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Aula Tópicos de ética II Espinoza

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TÓPICOS DE ÉTICA II
BENTO ESPINOSA (1632-1677), holandês de nascimento, português (formação cristã) de crescimento, judeu (por formação rabínica) convertido ao cristianismo pela monarquia espanhola. Portanto, marcado por conflito de origem.	Comment by Samuka Brun: ESTUDOS DE ESPINOSA: >http://benedictusdespinoza.pro.br/index.html<
MARILENA CHAUÍ: A definição real da abertura da ética ‘I’ Espinosa
Marilena Chauí afirma que a ética em Espinosa é uma ontologia universal (apresenta uma teoria do ser); é lógica (é explicação racional do ser) e uma antropologia (define o que é o ser humano). Define o ser humano ao afirmar que as paixões dos homens são naturais, contrariando Descartes. 
A lógica está orientada a partir de um princípio de conhecimento, uma vez que conhecer é sempre conhecer pela causa, isto é, se começo por baixo, o homem só poderá ser conhecido por meio das causas de sua essência. Se penso a partir do ser humano, de baixo, não compreenderá que os atributos do homem advêm de sua causa primeira, portanto, as paixões advêm de Deus, obviamente mais inferior. É preciso explicitar as causas do homem, de sua existência e de sua ação (essência, existência e ação).
*A causa de sua existência singular é a existência de outros homens singulares que o produzem (existência material). *A causa de sua essência é Deus, ou seja, o homem é uma modificação dos atributos divinos (pensamentos e extensão) – é Deus transfere para o homem partes de seus atributos (liberdade, vontade, razão, desejo, avaliação de bem e mal....). *A causa de sua ação é os desejos: das paixões e da liberdade do homem que o termo ética se esclarece.	Comment by Samuka Brun: Imanente, contido nos atributos humanos; Não é o Deus judaico-cristão; aproxima-se à concepção estoica e à ideia panteísta de um Deus presente na natureza, aqui, vê-se na natureza humana.
A partir desse conceito da ação enquanto desejo, pensemos dois elementos: (1) Espinosa separa ética de moral – a moral encontra-se junto com a religião como sistemas que impõem deveres aos homens, portanto, a moral é prescritiva. (2) A ética nada tem a ver com os deveres, pois quem age por deveres não é livre nem autônomo – normas e deveres tiram a liberdade de agir. A ética é a definição do ser do homem tal como ele é e demonstrado o porquê o homem é tal como ele é, neste sentido a ética está, de certo modo, ligado à essência o homem. No livro IV da Ética, Espinosa afirma que: aquele que não conseguir alcançar a verdadeira liberdade devem se submeter a religião e a moral. 
Rocha Fragoso diz que o livro “Ética” é primoroso pois busca a liberdade e a beatitude, pois trata da passagem de um estado de submissão ao estado de felicidade. Portanto a ética é percurso pelo qual o homem deve traçar para alcançar a beatitude e a liberdade. A beatitude é um fim a ser alcançado e por isso vale por si mesmo, ou seja, só é possível pela liberdade. Para Fragoso a estrutura da ética em Espinosa corresponde a 5 partes: (1) Sobre Deus; (2) da natureza e da origem do espirito; (3) da natureza e origem dos desejos; (4) da servidão humanas ou das forças das afecções (desejos); (5) da potência do entendimento ou da liberdade humana.	Comment by Samuka Brun: Realização suprema da vida, entendido a partir do princípio de imanência, tal qual as teorias estoicas;
SOBRE DEUS – procura estabelecer o conhecimento dos princípios estabelecendo Deus como causa única e primeira. Espinosa não usa o termo Deus com o mesmo sentido da tradição judaico-cristã. Espinosa elimina a ideia de um Deus que cria tudo do nada. Compreende Deus como aquele que produz a si mesmo, às coisas e ao homem – ele é causa de si mesmo e de tudo. Não pretende produzir uma nova teologia, mas pretende afirmar o verdadeiro conhecimento de Deus. Deus é absolutamente infinito, substancia que consta infinitos atributos. Compreende que as paixões são humanas e que para compreendê-las é necessário conhecer a causa do homem que é deus. O Homem é aquele dotado de sentir e provocar paixões, e se o faz é por que Deus o fez assim, o facultou assim.	Comment by Samuka Brun: Deus transcendente, Criador.
Em Espinoza não há uma concepção de Deus como um ser histórico, para ele a natureza coincide com Deus, de modo que a natureza é livre e nós somos determinados, pois não somos causa de nós mesmos. Somos parte da natureza, causados a partir de uma série de eventos, naturais, obviamente. A obra ‘Ética’, não há nada que leve a compreender que o divino favoreça a humanidade; exclui a existência de um Deus providente, bíblico. Contudo, a natureza não existe para favorecer o homem. Deus e o mundo não está à disposição do homem para que possa gozar livremente.
A consequência disso é que a nossa natureza interna, as paixões são todas naturais, próprio da condição humana. Todo nosso ser (mente) não são governados, guiados por um ente superior providente. O mundo não é absolutamente para nós – o homem não é padrão para a natureza, nem o mundo está para prestar favores ao homem, como um servidor do homem. Portanto, isso mostra que nós temos a possibilidade de crescer e se desenvolver sem que isso correlacione com a providência. A presença e o governo de Deus dominam o cenário e a paisagem recheando a natureza humana de uma necessidade lógica restritiva. O homem possui a capacidade racional de se compreender dentro desta realidade associativa de Deus e sua própria condição: compreende suas paixões. 	Comment by Samuka Brun: A não compreensão das paixões faz com que escolhamos aquelas paixões que não são positivas ao homem [lógica estoicista].
