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História das Idéias Políticas no Brasil 3 . HISTÓRIA DAS IDÉIAS POLÍTICAS NO BRASIL 4 Nelson Nogueira Saldanha Mesa Diretora Biênio 1999/2000 Senador Antonio Carlos Magalhães Presidente Senador Geraldo Melo 1o Vice-Presidente Senador Ronaldo Cunha Lima 1o Secretário Senador Nabor Júnior 3o Secretário Senador Ademir Andrade 2o Vice-Presidente Senador Carlos Patrocínio 2o Secretário Senador Casildo Maldaner 4o Secretário Senador Eduardo Suplicy Senador Jonas Pinheiro Suplentes de Secretário Senador Lúdio Coelho Senadora Marluce Pinto Conselho Editorial Senador Lúcio Alcântara Presidente Joaquim Campelo Marques Vice-Presidente Conselheiros Carlos Henrique Cardim Carlyle Coutinho Madruga Raimundo Pontes Cunha Neto História das Idéias Políticas no Brasil 5 Coleção Biblioteca Básica Brasileira HISTÓRIA DAS IDÉIAS POLÍTICAS NO BRASIL Brasília – 2001 Nelson Nogueira Saldanha 6 Nelson Nogueira Saldanha COLEÇÃO BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA O Conselho Editorial do Senado Federal, criado pela Mesa Diretora em 31 de janeiro de 1997, buscará editar, sempre, obras de valor histórico e cultural e de importância relevante para a compreensão da história política, econômica e social do Brasil e reflexão sobre os destinos do País. COLEÇÃO BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA A Querela do Estatismo, de Antônio Paim Minha Formação, de Joaquim Nabuco A Política Exterior do Império (3 vols.), de J. Pandiá Calógeras O Brasil Social, de Sílvio Romero Os Sertões, de Euclides da Cunha Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu Instituições Políticas Brasileiras, de Oliveira Viana A Cultura Brasileira, de Fernando Azevedo A Organização Nacional, de Alberto Torres Deodoro: Subsídios para a História, de Ernesto Sena Rodrigues Alves – Apogeu e Declínio do Presidencialismo (2 vols.), de Afonso Arinos de Melo Franco Rui – O Estadista da República, de João Mangabeira Eleição e Representação, de Gilberto Amado Franqueza da Indústria, de Visconde de Cairu Dicionário Biobibliográfico de Autores Brasileiros, organizado pelo Centro de Documentação do Pensamento Brasileiro Pensamento e Ação de Rui Barbosa – Fundação Casa de Rui Barbosa A renúncia de Jânio, de Carlos Castello Branco Joaquim Nabuco: revolucionário conservador, de Vamireh Chacon Projeto gráfico: Achilles Milan Neto © Senado Federal, 2001 Congresso Nacional Praça dos Três Poderes s/no – CEP 70168-970 – Brasília-DF CEDIT@senado.gov.br. http://www.senado.gov.br/web/conselho/conselho.htm Saldanha, Nelson, 1933 –. História das idéias políticas no Brasil / Nelson Nogueira Saldanha. – Brasília, Senado Federal, Conselho Editorial, 2001. 384 p. – (Coleção biblioteca básica brasileira) 1. Ciência política, história, Brasil. 2. Política e governo, Brasil. 3. Constituição, história, Brasil. I. Título. II. Série. CDD 320.981 História das Idéias Políticas no Brasil 7 À memória de meu pai ( 1946) e de minha mãe ( 1966) V V História das Idéias Políticas no Brasil 9 “O único meio de salvar e engrandecer o Brasil, é tratar de colocá-lo em condições de poder ele tirar de si mesmo, quero dizer, do seio de sua história, a direção que lhe con- vém. O destino de um povo, como o destino de um indiví- duo, não se muda, nem se deixa acomodar ao capricho e ignorância daqueles que pretendem dirigi-lo.” TOBIAS BARRETO, Questões vigentes, V. p. 178, em OBRAS, vol. IX, Sergipe, 1926 História das Idéias Políticas no Brasil 11 PREFÁCIO por Walter Costa Porto pág. 15 INTRODUÇÃO pág. 27 PARTE I – Colônia Capítulo I – Origens européias, matrizes portuguesas pág. 41 Capítulo II – Situação social e cultural pág. 49 Capítulo III – Instituições pág. 55 Capítulo IV – Manifestações ideológicas e insurreições pág. 61 § 1o – Circunstâncias pág. 61 § 2o – Movimentos pág.69 PARTE II – Monarquia Capítulo V – Antecedentes. O Rei no Brasil pág. 81 Sumário ....................................... 