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Trabalho de G1 - Correio da Manhã

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Contexto Histórico Brasileiro
A renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, apesar de ter sido um grande baque na nação, foi só mais um dominó dentro de uma crise política que vinha desde o final do Estado Novo, em 1945. O final da ditadura de Vargas por conta das pressões políticas que rodeavam seu sistema – principalmente a pressão interna, mas não podemos esquecer a pressão Americana que temia uma aproximação do Brasil com os regimes Fascistas da Europa. A crise política começa e persiste, tomando conta dos governos seguintes, provocando o suicídio de Getúlio e, finalmente, trazendo a situação que abordou o governo de João Goulart, último governo democrático antes da ditadura que durou 21 anos.
João Goulart, o vice-presidente de Jânio Quadros, quando este renunciou o cargo na tentativa de um Golpe Branco, foi chamado para assumir a presidência. O Golpe Branco de Jânio veio por uma ideia de que ele iria ser levado de volta para a cadeira do governo pelas mãos do povo depois deles verem seu sofrimento – uma ideia ligeiramente cômica devido a todas as nuances de sua saída. Entretanto, ele nunca chegou a assumir diretamente esta, pois os ministros militares formaram uma junta contra a posse do vice-presidente, apoiados por civis antigetulistas. João Goulart era conhecidamente getulista, tendo apoiado Vargas em seu governo e, por isso, tal junta alegava que a sua posse seria uma grande ameaça à ordem e às instituições. Esse veto não foi ratificado pelo Congresso Nacional que, mesmo assim, procurou criar uma opção conciliatória, de maneira a evitar uma eminente guerra civil.
Com isso, o Congresso instala um regime parlamentarista, com João Goulart como presidente, mas sendo controlado por uma junta parlamentar. Ele, ao entrar no cargo, procurou criar uma base de aliados dentro da casa, principalmente do centro e da esquerda, que já lhe apoiava. Logo no começo do seu governo ele tinha interesse em fazer reajustes salariais para cumprir com o aumento inflacionário que vinha assolando a nação, fazendo com que o salário mínimo acompanhasse tal inflação. Isso vinha dentro do seu programa de governo que, ainda, contava com a nacionalização de algumas subsidiárias estrangeiras e as chamadas reformas de base. Estas que incluíam uma reforma agrária extensa que, obviamente, não era bem vista pela direita que já era resistente à figura de Goulart.
Vendo pelo lado econômico, o novo governo vinha carregado de problemas. Não somente pela supracitada inflação que afogava o povo com preços cada vez mais altos e uma moeda insustentável. Mas também havia uma grande dívida externa e diversos problemas de juros e calotes. Com uma tentativa de ajeitar as coisas, ele tentou pedir a ajuda do FMI, mas não conseguiu, o que somente fez com que a oposição tivesse mais forças para bater de frente com o presidente. O povo estava insatisfeito com as políticas que não solucionavam o problema em curto prazo e a oposição (auxiliada pelos jornais que, na maioria, tacavam pedras em Jango) se aproveitava da situação para aumentar sua base.
Em julho de 1962, depois de todo um gabinete se demitir e Jango os substituir, o governo reafirmou seu compromisso com medidas de emergência para resolver a crise em um curto prazo. Além disso, também foi anunciado que iria ser antecipado o plesbicito que iria decidir sobre a continuidade do regime parlamentarista que estava previsto somente para 1965. No mesmo ano os militares do Congresso pediram para que o plesbicito acontecesse imediatamente. Mesmo assim, o plesbicito ficou marcado para 30 de abril de 1963, sobre protestos da oposição de Jango que acusava o Congresso de estar comprometido com os comunistas e não desejando voltar ao presidencialismo. Jango, então, entra em campanha a favor do presidencialismo, visando o plesbicito que iria acontecer no ano seguinte. Com essa perspectiva, ele partiu para a mobilização dos principais setores sociais, procurando apoio político. Ele tentava demonstrar que, naquela conjuntura, era de fundamental importância a existência de um poder executivo forte no Brasil.
