Buscar

Direito Penal IV - 1Bimestre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL IV
RODRIGO AMBRÓSIO
(Arts. 213 a 365 C.P.)
Pegadinha: Pode haver roubo sem violência ou grave ameaça, pelo fato de que utilizar-se de remédio para que a vítima adormeça, roubando-a depois, tal como o conhecido “boa noite, cinderela”, configura como roubo, art. 157.
Entendimentos STF
- A embriaguez por si só se gerar morte no transito, não configura dolo eventual, o sujeito responderá pelo art. 302 do CTB. Só configurará dolo eventual se houver outra ocorrência de perigo, como exemplo, alta velocidade, ultrapassagem de sinal vermelho. 
- No aborto necessário em que está em risco a vida da mãe e da criança, o STF decidiu que seja salva a vida da mãe, pelo fato de ela ser autônoma, e não secundária, como a da criança, que depende de alguém para sobreviver. O aborto sentimental (vítima de estupro) precisa de decisão judicial. O aborto de anencefálicos, a anencefalia precisa ser total, ou seja, quando a criança não tem todo o cérebro, ou o mesmo não faz ligação com a coluna vertebral.
- Crime patrimonial. O STF decidiu que o furto ou roubo estará consumado com a apreensão da coisa do bem, ou seja, não precisa ter a posse mansa e pacífica, basta ter a posse. 
- Agora, não exige mais o arquivamento implícito no inquérito policial.
- 08 de fevereiro de 2013 -
- Legislação antes da Lei 12015/09 (crimes sexuais)
- Estupro: relação sexual do homem para com a mulher de maneira forçada. Relação forçada, obrigada, coagida, tão somente relação sexual (conjunção carnal), não sendo isso, será atentado violento ao pudor. Art. 213
- Atentado violento ao pudor: constranger qualquer pessoa a praticar ato libidinoso contraria a conjunção carnal. No estupro, só o homem podia ser o sujeito ativo e a mulher a vítima.
Art. 214 – Ter ato libidinoso diverso da conjunção carnal
- O art. 224 era a presunção de violência, que era a relação sexual ou ato libidinoso com menores. Se a menor dissesse que não havia sido forçado, não haveria crime. A ação penal nesses crimes era privada. O legislador juntou os dois crimes em um só, não tendo abolitio criminis. 
Crimes Contra A Dignidade Sexual
Art. 213: Estupro
Para ter crime de estupro é necessário ter violência ou grave ameaça (promessa de mau futuro), e antigamente, poderia ser presumida, no entanto, essa presunção de violência foi transformada em um tipo penal. Portando, hoje a violência só pode ser física.
A violência ou grave ameaça deve ser empregada antes ou durante o ato, não pode ser depois (síndrome da mulher de Potifar), mulher que falsamente diz que foi vítima de estupro.
Hoje, qualquer pessoa pode ser vítima de estupro (homem ou mulher). Conjunção carnal é apenas a introdução do pênis na vagina, não precisa ser total, pode ser parcial, não tem tempo de configuração, não precisa de ejaculação, não precisa estar sem camisinha. (1ª figura)
Ato libidinoso: Qualquer ato diverso de conjunção carnal, que satisfaça o desejo sexual da pessoa é considerado ato libidinoso. (2ª figura)
Problema prático: se o Tício pega a Ambrosina e tem relação sexual com ela e sexo anal.
1º posicionamento: responde apenas o 1º crime de estupro, já que houve a função de 2 condutas, mas somente 1 é figura típica.
2º posicionamento: responde por dois crimes de estupro, pois são duas condutas distintas.
Prevalece o 1º posicionamento.
- Objetividade jurídica: dignidade sexual, a escolha do parceiro (a), a integridade física e a vida.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: em relação ao sexo pode ser tanto homem quanto mulher;
Obs.: mesmo que a pessoa não ofereça resistência física contra o estupro, não desconfigura o crime. Marido pode praticar estupro contra a esposa.
Sem consentimento:
Se a vítima for menor de 14 anos, a configuração típica é o art. 217-A. Se a vítima tiver entre 14 e 18 anos, art. 213 c/c 226, com o aumento de pena e a ação pública incondicionada. Caso a vítima seja maior de 18 anos, art. 213, ação penal pública condicionada à representação.
Com consentimento:
Para o menor de 14 anos, o consentimento é irrelevante, é estupro de vulnerável, art. 217-A. Entre 14 e 18 anos, não é conduta típica, não configura crime. Acima de 18 anos, também não há crime, conduta atípica. O consentimento deve ser livre e espontâneo, não pode haver nenhum tipo de limitação. Não pode existir vicio de consentimento.
