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Artigo 6 - OZONIO E DINAMICAATMOSFERICA UMA ANALISE GEOGRAFICA

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26 Lucia Ilclcna de 0 Gerardi e landara Alves Mendes (org.) 
TERJUNG, W. H. - Physiologia climates of the conteriminous United States: a bioclimat 
classification based on man. Annals of the Association of American Geographers, v. 56, n. 
l, p.141-179,1966. 
ZAVATINI, 1. A - A dinamica atmosferica e a distribui~ao das chuvas no Mato Grosso do 
Sui. 1990. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Filosofia Letras e Ciencias Huma­
nas , Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo. 
~~~""""""'~'_"~"'-"" ~ " _" " '~" ~. _ .. _ ..• ~' . Q.1o~r <. ,. . 
! N.o C0PL\ ' N. D '{SKrU : l~. o PhSTA 
lOt 1J~"lJ~Q& . . 
OZONIO E DINAMICAATMOSFERICA: 
UMA ANALISE GEOGRAFICA . 
hira Regilla Nocellfi lli / INDRE 
JOGoAfollso ZAf 'A1TfNf 
Ji':-: ~ " l'j ·U C(:l! ··~:-lr C 
l.Introdu~iio 	 t': '~;J ",cfc 
Y i. I ~, ,1,,-, oJ 
o ozonio e lllll gas milloritario lIa atmosfera e csta preselltc lIa troposfera e na cstra­
tosfera. Oozollio troposferico e lIlII gas poluellte e lIa baixa estratosfcra cconsiderado urn 
filtro natural para 0 planeta,,ia que faz a interceptajf30 dos raios nltravioleta pre,iudiciais aos 
seres vivos. 
Segundo CONn (1996), ... a nalure7:a, sen do um grandc conjunlo dc 
elemenlos, cxpressa, lambcm, hierarquizayao de processos. /\ radia­
y~o solar e sua absoryao parcial c diferencial pela almosl'cr<l, din<lmiza 
todo 0 sistema, dcfinindo, primeiramente, as condiyocs do tempo e do 
c\ima e, em seguida as caractcrlsticas biogcognilic<ls, os fcnorncnos 
gcom orfologicos, hidrologieos e ate as condiyocs do subsolo (p. 6). 
Desde 0 seculo XIX, varias pesquisas foram realizadas sobre 0 ozonio atmosferico, 
de acordo com Andre (200 I; 2002). Craig (1950) afinna que infulleras investigajfocs acontece­
ram e embora foss em observajfocs feitas principal mente asuperficie, possibilitaral11 l11uitas 
COlldllsoe, iilip0il;:ntes sobre a distribuijf30 geografica da concentr<ljfao de ozollio 
estratosferico. 
Por se tratar de nm tema que envolveu lima bibliogmfia especifica e muito extensa em 
idioma estrangeiro, a bnsca bibliografica para a rcalizajfao deste trabalho foi eX<lustiva. Pri­
meiramente, os trabalhos encontrados na pesquisa bibliogrMica eram escritos em sua maio­
ria por fisicos, qnimicos e geofisicos, e suas preocupajfoes estavam na concentrajfao do 
oz6nio e, especificamente no seu potencial reativo. Portanto, e de suma importilncia ressaltar 
a dificliidade encontrada em transpor essas pesqllisas para nma Iinguagem geografica . 
Os textos especificos sao extremamente complexQs e exigem urn conhecimento amplo 
e aproflmdado dos conceitos e fundamentos da Fisica e Quilllica. Alem disso, existem diver­
gellcias com conceitos, terminologia e nomenc1atnras, entre as diferentes areas da ciencia 
Nos estudos referentes ao gas ozonio realizados por fisicos, qllimicos, geofisicos ~ 
meteorologistas, os valores das concentra~6es e os processos fisico-qnimicos dcsse gas 
sao re1evantes eapresentam analises baseadas em c<ilcnlos espec1ficos. Diante dessa difi­
cn1dade, muitos esforjfos foram empregados na tentativa de avaliar 0 ritmo da concentrayao 
do ozonio associ ado adinamica atmosferica, no inicio dessa pesqllisa, mais especificamente 
entre os anos de 1996 a 1998. Somente no final de 1999, foi possivel 0 IIcesso a duas publ ica­
~oes raras, escritas por Dobson (l968a, 1968b), que e considerado 0 maior pcsquisador do 
ozonio ate 0 momenta e, entao, houve a cOltfirmajfao das hipoteses dessa pesqnisa. 
