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DOENÇAS PARASITÁRIAS Parasithology Ilness Mirian Cândida da Costa1; Adonai Patrick2; Alexsandro Rubin2; André Santos Oliveira2; Cairo Pangaro2; Cíntia Moitinho2; Diogo Mendonça2;Fábio Vieira2; Fernando José, Peter Wilson 2 INTRODUÇÃO parasitismo é uma relação direta e estreita entre dois organismos geralmente bem determinados: o hospedeiro e o parasita, que levam a produção de doenças parasitárias (2). As doenças parasitárias são responsáveis por considerável morbidade e motalidade em todo o mundo, e freqüentemente estão presentes com sinais e sintomas não específicos (2). A maioria das doenças parasitárias não pode ser diagnosticada apenas pelo exame médico, a investigação laboratorial torna-se necessária para definir se o paciente está ou não infectado com parasita e, se estiver, qual é a espécie do mesmo. Os protozoários são unicelulares com a estrutura muito simples ou complexos, com organelas que executam processos vitais com semelhança ao funcionamento dos seres multicelulares. Dois estágios de diagnóstico são reconhecidos: o estágio vegetativo ou trofozoíta e o estágio de cisto inativo (9). Os helmintos são vermes filiformes que apresentam um dos mais bem- sucedidos planos de organização funcional e simetria bilateral. Destaca-se dois grandes filos deste grupo: os Platelmintos ou vermes achatados e os Nematelmintos ou vermes cilíndricos. Cerca de 50 espécies já foram consideradas como parasitas do homem, das quais uma dúzia destaca-se por compreender importantes agentes causadores de doenças (4). Este trabalho tem como objetivo a explanação de doenças causadas por protozoários e helmintos, esclarecendo os quadros clínicos e formas de diagnóstico. Tais informações serão de grande valia em grupos de trabalhos comunitários voltados para a parasitologia clínica. DESENVOLVIMENTO De acordo com interesse epidemiológico serão abordadas as seguintes patologias: Leishimaniose: causados por protozoários do gênero Leishamania é adquirido pelo o RESUMO – As doenças parasitárias são responsáveis por considerável morbidade e motalidade em todo o mundo, e freqüentemente estão presentes com sinais e sintomas não específicos. Abordaremos algumas patologias causadas por protozoários e helmintos. PALAVRAS-CHAVE – PATOLOGIAS, PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS. homem através de um vetor do gênero Lutzomya. O inseto retira os protozoário, na forma amastigotas, ao picar um hospedeiro vertebrado, esta forma evolui para promastigota no intestino anterior do inseto. As promatigotas são inoculadas no hospedeiro vertebrado durante o hematofagismo, indo parasitar os macrófagos e se transformando em amatigotas. Há um período de incubação no homem, sendo de duração variável e em seguida surgem as lesões cutâneas iniciais (2). Há várias formas de diagnóstico, no entanto, eles baseiam-se na evidenciação do parasita e em provas imunológicas como é o caso da Reação de Montenegro (3). Malária: é uma doença parasitária, sistêmica, produzida por protozoários do gênero Plasmodium, que no Brasil é causada por três espécies diferentes: P. malariae, P. vivax, P. falciparum (6). Todas as espécies são disseminadas através de vetores invertebrados do gênero Anopheles, por uma fêmea anofelina infectante, que se alimenta ao anoitecer ou nas primeiras horas da noite e ingerem o juntamente com o sangue humano o palsmódios em forma de gametócitos. Os aspectos clínicos observados são febre alta acompanhada de calafrios, suores e cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, a depender da espécie do parasita infectante. A confirmação do diagnóstico se faz mediante a demonstração dos parasitas da malária em amostras de sangue examinadas ao microscópio (1). ASCARÍDÍASE: causada pelo nematóide Ascaris lumbricóides, estes vermes são morfologicamente diferente, apresentando sexos separados, o macho pode ser facilmente identificado devido a sua extremidade posterior fortemente encurvada para a face ventral (2). A fêmea é capaz de liberar cerca de 200.000 ovos dia nas fezes, tais ovos são responsáveis pela transmissão, uma vez