. 
~~7IJ11J'I1 OS SEUS CONSEiHEINOS PARIf INFOR-
MA'-lOS /)£ GUE 0 BlflVDEIRlWTE DOMINGOS 
.IOIf>GE VEiNO, NAVlA-Sf PNONT/FICAOO A EX-
TERMINAR 0 g,NO Pi' ZUMBI MEDIANTE flif-
G4MEN,.O aVE 0 GOVERNO DEVERIA FAlER. 
Os CONSElNE/ROS /MED/ATAMENTE APRCNARJIIM 
A PROPOS'A DO GOVERIVA[)().Q QUE MAIVIJOU 
UIM C'Al7TA -RtlTENTE 040 BANOEIRANr£ AU-
TOR/lANDO -0 A LUTAR CONTR/4 
iUMBI. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 12 
VAMOS EXTERMINAR 
A REPOBlICA 
DE PAlMARES. 
UGWANTE A 
NOlTE, os SOI.-
QIIDOS OE fX)-
MINOOS ..t::lQ(Y 
VElHO ATACAM 
FJflMAk'ES. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 
SOUSE OOE OS BRANCOS MAN-
DARAM UM EX(~CITO PARA 
DEGTRUIR A REPOBLICA E NOS 
SUJEITAR DE NOVO AO CATI-
VEIRO. ~AS RESISTIREMOS 
ATE' 0 LJlTIMO HOMEIVI. 
VOCF E OS MENINOS Sf-
RAO MANDADOS PARA FO-
RA , JUNTAMENTf COM ~S 
AS MULHERES f CRI~AS. 
MDRREREJ 
COM VOC£; 
FICAREI AQUI 
ATE' A MeR-
T~. NAc QUfRQ 
SER ESCRAVO 
NOVAMENTE. 
o BANO£IR4NTE 
tOWMit'J.$ .IOROE 
VElJK) Pm"IHRA-sE 
RIIRA ATlfCAR IME-
OIATAMENT£ A 
HEMal/Of. OA' 
INSTRUC01'S R4RA 
GlJE SEUS HOM£NS 
ATACJUEIW i4 NOlTE. 
JA' CONrA ANTEC/-
R4a4MENTC COM 
A VI TOr'A Gl/£ 
PARA cU, SERTA-
N/STA EXPERiMEN-
TADO E aUE £fM\14 
DE £XTERMINAR 
os INDIOS .MN.t\?-
INS, ESPERAIIA al-
TER VITcN?IA FA-
CllMENTE ll4AOO 
POR TEPMINAlJO 
o CAPITULO C£ 
R4LM4RES. 
13 
VAMOS SAIR DAS FORnfICA-
OOES £ TRAVAR COMBATE EM 
CAMPO RASO COM OS IMASORES. 
UMA OUTRA RI\R; 
TE DO NOSSO EXER-
cne FtcARP: AQUJ 
PARA GARANTIR 0 
REDUTO. 
MARCHAM AS TnoPAS OE 
PAlMAIl£S AO ENCONTIlO 
DOS /NVASQI;)£.S J ZUMBI 
VAl A FRENTE E lOGO 
S£ EMXWTRMf COM AS 
/X) BANDEIRANTE I /NIC/AN· 
00 A PRIMERA ORAN~ 
[)£ BATAlHA. 
DEPOIS 00 ATAGUE 
INESPERADO DOS hOIIIOVS 
DE' IUMB/. GUE TINHAM 
A VANTAGEM DE aww-
CER 0 j.OC'Al ATE' NA $-
ClRloAOlOS BANOElRAN-
TES QUE FORAM ElWIAlJOS 
PARA O£STRVlR A R£ptJ-
BllCA a'B4ND4RAM OEN-
TRO a4 MJITE SEM QUE 
~M:;OS ..,ota7'E IlE'lHO 
PUO£SSE LK:TG'-lOS. EM 
FACE DOS ACCW!{l:IH£NTOS 
OIlOENOU, ENTAO , A RE-
TlRAOA MARC'HANOO MJ 
DUTRO PIA RfR4 A PO-
l-OAC"AO IE POIllO CAlloq 
OAR" F.QqAM ESPERAR 
REFORCOS. ZUMBI HAIl/A 
TRIUNFAtxJ MAIS UMA 
VEZ COVTNA AS FORCAB 
ENIKADIIS lXWTRA R4l-
MARES. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 
lUZ lM liJA" 71l14V'OU-SE 
A BATALHA TENDO ZtIMBI 
COtfANDfOO PESSQAlMENTE 
A PFlEJA GUE 
/XIROlJ HORAS. 
'STABEL EeE-
3E 0 Rf'N/CO 
ENTRE OS 
HOMENS O£ 
lXJMINGOS JQQ-
GE VElNO,GLE 
VIAMEM IUM-
81 1M SER 
SOSllEAHTUMl. 
