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K ÁT IA L U IZ A RI Comunicação Empres.indd 1 15/10/10 09:07 2 | Comunicação Empresarial Aula 1 ...............................................................................................................................................03 Fundamentos da comunicação Aula 2 ...............................................................................................................................................07 A comunicação empresarial Aula 3 ...............................................................................................................................................11 Correspondência empresarial Aula 4 ...............................................................................................................................................15 Carta comercial Aula 5 ...............................................................................................................................................20 Qualidades e defeitos do texto escrito Aula 6 ...............................................................................................................................................24 Revisão gramatical da língua portuguesa Aula 7 ...............................................................................................................................................30 Oratória – A arte de falar bem em público - parte 1 Aula 8 ...............................................................................................................................................33 Oratória – A arte de falar bem em público - parte 2 Aula 9 ...............................................................................................................................................36 Oratória – A arte de falar bem em público - parte 3 Aula 10 ...............................................................................................................................................39 Oratória – A arte de falar bem em público - parte 4 Aula 11 ...............................................................................................................................................42 Imagem institucional: informação x comunicação Aula 12 ...............................................................................................................................................46 Reuniões produtivas Aula 13 ...............................................................................................................................................51 Dúvidas frequentes Aula 14 ...............................................................................................................................................56 Tipologia textual: narração, descrição e dissertação sumário Comunicação Empres.indd 2 15/10/10 09:07 3 01FuNDAmENTos DA ComuNiCAÇÃo Objetivo: Fornecer ao aluno conceitos essenciais acerca do tema comunicação, permitindo uma melhor compreensão dos seus desdobramentos no que se refere à comunicação empresarial e sua eficácia, às características da modalidade escrita da língua e também às funções da linguagem. “A comunicação serve para que as pessoas se relacionem entre si, transformando-se mutuamente e a realidade que as rodeia.” (Juan E. Díaz Bordenave). Comunicar significa trocar opiniões. Desta forma é preciso que haja interação, isto é, troca de mensagens verbais ou não verbais. Isto significa que a comunicação pode se estabelecer de diversas formas e não somente por meio da fala ou da escrita, ou seja, ela pode se efetivar por meio da postura corporal, dos gestos, da forma de vestir-se e cada indivíduo faz a leitura deste ato de acordo com sua visão de mundo. O ser humano, devido a sua necessidade de se relacionar, lança mão da linguagem que nada mais é do que um processo de comunicação de uma mensagem entre pelo menos duas pessoas, sendo um o emissor e o outro o receptor. A efIcÁcIA nA comUnIcAção empResARIAL “Comunicar é, portanto, provocar uma resposta, uma reação do receptor, do cliente da empresa. Se uma carta é muito bem escrita, mas não é compreendida pelo receptor, ela não estabelece uma comunicação. Um departamento não expede cartas para exibir conhecimentos; escreve-as para realizar negócios.” (João Bosco Medeiros). Sendo assim, no mundo corporativo, a qualidade na comunicação escrita é elemento fundamental. Sua eficácia está diretamente rel acionada à obtenção da resposta correta, isto é, que satisfaça a necessidade do emitente. Por isso a redação que atinge este objetivo é aquela que se adapta à capacidade de recepção do seu destinatário e na qual o redator lança mão de termos mais simples, frases mais curtas e busca, sobretudo, clareza e concisão. Assim sendo, são itens fundamentais na redação comercial para que, além de prender a atenção do receptor, também negócios possam ser realizados com sucesso: • Estabelecer o objetivo: significa ter concisão evitando a prolixidade, isto é, restringir os assuntos. Desenvolver e distribuir a mensagem de forma bem definida, sem excesso de informações. Desvincular-se de preconceitos e esterótipos. Evitar a vaguidade das expressões e as afetações e colocações exageradas. • Dominar um bom repertório lexical: significa ter precisão vocabular desenvolvendo boa argumentação e opinião tomando cuidado com as repetições de ideias, palavras e verbos auxiliares. • Observar a gramática: significa evitar as gírias e estrangeirismos, os pleonasmos, redundâncias, expressões antiquadas e o laconismo (carência de palavras). Tomar cuidado com a ambiguidade evitando a empolação ou obscuridade (excesso de advérbios e adjetivos que leva a linguagem burocrática). • Escolher o canal adequado: significa utilizar o formato ideal para a correspondência, isto é, se deverá ser um carta, um e-mail, uma mala direta, uma circular, etc. Comunicação Empres.indd 3 15/10/10 09:08 4 | Comunicação Empresarial 01 Os problemas mais comuns que afetam a qualidade da correspondência comercial escrita são, sem dúvida, as repetições de ideias, palavras e verbos auxiliares, a vaguidade das expressões, a falta de objetividade, os pleonasmos e ambiguidades, as afetações e colocações exageradas, as gírias, o uso de termos estrangeiros, as expressões que estão em desuso, o laconismo, mas, principalmente, a falta de clareza. Ao redigir uma correspondência comercial o elemento fundamental que deve ser levando em consideração é a clareza na expressão. Esse tipo de correspondência representa a empresa, portanto, o respeito às normas tanto gramaticais como de estilo definirão o sucesso do empreendimento. É importante escolher a linguagem correta, isto é, o tom formal é imprescindível, assim como a originalidade e criatividade que ajudarão a captar a atenção do leitor. Em síntese, exatidão, coerência de ideias e clareza são elementos essenciais para que uma mensagem seja bem transmitida. comUnIcAção e InTeRAção: A LIngUAgem e sUAs fUnções A fim de que a mensagem seja compreendida e a comunicação se efetive é fundamental a existência dos seguintes elementos para que se estabeleça esta premissa: O emissor envia uma mensagem a um receptor por meio de um canal valendo-se de um código que abrangerá um contexto. “Ao realizar um ato de comunicação verbal, o indivíduo escolhe, seleciona as palavras, para depois organizá-las, combiná-las, conforme a sua vontade. E todo esse trabalho de seleção e combinação não é aleatório, não é realizado por acaso (afinal, seleção significa ‘escolha fundamentada’), mas está intimamente ligado à intenção do emissor. Assim sendo, a linguagem passa a ter funções” (José de Nicola). Comunicar nada mais é do que um processo interativo de troca de mensagens entre interlocutores de acordo com a visão de mundo de cada um.Isso significa que somos seres sociais e, portanto, necessitamos nos relacionarmos uns com os outros. A partir daí temos o conceito de linguagem, que nada mais é do que um processo de comunicação de uma mensagem entre pelo menos duas pessoas, sendo uma o emissor e outra o receptor. As mensagens podem variar de acordo com a necessidade ou situação que as queremos comunicar e, por conta disso, conforme a afirmação de José de Nicola, a linguagem acaba assumindo diferentes funções. • Função referencial ou denotativa: objetiva informar. Enfatiza o contexto, o assunto. A intenção do emissor é transmitir