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MELHORAMENTO GENÉTICO

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1 
 
Melhoramento Genético Animal 
 
Melhoramento Genético: Conjunto de processos e técnicas que visa aumentar a frequência de 
alelos, ou suas combinações desejáveis em uma população. 
O melhoramento genético tem por objetivo escolher o melhor material genético para maximizar a 
produção nas condições ambientais existentes. 
 
O melhoramento genético animal tem por finalidade aperfeiçoar a produção dos animais que 
apresentam interesse para o homem através de ferramentas como seleção e cruzamentos com o 
objetivo de selecionar genes de interesse econômico. 
Sabe-se que o fenótipo de um indivíduo, ou seja, as características observáveis, é resultado da 
interação entre o genótipo e o meio ambiente e só será atingido um verdadeiro melhoramento 
genético se a nutrição e a saúde adequadas forem alcançadas. 
 
Interação dos fatores herança e ambiente → O animal é aquilo que herdou e tem aquilo que lhe é 
dado: manejo, instalações, condições de higiene, entre outros, e será aquilo que produzir que deve 
ser entendido como a resposta. 
 
Genótipo + Ambiente = Fenótipo ou Herança + Manejo = Produtividade. 
 
 
Cruzamento: reprodução entre animais de raças distintas. 
Acasalamento: reprodução entre animais da mesma raça. 
Fenótipo: características apresentadas por um indivíduo, sejam elas morfológicas, fisiológicas e 
comportamentais. Também fazem parte do fenótipo características microscópicas e de natureza 
bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação. 
Genótipo: refere-se à constituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui. Estamos 
nos referindo ao genótipo quando dizemos, por exemplo, que uma planta de ervilha é homozigota 
dominante (VV) ou heterozigota (Vv) em relação à cor da semente. 
 
 
1. ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO 
ÁCIDOS NUCLÉICOS: São definidos como polinucleotídeos ligados em cadeia. Por controlarem a 
atividade celular, são considerados as “moléculas mestras” dos seres vivos. Normalmente, 
encontram-se associados às proteínas, das quais constituem grupos prostéticos. Tais proteínas são 
denominadas nucleoproteínas. 
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA). 
 
NUCLEOTÍDEOS: São as unidades formadoras dos ácidos nucleicos. Cada nucleotídeo é formado por: 
a) Uma molécula de ácido fosfórico 
b) Uma molécula de pentose 
c) Uma molécula de base nitrogenada 
 
2 
 
 
 
Observa-se que o ácido fosfórico se liga à pentose que, por sua vez, se liga à base nitrogenada. 
Existem dois tipos de pentoses que entram na constituição dos nucleotídeos: ribose, encontrada nos 
nucleotídeos do RNA e desoxirribose, encontrada nos nucleotídeos do DNA. 
As bases nitrogenadas que entram na constituição dos nucleotídeos podem ser de dois tipos: púricas 
formadas por dois anéis de átomos de carbono e nitrogênio e pirimídicas, formadas por um anel de 
átomos de carbono e nitrogênio. 
 
BASES NITROGENADAS PÚRICAS (As bases nitrogenadas púricas são comuns ao DNA e ao RNA) 
• ADENINA (A) 
• GUANINA (G) 
BASES NITROGENADAS PIRIMÍDICAS 
• CITOSINA (C) 
• TIMINA (T) 
• URACILA (U) 
- Citosina é comum ao DNA e ao RNA 
- Timina é exclusiva do DNA e uracila é exclusiva do RNA 
 
 
 
 
Formação de um Polinucleotídeo
fosfórico de um nucleotídeo se liga à pentose de outro, e assim por diante na formação do ácido
nucleico. 
 
 
2. ÁCIDOS NUCLEICOS –
 
� DNA (ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO
A molécula de DNA é constituída por duas cadeias
na forma de dupla hélice. Os eixos das hélices são
desoxirribose, enquanto as bases nitrogenadas se dispõem
estrutura e voltadas para dentro dela. As bases nitrogenadas de
nitrogenadas da hélice complementar através de ligações denominadas
se estabelecem de forma altamente específica da seguinte maneira: Adenina
através de duas pontes de hidrogênio enquanto Guanina e Citosina se unem através
de hidrogênio. 
 
O DNA está presente principalmente no núcleo das células, fazendo parte, juntamente com as 
proteínas, da estrutura dos cromossomos. Pode ser também encontrado no interior de cloroplastos e 
mitocôndrias, presentes no citoplasma de certos tipos celu
 
Funções do DNA: O DNA é o responsável pela determinação das características hereditárias, além de 
comandar o funcionamento celular e promover a síntese do RNA.
 
Formação de um Polinucleotídeo: A união de vários nucleotídeos forma um polinucleotídeo. O ácido 
nucleotídeo se liga à pentose de outro, e assim por diante na formação do ácido
– DNA E RNA 
ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO) 
A molécula de DNA é constituída por duas cadeias de nucleotídeos enroladas uma ao redor da outra 
na forma de dupla hélice. Os eixos das hélices são formados por moléculas de ácido fosfórico e 
quanto as bases nitrogenadas se dispõem perpendicularmente ao eixo principal da 
estrutura e voltadas para dentro dela. As bases nitrogenadas de uma hélice se unem às bases 
nitrogenadas da hélice complementar através de ligações denominadas pontes de hidrog
se estabelecem de forma altamente específica da seguinte maneira: Adenina 
através de duas pontes de hidrogênio enquanto Guanina e Citosina se unem através
A = T 
C ≡ G 
O DNA está presente principalmente no núcleo das células, fazendo parte, juntamente com as 
estrutura dos cromossomos. Pode ser também encontrado no interior de cloroplastos e 
no citoplasma de certos tipos celulares. 
O DNA é o responsável pela determinação das características hereditárias, além de 
celular e promover a síntese do RNA. 
3 
A união de vários nucleotídeos forma um polinucleotídeo. O ácido 
nucleotídeo se liga à pentose de outro, e assim por diante na formação do ácido 
de nucleotídeos enroladas uma ao redor da outra 
formados por moléculas de ácido fosfórico e 
perpendicularmente ao eixo principal da 
uma hélice se unem às bases 
pontes de hidrogênio, que 
 e Timina se unem 
através de duas pontes de hidrogênio enquanto Guanina e Citosina se unem através de três pontes 
 
O DNA está presente principalmente no núcleo das células, fazendo parte, juntamente com as 
estrutura dos cromossomos. Pode ser também encontrado no interior de cloroplastos e 
O DNA é o responsável pela determinação das características hereditárias, além de 
4 
 
 
 
 
 
� RNA (Acido Ribonucleico) 
A molécula de RNA é constituída por uma única cadeia de nucleotídeos (fita simples). Os 
nucleotídeos de RNA apresentam: 
 
 
 
O RNA está presente no núcleo das células, livre no citoplasma, no interior de cloroplastos e 
mitocôndrias e fazendo parte da estrutura dos ribossomos. 
 
Função do RNA: Transportando informação genética do DNA que o formou, o RNA participa 
diretamente do processo de síntese proteica. 
 
Cromossomos: O cromossomo é constituído por uma longa fita dupla de DNA. É composto de 
proteínas chamadas histonas, que se arranjam em grupos de oito, e são envolvidas pela molécula de 
DNA. Estes grupos de oito histonas, enroladas pelo DNA são chamados de nucleossomos. Há muitos 
nucleossomos na molécula de DNA. 
Os nucleossomos ajudam no enovelamento do cromossomo. Na intérfase, o cromossomo encontra-
se totalmente descondensado, formando a cromatina. Já na metáfase ele encontra-se máximo de 
sua condensação. 
 
Gene: É a parte funcional do DNA. No caso do Genoma Humano, por exemplo,
por genes. O resto é apenas, agrupamentos de proteínas que não cont
genes, portanto, são sequências especiais de centenas ou até milhares de pares (do tipo A
que oferecem as informações básicas para a produção de todas as proteínas que o corpo precisa 
produzir. 
O gene é uma região da molécula do DNA, podendo conter de algunspares a milhões de pares 
de nucleotídeos. É o trecho do DNA que, na maioria das vezes, codifica uma proteína.
A parte do DNA chamada de DNA não codificante não possui genes.
 
Genoma: o genoma é toda a informação hered
organismo que está codificada em seu DNA (ou, em alguns vírus, no RNA). Isto inclui tanto os genes 
como as sequências não-codificadoras que são muito importantes para a regulação gênica, dentre 
outras funções. 
 