Afinal, em seis de janeiro de 1963, o plesbicito foi feito e o presidencialismo vence por uma ampla margem. Com isso, Jango tem poderes para estabelecer um novo ministério e ele começa a tentar aplicar planos econômicos para resolver a crise. O primeiro é um Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico, que tinha como base a estabilização da moeda vigente. O Governo procura novamente a ajuda dos americanos não só por um auxílio financeiro, mas, também, para discutir a dívida externa crescente. Ao mesmo tempo, a conjunção externa piora à medida que Jango começa, inclusive, a sofrer oposição do seu Ministro do Trabalho. O Plano Trienal, afinal, falha em resolver os problemas econômicos do país e, ao mesmo tempo, ocorre o esgotamento de um projeto concomitante de reforma agrária. Jango perde bastante terreno político e, mais uma vez, muda o seu ministério.
Enquanto isso, os planos conspiratórios contra João Goulart que vinham permeando a sua estada na presidência desde o começo se estreitavam, principalmente à medida que o ele perdia o apoio da base trabalhadora. Ao mesmo tempo, então, que ele sofria a pressão das forças de direita, ele também perdia o apoio das forças de esquerda que haviam sempre estado com ele. A situação toda era uma bomba atômica de pressão política como nunca havia se visto antes. Talvez houvesse bastante similaridade com a situação de Vargas no seu segundo mandato, de onde vem uma grande ironia, tendo em vista que Jango seguia muito dos preceitos de Getúlio.
Desistindo de se manter ao centro, Goulart segue diretamente para a esquerda tentando retomar o seu apoio nos partidos socialistas, nos sindicatos, nas ligas camponesas e movimentos estudantis. Ele tentou novamente uma ofensiva diante do seu projeto nacional reformista, porém, sem o apoio das bases de centro e com a oposição clara das bases de direita, ele só podia contar com a esquerda – a temida base socialista – para conseguir se manter fiel à sua base de governo. As conspirações, entretanto, aumentavam e ficavam cada vez mais agitadas à medida que ele se aproximava do socialismo. Com isso, em janeiro de 1964, os militares implementam um acordo militar com os americanos, sem o conhecimento do presidente. Tal junta militar foi liderada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, o General Castelo Branco. Esse acordo previa a necessidade de ajuda por parte do Brasil para enfrentar ameaças que – como se pode ver melhor no tópico de contexto histórico externo – eram representadas diretamente pelas forças socialistas.
Goulart, entretanto, parecia ver uma luz no fim do túnel para a sua situação no raiar de fevereiro desse ano. As negociações com o FMI haviam sido reestabelecidas, de maneira a conseguirem controlar, um pouco, a inflação nacional e colocar mais dinheiro em rotação. Além disso, as discussões com os credores europeus estavam caminhando tão bem quanto as perspectivas para novos investimentos europeus e até japoneses. Entretanto, o final disso não foi como planejado e, mesmo que fossem, eles não demonstravam um alívio da crise política. Jango volta, então, para uma ofensiva política, o que seria o seu último ato para tentar impedir o golpe que já se orquestrava. Ele tenta formar uma frente de apoio às reformas de base que tanto havia tentado implantar. Essa frente de apoio viria diretamente da população nacional, Jango iria fazer uma série de comícios tentando falar ele mesmo sobre os seus programas, uma vez que a maioria dos jornais somente faziam propagandas contrárias ao presidente.
Essa é a última ação do presidente, uma vez que no dia 1º de Abril é instalado a Ditadura Militar nas mãos do General Castelo Branco. João Goulart vai se alojar no Uruguai depois de entender que era melhor não lutar, pois isso só desencadearia uma guerra civil. [1: CPDOC. A Tragetória Política de João Goulart. In: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/joao_goulart, acessado em 17 de outubro de2013.][2: ABREU, Alzira Alves de. A Imprensa e Seu Papel na Queda de João Goulart. In: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NaPresidenciaRepublica/A_imprensa_e_seu_papel_na_queda_de_Goulart, acessado em 17 de outubro de 2013.][3: SARMENTO, Carlos Eduardo. O Cenário Econômico no Período Parlamentarista. In: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NaPresidenciaRepublica/O_cenario_economico_no_periodo_parlamentarista, acessado em 17 de outubro de 2013.][4: CASTRO, Celso. Os Militares e o Governo João Goulart. In: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NaPresidenciaRepublica/Os_militares_e_o_governo_JG, acessado em 17 de outubro de 2013.]