~""A~~ 
lJANDAD4 LOGO 
EM SEGUllM, 
OS SOlOADOS 
FlBIlIM PARA 
o M41D ORITAN-
txJ POR SO-
CORRO I [)£SO-
BEPEC£NOO liS 
QQNNS tJO SEll 
C'Or1+4NtMNT£ I 
GUE INSISTIA 
AfHA aUE 0 
COMBATE ccw-
TlNlJASSE. 
A AMBICAO FEZ COM au; NOSSO SANGUE 
FOSSE OERRAMADO. POQERIAMOS VIVER EM 
PAl COM NOSSAS FAMJlIA$. GUEREM ~EM 
DE QUALQUfR Ml\N8RA QlIE VOl TEMOS A 
SER ESCRAVOS. JURO PaR ~SES MQR-
TOS QUE LUTAREI ATE' MORRER CON-
TRA os OUE NOS PRETfNO£M DESTRUIR. 
14 
SOlDADOS ! EXIJO UMA 
R£ABllITAC;Ab COMPlHA DA 
TROPA. AQU~L£ QUf RECUAR 
SERA' PASSADO P£lAS 
ARMAS IMEDIATAMENT~ 
MARCHAREMOS AMANHA 
PARA DAR NOVO COM-
BATf AOS NfGROS 
REBElDfS! 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
AQUI NO CUME DA 
SERRA OA BARRK3A, 
FAREMOS UMA FORTAlElA 
INEXPUGNAVEl. ERGUERE-
MOS MURALHAS DE MA-
DEIRA E RESISTIREMOS 
ATE' 0 ULTIMO OOMfM. 
RECOLHAMOS AS MUlHERES 
E CRIAN<;AS PARA A RfTAGUARDA 
DA FORTIFICACAO PARA OlE. 
TRABAlHEM NA FflTURA DE 
lANQAS E FlfCHAS. vod. 
AUQUITANE, Sf ENCARREGARA' 
01550. SUBUPIRA SERA' 0 
COMANDANT£ DO GRUPO 
QUE DfFENOERA' 
o CORREGO. 
ENGUANTO 
ISSO,ZUMBI 
MANOOUQU£ 
SE EIlOUESSE 
UM4 GHANO£ 
FORTIFICII-
¢"is NO 
ClIME Q4 SER-
RA Q4 BARIlI-
GIl £R4RA All 
SE TRANSPOR-
TOY COM 0 
SEY POlIO. 
ESTAt#I 015-
POSTO A 
DERROTAR OS 
INVASORES. 
o SOlQllOO 
DE OOMIMlOS 
JORGE VElHO 
FORA MANQIlOO 
ANTES D4 CHE-
G'AOf lJ4S TRO-
~S Pilii'll $-
PlAH OS PRE-
PARATII,.QS DE 
RESISTl"IIICIA 
IJ£ PIIlMARES. 
15 
QUANTOS HOMENS TEM 
A TROPA DE DOMINGOS 
___ JORGE VELHO? 
JLI'.nv',,! WMBI ESTA' MAIS FORTE 
DO QUE Nds. FUI PRESO 
POR ~LES E ENTREI NO IN-
lERIOR DAS MURAlHAS. 
LA' E' UMA OFICINA Of GUER-
w ... :.r~" RA. moos TRABALHAM 
PARA RESISTIR : HOMENS 
MUlHERES E CRIANCAS. 
....... ----
300 ANOS DE ZVMBJ DE PALMARES 
GOM ~ CHEGIID4 
00 lSPfAO auE FO -
RA ENVIAOO PARA 
ME/JIR AS FORCAS 
DE PALMARES, DO-
MINGOS JORGE VE-
LHO F/cOlJ SABEN-
00 lM RlAl F~A 
00 RElXJTO. INI-
CIAlMENTE PRETEN-
oa!fr:J1~, :&5 A 
MEOI(J4 aUE 0 
ESPIAO FALAVA Fo/ 
MUOANOO O£ I!KIA 
E COME~Ol/ A VA-
CILAR. 
E',O WMBI E' UM GRANDE GUERREIRO 
MfSMO. JA' FUI DERROTAOO UMA Vfl E 
NAO POSSO ARRISCAR MEU PR£STIG/O 
NUMA CARTADA COMO 
ESTA ... TENHO DE 
PEDIR REFORCOS, 
NA'O Htt OU1RO II~S.t.l~ 
REMEDIO ... 
16 
COM Mil DlABOS I CONSTRUIRAM 
UMA D£FESA QUASE INEXPOO.NAVEl. 
TENHO Of RECONHECER QUE £SS£ 
lUMBI £' UM GRANDE CABO DE 
GUERRA' YOU PfDIR REFOR<;OS. 