29 28 ~ Lucia Helena de O . Gerardi e landara Alves Mendes (org .) 
,.. ,(\1 
i'\'1-: 'J 
\\0' " 
.{j ,-­
\):; Qmeteorologista G. M. B. Dobson descobriu, na decada de 1920, as rela90es entre a 
conccntra9ao de ozonio estratosferico e os sistemas atmosfericos. Esse pesquisador conse­Lo guill avaliar as varia90es do ozonio atmosferico em diversas localidades do planeta e com­
e ;. provar lima correla9§o lIegaliva entre os sistemas de pressao e a concentra9ao de ozonio (a 
\1') ' ,~ AI concentra9ao do ozonio e menor nos centros de alta pressao e maior nos centros de baixa 
( 0 \''1'"' I '.>' prcssao) .o 
j 0) Es,te pcsquisador conseglliu aperfei90ar llln instrumento capaz de determinar com
" , ,(J~ , }r nlllita precisao a concentra9ao do ozonio. Assim, em sua homenagem, a nnidade de medi9ao,~"~ 
de ozollio cdcnominada Unidade de Dobson (Figura I) .d' 
",' 
Figura 1 - Unidade de Dobson 
A fgura masba a co/urn de oz6rio 
90bre Lobradot Conad6 
Cada coluna dc 3mnl Co"Cspondc 
a 300 UD em condl<;oo padroo de 
0° C e 1 pressoo aIm 
---.- ----.- -.,-..--.--------.-... ,,-----------.-,•.~--- -----_..
l-enl0: NJ\S!vGSt-C 
J\doo'odo pol' lOra I~glna NocenlirlArd;e 
A Iibera9ao de compostos quimicos artificiais (CFCs - c1oroflnorcarbonetos) desper­
~C:.., tou a comunidade cientifica para a possibilidade da redu9ao na concentra9ao de ozonioC 
estratosferico desde a decada de 1970 (MOLINA and ROWLAND, 1974). Este pt:riodo foiLt­
caracterizado por inillneras pesquisas que buscavam 0 conhecimento das propriedades 
fisicas e qui micas do gas ozonio, conforme Andre (2002) , 
Farman et al. (1985) analisaram a sene de dados registrados na esta9ao de Halley 
(75°S, 26°W) e afirllloll haver uma redu9ao da concentra9ao do ozonio no periodo da prima­
vera. Esta diminui9ao sazonal foi denominada de buraco na camada de ozOnio. 
Fatores naturais como erup90es yuldinicas e varia90es no cicio solar sao relevantes~p\o" r-P lIa redu9ao da camada de ozonio, porem e comprovado que a a9ao antropogenica podep~,.I O I 
potellcializar a redu9ao desta camada, ja que os compostos quimicos sao utilizados em 
._d..'-lv ~ -J grande escala pelas industrias. 
Do Natural , do Social e de suas Interayoes: 
. visoes geograficas 
Neste contexto, ocorre a cada primavera 0 buraco da camada de ozonio na Antartida 
e, com 0 passar dos anos, sao registrados valores cada vez mais baixos na concentra9ao 
deste gas nesse continente. 
Nao acreditava-se que a redu9ao na camada de ozonio no continente antartico provo­
caria interferencias em outras regioes do planeta; entretanto, os efeitos dessa redu9ao de­
1Il0nstraram causar perturba90es nas medias e altas latitudes do Hemisferio Sui em fl1l19ao da 
dinamica alrnosferica. 
Kirchoff et al. (1996) observaram uma redu9ao do ozonio na estratosfera sobre a 
regiao de Santa Maria (29°S, 53°W), no periodo de 18 a 26 de outubro de 1993. Esta redu9ao 
era uma interferencia indireta da redu9ao da camada de ozonio na Antartida . Enecessario 
ressaltar que este foi 0 primeiro evento analisado nas medias latillldes da America do SuI. 
o presente estudo procuron analisar 0 comportamento do ozonio estratosferico na 
America do Sui e parte ocidental da Antartida apontando as possiveis interferencias do 
buraco na camada de ozonio nestas latitudes em fun9ao da dinamica atmosferica . As pesqui­
sas com enfoque geogrMico sobre 0 comportamento do ozonio estratosferico na America do 
Sill e Antartida sao fundamentais para 0 entendimento da variabilidade da camada de ozonio 
no Hemisferio Snl. 