Sequenciamento do Genoma ou DNA
que ordem as bases (letras) contidas no DNA, se encontram. Quando se diz que um genoma foi 
sequenciado queremos dizer que foi determinada a ordem que as in
colocadas no genoma. 
 
 
 
 
3. Replicação 
 
A replicação é a duplicação de uma molécula de DNA. Isso ocorre porque nossas células estão 
constantemente em divisão, e como todas as células somáticas possuem a mesma quantidade de 
DNA, precisamos sempre duplicar nosso DNA antes da célula se dividir.
A replicação do DNA é semiconservadora, o material pré
processo. 
É a parte funcional do DNA. No caso do Genoma Humano, por exemplo,
por genes. O resto é apenas, agrupamentos de proteínas que não contêm nenhuma informação. Os 
genes, portanto, são sequências especiais de centenas ou até milhares de pares (do tipo A
que oferecem as informações básicas para a produção de todas as proteínas que o corpo precisa 
écula do DNA, podendo conter de alguns pares a milhões de pares 
É o trecho do DNA que, na maioria das vezes, codifica uma proteína.
A parte do DNA chamada de DNA não codificante não possui genes. 
é toda a informação hereditária (passa para seus descendentes) de um 
organismo que está codificada em seu DNA (ou, em alguns vírus, no RNA). Isto inclui tanto os genes 
codificadoras que são muito importantes para a regulação gênica, dentre 
equenciamento do Genoma ou DNA: O sequenciamento é a técnica utilizada para determinar em 
que ordem as bases (letras) contidas no DNA, se encontram. Quando se diz que um genoma foi 
sequenciado queremos dizer que foi determinada a ordem que as informações (
 
é a duplicação de uma molécula de DNA. Isso ocorre porque nossas células estão 
constantemente em divisão, e como todas as células somáticas possuem a mesma quantidade de 
e duplicar nosso DNA antes da célula se dividir. 
A replicação do DNA é semiconservadora, o material pré-existente vai continuar intacto ao 
5 
É a parte funcional do DNA. No caso do Genoma Humano, por exemplo, apenas 3% é formado 
êm nenhuma informação. Os 
genes, portanto, são sequências especiais de centenas ou até milhares de pares (do tipo A-T ou C-G) 
que oferecem as informações básicas para a produção de todas as proteínas que o corpo precisa 
écula do DNA, podendo conter de alguns pares a milhões de pares 
É o trecho do DNA que, na maioria das vezes, codifica uma proteína. 
itária (passa para seus descendentes) de um 
organismo que está codificada em seu DNA (ou, em alguns vírus, no RNA). Isto inclui tanto os genes 
codificadoras que são muito importantes para a regulação gênica, dentre 
O sequenciamento é a técnica utilizada para determinar em 
que ordem as bases (letras) contidas no DNA, se encontram. Quando se diz que um genoma foi 
formações (genes) estão 
é a duplicação de uma molécula de DNA. Isso ocorre porque nossas células estão 
constantemente em divisão, e como todas as células somáticas possuem a mesma quantidade de 
existente vai continuar intacto ao final do 
6 
 
As pontes de hidrogênio que mantêm a dupla cadeia desnaturam-se para que cada uma das cadeias 
simples possa servir de "forma" ou molde ao longo da qual vai ser sintetizada, no sentido 5' → 3‘. O 
processo de replicação celular ocorre na fase S do ciclo celular (intérfase). 
 
Na célula, a replicação do DNA tem início em locais específicos do genoma denominadas origens de 
replicação. Mais especificamente, inicia-se numa zona da cadeia denominada tripleto de iniciação. 
 
• Neste local as helicases começam a abrir a cadeia para ambos os lados da origem quebrando 
as ligações de hidrogênio existentes entre as bases complementares e dando origem a uma 
"bolha de replicação" que é constituída por duas forquilhas de replicação. 
• As proteínas de ligação (SSB) mantém a fita aberta. 
• Em seguida liga-se às cadeias de DNA a enzima RNA primase que sintetiza um primer, que 
consiste numa sequência de bases de RNA que iniciam a síntese, visto que a DNA polimerase 
III não tem a capacidade de o fazer pela ausência de grupos hidroxila expostos. 
• Após a síntese do primer, a DNA polimerase III vai continuar o processo que ocorre no 
sentido da extremidade 5' para a extremidade 3' da nova cadeia. Como a DNA polimerase vai 
atuar para ambos os lados da origem de replicação, por cada cadeia simples de DNA 
existente, uma parte da nova cadeia será sintetizada na direção da replicação. Esta cadeia é 
sintetizada de modo contínuo e denomina-se "cadeia contínua". 
• Existe uma outra parte da cadeia em que a direção da replicação é contrária à direção da 
síntese, esta cadeia é sintetizada descontinuamente, isto é, a RNA primase vai sintetizar 
vários primers ao longo da cadeia, inicialmente próximo da origem de replicação e 
posteriormente a maior distância. 
• Os fragmentos formados são denominados fragmentos de Okazaki. Entre estes fragmentos 
existem primers que serão removidos e substituídos por DNA, pela ação de outra DNA 
polimerase, a DNA polimerase I. 
• Como a DNA polimerase não consegue estabelecer a ligação entre esses nucleotídeos e os 
que se encontram nas extremidades dos fragmentos de Okazaki, formam-se lacunas entre o 
grupo fosfato de um e o carbono 3' do outro. Esses nucleotídeos são posteriormente ligados 
pela DNA ligase. A esta cadeia chama-se "cadeia descontínua". 
• As partes finais da cadeia de DNA denominadas telômeros são sintetizadas pela 
enzima telomerase. A telomerase é uma DNA polimerase com atividade de transcriptase 
reversa. Apresenta um molde interno de RNA e a partir daí é capaz de sintetizar o DNA das 
extremidades cromossômicas, evitando a perda progressiva e encurtamento dos telômeros. 
Durante todo o processo de replicação atuam outras enzimas entre elas as SSB e 
as topoisomerases que têm como função evitar o enrolamento da cadeia durante a síntese. 
 
 
Assistir: https://www.youtube.com/watch?v=IFEqWNpWh5o 
https://www.youtube.com/watch?v=NMObWWt_yrc#t=37 
 
 
7 
 
 
 
Resumindo: 
 
• A enzima Helicase vai abrindo a fita e formando as bolhas de replicação. 
• A fita líder é a que está na orientação correta 5` → 3`. 
• A DNA Polimerase III sintetiza a fita nova, na fita líder, no sentido 5` → 3` sem problemas. 
 
O DNA apresenta uma orientação antiparalela entre as duas fitas, isso significa que se uma fita está 
na orientação correta, a outra não está, essa fita é chamada de fita retardada (3` → 5`). 
 
• Na fita retardada a RNA primase faz o RNA primer, sintetizando um trecho de RNA no sentido 
contrário ao da helicase, expondo o carbono 3 e a ponte de hidrogênio para que a 
polimerase possa grudar. 
• A DNA polimerase III vem e sintetiza a nova fita. 
• A DNA polimerase I retira o RNA e substitui por DNA deixando fragmentos, chamados de 
Fragmentos de Okazaki. 
• A DNA ligase vem e fecha esses fragmentos. 
 
 
4. Expressão Gênica 
 
A expressão da informação genética envolve duas etapas. 
A primeira é a Transcrição, na transcrição o DNA é usado como molde para fazer a molécula de RNA. 
A segunda etapa é a Tradução, na tradução o RNA é usado como molde para fazer a proteína. 
 
 
 
 
� Transcrição 
 
Acontece no núcleo da célula. 
RNA, porém não é qualquer trecho do DNA que pode ser transcrito em RNA. Apenas ostrechos do 
DNA chamados de genes podem ser transcritos em RNA
A transcrição do DNA é feita pela enzima 
DNA chamado de promotor. 
O promotor apresenta uma sequencia de bases que a enzima RN
se liga ao promotor e abre a dupla hélice, percorre o gene, e à medida que percorre o gene, ela 
sintetiza a molécula de RNA. 
Ela coleta nucleotídeos de RNA que estão soltos e vai unindo uns aos outros fazendo a molécula de 
RNA. 
A sequencia de bases do RNA é determinada pela sequencia de bases do DNA.
 