informação ou dados da realidade de forma direta e objetiva. Exemplo: Às 21h, na sede da CBF, o treinador Dunga anuncia a lista dos 22 jogadores convocados para a seleção que vai disputar o jogo amistoso contra a Irlanda. Ele afirma que... • Função emotiva ou expressiva: objetiva opinar, expressar emoções e sentimentos. Enfatiza o emissor. A intenção do emissor é posicionar-se em relação ao tema, expressando suas emoções e a subjetividade. Comunicação Empres.indd 4 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 5 01 Exemplo: Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. (Drummond) • Função conativa ou apelativa: objetiva persuadir, convencer. Enfatiza o receptor. A intenção do emissor é influenciar o destinatário. Por isso ela é tão recorrente nos anúncios de publicidade. Exemplo: “Fique de olho neste olho. Todo domingo 20h no canal 12”. “Beba Coca-Cola” • Função fática: objetiva reforçar. Enfatiza o meio de contato, o canal. A intenção do emissor é manter contato com o destinatário, prolongando a comunicação ou testando o canal. Exemplo: “Você está me ouvindo?” “Olá, tudo bem?” “Tudo bem. E você?” “Tudo bem... levando...levando” • Função metalinguística: objetiva explicar o código de comunicação. A intenção do emissor está voltada para o próprio código linguístico, isto é, o tema da mensagem é explicar o próprio código. Exemplo: descrição de palavras no dicionário. fornido. [Part.de fornir] Adj. 1. Abastecido, provido 2. Robusto, carnudo, nutrido, alentado. (FERREIRA A.B. de H. Novo dicionário da Língua Portuguesa) Substantivo: é a palavra que usamos para dar nome aos seres, coisas e ideias. Orações adverbiais: Assim se denominam porque, equivalentes a um advérbio, figuram como adjunto adverbial da oração a que se subordinam. Quando desenvolvidas, começam por conjunção subordinativa, quando reduzidas, aceitam – muitas delas – as formas infinitiva, gerundial e participial. (LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa, 44a ed., Rio de Janeiro: José Olympio, p. 274) • Função poética: objetiva enfatizar a mensagem. A intenção do emissor está voltada para a própria mensagem, tanto na seleção como na combinação das palavras ou da estrutura da mensagem. Exemplo: Da Violência Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas As margens que o comprimem. (Bertold Brecht) Sugiro a leitura do livro: MEDEIROS, João Bosco. Correspondência - Técnicas de Comunicação Criativa. São Paulo: Ed. Atlas, 2008. Agora é a sua vez! “A forma como você fala e escreve mostra e mede o seu preparo, a sua formação. Se um profissional comete erros de concordância, de vocabulário, poderá ser avaliado como alguém sem preparo, com lacunas na sua formação e sua credibilidade e competência como profissional poderão ser postas em causa e até diminuídas. Para cada atividade há exigências diferentes. Porém, Comunicação Empres.indd 5 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Sticky Note 6 | Comunicação Empresarial 01 hoje na vida profissional não se admitem deficiências na expressão verbal e escrita. É claro que isto prejudica mais um advogado, por exemplo, mas também prejudica o engenheiro. A maneira como você se expressa não pode comprometer a qualidade do conhecimento que você tem.” (Reinaldo Polito) Desenvolva um texto de opinião comentando esta afirmação a partir dos conceitos abordados nesta aula. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 6 15/10/10 09:08 7 A ComuNiCAÇÃo EmPrEsAriAL 02 Objetivo: Demonstrar ao aluno a importância da comunicação empresarial, imprimindo-lhe um olhar mais crítico acerca dos itens que promovem a sua qualidade e por conseguinte a sua eficácia. Além disso será abordado mais detalhadamente o tópico gramatical “regência verbal”, cujo uso incorreto acarreta muitos problemas de redação. Uma questão importante acerca da comunicação concentra-se em sua modalidade escrita. As diferenças entre língua falada e língua escrita são gritantes e para bem redigirmos é preciso que dominemos os aspectos que as envolvem. Nesta unidade abordamos a importância da comunicação empresarial, de como torná-la eficaz, focando, principalmente, na escolha correta da linguagem. O objetivo primeiro da correspondência comercial é o de fornecer informações causando uma certa impressão, isso sem falar na realização de negócios. Portanto linguagem simples (mas não coloquial), clareza, coerência das ideias, respeito às normas gramaticais, criatividade, originalidade e polidez são itens prioritários. Segundo João Bosco Medeiros “correspondência eficaz é a que gera uma resposta correta, que satisfaz às necessidades do emitente. Redator experiente rejeita escrever ‘bonitinho’, recusa fazer literatura numa carta comercial e adapta o nível da linguagem à capacidade de recepção de seu destinatário”. As pRIoRIdAdes nA comUnIcAção empResARIAL Objetividade, adequação gramatical e clareza na exposição das ideias são requisitos fundamentais para um redator comercial que deseja atingir a eficácia nos resultados. Sendo assim, concisão, clareza e correção tem que caminhar juntos. • Concisão: é resultado de muita reflexão, de busca por informações, de leitura e releitura e de organização do pensamento. O redator comercial precisa buscar objetividade evitando ideias supérfluas mas, ao mesmo tempo, tomando o cuidado para que a mensagem não fique exageradamente “seca” ou “grosseira”. • Correção: o respeito à norma padrão da língua e à ortografia são imprescindíveis para um bom redator. Portanto, o domínio das regras gramaticais é um diferencial importante para quem escreve. • Clareza: o redator queprima pela simplicidade na exposição das ideias evitando o uso de uma linguagem rebuscada, ambígua ou carregada de pormenores certamente conseguirá expô-las de forma organizada e clara. • Eficácia: correspondência eficaz é a que satisfaz as necessidades do emitente trazendo sempre uma resposta correta e é por isso que um redator eficaz preocupa-se sempre com a clareza em suas exposições procurando sempre as palavras mais simples, as frases mais curtas, adequando a linguagem a qualquer tipo de receptor. Comunicação Empres.indd 7 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 8 | Comunicação Empresarial 02 coRReção gRAmATIcAL Ortografia Trata-se de um tema complexo, pois para um estudo mais detalhado sobre a grafia dos vocábulos da Língua Portuguesa seria necessário obter noções de etimologia, isto é, informações acerca da origem das palavras recorrendo ao estudo do Latim e também de outras influências como o Grego, o Tupi, o Árabe e as línguas africanas. Neste rol encontram-se também a fonética e a fonologia que são ciências relacionadas ao estudo dos sons das palavras, igualmente complexo. Sendo assim, um bom redator deve ter sempre à mão um dicionário capaz de sanar as dúvidas mais frequentes quando da redação, uma vez que a grafia de palavras com “S”, “SC”, “SS”, “C”, “Ç”, “CH”, “X”, “Z”, “J” ou “G” por exemplo, é, muitas vezes, problemática. Regência Trata-se da classificação dos verbos segundo a sua transitividade, isto é, segundo a necessidade ou não de complementos seguidos ou não de preposições. Trocando em miúdos temos: VTD: Verbos transitivos diretos (não precisam de preposição) VTI: Verbos transitivos indiretos (precisam de preposição) VTDI: Verbos transitivos diretos e indiretos (precisam de preposição) VI: Verbos intransitivos (não precisam de preposição) Observe os exemplos: Perdoai sempre ==> VI (pois quem perdoa sempre, perdoa sempre) Perdoai NOSSAS OFENSAS ==> VTD (pois quem perdoa, perdoa algo) Perdoai Aos NOSSOS DEVEDORES ==> (VTI pois quem perdoa, perdoa A alguém) Perdoai NOSSAS OFENSAS Aos NOSSOS DEVEDORES ==> VTDI (pois quem perdoa, perdoa algo A alguém) Portanto, há verbos que, de acordo com a preposição que os regem, podem mudar de significação. Observe alguns exemplos: Eu assisti AO debate (assistir a = ver, presenciar) VTI O médico assiste o enfermo (assistir = cuidar, tratar) VTD Sempre cumpro o meu dever (cumprir = exercer, respeitar, fazer) VTD Todos aspiram o perfume das rosas (aspirar = respirar) VTD O operário aspirava AO cargo da chefia (aspirar a = desejar, ter em vista) VTI O professor avisou-lhe o perigo (avisar = algo a alguém) VTDI O professor avisou-o DO perigo (avisar = alguém de algo) VTDI Não desobedeça/obedeça AOS teus superiores (desobedecer/obedecer = a alguém) VTI Não desobedeça/obedeça ÀS leis