IREI AO ACAMPAME'NTO 
DE DOMINGOS JORGE 
VElHO CONFERfNCIAR 
50BRE OS PLANeS DE 
ATAQUE. AUMENTEM A 
GUARDA E PREPAREM 
UMA £SCOLTA PARA 
ME ACOMPANHAR. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
PARECE QU~ OS 
BRANCOS V£M ATACAR 
o CdRREGO PARA 
NOS PRIVAREM DE 
N3uA. TEMOS Of 
RES/ST/R. 
TEMOS DE CONSTRUIR 
UMA OUTRA PALlCAD' 
PARAlELAS A Of PAL-
MARES ~RA POD£R-
MOS REALllAR 0 
ASSALTO ANAL. 
Os R£FORr;OS 
CHEGARAM 
FINAlM£NT£ 
E ACAMRWfM 
NO LADO 
OPOSTO. FlCNi-
DO R4llWlRfS 
CERCAOO 
PRA7IC'AMENTE. 
17 
o 0i0QcE 
ENTRE TIKJI!ftfS £ 
OSEX-~KlS •.. 
Jf\ ESTABELECI UM PlANO 
QUE DEVERA' SER EXEc;UTADO 
EM dUIMO CASO, ENtRE A 
PALICADA E 0 PRECIPCIO 
CONSTRUlREMOS UM PEQUENO 
CAMINHO. POR AU SAIREMOS 
TOooS EM CASO DE RfTlRAlM. 
PROSSIGUIREMOS A 
LUTA ADlANTE. ---
0111""'''' D£ D£FESA O£ PAlMARES -.14' MVIAM SIOO 
POR Zl/MBI. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
Os SOlIWXJS IE 
BERNARDO VIEIRA 
VENCEM A BATIILHA 
PElA POSSE DA 
FONTE, 
UM OOERREIRO QUE TOMOU 
A4RTE NA BllTAlHA PELA POSSE 
Q4 AOOA. VEM AViSAR ~lJMlIl 
DA DERROTA E OA MORTE lJ£ 
SUBtlPIRA. 
18 
PODEMOS FICAR SfM .\'GUA. TEMOS DE 
RETOMAR A reNTE. COMANO\REI P£SSOAl-
MENTE ~Sf ATAQUE. HOJE ~ NOlTE IREI 
COM OS MAIS DESTEMIDOS GUERRt:IROS 
D£ PAlMARES f RETOMAREI A FONTE. 
DURANTE 0 /JIA 
PREPARAM-SE ,£HRA 
RECONGUISTAR A 
N;UA. A NOlTE CHE-
GA E ENCONTRA 
~lJMBI E $El/S 
GiJERREIROS EM 
MARCHA P...tnA 0 
LOCAL OA B4TAlHA. 
Os GlEHIU'IIi'OS [)£ 
lYMeI PnER'lRAM-
SE PARA AI4CAR [)£ 
SURPHESA. 
~SAO UNS DEMONIOS. 
ESTAMOS LI-
Qu/DADOS. 
300 ANOS DE ZUMBI DE PAlMARES 19 
Os SOlD ADOS PC 
DOMINGOS JOIIGE 
W£NO INle'IlM os 
PI/IM£IROS TlROS 
ctJNrNA Pill MAR£&, 
QUANIJO ~UMIJI 
ESTIIVA N£lJNIDO COM 
6£U8 GEN£RA/~ Ou-
VAVPO 11& INFOI/MII-
(MCS E £&TIJBEU-
CCNfJO II rMICII 
D£FENGIVII. 
J;) ALMAIIFS TRANsnJIl-V MOU-SE EM lIMA MA~ 
DC GU£IIRA, 701IOS OS &£Us 
H,46IrIlNrE& EMPENHIIVIIM-SE 
AOS 711,481111/0$ IJ£ DEFESA. 
EM nillNO P£ 'UM/1/ E OQ 
SOl cc:KVSEll/O II PQI1(Jl.fC,llJ 
PIlrPIIIIlOf/-SE MllH I/EPEll1? 
OS INWI$OIIES. OOMIIWlOS 
~ mHO MANiIOU COHS-
TRUIR UMII Nll/(JIIIJII Btl rr1I;-
M:11J£ PIIlMAII£S NIl/II Dill I 
TENrAR ESClIllIR 0 MUNO. 
IS80 F8:NOU PflArK;IIMENff 
1I1/1""I/,4PII IJOS "'lMMIN~ 
JII' QUE IJO OlITNO tAlJO S£ 
ENCONTllIIVAM AS rIlORIS P£ 
8£1/NlIlIJO VIEINII O£ MEla 
~UM81 PEReE8EU ISSO E 
EsrA6£UCEU SUit ESTllIITE-
CIA IJ£FENSIVA. 
/NICIA-SE II BI/IINIJE BllrlltHII PEllI POSSE 1M 
CIIPIrlll DE PIIlMIIIIES. liS TIIOPAS /I£" iJOMINtlOS 
JONGE V£l/lO INV£STEM CONTRR os MUAO$ P" 
CIOIIO£. 