 
Depois de percorrer todo o gene, a enzima RNA polimerase se solta, o DNA volta a s
molécula de RNA está pronta
 
Acontece no núcleo da célula. Na transcrição o DNA é usado como molde para f
m não é qualquer trecho do DNA que pode ser transcrito em RNA. Apenas os trechos do 
podem ser transcritos em RNA. 
A transcrição do DNA é feita pela enzima RNA polimerase, sempre antes do gene haverá o trec
 
O promotor apresenta uma sequencia de bases que a enzima RNA polimerase reconhece, ela então 
se liga ao promotor e abre a dupla hélice, percorre o gene, e à medida que percorre o gene, ela 
 
eta nucleotídeos de RNA que estão soltos e vai unindo uns aos outros fazendo a molécula de 
A sequencia de bases do RNA é determinada pela sequencia de bases do DNA.
Depois de percorrer todo o gene, a enzima RNA polimerase se solta, o DNA volta a s
molécula de RNA está pronta. 
 
8 
ra fazer a molécula de 
m não é qualquer trecho do DNA que pode ser transcrito em RNA. Apenas os trechos do 
sempre antes do gene haverá o trecho do 
polimerase reconhece, ela então 
se liga ao promotor e abre a dupla hélice, percorre o gene, e à medida que percorre o gene, ela 
eta nucleotídeos de RNA que estão soltos e vai unindo uns aos outros fazendo a molécula de 
A sequencia de bases do RNA é determinada pela sequencia de bases do DNA. 
 
Depois de percorrer todo o gene, a enzima RNA polimerase se solta, o DNA volta a se fechar e a 
9 
 
 
Assistir: https://www.youtube.com/watch?v=slbqqALkCaA#t=563 
https://www.youtube.com/watch?v=fynGKohVYHw 
 
 
Existem três tipos de RNA que participam diretamente do processo de síntese proteica. São eles: 
- RNA mensageiro (RNA m) 
- RNA transportador (RNA t) 
- RNA ribossômico (RNA r) 
 
Os genes não são contínuos, possuem trechos chamados éxons e íntrons. Os éxons codificam 
proteínas e os íntrons não. 
Quando uma célula transcreve um gene, ela transcreve tanto os trechos que são éxons como os 
íntrons, esse RNA contendo éxons e íntrons é chamado de RNAm Primário. 
A célula então faz o Splicing do RNA, a célula retira os trechos que são íntrons e religa os éxons. 
Apenas os éxons vão para a tradução, os íntrons são retirados. 
 
 
 
 
A célula eucarionte faz o chamado Processamento Alternativo do RNA, ou seja, na hora que ela 
retira os íntrons, ela pode religar os éxons em sequencias diferentes, isso dá a elas a capacidade de 
produzir mais de uma proteína a partir de um mesmo gene. 
 
Controle da expressão gênica: Todas as células do corpo possuem o mesmo gene, o que as 
diferencia é que elas transcrevem conjuntos diferentes de genes. 
 
10 
 
Assistir: https://www.youtube.com/watch?v=n6EPT29Ab2k 
 
 
� Tradução 
 
A tradução é a segunda etapa do processo da expressão gênica, acontece no citoplasma. Na tradução 
o RNA é usado como molde para fazer a proteína. 
Na hora de transcrever, cada base do DNA determina uma base do RNA, então na transcrição o 
processo é base a base, mas na tradução não. 
Na tradução, a cada 3 bases do RNA, é acrescentado um aminoácido na proteína. 
As proteínas são feitas de aminoácidos, só que cada proteína tem uma sequencia específica de 
aminoácidos. A informação na célula sobre qual é a sequencia de aminoácidos correta de uma 
proteína está no gene. 
Ex: se a célula for traduzir uma proteína como a hemoglobina, ela transcreve o gene da hemoglobina 
em RNA e depois traduz o RNA em hemoglobina. 
 
De DNA para RNA se chama transcrição porque não mudou a linguagem, a linguagem do DNA é 
baseada em nucleotídeos e a do RNA também. 
De RNA para proteína é chamado de tradução porque ocorre uma mudança na linguagem, o RNA 
tem uma linguagem baseada em nucleotídeo e a proteína tem uma linguagem baseada em 
aminoácido. 
 
Para cada 3 bases do RNA mensageiro, entra um aminoácido na proteína. 
Cada trio de bases do RNAm recebe o nome de códon. 
 
A tabela do código genético informa qual aminoácido vai entrar na proteína, dependendo do trio de 
bases, ou seja, do códon presente no RNAm. 
 
 
11 
 
Três tipos de RNA estão relacionados com o processo de síntese proteica. São eles: 
 
- RNA mensageiro – RNAm: seu papel na síntese é levar uma mensagem genética do DNA que o 
formou ao citoplasma, para que a proteína possa ser sintetizada. 
- RNA transportador - RNAt também denominado RNA solúvel: captura e transporta aminoácidos 
até os ribossomos, para que a proteína possa ser sintetizada. Cada RNAt é específico em relação ao 
aminoácido transportado. 
- RNA ribossômico – RNAr: Apresenta função estrutural, já que faz parte da estrutura dos 
ribossomos. 
 
A tradução ocorre nos ribossomos, que apresentam uma subunidade menor e uma maior que 
geralmente ficam separadas, o ribossomo só é montado quando se liga ao RNAm. 
O processo de tradução tem início quando a subunidade do ribossomo se liga ao RNAm. 
O RNAt se liga ao RNAm, a sua função é transportar aminoácidos. 
A tradução sempre se inicia quando aparece o primeiro códon AUG no RNAm, então o RNAt com o 
anticódon UAC pareia a ele. 
 
• O RNAm se liga a subunidade menor do ribossomo. 
• Quando aparecer o primeiro códon AUG no RNAm, vem o RNAt com o anticódon UAC e 
pareia ao códon AUG. Esse RNAt chega trazendo um aminoácido. 
• A subunidade maior do ribossomo chega e se une à subunidade menor. 
• Um novo RNAt chega e pareia o anticódon dele ao códon, trazendo outro aminoácido. 
• O primeiro aminoácido se solta do RNAt e se une ao aminoácido do segundo RNAt, através 
de uma ligação peptídica. 
• O primeiro RNAt sai e chega outro RNAt com outro aminoácido, então o segundo RNAt solta 
o aminoácido dele que se junta ao aminoácido do terceiro RNAt através de uma ligação 
peptídica. 
• O processo se repete várias vezes, sempre unindo um aminoácido ao outro... 
• Até que entra no ribossomo um códon chamado de códon de parada, quando os códons de 
parada entram no ribossomo, ao invés de vir um RNAt parear a ele, vem uma estrutura 
chamada de fator de liberação. 
• Quando o fator de liberação entra no ribossomo e pareia o seu anticódon ao códon, todos os 
componentes se separam, a subunidade menor da maior, o RNAm, e a Proteína está pronta 
para exercer suas funções. 
 
 
Códon de parada: tem a função de indicar que a tradução chegou ao fim (UAA, UAG e UGA). 
 
 
A tradução é a capacidade do RNAm em reconhecer o aminoácido para que a proteína seja 
formada. O processo de síntese proteica consome energia na forma de ATP e pode ser assim 
resumido. 
 
12 
 
 
 
 
O código genético é degenerado, isso significa que mais de um códon pode codificar o mesmo 
aminoácido. Ex: tanto o códon UUU quanto o UUC codificam o aminoácido fenilalanina. 
Mas o código não é ambíguo, isso significa que um códon só pode codificar um aminoácido. 
Ou seja, um aminoácido pode ser codificado por mais de um códon, mas um códon só pode codificar 
um aminoácido. 
Assistir: https://www.youtube.com/watch?v=B7XEaafYNNk 
https://www.youtube.com/watch?v=bsLtaeETwX8 
 
 
5. Herdabilidade 
 
A herdabilidade é a proporção de variância genética sobre a variância fenotípica total, ou seja, a 
proporção herdávelda variabilidade total. Esta proporção herdável é alterada pelo efeito do 
ambiente. Portanto, com o aumento da variabilidade proporcionado pelo efeito do ambiente, a 
seleção de novos genótipos torna-se mais difícil. Pode ser dividida em dois tipos: herdabilidade no 
sentido amplo e herdabilidade no sentido restrito. 
 