de trânsito (desobedecer/obedecer = a alguma coisa) VTI Carlos esqueceu-se/lembrou-se DA régua na sala de aula (esquecer/ lembrar = de algo) VTI Carlos esqueceu a régua na sala de aula (esqueceu = algo) VTD Informei meus planos a Joaquim (informar = algo a alguém) VTDI Informei-o DE meus planos (informar = alguém de algo) VTDI Comunicação Empres.indd 8 15/10/10 09:08 9 02 Ele preferiu a advocacia AO magistério (preferir = alguma coisa à outra coisa) VTDI Ele o preveniu DO barulho (prevenir = algo a alguém ou alguém de algo) VTDI A aluna procedeu corretamente (proceder = comportar-se) VI O aluno procedia de Santos (proceder = vir de) VI O encarregado procedeu à apuração dos votos (proceder = realizar) VTD A menina queria uma lembrança (querer = desejar) VTD Quero muito bem A você (querer = estimar) VTI Todos os presentes responderam AO questionário (responder = à alguma coisa) VTI Não simpatizei com aquele indivíduo (simpatizar = com alguém) VTD O funcionário visou o meu passaporte (visar = pôr o visto) VTD O caçador visou o alvo (visar = mirar) VTD Os empresários visam AOS lucros (visar = desejar, pretender) VTI Os pais não agradam os filhos (agradar = acariciar) VTD O filme não agradou À crítica (agradar = satisfazer) VTI Moro/resido NA rua tal (morar/residir/estar situado em algum lugar) VTI Ele vai AO Rio de Janeiro. (ir = a algum lugar) VTI Ele volta DO Rio de Janeiro (voltar = de algum lugar) VTI Sugiro a leitura do livro: ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria Silva Rosa de. Português Básico – Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas, 2008 Agora é a sua vez! 1. A fim de exercitar a ortografia das palavras complete as lacunas com “S”, “SS”, “Z”, “Ç”, “X”, “CH”, “SC”, “XC”, “J”, “G”, “ÃO”, “AM”: a) qui____er b) atra____ado c) ce____ão d) e____e____ivo e) discu____ão f ) reten____ão g) con____erto (remendo) h) con____erto (musical) i) gor____eta j) cere____eira k) via____em (substantivo) l) via____em (verbo) m) chegar____ n) chegar_____ o) e____tinto (verbo pretérito) (verbo futuro) p) invé____ q) fa_____ículo r) e____e____ão s) cartu____o t) mo____ila u) proe_____a v) an____iedade x) ____aleira z) talve____ Comunicação Empres.indd 9 15/10/10 09:08 10 | Comunicação Empresarial 02 2. Problemas relativos à regência verbal da língua portuguesa são muito recorrentes na modalidade escrita. Para treinar este tópico gramatical passe para a língua padrão as seguintes ocorrências da linguagem oral. Explique o porquê das alterações: a) Esse é o emprego que ele está aspirando faz muito tempo. b) Não sei que projeto que ele se referiu. c) O presidente assinou hoje o decreto, em ato solene, de que tanto esperávamos. d) Os exercícios, que os alunos reclamam tanto, até que são úteis. e) A pena de morte, que ele lutou tanto, não foi aprovada. f ) Ele disse, pela quinta vez, de que eu não precisava me incomodar. g) Carlos esqueceu-se a régua na sala de aula h) Quero muito bem você. i)Todos responderam o questionário. j)O atirador visou ao alvo. k) o programa não agradou os críticos. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 10 15/10/10 09:08 11 03CorrEsPoNDÊNCiA EmPrEsAriAL Objetivo: Informar ao aluno sobre a tipologia da correspondência empresarial, especificamente a circular, o memorando e a ordem de serviço, assim como suas características essenciais e, ainda, fornecer conceitos importantes acerca da coesão e coerência textuais mediante o uso adequado de parágrafos. No mundo corporativo corresponder-se significa trocar informações. Para tanto é preciso observar um conjunto de regras que orientam a confecçãoe circulação de documentos e papéis veiculados no comércio, indústria ou serviços públicos. Em geral a correspondência administrativa objetiva a comunicação interna por meio de circulares, memorandos, ordens de serviço, relatórios, atas, contratos, ou a comunicação externa por meio de cartas, mala direta, e-mail, press release ou ainda, a comunicação oficial que se destina aos órgãos públicos como ofícios, requerimentos e procurações. A pARAgRAfAção e o pRIncípIo dA coesão e coeRêncIA TexTUAIs Define-se como coeso aquele texto cujas articulações entre palavras, frases e parágrafos garantem uma conexão sequencial. Contudo, somente a coesão não é suficiente para formar um texto com sentido contínuo e lógico. Para que um texto assim se constitua é preciso, sobretudo, que ele produza uma relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias sobre certo assunto, não incorrendo em contradições. Este é, portanto, o princípio da coerência. O objetivo da paragrafação é o de facilitar a compreensão da mensagem uma vez que visa organizar, em blocos, as ideias nela contida. Neste sentido, o parágrafo tem uma importância visual muito significativa. Não existe um conceito pré-definido, ou, por assim dizer, um “parágrafo-padrão”, mas sim as relações lógicas que promovem a interligação entre eles. O parágrafo é, portanto, uma sub-unidade de significado dentro de uma unidade maior do texto. Não se iniciam parágrafos ao acaso ou de acordo com o número de linhas escritas, mas sim porque se finaliza um conjunto de informações iniciando-se outro conjunto, relacionando-os de maneira lógica e é isso que estabelece o princípio da coesão e coerência textuais. Para que uma correspondência comercial atinja seu objetivo, isto é, seja eficaz gerando uma resposta que satisfaça às necessidades do emitente, a correta utilização dos parágrafos é fundamental. Contudo, o parágrafo não se reduz ao apelo estético, tampouco tem sua medida em centímetros, mas sim em conteúdo. Por isso, cabe ao redator pensar bastante antes de redigir de modo que suas ideias se tornem claras e que, a cada parágrafo, a ideia nele contida seja rapidamente identificada. Comunicação Empres.indd 11 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight 12 | Comunicação Empresarial 03 É possível, porém, condensar a ideia em um único parágrafo, mas, assim sendo é necessário que o redator observe e respeite a seguinte estrutura: • Tópico frasal: trata-se de uma frase núcleo. Uma frase que resume todo o pensamento a ser desenvolvido no corpo do parágrafo • Desenvolvimento: consiste na exposição das ideias apresentadas na introdução • Conclusão: consiste na retomada da ideia central Observe o exemplo de um texto desenvolvido em um parágrafo único: “Uma das causas da má qualidade de ensino é o despreparo de professores. Como sabemos, os professores também são vítimas dos problemas sociais por que passamos, como por exemplo, o desestímulo financeiro, que, como consequência, faz com que muitos professores parem de exercer a sua profissão e procurem por trabalhos mais bem remunerados para que possam sobreviver. Esse fato acaba por refletir na qualidade de ensino, em que pessoas despreparadas tomam o lugar daqueles que não foram reconhecidos pelo Sistema e arriscam-se a dar aulas. Assim sendo, o Governo deveria investir mais no ensino, ou seja, oferecer melhores salários, condições de trabalho, com o objetivo de amenizar essa defasagem de ensino no Brasil”. (Adaptado de ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria Silva Rosa de. Português Básico – Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas, 2008, p.161) Tópico frasal: “uma das causas da má qualidade de ensino é o despreparo de professores” Esta frase inicial resume todo o pensamento a ser desenvolvido no parágrafo. Desenvolvimento: “a qualidade do ensino no Brasil dado o desestímulo dos professores e a desqualificação dos que se arriscam a dar aulas” Trata-se da exposição mais detalhada do assunto proposto na frase inicial. Conclusão: conscientizar as autoridades chamando a atenção para os problemas relativos à qualidade da Educação Trata-se do arremate final do texto, da amarração à ideia central demonstrada no tópico frasal. Observe que o tema “ensino” é bastante abrangente e precisa ser recortado de modo que o desenvolvimento do texto seja o mais restrito possível, caso contrário, o redator corre o risco de perder a unidade temática do texto. TIpos de coRRespondêncIAs Circular Trata-se de um texto “leve” e que dispensa formalidades cujo objetivo é informar algum assunto de interesse geral tanto de caráter interno da empresa (entre funcionários) quanto externo (clientes, fornecedores e público geral). Uma característica peculiar deste tipo de correspondência é que, tratando-se de uma