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Preparação pré anestésica

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1 Feito por: Débora Shibayama Guterres 
ANESTESIOLOGIA 
RESUMO DE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
 
 A avaliação pré-anestésica tem como objetivo principais: 
 Captar a confiança do paciente orientando-o sobre a anestesia, os cuidados 
perioperatórios e tratamento da dor para reduzir a ansiedade e facilitar a 
recuperação; 
 Determinar sua condição física e exames complementares e consultas 
necessários; 
 Estimar o risco anestésico-cirúrgico do procedimento; 
 Escolher a anestesia. 
 
 Em casos de procedimentos eletivos, o paciente deve passar por uma consulta 
com o anestesista que deve ser feita de maneira cuidadosa. Caso o paciente esteja 
internado e na iminência de passar pela cirurgia, o anestesista deve fazer pelo menos 
uma visita a ele para investigar o que for necessário. Para alcançar os objetivos da 
avaliação, a anamnese e o exame físico são dirigidos de maneira geral e também 
específica, como será descrito a seguir: 
Anamnese 
 É importante começar com a identificação completa do paciente e questioná-lo 
sobre os seguintes itens: 
A. Anestesia anterior: perguntar se o paciente já fez alguma anestesia local ou geral 
anteriormente, se houve alguma intercorrência relacionada (náuseas, vômitos, 
despertar demorado, agitação, hipertensão, se algum familiar já teve problemas 
com anestesia (hipertermia maligna, anormalidades da colinesterase, etc.); 
quando possível, verificar a ficha da anestesia anterior do paciente; 
B. Hábitos: 
I. Tabagismo: o risco depende do tempo de fumante do paciente. O cigarro 
determina maior ocorrência de complicações como: inibição da resposta 
imune, aumento da indução enzimática, maior acidez e volumes 
gástricos, maior incidência de neoplasias. Além disso, as vias aéreas se 
tornam mais irritáveis a corpos estranhos como o tubo de intubação, o 
transporte mucociliar está diminuído, favorecendo o acúmulo de 
secreções, a excitabilidade do coração está aumentada e normalmente 
há problemas microcirculatórios nesses pacientes, o que pode dificultar 
a cicatrização. O ideal é que cesse o fumo 6 semanas antes da cirurgia 
(o paciente não deve fumar, pelo menos, nas 48h antes do 
procedimento). 
II. Alcoolismo: o uso crônico de álcool pode aumentar o metabolismo 
hepático ao induzir as enzimas, o que aumenta a quantidade de 
anestésica para fazer o efeito. Por outro lado, a função hepática também 
pode estar deteriorada a graus extremos, o que pode causar até 
problemas de coagulação. 
III. Uso crônico de opioides. 
IV. A cocaína inibe a receptação de noradrenalina, aumentando o risco de 
arritmias e resposta exacerbada a vasopressores (evitar medicamentos 
 