- Tentativa: crime material cabe tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo
- Ação penal: em regra, ação penal pública condicionada a representação; se houver lesão grave, morte ou for menor de 18 anos, a ação penal é pública incondicionada; havendo lesão leve, há o problema prático (súmula 608 STF), ação penal pública incondicionada.
- 15 de fevereiro de 2013 – 
ART. 234-B: OS PROCESSOS EM QUE SE APURAM CRIMES DEFINIDOS NESTE TÍTULO CORRERÃO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. (A partir do Art. 213 C.P., mesmo que a vítima seja maior de idade.)
Art. 213: estupro (continuação)
- Formas qualificadas:
 §1º: a vítima ficará com lesão corporal grave; (Ação penal pública incondicionada)
 §2º: a vítima vem a morrer. (Ação penal pública incondicionada)
No estupro somente será ação penal publica incondicionada quando for estupro de vulnerável ou menor de 14 anos.
Obs.2: essas duas formas são incompatíveis com a tentativa; não acontece o parágrafo 1º ou 2º na forma tentada, caso haja o dolo e a tentativa da morte, será o art. 213 consumado c/c o art. 69, concurso material de crimes. 
Art. 215: violência sexual mediante fraude
Fraude: falsa noção da realidade.
- Entendimento: ter conjunção carnal ou ato libidinoso com alguém, mediante fraude, falsa noção da realidade. 
Obs.: vítima o qualifica o art. 215, mas o art. 217-A, estupro de vulnerável, pelo fato de que a vítima não oferece capacidade de resistência.
- Objetividade: a dignidade sexual, liberdade sexual;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: qualquer pessoa;
- Consumação: com a conjunção carnal ou com a prática do ato libidinoso;
- Tentativa: é possível a tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública condicionada a representação, em regra, tendo a vítima entre 14 a 18, ação penal pública incondicionada);
ART. 216 - REVOGADO
Art. 216-A: Assédio sexual
- Entendimento: constranger, obter favorecimento sexual (podendo ser a conjunção carnal, o ato libidinoso), prevalecendo o agente da sua condição superior, inerentes ao exercício de cargo, emprego ou função. O ato precisa ser praticado dentro das dependências da empresa, ou fora das dependências, mas que estejam a trabalho e configurada a relação de superior com o outro. Crime formal aplica-se com a simples tentativa, independente se consegue ou não o favorecimento sexual.
- Objetividade: a dignidade sexual, liberdade sexual;
- Sujeito ativo: superior hierárquico;
- Sujeito passivo: inferior hierárquico;
- Consumação: parte da doutrina diz ser este um crime habitual, tendo que haver a habitualidade da prática, não cabendo tentativa; contudo, a doutrina majoritária aplica este como um crime formal, onde se configura com o simples constrangimento, não precisando obter o favorecimento sexual.
Este crime não se encaixa na relação professor com o aluno.
- Tentativa: adotando a doutrina majoritária, crime formal, caberá tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública condicionada à representação, se a vítima for menor de 18 anos, a ação é pública incondicionada e a pena ainda será aumentada em 1/3.
Art. 217-A: Estupro de vulnerável
Obs.: qualquer menor de 14 anos configura o estupro de vulnerável.
- Entendimento: menores de 14 anos, deficientes físicos, não discernimento, ou qualquer que não possa oferecer resistência, são pessoas extremamente vulneráveis, sendo irrelevante o consentimento, qualquer tipo de conjunção carnal ou ato libidinoso com menor de 14 anos, é configura o 217-A, presumindo a violência. Obs. 1: art. 8069/90. Obs. 2: mesmo que se casem, não extingue a punibilidade. 
- Hipóteses: quando o estupro se dá a uma pessoa que está dormindo, bêbada, configura o 217-A.Não somente a conjunção carnal configura este crime, mas também a carícia, ou qualquer ato libidinoso, também o sexo anal. 
- Formas qualificadas: quando a pessoa não tem discernimento suficiente para ter relações sexuais, como deficientes; quando resulta em lesão corporal grave, essas lesões corporais de natureza preterdolosas; se resulta morte, sendo a morte também por culpa. Caso, após ter a conjunção carnal, o sujeito ativo bate na vítima ou mata a mesma, não configura a qualificadora, e sim, 217-A c/c 129 ou 217-A c/c 121.
- Objetividade: dignidade sexual, liberdade sexual de pessoas vulneráveis;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Obs.: autoria mediata, quando uma pessoa, utilizando da falta de discernimento de outra, a convence por algum motivo a estuprar a alguém.