A Camada de Ozonio e a Circula~ao Atmosferica 
Existem evidencias da redu9ao da concentra9ao de ozonio estratosferico em todo 0 
planeta, porem 0 termo "buraco na camada de ozonio" muitas vezes e utilizado de forma 
impropria, ja que esse fenomeno esta relacionado aredu9ao desta camada sobre a regiao 
• J'< ,antartica (pARSON, 1997). 
\)[X'~ rr 0 buraco na camada de ozonio pode ser definido como a regiao estratosferica antM­
.... • tica, no periodo da primavera, que apresenta valores de concentra9ao de ozonio abaixo de 
" 10) -f> 200 UD, 011 ainda, que apresenta redu90es em 2/3 dos valores da concentra9ao habilllal 
rl (PARSON, op cit). 
o processo de forma9§o, expansao e dissipa9ao do buraco na camada de ozonio esta 
diretamente relacionado adinamica do v6rtice polar antartico. 0 v6rtice polar antartico \10",\ ' l~ ocorre no periodo correspondenteanoite polar, atuando nas alias latillides, com ventos de 
altissillla velocidade (figura 2). Este v6rtice gira rapidamente sobre 0 polo, em especial no~G\(.\lr 
. "f 	outono e inverno, chegando a atingir altitudes elevadas. Este sistema atlllosferico mantem­
se estavel e permanente, por haver maior massa continental, contendo em sell nucleo UlII 
ftu~xo intellso de ventos, atingindo seu auge no inverno, na estratosfera polar. 
Para Chede (1974),0 v6rtice polar qllase desaparece no perlodo da primavera c verao, 
passando a lima simples circula9ao insignifica lite (figura 3). No perlodo de ontono e inverno, 
+ 0 ozonio e arrastado para os niveis inferiores polares atrav6deste v6rtice; acredita-se qller> por este transporte ocorra uma renova9ao de oxigenio na troposfera. 
: 
(i\J ·:\tQ-C O .. ICMJo 	 I'· " ~ 
31 
(, - ' . '. 
30 Lucia Helena de O. Gerardi e landara Alves Mendes (org) 
Figura 2 - V ortice Polar AnUrtico 
Fonte: CHEDE. 1974:253 
A,Ie: Iv1agaltlerre Falcao 
V6rtlce Polar 
Figura 3 - Formal,:ao Sazonal do V ortice Polar 
forma~l esfriamenlo 
edesdca 
Outono 
Fan'. : WMO/UNEP, 1994:3,4 
lrieosidace Mmna 
Inverno 
AdaptRdo por lara Regina NocenUnl Andre 
Arta: Magali Lerne Falcao 
Oueora 
1~1ciJ das reay6es na superfide 
Test\IJ 
Primavera 
6 <"°' 
\:) 
'; 
Do Natural, do Social c dc suas Intera<;5es : 
.",( . vis5es geogrMicas 
\)\('1'11 1 
t) 
d 
o aguecimenlo gradativo do polo, apos a chegada dos primeiros raios solares, favo­
rece as rea~oes quilllicas deslruidoras do ozonio, A reduc;:ao oa concentrac;:ao de ozonio 
aparece no inieio da primavera e desaparece no inieio do verao, quando 0 vorlice polar se 
esquenta e dissipa. Duranle 0 mes de novembro, tada a eslrutura da estralosfera sobre 0 
polo suI e slIbmetida a lima fundamental mudanc;:a. A presenc;:a do vortice polar com ventos 
fortes oriundos de oeste no continente antartico, nao possibilita a troca de mas~s de ar e, 
consequentemente, isola 0 ar com baixa temperatura e pOllca concentrac;:~o de ozonio. A 
concentrac;:ao do ozonio estratosferico e a temperatura allmentam considcravellllenle quan­
do 0 vortice polar antartico perde repentinamente slla intensidade no mes de novembro. 