Os PAlMAINNOS HIIVlAM CIIVA-
PO DO lllDO IJE FOIIII DII AIIl ~H­
PII UM lllAGO I" FUNDO 1'OU.ro 
NO SEU INT£RICIII (l(}[OCIIRIIM • 
EUIICII8 PONTEIIG'bPIIS II~TIIPAS 
AllIIII ClMII. ESSII II'IICIATIVA POS 
PIIlMIIRIN06 PUNHII EM p£.QIGO 0 
/'xITO DO HSSRlTO A PHlI(lHPR. 
300 ANOS DE ZUMBI DE PALMARES 20 
06..!¥£/lIlEIIlOS IJ£ PIIlMA«S «,slSlCM 
NEI'CU/CAM£NTE. OS 8OLPIIPOS IJ£ IJO-
MINGOS JC]IN;E V£lNO RJllAM /Nf:E811JO.S 
COlt AbuA F£IIVFNPQ PEPIIAS G/tlAN-
T£l/CA6 QUE EIlAM JO(lIIpAS OF CIMA pA 
PfllIClAPA. ATlN6INP(]~OS. MillTOS CAJ~"jfl 
PAS ESCIIDAS E S£ £SlTlEPilRAM NilS 
CSTlICIIG PO rossa A 811TAl Nil Pi/ROll 
A NOITF 1l1PA. Da£NAS IJ£ INIIRSOI/ES 
CNCONTRARIIM If MOIlT£ ANTE OS MIMOS 
011 IlEPiJ8l10A. 
i;7 UMlJ/ SRI /JOS MUROS l.J I'll IIEPtJ8llCA POR 
lIMA PIISSIIGEM SE-
(lllaA E EMPIIEENH LIMA 
SOIITIDA CONTIIA AS TROP/IS 
CIINSIIDAS DE IJOMINqaG 
.JOIIGE VElHq QUE SF PlIII-
G/IIM PAllA (] IIOIIMPAM£NlO 
DE NIlNIIRDO VlEIIIA P£ 
M£Lo, IIF/M DE DESCANSM. 
DEPOIS p£ 'OCIII./~IIA (] 
INIMH¥Q IfTJICA-OS IMPfEOO-
811MLNTl' C()III SO/S GUm«/-
1108. "~G L/Qil/DAR£M COM 
/I 7R~" VOt.1"II ~lIM'" caM 
GElIS GUEIlR£lIlOS PARII 
PAL MARES. 
QlJ[RO ALGUNS VOlUNT~RI~PMA 
,""ACAR I\S TROPAS aUf £STllo LE-
YANOO os CANtfClEs! !UM81 DrVERA' 
VOlTAR PARA 0 INTIRIOR M R£A}&LlCA 
AfiM Of OR-
GRNI!AR A 
Rf&ISltHC/AI 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
EST~MOS DfRROTM-
DO ()6 INIMIGOS. VOU 
fA!fR liMA SORTIM 
IMPfDR QUE rLES SE 
UNAM ~S TROPAS DE 
MRNARDO YIEIRA, 
GUE EST~O DO 
OUTRO LADO. 
21 
£NQUIINfD ISSO ... 
/) 011 OS ATAGUES ~ IJfIfRIDS POS 
IN"'A~P/O.flAVII 
A SITUII~/'-O NO 
INTERIOR 1M 
IlEPd8L lell. II 
FONTE DE CWa" 
PROWNHA A ,(cUll 
PAllA OS SEUS 
/tfOl?II/J01?£S JA 
EaTAVII HAS 
MAtJs PO ADVlN-
SARlO. lOOOS OS 
CIIMPOS GTlLTIYA-
/XJS QUE FK1I1VIIM 
FOHA /lOS Ml/1iOS 
FOI/IIM f)£smur-
DOS. II f'OJIE SE 
APrJt)£NIIYII PII 
. I'l£Pd811CA DOS 
PlfLMIIR£S. 
I'1IJrsAt'llM Gtlff 
COM8ArES 0111'-
NIOS FNENff 
/lOS MUNOS DE 
PIIlMIIRE~ SEM 
QUE SUII SOlllF 
rosSE DECIDIM.OS GU£RR£IflOS 
R£81STIAM. 
PRECISAMOS ACA8AB 
EST" GUERRA. VOCE 
ATACARA' PESADAMENTf 
COM ARTllHARlA,\JA' QUf 
£GS(S NfGROG Nii> QUf-
___ -.I REM RfNDfR-8E PfLA 
roME. 