- Sujeito passivo: qualquer pessoa sem discernimento suficiente para tal ato sexual, menor de 14 anos, deficiente mental;
- Consumação: com a prática da conjunção carnal ou do ato libidinoso (o fato de somente alisar já configura);
- Tentativa: cabe tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: penal pública incondicionada.
Art. 218: Corrupção de menores
- Entendimento: induzir menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem;
- Objetividade: dignidade sexual, liberdade sexual do menor de 14 anos;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: menor de 14 anos;
- Consumação: com a simples indução, não necessitando a consumação do ato libidinoso, só de ter convencido o menor, já consuma o crime;
Erro de tipo: a) essencial
 - Escusável: exclui a culpa;
 - Inescusável: não exclui a culpa.
 b) acidental
- Tentativa: cabe;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Pratica crime, art. 227 CP, aquele que induz, convence maior de 18 anos a satisfazer lascívia de outrem, e pratica o crime do art. 227, ∫1º, aquele que induz o menor de 18 anos e maior de 14 a satisfazer a lascívia de outrem
Lei. 8069/90 – Estatuto da criança e do adolescente: arts. 228 a 
- 22 de fevereiro de 2013 -
Art. 218-A: Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
- Entendimento: praticar, na presença de um menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar conjunção carnal ou ato libidinoso para a própria satisfação ou a lascívia de outrem;
- Configuração: o crime está configurado com a presença do menor durante a prática da relação sexual, configurando também quando o menor presencia a conjunção carnal mesmo que por meio de filmes;
- Objetividade: a dignidade sexual e a perfeita formação da criança e do adolescente;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: menor de 14 anos;
- Consumação: o crime está consumado ou com a prática do ato perante o menor de 14 anos ou com a simples indução do mesmo para que assista a outro durante mesma prática;
- Tentativa: cabe tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 218-B: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável
Obs.: existem apenas três formas em que a prostituição envolve figura penal, são: quando se há o local para exercer o mesmo, uma casa de prostituição; quando se tem lucro sobre prostituição alheia, “cafetão”; ou quando alguém induz ou atrai alguém a prostituição, ou dificulta que o mesmo abandone a prostituição.
- Entendimento: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos, ou que, por enfermidade ou deficiência mental, que não tem o discernimento necessário para a prática do ato, facilita-la, ou impedir ou dificultar que a abandone;
- Configuração: induzir, atrair ou submeter o incapaz a prostituição, quando se consegue convencer o menor à prostituição, o menor estará disponível para o mesmo, não necessitando atender nenhum cliente para configurar o crime; em segunda situação, se dá quando o menor já está na prostituição e se impede ou dificulta o abandono da função, seja exigindo dívida, confiscando documentos;
 - Objetividade: dignidade sexual, formação sexual do menor ou do vulnerável, a moralidade pública, pelo fato de que, em regra, a prostituição atinge a moralidade pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o menor de 18 anos e também os vulneráveis;
- Consumação: com o simples convencimento, sem a necessidade de que atenda o cliente, só por já ter se disponibilizado para tal ato, e em segunda figura, qualquer ato que impeça de que o mesmo abandone a prostituição;
- Tentativa: sim, mesmo que com difícil configuração pratica;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada;
	
	Sem consentimento
	Com consentimento
	Com consentimento na prostituição
	Menor de 14 anos
	Art. 217-A
	Art. 217-A
	Art. 217-A
	Entre 14 e 18 anos
	Art. 213 §1º
	Atípico
	Art. 218-B §1º, I
	Maior de 18 anos
	Art. 213
	Atípico 
	Atípico
Art. 225: Ação Penal
 A ação penal para os crimes deste título é condicionada a representação, contudo, para os crimes deste título que envolvem vulneráveis a ação penal é pública incondicionada.
Art. 226: Aumento de pena (213 ao 218-B)
	A pena é aumentada:
I – de quarta parte, se o crime é cometido em com o concurso de 2 ou mais pessoas;
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, tio, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor, ou empregador da vítima ou qualquer outro título de autoridade sobre a pessoa.