Contexto Histórico Externo
	A Segunda Guerra Mundial fez o impensável: Conseguiu juntar duas políticas antagônicas ao redor de um inimigo em comum. A Guerra contra o nazismo alemão e a figura de Adolf Hitler criou dentro dos Estados Unidos da América e da União Soviética a realidade de que eles precisariam trabalhar juntos para derrotar o inimigo. E não só a ideia foi criada como isso de fato aconteceu, com os dois países trabalhando em conjunto no bloco dos Aliados – Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Brasil, etc – contra o poder do Eixo – Alemanha, Itália, Império do Japão, Romênia, Hungria, Bulgária, etc. Entretanto, essa união também criou uma rivalidade que iria se perpetuar com o final da Guerra. Os dois países se transformaram em potências bélicas equivalentes, ao mesmo tempo em que mantinham sistemas políticos e econômicos completamente inversos, e, à medida que a Guerra e o inimigo comum desapareceram, eles só tinham um ao outro para combater.
	Com o final da Guerra e uma Europa completamente devastada em destroços e com uma economia cheia de problemas e dívidas, então, as duas potências que não haviam sido vítimas tinham um nível tão superior que elas passaram a basicamente dividir o mundo em seus domínios ideológicos. O modelo de vida americano – conhecido “American Way of Life” – passou a ser o modelo que todos os países capitalistas queriam para si, assim como todos os membros de tais nações. Ao mesmo tempo, o crescimento do sistema socialista que anunciava que iriam até conquistar as estrelas inspirava os países que entravam ou eram dominados pelo sistema que pregava uma defesa do domínio burguês e a solução dos problemas sociais como carro chefe de uma economia estável.
Da mesma maneira que havia uma crise interna no país, a situação externa não era das melhores. A disputa Leste-Oeste que se criou depois do final da Segunda Guerra Mundial se ampliava cada vez mais à medida que os alinhamentos dos países eram constantes. Os capitalistas, do lado americano, sempre temendo o chamado “perigo vermelho” da extrema esquerda soviética, faziam quase que uma perseguição interna aos membros dessa vertente que estivessem em seus domínios. Durante o furor gelado da Guerra Fria, era difícil viver em uma situação tão dividida onde qualquer coisa te poderia “taxar” de comunista ou de capitalista na hora errada e no local errado. Nos Estados Unidos, com o Macarthismo, havia perseguições tão fortes a comunistas quanto havia a homossexuais, os famosos subversivos do estado, que eram presos somente por ser. Ao mesmo tempo, na União Soviética, havia uma forte repressão ao “eu” individual, para perpetuar a imagem de que o povo é um todo, tão propagada por Stalin.
	Os dois governos representavam duas mentalidades hegemônicas do momento, dois tipos de governo e, mais do que isso, duas ideologias fortemente perseguidas pelos seus líderes. Perseguidas de uma forma tão brutal, cada um dos lados tinha a sua maneira de crescer seus “impérios”. Mesmo assim, os dois utilizaram a mesma forma de expansão ideológica, enquanto mantinham embates militares fechados para a segurança mundial. Essa decisão foi feita depois que tanto os EUA quanto a URSS já tinham a Bomba Atômica e, cientes do problema que ela poderia causar ao planeta e sabendo que as duas nações iriam simplesmente se destruir no caso de um embate, eles criaram um acordo de não agressão, logo depois da Segunda Guerra Mundial. Esse acordo, entretanto, era tão volátil quanto um barco de madeira em uma tempestade, mergulhando o mundo no conhecido período da Guerra Fria.
