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1 | P á g i n a Cálculo Diferencial Profª M.Sc. Olívia Cristina Chicolami Profº M.Sc. Carlos Henrique Dias “Jamais considere os seus estudos como uma obrigação; mas sim como uma oportunidade invejável para poder conhecer a beleza libertadora do reino do espírito, para o seu próprio prazer pessoal e para a comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer.” Albert Einstein 2 | P á g i n a Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 Problemas de Revisão .......................................................................................................... 4 Exercícios Propostos ............................................................................................................. 5 FUNÇÕES - INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7 1.Funções ............................................................................................................................. 8 Exercícios Propostos .............................................................................................. 10 Problemas Propostos ............................................................................................. 13 2.Gráfico de uma Função .................................................................................................... 17 Problemas Propostos .............................................................................................. 21 3.Funções Afins .................................................................................................................. 25 Problemas Propostos ............................................................................................. 29 Exercícios de Revisão ............................................................................................. 34 4.Modelos Matemáticos .................................................................................................... 35 Problemas Propostos ............................................................................................. 37 5.Funções Transcendentes ................................................................................................. 39 Problemas Proposto - Funções Exponenciais .......................................................... 44 Problemas Proposto - Funções Logarítmicas .......................................................... 53 6. Interpretação de Gráficos-Taxa de Crescimento e Decrescimento................................... 59 Problemas Propostos............................................................................................. 62 7.Limites ............................................................................................................................ 67 Problemas Propostos ............................................................................................. 71 8.Continuidade .................................................................................................................. 72 Problemas Propostos ............................................................................................. 74 A DERIVADA - INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 77 1.A Derivada: Inclinação e Taxa de Variação........................................................................ 77 2.Algumas Regras Simples de Derivação ............................................................................. 81 Problemas Propostos ............................................................................................. 82 Problemas Propostos-Aplicação.............................................................................. 87 3.Derivada de Produto e Quociente de Funções .................................................................. 93 Problemas Propostos ............................................................................................. 97 4.Regra da Cadeia ............................................................................................................... 99 Problemas Propostos ........................................................................................... 101 5.Derivada de Funções Transcendentes ............................................................................ 105 Problemas Propostos – Derivada de Funções Exponenciais e Logarítmicas ........... 105 Problemas Propostos – Derivada de Funções Trigonométricas ............................. 108 6.Derivada Segunda .......................................................................................................... 110 Problemas Propostos ............................................................................................ 111 PROJETO LABORATÓRIO - PARTE I ................................................................................................ 114 PROJETO LABORATÓRIO - PARTE II............................................................................................... 121 ANEXO I ....................................................................................................................................... 123 ANEXO II ...................................................................................................................................... 127 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 128 3 | P á g i n a Introdução: O Cálculo A palavra Cálculo vem do latim calculus, que significa pedregulho e é uma reminiscência da técnica primitiva de executar operações matemáticas simples por meio de pequenas pedras. Calculi eram as pessoas que contavam, calculones os professores. Escravos que tinham a função de contadores eram chamados de calculatores enquanto homens livres com a mesma tarefa recebiam a designação de numerarii. O Cálculo, como o estudo das operações de diferenciação e integração, é o nome de um sistema ou método desenvolvido em grande parte por Newton e Leibniz, independentemente, no século XVII. O termo cálculo foi usado pela primeira vez por Leibniz em seu livro publicado em 1680, Os Elementos de um novo Cálculo das Diferenças e Somas, Tangentes e Quadraturas, Máximos e Mínimos, Medidas de Linhas, Superfícies e Sólidos e outras coisas que transcendem o cálculo usual. O Cálculo é o resultado de uma longa série de avanços, iniciados com a geometria grega, na tentativa de estabelecer áreas de figuras com forma arbitrária, volumes de sólidos quaisquer, no estudo do movimento dos corpos e de sua velocidade instantânea bem como, no que consiste o problema inverso, o cálculo das distâncias percorridas conhecida sua velocidade a cada momento. Segundo a História, os gregos possuíam já na época em que Euclides escrevia "Os Elementos", quase todos os fundamentos para desenvolver o Cálculo, mas ficaram presos por algumas concepções restritivas. Foram os gregos os primeiros a procurar a compreensão dos fenômenos ligados ao infinito, ao contínuo, ao infinitésimo, em busca de uma explicação para o movimento e as transformações dos seres. A expressão Cálculo Infinitesimal foi usada por muitos anos como referência ao cálculo. O conceito de infinitesimal como uma quantidade arbitrariamente pequena foi amplamente empregado pelos matemáticos na ausência de uma teoria apropriada para os limites. Este desenvolvimento somente se deu no século XIX. Como conjunto de métodos matemáticos o cálculo se distingue da álgebra elementar eda geometria pela introdução da operação de passagem ao limite. As operações básicas do cálculo são a diferenciação e a integração, sendo ambos os conceitos utilizados em diversas situações tanto teóricas quanto em aplicações na física e engenharia, estatística, economia e em praticamente todas as áreas científicas modernas. Newton e Gottfried W. Leibniz são sempre mencionados como descobridores do cálculo. Entre as contribuições de Leibniz para a Matemática, além do cálculo, estão os seus trabalhos para a análise combinatória, seu reconhecimento do sistema binário de numeração e sua invenção de uma máquina calculadora capaz de somar e multiplicar. Ele também tentou desenvolver um sistema formal de lógica no qual todas as deduções poderiam ser feitas como em algoritmos computacionais. Já Newton aplicou sua teórica na física, em especial na ótica e na lei da gravitação, bem como na astronomia, na teoria das equações e dos fluxos. Também determinou máximos e mínimos, tangentes a curvas, curvatura de curvas, pontos de inflexões e concavidade de curvas. 