Art. 234-A: Aumento de pena (213 ao 234)
Art. 227: Mediação para servir a lascívia de outrem
- Entendimento: semelhante ao art. 218, contudo, este crime trata dos maiores de 14 anos, sendo o §1º específico para os maiores de 14 anos e menores de 18 anos;
- Configuração: o crime está configurado o crime com o simples convencimento, não precisa que seja satisfeita a lascívia de tal, configura crime também, pelo falo de ser um incentivo a prostituição;
- Objetividade: dignidade sexual;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: no caput, qualquer maior de 18 anos, no §1º, entre 14 e 18 anos;
- Consumação: o crime está configurado analisado ao convencimento, o resultado é o convencimento, sem necessitar que aconteça a conjunção carnal; havendo duas doutrinas, a do crime material e o do crime formal, sendo material, configura com o convencimento, sendo formal, configura com a conjunção carnal;
- Tentativa: cabe tentativa, podendo ser de difícil configuração prática;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 228: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
- Entendimento: Atrair ou impedir maiores de 18 anos para a prostituição;
- Objetividade: a dignidade sexual, o moralismo público;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: qualquer pessoa acima de 18 anos, caso seja menor, será o art. 218-B;
- Consumação: a pessoa tem que estar disponível para a prostituição, na 1ª figura; para a 2ª figura, estará consumado ao dificultar a saída da prostituição;
- Tentativa: cabe tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 229: Casa de prostituição
- Entendimento: manter por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra a exploração sexual;
- Objetividade: dignidade sexual, a moralidade pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: sociedade, a coletividade;
- Consumação: para configurar, tem de haver a prática habitual; 
Obs.: caso alguém precise de dinheiro e por um dia utilize o seu apartamento como uma casa de prostituição, não configura o art. 229, deve haver o crime habitual para a configuração; assim como quando uma pessoa constrói um ambiente para tal e na hora de inaugurar ou um final de semana após a inauguração, ainda não configura o 229, pelo fato de não ter a habitualidade;
- Tentativa: não cabe tentativa, em virtude de não haver tentativa para crimes habituais;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 230:Rufianismo.
- Entendimento: tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente dos seus lucros (rufianismo ativo) ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça (rufianismo passivo, sustentar outra pessoa com o dinheiro da prostituição);
Obs.: mãe que sustenta o filho menor por meio da prostituição, não enquadra o rufianismo, deve haver o dolo do terceiro de explorar a vítima para que configure o crime;
- Objetividade: tutela a moralidade pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade;
- Consumação: só existe o crime se houver habitualidade na sua conduta;
- Tentativa: não cabe tentativa em crime habitual;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada;
(Teoria da cegueira deliberada).
Não cabe tentativa nos crimes habituais, contravenções penais, crimes preterdolosos, crimes culposos, crimes unissubsitentes (crimes omissivos próprios e crimes de mera conduta), em crimes com dolo eventual, e crimes de atentado ou de empreendimento.
Art. 231: Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual.
- Entendimento: quando se remete uma pessoa para outro país com o especial fim para a prática da prostituição, e trazer ao Brasil também, contudo deve haver a intenção da exploração sexual; 
Deve haver o dolo específico de exploração sexual, o consentimento da vítima não exclui o crime, é de caráter indisponível.
- Objetividade: a moralidade pública, a dignidade da pessoa humana;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade pública, qualquer pessoa;
- Consumação: o crime está consumado quando o sujeito ativo facilita a entrada ou a saída da vítima com o fim da prostituição; prevalece o entendimento de que o crime está consumado no momento da promoção, facilitação, independentemente da vítima sair do Brasil, ou nele entrar, e muito menos estar disponível para a prostituição, contudo, há uma ressalva, de que este entendimento não é pacífico, versa controvérsia nas doutrinas e na jurisprudência;
- Tentativa: sim;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada;
Art. 231-A: Tráfico interno de pessoas para fim de exploração sexual.
- Entendimento: quando se remete a outro local, dentro do território nacional, para fim de exploração sexual, contudo, de um município para o outro, dentro de uma região metropolitana, não configura tal crime;
- Objetividade: a moralidade pública, a dignidade da pessoa humana;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade, qualquer pessoa;
- Consumação: o crime está consumado quando o sujeito ativo facilita a entrada ou a saída da vítima com o fim da prostituição; prevalece o entendimento de que o crime está consumado no momento da promoção, facilitação, independentemente da vítima sair do Estado, ou nele entrar, e muito menos estar disponível para a prostituição, contudo, há uma ressalva, de que este entendimento não é pacífico, versa controvérsia nas doutrinas e na jurisprudência;
- Tentativa: cabe tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada;
ENTENDIMENTO DO STF: O PAI QUER CONTRATAR UMA PROSTITUTA PARA O FILHO DE 13 ANOS, TEM O CONSENTIMENTO DA MÃE, CONSEGUE O TELEFONE DE AMBROSINA COM O IRMÃO, E A MESMA TEM A CONJUNÇÃO CARNAL COM A CRIANÇA. AMBROSINA COMETE O ART. 217-A, O PAI É AUTOR DO 217-A, O IRMÃO E A MÃE SÃO PARTÍCIPES DO 217-A, TENDO A PENA DIMINUIDA DE 1/6 A 1/3.