	Um dos momentos de maior tensão dentro dessa bipartição do mundo foi a conhecida Crise dos Mísseis de 1962. Essa crise começa com a deposição de Fulgêncio Batista do poder de Cuba. Ele era um ditador pró-estadunidense que foi deposto por uma revolução comunista que colocou Fidel Castro no poder, em 1959. A instauração de um novo governo socialista não só preocupou os Estados Unidos por conta do equilíbrio de influências que havia na época, mas também pela posição geográfica de Cuba, que fica somente a 1.825 quilômetros de Washington e 144 quilômetros da costa de Miami. Eles primeiro tentaram solucionar a questão com uma deposição do novo governo, mas o apoio popular a ele era extenso demais para que outro golpe pudesse se manter em curso. Então um embargo econômico a Cuba foi criado, deixando-a sem o comércio de grãos e petróleo que adquiria dos Estados Unidos. Esses produtos começaram a ser recebidos da URSS.
	Cuba começa a se aproximar cada vez mais da URSS à medida que os Estados Unidos começam com ofensivas militares à ilha – por exemplo, a tentativa de invasão da Baía dos Porcos, que foi um completo fracasso. Isso faz com que a URSS comece a mandar auxílio militar a Cuba e, inclusive, em 1962, foram flagrados construindo 40 silos nucleares em terreno cubano. Apesar das autoridades russas terem afirmado que era somente para segurança, isso poderia também representar uma resposta aos americanos terem instalado mísseis na Turquia, que poderiam ser utilizados para bombardear grandes cidades da União Soviética. Logo depois de tais instalações terem sido localizadas o presidente Kennedy tomou medidas de isolamento de Cuba, como a ordenação de quarentena à ilha. Ele posicionou navios militares no mar do Caribe para evitar a aproximação de navios soviéticos. Foram meses de tensão até que o presidente americano concordou em tirar os mísseis da Turquia e em não invadir Cuba, o que fez com que o primeiro ministro da URSS desistisse da intervenção na ilha.
	Além disso, muito se fala da influência americana nas ditaduras que se instalaram na América Latina desse período. Segundo especialistas esse regime político se edificou através de contratos entre os militares brasileiros, a burguesia nacional e o governo americano, incluindo a burguesia estrangeira.[5: ARAÚJO, Gabriel Felipe Dantas Correia e RINALDI, Augusto Leal. “Os EUA e a Ditadura Militar no Brasil” In: http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&view=article&id=5090:os-eua-e-a-ditadura-militar-no-brasil-estrategias&catid=38&Itemid=127, acessado em 19 de outubro de 2013]
“Com um contexto de plena Guerra Fria, a disputa ideológica exigia dos demais Estados um alinhamento a um dos dois lados para que fosse inserido no sistema internacional de maneira efetiva. Foi assim que se sucedeu o governo militar brasileiro, trazendo consigo vinte e um anos de regimes ditatoriais no país e que nos levou a refletir – não só nós, mas como pesquisadores de todas as áreas- quais foram as intenções brasileiras e americanas na instauração do regime e também qual foi o pano de fundo necessário e utilizado para tal objetivo.” [6: Idem]
	A maior expansão da influência norte-americana na América Latina foi a eclosão de diversos governos militares para tentar conter o chamado “avanço vermelho” que vinha em movimentos de esquerda por todo o continente. Não só o Brasil é um exemplo disso, mas também as ditaduras do Chile e da Argentina. Tudo isso tem muita ligação com a Revolução Cubana de Fidel Castro. A ideia de uma nação comunista tão perto da nação americana lhes deu quase uma mentalidade paranoica sobre o surgimento de outras nações, principalmente com a influência de libertação que revoltosos como o próprio Fidele Che Guevara davam para nações que cresceram dominadas. 
