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Síntese sobre Maquiavel

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Nicolau Maquiavel
 Foi um historiador, poeta, diplomata italiano, nascido em Florença no ano de 1469. É conhecido como o fundador do pensamento e da ciência política moderna. Suas 3 maiores obras foram o Príncipe, A arte da Guerra, e Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio.
 Como funcionário do Estado, sua prática da diplomacia e o seu “diálogo” com os homens, levou Maquiavel observar a presença de traços humanos imutáveis (atributos negativos), como a ingratidão, a covardia ante os perigos e a “ambição de lucros”, e mostram que o conflito e a anarquia são desdobramentos necessários dessas paixões e instintos malévolos. 
 Segundo seu olhar, o estudo do passado, é uma ferramenta utilizada para resolver os conflitos atuais, por meio da extração das causas e os meios utilizados, descrito em Discursos, livro I, cap. 39:
“... aquele que estudar cuidadosamente o passado pode prever os acontecimentos que se produzirão em cada Estado e utilizar os mesmos meios que os empregados pelos antigos. Ou então, se não há os remédios que já foram empregados, imaginar outros novos, segundo a semelhança dos acontecimentos.”
 Visto dessa forma, a história é cíclica, repete-se indefinidamente. Assim, a ordem sucede à desordem e esta, por sua vez, clama por uma nova ordem. A perversidade das paixões humanas, e a ‘malignidade’ à sua natureza sempre voltam a se manifestar, mesmo oculta por algum tempo. O poder aparece como a única possibilidade de enfrentar o conflito.
 Essa instabilidade humana imutável, faz com que Maquiavel observe a presença de duas forças opostas: uma das forças quer dominar, enquanto a outra não quer ser dominada, citado em O Príncipe, Cap 9:
“... uma das quais provém de não desejar o povo ser dominado nem oprimido pelos grandes, e a outra de quererem os grandes dominar e oprimir o povo.”
 Analisando esse ponto de vista, se todos quisessem o domínio, a oposição seria resolvida pelo governo dos vitoriosos. Então Maquiavel sugere duas respostas a anarquia: o Principado e a República. 
 A necessidade de um governo forte (Um príncipe ou Principado), que crie e coloque seus instrumentos de poder para inibir a vitalidade das forças e das ameaças de deterioração externas, ou quando a corrupção se alastre. Não um ditador, mas um fundador de Estado, um agente de transição entre a fase da ameaça e a resolução. 
 Já quando esse poder político cumpriu sua função regeneradora e educadora, a sociedade está preparada para a República, onde se contempla a dinâmica das relações sociais.
O contexto histórico em que ele escrevia era de grande instabilidade política. O poder já não dependia apenas da hereditariedade. Então ele escreve um tratado sobre a conduta do príncipe, sobre como tomar o poder e conservá-lo. Maquiavel tinha estilo direto, límpido, e por vezes, levemente irônico. Recomenda aos soberanos aparentar virtudes, pois isto é útil para manter o poder.
Em sua opinião, os homens são maus. Em geral, ingratos, volúveis, fingidos, dissimulados, avessos ao perigo e gananciosos.
Virtù x Fortuna
 A atividade política era uma prática do homem livre. Tal prática exigia virtù, o domínio sobre a Fortuna. A fortuna tinha a imagem de uma deusa boa, uma aliada, que possuía os bens que todos os homens desejavam: a honra, a riqueza, a glória e o poder. Como se tratava de uma deusa mulher, para atrair suas graças era necessário mostrar-se vir, um homem de verdadeira virilidade, de inquestionável coragem. O homem que possuísse virtù no mais alto grau seria beneficiado com os presentes da cornucópia da Fortuna. 
 Essa visão foi inteiramente derrotada com o triunfo do Cristianismo. A boa deusa, disposta a ser seduzida, foi substituída por um “poder cego”, inabalável. O destino é uma força da providência divina e o homem a sua vítima impotente. 
 Maquiavel inicia o penúltimo capitulo de O príncipe referindo-se a esta crença na fatalidade e a impossibilidade dos homens alterarem o seu curso natural, e termina o capítulo demonstrando a possibilidade da virtù conquistar a fortuna. 
 Dessa forma, o poder que nasce da própria natureza humana e encontra seu fundamento na força é redefinido. Não se trata mais apenas da força bruta, mas na sabedoria no uso da força, da utilização virtuosa da força. Os mais fortes conseguem o poder, mas só quem possui virtù, consegue manter o domínio, e o respeito dos governados. 
 Um governante virtuoso, com sua sabedoria facilita o domínio. Portanto, a posse de virtù é a chave por excelência do sucesso do príncipe. Tal deve atrair os favores da cornucópia, conseguindo fama, honra e glória para si e a segurança para os seus governados. É desta perspectiva que ganha um novo sentido a discussão sobre as qualidades do príncipe, que devia ser: bom, honesto, liberal e cumpridor de promessas.
 A virtù política exige o reenquadramento da força, uma combinação da virilidade e da natureza animal. Quer como homem, quer como leão (para amedrontar os lobos) quer como raposa (para conhecer os lobos), o que conta é :
“... o triunfo das dificuldades e a manutenção do Estado. Os meios para isso nunca deixarão de ser julgados honrosos, e todos os aplaudirão” ( O príncipe, cap. 18)
 A política tem uma ética e uma lógica próprias. A resistência à aceitação da radicalidade de suas preposições é seguramente o que dá origem ao “maquiavélico.”
 Numa linguagem mais simples e direta, o livro O príncipe, sua obra mais famosa é o manual para novos príncipes que irão surgir desde então, tornando-se o pai de todos os aventureiros políticos e a bíblia daqueles que construíram os partidos de vanguarda. Maquiavel conseguiu transformar todos os vícios e canalhices da política nas virtudes por excelência dos governantes.
 Apesar de tudo isso, do convívio com os poderosos e de relativa fama em seu tempo, Maquiavel morreu em 1527, pobre e sem ter ideia de como seu livro O Príncipe e A Arte da Guerra influenciaria o futuro. É o que se deve a Nicolau Maquiavel, o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù.
Referências Bibliograficas:
http://www.nicolaumaquiavel.com.br/pensamento-politico-de-maquiavel
http://www.companhiadasletras.com.br/guia_leitura/85009.pdf
http://www.suapesquisa.com/biografias/maquiavel.htm

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