4 | P á g i n a PROBLEMAS DE REVISÃO Nos Problemas 1 e 2, use desigualdades para descrever o intervalo dado: Nos Problemas 3 a 6, represente o intervalo dado como um segmento de reta em uma reta graduada. Nos Problemas 7 e 8, determine a distância entre dois números reais: Nos Problemas 9 e 10 determine o(s) intervalo(s) constituído(s) pelos números reais x que satisfazem à desigualdade dada: Nos Problemas 11 a 20, calcule o valor da expressão dada sem usar uma calculadora: Nos Problemas 21 a 24, explicite n na expressão dada (supondo a > 0, a 1). VALORES ABSOLUTOS E INTERVALOS Nos Problemas 25 a 30, determine o intervalo ou intervalos constituído(s) por todos os números reais x que satisfaçam à desigualdade dada: Nos Problemas 31 e 34, simplifique o máximo que for possível: Nos Problemas 35 e 36, simplifique o quociente dado o máximo que for possível: 5 | P á g i n a EXERCÍCIOS PROPOSTOS FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS COM COEFICIENTES INTEIROS. Nos Problemas 1 a 14, fatore o polinômio dado usando coeficientes inteiros: RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES POR FATORAMENTO Nos Problemas 15 a 30, use o método da fatoração para resolver a equação dada: FÓRMULA DE BÁSKARA Nos Problemas 31 a 36, use a fórmula de Báskara para resolver a equação dada: SIMPLICAÇÃO DE EXPRESSÕES Nos Problemas 43 a 54, fatore e simplifique a expressão dada o máximo que puder: 6 | P á g i n a Respostas Exercícios Ímpares Propostos: 7 | P á g i n a FUNÇÕES - INTRODUÇÃO Normalmente é possível dar uma descrição sucinta e reveladora de uma situação por um gráfico. Por exemplo, a Fig. 1 mostra o montante de dinheiro em uma conta bancária que paga rendimentos compostos diariamente, resultando num total de 5% ao ano. O gráfico mostra que, com o passar do tempo, a quantidade de dinheiro, na conta, aumenta. Na Fig. 2, temos um gráfico que descreve as vendas semanais de um cereal matinal após a interrupção de uma campanha publicitária. O gráfico mostra que quanto mais o tempo passa desde a veiculação da última propaganda mais as vendas decrescem. A Fig. 3 mostra o tamanho de uma cultura de bactérias para diferentes valores de tempo. A cultura cresce com o passar deste tempo. Entretanto existe um tamanho máximo ao qual a cultura não cresce mais. Este tamanho máximo reflete as restrições imposta com relação à disponibilidade de alimento, espaço e fatores ambientais. A Fig. 4 descreve o decaimento radioativo do isótopo iodo 131 que, com o passar do tempo, diminui em quantidade. Cada um dos gráficos, nas Fig. de 1 a 4, descrevem mudanças que estão acontecendo. O saldo na conta bancária está mudando, assim como as vendas de cereal, a população da cultura bactérias e a quantidade de iodo radioativo. O cálculo fornece as ferramentas matemáticas para o estudo destas mudanças de uma forma quantitativa. Cada uma das Fig. de 1 a 4 da Introdução descreve uma relação entre duas quantidades. Por exemplo, a Fig. 4 ilustra a relação entre a quantidade de Iodo 131 (medida em gramas) e o tempo (medido em 8 | P á g i n a dias). A ferramenta quantitativa básica para descrever tais relações é uma função. Neste capitulo preliminar, desenvolvemos o conceito de função e revisamos importantes operações algébricas, envolvendo funções que serão utilizadas no desenvolvimento do texto. FUNÇÔES, GRÁFICOS e LIMITES 1. Funções 2. Gráfico de uma Função 3. Funções Afins 4. Modelos Matemáticos 5. Funções Transcendentes. 6. Interpretação de Gráficos – Taxa de Crescimento e Decrescimento. 7. Limites 8. Continuidade. 1. FUNÇÕES Em muitas situações da vida prática, o valor de uma grandeza depende do valor de uma segunda grandeza. Assim, por exemplo, a demanda de carne pode depender do preço do produto, a poluição do ar em uma cidade pode depender do número de veículos nas ruas ou o valor de uma garrafa de vinho pode depender do ano em que o vinho foi fabricado. Relações como essas muitas vezes podem ser representadas matematicamente através de funções. Em termos gerais, uma função consiste em dois conjuntos e uma regra que associa os elementos de um conjunto aos elementos do outro. Suponhamos, por exemplo, que o leitor esteja interessado em determinar o efeito do preço sobre o número de unidades vendidas de um certo produto. Para estudar essa relação, é preciso conhecer o conjunto de preços admissíveis, o conjunto de vendas possíveis e uma regra para associar cada preço a um determinado número de unidades vendidas. A definição de função que vamos adotar é a seguinte: Função: É uma lei ou regra que associa a cada objeto em um conjunto A um e apenas um objeto de um conjunto B. O conjunto A é chamado de domínio da função e o conjunto B é chamado de contradomínio. Na maioria dás funções examinadas nesta apostila, o domínio e o contradomínio são conjuntos de números reais e a função é representada pela letra f ou outra letra do alfabeto. O valor que a função f associa a um número x pertencente ao domínio é representado como f(x) (que se lê “f de x”) e frequentemente representado por uma expressão matemática, como no seguinte exemplo: f(x) = x2+4. 9 | P á g i n a Pode ser interessante pensar em uma função como um "mapeamento" de números em A para números em B (Fig. 1.1a) ou como uma "máquina" que transforma um número do conjunto A em um número do conjunto B usando o processo especificado pela regra funcional (Fig. 1.1b). Assim, por exemplo, a função f(x) = x2 + 4 pode ser imaginada como uma "máquina f" que recebe uma entrada x, eleva essa entrada ao quadrado e soma 4 para obter uma saída y = x2 + 4. Seja como for que o leitor encare a relação funcional, é importante lembrar que existe apenas um número no contradomínio associado a cada número do domínio. Aqui está um exemplo: Aplicação de Função: O custo total em reais para fabricar n unidades de um certo produto é dado pela função C(n) = n3 - 30n2 + 500n + 200. (a) Determine o custo de fabricação de 10 unidades do produto. (b) Determine o custo de fabricação da 10ª unidade do produto. Solução (a) O custo de fabricação de 10 unidades é o valor da função de custo para n = 10: (a) Custo de 10 unidades = C(10) = (10)3 — 30(10)2 + 500(10) + 200 = R$3.200,00 (b) Custo de 10ª unidade = C(10) - C(9) = 3200 - 2999 = R$ 201,00 Exemplo: Uma firma de corretagem mobiliáriacobra uma comissão de 6% nas compras de ouro na faixa de $50,00 a $300,00. Para compras excedendo $300,00, a firma cobra 2% do total da compra mais $12,00. Denote por x o valor do ouro comprado (em dólares) e por f (x) a comissão cobrada em função de x. (a) Descreva f (x). (a) Descreva f (100) e f(500). Solução (a) A fórmula para f (x) varia dependendo de 50 < x < 300 ou 300 < x. Quando 50 < x < 300, a comissão é 0,06x dólares. Quando 300 < x, a comissão é de 0,02x+12. O domínio consiste nos valores de x em um dos intervalos [50, 300] e [300, ). Em cada um destes intervalos, a função é definida por fórmulas distintas: 10 | P á g i n a Observe que uma descrição alternativa do domínio é o intervalo [50, ). Isto é, o valor de x pode ser qualquer número real maior ou igual a 50. (b) Como x = 100 satisfaz 50 < x < 300, devemos utilizar a primeira fórmula para f(x): f(100) = 0,06 (100) = 6. Como x = 500 satisfaz 300 < x, devemos utilizar a segunda fórmula para f(x): f(500) = 0,02 (500) + 12 = 22. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Marque cada um dos seguintes intervalos na reta real. Utilize intervalos para descrever os números reais que satisfazem as desigualdades dos Exercícios 7-12. 21. Uma firma de materiais para escritório determina que o número de aparelhos de fax vendidos no ano x é dado, aproximadamente, pela função onde x=0 corresponde a 1990. Pergunta-se: (a) O que representa f (0)? (b) Obtenha o número de aparelhos de fax vendidos em 1992. 11 | P á g i n a 22. Quando uma solução de acetilcolina é introduzida no músculo do coração de uma rã, a força com que o músculo se contrai diminui. Os dados experimentais do biólogo A. J. Clark são bem aproximados por uma função da forma onde x é a concentração de acetilcolina (em unidades apropriadas), b é uma constante positiva que depende de cada rã em particular e R(x) é a reação do músculo ao acetilcolina, expressa como porcentagem do máximo efeito da droga. (a) Suponha que b = 20. Encontre a resposta do músculo, quando x = 60. (b) Determine o valor de b se R(50) = 60, isto é, se a concentração de x = 50 unidades produz uma resposta de 60%. Nos Exercícios 23-26, descreva o domínio da respectiva função. Nos exercícios 27-32, decida qual das curvas são gráficos de funções. Os Exercícios 33-42 estão relacionados com a função cujo gráfico está esboçado na abaixo. 12 | P á g i n a Os Exercícios 43-46 se referem à Figura 16. Quando uma droga é injetada na massa muscular de uma pessoa, a concentração y da droga no sangue é uma função do tempo decorrido desde a injeção. O gráfico de uma função tempo-concentração usual aparece na Figura 16, onde t=0 corresponde ao momento da injeção. 