“A ideia de comunismo e figuras marcantes como Fidel Castro e Che Guevara faziam das ideologias socialistas algo real e de grandes possibilidades de surtir efeito. Isso porque a história colonial escravocrata da região remete à exploração indígena, a exploração do trabalho negro, a dizimação de populações nativas, a desenfreada exploração dos recursos naturais e outros, que fazem do sentimento nacionalista e patriótico da população desses países, focarem a pobreza e a exploração e terem como uma ideologia a ser seguida, justamente a protagonizada pela URSS.” [7: Idem]
	Focando mais no Brasil do que nos outros movimentos latino-americanos, não é um segredo dizer que o presidente João Goulart não era bem visto pelos norte-americanos. Não somente pela sua política externa independente e pelo fato dele se alinhar um pouco mais com a URSS do que era apreciado pelos americanos, mas também pelas suas atitudes na área interna, como a nacionalização de empresas norte-americanas e seu plano de reforma de bases. Também havia, na época, o crescimento de diversos partidos com influências marxistas e soviéticas. Foi nesse contexto que o golpe militar se instalou em 1964, dividindo a sociedade entre os grupos que apoiavam e os que não apoiavam o golpe. A quebra da democracia, para alguns, parecia como a salvação de um terror mais extremo. Para outros era somente isso, sem tantas delongas, a quebra de um movimento democrático que havia demorado anos e anos para dar direitos aos que precisavam.
	 
Correio da Manhã
O Correio da Manhã foi um jornal brasileiro, publicado no Rio de Janeiro de 1901 a 1974, que se vangloriava por dar ênfase a informação ao detrimento da opinião. Outra característica do jornal é que ele era conhecido por fazer oposição a praticamente todos os presidentes do período, mas a ênfase que será dada aqui é para a oposição feita pelo jornal ao presidente João Goulart. Eles foram fortes apoiadores do Golpe Militar que ocorreria no dia 1º de Abril de 1964 em detrimento ao governo de Jango que tinha as características já citadas acima, na parte do trabalho de Contexto Histórico Brasileiro. Ironicamente, o periódico não suportou as pressões durante a Ditadura Militar e fechou em 1974, depois da prisão de sua proprietária e dos principais redatores.
Entretanto, mesmo assim, antes do golpe, eles eram fortes apoiadores do movimento, como a grande maioria dos jornais da época. Mesmo se vangloriando, como a maioria das editorias de jornais da época, de terem sido ferozes defensores da liberdade de imprensa, essa visão somente foi criada dentro da editoria do jornal depois de 1968, ano da implantação do Ato Institucional 5 (AI-5) . O jornal, inclusive, publicou editoriais na capa pedindo a saída do presidente e se declarando “herdeiro dos ideais democráticos da revolução de 1964”, já depois do golpe. Durante a ditadura, apesar de ainda se manterem apoiando o regime, os jornais demonstravam algumas ressalvas diante de decisões do governo e de manifestações populares contrárias, como a manifestação dos 100 mil e restrições a liberdade de imprensa.[8: ORTEGA, João. “Grande imprensa apoiou Golpe Militar e a Ditadura até 1968, revela pesquisa da FFLCH” In: http://www5.usp.br/17039/grande-imprensa-apoiou-golpe-militar-e-a-ditadura-ate-1968/, acessado em 20 de outubro de 2013.][9: FRANKLIN, Martins. “Basta e Fora – Dois Editoriais do Correio da Manhã” In: http://www.franklinmartins.com.br/estacao_historia_artigo.php?titulo=basta-e-fora-dois-editoriais-do-correio-da-manha, acessado em 20 de outubro de 2013.]
O Correio, apesar de tudo, noticiava bastante os movimentos estudantis, até 1968. O jornal sempre tentou dialogar bastante com as classes médias, de onde, principalmente, vinham esses estudantes. Mas esse apoio não durou muito, sendo retirado assim que os estudantes começaram a tomar posições mais radicais e terem um discurso mais parecido com o da esquerda clássica, fugindo, então, dos ideais apoiados pelo jornal. O jornal também fazia algumas pequenas críticas aos Atos Institucionais, diferentes de outros veículos que se mantinham calados. Essas pequenas críticas se mantiveram até a aplicação do AI-5, quando o Correio somente falava sobre as partes que iam contra as liberdades individuais, principalmente de expressão. Com o AI-5, as mudanças foram para todos.

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