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Antibióticos inibidores da síntese do folato Sulfonamidas Prontosil, sulfacitina, Sulfissoxazol, Sulfametizol, Sulfapiridina, Sulfadoxina, sulfanilamida, sulfametoxazol, sulfassalazina, sulfadiazina, cotrimoxazol (trimetoprima + sulfametoxazol) Estrutura química São semelhantes estruturalmente ao ácido para-amino-benzóico (PABA). São mais solúveis em pH alcalino do que em pH ácido. São, normalmente, preparadas como sais de sódio para infusão intravenosa. Farmacocinética Podem ser divididas em: Orais absorvíveis – sulfissoxazol, sulfametoxazol, sulfadiazina, sulfadoxina Podem ter ação curta, intermediária ou longa (determinado pela meia-vida plasmática). São bem absorvidas no estômago e no intestino delgado (exceto sulfadiazina), se distribuindo amplamente e atravessando as barreiras hematoencefálica e placentária. Orais não-absorvíveis – sulfassalazina (salicilazossulfapiridina) Distribuem-se amplamente, atravessando as barreiras hematoencefálica e placentária. Tópicas – sulfacetamida, acetato de mafenida, sulfadiazina São acetiladas e/ou conjugadas a glicuronídio no fígado, sendo excretadas pelo rim, principalmente por filtração glomerular. Desta forma, insuficiência renal amplifica o efeito das sulfonamidas. Farmacodinâmica bacteriostática Os micro-organismos sensíveis às sulfonamidas são incapazes de utilizar folato exógeno, e precisam sintetizá-lo a partir do PABA. A via de síntese do folato é essencial para a produção de purinas e ácidos nucleicos. As sulfonamidas competem com o PABA pela diidropteroato sintase (enzima que converte PABA em ácido diidrofólico), inibindo a síntese de folato. São pouco eficazes contra anaeróbios. Seu efeito pode ser amplificado se usados junto a inibidores da diidrofolato redutase (enzima que converte ácido diidrofólico em ácido tetraidrofólico – via subsequente da síntese de folato), como trimetoprima ou pirimetamina, e a ação do conjugado é bactericida (em comparação à ação bacteriostática de cada fármaco separadamente). OBS: Riquétsias tem crescimento estimulado por sulfonamidas. OBS2: Por isso que anestésicos locais do tipo éster, que são metabolizados a PABA, podem antagonizar o efeito antimicrobiano das sulfonamidas. Resistência As células de mamíferos e algumas bactérias não dependem essencialmente da síntese de folato a partir de PABA, dependendo da ingestão de folato exógeno – por isso, as sulfonamidas não são eficazes contra estes organismos. Podem ocorrer: Mutações que levam à produção intensa de PABA; Mutações que levam à síntese de enzimas de síntese do folato com baixa afinidade por sulfonamidas; Mutações que reduzem a permeabilidade a sulfonamidas. Usos clínicos São raramente usadas como medicação única, já que muitos micro-organismos adquiriram resistência. A combinação sulfametoxazol+trimetoprima é frequentemente usada contra infecções (ex: Pneumonia por Pneumocystis jiroveci, toxoplasmose, nocardiose, etc.). Sulfacetamida sódica pode ser usada para tratar conjuntivite bacteriana e tracoma. Efeitos colaterais Os efeitos colaterais incluem hepatite, febre, exantemas cutaneos, dermatite esfoliativa, fotossensibilidade, cianose e metemoglobinemia, náusea, vômito, cefaleia e depressão. Há risco de reação de hipersensibilidade, como síndrome de Stevens-Johnson e necrólise tóxica epidérmica. Nefrite aguda Sulfonamidas podem, principalmente a pH neutro-ácido, precipitar-se e gerar cristalúria, hematúria ou até obstrução. Tratado pela administração de bicarbonato de sódio (alcalinizar urina) e líquidos. Depressão da medula óssea Anemia hemolítica Anemia aplásica Granulocitopenia Trombocitopenia Trimetoprima Estrutura química È um composto básico. Farmacocinética De forma geral, administrada via oral (às vezes endovenosa, associada ao sulfametoxazol). È bem absorvida no intestino, se distribuindo pelos líquidos corporais, inclusive liquido cefalorraquidiano. Possui alta lipossolubilidade (maior que sulfametoxazol), apresentando maior volume de distribuição. Pode-se acumular nos líquidos prostático e vaginal (mais ácidos que o plasma), possuindo extensa atividade antimicrobiana nestas localizações. Farmacodinâmica bacteriostática Inibe seletivamente a diidrofolato redutase (enzima que converte ácido diidrofólico em ácido tetraidrofólico – via subsequente da síntese de folato), impedindo a síntese de purinas, ácidos nucleicos e, consequentemente, de DNA. Possui baixíssima afinidade pela diidrofolato redutase dos mamíferos. OBS: a pirimetamina inibe seletivamente a diidrofolato redutase de protozoários. Com isso, trimetoprima ou pirimetamina podem agir sinérgicamente com sulfonamidas já que agem em etapas diferentes da síntese do folato, e a ação do conjugado é bactericida (em comparação à ação bacteriostática de cada fármaco separadamente). OBS2: possuem pouca eficácia em locais purulentos. Resistência A resistência à trimetoprima pode resultar de mutações que causam: Redução da permeabilidade ao fármaco; Produção excessiva da enzima diidrofolato redutase; Produção de enzima diidrofolato redutase com baixa afinidade pela trimetoprima; Usos clínicos Trimetoprima oral – infecções do trato urinário; Trimetoprima + Sulfametoxazol oral Pneumonia por Pneumocystis jiroveci leve; Shigelose; Infecção sistêmica por Salmonella; Infecções urinárias; Infecções por micobatérias não-tuberculosas; Trimetoprima + Sulfametoxazol intravenosa Pneumonia por Pneumocystis jiroveci grave; Sepse por bactérias gram(-); Infecção urinária; Pirimetamina + Sulfonamida oral Leishmaniose; Toxoplasmose; Malária; Efeitos colaterais Pode haver deficiência de folato, gerando anemia megaloblástica, leucopenia e granulocitopenia, que podem ser revertidos com a administração de ácido folínico. Também pode haver náuseas, vômitos, alterações sanguíneas, vasculite, lesão renal e lesão no SNC. As associações com sulfonamidas podem causar, além dos adversos citados, aqueles relacionados às sulfonamidas.
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