II FawE 0111 II O{II CIlESCIII NO INTENIO/l oar 
MUROS Oil IlEPiJ8UCII. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 
nHtGANOOA 
\,;) IIEPflBlICA, 
~UM8t IMElKA-
TitM£NT~ ORO£NA 
QUE S£JIIM 
£VACUII/M8 AS 
MUlN£N£8 E 
CRIAN(JAIJ. nJoAa 
A8 MULNERE8 DE 
. PAlMIIRE~ AO 
£NTAN1Q N£DA-
/lAM-SE II i1£JXAIl 
OG SEllS NIlIlIIJOS. 
FllHoG £ HlMAbS 
PERMAM"CENDO 
NOR£DUro 
A1l' 0 
FINAL 011 
iJArAlNA. 
22 
II AIlT/lHARIA CASTI§OU OUllIIMENTE, DUIlAIIITi Tapa a 
OA( A roIlT/FICA~AV tC PAlMA/f'ES. CENTENAS /JECUEN-
1l£lllO6 MaRN£/UM EM CONS£(JO~NC/A OA ~o OA ANTI-
lHARIII. OEPO/S DE VlNfC E DOfS DIllS /JE R£$IST~NC/II.1 
II REPOBlICIl PHREelA QUE IA CAJrJ/TllL 
/iI RET/flRM 
L;,/ t ENTAO 
OROENIfl)II POll 
IUNDI. IIIIICI-
AM-$E OS 
PN£PIIRIITIYOS, 
PIIRII Qll£, ,t 
NOlTE, os HII-
81TIINTES 011 
REN8llCil 
GIl/liM SIl£NC'/-
OSAMEIIITE. fllM-
81 PllINErlOU 
PIIGSIIREM 
IJEIRIINIJD II 
8DflDR DO 
MECIPICID. 
GANHIINPO EM 
So;UIPA II 
FlORESTA, 
OEM SEREM 
I/fSlOS. 
300 ANOs DE ZVMBI DE PALMA RES 
;;;J/NAlMEIIITE 
V CoMEt;1I COM 
TOOA II CAUTELA, 
II FllGII_ 
MAIS J)£ MIL 
.JII' HAYIIIM 
CDNGEGll/Dq 
PNINCfPlflMENTE 
MUlHERES E 
CIlIIIIII(:'llS, 
QllE FORIIM 
EVIICllAPIIS lM 
PRINE/flO 
IllGAI/. 
DePOIS 
INICIOll-SE 
A I/£TIRIIOII 
/JOS GtJERR{IROS 
COM StIllS 
IIRMIIS. 
23 
(!J.s INVIlSOtqS 
C'IIiRAM s(J -
ME os NEGROS 
""ATANDO ~ 
fOMOS DfRROTADOS. MAS CONTINUAREMOS A 
LurA. AGUrlES GUE QU,S£REM FfCAR COM/GO 
fAlEM. OSOUTROS PQl)EM votTAR PARA eND( 
GUISEREM. QUANTO 'AS MULHfR[S. 
PEVER~O OISP£RSAR - Sf ! 
CfNTENAS 
DtuS. ""UITOS 
IOIMM IITIRIIDOS -----
Nil RfFI1EtU 
PElO PRE-
CIPfcIO. MAtS 
N QUINHENTOS 
CAillllM 
PRISIONEIROS 
DAS TROPI!.~ 
PIIRR SERE,." 
REVENDIOOS 
COIttO ESClMflOS. 
DEPOIS Of 
MUlTO ANAfR 
rUMBIIIMC08RE 
os SOIJIIEvlvENrES 
"A BArAiNA. 
CH£GIINIJO ;, PIl£SEN(:II DO (JOVEIINIIDOIl. DOMINGOS 
t10fIGf VfLHO /NFOIIMOU QUE ~UMB/ UTI/VII MQIlTO. 
CDWO /'lE'COMP£NSA.Il£C£8£U AS 'UlIIIIS ONIJ£ os Ntr;tKJS 5MMMINGmiIlM(m£MIJ£~mMMN~~ 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 24 
MAS. NAS ESTRAOAS 00 S£RTlfq A FAMA D£ ~l/M61 
CR£SCIA ... 
~-------
QUE NAO 
ATAC/\RfMOS 
IM£DlATAMfNIT 
COMO MANDOU 
lUM~? OS "CAPf~ S DO 
MAlO 0 APAR£-
C[RAM p()RQ(JE 
fSSES SOLDADOS 
VlfRAM ATA-
CAR-NOS. 
iLOOONINbq 
1.,;,1 BELCHIOR 
MOSTROlI'SC UM 
GU£RRCI/IO SEM AS 
QlIALlDADCS 
EXIGIIJAS PIIIIA 
AS C/IlCrISTA'NCfAS. 
OEIXOlI DE 
ATACAR 2 
AOVERSAlllo, 
PflCFCNINfJO 
ESPENA'-lO 
NAS MATIIS. 