ingeridos com alimentos contaminados. Os pacientes geralmente apresentam irritação na parede do intestino podendo até mesmo chegar a obstrução, apêndice cecal, subnutrição, urticárias e edema. O diagnóstico laboratorial está focado no exame de fezes e encontro de ovos característicos (7). Teníase: esta doença é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata no intestino delgado do homem. O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta dos dois tipos de Taenia, sendo que a T. solium é adquirida através da ingesta de carne de porco e a T. saginata é adquirida ingestão de carne de boi. O modo de transmissão consiste na contaminação do meio ambiente com ovos eliminados nas fezes, em seguida o suíno ou o bovino se contaminam ao ingerirem os ovos, o ovo eclode e inicia-se a cisticercose (7). Ao alimenta-se com carne suína ou bovina, mal cozida, contendo cisticercos, o homem adquire a teníase. Pode ocorrer a transmissão humana, que é feita pela contaminação através das mãos, da água e de alimentos contaminados com os ovos. A teníase pode causar retardamento no crescimento e no desenvolvimento de crianças, dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência e diarréia. Em alguns casos pode-se ocorrer a intervenção cirúrgica devido ao tamanho do verme e de sua penetração em estrutura do aparelho digestivo. A confirmação laboratorial da Teníase está voltada para o exame parasitológico de fezes, além disso pode-se observar presença de proglótides nas fezes(8). DISCUSSÃO Atualmente o Brasil é um dos campeões das doenças decorrentes da falta de saneamento básico, apresentando números alarmantes (2). O quadro de parasitismo causado por protozoários e helmintos é um dos mais graves problemas de saúde no mundo. Tal problema afeta principalmente as populações de baixa renda, que vivem em condições precárias de saneamento básico e higiene, além disso as crianças com idade escolar representam a maioria dos afetados, com graves conseqüências ao seu crescimento e desenvolvimento físico e mental (5) Atualmente, estima-se que exista 3 milhões de pacientes com helmintíases no mundo (5) e segundo a Organização Mundial da Saúde estima que 800 a 950 milhões de indivíduos são portadores de Àscaris, 700 a 900 por Ancilostomas e 500 milhões por Trichueris, 200 milhões de pessoas são infestados por Giárdia e 500 milhões por Entamoeba hystolytica. Os brasileiros cultivam frações alarmantes destes índices estatísticos (2). Diante destes números alarmantes, faz-se necessárias medidas drásticas, no entanto, por tratar-se de doenças com características endêmicas e que atingem principalmente regiões pobres, torna-se difícil estabelecer medidas de profilaxia e controle. Para evitar epidemias e formação de áreas endêmicas deve-se tomar medidas em relação ao homem, tais medidas consiste em identificar e tratar os casos, oferecer melhores condições de vida e educação sanitária visando à melhoria da saúde coletiva. Esta medida deve vir acoplada com estrangulamento de reservatórios e em caso de doenças transmitidas por vetores, deve-se identificar os focos e combate-lo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. Antunano, F.J.L. Diagnóstico microscópico de los parasitos de la Malária em ia Sangue. Diagnóstico de Malária. OPAS, 512,1998. 2. Aquino, A.R.C.e Seide, R.F. Métodos em rotina em Parasitologia. XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISES CLÍNICAS, 2000. 3. Arruda, E., FARHAT, C.K. Leishmaniose visceral. Infectologia Pediátrica.Atheneu:492-496, 1994. 4. Barnes, R.D. Zoologia dos Invertebrados. 4a edição: Editora Roca, 1990. 5. Bergold, A.M., Korolkovas, A. Anti- helmínteicos benzimidazólicos. Revista de Farmácia Bioquímica da Universidade de São Paulo.; 28:79- 113,1992. 6. Boulos, M. Clínica de la infeccion Malarica. OPAS, 512, 1988. 7. Levi, G.C. Parasitoses Intestinais. Revista Brasileira de Medicina, 49: 85-94, 1992. 8. Moura, H.F., Fernades, A. Helmintiases Intestinais. Jornal Brasileiro de Medicina.; 62:27-39, 1992. 9. Storer, T.I. e Irwin, T. Zoologia Geral. 6a edição: Editora Nacional, 1991.
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