57. Suponha que a firma de corretagem mobiliária do exemplo do texto decida manter as taxas de comissão fixas para compras até $600,00, para apenas cobrar 1,5% mais $15,00 para compras de ouro que excederem a $600,00. Expresse a comissão de corretagem como função do valor da compra x. Respostas Exercícios Ímpares Propostos: 13 | P á g i n a PROBLEMAS PROPOSTOS Nos Problemas 1 a 11, calcule os valores indicados da função dada: Nos Problemas 12 a 21, especifique o domínio da função dada. Nos Problemas 22 a 29, determine a função composta f(g(x)). Nos Problemas 34 a 41, determine a função composta indicada. 14 | P á g i n a CUSTO DE FABRICAÇÃO 48. Suponha que o custo total em reais para fabricar n unidades de um certo produto seja dado pela função C(n) =n3 - 30n2 + 400n +500 (a) Determine o custo de fabricação de 20 unidades. (b) Determine o custo de fabricação da 20ª unidade. EFICIÊNCIA NO TRABALHO 49. Um estudo de eficiência no turno da manhã mostra que, na média, um operário que chega no trabalho às oito horas terá montado f(x) = - x3 + 6x2 + 15x , aparelhos de televisão x horas depois. (a) Quantos aparelhos um operário já montou, em média, às dez horas da manhã? [Sugestão: Às dez horas, x = 2]. (b) Quantos aparelhos um operário monta, em média, entre nove e dez horas da manhã? VARIAÇÃO DE TEMPERATURA 50. Suponha que t horas depois da meia-noite a temperatura em Miami seja C(t) = t2/6 + 4t + 10 graus Celsius. (a) Qual é a temperatura às duas horas da manhã? (b) Qual é a variação de temperatura das seis horas da tarde até às nove horas da noite? VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 51. Estima-se que daqui a t anos um certo bairro terá uma população de P(t) = 20 — 6/(t + 1) mil habitantes. (a) Qual será a população do bairro daqui a 9 anos? (b) Qual será o aumento da população durante o 9º ano? (c) O que acontece com P(t) para grandes valores de t? Interprete o resultado. PSICOLOGIA EXPERIMENTAL 52. Para estudar a rapidez com que os animais aprendem, um estudante de psicologia executou um experimento no qual um rato teve que percorrer várias vezes um labirinto. Suponha que o tempo necessário para o rato encontrar a saída do labirinto na enésima tentativa seja dado aproximadamente por minutos. (a) Qual é o domínio da função f? (b) Para que valores n a função f(n) tem significado no contexto desse experimento? (c) Quanto tempo o rato levou para encontrar a saída do labirinto na terceira tentativa? 15 | P á g i n a (d) Em que tentativa o rato conseguiu encontrar a saída pela primeira vez em 4 minutos ou menos? (e) De acordo com a função f dada, o que acontece com o tempo necessário para que o rato encontre a saída do labirinto quando o número de tentativas aumenta? O rato conseguirá, depois de um certo número de tentativas, encontrar a saída em menos de 3 minutos? POLUIÇÃO DO AR 58. Os ambientalistas estimam que em certa cidade a concentração média de monóxido de carbono no ar durante o dia será c(p) = 0,4p + 1 partes por milhão quando a cidade tiver uma população de p mil habitantes. Um estudo demográfico indica que a população da cidade dentro de t anos será p(t) = 8 + 0,2t2 mil habitantes. (a) Determine a concentração média de monóxido de carbono no ar durante o dia em função do tempo. (b) Qual será a concentração de monóxido de carbono daqui a 2 anos? (c) Daqui a quanto tempo a concentração de monóxido de carbono atingirá o valor de 6,2 partes por milhão? CUSTO DE PRODUÇÃO 59. Em uma fábrica, o custo de produção de n unidades de uma certa mercadoria é C(n) = n2 + n +900 reais. Num dia típico, são fabricadas n(t) = 25t unidades durante t horas de trabalho. (a) Expresse o custo de produção em função de t. (b) Quanto é gasto na produção nas primeiras três horas de trabalho? (c) Quantas horas de trabalho são necessárias para que o custo de produção chegue R$ 11.000,00? 16 | P á g i n a RESPOSTAS DOS PROBLEMAS ÍMPARES. 17 | P á g i n a 2. GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO Os gráficos têm impacto visual e também mostram informações que podem não ser evidentes em descrições verbais ou algébricas. Dois gráficos típicos aparecem na Fig. 1.3. O gráfico da Fig. 1.3a mostra a variação da produção industrial de um certo país durante um período de quatro anos. Observe que o ponto mais alto do gráfico aparece próximo do final do terceiro ano, mostrando que a produção passou por um máximo naquela ocasião. Gráfico de uma Função: O gráfico de uma função f é o conjunto de todos os pontos (x,y), onde x é o domínio de f e y= f(x), ou seja, todos os pontos da forma (x , f(x)). Como Esboçar o Gráfico de uma Funçãopelo Método da Plotagem de Pontos 1.Escolha um conjunto representativo de números x pertencentes ao domínio de f e faça uma tabela de valores de y = f(x) para esses números. 2. Plote os pontos (x,y). 3. Ligue os pontos através de uma curva suave. EXEMPLO 2.1: Faça um gráfico da função f(x) = x2. Solução: Faça uma tabela de valores de x e y = f(x). 18 | P á g i n a Plote os pontos (x,y) e ligue-os através de uma curva suave, como na Fig. 1.4a. Fig. 1.4 (a) Gráfico de y = x2. (b) Gráficos de outras funções que passam pelos pontos do Exemplo 2.1. Interseções com os Eixos Os pontos em que um gráfico cruza o eixo x são chamados de pontos de interseção com o eixo x e os pontos em que o gráfico cruza o eixo y são chamados de pontos de interseção com o eixo y. Os pontos de interseção são pontos importantes de um gráfico e podem muitas vezes, ser determinados algebricamente. Como Encontrar os Pontos de Interseção com os Eixos x e y: Para encontrar os pontos de interseção com o eixo y da função y = f(x), faça x = 0 e determine o valor de y. Para encontrar os pontos de interseção com o eixo x da função y = f(x), faça y = 0 e determine o valor de x. Em geral, os pontos de interseção com o eixo y são mais fáceis de encontrar que os pontos de interseção com o eixo x. Gráficos de Parábolas A curva da Fig. 1.4a é chamada de parábola. O gráfico de uma função do tipo y = Ax2 + Bx + C é sempre uma parábola, contanto que A 0. Todas as parábolas têm "forma de U"; a abertura do "U" é voltada para cima se A > 0 e para baixo se A < 0. O pico positivo ou negativo da parábola é chamado de vértice e sempre ocorre no ponto em que x 2A B (vide Fig. 1.8). Para fazer um esboço razoável da parábola y = Ax2 + Bx + C, basta conhecer o seguinte: 1. A localização do vértice (o ponto em que x = 2A B ). 2. Se a parábola se abre para cima (A > O) ou para baixo (A < O). 3. As interseções com os eixos x e y. 19 | P á g i n a As parábolas surgem naturalmente em estudos de economia. Suponha, por exemplo, que se saiba que 60 - x unidades de um certo produto são vendidas quando o preço é x reais por unidade. Nesse caso, a receita total é dada pela função R(x) = x(60 - x) = - x2 + 60x cujo gráfico é uma parábola com a abertura voltada para baixo e com o vértice no ponto 30 1)(2 60 x (vide Fig. 1.9). Podemos interpretar esse resultado dizendo que a maior receita possível pode ser obtida cobrando R$ 30,00 por unidade. Funções Potência, Polinômios e Funções Racionais Função potência é uma função da forma f(x) = xn, onde n é um número real. Assim, por exemplo, f(x) = x2, f(x) = x-3 e f(x) = x1/2 são funções potência. O mesmo se pode dizer de f(x) = 2 1 x e f(x) = 3 x , que podem ser escritas como f(x) = x-2 e f(x) = x1/3, respectivamente. Polinômio é uma função da forma n n 2 210 xaxaxaa )(xp onde n é um número inteiro não-negativo e na,,a,a,a 210 são constantes. Se 0na , o número inteiro n é o grau do polinômio. Assim, por exemplo, a função f(x) = 3x5 - 6x2 + 7 é um polinômio de quinto grau. É possível demonstrar que o gráfico de um polinômio de grau n é uma curva contínua que não cruza o eixo x mais de n vezes. A Fig. 1.12 mostra os gráficos de três diferentes polinômios do terceiro grau. 20 | P á g i n a O quociente )( )( xq xp de dois polinômios p(x) e q(x) é chamado de função racional. Muitos exemplos e exercícios desta apostila se referem a esse tipo de função. A Fig. 1.13 mostra os gráficos de três funções racionais. Os métodos usados para traçar esses gráficos serão discutidos adiante. Fig 1.13. Gráficos de três funções racionais. 21 | P á g i n a Teste da Reta Vertical É importante chamar a atenção para o fato de que nem toda curva é o gráfico de uma função (Fig. 1.14). Suponha, por exemplo, que a circunferência descrita pela equação x2 + y2 = 5 fosse o gráfico de lima certa função y= f(x). Nesse caso, como os pontos (1,2) e (1,-2) pertencem à circunferência, teríamos f(1) = 2 e f(1) = -2, o que não estaria de acordo com a definição de função, segundo a qual existe um e apenas um elemento no contradomínio associado a cada elemento do domínio. Esse exemplo sugere a seguinte regra para determinar se uma curva é gráfico de uma função: Teste da Reta Vertical: Uma curva é o gráfico de uma função se e apenas se nenhuma reta vertical intercepta a curva mais de uma vez. Fig. 1.14. Teste da reta vertical. PROBLEMAS PROPOSTOS Nos Problemas 1 a 16, faça o gráfico da função dada, mostrando todas as interseções com os eixos x e y. Nos Problemas 17 a 24, determine os pontos de interseção (se existirem) entre as curvas dadas e desenhe os gráficos correspondentes. 