Al£(/ANOO 
CONNECER 
IIIElNON 0 
TERRENO All 
£ AFIRMANPO 
QUE ISSO 
INFLUIIIIII 
NO COMBIITE. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 
TROP~S 
QUf SURGIR[MEM NOSS~ fRENTE. voct, 
6flCHIOR, ESTI( ENCAR-
RfGAOO Of SAIR COM 
ALGUNS HOM£NS P.A.RA 
ATAeAR OS "CAP/mrs 
DO MATO"QUf PASSA-
RAe AMANHK PEL" 
[STRADA RfAL. 
£LES DfVfM fSTJ\R Of 
£M80SCADA POR PER TO. 
rfMOS Of ARMAR UMA 
SORTIOA CONTRA 
tus. 
.(ilif) y 
lllMBI R£V£lA A 
8(lCNION A EX/S-
Tl'NCIA /JA GIIUTA 
DNIJE F/CARIA N-
"NlrlWlMCNT£ 
INSTAlAOO COM 
SEUS NO/tIENS. 
/i' COMANOANTE, 
\;I P1l£SSENTINOO 
QUE SERIII ATACA-
00 IKJ TERlllniRIO 
AINOII OOMINAf)() 
PElOS GUCRIIILNEI-
ROS DC ~uMBI, 
MANOII QlIC UMA 
!¥INTE DE SEllS 
HOMENS GIGA 
NA FRENT£. 
O{/~ANOO 0 
GIIOSSO DOS 
SOLOIIDOS NA 
RETA GUIIRDII, 
ESPCRIINIX} 0 
ATIIQU£ DOS 
£K- ESC NAvas. 
PAllA ENTIlA/(CM 
Nit LUTA. 
25 
BElCH/Oil COME~A A 
TEll MtpO NO MO-
MENTO EM OUE ,sENff 
A IIPROX/MIf~lfO OAS 
TIlOPIf$, .. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMAR£! 
If) EtCH/Oil t 
CI IITIICIlPO 
PElO COMIIN-
DIINTE PO PES-
TACAMENTo. 
QUE PRESUME 
SEll Ell IUMB/. 
INTEIIlIIMEN TE 
IICOYARPIIOo. 
PEDE CLEMrNCIA 
110 IIDV£IlSA'llfO 
CONF£SSIINPO 
NA'lJ SEll 0 
l{NIl POS 
NEGRO$. 
CHEGif 0 
NESro 011 
TIlOPA QUE 
CEIICII NFI-
NIT/VIIMENTE 
OS G'UERflEIROS 
PlilMIIIlINO$. 
26 
VOC~ OIl aUf N~O 
lU.MB,. ONDC ( QUE 
Elf ESTA' AGORA? 
300 AN OS DE ZVMBI DE PALMARES 
alllTIMOS 
/fOtICN5 
Of IUM/JI 
OISCUTfM 
COMO NESIST/R 
Nil ETAPA 
FINAL 011 LUTA. 
COM 0 P£SII-
PlIlllC/MfNTO 
OlBELCH/O~ 
NOVAS 
IIPNUNS(fES 
DOMINAM· 
~UM/J( QUE 
PN£.rSENTE 
AlGO PE 
TIl,ftilCO, 
ACHO QUf tLE O£VE SER lEVADO 
'A PRESfNCA 00 
----t GOVERNADOR. 
ACOVAIlPIIOq 
IlESOLVE 
BELCH/OR 
O/~ER 110 
G"OVEIlNADOR 
ONDE EllA 0 
ESCONPERIr7{] 
DOCHEFE oos 
N£G/i'OS. 
R£fORCfM A GUARO" E 
PONH"M (SP'AS NUM" 
ARC" Df CCM METRO~! 
NINGutM OrvCRA 
APROXIMAR-SE 
5EM A SENHA 
PREVISTA. 
27 
~NALMEtm; ~-+-t1 V' «LeNIOIl 
.. IlESOlVE 
TIlIIIIl IJ£rtNI-
T!VAMENTE 
SEllS COMPII-
NNEINOS E 
tJELllrllR 
ONJ)£ ESTAVIIM 
ESCONDIOOS 
OS valMOS 
GlIERRElllOS 
DE PIILMAIIES 
PaO t"..nt.~Dt.J'" 
JA' [STAMOS 
. NO TrMPO DE 
EXTfRM/NAR 
Dff/NITIVA -
MENTE COM 
fSSA PRAGA 
QUE PESI\ 
S06R£ NOS 
1000S! 
E SEll 
CHEFE. 
AGOI D£VfMOS 
Pf\RAR. IREI 
SOllNHO E DARE I 
SINAL QUANDO 
fOR NEefS-
Sl(RIQ 
PRfPAREM /MfD/ATA-
MENTE UM A fXPfOICKO 
E lEVEM lSTr CANAlHA 
COMO GU/A. 