carta-circular externa, o redator deve tomar o cuidado de escrever de modo que o receptor tenha a impressão de que foi redigida especificamente para ele. Comunicação Empres.indd 12 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 13 03 Memorando No memorando, ou comunicado interno (CI) como também é conhecido no meio empresarial, devem constar: de/para, assunto, data, mensagem, fecho, assinatura. Lembrando que a linguagem empregada é a informal uma vez que tratam de assuntos rotineiros dentro da empresa. Hoje, em dia, com o avanço da informatização, os memorandos escritos estão sendo substituídos pelos chamados intranet, meio mais rápido de divulgação. Existe ainda o memorando de caráter oficial e que se trata tanto de uma nota diplomática enviada de um país para outro expondo uma questão de maneira sucinta. Além disso um memorando, ainda, pode servir como registro de fatos ou lembretes em um livro específico de apontamentos e notas. Ordem de serviço É um tipo de comunicação em que se determina a execução de tarefas, orientando para o cumprimento de obrigações e serviços. Ela faz parte da rotina tanto de instituições públicas como privadas. Sugiro a leitura do livro: MEDEIROS, João Bosco. Redação Empresarial. São Paulo: Ed. Atlas, 2009. Agora é a sua vez! 1) Define-se como coeso aquele texto cujas articulações entre palavras, frases e parágrafos garantem uma conexão sequencial. Contudo, somente a coesão não é suficiente para formar um texto com sentido contínuo e lógico. Para que um texto assim se constitua é preciso, sobretudo, que ele produza uma relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias sobre certo assunto, não incorrendo em contradições. Este é, portanto, o princípio da coerência. O texto a seguir não apresenta uma sequência lógica de informações levando-o à incoerências. Organize-o de modo a torná-lo coeso e coerente. Os computadores são ligados a sismógrafos instalados nas regiões de maior risco de terremotos submarinos. Em 1º de novembro de 1755, um terremoto no Oceano Atlântico lançou uma imensa onda em direção à Península Ibérica. Para evitar que tragédias como essas se repitam, pesquisadores criaram um programa de computador que simula o avanço das ondas. A onda de 15 metros de altura, atingiu Lisboa e, junto com os abalos, matou 30.000 habitantes. Os moradores da costa terão assim tempo para se salvar. Logo que o abalo for detectado, eles reproduzirão o trajeto e o tamanho das ondas. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 13 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight 14 | Comunicação Empresarial 03 2) Dado o assunto “comunicação”,redija um parágrafo único seguindo o modelo apresentado. Faça um recorte restringindo o tema de modo que o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão se integrem de forma coesa e coerente. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 14 15/10/10 09:08 15 CArTA ComErCiAL 04 Objetivo: Informar ao aluno as regras que dizem respeito à estética de uma carta comercial assim como abordar mais detalhadamente o tópico gramatical “concordância nominal e verbal”, cujo emprego inadequado acarreta muitos problemas de redação. “Trata-se de um meio de comunicação muito utilizado na indústria e no comércio, com o objetivo de iniciar, manter ou encerrar transações. É a comunicação escrita, acondicionada em envelope (ou semelhante) e endereçada a uma ou várias pessoas.” (João Bosco Medeiros). oRIenTAções esTéTIcAs e foRmAIs de cARTAs comeRcIAIs Deve-se usar papel A4 com impressão somente de um lado do papel. As margens direita, esquerda, superior e inferior devem respeitar 3 cm. Os espaços entre linhas devem ser duplos ou 1,5 e entre parágrafos costuma-se duplicá-lo. O número de linhas por página deve ser entre 20 e 25. Depois do vocativo usa-se dois pontos e, antes da invocação pode-se mencionar uma referência ao assunto. Recomenda-se para a invocação usar “Senhor diretor”, “Senhor Fulano de Tal”, “Prezado colega”, ao invés do já batido “prezado senhor”. As introduções mais comuns podem ser: “solicitamos a V.Sª”, “informamos V.Sª de que”, “com relação aos termos de sua carta de...”, “com referência à carta de V.Sª”, etc. Deve-se evitar, por exemplo, “comunicamos em resposta”, por ser considerada antiquada. Os fechos mais comuns podem ser: “atenciosamente”, “respeitosamente”, “saudações”, “apreciaremos sua pronta resposta”, etc. Fechos que estão caindo em desuso: “sendo o que se apresenta para o momento”, “no aguardo de suas breves notícias, aqui vai meu abraço cordial”, “com expressões de elevada consideração, subscrevemo-nos”... São considerados clichês e que devem ser evitados: “ansiosamente aguardamos resposta”, “rogamos acusar recebimento”, “serve esta para inteirá-lo”, “no devido tempo”, “agradecemos antecipadamente”... Vale ainda lembrar que uma redação de qualidade prima pela objetividade, clareza, coesão e coerência de ideias e exatidão. concoRdÂncIAs 1. nomInAL: É a concordância do adjetivo com o substantivo, em gênero e número. Exemplo: menino bom, menina boa, meninos bons, meninas boas. • Quando o adjetivo vem antes de dois ou mais substantivos, ele concorda em gênero e número com o mais próximo. Exemplo: Ele tinha elevada cultura e talento. Não havia verdadeiro furor e bravura no inimigo. • Quando o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos, ele vai para o plural (masculino plural, se um dos substantivos for masculino) ou concorda com o mais próximo. Exemplo: Estava com a boca e o nariz sujos. Estava com o nariz e a boca sujos. Comunicação Empres.indd 15 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight 16 | Comunicação Empresarial 04 Estava com o nariz e a boca suja. Estava com a boca e o nariz sujo. • Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo no plural, os adjetivos permanecem no singular. Exemplo: Cursos clássico e científico. Subs.pl Adj. Adj. As literaturas brasileira e americana. Subs.pl. Adj. Adj. As clásulas terceira e quarta. Subs.pl Adj. Adj. • O adjetivo, funcionando como predicativo, quando posposto a dois ou mais substantivos, vai para o plural. Exemplo: A rosa e o jasmim são belos. Subs. Subs. Adj.pred.pos.pl O jasmim e a rosa são belos. Subs. Subs. Adj.pred.pos.pl A rosa e a violeta são belas. Subs. Subs. Adj.pred.pos.pl. • O adjetivo (predicativo), quando anteposto a dois ou mais substantivos, vai para o plural ou concorda com mais próximo. Exemplo: São belos o jasmim e a rosa. Adj.pred.ant. Subs. Subs. É belo o jasmim e a rosa. Adj.pred.ant. Subs. Subs. É bela a rosa e o jasmim. Adj.pred.ant. Subs. Subs. • Concordância com nomes de cor. Observe as seguintes construções: Sapatos gelo Sapatos pretos Calças rosa Calças brancas Blusas pérola Blusas amarelas Cintos areia Cintos azuis Que notamos? Que os substantivos gelo, rosa, pérola e areia permanecem invariáveis, ao passo que os adjetivos pretos, brancas, amarelas e azuis flexionam- se, concordando com os substantivos a que se referem. Veja agora estas outras construções: Olhos verde-mar Olhos verde-escuros Blusas verde-musgo Olhos verde-claros Calças rosa-choque Blusas rubro-negras Conclusão: • O nome de cor, quando substantivo, não varia, quer se trate de uma palavra simples, quer se trate de palavra composta. • O nome de cor, quando adjetivo, varia (concorda com o substantivo a que se refere), quer seja uma palavra simples, quer seja o segundo elemento de um nome composto. Comunicação Empres.indd 16 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 17 04 São invariáveis: • A palavra azul-marinho é invariável: Comprou duas camisas azul-marinho. • Adjetivos empregados como advérbios: Custam caro os livros. Todos falam alto. • As locuções adjetivas. Homem à toa. Mulheres sem-vergonha. • Palavras como necessário, bom, proibido, na função de predicativo de um sujeito que não venha determinado: É necessário cautela (porém, a cautela é necessária) É proibido entrada (porém, é proibida a entrada) Alegria é bom para a vida (porém, a alegria é boa para a vida) Termos cuja concordância gera dúvidas: • ANEXO: concorda em gênero e número com o substantivo. Ex.: Envio-lhe anexa a foto. / Envio-lhe anexos os documentos. • OBRIGADO: concorda em gênero com o substantivo • MESMO: concorda em gênero e número como substantivo • INCLUSO: concorda em gênero e número com o substantivo. O menino está incluso na lista. • APENSO: Os documentos vão apensos ao