22 | P á g i n a CUSTO DE PRODUÇÃO 25. Um fabricante pode produzir gravadores por um custo de R$ 40,00 a unidade. Estima-se que se os gravadores forem vendidos por x reais a unidade, os consumidores comprarão 120 - x gravadores por mês. Expresse o lucro mensal do fabricante em função do preço, faça um gráfico desta função e use o gráfico para estimar o preço ótimo de venda. VENDAS A VAREJO 26. Uma livraria pode obter um atlas de uma editora por um preço de R$ 10,00 o exemplar e estima que se vender o atlas a x reais o exemplar, aproximadamente 20(22 - x) exemplares serão vendidos por mês. Expresse o lucro mensal da livraria com a venda dos atlas em função do preço, faça um gráfico dessa função e use o gráfico para estimar o preço ótimo de venda. GASTO MENSAL 27. A demanda de um certo produto é D(p) = -200p + 12.000 unidades por mês quando o preço é p reais a unidade. (a) Faça um gráfico dessa função de demanda. (b) Expresse o gasto mensal total nesse produto em função de p. (O gasto mensal total é a quantia total que os consumidores gastam para adquirir um produto durante um mês.) (c) Faça um gráfico da função de gasto mensal total. (d) Discuta o significado econômico do fato de que a função de gasto intercepta 2 vezes o eixo x. (e) Use o gráfico do item (c) para estimar o preço para o qual o gasto mensal é máximo. MOVIMENTO DE UM CORPO 28. Se um objeto é arremessado verticalmente para cima a partir do solo com uma velocidade inicial de 49 metros por segundo, sua altura (em metros) t segundos mais tarde é dada pela função H(t) = 4,9t2 + 49t. (a) Faça um gráfico da função H(t). (b) Use o gráfico do item (a) para determinar em que instante o objeto se chocará com o solo. (c) Use o gráfico do item (a) para determinar a altura máxima atingida pelo objeto. 23 | P á g i n a RESPOSTAS DOS PROBLEMAS ÍMPARES. 24 | P á g i n a 25 | P á g i n a 3. FUNÇÕES AFINS Em muitas situações reais, a taxa com que uma grandeza varia em relação a outra é constante . O exemplo a seguir foi retirado da economia. Exemplo 3.1: O custo total de um fabricante consiste em um custo fixo de R$ 200,00 e um custo variável de R$ 50,00 por unidade produzida. Expresse o custo total em função do número de unidades produzidas e desenhe o gráfico relacionado. Solução: Seja x o número de unidadesproduzidas e C(x) o custo correspondente. Neste caso, Custo total = (custo unitário) (número de unidades) + custo fixo onde Custo unitário = 50 Número de unidades = x Custo fixo = 200 Assim, C(x) = 50x + 200. O gráfico dessa função de custo aparece na Fig. 1.15. No Exemplo 3.1, o custo total aumenta à taxa constante de R$ 50,00 por unidade; assim, o gráfico da Fig. 1.15 é uma linha reta cuja ordenada aumenta de 50 unidades cada vez que a abscissa aumenta de 1. Uma função cujo valor varia a uma taxa constante em relação à variável independente é chamada de função afim, já que o gráfico de uma função desse tipo é uma linha reta. Em termos algébricos, função afim é qualquer função da forma mxbxf )( onde b e m são constantes . Assim, por exemplo, as funções f(x) = 2x 2 3 , f(x) = - 5x e f(x) = 12 são afins. Função Afim: É uma função que varia a uma taxa constante em relação à variável independente. Seu gráfico é uma linha reta não vertical. A equação da reta de uma função afim pode ser escrita na forma mxby . Importante: Quando b = 0 a função afim pode ser chamada de função linear (ou proporcional). Já quando m = 0 a função pode ser chamada de função constante. 26 | P á g i n a Inclinação de uma Reta Um agrimensor pode dizer que um morro com uma "elevação" de 2 metros para cada metro de "extensão" tem uma inclinação 2 1 2 extensão elevação m A inclinação do gráfico de uma função pode ser medida da mesma forma. Suponhamos, por exemplo, que os pontos (x1 , y1) e (x2 , y2) pertençam a uma mesma reta (Fig. 1.16) Entre esses pontos, x varia de 12 xx e y varia de 12 yy . A inclinação da reta é dada pela razão Inclinação = 12 12 xx yy xdevariação ydevariação Às vezes é conveniente usar o símbolo Δy em vez de 12 yy para representar a variação de y. O símbolo y é chamado de "delta y" . Da mesma forma, o símbolo Δx é usado para representar a variação 12 xx . Inclinação de uma Reta: A inclinação de uma reta não-vertical passando pelos pontos (x1 , y1) e (x2 , y2) é dada pela expressão Inclinação = 12 12 xx yy Δx yΔ O sinal e o valor absoluto da inclinação de uma reta indicam a direção e o grau de inclinação, respectivamente. A inclinação é positiva se a altura aumenta à medida que x aumenta e negativa se a altura diminui à medida que x aumenta. O valor absoluto da inclinação é grande se a reta é muito inclinada e pequeno se a reta é pouco inclinada (vide Fig. 1.18). 27 | P á g i n a Retas Horizontais e Verticais As retas horizontais e verticais (Figs. 1.19a e 1.19b) têm equações particularmente simples. No caso de uma reta horizontal, todos os pontos têm a mesma coordenada y. Assim, a função constante correspondente é da forma y = b, onde b é uma constante. A inclinação de uma reta horizontal é nula, já que y não varia quando x varia. No caso de uma reta vertical, todos os pontos têm a mesma coordenada x. Desse modo, a equação da reta correspondente é da forma x = c, onde c é uma constante. A inclinação de uma reta vertical não é definida. Como x não varia quando y varia, o denominador da razão xdevariação ydevariação é nulo. 28 | P á g i n a Forma Inclinação Interseção da Equação de uma Reta As constantes m e b na equação y = mx + b de uma reta não-vertical se prestam a uma interpretação geométrica. O coeficiente m é a inclinação da reta. Para verificar que isso é verdade, suponha (x1 , y1) e (x2 , y2) são dois pontos sobre a reta y = mx + b. Nesse caso, y1 = mx1 + b e y2 = mx2 + b, portanto A constante b na equação y = mx + b é o valor de y correspondente a x = O. Assim, b é a ordenada do ponto em que a reta y = mx + b intercepta o eixo y e o ponto (0, b) é o ponto de interseção com o eixo y . Como as constantes m e b na equação y = mx + b correspondem à inclinação e à interseção com o eixo y, respectivamente, essa forma da equação de uma reta é conhecida como forma inclinação interseção. A forma inclinação interseção da equação de uma reta é particularmente útil quando informações geométricas (como a inclinação ou a interseção com o eixo y) devem ser obtidas a partir da representação algébrica da reta. Forma Ponto Inclinação da Equação de uma Reta As informações geométricas a respeito de uma reta podem ser obtidas facilmente a partir da forma inclinação-interseção, y = mx + b. Existe, porém, outra forma para a equação de uma linha reta, que é mais conveniente nos casos onde as propriedades geométricas são conhecidas e o objetivo é determinar a equação da reta. A forma ponto inclinação da equação de uma reta é simplesmente a fórmula da inclinação em outra roupagem. Para verificar que isso é verdade, suponha que o ponto (x,y) está sobre uma reta que passa por um ponto dado pontos (x0,y0) e tem uma inclinação m. Usando os pontos (x,y) e (x0,y0) para calcular a inclinação, temos a equação m xx yy 0 0 que pode ser colocada na forma )xm(xyy 00 multiplicando ambos os membros por 0xx . 29 | P á g i n a Retas Paralelas e Perpendiculares Às vezes é necessário ou conveniente saber se duas retas dadas são paralelas ou perpendiculares. Uma reta vertical é paralela apenas a outras retas verticais e perpendicular a qualquer reta horizontal. Os casos que envolvem retas não-verticais podem ser analisados da forma a seguir: Retas Paralelas e Perpendiculares: Sejam m1 e m2 as inclinações de duas retas não verticais L1 e L2. Nesse caso, L1 e L2 são paralelas se e apenas se m1 = m2 L1 e L2 são perpendiculares se e apenas se m1 = -1/ m2 Estes critérios estão ilustrados na Fig. 1.26. As demonstrações geométricas ficam a cargo do leitor. PROBLEMAS PROPOSTOS Nos problemas de 1 a 6, determine na inclinação (se possível) da reta que passa pelos pontos dados. Nos Problemas 7 a 18, determine a inclinação e as interseções da reta dada e desenhe o gráfico relacionado. 