IMEtJIATIIMENTE; ~ OIlGIIN/~RPIl. 
liMA £XPEP/~AO 
COMPOSTII PE 
/)(J~ENros NO-
MENS IIflM IJ£ 
EFETlIlIllEM 
A CAPTlIlI1I 
DE ~lIM8/. 
o rRAIPOR COMBINA COMO CHEGII/l A GRlITA ONO£ 
~lIMBI SE ENCONTRR COM SEllS NOMEN$. 
f"lNAlMENTt; BElCH/OIl CHaiA 
lis PORTRS PII GNUTA £ ~ 
/OENTIFICAPO P£lA SEII(T/NE/A. 
300 ANOS DE ZVMSI DE PALMARES 28 
300 ANOS DE zVMBI DE PALMARES 
fOMOS DfRROTAOOS. 
moos fORAM MOR-
lOS ... fSCAP[I POR 
MllAGRE. T[MOS Of 
fUGIR IMEDIATAMENTf. 
fUl PfRSEGUI DO 
POR TROFY\S DO 
GOVrRNO. 
Ij1 CReOITANPO NO l.;J TRAIPOI1.~UMBI 
OROE'NA QUt: 
W/JIIS AS SE'NTINE'I.AS 
IIBANPOIVEM SellS 
POsrps PARA NAO 
ATRAIREM 0 /NIM~ 
QUe AS POIJE'RIA 
O£ScaM/fl. COM 
ISSo, HAVIA B£{CIII-
OR IlBERTO OIMINHO 
PARA as SOI.OAPOS 
tJO GOVEI?NAPOR 
Ar~ PflATICIIMt:IVff, 
a INTeRIOR P/I 
GRUTA. 
29 
CONSEGUI ArASTAR 
OS VIGIAS. lfMOS Of 
ATACAR IMEDIAlA-
MENTE! 
Nl(o POUPARfMOS A 
VIDA DE NINGU(M. 
MATAREMOS ATt 0 
ULTIMO HOM EM 
lUMBI. 
flNAlM£NT£ £STAVA CCWSl/MAOA A 17UI(lAo PC 6£LCN.tJ~ 
Gl/£ CONOl/Z/l/ 0& SOlOAPOS PElO CIIMINNO /lI1 6'1<'(//JI. 
voer JP: NOS CONDUllU 
~ GRUTA Df lUMBI. AGO-
RA,CHfGOU 0 MOMENTO 
~--1"'- PAGARMOS o SEU -"'I~\~ 
TRABA-
LHO. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 30 
lila CHE(1AII 
A POIITA 
DA GIlUrA. , 
NLCHIOIl E 
ASSASSIN Ala 
POll OIII){M 
/JO COMAN-
DANTE QUE, 
IMEPIATA-
MENTE 
O£PO/~ 
MANIJA 
INVAPIIl 0 
HOJUTO 
IX ~UM81. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
ONleM.-S£, 
£NrAV, A 
SANG'RCNTII 
BllrlllHA 
DENTIlO DA 
GRUTA. 
PEGAPOS DE 
6l/I/PRES/C as 
GlIEIUl£lllOS 
DE lUMBI 
sA"q /NICI-
/fLUENT£, 
MASSACIlIlDOS, 
MilS IMEOIII-
rAMENTe 
1lE1I6EM E 
CAEM stJiJRE 
OS SOlOAOOS. 
RNQUANTO /.:1 ' EGPEIlAVAM 
PEep TTlAI/J01l, 
KIlO I/1IlAM 
AS TROPiIS QUE 
BE APfH»(IMA-
VAAl DA GIlUrA. 
rlKAlMENr£, 
IRIlONPC a 
INIMIGO IJ£NTIIO 
DO /JLTIMO 
R£IJUro PO 
CHEFE IJE 
PAlMAIlES. 
31 
~UM8111811TE os IIPVCIMIfR~ 
UM AP(JS OUTIKJ, LUT1lNPO COMO 
lIMA F£RIIIIIUM CANTO PA (¥/U11l. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PAlMARES 32 
A CIIBEyR DE lUMBI 
rot SEPRRIIOR DO 
CC¥lPO £ LEVROII CUMO 
TROFiu AD GaVE/<-
NAIlOR. 
300 ANOS DE ZVMBI 
fi\ EPOIS DE lUTAR HEROICAM£NTE CONTRA l.M M1N£-
1,,;/ IlO CONSlIJUlIiVElMENT£" SlIPElllOR N AOVERSARlat 
OS GU£RIIEIROS DE ~UMBI.s/lb T7?tICIOIIPOS 
PELOS SOLOIlDOS. 0 CNEFE DOS £X- E8CRAVar, 
AIICARfUIIPO PElAS COSTAS QURNOO LUTAVA 
COM 0 COMANOANff DOS SOl.OROOS TEl'£" AICJIll£ 
NERO/CA. ' 
Sf N}O /t>SSE 
AGUELf TIRO 
PROVtOENCtAl,EU 
ESTARIA MORro 
AGORA. COMO 
LUTOU 
~QUtL[ EX - ESCRA-
VO ... TINHA MAtS 
BRAVURA DO QUE 
TODOS N6s. 