\, (DOBSON, I 968b)\ 
~[ 
;( f> regiao sob sua aluac;:ao fica proxima a 65°S, embora haja muila variac;:ao atraves dos 
~nos. 0 centro do vortice e deslocado para latitudes mais baixas, distantes do polo; porlan­
to, 0 limite de sua atuac;:iio esla freqiientemente avanc;:ando em direc;:ao ao sui da Alllerica do 
Sui. 
)...1 
, \"J" /. 
c..lv:i; 
~(I.oI'1 ~ 0) 
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roJ~J 
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'\!" .~ 
;""i; 
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" 
)!n!~tanto, .o buraco nao pode ullrapassar 55°S sem uma mudanc;:a significativa nos 
padroes dos ventos antarticos, permitindo a expansao do vorticc polar. Sendo assim, a area 
de aluac;:iio do buraco da canlada 'de ozonio anlartico nao alcanc;:a diretatncnte rcgiocs como 
~l\edias lalitudes da Amenca do SuI, Australia e Africa do Sui, embora estas rcgioes 
possam sofrer intcrfcn!ncias da diminuic;:ao da concentrac;:ao de ozonio provenientes d<lS 
rllptllf<ls do vortice polar (PARSON, 1997), que proporcionmn a expulsiio dc ar com baixos 
valores na concentrac;:ao do ozonio e que podem alcanc;:ar as medias latitudcs do HClllisfcrio 
SuI. 
A ~.H:a exata de atuac;:ao do buraco na camada de ozonio pode ser deterl1linada pelns 
condic;:oes IIIcteorologicas, sendo que a intensidade do vorticc polar varia de 11111 ano para 
outro, COlli dilllinuic;:6cs dc 100 alSO UD, elll flutuac;:6es di<lrias acada 100 dc latitudc (PARSON, 
op cit). 
Ontra observac;:ao necessaria e que as variac;:oes da conccntrac;:iio dc ozon io 
~stratosfcrico estao rclacionadas COIll os sistemas de ~'10. atuanlcs na lroposfcra , As­
.. sim. as baixas concentrac;:oes do ozonio estratosferico estao relacionadas com cenlros dc 
alla"pressao e as alias concentrac;:oes de ozonio eslao asso~iadas a centros de baixa press~o . 
A distribuic;:ao geral da concentrac;:ao de ozonio estratosferico, claborada por Bojkov (1995), 
podc scr associ ada aCirculac;:ao Geral na troposfera, 
Os maiores valores da concentrac;:ao do ozonio sao encontrados na faixa de baixa 
pressao das frelltes polar-~~-d~nOininado de cinlurao ' das alias concelllrac;:oes de ozonio. 
C.Eill!ldo, apos a dissipac;:ao e ruptura do vorl ice, este cinturao, locali zado llas baixas 
sllbpolares, invade a regiao polar, sendo que no final de novembro 0 Polo Slil e totalmcnte 
oCllpado por alias concentrac;:oes de ozonio. 
Bases Teol'ico-Metodologicas 
A maior agitac;ao na dinalllica do ar eproduzida 113 troposfera, que einflucnciada pelo 
hOlllem de forma direta e progressiva. Este processo pode repercutir nas call1adas mais alias 
da almosfera, COIIIO na reduc;:iio da camada de ozonio na estratosfera (MONTEIRO, 2000), 
33 Lucia Helcna de O . Gerardi e landara Alves Mendes (org.)32 
Monteiro (op cit) afirma que 0 homem pode atuar sobre a atmosfera . 
Pela associay~o com a ordem de grandeza taxonomica, poderemos per­
ceber que a capacidade da ay30 antropogenica e indiscutivel nas esca­
las inferiores do c1ima. Ali 0 arbitrio humane e decisivo, pois que 
ne sses niveis ele e"criador" (c1imas artificiais) . Por ayao cumulativa 
esta influencia vai afetando as escalas medias; mas ja serK b';~ ~ais 
Iimltada nas escalas superiores . 0 homem nao tem (ainda) controle 
sobre a circulayao regional, sendo 0 mesmo "paciente, passivo, impo­
tente" face aos "acidentcs" c1imaticos (tempestades, "tornados", trom­
bas d ' agua, etc .). Mas nao devemos esquecer que a persistencia das 
ayoes negativas infligidas pelo homem na atmosfera , em efeito cumula­
tivo, ja se faz sentir na estrutura da atmosfera -"buraco da camada de 
ozonio ". .. (p . 26). 