30 | P á g i n a Nos Problemas 19 a 34, escreva uma equação para a reta com as propriedades indicadas: CUSTO DE PRODUÇÃO 35. O custo total de fabricação de um produto é composto por um custo fixo de R$ 5.000,00 e um custo variável de R$ 60,00 por unidade. Expresse o custo total em função do número de unidades produzidas e desenhe o gráfico relacionado. ALUGUEL DE AUTOMÓVEIS 36. Uma certa locadora de automóveis cobra R$ 35,00 por dia mais 55 centavos por quilômetro rodado. (a) Expresse o custo para alugar um carro nessa locadora por 1 dia em função do número de quilômetros rodados e desenhe o gráfico relacionado. (b) Quanto custa alugar o carro por 1 dia para uma viagem de 50 quilômetros? (c) Quantos quilômetros o carro rodou se o preço do aluguel por 1 dia foi R$ 72,00? MATRÍCULA 37. Os alunos de uma universidade estadual são aconselhados a fazer uma pré-matrícula pelo correio nos dois primeiros meses do ano. Os que não fizeram a pré-matrícula devem se matricular pessoalmente em março. A secretaria pode atender a 35 alunos por hora durante o período de matrículas. Quatro horas depois de aberto o período de matrículas, com a secretaria funcionando com sua capacidade máxima, 360 alunos (incluindo os que fizeram pré-matrícula) já estavam matriculados. (a) Expresse onúmero de alunos matriculados em função do tempo e desenhe o gráfico relacionado. (b) Quantos alunos se matricularam nas primeiras três horas do período de matrícula? (c) Quantos alunos fizeram pré-matrícula? 31 | P á g i n a TAXA DE FREQÜÊNCIA 38. A taxa cobrada por um clube de natação é R$ 250,00 para a temporada de verão, que dura 12 semanas. Caso alguém se inscreva depois de iniciada a temporada, a taxa é cobrada pro rata, ou seja, é reduzida linearmente. (a) Expresse a em função do número de semanas transcorridas após iniciada a temporada de verão e desenhe o gráfico relacionado. (b) Determine o valor da taxa cobrada 5 semanas após iniciada a temporada. DEPRECIAÇÃO LINEAR 39. Um médico possui R$ 1.500,00 em livros de medicina que, para fins de imposto, sofrem uma depreciação linear a qual reduz seu valor a zero após um período de 10 anos. Expresse o valor dos livros em função do tempo e desenhe o gráfico relacionado. 40. Um industrial compra R$ 20.000,00 em equipamentos que sofrem uma depreciação linear a qual reduz seu valor a R$ 1.000,00 após 10 anos. (a) Expresse o valor dos equipamentos em função do tempo e desenhe o gráfico relacionado. (b) Determine o valor dos equipamentos após 4 anos. (c) Após quanto tempo os equipamentos perdem totalmente o valor? Para o industrial talvez não seja interessante esperar tanto tempo para se desfazer dos equipamentos. Discuta os fatores que o industrial poderia levar em conta para decidir qual a melhor ocasião para vender os equipamentos. CONSUMO DE ÁGUA 41. Desde o início do mês, o reservatório de água de uma cidade vem perdendo água a uma taxa constante. No dia 12, o reservatório está com 200 milhões de litros d'água; no dia 21, está apenas com 164 milhões de litros. (a) Expresse a quantidade de água no reservatório em função do tempo e desenhe o gráfico relacionado. (b) Quanta água havia no reservatório no dia 8? TRANSPORTE SOLIDÁRIO 42. Para estimular os motoristas a adotarem o transporte solidário, o departamento de trânsito de uma cidade decidiu oferecer um desconto nos pedágios das pontes para os veículos que estivessem transportando quatro ou mais pessoas. No primeiro dia em que o plano entrou em vigor, há 30 dias, 157 veículos fizeram jus ao desconto. Desde então, o número de descontos vem aumentando a uma taxa constante; hoje, 247 veículos foram beneficiados. (a) Expresse o número de veículos que fizeram jus ao desconto em função do tempo e desenhe o gráfico relacionado. (b) Se a tendência continuar, quantos veículos farão jus ao desconto daqui a 14 dias? CONVERSÃO DE TEMPERATURA 43. (a) A temperatura em graus Fahrenheit é uma função linear da temperatura em graus Celsius. Use o fato de que 0°C = 32 °F e 100 °C = 212 °F para escrever uma equação para essa função linear. (b) Use a função obtida no item (a) para converter 15 graus Celsius em graus Fahrenheit. (c) Converta 68 graus Fahrenheit em graus Celsius. NOTAS DO VESTIBULAR 44. As notas da prova de matemática do vestibular de uma universidade diminuíram a uma taxa constante durante vários anos. Em 1990, a nota média era 575; em 1995, era 545. (a) Expresse a nota média em função do tempo. (b) Se a tendência continuou, qual foi a nota média no ano 2000? 32 | P á g i n a (c) Se a tendência continuou, em que ano a nota média foi 527? VALORIZAÇÃO DE UM BEM 45. O valor de um certo livro raro duplica a cada 10 anos. Em 1900, o livro valia 190 dólares. (a) Quanto valia o livro em 1930? Em 1990? No ano 2000? (b) O valor do livro é uma função linear do tempo? Responda a essa pergunta interpretando um gráfico apropriado. RESPOSTAS DOS PROBLEMAS ÍMPARES 33 | P á g i n a 34 | P á g i n a REVISÃO RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS DE REVISÃO 35 | P á g i n a 4. MODELOS MATEMÁTICOS Uma representação matemática de uma situação real recebe o nome de modelo matemático. Nas seções anteriores, apresentamos modelos matemáticos para grandezas como o custo de produção, o grau de poluição do ar e a oferta de empregos. Nesta seção, vamos discutir algumas técnicas que podem ser usadas para elaborar modelos matemáticos. Nos primeiros dois exemplos, a grandeza em que estamos interessados é expressa de forma mais natural em termos de duas variáveis. Para expressar a grandeza em função de apenas uma das variáveis, temos que eliminar a outra. EXEMPLO 4.1: O departamento de estradas de rodagem está planejando construir uma área de piquenique para motoristas à beira de uma rodovia movimentada. O terreno deve ser retangular, com uma área de 5.000 metros quadrados, e deve ser cercado nos três lados que não dão para a rodovia. Expresse o comprimento da cerca, em metros, em função do comprimento do lado que dá para a rodovia. Solução: Começamos por definir duas variáveis, x e y, que representam os lados da área de piquenique (Fig. 1.28). O comprimento F da cerca pode ser facilmente expresso em termos dessas duas variáveis: F = x + 2y Como o objetivo é expressar o comprimento da cerca em função apenas de x, devemos encontrar um meio de expressar y em função de x. Para isso, usamos o fato de que a área deve ser de 5.000 metros quadrados, escrevendo: Área = xy = 5000 Explicitando y, temos: x 5000 y Substituindo esta relação na expressão de F, temos: x 10000 x 5000 F(x) xx 2 A Fig. 1.29 mostra um gráfico dessa função para 35 < x < 200. Observe que o comprimento da cerca é mínimo para um certo valor de x. Adiante vamos aprender como calcular esse valor de x usando métodos matemáticos. 36 | P á g i n a EXEMPLO 4.6: Determine o preço de equilíbrio e o número correspondente de unidades postas à venda e compradas se a função de oferta de um certo produto é S(p) = p2 + 3p - 70 e a função de demanda é D(p) = 410 - p. Solução: Fazendo S(p) = D(p) e calculando o valor de p, temos: Como apenas valores positivos de p fazem sentido nesse tipo de problema, chegamos à conclusão de que o preço de equilíbrio é R$ 20,00. Como para esse preço o número de unidades postas à venda é igual ao número de unidades compradas, podemos usar a equação da demanda, que é mais simples, para obter D(20) = 410 - 20 = 390 Assim, 390 unidades são postas à venda e compradas quando o mercado está em equilíbrio. A Fig. 1.36 mostra as curvas de oferta e demanda para esse exemplo. A curva de oferta intercepta o eixo p no ponto p = 7 (Verifique que isso é verdade.) Qual é a interpretação econômica desse fato? 37 | P á g i n a PROBLEMAS PROPOSTOS CERCANDO UM TERRENO 1. Um fazendeiro deseja cercar um pasto retangular usando 1.000 m de cerca. Se um dos lados mais compridos do pasto fica na margem de um rio (portanto, não precisa de cerca), expresse a área do pasto em função da largura. JARDINAGEM 2. Um jardineiro quer plantar um canteiro retangular cuja largura seja metade do comprimento. Expresse a área do jardim em função da largura. ÁLGEBRA 3. A soma de dois números é 18. Expresse o produto dos números em função do número menor. 4. O produto de dois números é 318. Expresse a soma dos dois números em função do número menor.RECEITA DE VENDAS 5. O preço unitário de um certo produto é p = 35x + 15 centavos quando x unidades do produto são fabricadas. Se as x unidades são vendidas por este preço, expresse a receita obtida com a venda do produto em função de x. CERCANDO UM PARQUE 6. O departamento de parques e jardins de uma prefeitura pretende construir um parque retangular com uma área de 3.600 metros quadrados. O parque será cercado. Expresse o comprimento da cerca em função do comprimento de um dos lados do parque, desenhe o gráfico relacionado e estime as dimensões do parque para que o comprimento da cerca seja o menor possível. 