É o parâmetro de maior importância, pois determina a estratégia a ser usada no melhoramento da 
característica em questão; 
 
Para características quantitativas, uma parte da variação observada tem origem genética e outra é 
resultado de fatores ambientais; 
 
Se a maior parte da variação é genética de origem, esperamos que as diferenças de produção sejam 
devidas aos genes que os indivíduos possuem e então, serão em grande parte transmitidos a sua 
progênie; 
 
Se a proporção maior das diferenças entre os animais é devida ao ambiente, estes efeitos não são 
transmitidos à progênie; 
 
A HERDABILIDADE expressa a confiança que se pode ter no fenótipo do animal como um guia para 
predizer seu valor de cria; 
 
HERDABILIDADE: É a fração da variância fenotípica (que tem origem genética aditiva). 
 
 
13 
 
- Característica econômica: toda característica que você utiliza do animal através da exploração 
genética, de acordo com a demanda do ser humano. 
 
As características econômicas dos animais domésticos são de natureza poligênica, isto é são 
controladas por um grande número de pares de genes. Até o momento, é impossível precisar o 
número de pares de genes que afetam a expressão destas características. Assim sendo, os indivíduos 
são avaliados pelos seus fenótipos, no caso por quaisquer características que podem ser observadas 
ou mensuradas. O fenótipo não é o resultado somente da constituição genética do indivíduo, mas 
também da interação dos seus genes com os vários efeitos não genéticos ou de ambiente. Não faz 
sentido perguntar se uma característica é hereditária ou ambiente. Para que os genes possam 
provocar o desenvolvimento de uma característica é preciso que disponham de ambiente adequado. 
Por outro lado, as modificações que o ambiente pode causar no desenvolvimento de uma 
característica são limitadas pelo genótipo do indivíduo. 
 
Gene + Ambiente = Fenótipo 
 
 
� MODOS DE AÇÃO GENICA 
O genótipo de um indivíduo representa o conjunto de seus genes e atua como se fosse uma unidade. 
Do ponto de vista do melhoramento genético, o interesse é avaliar a ação deste conjunto de genes 
sobre o fenótipo do próprio indivíduo. A despeito da unidade gênica que representa o indivíduo há a 
segregação gênica por ocasião da formação dos gametas (espermatozoides ou óvulos), de tal forma 
que cada gameta contém uma amostra que representa metade dos genes presentes no indivíduo. 
Num mesmo genótipo, os modos de ação gênica podem ser os mais diversos: dois ou mais genes 
podem cooperar, interagir quando juntos ou, mesmo, interferir na manifestação do outro. Do ponto 
de vista quantitativo, o interesse é no efeito médio dos genes em relação ao fenótipo do indivíduo. 
Basicamente, dois modos de ação gênica têm importância nas características econômicas dos 
animais: aditiva e não aditiva. 
 
• Ação gênica Aditiva: Ação genética aditiva é aquela em que cada gene dos que constituem o 
genótipo (em relação a uma característica qualquer) provoca um acréscimo no valor 
fenotípico do indivíduo, independentemente dos outros genes presentes. 
 
O acréscimo ou retirada ou substituição de um gene por outro ou por se alelo provoca o mesmo 
efeito sobre o fenótipo do indivíduo, não importando o número e o tipo dos genes envolvidos na 
característica. A ação aditiva é, portanto, aquela em que não há dominância entre os alelos e o efeito 
de cada gene adiciona-se ao efeito dos demais determinando um efeito médio total ou seja, o 
fenótipo do indivíduo. 
 
Exemplo desse tipo de ação gênica ocorre na determinação da plumagem da raça de marrecos 
conhecida pelo nome de Andaluz Azul. A coloração das penas das aves dessa raça pode ser 
facilmente classificada em três categorias. Existem aves com plumagem totalmente branca, aves com 
plumagem totalmente preta e aves cuja plumagem é uma mistura de penas brancas e pretas. É esta 
última categoria que é conhecida como o verdadeiro marreco Andaluz Azul. A base genética dessa 
característica é simples. As aves brancas e as aves pretas são homozigotas e aquelas conhecidas 
14 
 
como Andaluz Azul são heterozigotas. O resultado do acasalamento entre aves de plumagem 
misturada (Andaluz Azul) resulta numa progênie com 25% de aves brancas, 50% de aves Andaluz Azul 
e 25% de aves pretas. O exemplo ilustra o fato de que o gene para plumagem branca e o gene para 
plumagem preta agem aditivamente quando se combinam para formar o heterozigoto. Outro 
exemplo de ação gênica aditiva ocorre na determinação da pelagem da raça de bovinos Shorthorn. 
Animais vermelhos e animais branco creme são homozigotos enquanto os animais rosilhos (mistura 
de pelos brancos e pelos vermelhos) são heterozigotos. 
 
Na genética, a ação dos genes é não aditiva. As características econômicas são todas “não aditivas”, 
porque existe uma poligenia muito grande e sempre têm dominantes. 
 
 
Consequências da ação aditiva dos genes 
1. A média fenotípica do F., é igual a média dos pais e do F2. O valor fenotípico do F1 é sempre 
intermediário ao dos pais, quando estes são diferentes; 
2. A distribuição do F2é simétrica, originando sempre uma curva normal; 
3. A descendência de qualquer indivíduo tem média igual ao seu valor fenotípico. O acasalamento de 
indivíduos fenotipicamente superiores produz descendência também superior. Esta propriedade 
indica que a seleção dos melhores fenótipos é eficiente em termos de melhoramento genético; 
4. A variação do F2 é maior do que a do F, e dos pais, o que foi demonstrado na Tabela 5.1, onde a 
produção de leite variou de 2000 kg a 2400 kg na geração F2. 
 
Se todas as características poligênicas e de interesse econômico obedecessem ao esquema aditivo, o 
progresso genético seria rápido e de fácil consecução. Há, entretanto, outros modos de ação gênica 
que fogem ao esquema aditivo e fazem com que sejam adotados específicos programas de 
melhoramento genético, tendo em vista ao maior ou menor efeito aditivo. 
 
15 
 
 
 
 
 
• Ação gênica não aditiva: Nesta ação os genes que afetam o caráter dependem dos outros 
presentes, devido aos fenômenos da DOMINÂNCIA, SUPERDOMINÂNCIA e da EPISTASIA. 
 
Dominância: toda e qualquer tipo de expressão gênica que seja dominante. Um exemplo de um par 
de genes ou de alelos que exibem ação do tipo dominante-recessiva pode ser encontrado na raça 
Hereford. A coloração de pelagem branca da face dos animais dessa raça é controlada por um único 
gene dominante. Quando touros Hereford são cruzados com vacas de outras raças, por exemplo, 
com vacas leiteiras para produzir animais de corte, os bezerros cruzados têm todos a face branca que 
identifica o Hereford. Esse fato encontra aplicação prática permitindo distinguir novilhas que só 
servem para corte daquelas que podem ser usadas como animais de reposição do rebanho leiteiro. 
Um gene similar existe também na raça Simental, que hoje está muito difundida no Brasil. 
 
 
16 
 
 
 
Superdominância: O termo superdominância se refere à ação gênica verificada num loco onde a 
expressão fenotípica do heterozigoto supera aquelas de ambos os homozigotos. Um bom exemplo 
desse tipo de ação gênica é encontrado na raça de aves White Wyandotte. Esta raça apresenta dois 
tipos de crista, rosa e simples, que são determinados por um só par de genes. O gene para crista 
rosa, R, é dominante sobre o gene paracrista simples, r. O fenótipo estabelecido para a raça era 
crista rosa e por muitos anos não se sabia porque a crista simples persistia na população apesar dos 
esforços para diminuir sua frequência através da seleção para crista rosa. Mais tarde foi verificado 
que a fertilidade do macho homozigoto RR é menor em relação que àquelas dos outros dois 
genótipos, principalmente do heterozigoto Rr. Dessa forma, o efeito desse loco no fenótipo da raça 
pode ser sumariado como se segue: 
 
 
Sexo 
 
Genótipo e Fenótipo 
 RR, Rosa Rr, Rosa rr, Simples 
Macho Baixa fertilidade Fertilidade normal Fertilidade normal 
Fêmea Fertilidade normal Fertilidade normal Fertilidade normal 
 
 Ao selecionar machos com o fenótipo crista rosa, os avicultores não podiam fazer a distinção 
entre o homozigoto e o heterozigoto. Entretanto, por causa da desvantagem seletiva, o homozigoto 
deixava menos descendentes que o heterozigoto e assim o gene recessivo permanecia na população. 
 
