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Doenças respiratórias virais e resfriado

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INFECTOLOGIA 
RESUMO 
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS DE ORIGEM VIRAL 
Débora Shibayama Guterres 
 
 As doenças respiratórias agudas costumam apresentar mortalidade mais elevada nos primeiros 
anos de vida e na velhice (extremos de idade). Grande parte dos vírus que causam essas doenças incluem-
se nas famílias Paramyxoviridae, Adenoviridae e Coronaviridae. 
PARAMYXOVIRIDAE 
 Principais vírus associados a doenças respiratórias: parainfluenza subtipos 1 a 4, vírus sincicial 
respiratório (VSR). 
 Epidemiologia 
o Parainfluenza 1 e 2: provoca surtos de 2 em 2 anos, principalmente durante o outono e 
inverno; 
o Parainfluenza 3: provoca surtos anuais; 
o Parainfluenza 4: é raro; 
o VSR: causa epidemias especialmente de outubro a março no hemisfério norte. 
 Aspectos clínicos 
o Principais sintomas associados: mal-estar, dificuldades respiratórias, tosse seca, rouquidão, 
tiragem intercostal (mais em crianças), sibilos, estertores pulmonares, palidez inicial 
seguida de cianose, temperatura corporal moderada (suponho que o autor quis dizer 
“estado febril”); 
o VSR: é mais frequentemente isolado em crianças, sendo nelas, o principal agente da 
laringotraqueobronquite, e tendo maior incidência nos primeiros 6 meses de vida, porém, 
podendo causar bronquiolite durante toda a infância. Também causa síndromes 
indiferenciadas do trato respiratório superior e infecções inaparentes em crianças. Em 
adultos, causa infeção geralmente benigna, mas também pode gerar pneumonia, 
broncopneumonia e bronquite; 
o Vírus parainfluenza: 
 Subtipo 1: originalmente relacionado à laringotraqueobronqueíte (LTB) aguda; 
 Subtipo 2: relação com LTB aguda, mal-estar, dor na garganta, tosse e rouquidão; 
 Subtipo 3: localização e gravidade da infecção são variáveis, e pode causar surtos 
epidêmicos semelhantes aos do influenza vírus; 
 Subtipo 4: causa infecções benignas em adultos e crianças. 
 Diagnóstico 
o Isolamento viral por meio de culturas em tecidos (parainfluenza – cultura em células de 
rins de macaco; VSR – cultura em células hep 2) a partir da coleta de material biológico; 
o Sorologias – métodos: inibição da aglutinação, fixação de complemento e neutralização do 
efeito citopático; 
o Demonstração dos antígenos virais por imunofluorescência de células das secreções 
respiratórias. 
 Tratamento 
o Não é específico, mas apenas de suporte; 
o Hospitalizar o paciente quando houver comprometimento do trato respiratório inferior; 
o Nebulização e administração de oxigênio, uso de broncodilatadores, antibióticos e 
hidratação podem ser necessários a depender do estado geral do paciente. 
 
CORONAVIRIDAE 
É uma família composta por vírus RNA de origem animal e humana. Os vírus dessa família 
acometem com maior frequência o trato digestivo humano, e os vírus que acometem o trato respiratório 
são menos estudados porque têm uma incidência de ocorrência menor. 
Os coronavírus costumam causar síndromes agudas do trato respiratório superior, e, em crianças, 
podem acometer os pulmões. Causam surtos maiores durante o inverno, e as infecções primárias por esses 
vírus são mais comuns a partir dos primeiros anos de vida (período pré-escolar). 
O diagnóstico é feito por isolamento viral, sorologia (métodos: fixação de complemento, 
neutralização de efeito citopático em culturas de tecidos), e suas infecções não têm tratamento específico. 
 
 
RESFRIADO COMUM 
São infecções benignas do trato respiratório superior caracterizadas por coriza e garganta 
inflamada causadas pelos Rhinovirus. Vários vírus (influenza, parainfluenza, VSR e adenovírus) podem 
causar infecções semelhantes, mas normalmente elas têm um acometimento mais grave, mas o diagnóstico 
diferencial só pode ser confirmado com testes laboratoriais. 
Os rinovírus podem causar infecções mais graves que o normal em crianças nos primeiros anos de 
vida e o resfriado comum pode ocorrer várias vezes durante a vida porque há vários tipos de rinovírus e a 
respostas imunes para cada um deles não cruzam entre si. 
 Características virais 
o Pertencem à família Picornaviridae; 
o São RNA-vírus sem envelope, cuja infectividade não é destruída por congelamento 
ou descongelamento; 
o Adaptam-se a crescer em culturas de células da linhagem hep-2 e não se multiplicam 
em ovos embrionados; 
o Existem mais de 100 sorotipos e a maioria não tem relação antigênica entre si 
(dificulta a produção de vacinas). 
 Epidemiologia 
o São encontrados em todo o mundo; 
o Parece não haver grande variação sazonal na ocorrência dos casos de infecção; 
o A taxa de infecção tende a decrescer conforme a idade aumenta 
 Transmissão 
o Gotículas expelidas pelo espirro, fala ou tosse na fase aguda da doença (vírus em 
grande quantidade nas vias aéreas). 
 Manifestações clínicas 
o Período de incubação: 1 a 3 dias; 
o Normalmente começa com irritação na garganta, seguido de coriza profusa, espirros 
e tosse; 
o Não exsudato faríngeo nem adenopatia cervical; 
o Sintomas associados: cefaleia, dores pelo corpo, rouquidão, otalgia, conjuntivite 
(ocasional), febre baixa de curta duração, com calafrios e mal-estar; 
o Infecção autolimitada com remissão, geralmente, em 1 semana (tosse pode 
continuar por mais tempo); 
o Infecções bacterianas podem se associar e causar corrimento nasal purulento; 
o Crianças: podem ter vômitos e diarreia; 
o Bebês: podem ter complicações pulmonares. 
 Tratamento 
o Não é específico, apenas sintomático (vasoconstritores para descongestionar o 
nariz, analgésicos, antitérmicos); 
o Recomenda-se que o paciente permaneça em casa por 1 ou 2 dias para evitar 
contaminação de mais pessoas e beba bastante líquido. 
 Profilaxia 
o Evitar lugares com aglomerações de pessoas; 
o Evitar permanência em locais fechados e sem ventilação natural; 
o O papel profilático da vitamina C não foi confirmado e as vacinas têm uso 
injustificado por não apresentarem reação de imunidade cruzada dos sorotipos 
entre si.

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