Houve abolitio criminis quanto ao art. 214, teve a conduta e foi designada ao art. 213 CP.
Art. 233: Ato obsceno.
- Entendimento: este é um crime em que há uma mudança constante, independente disso, este crime é um padrão de moralidade, assim como toda a sociedade tem este padrão, o mesmo é violado, através do ato obsceno, sendo qualquer ato que atinja o pudor público; configurando com o ato de urinar na rua, andar despido pelas ruas, a relação sexual em praia ou água; configura crime de ato obsceno quando um casal tem relação sexual em seu apartamento que deixa exposto ao público; muitos doutrinadores adotam a ideia de que não há crime quando o ato não fora visto por ninguém, pelo fato de não atingir o pudor público, apesar de o artigo descrever só o simples fato, sem a necessidade de que outros vejam;
- Objetividade: o pudor público; moralidade pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade;
- Consumação: com a prática do ato, 
- Tentativa: não há tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 234: Escrito ou objeto obsceno.
- Entendimento: este artigo não está em harmonia com a sociedade nos dias de hoje, está em vigor, porém, não se aplica, devido a evolução da sociedade; 
- Objetividade: o pudor público; moralidade pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade, qualquer pessoa;
- Consumação: com a prática do ato;
- Tentativa: não há tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 234 – A: Aumento de pena:
VETADO;
VETADO
De metade, se o crime resultar gravidez;
De um sexto ate metade se o autor do crime transmitir doença sexual que sabe ou deveria saber.
Art. 234 – B: Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
Art. 235: Bigamia. 
- Entendimento: contrair alguém, sendo casado, novo casamento; a bigamia só inclui casamento e casamento, se houver união estável e casamento, não há bigamia. A cada novo casamento, após casado, entende-se como um novo crime; 
 §1º: Aquele que contrai casamento com outro, sabendo que este já é casado, comete crime, com pena de reclusão de um a três anos;
 §2º: Anulado o casamento, o primeiro ou segundo, não comente crime, contudo, só a anulação, o divórcio não extingue punição;
Obs.: A contagem prescricional do crime de bigamia é uma exceção a regra, em que a regra é a de a prescrição começar a partir da data do fato, porém a prescrição da bigamia só começa a contar da data em que a autoridade pública toma conhecimento; Art. 111, IV CP.
- Objetividade: tutela o casamento;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa casada;
- Sujeito passivo: a sociedade; qualquer pessoa sem o conhecimento de tal fato;
- Consumação: quando contrai o segundo casamento com a manifestação da vontade, podendo ser na hora do “sim” ou quando se assina o contrato de casamento;
- Tentativa: cabe a tentativa, mas há a divergência de quando consta a tentativa, uns se posicionam pelo simples fato de marcar, de agendar o casamento no cartório, outros entendem este como atos preparativos, e só a interrupção da cerimônia configura a tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 236: Induzimento ao erro essencial e condução de impedimento.
Obs.: Único artigo de Ação Penal Privada Personalíssima, somente a pessoa poderá promover a ação, caso a vítima venha a morrer, não cabe aos descendentes, ascendentes propor a ação.
- Entendimento: contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior; Art. 1557 C.C.: descreve o erro essencial, tal como a impotência coeundi para cópula configura erro essencial, mas a impotência generandi, para gerar filhos, não configura erro essencial;
Art. 1557 C.C.: Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
 I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.- Objetividade: a perfeita formação da família;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o cônjuge que se sentir ofendido;
- Consumação: com o casamento;
- Tentativa: não cabe tentativa;
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: Privada Personalíssima (único crime do CP que a Ação Penal é Privada Personalíssima).
Art. 237: Conhecimento prévio de impedimento.
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
- Entendimento: contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade absoluta;
- Objetividade: a perfeita formação da família e o interesse do Estado nesta perfeita formação;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o sujeito enganado e o Estado;
- Consumação: com o casamento;
- Tentativa: é possível tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 238: Simulação de autoridade para celebração de casamento.