Nas Itltimas decadas, a reduc;:ao do ozonio na Antflrtida preocupa a comunidade 
cientifica e a sociedade; entretanto, as pesquisas sobre suas relac;:5es com a dinamica atmos­
ferica haviam cessado desde a decada de 70. Somente em meados da decada de 80 percebeu­
se que a diminuic;:ao poderia causar, indiretamente, alterac;:oes significativas deste gas nas 
medias e alias latitudes do hemisferio suI. Conjugar a variabilidade do ozonio estratosferico 
e a dinamica atmosferica em uma abordagem geogrMica e de fundamental importancia para 
desvendar sua genese e suas conseqiiencias para a sociedade. 
Portanto, arreditarnos que a abordagern alcanya um nivel geografico 
quando colocarnos a analise dos tipos de tempo ern seqUencia conti­
nua . Ernbora nas mais diferentes escalas de ternpo ou espayo - desde a 
analise cornparativa de varios anos tornados corno pad roes representa­
tivos da circulayao de um continente, nas variayoes sazonais dentro de 
urn ou alguns anos numa regiao, ate a analise epis6dica de um fenome­
no local - sera necessaria a continuidade da seqUencia. Por coerencia 
com a nOyaO de "sucess30" de que se reveste 0 carater geografico do 
c1ima . Porque s6 0 encadeamento dos cstados atmosfericos mostra os 
" tipos" esquematizados na analise meteorol6gica precedente, em suas 
perspectivas reais, revcstidos de suas infinitas gradayoes e facetas . 
Tambem e pela sucessao que se percebem as diferentes combinayoes 
dos elernentos c1imaticos entre si e suas relayoes corn os demais ele­
mentos do quadro geografico. Ea seqQ~ncia que conduz ao ritmo , e 0 
ritmo e a essencia da analise dinSmica (MONTEIRO, 1969, p. \3) . 
Neste contexto, as analises das variac;:5es da concentrac;:ao de ozonio estratosferico 
abservadas numa escaJa temporal diaria mostram 0 ritmo dessa variac;:ao, ou seja, 0 compor­
tamento do ozonio estratosferico. A sucessao dos estados atmosfericos demonstrando 0 
ritmo e sua durac;:ao, sao fatores essenciais, tanto no quadro atmosferico quanto na ac;:ao 
sabre os seres vivos, tornando importante a analise diaria da concentrac;:ao de ozonio. 
Assimsendo, com 0 apoio tecnol6gico a!ualmente disponlvel, procurou-se utilizar 0 
1> ~eito dasammac;:o-es-de-image'tlS diarias obtidas pelo instrumento TOMS (Total Ozone
,\oN\S Mapping Spectrometer), instalado no satelite Nimbus7. As analises da variabilidade temporo­
espacial do ozonio estratosferico nos meses de setembro, Olltllbro e novembro de 1979 a 
1992, na America do SuI e Antartida, foram realizadas num computador, at raves de software 
especifico, que realizoll a animac;:ao dessas imagens. As imagens foram dispostas de maneira 
seqiiencial, obedecendo a 11m intervalo temporal que permitisse ao olho humano a noc;:ao de 
Do Natural , do Social e de suas Interayoes : 
visoes geograficas 
movimento. Foi utilizado urn Formato de video AVI (Audio Video Interleaved), do software 
Corel Photo Paint, versao 8.0, contido no pacote Corel Draw. Este software, alem dos recur­
sos habituais de tratamento de imagens encontrados em outros softwares do genero, possui 
o recurso de montagem de arquivos de animac;:ao nos fonnatos GIF(Graphics Interface Format) 
animado, AVI, MOV (Quick Time Movie) e MPG (Animac;:ao MPEG); porem, somente 0 
Formato AVI permite compactac;:ao do arquivo final. Para montagem do arquivo, as imagens 
foram inseridas quadro a quadro. 0 Formato AVI ainda permite, em sua reprodllc;:ao, que 0 
IIsuario de pausa na execuc;:ao, avance quadro a qlladro ou mesmo retroceda a animac;:ao. 