2 Feito por: Débora Shibayama Guterres 
disritmogênicos – halotano, pancurônio – ou simpatomiméticos – 
cetamina). 
V. A maconha inibe as colinesterases e causa indução enzimática. 
VI. O sedentarismo pode causar déficit na atividade das mitocôndrias, o que 
pode resultar em uma insuficiência respiratória tecidual. 
C. Alergia: perguntar se o paciente tem alergias alimentar, medicamentosa ou 
qualquer outra substância, como o látex. Pessoas da área da saúde ou com alta 
exposição ocupacional às proteínas do látex, têm mais chances de desenvolver 
alergias a ele, bem como pacientes que fazem múltiplos procedimentos com 
frequência (por anormalidades urogenitais, cateterizações, etc.). 
D. Data da última menstruação: Descartar a possibilidade de gravidez devido o risco 
teratogênico da anestesia. 
E. Sistema cardiovascular: Perguntar sobre dispneia, tosse seca, palpitações, 
arritmia, edema, hipertensão arterial, doenças vasculares cerebrais e periféricas, 
dor precordial, história antiga ou recente de infarto do miocárdio (parece razoável 
esperar de quatro a seis semanas após infarto para realizar uma cirurgia eletiva) 
etc.; é importante avaliar o grau de atividade física e alterações recentes nos 
sintomas. 
F. Sistema respiratório: perguntar sobre dispneia, tosse, expectoração, chiado no 
peito, história de asma. Em caso de resfriado, parece ser melhor postergar um 
procedimento eletivo. Se houve uma crise de asma recente, a hiper-reatividade 
das ias aéreas ainda pode persistir por algumas semanas. Em portadores da 
síndrome da apneia obstrutiva do sono pode ocorrer uma perda de controle das 
vias aéreas após uma anestesia geral. Bebês prematuros correm risco de fazer 
apneia pós-operatória, e crianças com hipertrofia das amígdalas também correm 
maiores riscos com a anestesia. 
G. Sistema endócrino: pesquisar história de diabetes melito e de tireoidopatias (a 
macroglossia do hipotireoidismo pode dificultar a intubação). 
H. Sistema hematológico: pesquisar anemia (que pode impor um estresse maior ao 
coração, exacerbando uma isquemia ou insuficiência) e histórias de problemas 
com sangramentos prolongados. 
I. Sistema gastrointestinal e hepático: perguntar sobre sintomas relacionados a 
doenças que podem favorecer a broncoaspiração de conteúdo gástrico (p. ex. 
doença do refluxo gastresofágico) e hepatopatias que possam prejudicar 
metabolização do anestésico e a coagulação. 
J. Sistema urinário: perguntar sobre cálculos, infecção urinária, insuficiência renal, 
diálise, etc. 
K. Sistema musculoesquelético: perguntar sobre dor lombar ou articular, artrite, 
dificuldade de acesso venoso na artrite reumatoide. 
L. Sistema nervoso central: Perguntar sobre cefaleia, convulsões; avaliar eventuais 
alterações neurológicas; neuropatia com alteração recente é contraindicação 
para anestesia regional. 
M. Medicamentos em uso: é importante perceber das possíveis interações 
medicamentosas antes que elas ocorram. 
 
Exame físico 
A. Altura e peso: quanto maiores os dois, maior a dose necessária de anestésico. 
B. Constituição física: a obesidade está associada com maior retenção de 
anestésico no tecido adiposo, o que retarda o despertar, diabetes, hipertensão 
arterial, aumento do conteúdo gástrico e também dificulta o relaxamento 
abdominal. 
C. Estado nutricional: No desnutrido, há maior fração livre dos fármacos que se 
ligam a proteínas como o tiopental, devido à hipoproteinemia presente. Há 
diminuição da resposta imunológica, da capacidade vital (por diminuição da 
 
3 Feito por: Débora Shibayama Guterres 
massa muscular), maior risco de edema pulmonar e intersticial, maior 
sensibilidade aos relaxantes musculares. 
D. Coloração de pele e mucosas: importante para investigar anemias e ver estado 
de hidratação do paciente. 
E. Boca, nariz e orofaringe: muito importante para estimar a dificuldade em uma 
possível intubação traqueal. Permeabilidade nasal, dentes frouxos, próteses 
dentárias arcadas dentárias protrusas, tamanho das amígdalas, alterações 
anatômicas, queimaduras, trauma cervical, tamanho da boca, dentre outros são 
itens importantes de serem analisados. Para estimar com mais precisão essa 
dificuldade, é utilizado o índice de Mallampati, sendo que quanto maior a classe, 
maior a dificuldade de intubação. 
 
F. Sistema respiratório: pesquisar roncos, sibilos, estertores, etc. 
G. Sistema cardiovascular: pressão arterial, frequência cardíaca, ausculta cardíaca, 
palpação precordial. 
H. Veias periféricas: verificar a viabilidade para a administração de líquidos, 
anestesia, etc. via acesso venoso periférico. 
I. Palpação da coluna vertebral: verificar qual a facilidade de identificação dos 
pontos anatômicos para anestesias espinais. 
J. Estado psicológico e nível de consciência. 
 