12 Nelson Nogueira Saldanha Capítulo VI – A Independência pág. 89 § 1o – Influxos doutrinários pág. 89 § 2o – Figuras pág. 97 Capítulo VII – A Constituição de 1824 pág. 103 Capítulo VIII – Problemática política do período pág. 139 § 1o – Condições sociais, dominações, etc. pág. 139 § 2o – Partidos, debates, rebeliões pág. 148 § 3o – Literatura política e jornalismo pág. 169 § 4o – Romantismo, liberalismo, socialismo pág. 186 § 5o – Historiadores políticos pág. 205 § 6o – A crítica e as bases do pensamento social pág. 213 PARTE III – República Capítulo IX – Antecedentes e condições pág. 229 Capítulo X – Fundamentos doutrinários pág. 237 História das Idéias Políticas no Brasil 13 Capítulo XI – A Constituição de 1891 pág. 253 Capítulo XII – Transição ao século XX: 1) o pensamento social e político em geral pág. 261 Capítulo XIII – Transição ao século XX: 2) a crítica “realista” e o desenvolvimento dos novos padrões intelectuais pág. 273 Capítulo XIV – De 1930 a 1945 pág. 289 Capítulo XV – A “Redemocratização” e a Constituição de 1946 pág. 309 Capítulo XVI – Progressos do saber político pág. 321 Capítulo XVII– Socialismo, nacionalismo, desenvolvimentismo pág. 327 POSFÁCIO DO AUTOR pág. 347 NOTAS ADICIONAIS pág. 361 ÍNDICE ONOMÁSTICO pág. 371 História das Idéias Políticas no Brasil 15 m livro de memórias, Gilberto Amado trouxe a quei- xa, dolorida, do homem que, nascido em um pequeno Estado, via cortadas suas perspectivas de ascensão no quadro nacional. Já em 1916, dizia, se convencera “de que, no Brasil, os homens não eram politicamente iguais”. E esclarecia: “Gozando da igualdade jurídica perante as leis, não fruem os indivíduos as mesmas prer- rogativas do ponto de vista político.” Para ele, havia, no país, cidadãos de primeira, segun- da, terceira e até décima categoria. “Um bordelês, na França, é politicamente igual a um borguinhão; um marselhês a um normando. Na Inglaterra, o homem de Lancashire não tem opor- tunidades maiores do que o homem do Kent. Nos Estados Unidos tanto vale politicamente um indivíduo do Kentucky e de Tenessee quanto o nova-iorquino e o bostoniano. No Brasil, não. Politica- mente, um sergipano não é igual a um mineiro; um rio-grandense- do-norte a um rio-grandense-do-sul; um espírito-santense ou alagoano a um paulista. Os cargos não se oferecem ao indivíduo Prefácio ....................................... E 16 Nelson Nogueira Saldanha procedente de Estado pequeno com a mesma naturalidade com que se apresenta a um indivíduo de Estado grande. As situações federais são abertas aos habitantes das circunscrições que pelo índice demográfico e capacidade econômica constituem a realidade políti- ca da nação.”¹ E eu fico a pensar se não é a mesma a desvantagem dos homens de pensamento, a publicar suas obras em pequenas editoras regionais, sem sensibilizar a opinião prevalente do cen- tro-sul, resultando no mais completo silêncio sobre seus escritos. Qual a repercussão, assim, da tão correta tradução, por Carlos Alberto Nunes, da obra completa de Platão, editada em 1977 pela Universidade Federal do Pará? E do seminário sobre A Paz Perpétua, de Kant, com textos publicados, em 1998, pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul? Daí seja tão oportuna a reedição, pelo Senado Federal, deste livro, pela primeira vez publicado em 1968, pela Editora da Universidade Federal de Pernambuco. Na Introdução, disse o autor ser o texto, “antes de tudo, levantamento e registro, e não somente crítica e análise”. Levantamento, para ele, necessaria- mente incompleto e defeituoso, a considerar “o prazo de poucos meses” em que se dispôs a escrevê-lo. Daí que encarasse o livro