Desta fomla, foram elaboradas 14 animac;:5es com 91 quadros cada, que possibilitaram obser­
var a variabilidade, ou seja, 0 ritmo da concentrac;:ao do ozonio estratosferico na America do 
SuI e Antartida. . 
A figura 4e urn exemplo de imagem do ozonio oblida pelo satelite Nimbus7rrOMS (04 
de novembro de 1983) utilizada nas animac;:6es. 
Figura 4 - Imagem do Ozonio (Nimbus7/TOMS) - Dia 4/110v/1983 
r·Jlrnbu!'.- ! ..ir·::;MS fe-hi OzonE' lor "k,,' -1. 1'~8J 
~.j:\ ~ ~~; j 
H U--ij ~ ~ U~ "".':! •.~·- :i . ~ ~ 0'j g ~ Od:-aon IJnlt":i 
Dcri: 1>,,,,/ <: 1'JI), u• .J ;.. 50C· UIJ IJ~-f(:/9t6 
Para exemplificar as relac;:oes entre 0 ozonio estratosferico e as condic;:5es 
meteorol6gicas na America do SuI [oram utilizadas imagens meteorol6gicas diari<ls do sate­
lite GOES e da concentraryao do ozonio (Earth ProbeffOMS), no periodo de II a 20 de 
outubro de 2000. As imagens meteorol6gicas disponiveis foram obtidas atraves do site do 
CPTEC (www.inpe.cptec.br) e as de concentrac;:ao de oz6nio, no site da NASNTOMS 
(j wocky. gsfc.nasa.gov) . 
As imagens da concentrac;:ao de ozonio representam 0 valor medio diario, portanto, 
ha sOll1ente IIl11a ill1agem para cada dia. Para relacionar as cOllcentrac;:iies de ozonio e os 
----- - ----- --
Lucia !-Ielena de 0 Gerardi e bndara Alves Mendes (arg.)1 4 
sistemas de pressiio, somente foi utilizada uma imagem meteorologica diaria disponivel. 
Tanto as imagens meteorologicas (projec;:ao hemisferica), como as da concentrac;:ao 
de ozonio (projec;:iio global) foram tratadas no software Corel Draw (versao 9), e inseridas 
lado a lado para a elaborac;:ao de 10 quadros di,hios (figura 5) . 
Figura 5 - Tratamento. Grafico das lmagens 
Meteorol6gicas e de Ozonio 
~YI " I"" ; 1(1111 (l}(lr . (\<1 1;-> :'I~.)II 
I 
I 
~ . ~ 
15110/2 000 \fl\ '\~ ~ 
o~ 
oobjetivo fundamental dessa associac;:1Io foi exemplificar a relaC;llo entre os sistemas 
de pressao e as variac;:5es diarias da concentrac;:ao do ozonio estratosferico, baseado nas 
Elaborado por: lara Regina Nocenlini Andre. 2001 
Do Nalural, do Social e de suas Inlera,oes: 
visocs geognifieas lS 
lrajetorias das massas de ar e das frentes lla America do SuI apreselltadas por MOllteiro 
(1%3) 
Analise do Comportamento da Camada de Ozonio 
As allimac;:5es das imagens diarias do ozonio estratosferico obtidas pelo TOMSI 
Nimbus7, foram uma tentativa de evidenciar 0 dinamismo desta variabilidade e sua qneda 
progressiva no decorrer dos anos. Este recurso foi de grande relevancia ja qne foram 
identificadas as areas geogrMicas mais freqiientes onde ocorreram ligac;:5es entre 0 ar 
estralosferico antartico (ar expulso com baixos valores na cOllcentrac;:ao do ozonio prol'elli­
ente do buraco da camada de ozonio) e 0 das medias latitudes. 
Foi possivel documentar a primeira interferencia do ar estratosferico antartico sobre 
a America do Sui , ocorrida entre I a 5 de novembro de 1983, com nma decada de antecedencia 
daqnela ocorrida no ana de 1993 (18 a 26 de olltubro), tao amplamente divulgada pela midia 
internacional. ) Eimportante ressaltar que a primavera de 1983 foi a primeira a registrar valores abaixo de 2tlOUD e, conforme a definic;:ao do buraco da camada de ozonio, pode-se afinnar que esse foi 0 primeiro ana em que 0 buraco efetivamente surgiu. Nesse ano, n1l0 honve nenhnlll alerta sobre 0 fenomeno, ja que 0 primeiro alerta somenle ocorreria em 1985. 