33 
300 AN OS DE ZVMBI DE PALMARES 
/? OMUNICAD/I ~ A NOTICIA DA 
MOIlTE DE fUMB~ 
o GOVEIlNIIIJ(}R 
FO/IIOM/NIIDO 
POI1 IMENSA 
AlE6/NII, 
TllANSMITINIIQ 
/MEIJIATIIMENTE. 
II NOrif:IA 110 
!lEf J)£ POIITUGAl. 
aTAVII ENCEIlIlIIDO 
a CAPiTULO DIIS 
lUTAG DE 
PlIlMIIIlES. 
34 
Queme 
Clovis 
Moura 
Soci610go, escritor, 
jornalista, poeta, 
presidente do Instituto 
Brasileira de Estudos 
Africanistas, atualmente 
e diretor da Oficina de 
Pesquisas Hist6ricas c 
Sociais Assessoria Cultural e Arquivos. 
Autor dos livros . 'Rebeli5es da 
Senzala", "Introdu~ao ao Pensamento 
de Euclides da Cunha", "0 
Prcconceito de Cor na Literatura de 
Cordel", "Sociologia de la Praxis", 
"0 Negro: de Born Escravo a Mau 
Cidadao?", "A Sociologia Posta Em 
Questiio", "Sacoe Vanzetti: 0 Protesto 
Brasileiro", "Os Quilombos e a 
Rebeliao Negra", "Os Quilombos e 
Resistencia a Escravidao", "Hist6ria 
do Negro Brasileiro", "As Injusti~as 
de Clio - 0 Negro na Historiografia 
Brasileira", "Dialetica Radical do 
Brasil Negro". Como poeta publicou 
os livros "Espantalho na Feira", 
"Ancora no PlanaIto", "Manequins 
Corcundas", . 'Hist6ria de Joao da 
Silva" e "Flauta de Argila". 
. Membro da Academia Piauiense de 
Letras e da Uniao Brasileira de 
Escritores. Tambem faz parte das 
associa~6es culturais Latin American 
Studies Association e African Studies 
Association, dos Estados Unidos e 
da Association Internacionale D' 
Afrolatinoamericanistes, do Senegal. 
300 ANOS DE ZVMBI DE PALMARES 
Jornalista, professor da 
Universidade de Sao 
Paulo no Nucleo de 
Pesquisa em 
Quadrinhos. Roteirista, 
produtor, diretor de 
cinema e de tcve. 
Queme 
Alvaro 
de Moya 
Chargista e ilustrador do jornal "0 
Tempo" , tam bern criou c apresentou 
o programa "Cinemusica" na radio 
Cultura FM (Sao Paul). Autor dos 
livros .. Shazam" e "Historia da 
Historia em Quadrinhos". 
Organizador da Prime ira Exposi~ao 
Internacional de Hist6rias em 
Quadrinhos, em 18 de junho de 1951, 
reconhecido internacionalmente 
como 0 evento pioneiro nas modemas 
concep~6es dos estudos dos comics*. 
De 66 a 94, chefiou as delega~5es 
brasileiras nos Congressos de 
Quadrinhos realizados na Italia. 
Atuou como correspondente da 
revista internacional de charges 
Witty World e da revista "Latin 
American Studies", editada pela 
Universidade New Mexico, nos 
Estados Unidos. Foi 0 unico 
rcprescntante da America Latina 
cscolhido pcla Universidade La 
Sapienza de Roma, num grupo de 10 
especialistas mundiais no estudo dos 
comics, para determinar a data do 
centenario dos Quadrinhos, 
comemorado na Italia. 
35 
	01_zumbi12175
	02_zumbi12176
	03_zumbi12176
	04_zumbi12177
	05_zumbi12177
	06_zumbi12178
	07_zumbi12178
	08_zumbi12179
	09_zumbi12179
	10_zumbi12180
	11_zumbi12180
	12_zumbi12181
	13_zumbi12181
	14_zumbi12182
	15_zumbi12182
	16_zumbi12183
	17_zumbi12183
	18_zumbi12184
	19_zumbi12184
	20_zumbi12185
	21_zumbi12185
	22_zumbi12186
	23_zumbi12186
	24_zumbi12187
	25_zumbi12187
	26_zumbi12188
	27_zumbi12188
	28_zumbi12189
	29_zumbi12189
	30_zumbi12190
	31_zumbi12190
	32_zumbi12191
	33_zumbi12191
	34_zumbi12192
	35_zumbi12192
	36_zumbi12193
	37_zumbi12193
	38_zumbi12194
	39_zumbi12194
	40_zumbi12175

Outros materiais

Perguntas Recentes