- Entendimento: o autor do crime não visa à vantagem patrimonial, 
- Objetividade: o casamento, a perfeita formação do casamento;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o Estado e os enganados;
- Consumação: com a pratica do primeiro ato que o juiz de paz verdadeiro faria;
- Tentativa: é possível a tentativa, mesmo que há a divergência na doutrina;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 239: Simulação de Casamento. 
- Entendimento: simular casamento mediante engano de outra pessoa; se antes da cerimônia a vítima descobre a simulação, não configura o crime;
- Objetividade: o casamento;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o Estado e o nubente enganado;
- Consumação: com a realização da cerimônia;
- Tentativa: iniciou a cerimônia, está em tentativa, somente quando há o fim da cerimônia que o crime está configurado, durante a cerimônia ainda será a tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Obs.: art. 215 CP, ter conjunção carnal ou ato libidinoso por meio de fraude, com isso, se o noivo simula um casamento somente para ter a conjunção carnal com a noiva, configura o art. 215 e não o art. 239.
Art. 240: Adultério. REVOGADO APENAS NA ESFERA CRIMINAL, mas ainda existe na esfera cível trazendo sanções ao cônjuge adultero. 
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
Art. 241: Registro de Nascimento inexistente.
- Entendimento: promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente; havendo benefício patrimonial, pode configurar TAMBÉM estelionato, portanto, do momento em que há o registro de nascimento inexistente já configura o art. 241, não prevendo o fim para tal;
- Objetividade: tutela os registros públicos de filiação;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o Estado;
- Consumação: com a inscrição, com a realização do registro;
- Tentativa: possível; tal como tentar o registro, mas o funcionário não acredita;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 242: Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido.
- Entendimento: dar parto alheio como próprio; registrar como seu filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil; o caput deste artigo apresenta 3 crimes distintos;
§ único: se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza; contudo ainda sim é crime, só diminui a pena, mas configura crime;
- Objetividade: tutela o Estado de Filiação, é um direito de personalidade da criança;
Obs.: a prescrição só começa a contar a partir do conhecimento da autoridade pública.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa, contudo, na figura de dar parto alheio como próprio, somente a mãe pode ser sujeito ativo dessa hipótese;
- Sujeito passivo: a criança e o Estado de Filiação;
- Consumação: com a prática dos verbos;
- Tentativa: é possível a tentativa;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 243: Sonegação de Estado de Filiação.
- Entendimento: Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil; não é crime de abandono, pelo fato de a criança não ter sido exposta a perigo, a pessoa vigia de longe, somente comete o crime no art. 243 por estar ocultando a filiação;
- Objetividade: o Estado de Filiação da criança;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a criança e o Estado;
- Consumação: no momento de entrega da criança sem a filiação, portanto, se a criança estiver exposta a perigo, configura o abandono de incapaz ou recém-nascido;
- Tentativa: não cabe;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
DOS CRIMES CONTRA A ASSITÊNCIA FAMILIAR
Art. 244: Abandono material.
Art. 229 CF: os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
- Entendimento: crime omissivo de deixar de prestar assistência, aplicado entre os cônjuges, os descendentes e os ascendentes, sem justa causa, quando se tem condições de ajudar, mas deixa de ajudar; inclui nestes os filhos menores de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 anos, não lhes proporcionando os recursos necessários (não tem o objetivo de manter o padrão de vida) ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada (o sujeito pode ser preso civilmente para coagir o pagamento, mas também há o fato típico); deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo (independentemente da idade);
§ único: nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada;
 - Objetividade: tutela o dever de mútua assistência aos familiares;
- Sujeito ativo e passivo: crime bipróprio, em o sujeito ativo está ligado ao sujeito passivo, quando o sujeito passivo for o filho, o sujeito ativo será o filho, no caso de descendentes; 
- Consumação: omissivo, quando se deixa de pagar a pensão ou prestar assistência;
- Tentativa: não cabe tentativa em crime omissivo;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 245: Entrega de filho menor a pessoa inidônea.
- Entendimento: Entregar filho menor de 18 anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral o materialmente em perigo; tal como deixar o filho na companhia de um traficante, há uma corrente doutrinária, que traz o entendimento de que este tipo penal deveria valer somente até os 14 anos, fazendo analogia ao E.C.A.;
- Objetividade: o menor de 18 anos;
- Sujeito ativo: os pais ou responsáveis;
- Sujeito passivo: os filhos, o menor de 18 anos;
- Consumação: na hora da entrega do menor, sem a necessidade de ser exposto a perigo ou apresentar a mudança de comportamento, sendo comprovado de que o mesmo ficaria exposto a perigo;
- Tentativa: é possível;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 246: Abandono intelectual.