De acordo com as analises feilas, pode-se perceQer qne quanto maior a latitnde maior 
sera a variabilidade 0 ozonio estratosferico. Na primavera do periodo de 1979 a 1992, ocorren 
uma oscilac;:ao nos valores do ozonio estratosferico entre 20 0 e 40oS, e somente as ahas 
\ L:ti!ud('c do Hemi~rerio Sui estiveralll sob a atnac;:ao da rednc;:iio da c<JIHada de ozollio. 
I 
As animac;:5es 1Il0straram que a concentrac;:ao do oz6nio possui caracteristicas distin­
tas na sua distribuic;:ao geogralica, tornando evidente qne quanta maior a latitnde_ maior sua 
v<lriabilidade 
A expansao vertical da atmosfera inllnencia na distribuic;:ao da concelltrac;:ao do ozo­
nio. Assim, deve-se tmtar de forma diferenciada <IS variac;:5es dil concentrac;:iio do ozonio nas 
baixas e alias latitudes da America do SuI. 
Ontra observac;:ao importante eslel'e relacionada aCordilheira dos Andes que, sn­
postalllente, serve como barreira geogralica na dispersiio do ozonio estmtosfcrico nas mcdi­
as e <llias latiludcs da America do SuI. As elevadas altitudes das grandes cadeias 1II01l1<lllho­
S<lS podelll innuenciar na troca de massas de ar da estmtosfera e troposfera, atravcs das 
quebras na tropopausa. 
As observac;:5es realizadas atraves das imagens meteorologicas e da concentrac;:iio 
do ozonio lllostraram que os sistemas atmosfericos encontrados nas altas latitndes d<l Amc­
rica do Snl apresenlaram significativas relac;:5es nas variac;:5es diarias do ozonio estratosferico. 
A figura 6 lllostra um dos 10 qlladros elaborados para a analise da din3mica atmosrerica e do 
ozollio, e deslaca as relac;:Cles Illais expressivas dos sistcmas de pressao e da concelltr;lc;:ilo 
do ozonio que ocorreralll lIa America do Sui no dia 20 de olltllbro de 2000. 
36 37 Luc ia Helena de 0 Gerardi e landara Alves Mendes (org.) 
Figura 6 - Rela~oes Entre a Dinamica Atmosferica 
e 0 Ozonio (20/10/2000) 
GOES-SIR OzOnlo Tolal - EPfTOMS 
INPE/DSA NASAlGSFC 
15:00Z n ...•;'1 .­ lUI 
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UrillldtU.~(\JO) 
Do Nalural, do Social e de suas lnlera,oes: 
visoes geogrilfi cas 
Esla figura exemplifica 0 aval\(;:o de massas de ar com baixos valores de ozonio sc­
guindo em direyao aAmerica do SuI, provenientes do bmaco da camada de ozonio e os 
valores mais altos de ozonio correspondendo as areas de baixa pressao. 
Conclusoes 
Nao h~ duvida que a dimilllliyao do ozonio estratosferico na Antartida provoca alte­
rayoes lIa concelltrayao dessc gas nas altas e medias latitudes do Hemisferio SuI. especial­
menle na America do SuI. 