Heterose: é a superioridade média dos filhos com relação a media dos pais, geralmente acontece 
quando se cruza raças distintas. 
 
Epistasia: é a capacidade que um gene recessivo tem de controlar o efeito de um dominante. 
17 
 
O termo epistasia se refere à situação em que há interação entre genes em dois ou mais locos, de 
maneira que o fenótipo para uma determinada característica é controlado por mais de um loco, em 
conjunto agindo de forma não-aditiva. Um exemplo bem conhecido de ação gênica epistática é o 
controle genético do tipo de crista em galinhas. Além de cristas simples e rosa, existem também 
cristas tipo ervilha e tipo castanha. A crista ervilha é determinada por um gene dominante em 
relação ao gene para crista simples, mas num loco separado daquele para crista rosa. O tipo de crista 
castanha se manifesta em qualquer indivíduo que tenha em seu genótipo pelo menos um gene para 
crista rosa e um gene para crista ervilha. Assim os genótipos e seus correspondentes fenótipos são: 
 
 
 Loco para crista rosa 
 RR Rr rr 
 
 
Loco para crista 
ervilha 
PP RR PP 
Castanha 
Rr PP 
Castanha 
rr PP 
Ervilha 
Pp RR Pp 
Castanha 
Rr Pp 
Castanha 
rr Pp 
Ervilha 
pp RR pp 
Rosa 
 
Rrpp 
Rosa 
rr pp 
Simples 
 
Ex. animais com extremidades escuras. São escuras porque a temperatura permite a expressão do 
gene preto. As extremidades são mais frias, quando a temperatura é mais alta, o gene não consegue 
expressar. 
 
 
Diz-se que a constituição cc é EPISTÁTICA para outros genes de cor. A palavra EPISTÁTICA significa 
literalmente “que esta sobre” na condição homozigota o alelo c “fica sobre” a expressão dos outros 
genes relacionados com a cor da pelagem. 
 
 
 
 
 
18 
 
INTERPRETAÇÃO DO CONCEITO: 
Uma característica é hereditária ou ambiente? 
• Para os genes provocarem o desenvolvimento de uma característica é preciso que 
disponham de ambiente adequado. 
• As modificações que o ambiente pode causar no desenvolvimento de uma característica são 
limitadas pelo genótipo do individuo. 
• Todavia é preciso reconhecer que a variabilidade observada em algumas características pode 
ser causada pelas diferenças gênicas entre os indivíduos. 
• As características econômicas dos animais domésticos são de natureza poligênica, é difícil 
precisar o número de pares de genes que afetam a expressão destas. 
• O progresso alcançado nessas características possibilita precisão em avaliar os genótipos por 
meio dos fenótipos dos indivíduos. 
 
 
A herdabilidade pode ser considerada baixa, média e alta. Varia de 0 a 1 ou de 0 a 100% 
 
Baixa: inferior a 10% (ou 0,1) 
Média: 11 a 30% 
Alta: superior a 30% 
 
O percentual equivale ao gene, se a herdabilidade baixa, média e alta equivale a 30%, os outros 70% 
equivalem ao ambiente. A maioria das características econômicas não ultrapassam 10% de 
herdabilidade. 
 
Herdabilidade: função entre a relação das diferentes variâncias. Os indivíduos são diferentes porque 
uns podem herdar mais e outros menos. 
Se uma característica é influenciada por variação ambiental = Herdabilidade baixa. 
Por outro lado se a mesma característica em condições ambientais mais estáveis = Herdabilidade 
alta. 
Quando duas populações mantidas sob condições igualmente variáveis, mas uma delas é Homozigota 
p/ característica desejável (consanguinidade), a herdabilidade é baixa por causa do pouco efeito 
aditivo. Sempre com genes consanguíneos a herdabilidade é baixa porque a consanguinidade apura 
defeito. 
A herdabilidade é um conceito estatístico que varia de uma população para outra, de característica 
para outra e de uma época para outra. 
 
Então herdabilidade é a capacidade que um pai tem de passar a informação para o filho e o filho 
herdar. 
Herdabilidade alta é quando é acima de 30% a capacidade do gene de expressar certas características 
com o ambiente influenciando o mínimo possível. 
Se o ambiente influenciar pouco, a herdabilidade é alta, se o ambiente influenciar muito, a 
herdabilidade é baixa. 
 
 
19 
 
6. Repetibilidade 
 
O termo repetibilidade (t) refere-se a expressão da mesma característica (por exemplo: produção de 
leite, produção de ovos em certo período, número de leitões por leitegada, peso da lã em diferentes 
tosquias etc.) em diferentes épocas da vida do mesmo animal. O valor da característica do mesmo 
indivíduo tende a repetir-se e depende, parcialmente, do genótipo, que é constante durante toda a 
vida do animal, muito embora a atividade de alguns genes possa mudar com a idade, sob influências 
específicas do meio-ambiente. Por tanto, a repetibilidade mede a correlação média entre duas 
produções de um mesmo indivíduo. 
Em geral, os criadores tendem a manter no rebanho aqueles animais querevelaram-se melhores na 
primeira produção e, que, em geral, serão também superiores na próxima produção. Da mesma 
forma, os piores animais na primeira produção, em geral, serão os piores na seguinte. Assim sendo, é 
importante determinar até que ponto o desempenho do animal se repete. A isto chama-se 
repetibilidade. 
 
 
Exemplos: 
• Produção de leite em lactações sucessivas; 
• Peso ao desmame como uma característica da mãe; 
• Tamanho da leitegada; 
• Etc. 
 
 
A variância de uma característica, em diferentes etapas de vida animal, pode ser analisada sob dois 
componentes: 
a) Variância dentro dos indivíduos - mede as diferenças temporárias no desempenho de um mesmo 
indivíduo. Como exemplo de efeitos ambientes temporários podem ser citados: a qualidade da 
alimentação, que sofre variações estacionais em função de maior ou menor pluviosidade; a 
qualidade da suplementação alimentar; as diferenças humanas na habilidade de ordenhar uma 
mesma vaca durante o mesmo período de lactação etc. 
b) Variância entre indivíduos - é parcialmente genética e parcialmente ambiente, sendo que a parte 
ambiente é causada por circunstâncias de meio que afetam os indivíduos permanentemente, como, 
por exemplo, a perda de tetas em consequência de mamites ou outras causas que afetam os 
indivíduos pelo resto de suas vidas produtivas. 
 
O cálculo da repetibilidade é feito para avaliar se o animal está produzindo o mínimo esperado. 
 
 
� Considerações sobre a repetibilidade 
• Mede a proporção das diferenças de produção entre os animais que é atribuída a causas 
permanentes. 
• Genótipo e ambiente. 
• É específica da característica medida e da população. 
• Assume valores de 0 a 1. 
20 
 
• Quanto mais alta a repetibilidade de uma característica, maior é a possibilidade de uma 
única medida representar sua real capacidadede produção. 
• Os melhores animais, na primeira produção, continuam sendo os melhores nas próximas 
produções. 
 
 
� Aplicações da repetibilidade 
 
• Estabelece o limite superior para o cálculo da herdabilidade, tanto no sentido restrito, como 
no amplo. Os valores para a repetibilidade são sempre maiores do que a herdabilidade, 
devido ao fato de que a repetibilidade inclui, além dos efeitos aditivos dos genes, os efeitos 
não aditivos e alguma diferença de ambiente permanente existente entre os indivíduos de 
um mesmo grupo. 
• Supondo que cada indivíduo seja medido n vezes, a variância dessas n medidas como 
proporção da variância característica simples pode ser expressa em termos de repetibilidade. 
• Permite a predição de desempenho futuro de um animal. 
• Indica a acurácia das mensurações múltiplas. À medida que se aumenta o número de 
informações do mesmo indivíduo há redução da variância devida aos efeitos temporários do 
ambiente, com a consequente redução da variância fenotípica. 
 
 
7. Parentesco e Consanguinidade 
 
a) PARENTESCO: 
Dois indivíduos quaisquer são parentes quando têm, pelo menos, um ascendente comum: 
• Dois irmãos completos têm os mesmos pais; 
• Dois meio irmãos têm um pai ou mãe em comum; 
• Dois primos em 1° grau têm no mínimo, um de seus avós em comum e assim 
sucessivamente. 
 