Essa Capacidade racional difere o homem das demais criaturas.
Para explicar deus é preciso refletir sobre todo o existente. Dessa compreensão deriva-se cinco aspectos: (1) Como Rex Extensa Deus é o que existe, ou o que existe é Deus. (2) Ele deixa de ser substancia perfeita distante, que subsiste por si e, longínqua a realidade dos homens. (3) Onde está Deus estão as coisas, onde estas estão, isto é, Deus. Deus que é composto de muitos atributos... (4) Espinoza destrói a raiz mesma da religião, tal como Lucrécio, no sentido de que para Lucrécio a religião medo que serve de controle psicológico – uma religião supersticiosa. Neste ponto de vista, ele não separa religião de superstição. Na verdade superstição é uma religião privada. A religião enquanto religião é superstição pública. (5) Em Espinosa arruína-se o conceito de substancia: * Recusa que haja um atributo principal co-extensivo a cada substancia demonstrando a existência de uma única substância cuja a essência absolutamente absoluta é constituída por uma pluralidade infinita de atributos. * Espinosa não recusa que o ser divino tenha modificações, e demostra que ele é causa eficiente imanente a suas próprias modificações, arruinando a distinção entre Criador e criatura.	Comment by Samuka Brun: Aqui, Espinoza contrapõe Descartes sobre as teorias “Rex Extensa e Rex Cogitum”. Partindo do conceito aristotélico de que Deus é a matriz (o primeiro motor, a força motriz) que move todas as coisas, logo, deus está em todas as coisas. O atributo que move as coisas é o atributo de deus presente nelas.
Espinosa entende que a tarefa fundamental da Filosofia, distinta da religião e teologia, é produzir conhecimentos racionais acerca de Deus, ou seja, de seus atributos e da natureza. Para a teologia a salvação é dada pela revelação dos profetas. Para a filosofia o conhecimento sobre Deus, seus atributos, mecanismos, essência e extensão compreende a salvação. Cabe a filosofia por fim, descobrir que Deus é necessidade, por que é substancia e como tal determina toda a existência. Deus é causa naturante e as coisas causas maturadas.
Essa compreensão das coisas e acontecimentos para Espinosa pela própria pré existência divina, é com o se Deus perpassasse por tudo: isso quer dizer à medida que há uma pré determinação das coisas, determina a liberdade, o fazer o fazer, o ser, o acertar e o errar. Ele é a sabedoria que tudo prevê, e tudo que ocorre é manifestação de sua natureza.Daí compreende-se que ele não conhece o mal, pois o que o homem considera mal, para ele é bem. Ele é criador de todas as coisas e não teria criado o mal. O mal é perspectiva humana e subjetivo ao sujeito.
Nesse sistema de ideias apercebe Deus como manifestação da ética. Nele, estão imersos os homens, a ordem, a desordem, o errar e o acertar, os vícios, as virtudes, pois são atributos da natureza. Neste quesito pensa-se o problema da ética, que não representa a liberdade de escolha, uma vez que Deus determina os espaços da ação ética. Liberdade significa ação ética, pois é uma ação que se escolhe a partir daquilo que já é/está determinado.	Comment by Samuka Brun: A nossa racionalidade, esclarece a nossa vontade (afecção, desejos...) e conduz e a orienta para uma escolha, no sentido de que se o homem é caracterizado pelo desejo, pode escolher a partir dos desejos uma direção para suas ações. Todavia, tal escolha só pode ser feita a escolha de possibilidades que já estão pré definidos. 
Se extensão e pensamentos são pensamentos de Deus, o homem é uma derivação dele (substancia derivada de Deus), mas essa derivação é bipartida – corpo e alma – não separadas, substancia única. Os homens são partes de Deus e Deus não se separa de sua parte infinita. A partir do entendimento de que Deus é absoluto ele se apresenta em todas as partes. 	Comment by Samuka Brun: Corpo > parte limitada dos atributos de DeusAlma > parte infinita dos atributos de Deus.
O homem é caracterizado substancialmente pelo desejo. É um ser mais desejante que racional; e o desejo tem sua relação primeiramente, de acordo com as responsabilidades das paixões. A capacidade intelectual que o homem tem de conhecer seus próprios desejos e os limitem que possuem é que faz com que a liberdade ocorra. Ser livre depende da compreensão dos limites da própria liberdade com relação ao desejo. O limite da liberdade está na capacidade que temos de nos conhecer, agir e intervir nessa realidade. A realidade é um campo aberto para a realização da própria humanidade. Que só é possível quando o homem compreende sua participação nessa realidade. Os efeitos de nossos atos são forças ativas que nos permitem ampliar nosso poder de existir e agir, o sentido de que temos o desejo de estabelecer o que é bom; as paixões forçam-nos a depender de forças externas, e o nosso amor intelectual liga-nos aquelas paixões positivas tais como o amor e a compreensão (que cria vínculos).	Comment by Samuka Brun: 
A ética é a tentativa de libertação do homem das paixões negativas. A razão da a possibilidade de libertar dessas paixões por meio do amor intelectual que possui de reconhecer-se na realidade.	Comment by Samuka Brun: Aquilo que impede o homem de ser livre e desenvolver-se: o medo da morte, por exemplo. [concepção epicurista]

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