- Entendimento: Deixar, sem justa causa, de prover à instituição primária (dos 6 aos 14 anos, ensino fundamental) de filho em idade escolar; contudo,somente sem justa causa, quando não há vaga em escolas próximas, ou algo do tipo; Pode configurar abandono intelectual quando se tranca a matrícula da criança para ensina-la em casa; Configura o crime, o pai que coloca o filho para trabalhar por necessidade financeira, ao invés de coloca-lo para estudar;
- Objetividade: a instrução intelectual da criança, a formação escolar da criança;
- Sujeito ativo: os pais ou responsáveis;
- Sujeito passivo: a criança;
- Consumação: crime omissivo, quando se deixa de prover a instituição, seja não matriculando, não conduzindo à escola;
- Tentativa: não cabe tentativa em crime omissivo;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada;
Art. 247: Permitir alguém que menor de 18 anos, sujeito a seu poder ou confinado à sua guarda ou vigilância:
I – frequente casa de jogo ou mal afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; (previsto no ECA, não mais configura mais este inciso)
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública;
- Entendimento: 
- Objetividade: formação moral e intelectual do menor de 18 anos;
- Sujeito ativo: os pais ou responsáveis;
- Sujeito passivo: o menor de 18 anos;
- Consumação: com o ato de permissão, permissão oferecida, dada;
- Tentativa: possível;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação Penal: pública incondicionada;
DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA, CURATELA
Art. 248: Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes.
- Entendimento: Induzir menor de 18 anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito; ou deixar, sem justa causa, de entrega-lo a quem legitimamente o reclame.
- Objetividade: tutela sobre o poder familiar, a tutela e a curatela;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o titular do poder familiar, da tutela ou da curatela;
- Consumação: na 1ª conduta estará consumado com a fuga do menor ou do interdito, na 2ª conduta com a entrega do menor à pessoa, e a 3ª com a negação ou resistência de restituir;
- Tentativa: somente na 1ª e na 2ª conduta; a 3ª conduta é omissiva;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 249: Subtração de incapazes.
- Entendimento: subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial;
Obs.: caso a subtração tenha fim patrimonial não será subtração de incapaz, mas extorsão mediante sequestro; quando o agente subtrai o menor para enclausura-lo, priva-lo da liberdade, não configura o art. 249, mas o sequestro; este artigo configura para o agente o qual deseja ter o mesmo sob sua guarda;
- Objetividade: tutela o poder familiar, o pátrio poder, a tutela, a curatela;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: o tutor ou curador; 
- Consumação: com a retirada da pessoa, afasta do titular de tutela ou curatela;
- Tentativa: possível;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada;
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Art. 286: Incitar ao crime.
- Entendimento: incitar, publicamente, a prática do crime; estímulo à prática do crime; deve haver pelo menos três pessoas em local público ou particular com acesso ao público;
- Objetividade: a paz pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade;
- Consumação: com a incitação, não há a necessidade da prática do crime, só o estímulo para a prática do crime já configura;
- Tentativa: somente na forma escrita;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Art. 287: Apologia de crime ou criminoso.
- Entendimento: fazer publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime; enaltecimento do crime ou do criminoso, vangloriar;
- Objetividade: a paz pública;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa;
- Sujeito passivo: a sociedade;
- Consumação: com o enaltecimento do crime ou do criminoso;
- Tentativa: possível somente na forma escrita;
- Tipo subjetivo: dolo;
- Ação penal: pública incondicionada.
Lei 9.034/95: Dispõe sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas.
Lei 8.072/90: Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, XLIII, CF, e determina outras providências. 
Lei 11.343/06: Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outra providências.
Quando o crime for hediondo, previsto na Lei 8.072/90, e o mesmo utilizar-se de quadrilha, irá configurar o art. 8º da Lei de Crimes Hediondos, enquanto aquele que utilizar-se da formação de quadrilha para crime comum, configura-se o art. 288 do CP. Entretanto, com relação aos crimes hediondos envolvendo o tráfico de Drogas, há lei especial destacando, configurando o art. 35 da Lei 11.343, em que destaca a associação para o tráfico, com número mínimo de 2 pessoas, diferente da formação de quadrilhas, em que se trata do número mínimo de 4 aliciantes.
Lei 12.694/12: Dispõe sobre o processo e o julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição de crimes praticados por organizações criminosas; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, o Decreto-Lei no3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, e as Leis nos 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, e 10.826, de 22 de dezembro de 2003; e dá outras providências.