A avaliação do parentesco é importante pelo fato de um indivíduo ser descendente do outro 
(parentesco direto) ou pelo fato de apresentarem um ascendente comum na genealogia de ambos 
(parentesco colateral). 
 
No melhoramento genético o objetivo de avaliar o parentesco é avaliar o percentual de genes 
idênticos entre os parentes, para depois acasalar os indivíduos e fazer a consanguinidade. 
 
A medição dessa semelhança genética adicional é feita pelo coeficiente de parentesco: 
 
 
 
Rxy = probabilidade de X e Y receberem gen
genes idênticos de B. 
 
 
 
 
� Cálculo do grau de parentesco
O cálculo do grau de parentesco é 
que ligam dois indivíduos ao ascendente
parentesco. É preciso saber que cada seta ou caminho representa 1
dá metade dos seus genes para cada filho. O 
foi idealizado pelo professor Sewall Wright (1922) e
existentes entre os dois indivíduos (cujo parentesco está sendo 
comuns. Vê-se que o grau de parentesco é a so
pela seguinte fórmula: 
 
Rxy = ΣΣΣΣ(0,5)ⁿ⁺ⁿ′ 
 
Onde: 
Rxy: Grau de parentesco entre os indivíduos X e Y
probabilidade de X e Y receberem genes idênticos de A + probabilidade de X e Y receberem 
 
Cálculo do grau de parentesco 
O cálculo do grau de parentesco é um processo bastante simples. A utilização de setas ou "caminhos" 
que ligam dois indivíduos ao ascendente comum é o processo mais usual para estimar o grau de 
saber que cada seta ou caminho representa 1/2 ou 50%, uma vez que cada pai 
dá metade dos seus genes para cada filho. O processo algébrico para medição 
r Sewall Wright (1922) e consiste na contagem do número de gerações 
indivíduos (cujo parentesco está sendo determinado) e seus ascendentes 
se que o grau de parentesco é a soma de potências de 1/2 ou 0,5 e 
Grau de parentesco entre os indivíduos X e Y 
21 
 
bilidade de X e Y receberem 
 ou 0,5. 
utilização de setas ou "caminhos" 
ais usual para estimar o grau de 
/2 ou 50%, uma vez que cada pai 
processo algébrico para medição do grau de parentesco 
consiste na contagem do número de gerações 
determinado) e seus ascendentes 
ma de potências de 1/2 ou 0,5 e pode ser calculado 
 
n: número de gerações entre os ascendentes comuns e um animal X
n’: número de gerações entre o ascendente comum e um animal Y
ΣΣΣΣ: somatória 
 
 
Exemplo 1: 
Observa-se que neste pedigree X e Y são 
 
 
 Significa que X e Y têm 25% dos seu
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
número de gerações entre os ascendentes comuns e um animal X 
número de gerações entre o ascendente comum e um animal Y 
 
se que neste pedigree X e Y são meio irmãos, pois tem um dos parentes em comum (A)
 
Significa que X e Y têm 25% dos seus genes idênticos. 
22 
 
irmãos, pois tem um dos parentes em comum (A). 
 
Exemplo 2: 
Observa-se que neste pedigree X e Y são pare
 
 
Rxy = ∑ (0,5)ⁿ⁺ⁿ′, tem-se: 6,25% 
que dois indivíduos quaisquer da mesma população.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
se que neste pedigree X e Y são parentes, pois apresentam um ascendente em comum (C)
 
6,25% - Significa que X e Y têm 6,25% dos seus genes idênticos a mais do 
que dois indivíduos quaisquer da mesma população. 
(0,5)
4 
=0,0625 ou 6,25%
 
 
23 
ntes, pois apresentam um ascendente em comum (C). 
genes idênticos a mais do 
 
Exemplo 3: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ↓ 
24 
 
 
25 
 
� Aplicação Prática do Parentesco 
O conhecimento do grau de parentesco entre dois indivíduos permite estimar o valor gênico de um 
com base em informações sobre o valor gênico do outro. Há várias situações práticas em que este 
princípio se aplica. Uma delas é o aproveitamento do patrimônio genético de indivíduos que não 
estão disponíveis para a reprodução (em razão de morte, idade avançada, distância, etc.). Pode-se, 
então, utilizar um seu parente, conhecendo-se, com base no coeficiente de parentesco, que fração 
dos genes do indivíduo pode ser de fato aproveitada. 
Outra situação é aquela em que se deseja conhecer o valor gênico de um indivíduo, sobre cujo 
desempenho se tem pouca ou nenhuma informação, mas que tem um parente próximo com 
registros conhecidos. 
 
b) Endogamia / Consanguinidade 
 
Conceitos: 
É um sistema de acasalamento que consiste na união de indivíduos com certo grau de parentesco. 
Favorece a homozigose, mas também apura defeito. 
O fato de os pais de um indivíduo serem geneticamente semelhantes aumenta a probabilidade de 
que ele receba de seus pais genes idênticos, que representam cópias de um mesmo gene presente 
em um ancestral comum. O resultado dessa maior semelhança genética entre os pais é o aumento da 
homozigose, em grau superior ao obtido quando os pais do indivíduo não são parentes. 
A consanguinidade favorece a homozigose, conseguindo manter características importantes, mas 
também pode aumentar o problema (apura defeito). 
Pode ser importante para restaurar a informação genética de um ancestral. 
 
Pais parentes → Aumento da homozigose 
 
O coeficiente de consanguinidade pode ser definido de várias formas: 
• Mede a percentagem provável de genes em homozigose que o indivíduo consanguíneo tem a 
mais quando comparado com outro não consanguíneo; 
• Expressa a percentagem de homozigose a mais em relação a uma população base onde os 
acasalamentos são ao acaso; 
• A probabilidade de dois alelos serem idênticos, no zigoto consanguíneo, devido ao 
parentesco dos pais. 
 
Assim, quando o coeficiente de consanguinidade de um indivíduo é igual a 0,25 ou 25% significa que 
este, provavelmente, será homozigoto para 25% dos pares de genes para os quais seus pais eram 
heterozigotos. 
 
� Tipos de Consanguinidade 
A consanguinidade pode ser vista sob diferentes aspectos: 
 
 Quanto ao parentesco entre os indivíduos que se acasalam: 
26 
 
• Estreita: quando o grau de parentesco entre os pais é igual ou superior a 50%. É o que ocorre 
nos acasalamentos: Pai x filha / Mãe x filho / Entre irmãoscompletos etc. 
• Larga: quando o grau de parentesco entre os pais é menor que 50%. É o que ocorre nos 
acasalamentos: meios-irmãos / Entre primos / Tio e sobrinha, etc. 
 
A consanguinidade larga evita doenças. 
A consanguinidade não deve ser feita se houver histórico de doenças genéticas entre os parentes. 
 
� Efeitos Genéticos da Consanguinidade 
• O efeito principal da consanguinidade é aumentar a homozigose do rebanho e, em 
consequência, reduzir a heterozigose. Este efeito é tanto maior quanto maior for o 
parentesco entre os indivíduos que se acasalam. 
• A consanguinidade é um sistema de acasalamento que não altera a frequência gênica. A 
única força capaz de alterar a frequência gênica é a seleção. Como a consanguinidade 
aumenta a homozigose, tanto para genes dominantes como recessivos, é necessário que 
haja seleção se estes são preferidos em relação aos heterozigotos. 
• A consanguinidade ao reduzir a heterozigose favorece a identificação de genes recessivos 
indesejáveis ou de efeitos deletérios. A identificação destes recessivos é extremamente 
importante sob o ponto de vista de melhoramento animal. A maioria destes genes está 
relacionada com baixa fertilidade, alta mortalidade, redução do vigor e do valor adaptativo 
dos animais. 
• A consanguinidade contribui para aumentar a variabilidade fenotípica de um rebanho, pela 
separação da população em famílias distintas e uniformes dentro de si, mas bastante 
diferentes umas das outras. Isto permite a realização da seleção entre as famílias formadas, 
o que seria impossível se os acasalamentos ocorressem ao acaso. 
 