processo. • QUITE: Estou quite com o banco / Estamos quites com o banco. • É PERMITIDO / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO: serão invariáveis quando o sujeito for precedido de artigo ou de algum termo no feminino. Serão variáveis quando o sujeito não for precedido de artigo ou na ausência de algum termo no feminino. • MEIO: é invariável quando significar “um tanto”. Ex.: A menina é meio tímida. • MEIA: usa-se somente no sentido fracionário. Ex.: É meio dia e meia. 2. VeRBAL: É a concordância do verbo com o sujeito em número e pessoa. Exemplo: Paulo Chegou. Paulo e seus amigos chegaram. Observe estes casos: • Sujeito simples: o verbo concorda em número e pessoa. Exemplo: Paulo joga bola. Nós jogamos bola. • Sujeito composto: antes do verbo; verbo no plural Exemplo: Eu e ele vamos ao cinema. • Sujeito composto: depois do verbo; verbo no plural ou concorda com o mais próximo Exemplo: Pulam a onça e o macaco; ou Pula a onça e o macaco. • Verbo haver (existir) conjugado somente na terceira pessoa do singular Exemplo: houve muitos acidentes. • Verbo fazer indicando tempo conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplo: Faz cinco anos que parti. • Verbo na Voz Passiva Pronominal: concorda com o sujeito. Exemplo: Vendem-se terrenos (terrenos são vendidos). • Verbo ser: quando aparecer na oração sem sujeito deve concordar com o predicativo. Comunicação Empres.indd 17 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 18 | Comunicação Empresarial 04 Exemplo: Eram oito horas. • Um e outro: o verbo pode ir para o singular ou plural. Exemplo: Um e outro compareceram. Um e outro compareceu. • Fama e glória envaidecem o homem. Fama e glória envaidece o homem Preferência para o verbo no singular • Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa, embora se refiram à 2ª pessoa do discurso. Exemplo: Vossa Excelência AGIU com moderação. Espero que V.Sª não me FAÇA mal. • Certos substantivos próprios de forma plural, como Estados Unidos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural quando usados com o artigo, caso contrário, o verbo concorda no singular. Exemplo: Os Lusíadas TORNARAM Camões imortal. Os Estados Unidos SÃO o país mais rico do mundo. Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes. • Na indicação de horas, datas e distâncias. Sendo o verbo SER impessoal, ele concorda com o predicativo. Exemplo: SERIAM seis e meia da tarde. ERAM duas horas da tarde. Hoje SÃO vinte e um do mês, não SÃO? Da estação à fazenda SÃO três léguas a cavalo. • O pronome relativo ‘QUEM’ requer o verbo na 3ª pessoa do singular e o ‘QUE’ exige-o na pessoa do seu antecedente. Exemplo: Sou eu quem pede. Sou eu que peço. Somos nós quem pede. Somos nós que pedimos. Sugiro a leitura dos livros: ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria Silva Rosa de. Português Básico – Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas, 2008 e MEDEIROS, João Bosco. Redação Empresarial. São Paulo: Ed. Atlas, 2009. Agora é a sua vez! Leia o modelo de carta comercial a seguir. Identifique os elementos que a compõe (ou a falta deles) comentando-os. Avalie, também, a qualidade do texto. São Paulo, 7 de janeiro de 2007. Edson Pereira: Pedimos o especial obséquio de nos enviar por via aérea, o mais rápido possível, uma amostra de par de calçados do tipo masculino, sua referência H-0119 e, aproveitando o ensejo, solicitamos que nos informe o preço para 1.500 pares de calçados de mulher, sua referência M-2253; outrossim, pedimos que nos informe o custo do frete aéreo, assim como do frete marítimo, de modo que possamos fazer uma avaliação do que se ajusta melhor aos nossos interesses, porque a situação econômica do momento exige esses cuidados. Não se esqueça de nos informar Comunicação Empres.indd 18 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 19 04 também a possibilidade de efetuar V.Sa. esse embarque no prazo de um mês tão logo receba nosso pedido, porque estamos com estoque muito baixo e tememos perder vendas. Na expectativa de breves notícias, aqui vai nosso cordial abraço, Reginaldo Mendes Gerente de compras ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 19 15/10/10 09:08 20 | Comunicação Empresarial 05 QuALiDADEs E DEFEiTos Do TEXTo EsCriTo Objetivo: Reforçar conceitos fundamentais acerca dos itens que promovem as qualidades e os defeitos do texto escrito fornecendo ao aluno as ferramentas essenciais para o desenvolvimento de uma redação comercial eficaz. Qualquer negociação no âmbito empresarial, seja divulgar um produto, efetivar uma venda ou convencer o cliente, visa atingir bons resultados e isso só é possível se houver eficácia na comunicação. Assim sendo, são empecilhos para uma comunicação empresarial eficaz o uso de termos que o receptor desconhece, o excesso de dados irrelevantes, a falta de coerência entre frases e assuntos e o uso exagerado de clichês e frases feitas. Mas para que a mensagem seja transmitida de forma eficaz, é necessário, sobretudo, que ela seja bem formulada, eliminando duplo sentido, distorções e mal-entendidos. Além de precisão, clareza e objetividade, é fundamental que o redator respeite a norma padrão da língua. Isso denota elegância, harmonia e formalidade ao texto. Um redator que lança mão da prolixidade acaba redigindo um texto com informações desnecessárias e uma linguagem rebuscada e sem objetividade prejudicando a resposta correta que se espera por parte do receptor. A redação administrativa deve primar pela concisão e precisão vocabular, eliminando estrangeirismos, advérbios, adjetivos e conjunções desnecessários, preferindo sempre a ligação das frases por meio de ideias. ITens qUe ImpRImem qUALIdAde Ao TexTo escRITo: O que é fundamental na redação comercial para que, entre outras coisas, prenda a atenção do receptor: 1. Concisão: estabelecer o objetivo • Evitar a prolixidade, isto é, restringir os assuntos • Desenvolver e distribuir a mensagem de forma bem definida, sem excesso de informações • Desvincular-se de preconceitose esterótipos • Evitar a vaguidade das expressões • Evitar as afetações e colocações exageradas 2. Dominar um bom repertório lexical • Ter precisão vocabular • Desenvolver boa argumentação e opinião • Tomar cuidado com as repetições de ideias, palavras e verbos auxiliares 3. Observar a gramática • Evitar as gírias e estrangeirismos • Evitar os pleonasmos e redundâncias • Tomar cuidado com a ambiguidade • Evitar o laconismo (falta de palavras) • Evitar a empolação ou obscuridade (excesso de advérbios e adjetivos que levam a linguagem burocrática) • Evitar as expressões antiquadas Comunicação Empres.indd 20 15/10/10 09:08 21 05 4. Escolher o canal adequado para veiculação Tropeços mais comuns na correspondência comercial • Erros de concordância verbal ou nominal • Emprego incorreto (impessoalidade) do verbo haver no sentido de existir e do verbo fazer no sentido de espaço de tempo • Regência verbal e nominal mal empregada • Colocação incorreta de pronomes oblíquos • Pleonasmos • Prolixidade: falta de objetividade, excesso de palavras • Obscuridade: falta de clareza devido ao emprego de períodos muito longos, má pontuação ou linguagem rebuscada problemas de redação que comprometem a clareza do texto Todo redator que se preocupa com a qualidade de seu texto prima pelo uso da norma culta, sendo muito cauteloso quanto aos vícios e figuras de linguagem. Estes “defeitos” afetam sobremaneira a clareza da mensagem, principalmente no que se refere à ambiguidade, à obscuridade, à redundância, à cacofonia, ao eco e à prolixidade. Vícios Linguagem • Cacofonia: Pagou vinte por cada • Pleonasmo vicioso: Subiu lá em cima no terceiro andar • Hiato: Eu o avisei disso • Eco: Estavam conscientes de que elegantes não conseguiam ser convincentes • Colisão: O Papa Paulo pediu paz • Ambiguidade ou anfibologia: A cadela da sua mãe foi passear • Solecismo: Eu assisti o programa (erro de regência: “ao” programa) • Barbarismo: de pronúncia: “pobrema”, de grafia: “excessão” de morfologia: ela vai “vim” • Circunlóquios: Antes do Astro Rei aparecer ao firmamento... (use apenas Sol) figuras de Linguagem • Elipse: Este prefácio, apesar de interessante, inútil (Mário de Andrade) • Pleonasmo/Redundância: Os problemas, é necessário resolvê-los • Polissíndeto (muitas conjunções): E trabalha, e teima, e sofre, e sua (Olavo Bilac) • Assíndeto (sem conjunções): Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes de flores com laços de fita, o Zé Povinho de chapéu erguido. (Aníbal Machado) • Hipérbato ou inversão (mistura os termos): Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos • Anacoluto (interrupção, denota incoerência): Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos (José Lins do Rego) • Repetição ou Anáfora (usado em poesia): A minha amada veio de leve. A minha amada veio de longe. A minha amada veio em silêncio ( Vinícios de Morais) • Onomatopéia: au au, pocotó, miau, bipbip, trim • Aliteração: Vozes veladas, veludosas vozes (Cruz e Sousa) • Silepse ou concordância ideológica (gênero, número ou pessoa: Os brasileiros somos macacos dos americanos Comunicação Empres.indd 21 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight Rogeroide Highlight 22 | Comunicação Empresarial 05 • Metáfora: eu sou uma ilha longe de você • Metonímia: Minha professora leu Carlos Drumond para nós • Sinédoque: O bigode faltou hoje • Catacrese: braço da cadeira, céu da boca • Antonomásia ou perífrase: O Divino Mestre (Jesus Cristo) • Sinestesia: Através da noite que me envolveu • Comparação: Ele age como se fosse o dono do mundo Sugiro a leitura dos livros: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Lucerna, 1999 e MEDEIROS, João Bosco. Correspondência - Técnicas de Comunicação Criativa. São Paulo: Ed. Atlas, 2008. Agora é a sua vez! 1) Comente a ambiguidade das seguintes sentenças: a) Nós vimos o incêndio no prédio: ______________________________________ b) Peguei o ônibus correndo: ___________________________________________ c)Deputado fala da reunião no canal 2: ___________________________________ d) O policial deteve o suspeito em sua casa: _______________________________ e) Jorge saiu em seu carro: _____________________________________________ 2) Observe os anúncios publicitários abaixo: a) Ligue para a APR. Ou vai dizer que você não liga? b) Antártica. Não tem sorteio, não tem cupom. Achou a tampinha premiada, ganhou. c) Mais fresquinho que a última fofoca, só Tostines. d) Os alemães são o povo que melhor faz carro. Nós somos o povo que melhor faz gol. Volkswagen. Quais anúncios apresentam duplo sentido? Por quê? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 22 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight 23 05 3) Oralidade e escrita são modalidades muito distintas no processo comunicativo. O texto a seguir é a transcrição mais ou menos fiel de um relato oral. No ato da fala não houve qualquer problema de compreensão por parte dos interlocutores. Reescreva-o, passando para o nível padrão da linguagem : falante 1: Eu não sei, tem dia... depende do meu estado de espírito, tem dia que a minha voz..., mas tá assim, sabe? Taquara rachada? Fica assim aquela voz, baixa. Outro dia eu fui ler um artigo, ler! Um menino lá que faz pós graduação de economia, ele me, nós ficamos até duas horas da manhã, ele me explicando toda a matéria de economia, das nove da noite. falante 2: Nossa! falante 1: Ele fez resumo... que era para mim ir lá na frente, né, na classe, ler, eu sei que, esse papo que eu tive com ele clareou mais a matéria para mim, mas eu já fui lá na frente ler, eu teria que comentar apenas e levar o roteiro como, como... falante 2: Ponto de apoio. falante 1: Ponto de apoio, mas eu não! Eu peguei o papel assim... eu fiquei assim o tempo todo, eu só li, um artigo tão bem feitinho... poderia ter tirado uns oito ou nove só pela minha forma de irlá na frente, falar, tremendo, eu não sabia, sabe? E a voz foi diminuindo, diminuindo, aí eu fui dando uma disparada na lida, sabe quando você dá uma disparada pra terminar logo? Foi horrível. (Adaptado de TARALLO, F. Tempos Linguísticos, São Paulo, Ed. Ática, 1990) ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 23 15/10/10 09:08 24 | Comunicação Empresarial rEVisÃo GrAmATiCAL DA LÍNGuA PorTuGuEsA06 Objetivo: Possibilitar ao aluno uma revisão geral da norma culta padrão da Língua Portuguesa, uma vez que o domínio gramatical é item indispensável para qualificar um bom redator, assim como uma das prioridades na comunicação empresarial. cLAsses gRAmATIcAIs 1. sUBsTAnTIVo: É a palavra com que designamos os seres em geral. Formação: • Primitivo: forma outros substantivos. Ex.: monte, casa, pedra... • Derivado: gera-se de outro. Ex.: pedra-pedreira, casa-casarão... • Simples: constituídos por uma só palavra. Ex.: menino, flor, mesa... • Composto: compostos por mais de uma palavra. Ex.: couve-flor, pé-de-vento... Flexão genérica: • Masculino: o homem, o jardim, o mapa... • Feminino: a menina, a casa, a mesa... • Epiceno: águia macho, cobra fêmea, jacaré macho... • Comum de dois : o jovem, a jovem, o pianista, a pianista... • Sobrecomum: a testemunha, o animal, a criança... formação do feminino: leão-leoa, abade-abadessa, escritor-escritora, ator-atriz, barão-baronesa,irmão-irmã, rapaz-rapariga, herói-heroína... flexão numérica: casa-casas, funil-funis, coração-corações, cristão- cristãos, papel-papéis, fácil-fáceis, flor-flores, bem-bens, freguês-fregueses, cão- cães, o pires-os pires, Plural dos substantivos compostos: • Quando há uma preposição ligando, só primeiro varia: pão-de-ló = pães-de-ló • Quando há dois substantivos ou substantivo e adjetivo, ambos variam: segunda-feira = segundas-feiras, guarda-civil = guardas-civis... • Quando os elementos vêm unidos só o último varia: pontapé = pontapés • Quando o primeiro elemento é verbo ou palavra invariável, só o segundo varia. Se o segundo for verbo, não há variação: arranha-céu = arranha-céus, o ganha-perde = os ganha-perde • Quando o primeiro elemento é o adjetivo grão (grã), só varia o segundo: grão- vizir = grão-vizires • Em palavras repetidas, se verbos, ambos variam, se imitativos, só o segundo varia: puxa-puxa = puxas-puxas, reco-reco = reco-recos • Quando os compostos representam orações subordinativas, não há variação: leva-e-traz, cola-tudo, bumba-meu-boi... flexão gradual: indica o tamanho do ser a que se refere. • Aumentativo: casa enorme, amigo-amigão, sábio-sabichão, povo-povaréu... • Diminutivo: casa pequena, amigo-amiguinho, nó-nozinho, prancha-prancheta, rio-riacho, sala-saleta, asa-asinha... Comunicação Empres.indd 24 15/10/10 09:08 25 06 • Coletivo: índios– tribo, bispos– concílio, lobos– alcateia, lenha– feixe... 2. AdJeTIVo: É a palavra que exprime qualidade ou modo de ser do substantivo a que se refere. flexão genérica e numérica: variam em gênero e número para concordar com os substantivos a que se referem. Ex.: belo-belos, azul-azuis, festas nipo- brasileiras, gravatas verde-folha... formação do feminino: imperador-imperatriz, ilhéu-ilhoa, plebeu-plebeia, chorão-chorona, trabalhador-trabalhadeira... São invariáveis: hindu, cortês, montês, descortês, posterior, pior, menor, maior... Flexão gradual: Comparativo: compara dois elementos • Superioridade: Paulo é mais rico do que João • Igualdade: Paulo é tão rico quanto João • Inferioridade: Paulo é menos rico que João Superlativo: exprime qualidade do ser elevado ao máximo ou ao mínimo. • Relativo de superioridade: Paulo é o mais alto de todos • Relativo de inferioridade: João é o menos alto de todos • Absoluto analítico: Paulo é extremamente alto • Absoluto sintético: Paulo é altíssimo • Alguns termos especiais: amigo-amicíssimo, cruel-crudelíssimo, nobre- nobilíssimo, antigo-antiquíssimo, pobre-paupérrimo, humilde-humílimo, íntegro-integérrimo, sagrado-sacratíssimo... 3. ARTIgo: É a palavra variável que se antepõe ao substantivo para mostrar se ele é tomado em sentido vago (indefinido) ou preciso (definido), e ajuda a determinar o gênero e o número do substantivo sempre concordando com este. Classificam- se em: • Definido: o, a, os, as • Indefinido: um, uma, uns, umas 4. pRonomes: Denota o ente ou a ele se refere, considerando-o apenas como pessoa do discurso. pessoais: designa as pessoas do discurso • Retos: eu, tu, ele, nós, vós eles • Oblíquos • Átonos: me, te, o, a, lhe, os, as, lhes • Tônicos/Reflexivos: me mim comigo, te ti contigo, se si consigo, nos conosco, vos convosco possessivos: referem-se às pessoas do discurso possuidoras de algo. Meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas demonstrativos: mostram o lugar onde uma pessoa ou coisa se encontra. Comunicação Empres.indd 25 15/10/10 09:08 26 | Comunicação Empresarial 06 Este, esta, estes,estas, esses, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, isto, isso, aquilo Indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso e tem sentido indefinido. Algo, alguém, algum, alguns, nenhum, nenhuma, nenhuns, ninguém, tudo, toda, tudo, outro, outra, outros, outras certo, cada, vários, muitas , muitos, pouco, qualquer, quaisquer, nada Interrogativos: quem, qual, de que, que, quantas, o que Relativos: que, o qual, a qual, os quais, as quais, quem, cujo, cuja, cujos, cujas, onde e quanto precedido de tudo Locução pronominal: cada qual, cada um pronomes de tratamento: Vossa Senhoria (V.Sª.) para pessoas em geral. Vossa Excelência (V.Exª.) para autoridades. Vossa Majestade (V.M.) para reis e rainhas. Vossa Alteza (V.A) para príncipes. Vossa Reverência (V.Revª) para freiras, irmãs religiosas. Vossa Reverendíssima (V.Revmª) para padres. Vossa Eminência (V.Emª) para cardeais. Vossa Santidade (V.S.) para o papa. Sr. e Sra. Para pessoas dignas de respeito. 