38 | P á g i n a ÁREA 7. Expresse a área de um campo retangular cujo perímetro é 320 metros em função do comprimento de um dos lados. Desenhe o gráfico relacionado e estime as dimensões do campo para que a área seja máxima. SUPERFÍCIE 8. Uma caixa fechada, cuja base é quadrada, deve ter um volume de 1.500 centímetros cúbicos. Expresse a área total da superfície da caixa em função do lado da base. VOLUME 9. Uma caixa fechada, cuja base é quadrada, tem uma área superficial de 4.000 centímetros quadrados. Expresse o volume da caixa em função do lado da base. Para resolver os Problemas 10 a 14, você precisa saber que um cilindro de raio r e altura h tem um volume hrπV 2 . Lembre-se também de que um círculo de raio r tem unta área 2rπA e um comprimento rπC 2 . EMBALAGEM 10. Uma lata de refrigerante, de forma cilíndrica, tem uma capacidade de 300 ml. Expresse a área superficial da lata em função do raio da tampa. VOLUME 11. Uma lata de refrigerante, de forma cilíndrica, tem uma área superficial de 120 π centímetros quadrados. Expresse o volume da lata em função do raio da tampa. 12. Uma lata cilíndrica fechada tem raio r e altura h. (a) Se a área superficial S da lata é constante, expresse o volume V em termos de S e r. (b) Se o volume V da lata é constante, expresse a área superficial S em termos de V e r. EMBALAGEM 13. Um recipiente cilíndrico deve conter 64 π centímetros cúbicos de suco de laranja. O custo por centímetro quadrado para fazer a tampa e o fundo do recipiente, que são de metal, é duas vezes maior que o custo para fazer o lado, que é de papelão. Expresse o custo do recipiente em função do raio se o custo do lado é 0,02 centavo por centímetro quadrado. VOLUME 14. Uma lata cilíndrica sem tampa foi feita com 27 π centímetros quadrados de metal. Expresse o volume da lata em função do raio. AUMENTO DA POPULAÇÃO 39 | P á g i n a 15. Na ausência de limitações ambientais, a população cresce a uma taxa proporcional ao seu tamanho. Expresse a taxa de aumento da população em função do tamanho da população. RESPOSTAS DOS PROBLEMAS ÍMPARES 5. FUNÇÕES TRANSCENDENTES Uma função transcendente é uma função que não é redutível a uma fração entre polinômios, e cuja solução de suas equações associadas não podem ser expressa através de funções elementares. De modo geral, uma equação transcendente não possui uma solução exata expressa através de funções conhecidas, sendo necessário recorrer ao cálculo numérico para obter uma solução. As funções transcendentes mais comuns que aparecem são: Funções exponenciais. Funções logarítmicas. Funções trigonométricas. Uma equação transcendente pode ter infinitas soluções. Funções Exponenciais A função xxf 2)( é chamada de função exponencial pois a variável, x , é o expoente. Ela não deve ser confundida com a função potência 2)( xxg , na qual a variável é a base. Em geral, uma função exponencial é uma função da forma onde a é uma constante positiva. Vamos recordar o que isso significa. Se nx , um inteiro positivo, então 40 | P á g i n a fatoresn n aaaaa Se 0x , então 00 a , e se nx , onde n é um inteiro positivo, então n n a a 1 Se x for um número racional, qpx / , onde p e q são inteiros e 0q , então pqq pqpx aaaa / Uma razão para a importância da função exponencial está nas propriedades a seguir. Se x e y forem números racionais, então essas propriedades são bem conhecidas da álgebra elementar. Pode-se provar que elas permanecem verdadeiras para números reais arbitrários x e y. Lei dos Expoentes: Se a e b forem números positivos e x e y números reais quaisquer, então: Gráfico de Funções Exponenciais. Abaixo, os gráficos dos membros da família de funções xay para vários valores da base a. Note que todos esses gráficos passam pelo mesmo ponto (0, 1), pois a0 = 1 para 0a . Observe que a função exponencial cresce mais rapidamente à medida que a fica cada vez maior (para x> O). 41 | P á g i n a Se 0 < a < 1, então xa aproxima-se de 0 à medida que x cresce. Se a > 1, então xa tende a 0 à medida que x decresce por valores negativos. Em ambos os casos o eixo x é uma assíntota horizontal. Esses assuntos estão discutidos na próxima seção. O gráfico anterior mostra basicamente que existem três tipos de função exponencial xay . Se 0 < a < 1, a função exponencial decresce; se a = 1, ela é uma constante; e se a > 1, ela cresce. Esses três casos estão ilustrados na próxima figura. Observe que se 1a , então a função exponencial xay tem o domínio e a variação ),0( . Além disso, uma vez que x x x a aa 11 o gráfico de x a y 1 é a reflexão do gráfico de xay em torno do eixo y. Vamos começar nosso estudo sobre como construir o gráfico de uma função exponencial através de exemplos. Exemplo 1: Esboce o gráfico da função xy 2 . Solução: Inicialmente, como já discutido, o domínio da função exponencial xxfy 2)( é o conjunto dos números reais. Depois, colocando x = 0 temos 120 y , valor onde f intercepta o eixo y. Não há interseção no eixo x, pois não existem valores de x para os quais y = 0. Para encontrar a imagem de f considere seguinte tabela: Vemos a partir destes cálculos que x2 decresce e se aproxima de zero à medida que x decresce ilimitadamente e que x2 cresce sem limites com o crescimento ilimitado dos valores de x. Portanto, o domínio de f é o intervalo ),0( ou seja, o conjunto dos números reais positivos. finalmente esboçamos o gráfico de xxfy 2)( na figura abaixo. 42 | P á g i n a Exemplo 2: Esboce o gráfico da função x y 2 1 . O domínio da função exponencial xy 2/1 é o conjunto de todos os números reais. A intersecção com o eixo y dá-se em 12/1 0 ; não há interseção com o eixo x, pois não existem valores de x para os quais y = 0. De acordo com a tabela abaixo deduzimos que xx 2/12/1 cresce sem limites à medida que x decresce ilimitadamente e que x2/1 decresce e se aproxima de zero à medida que x cresce ilimitadamente. Portanto, a imagem de f é o intervalo ),0( . Na abaixo temos o esboço do gráfico de xxfy 2/1)( . A partir dos dois exemplos acima, podemos enunciar as propriedades das funções exponenciais: 43 | P á g i n a Propriedades da Função Exponencial: A Base e Funções exponenciais de base e (base de Euler, em homenagem ao matemático e físico suíço Leonhard Euler), onde e é um número irracional cujo vaiar é 2,7182818..., têm um papel importante em problemas teóricos e práticos. Pode ser demonstrado, apesar denão o fazermos aqui, que Entretanto, podemos nos convencer da plausibilidade desta definição do número e examinando a tabela abaixo, que pode ser construído, com a ajuda de uma calculadora. Exemplo 3: Esboce o gráfico da função xey . Como e > 1, segue da nossa discussão anterior que o gráfico de xey é semelhante ao gráfico de xy 2 . Com o auxílio de uma calculadora obtemos a seguinte tabela: O esboce o gráfico da função xey está abaixo: 44 | P á g i n a Exemplo 4: A quantidade Q de uma droga no corpo de um paciente no instante t é representada pela função )1( tkeSQ , onde S e k são constantes positivas. Para 0t , descreva como Q varia com o tempo. O que S representa? Solução O gráfico de Q está ilustrado na figura abaixo. Inicialmente, nenhuma quantidade da droga está presente, mas a quantidade aumenta com o tempo. Como o gráfico é côncavo, a quantidade cresce a uma taxa decrescente. Isso é realista, pois, à medida que a quantidade da droga no corpo aumenta, a taxa segundo a qual o corpo elimina a droga também aumenta. Assim, esperamos que a quantidade atinja um patamar, ou seja, um nível S que é o nível de saturação. Como tkSeSQ então tkSeQS Logo, a diferença entre o nível de saturação S e a quantidade Q no sangue está decaindo exponencialmente. PROBLEMAS PROPOSTOS Nos exercícios de 1 a 8, faça um esboço do gráfico de cada função. 9. Em uma jazida de minério, os técnicos com aparelhos fazem estimativas da quantidade de estanho restante que pode ser extraída após a descoberta da jazida. Tais quantidades foram computadas, e duas dessas estimativas estão na tabela a seguir: Tempo após a descoberta da jazida (anos) 1 3 Quantidade estimada de estanho na jazida (toneladas) 917.504 702.464 Sabe-se ainda que, com a extração mineral, a quantidade estimada de estanho restante vem diminuindo de forma exponencial. 45 | P á g i n a a) Obtenha a quantidade de estanho restante y como função dos anos x após a descoberta da jazida, isto é, y = f(x). b) Qual a diminuição percentual anual do estanho? c) Qual era a quantidade de estanho presente na jazida quando ela foi descoberta? d) Após quanto tempo a jazida terá a metade da quantidade inicial de estanho? 