� Cálculo do Coeficiente de Consanguinidade 
O coeficiente de consanguinidade (F) mede a probabilidade de um indivíduo, em um determinado 
"locus", apresentar dois alelos que são idênticos por descendência. Indica a percentagem de genes 
que eram heterozigotos nos pais e que se tornaram homozigotos nos filhos porque os pais eram 
parentes. 
A fórmula para calcular o coeficiente de consanguinidade foi determinada por Wright (1922) e é a 
seguinte: 
Fx = ∑(0,5)ⁿ⁺ⁿ′⁺¹ 
 
Interpretação: 12,5% dos “locus
Em geral, os pedigrees relatam nomes e não letras.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
locus” que eram heterozigotos em C se tornaram homozigot
Em geral, os pedigrees relatam nomes e não letras. 
27 
 
 
que eram heterozigotos em C se tornaram homozigotos em X. 
 
Dado o pedigree do reprodutor Nelore Nãsur, qual é o seu coeficiente de consanguinidade?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dado o pedigree do reprodutor Nelore Nãsur, qual é o seu coeficiente de consanguinidade?
28 
Dado o pedigree do reprodutor Nelore Nãsur, qual é o seu coeficiente de consanguinidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
30 
 
� EFEITOS: 
• Aumento da homozigose e diminuição da heterozigose; 
• Não altera a frequência gênica; 
• Detecção de genes indesejáveis ou deletérios. 
 
� Vantagens da Consanguinidade 
1. A consanguinidade, pelo aumento da homozigose, permite "apurar" geneticamente os animais, 
sendo importante para fixação e refinamento do tipo desejado. 
2. O aumento da homozigose ocorre tanto para genes dominantes como para recessivos. Quando a 
homozigose ocorre para genes dominantes os indivíduos assim obtidos, quando acasalados com 
outros não consanguíneos, tendem a imprimir, com maior intensidade, suas características e isto é 
chamado de prepotência. 
3. Permite a seleção mais eficiente pela separação da população em famílias diferentes, facilitando a 
eliminação das piores. 
4. Forma linhagens consanguíneas distintas que quando acasaladas entre si contribuem para 
aumentar a heterose em características econômicas. 
5. As dificuldades encontradas para a aclimação de raças taurinas nos trópicos tornam recomendável 
o uso controlado da consanguinidade entre os mestiços, visando a formação de linhagens resistentes 
ao ambiente tropical. 
 
� Desvantagens 
A consanguinidade apura tanto defeitos como qualidades, dependendo do estoque de genes 
existentes na população antes do início da consanguinidade. Os efeitos desfavoráveis da 
consanguinidade são caracterizados pela redução geral da fertilidade, sobrevivência e vigor dos 
animais. Estes efeitos dependem da intensidade da consanguinidade e as diferentes características 
são afetadas por intensidades de consanguinidade diferentes. Raça, sexo e linhagem também são 
causas importantes de variação nos efeitos da consanguinidade. 
 
Mas o que é coeficiente de endogamia e endogamia? 
 Coeficiente de endogamia de um indivíduo é a metade do grau de parentesco entre seus 
pais, que é medido pelos ancestrais em comum que os mesmos possuem. Quanto mais e mais 
próximos forem os ancestrais em comum, maior o grau de parentesco e consequente maior 
endogamia no acasalamento, e isto se dá pelo fato de parentes possuírem um maior percentual de 
genes idênticos por descendência, que são cópias do mesmo gene presente no cromossomo do 
ancestral comum, ou seja, mesmo gene do cromossomo dos pais vão para os dos filhos. 
 Se entendermos que todos os animais dentro de uma população têm alguma relação, pois 
descenderam em algum lugar no tempo de um ancestral comum, a definição de endogamia mais 
técnica pode ser: o acasalamento de indivíduos com um parentesco maior do que o parentesco 
médio da população ou raça. 
Exemplo de alguns acasalamentos endogâmicos e seus respectivos coeficientes de endogamia: 
31 
 
 
 
Até aqui tudo Ok, mas como isso acontece? 
 Sabe-se que cada animal recebe 50% de seus genes do pai (espermatozoide), e 50% dos 
genes da mãe (óvulo), sendo que quanto mais aparentados forem eles, maiores são as 
probabilidades ou chances da progênie possuir dois genes presentes em um determinado loco, 
idênticos por descendência. 
Gene = unidade física básica que constitui o DNA, em outras palavras é um “pedacinho” do material 
genético de um indivíduo. 
Loco = localização específica de um gene em um cromossomo. 
Cromossomo = uma de várias longas cadeias, ou fitas, de DNA que compõe o material genético 
localizado no núcleo de cada célula que compõe o ser vivo. 
 
 Então o principal efeito da consanguinidade é o aumento da homozigose e em consequência 
redução da heterozigose. E heterozigose tem uma relação direta com heterose, que é o que se 
consegue em aumento de produtividade e vigor em função do acasalamento de raças ou linhagens 
mais distantes. 
 
Mas heterose não é consequência do cruzamento entre raças? 
 Lógico que, quanto maior for a distância genética entre os indivíduos cruzados (entre raças) 
ou acasalados (mesma raça), maiores vão ser os ganhos com heterose, obviamente que no 
cruzamento a distância deve ser maior, mas a heterose entre linhagens também existe. 
 
Outra pergunta muito comum é: A utilização da endogamia traz “problemas” ou anomalias 
congênitas ou genéticas? 
 A consanguinidade não cria nenhum gene deletério na população, o que ocorre de fato, é 
que a endogamia leva a um aumento de pares de genes em homozigose, e muitas anomalias 
congênitas se manifestam somente em homozigose recessiva. Vale ressaltar que, a grande maioria 
destas são de herança mendeliana simples, ou seja, ligadas somente a um par de genes. 
 Sendo Z o exemplo fictício do gen, podemos ter: ZZ homozigoto dominante e normal, Zz 
heterozigoto, não manifestando a anomalia, mas portando um gen z, podendo transmiti-lo a seus 
filhos e zz homozigoto recessivo manifestando a anomalia. 
Mas a endogamia pode ser utilizada? 
 Sim, pode, e as principais finalidades são: 
Detecção de genesrecessivos deletérios, que podem estar “camuflados” em heterozigose, e seleção 
descartando os indivíduos portadores; 
(Trecho retirado do Texto: MITOS E REALIDADE SOBRE CONSAGUINIDADE OU ENDOGAMIA - William 
Koury Filho) 
 
32 
 
� EXOGAMIA 
É o cruzamento entre indivíduos não aparentados (de mesma raça ou espécie, ou então de raças ou 
espécies diferentes). 
 
 
8. Métodos de Seleção 
Melhoramento genético através da SELEÇÃO: É a escolha das características desejáveis (sejam 
produtivas, ou reprodutivas), dentro de indivíduos geneticamente semelhantes, aumentando a 
FREQUÊNCIA GÊNICA favorável e consequentemente, reduzindo a frequência dos genes de efeitos 
desfavoráveis. 
 Seleção é o processo decisório que indica quais animais de uma geração tornar-se-ão pais da 
próxima, e quantos filhos lhes será permitido deixar. Em outras palavras, pode-se entender seleção 
como sendo a decisão de permitir que os melhores indivíduos de uma geração sejam pais da geração 
subsequente. 
 A seleção, de modo geral, tem o objetivo de melhoria e/ou fixação de alguma característica 
de importância. Isso quer dizer que ela tem por finalidade aumentar, na população, a frequência de 
alelos favoráveis. 
A melhoria obtida em características quantitativas vai depender da herdabilidade da característica 
em questão, e do diferencial de seleção. No entanto, é importante ressaltar que a seleção, apesar de 
possibilitar a mudança da frequência gênica da população, aumentando a frequência de alelos 
favoráveis, não cria novos genes. 
A mudança na frequência dos genes é resultado da definição de quais serão os pais da geração 
subsequente e do número de filhos que estes pais deixarão. 
 
A seleção / escolha de indivíduos para a produção e/ou reprodução pode ser: 
• Natural 
 Pode-se dizer que a seleção natural atua no sentido de preservar o valor adaptativo 
conferindo ao indivíduo a habilidade em sobreviver e reproduzir. 
 A escolha é determinada pela adaptação das características do gameta ou do indivíduo para 
sobreviver no ambiente em que terão que viver. 
 
• Artificial 
 Aumenta a representação genética de indivíduos com características de interesse humano. 
Tem menor valor adaptativo. 
 A escolha é determinada pala ação do Homem, dando preferência a animais que apresentem 
características de seu interesse. 
 