Lei 12.720/12: Dispõe sobre o crime de extermínio de seres humanos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências.
Em outra vertente, a Lei 12.694/12 descreve as Organizações Criminosas, ao se associarem em 3 ou mais pessoas, configura o art. 2º desta lei. Portanto, para a Lei das Milícias, lei 12.720/12, que configura o Art. 288-A quando a associarem mais de 3 pessoas para fim de Milícia.
Art. 288: Formação de Quadrilha ou Bando.
- Entendimento: associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes; a doutrina define a quadrilha como com o mínimo de organização e o bando menos organizado, contudo, prevalece o entendimento de que não há diferença entre quadrilha e bando; a quadrilha requer o mínimo de estabilidade;
- Objetividade: Paz pública
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Sociedade
- Consumação: Com a associação
- Tentativa: Sim
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Art. 288 A: Constituição de milícia privada
- Entendimento:
- Objetividade: Paz social
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Sociedade
- Consumação: Com a prática de qualquer um dos verbos
- Tentativa: Possível
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Dos Crimes Contra A Fé Pública
Art. 289: Moeda Falsa
- Entendimento: Fabricar ou alterar dinheiro. O caput vai punir quem falsifica ou adultera, o § 1º punirá quem de alguma forma introduz na circulação. O § 2º pune quem num primeiro momento a recebe sendo verdadeira e depois sabendo que é falsa, a introduz no mercado.
- Objetividade: A fé pública
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Sociedade
- Consumação: Com a falsificação, seja fabricando ou adulterando. 
- Tentativa: possível
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Art. 290: Crimes assimilados ao de moeda falsa
- Entendimento: 1ª figura quando é usado vários pedaços do dinheiro pra se formar um; 2ª figura quando suprime, apaga o carimbo e põe o dinheiro de volta à circulação; 3ª figuradinheiro que é enviado para ser utilizado de uma forma e é desviado para outra circulação.
- Objetividade: A fé pública
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Estado
- Consumação: Com a prática dos verbos
- Tentativa: Sim
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Art. 291: Petrechos para falsificação de moeda
- Entendimento: São os atos preparatórios para a falsificação de moeda (art. 290)
- Objetividade: A fé pública
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Estado
- Consumação: Com a prática dos verbos
- Tentativa: Não é possível pelo fato de não punir os atos preparatórios do crime. Caberia a tentativa por não ser crime vinculado
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Art. 297: Falsificação de documento público
Entendimento: Documento público é aquele feito por funcionário no exercício de suas funções ou pela administração pública seja direta ou indireta. Para efeitos penais, equiparam-se o cheque, duplicata, nota promissória (títulos ao portador transmissíveis por endosso), documentos mercantis e testamento particular. Há falsidade formal (documento verdadeiro, informações falsas) e falsidade material (documento falso e informações verdadeiras). Pode-se ter as duas ao mesmo tempo, não são vinculadas.
Súmula XVII do STJ: Quando o false se exaure no estelionato (falsifico documento e esse documento tem por objetivo induzir alguém em erro e foi usado no negócio, respondo apenas por estelionato), quando se tem disponibilidade para usar em outras situações respondo por estelionato e falsificação de documento.
- Objetividade: Fé pública
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Estado e secundariamente o terceiro prejudicado
- Consumação: Com a falsificação, adulteração em toda ou em parte seja ela formal ou material
- Tentativa: Sim
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Art. 298: Falsificação de documento particular
Entendimento: É particular aquele documento que não é público. O cartão de crédito ou débito é equiparado a documento particular. Clonagem configura o crime, também aplica-se à súmula XVII do STJ.
- Objetividade: Fé pública	
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Estado e o particular atingido
- Consumação: Com a falsificação
- Tentativa: Sim
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada
Art.299: Falsidade ideológica
- Entendimento: Mentira dita ou suprimida (omissão de dado verdadeiro) para criar uma relação jurídica. Prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade.
- Objetividade: A fé pública na perfeita formação ou validade das relações jurídicas 
- Sujeito ativo: Qualquer pessoa
- Sujeito passivo: Primeiramente o Estado, secundariamente o prejudicado
- Consumação: Por ação ou omissão. Também é aplicada a súmula XVII (quando o falso é meio para o estelionato é por este absolvido, se por falsidade ideológica o fim do agente é a vantagem patrimonial, irá responder pelo estelionato, a não ser que esta vantagem circule de outras formas)
- Tentativa: Somente na forma comissiva, na omissiva não.
- Tipo subjetivo: Dolo
- Ação penal: Pública incondicionada

Outros materiais