5. nUmeRAL: É a palavra que exprime uma ideia de número dos seres ou de sua ordem. Classificam-se como: cardinal (1,2,3...), ordinal (primeiro, segundo, terceiro...), multiplicativo (dobro, duplo, triplo...) fracionário (meio, terço,metade...) coletivos ( dezena, par, dúzia, década, quinzena, novena ...) flexão genérica e numérica: variam em gênero os cardinais “um” = “uma” e “dois” = “duas” e as centenas a partir de duzentos = duzentas, etc. Variam em número os cardinais “milhão” = “milhões”, “bilhão” = “bilhões” etc. Os ordinais variam em gênero e número primeiro = primeira, primeiros = primeiras, etc. Para designar reis e papas, séculos ou capítulos usa-se o ordinal até dez e o cardinal de onde em diante. Ex.: Pedro II (segundo), Pio XI (onze), Capítulo XII (doze), Século I (primeiro)... 6. VeRBo: É a palavra que sofre variações para indicar uma ação ou estado, flexionando-se em tempo, modo, voz, número e pessoa. conjugações: 1ª: ar (amar), 2ª: er (vender), 3ª ir (partir). O verbo “por” e seus derivados constitui anomalia da 2ª conjugação (poer). flexão verbal: mediante a flexão o verbo pode indicar a pessoa que pratica ou sofre a ação, o número dessas pessoas, o tempo em que ocorre a ação, o modo como quem anuncia se coloca diante da ação. modo e tempo: são as diferentes formas que o verbo assume para indicar a atitude da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. Indicativo: enuncia ação, estado, fato de maneira real e positiva. • Presente: canto, cantas... • Pretérito Perfeito: cantei, cantou... • Pretérito Imperfeito: cantava, cantavas... • Pretérito Mais-que-perfeito: cantara, cantaras... Comunicação Empres.indd 26 15/10/10 09:08 27 06 • Futuro do presente: cantarei, cantarás... • Futuro do pretérito: cantaria, cantarias... subjuntivo: enuncia ação, estado, fato como possível e duvidoso • Presente: que eu cante, que tu cantes... • Pretérito Imperfeito: se eu cantasse, se tu cantasses... • Futuro: quando eucantar, quando tu cantares... Imperativo: exprime ordem, súplica, pedido ou convite: faça, venda... formas nominais: • Infinitivo: é o “nome” do verbo. Ex.: Comer e dormir bem é importante. • Gerúndio: Cantando e dançando somos felizes • Particípio: Tudo foi feito para dar certo Vozes: é a propriedade que o verbo possui de indicar se o sujeito sofre ou pratica a ação • Ativa: quando o sujeito é o agente da ação. Ex.: O aluno leu o livro • Passiva: quando o sujeito recebe a ação. Ex.: O livro foi lido pelo aluno Locução verbal: quando os verbos combinam-se produzindo formas compostas. Ex.: O aluno estava lendo o livro classificação dos verbos • Regulares: não alteram o radical em suas conjugações • Irregulares: alteram o radical em suas conjugações. Ex.: fazer • Anômalos: mudam completamente o radical. Ex.: ir • Defectivos: não apresentam flexão completa. Ex.: falir • Abundantes: verbos que possuem mais de uma forma para a mesma pessoa ou para o particípio. Ex.: enxugar – enxuto e enxugado • Auxiliares: são os que auxiliam os demais verbos. Ex.: ser, estar, ter, haver 7. InTeRJeIção: É a palavra que exprime sentimento súbito. • Alegria: ah! Oba! Oh! ... Aversão: ih! Chi! ... • Desejo: tomara! Oxalá! ... Animação: eia! Coragem! ... • Aplauso: bis! Viva! Bravo! ... Chamamento: psiu! Alô! ... • Dor: ai! Ui! ... Apelo: olá! Alô! ... 8. AdVéRBIo: É a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, mostrando uma circunstância. • Lugar: aqui, ali, lá, além, aquém, perto, longe, fora, dentro, onde, acima, adiante... • Modo: bem, mal, melhor, pior, certo, depressa, assim, devagar, adjetivos femininos terminando em “mente” como justamente, completamente... • Afirmação: sim, realmente, pois não, pois sim, certamente... • Dúvida: talvez, porventura, acaso, provavelmente... • Intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, quanto... • Tempo: agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje, ontem, amanhã, breve... Comunicação Empres.indd 27 15/10/10 09:08 28 | Comunicação Empresarial 06 • Negação: não • Causa: por quê? • Locuções adverbiais: às vezes, às pressas, de tempos em tempos, de vez em quando, pouco a pouco, em breve, às cegas, às claras ... • Flexão gradual do advérbio: Ex.: o animal chega pertinho. Chegaram muito cedo, cedíssimo. 9. pReposIção: É a palavra invariável que liga dois termos entre si. • Simples: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás • Locução prepositiva: formadas por dois ou mais vocábulos, sendo o último uma preposição simples (geralmente “de”): abaixo de, acerca de, a respeito de, apesar de, depois de, diante de, em lugar de, em vez de, para cima de, por entre... • Contrações (proposição + artigo definido ou indefinido masculinos ou femininos): Ex.:em+a=na, em+este=neste, por+a=pela, de+o=do, em+aquele=naquele, a+aquela=àquela... 10. conJUnção: É a palavra invariável que liga orações ou termos entre si. conjunções coordenativas: relacionam palavras ou orações com a mesma função gramatical: Ex.: escute primeiro e fale depois. • Aditiva: e, nem • Adversativa: mas, porém, todavia • Alternativa: ou...ou, já...já, ora...ora • Conclusiva: logo, portanto, pois ... • Explicativa: porquanto, pois, porque, que (depois de orações com ideia de desejo, pedido, ordem conjunções subordinativas: ligam duas orações em que uma completa ou determina o sentido da outra. Ex.: Eram cinco da tarde quando cheguei em casa. • Integrantes: que, se • Proporcionais: à proporção que, à medida que … • Causais: porque, visto que, já que... • Comparativas: como, que, do que ... • Concessivas: embora, conquanto, ainda que... • Condicionais: se, caso, conquanto que ... • Conformativas: conforme, como, segundo • Consecutivas: que (depois de tão, tal, tanto, tamanho...) • Finais: para que, a fim de que ... • Temporais: quando, mal, antes que ... Locução conjuntiva: forma-se pela partícula “que” antecedida de advérbio preposição ou particípio: desde que, já que, visto que, dado que, até que, sem que, antes que ... Sugiro a leitura do livro: CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1985. Comunicação Empres.indd 28 15/10/10 09:08 29 06 Agora é a sua vez! Reescreva o texto abaixo, passando para o nível padrão da linguagem. “Vamo vendê essas venda” Um vendedor de insumos recentemente admitido escreveu seu primeiro relatório para o escritório central. Criou uma confusão no departamento de vendas porque ele não tinha lá grande intimidade com o idioma. Veja o que ele escreveu: “Quirido Xefe, Vim nesse revendedô que nuca conprô nada di nóis e vindi pra êle sem miu cruzado de mercadoria. Tô indo pra Beuzonte”. Antes que o sujeito fosse dispensado pelo gerente, a seguinte carta chegou de Belo Horizonte: “Xeguei aqui e vindi mais treis milião”. O gerente levou o problema para a presidência. Na manhã seguinte, os membros do departamento de vendas viram as duas cartas do vendedor colocadas no quadro de avisos... e a seguinte comunicação do presidente da empresa: “Tamo perdendo muito tempo tentando iscrevê ein veis de vendê. Vamo vendê essas venda; Quero que todos lê as cartas do Silba que tá na rua fazendo um bão trabaio pra nóis, e vocês devia saí e fazê iguau êle.” ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 29 15/10/10 09:08 30 | Comunicação Empresarial 07 orATÓriA – A ArTE DE FALAr BEm Em PÚBLiCo - PArTE 1 Objetivo: Fornecer ao aluno informações, conceitos e técnicas acerca de como falar em público de maneira correta e desembaraçada, vencendo a timidez, sem inibições, nervosismo, tremedeira e “brancos”. Expressar-se bem mediante o desenvolvimento de técnicas para a boa comunicação pode garantir o sucesso de um empreendimento pessoal ou empresarial. Assim, uma fórmula simples que pode resumir a arte de falar bem em público consiste em 99% de “transpiração” + 1% de “inspiração” = habilidade aprendida = dominar o conteúdo a ser discursado + muito planejamento + muito ensaio + controle emocional. como fALAR sem InIBIções e conVenceR o oUVInTe Um conjunto de fatores contribui para uma apresentação de qualidade. Técnicas didáticas, pedagógicas, psicológicas, organização dos conteúdos e também argumentação são itens fundamentais. Reflita sobre “o quê” e “como” dizer de modo que a mensagem possa ser transmitida de forma eficaz e atinja o seu objetivo. Ao iniciar a apresentação o orador deve evitar piadas, pedidos de desculpas ao auditório, chavões, frases feitas, ditos populares, palavras inconsistentes, tomar partido sobre assuntos controvertidos,criar expectativas que não possam ser cumpridas, mostrar-se muito humilde diante de ouvintes importantes ou dizer que o tempo é curto para a apresentação. A máxima “a primeira impressão é a que fica” deve ser sempre lembrada. O bom orador é aquele que conquista a plateia e isso se consegue demonstrando entusiasmo pelo tema. O apresentador deve envolver o público falando com empolgação e convicção mostrando confiança, segurança, experiência e domínio do assunto. Ao introduzir uma palestra o orador deve agradecer à pessoa que o apresentou, em seguida deve cumprimentar o público valorizando-o ao dizer que está feliz por estar ali ou que gosta da plateia e reconhece o seu valor. Em seguida o orador deve informar a plateia sobre o desdobramento da palestra, isto é, o que vai falar, tempo de duração, tempo para perguntas e respostas, tipos de recursos que utilizará e, finalmente, mostra ao público que passará um tempo agradável ouvindo-o. Uma boa forma de iniciar a apresentação é lançar um questionamento, propor uma reflexão. Isso despertará a curiosidade e as expectativas do público. Neste momento o orador não deve recorrer às suas anotações, mas sim olhar firme para o público demonstrando ser comunicativo, persuasivo e caloroso. Fazer uma pausa dramática, isto é, dar alguns segundos para o público pensar enriquece a palestra e atrai a atenção. Durante o desenvolvimento do assunto central é importantíssimo Comunicação Empres.indd 30 15/10/10 09:08 31 07 condensá-lo evitando considerações desnecessárias, conteúdos longos, repetições. Questões do tipo “o que mais chama a atenção?” e “o que não posso deixar de falar?” ajudam a delimitar o tema. Muita informação pode desviar o foco o tornar a palestra cansativa. Fundamentá-la é importante, mas sem esgotar a paciência do ouvinte. Usar recursos audiovisuais é interessante, mas sem se esquecer que o principal deles é o próprio orador. Para uma boa interpretação o orador deve lançar mão da expressividade corporal e vocal, demonstrar emoção, enfatizar corretamente palavras ou ideias chaves e, ainda, fazer pausas. Além disso, para convencer o público o apresentador deve seguir estes itens: • Distribuir os pontos principais ao longo do discurso. • Lançar reflexões a fim de fazer o público interagir. • Projetar o público no discurso levando-o às conclusões junto com o apresentador. • Não convencer, mas sim permitir que o público tire as suas próprias conclusões. • Não dizer o que pensa, mas sim o que as autoridades no assunto pensam. Cite-as. • Falar sempre dos benefícios e vantagens que a exposição trará ao ouvinte. • Fundamentar os argumentos com dados estatísticos, artigos, gráficos, reportagens, etc. • Colocar um toque de humor, mas sem perder a classe. A conclusão é o auge do discurso e, portanto, deve ser simples, direta, persuasiva e positiva. Dizer que vai concluir demonstra preocupação com o tempo dos ouvintes. Para manter a coesão e unidade temática faça referência à abertura da palestra. Trata-se de uma amarração que arremata os pontos abordados. Recapitular também ajuda a enfatizar aquilo que o orador deseja que a plateia pense ou faça. Coloque emoção na fala apelando diretamente para as pessoas tomarem uma atitude. Seja convincente. No encerramento o orador deve elogiar a plateia, cumprimentá-la e dizer algo agradável que revele seu desejo de ver todos vencedores. Estrutura de uma palestra Introdução: Vocativo: “Boa Noite!” Apresentação: “Meu nome é...” Preparação: “Vou falar sobre...” Assunto Central (desenvolvimento ou corpo) Conclusão: Recapitulação: “Resumindo...” Epílogo conTeúdo e pLAneJAmenTo Uma coisa leva a outra. Portanto as ideias devem ser ordenadas de forma crescente e persuasiva primando sempre pela coerência. O assunto deve seguir uma sequência lógica. Ao planejar uma apresentação o orador deve escolher um assunto que vá de encontro aos interesses dos ouvintes levando em conta: Comunicação Empres.indd 31 15/10/10 09:08 Rogeroide Highlight 32 | Comunicação Empresarial 07 • a atualidade do tema • a revitalização de assuntos já conhecidos • a familiaridade que o apresentador tem com o tema • a opção por temas ligados à ocasião • a facilidade de acesso à pesquisa • a escolha por assuntos menos complexos • a simplificação de temas mais difíceis Outro aspecto importante diz respeito à definição dos objetivos da palestra fazendo as seguintes perguntas: • Aonde quero chegar? • O que espero que os ouvintes assimilem? • O que espero que façam? • O que direi para que os ouvintes façam? • Qual o lucro dos ouvintes? • As informações terão utilidade e podem ser aplicadas no cotidiano dos ouvintes? • O que o público quer e precisa? • O que motiva sua plateia? • Os ouvintes já conhecem o assunto? • O que e quanto os ouvintes querem ouvir? • Qual o sexo dos ouvintes? • Qual o nível sociocultural? Faixa etária? Ideologias? Preconceitos? Ao planejar a apresentação o orador também deve levar em consideração o local da palestra e, portanto, deve familiariza-se com o tamanho da sala ou auditório e a quantidade de ouvintes, se está tudo em ordem, tomadas, cadeiras, som, giz, tela de projeção, etc. Verificar os recursos audiovisuais disponíveis e testá-los. Sugiro a visita aos seguintes sites: www.reinaldopolito.com.br, www. methodus.com.br e www.institutofalebem.com.br Agora é a sua vez! Seguindo os passos apresentados neste capítulo, estruture, por escrito, uma apresentação sobre sua empresa e os produtos que ela oferece. Caso prefira, você pode abordar outro tema, por exemplo, meio ambiente, violência, etc. de acordo com o seu domínio. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Comunicação Empres.indd 32 15/10/10 09:08 33 orATÓriA – A ArTE DE FALAr BEm Em PÚBLiCo - PArTE 2 08 Objetivo: Enfatizar o ensaio e o controle emocional como técnicas importantes para vencer a timidez, a inibição e o nervosismo de falar em público de maneira correta e desembaraçada. ensAIo Para que uma apresentação em público surta resultados eficazes é fundamental que haja planejamento, preparação e, sobretudo, ensaio. O orador leigo imagina que dominar bem o assunto é suficiente para fazer uma boa palestra e por conta disso acaba por deixar de lado o treino. Imagine um ator que não ensaia, ou ainda um jogador que não treina. Torna-se impossível atingir o objetivo esperado. Ensaiar consiste em por à prova o que foi previamente planejado. Para isso a cronometragem é fundamental. O orador precisa, também, testar os recursos audiovisuais que porventura venha a utilizar. Recitar, interpretar, dramatizar, representar, familiarizar-se com a voz, gestos, postura e conteúdo escrito, e mais do que tudo, dar vida ao tema, são itens sobremaneira importantes para que o orador, entre outras coisas, desperte o interesse da plateia pelo assunto sem se tornar cansativo. O orador precisa ter em mente que se em casa, durante o treino, não se sair bem, na frente da público se sairá pior! Portanto, obter segurança lendo e praticando em voz alta pode fazer toda a diferença. Além disso a atenção para o tempo da palestra é imprescindível, isto é, deve-se falar pouco e dizer tudo. Os ouvintes detestam apresentações longas. Diga “peço dois minutos de sua atenção” e cumpra o estabelecido. Isso dará credibilidade ao apresentador. É bom lembrar que em uma apresentação está em jogo a imagem pessoal do apresentador e que se ela não for
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