A reduyao progressiva da concelilrayao deste gas no periodo da primavera no con­
tillcnle antartico e UIII serio risco. Acamada de ozonio servecolllo filtro da radiayao ullraviolcla 
nociva aos seres vivos e os impactos dessa redllyao ja sao selliidos em areas lwbiladas em 
latitudes lIIais altas. Varias especies de animais e vegetais sao comprometidos a cada ano 
devido ao efeilo cumulativo dessa radiay30_ Cr:>V_I"" 
A contenyao do lanyamento de prodlltOS qllilllicos artifi ciais na almosferaque I" ,,-,1<1 
potencializam a redllyao da camada de ozonio vem sendo realizada nas {Iltimas decadas, 
porem 0 cicio natural dc forma~ao e destruiyao deste gas csla ligado aos CVCJltos natllrllis, 
COIIIO crnp~oes vulctlnicas e ativid(1de solar: porlanto nao se pode afinnar qnc sOl1lentc as 
clllissoes de COlllpoStoS Clllimicos artificiais s50 respons<lvcis por tal rcdu~flo . 'Ialvez 0 
aumento dc entp~ocs vulcanicas e da atividade solar, mais intcnsas nos {lltimos anos, pos­
sam estar potencializando 0 processo de reduyao da camada de ozonio sobre a Anlartida e 
que, na realidade, 0cicio atnallllente revelado seja apenas uma repetiyao de ciclos nnteriores. 
Um fenomeno que ate cntao havia side alvo de estudos de meleorologislas, gcofisicos 
e quimicos e que, apesar de ter sua formayao na estratosfera, leoricamente longe da inlluen­
cia do relevo e dos elementos climaticos da troposfera , lorna-se agora alvo dc cslndos C01l1 
abordagclll geogrMica . A re(1lizayao de outras pesquisas sobrc a variabilidadc da camada dc 
ozonio utili zando os conceitos da Climatologia GeograI1ca Brasileira possibilitara revelar sell 
ritmo, sem deixar de considerar as possi ve is causas para tal reduyao, C0ll10 0 usa 
indiscriminado de compostos quimicos artificiais laJlyados pelas industrias, 0 processo 
evoilitivo da atmosfera planetaria e os efeitos nocivos aos seres vivos. Os estudos geogni­
ficos COlli ellfoques diversos sao fundamentais para sc desvendar todas as rel aC;:6es qlle 
ilillucnciam no comportal1lento do ozonio estralosferico e os processos pel os quais a <l lllal 
atmosfera evoluiu e continua a cvoillir. 
38 
39 
Lucia I !elena de O. Gerardi e landara Alves Mendes (org.) 
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Recebido e111 outubro de 200 I. 
Aceito em novembro de 200 I . 
TRABALHO CONCRETO, TRABALHO ABSTRATO - REPRODUCAO 
DO CAMPESINATO SERGIPANO I 
[delli Terezinha A N7 0NELI-O' 
Resumo 
o presente estudo dircciona seu foco de analise para a logica interna da unidade de pradul'ao campo­
nesa para trazer a tona a especilicidade do trabalh, coletivo familiar para aclarar sob que fonnas se apresenta 
a Irabalho ao gropo familiar, interna e e~1ernamellte as unidades de produl'ao agricolas loealizadas 110 agro do 
estado de Sergipe (Brasil). Isto e, na busea da reprodul'iio social do gropo dom.stico seus integrantes ulilizam as 
duas formas de Irabalho: a trabalho concreto no interior da unidade de produl'ao camponesa e a trabalho 
abstrato no mercado de Irabal!lO raral. 
Palavl'as- chave: trabalho concreto, trabalho abstrato , campesinato . 
Resume 
Travail concret, travail abstrat - Reprocducion du paysan sergipano 
Le present essai est une rCllexion sur logique interne de ['exploitalion familiale agricole. Avec 
I'objeetif eelairer COl11l11e Ie travail se presenter au grupo domestique dans et dehors des I' exploitation agricole 
loealiser dans I'acre de l'Etat - Sergipc (Bresil). C'est-a-dire, Ie tra vail se presenter au grope dornestique sur la 
forme du travail concret dans intcrieur de I'unidad production agricole et sur la forme abstrait dans march'; de 
tra vail rural. Ces formes ensemble permellent la reproduction sociale des paysans. 
Monts-eles: travail concret, travail abstrait, paysan. 
I 0 presente artigo cOII!'titui-sc em uma parle da analise dcsenvolvida na tese de doutorado da aulora . intitulada 
A Metamorfose do Trabalho e a Muta~ao do Campe.inoto (1999). 
1 Doulora em Gcografia e professor<t \'isilante do Curso de P6s·Graduac;ao em Geografia da Uni\'crsidade fed eral de Sergipe, 
e·mail: idclli@uf<; ,\H 
GEOGRAFIA , Rio Claro, Vol. 27(1) : ,H-C.3, ~briI2002.

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