10. Após estudos, verificou-se que é exponencial o crescimento do consumo de energia elétrica em uma zona industrial de uma certa cidade. Foram computados os valores do consumo em relação ao número de anos transcorridos após o início do estudo, e dois desses valores são dados na tabela a seguir: Tempo após o inicio do estudo (anos) 3 7 Consumo de energia (GWh) 192.000 468.750 a) Obtenha o consumo de energia y como função dos anos x após o início do estudo, isto é, y = f(x). b) Qual o aumento percentual anual no consumo de energia? c) Qual era a quantidade de energia consumida no ano do início do estudo? d) Sabe-se que o limite para fornecimento de energia, antes de haver colapso do sistema, é de 1.000.000 GWh para tal região industrial. Se o crescimento do consumo continuar com as mesmas características, após quanto tempo haverá colapso do sistema de distribuição de energia? Nos exercícios de 11 a 16, resolva as equações na variável x. 46 | P á g i n a Nos exercícios de 18 a 21, de uma fórmula possível paras as funções exponenciais abaixo: Nos Problemas 22 e 23, seja tt rQaQtf )1()( 00 . Utilize a calculadora. (a) Encontre a base a. (b) Encontre a taxa de crescimento percentual r. 24. Em 1999, a população mundial chegou a 6 bilhões e estava crescendo a uma taxa de 1,3% ao ano. Suponha que essa taxa de crescimento permaneça constante. (De fato, a taxa de crescimento tem diminuído desde 1987.) (a) Escreva uma fórmula para a população mundial (em bilhões) como função do número de anos desde 1999. (b) Use sua fórmula para estimar a população mundial no ano 2020. (c) Esboce um gráfico da população mundial em função dos anos desde 1999. (d) Use o gráfico para estimar o tempo de duplicação da população mundial. 47 | P á g i n a 25. (a) A meia-vida do rádio-226 é de 1620 anos. Escreva uma fórmula para a quantidade Q de rádio que sobra depois de t anos se a quantidade inicial era 0Q . (b) Qual o percentual da quantidade original de rádio que sobra depois de 500 anos? 26. Estime, graficamente, o tempo de duplicação da população exponencialmente crescente ilustrada no gráfico abaixo. Verifique se o tempo de duplicação é independente do local onde você começa no gráfico. Mostre, algebricamente, que, se taPP 0 dobra entre os instantes te t + d, então d é o mesmo número qualquer que seja t. 48 | P á g i n a RESPOSTAS DE PROBLEMAS SELECIONADOS. 49 | P á g i n a Funções Logarítmicas Logaritmos Já estamos familiarizados com equações exponenciais da forma xb y ( 1,0 bb ) onde a variável x é expressa em termos do número real b uma variável y . Mas como, fazer para resolver esta equação em y ? Podemos recordar do estudo de álgebra, que o número y é chamado de logaritmo de x na base b e é denotado por xblog . Ele é o expoente ao qual a base b deve estar elevada para assim se obter o número x. Logaritmo de x na base b: xy blog se e somente se ybx , com 0x Observe que xblog é definido somente para valores positivos de x. Exemplo 1: Exemplo 2: Resolva cada uma das seguintes equações em x: Solução: Dois sistemas de logaritmos amplamente usados são os logaritmos na base 10 e os logaritmos naturais, que usa o número irracional e = 2,7182818... na base (número de Euler). É comum na prática, escrever xlog para x10log e xln para xelog . Propriedades dos Logaritmos As propriedades dos logaritmos a seguir podem ser deduzidas das propriedades dos expoentes. Note que xlog e xln não são definidos quando x é negativo ou nulo. 50 | P á g i n a Exemplo 3: Funções Logarítmicas e Seus Gráficos A função definida por xxf blog)( com 10 beb , é chamada de função logarítmica na base b . O domínio de f é o conjunto de todos os número positivos . Um jeito fácil de obter o gráfico na função logarítmica xy blog é construindo a tabela de valores de logaritmo (base b). Entretanto, outro método mais intuitivo é baseado na exploração da estreita relação entre funções logarítmicas e exponenciais. Se um ponto (u, v) pertence ao gráfico de xy blog então uv blog Mas pela definição de logaritmo, podemos escrever esta equação na forma exponencial como vbu Assim o ponto (v, u) pertence ao gráfico da função xby . Vamos ver a relação entre os pontos (u, v) e (v, u) e a reta xy . Se pensarmos na reta xy como um espelho, então o ponto (v, u) é a imagem ,especular do ponto (u, v). Da mesma forma, o ponto (u, v) é a imagem especular do ponto (v, u) . Podemos tirar vantagem desta relação para ajudar a construir o gráfico das funções logarítmicas. Por exemplo, se queremos desenhar o gráfico de xy blog , onde 1b , então precisamos somente desenhar a imagemespecular do gráfico de xby em relação à reta xy . 51 | P á g i n a Os pontos (u, v ) e (v, u) são a imagem especular um do outro. Da mesma forma, os gráficos de xby e xy blog são a imagem especular um do outro. Além do mais, a partir da análise acima, pode se concluir que as funções xby (função exponencial) e xy blog (função logarítmica) são inversas. Exemplo 4: Esboce o gráfico da função xy 10 e xy log . Solução: Como xy 10 e xy log são funções inversas, os gráficos dessas funções são reflexões uma da outra em relação à reta xy , desde que as escalas nos eixos dos x e y sejam iguais. Uma grande diferença entre xy 10 e xy log é que a função exponencial cresce muito rapidamente, enquanto a função logarítmica cresce muito lentamente. No entanto, xlog tende a infinito, embora lentamente, quando x cresce ilimitadamente. A função xxf blog)( com 10 beb , tem as seguintes propriedades: 52 | P á g i n a Propriedades da Função Logarítmica: 1. Seu domínio é ),0( . 2. Sua imagem é ),( . 3. Seu gráfico passa pelo ponto )0,1( . 4. Ela é contínua em ),0( . 5. Ela é crescente em ),0( se 1b e decrescente em ),0( se 1b . Exemplo 5: Esboce o gráfico da função xy ln . Solução: Primeiro esboçamos o gráfico de xey . Então, o gráfico desejado é obtido traçando a imagem espectral do gráfico de xey em relação à reta xy . Resolvendo Problemas usando logaritmos Logaritmos são úteis, com frequência, quando temos de resolver problemas que envolvam equações exponenciais. Veja exemplos a seguir: Exemplo 5: Os carbonos fluorclorados usados nos aparelhos de ar condicionado e em sprays (como fixadores para cabelo, cremes de barbear etc). destroem a camada de ozônio na parte superior da atmosfera. Atualmente, a quantidade Q de ozônio está decaindo exponencialmente a uma taxa contínua de 0,25% ao ano. Qual a meia-vida do ozônio presente na atmosfera? Solução Queremos encontrar quanto tempo vai levar para metade do ozônio desaparecer. Se 0Q é a quantidade inicial de ozônio, então teQQ 0025,00 Queremos encontrar o valor de t que faz 2 0QQ isto é 2 00025,0 0 Q eQ t . Tomando o logaritmo natural, obtemos 53 | P á g i n a 2 1 lnln 0025,0 te 6931,0 2 1 ln0025,0 t De modo que 277 0025,0 6931,0 t anos. Portanto, a meia vida do ozônio é a aproximadamente 277 anos. Exemplo 6: A população do Quênia era de 19,5 milhões de habitante em 1984 e de 21,2 milhões de habitantes em 1986. Supondo que ela cresce exponencialmente, encontre uma fórmula para a população do Quênia em função do tempo. Solução Se medirmos a população P em milhões e o tempo t em anos desde 1984, podemos escrever ktkt eePP 5,190 Podemos encontrar k usando o fato de que 2,21P quando 2t , assim 25,192,21 ke Para encontrar k , dividimos os dois lados por 19,5, obtendo 2087,1 5,19 2,21 ke Tomando o logaritmo natural dos dois lados, 042,020834,0)ln()087,1ln( 2 kkek Como %2,4042,0 k , a população do Quênia estava crescendo a uma taxa contínua de 4,2% ao ano. Assim temos, teP 042,05,19 PROBLEMAS PROPOSTOS Para os exercícios de 1 a 11, resolva as equações usando logaritmos. 1. 217 x 2. 113 x 3. 12 xx e 4. x)5(225 5. x)04,1(5020 6. x410 7. xx 5734 8. xe 2,057 9. xe 4,060050 10. xx ee 53 42 11. xx e1727 Nos exercícios 12 a 17, esboce o gráfico associado a equação dada. 12. xy 3/1log 13. xy 3log 14. xy 2ln 54 | P á g i n a 15. xy 2 e xy 2log 16. xey 3 e xy 3ln Obs: Utilize o mesmo sistema de coordenadas nos exercícios 15 e 16 17. Uma centena de quilogramas de uma substância radioativa decai para 40kg em 10 anos. Quanto permanece após 20 anos. 18. Se o tamanho de uma colônia de bactérias dobra a cada 5 horas, quando tempo vai levar para a colônia triplicar? 19. Encontre a meia-vida de uma substância radioativa que é reduzida em 30% em 20 horas. 20. A pressão atmosférica P decai exponencialmente com a altura h, em metros, acima da superfície da terra: hePP 00012,00 onde 0P é a pressão atmosférica no nível do mar. (a) No topo da montanha McKinley, com 6198 metros de altura, qual é a pressão atmosférica, como percentual da pressão no nível do mar? (b) A altitude de voo de um avião comercial comum é em torno de 12000 metros. A essa altitude, qual é a pressão atmosférica, em percentual da pressão no nível do mar? 21. O ar em uma fábrica está sendo filtrado de modo que a quantidade P de determinado poluente (em mg/l) está diminuindo de acordo com a função ktePP 0 , onde t é o tempo em horas. Se 10% da poluição são removidos nas cinco primeiras horas: (a) Qual o percentual de poluição que permanece após 10 horas? (b) Quanto tempo vai levar para que a poluição seja reduzida de 50%? (c) Faça um gráfico da poluição em função do tempo. Mostre os resultados de seus cálculos no gráfico. (d) Explique porque a quantidade de poluentes pode diminuir dessa forma. 