Exames complementares 
 Há vários exames complementares que conhecemos e devemos solicitá-los de 
acordo com o nosso julgamento clínico da necessidade de cada um. Em geral, devemos 
solicitar pelo menos os seguintes: 
 
A. Hemograma (principalmente Hb e Ht): importante para avaliar presença de 
distúrbios hematológicos,estado de hidratação, avaliar possíveis problemas de 
oxigenação que podem ocorrer caso a Hb esteja baixa, viscosidade sanguínea 
e risco de tromboembolismo. 
B. Urina I: importante em usuários de diuréticos, diabéticos, nefropatas, 
procedimentos uroginecológicos e na colaboração da avaliação da função renal. 
C. Radiografia de tórax: pulmonar, aumento de cavidades cardíacas, desvio da 
traqueia etc. Importante em portadores de asma ou DPOC debilitantes ou com 
mudança nos sintomas ou com episódio agudo nos últimos seis meses ou 
procedimento cardiotorácico etc. 
D. ECG: avaliação de arritmias cardíacas, sobrecargas, bloqueios, insuficiência, 
distúrbios eletrolíticos e de efeitos de medicamentos. É importante fazer em 
homens e mulheres assintomáticos com mais de 40 e 50 anos, respectivamente, 
e naqueles com HAS, cardio ou vasculopatia, diabetes, doença renal ou 
tireoidiana, etc. 
 
4 Feito por: Débora Shibayama Guterres 
E. Ecocardiograma: importante na avaliação da função cardíaca. 
F. Ureia, creatinina, glicemia, sódio, potássio, proteínas (na hipoproteinemia se usa 
dose menor de medicamentos que se ligam às proteínas plasmáticas), Hb 
glicada, etc. 
G. Provas de hemostasia (tempo de sangramento e de coagulação, tempo e 
atividade da protrombina). 
H. Parasitológico de fezes: solicitar em qualquer cirurgia do trato gastrointestinal. 
 
Risco anestésico 
 
 O risco da anestesia quanto a paciente pode ser avaliado através do índice da 
American Society of Anethesiologists (ASA). Essa classificação tem suas limitações, 
mas ela é suficiente para ser colocada no documento que o paciente assinará atestando 
ciência do risco que está correndo, o que respalda o anestesista. A classificação institui 
6 categorias de pacientes: 
 
 ASA 1 — paciente sadio normal; 
 ASA 2 — paciente com doença sistêmica leve; 
 ASA 3 — paciente com doença sistêmica severa; 
 ASA 4 — paciente com doença sistêmica severa que é um constante risco para 
a vida; 
 ASA 5 — moribundo que não se espera sobreviver sem a cirurgia; 
 ASA 6 — paciente com morte cerebral declarada e cujos órgãos estão sendo 
removidos para fins de doação. 
 
 Alguns exemplos de classificação de pacientes segundo essa escala são: 
1) ASA 1 — herniorrafia inguinal em paciente sem qualquer outra patologia; 
2) ASA 2 — a mesma herniorrafia inguinal num paciente com hipertensão essencial; 
alguns incluem aqui os extremos etários (neonato e octogenário mesmo sem nenhuma 
doença sistêmica detectável), a obesidade extrema, o tabagismo; 
3) ASA 3 — paciente com angina de peito; 
4) ASA 4 — paciente com insuficiência renal terminal programado para transplante; 
5) ASA 5 — paciente com trombose mesentérica extensa afetando quase todas as alças 
do intestino delgado e do grosso. 
 
Indicação da técnica de anestesia 
 Deverá ser feita pelo anestesista com base em todos os dados obtidos na 
avaliação e na habilidade e experiência da equipe de cirurgia (anestesista, cirurgiões, 
etc.). 
 
Orientações pré-anestésicas 
 O paciente deve ser orientado quanto a medicações que ele precise tomar em 
virtude da cirurgia (p. ex. troca dos hipoglicemiantes orais pela insulina) e também 
quanto ao jejum, principalmente para evitar a ocorrência da síndrome de Mendelson. 
 
 
5 Feito por: Débora Shibayama Guterres 
 
 
 
Obs.: Não esqueçam de ler na transcrição o procedimento de preenchimento da ficha 
anestésica.

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