22. Uma tela, pintada, supostamente por Vermeer (1632-1675), contém 99,5% de seu carbono-14 ( meia-vida de 5730 anos). Decida, dessa informação, se a tela é falsa. Explique seu raciocínio. 23. A meia vida do estrôncio-90 radioativo é de 29 anos. Em 1960, foi liberada na atmosfera estrôncio- 90 radioativo, durante testes de armas nucleares, que foi absorvido pelos ossos das pessoas. Quantos anos levam para restar apenas 10% da quantidade original absorvida? 23. Magnitude de Terremotos. Na escala Richter, a magnitude R de um terremoto é dada pela fórmula 0 log I I R 55 | P á g i n a onde I é a intensidade do terremoto que está sendo medida e 0I é a referência padrão de intensidade. (a) Qual a intensidade I de um terremoto de magnitude R= 5 em relação à intensidade padrão 0I ? (b) Expresse a intensidade I de um terremoto de magnitude R = 8 em relação à intensidade padrão 0I . Quantas vezes a intensidade de um terremoto de magnitude R = 8 é maior que um terremoto R = 5? (c) Um dos maiores terremotos das últimas décadas aconteceu no Chile em 1960. Esse terremoto matou 1655 pessoas e atingiu magnitude de 9,5 na escala Richter. Quantas vezes esse terremoto é maior do que a intensidade de um terremoto de magnitude R = 6,2 ( o maior que já ocorreu no Brasil Vitória – ES)? RESPOSTAS DE PROBLEMAS SELECIONADOS. 1. 24,0 3. 26,3 5. 4,23 7. 1,1 9. 212,6 11. 26,0 13. 14. 15. 17. 16kg 19. 11,514 horas 21.(a) 81% (b) 32,9 horas16kg 23. 96,34 anos Funções Trigonométricas A trigonometria originou-se como parte do estudo dos triângulos. O nome tri-gono-metria significa medida de figuras com três lados e as primeiras definições de funções trigonométricas foram em termos de triângulos. Abaixo as relações trigonométricas em um triângulo retângulo: No entanto, as funções trigonométricas também podem ser definidas usando-se o círculo unitário, uma definição que as faz periódicas. Muitos processos que ocorrem naturalmentesão periódicos 56 | P á g i n a também. O nível de água em uma bacia sujeita às marés, a pressão sanguínea em um coração, uma corrente elétrica alternada e a posição de moléculas no ar transmitindo uma nota musical variam regularmente. Tais fenômenos são representados por funções trigonométricas. Vamos usar as três funções trigonométricas encontradas em calculadoras: o seno, o cosseno e a tangente. Existem duas maneiras usadas normalmente para representar a variável de funções trigonométricas: radianos e graus. As fórmulas de cálculo, como você verá, ficam mais simples em radianos do que em graus. Um ângulo de 1 radiano é definido como sendo o ângulo no centro de um círculo unitário que limita um arco de comprimento 1, medida no sentido trigonométrico, ou seja, ao contrário dos ponteiros de um relógio, ou anti-horário. Um círculo unitário tem raio 1. É útil pensar em ângulos como rotações, já que podemos usar ângulos maiores do que 360°; por exemplo, um ângulo de 720° representa duas rotações completas no sentido trigonométrico. Como uma rotação completa de 360° delimita um arco de comprimento 2 , a circunferência do círculo, segue que 360° 2 radianos, logo 180° radianos. Em outras palavras, 1 radiano = º180 , de modo que 1 radiano é em torno de 60°. A palavra radiano não é dita, muitas vezes, de modo que um ângulo ou rotação sem unidades significa que está em radianos. Radianos são úteis para se calcular o comprimento de um arco em qualquer círculo. Se o círculo tem raio r e o arco é delimitado por um ângulo central , como na figura abaixo, temos, então, o comprimento s do arco pode ser dado pela seguinte relação: 57 | P á g i n a Funções Trigonométricas e seus gráficos Em cálculo convencionamos usar sempre a medida de ângulos em radianos (exceto quando explicitamente mencionado). Por exemplo, quando usamos a função xsenxf )( , deve ser entendido que xsen significa o seno de um ângulo cuja medida é x Assim, os gráficos das funções seno e cosseno estão nas figuras abaixo: Observe que tanto para a função seno quanto para a função cosseno o domínio é ),( e a variação é o intervalo fechado [— 1, 1]. Assim, para todos os valores de x temos ou, em termos valores absolutos, Os zeros das funções seno e cosseno ocorrem da seguinte maneira: Nos múltiplos inteiros de temos xsen = 0, isto é, para nx em que n é um inteiro. 58 | P á g i n a Nos múltiplos inteiros de somados com 2 temos 0cos x , isto é, para nx 2 em que n é um inteiro. Uma propriedade importante das funções seno e cosseno é que elas são periódicas com um período 2 . Isso significa que, para todos os valores de x, A natureza periódica dessas funções torna-as adequadas à modelagem de fenômenos repetitivos, tais como ondas, cordas vibrantes e ondas sonoras. Outra função trigonométrica importante trata-se da função tangente, que relaciona-se com as funções seno e cosseno pela equação e seu gráfico está na figura abaixo. Ela não está definida, quando 0cos x , isto é, quando nnx , 2 . Sua variação é ),( . Observe que a função tangente tem período : As três funções trigonométricas remanescentes, cossecante, secante e cotangente, são os recíprocos das funções seno, cosseno e tangente. 59 | P á g i n a 6. Interpretação de Gráficos – Taxas de Crescimento e Decrescimento Nesta seção usaremos gráficos de funções para descrever e interpretar informações sobre de taxas de variação, crescimento e decrescimento de curvas de funções. Quando uma função )(xf cresce a taxas crescentes, seu gráfico fica encurvado para cima; quando ela cresce a taxas decrescentes, seu gráfico fica encurvado para baixo. Basicamente, em cada intervalo considerado, estas são as três formas de crescimento: crescer linearmente, com taxa de variação constante; crescer cada vez mais rapidamente, ou seja, com taxas de variação crescentes, o que faz com que o gráfico resulte encurvado para cima; crescer cada vez mais lentamente, o que faz com que o gráfico resulte encurvado para baixo. O gráfico a seguir ilustra as três formas de crescimento: De forma análoga, em dado intervalo, uma função pode decrescer de três modos distintos: decrescer linearmente, com taxa de variação constante; decrescer cada vez mais rapidamente, ou seja, com taxas de variação crescentes em valor absoluto (as taxas são negativas); decrescer cada vez mais lentamente, ou seja, com taxas de variação decrescentes em valor absoluto (as taxas são negativas). O gráfico a seguir ilustra as três formas de decrescimento: 60 | P á g i n a Quando uma função decresce a taxas decrescentes seu gráfico fica encurvado para cima; quando ela decresce a taxas crescentes, seu gráfico fica encurvado para baixo. Exemplo: O gráfico a seguir mostra a evolução mensal do custo da cesta básica na cidade de Piracicaba-SP entre janeiro e setembro de 2012. Fonte: ICB-ESALQ/FEALQ. A partir do gráfico é possível tirar algumas conclusões: Entre Janeiro e Fevereiro o preço da cesta básica decresce a uma taxa decrescente. Isso significa que o preço está diminuído e a intensidade dessa redução também está diminuindo. Entre Abril e Junho o preço da cesta básica cresce a uma taxa decrescente. Isso significa que o preço está crescendo e a intensidade desse crescimento está diminuindo. Alguns economistas diriam a que o preço da cesta básica está desacelerando. R$ 369,32 R$ 363,01 R$ 364,28 R$ 369,84 R$ 374,28 R$ 376,99 R$ 374,37 R$ 375,01 R$ 392,25 R$ 355,00 R$ 360,00 R$ 365,00 R$ 370,00 R$ 375,00 R$ 380,00 R$ 385,00 R$ 390,00 R$ 395,00 Preço da Cesta Básica 61 | P á g i n a Entre Junho e Julho o preço da cesta básica decresce a uma taxa crescente. Isso significa que o preço está decrescendo e a intensidade desse decrescimento está aumentando. Entre Agosto e Setembro o preço da cesta básica cresce a uma taxa crescente. Isso significa que o preço está crescendo e a intensidade desse crescimento está aumentando. Alguns economistas diriam a que o preço da cesta básica está acelerando. Exercícios Os gráficos a seguir representam o preço médio P dos alimentos de uma cesta básica, em diferentes países, em função do tempo t , ao longo de determinado ano. 62 | P á g i n a Exercícios 1) Pergunta-se: a) Em que país os preços estiveram estabilizados ao longo do ano? b) Em que país os preços cresceram à taxa constante? c) Em que país os preços cresceram a taxas crescentes? d) Em que país os preços decresceram à taxa constante? e) Em que país os preços cresceram a taxas decrescentes? f) Em que país os preços decresceram a taxas decrescentes? 63 | P á g i n a g) Em que país os preços inicialmente cresceram à taxa constante, e, posteriormente, cresceram a taxas decrescentes? i) Em que país os preços inicialmente cresceram a taxas crescentes, depois cresceram a taxas decrescentes? j) Em que país os preços inicialmente decresceram a taxas crescentes, depois decresceram a taxas decrescentes?
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