 O objetivo implícito da seleção artificial é mudar, num período compreendido por algumas 
gerações, as frequências gênicas na população, de tal modo que os genótipos produzidos tenham as 
características desejadas pelo criador. 
− Seleção fenotípica morfológica 
33 
 
− Seleção fenotípica produtiva 
 
� Considerações gerais sobre SELEÇÃO: 
1) Seleção é processo de melhoramento genético, mas não é o sistema de acasalamento; 
2) A seleção não é capaz de criar novos genes. Simplesmente age fazendo a passagem de genes e/ou 
combinação gênica favoráveis para mais filhos que outros indivíduos; 
3) As mudanças genéticas obtidas pela seleção são permanentes - a menos que haja seleção no 
sentido contrário; 
4) A seleção sempre é mais eficiente quando a Frequência Gênica for próximo de 0,5; 
5) Não fixa heterozigoto; 
6) São necessários muitas gerações para tornar abundante um gene que é raro na população. 
 
A Seleção pode ser: 
• Seleção contra um gene recessivo: A remoção de um gene recessivo homozigoto de uma 
população é um processo lento, principalmente porque os heterozigotos ocultam esses 
genes e, se há dominância completa, torna-se impossível identificar fenotipicamente os 
indivíduos homozigotos dominantes dos heterozigotos. 
• Seleção contra um gene dominante: A seleção contra um gene dominante indesejável é um 
processo relativamente simples. Assim, num rebanho da raça Holandesa onde os indivíduos 
de pelagem vermelha são os desejáveis pelo criador e a nenhum animal de pelagem preta e 
branca é permitido reproduzir-se, a próxima geração será constituída, inteiramente, de 
animais de pelagem vermelha (homozigotos recessivos). 
• Seleção Indireta: A seleção indireta se justifica quando é mais interessante selecionar para 
uma característica correlacionada do que para a principal diretamente. Para melhorar X a 
seleção é feita para Y, mesmo quando o objetivo primário é obter ganho genético em X. 
 
� Métodos para Aumentar o Ganho Genético 
Observando-se fórmula para estimar o ganho genético vê-se que são três os fatores que afetam o 
ganho genético anual: diferencial de seleção, herdabilidade da característica e intervalo de gerações. 
 
• Diferencial de seleção 
A diferença entre o valor médio do critério de seleção dos indivíduos selecionados (Ps) e a média do 
rebanho, antes da seleção (Pu), é denominada diferencial de seleção e denotada por DS. 
Quanto mais intensa for a seleção maior será o diferencial de seleção. Assim, se na população 
disponível são escolhidos apenas 5% dos animais superiores, o diferencial de seleção será maior do 
que se 10% fossem os selecionados. 
Outro aspecto, ligado ao diferencial de seleção, é a variação genética da população disponível. 
Quanto maior a variação de natureza genética maior será o diferencial de seleção, a despeito desta 
reduzir a variação entre os pais selecionados. 
34 
 
O número de características também exerce efeito sobre a magnitude do diferencial de seleção. À 
medida que aumenta o número de características diminui o diferencial de seleção numa proporção 
de 1/Vn , onde n é o número de características a selecionar. 
 
• Herdabilidade 
A herdabilidade pode ser aumentada pela diminuição da variância de meio ou pelo aumento da 
variância aditiva. Um exemplo de variância devido ao meio é o de que fêmeas jovens (primíparas) 
produzem animais mais leves em relação àquelas adultas, sendo necessário fazer correções para 
eliminar esta causa de variação. 
 
• Intervalos de Gerações 
O intervalo de gerações mede o tempo necessário para que os genes sejam transferidos dos pais aos 
filhos sendo, portanto, de grande importância no progresso genético das características 
selecionadas. 
Na Tabela 9.4 podem-se ver os intervalos médios de gerações em diferentes espécies domésticas. 
 
 
Todos os aspectos que resultam em baixa eficiência reprodutiva também contribuem para alongar o 
intervalo de gerações. Todas as medidas capazes de aumentar a eficiência reprodutiva resultam em 
diminuição do intervalo de gerações. Diminuição do intervalo de gerações implica na manutenção de 
animais no rebanho em menor número de anos, o que resulta na diminuição de progênie deixada 
pelos animais e maior necessidade de reposições e, consequentemente, menor diferencial de 
seleção. Em cada situação particular há um ótimo número de anos em que os animais devem ser 
mantidos no rebanho, processo conhecido como otimização genética. 
 
Epistasia (ação gênica não aditiva) nas quais diminuem a correspondência entre genótipo e fenótipo, 
e provocam confusão ou falhas na escolha fenotípica dos reprodutores, a média da geração 
descendente não é a média do grupo de reprodutores. E sim, fica entre ela e a da população total na 
qual se seleciona o grupo. 
 
ENTÃO O GANHO GENÉTICO NÃO É O DS, PORÉM UM VALOR MENOR DO QUE ELE, DEVIDO À 
REGRESSÃO DOS DESCENDENTES PARA A MÉDIA GERAL DA POPULAÇÃO DA QUAL PROVIERAM. 
 
 
35 
 
� Intensidade Seletiva (i) 
É a relação entre o diferencial de seleção (S= Ps – P) e o desvio padrão fenotípico (σp). 
A intensidade de seleção, i, depende somente da proporção da população incluída no grupo 
selecionado e, desde que a distribuição dos valores fenotípicos seja normal, ela pode ser 
determinada a partir de tabelas das propriedades da distribuição normal. 
Há vários fatoresque limitam a intensidade seletiva (i): 
- Atenção especial para a porcentagem de animais que o criador deve guardar para manter o seu 
rebanho matriz. 
- Se toda população fosse ser reproduzida para isso, o DS seria igual a zero. 
- Por outro lado a porcentagem de animais depende de cada espécie. 
 
Usa-se apresentar o diferencial de seleção em termos de desvio padrão, relacionado a essa 
porcentagem de animais que deve ser mantida. 
Tal critério é obtido partindo-se da curva de distribuição dos caracteres econômicos que, na maioria 
dos casos, é de distribuição normal. 
 
 
 
De posse das tabelas o cálculo do progresso genético esperado torna-se fácil, conhecendo o desvio 
padrão do caráter em questão e a herdabilidade. 
36 
 
Ex.: Rebanho ovino para seleção do peso de lã. O Desvio padrão do peso de lã em 1 ano de produção 
é = 1kg, na tabela A= para ovinos devemos separar: 
 
- 45 – 55 ou seja 50% das fêmeas para reprodução = 0,80 x o desvio padrão 
- 2 – 4% ou seja 3% dos machos para reprodução = 2,27 x desvio padrão de acordo coma a tabela B 
 
Assim temos: 
DS das fêmeas= 0,80 x 1 = 0,80 
DS dos machos= 2,27 x 1 = 2,27 
DS de machos e fêmeas = 0,80 + 2,27 = 1,53 
 2 
 
Admite-se, para o caso, uma herdabilidade de 0,33 ou 33% para o caráter peso da lã teríamos um 
progresso final de: 
1,53 = 0,51 no peso da lã por geração. 
 3 
 
Esta geração esta sendo de 4 anos de intervalo (tabela A) daria um progresso ANUAL de: 
0,51 = 0,13kg 
 4 
 
Na propriedade em que você foi contratado para aumentar a intensidade seletiva e 
consequentemente aumentar o ganho genético. Como você realizaria a pressão de seleção para 
obter resultados satisfatórios na produção de leite e assegurar o seu emprego? 
 
R1: Pressão de seleção: pode ser alta ou baixa, independente da intensidade seletiva, portanto 
quanto maior a pressão de seleção sobre a intensidade seletiva, melhor o ganho genético alterando a 
velocidade de resposta. 
R2: Implementação de estratégias: como o uso da tabela A para assegurar um ganho genético 
maior, ou seja, respeitando o percentual de animais selecionados para serem reprodutores. 
 
� Ganho ou progresso genético 
 
• Depende da intensidade de seleção (i) 
• Depende da herdabilidade 
• Intervalos entre gerações 
 
� Seleção de várias características 
O interesse usual do criador é a seleção simultânea de várias características. Raramente uma única 
característica é objetivo de seleção. A eficiência dos animais de interesse zootécnico guarda uma 
relação estreita com as características que provocam maior retorno econômico para a atividade. O 
produtor de suínos, por exemplo, tem forte interesse no melhoramento do tamanho da leitegada, da 
37 
 
eficiência da conversão alimentar, da porcentagem de carne magra na carcaça e da qualidade da 
carne entre outras. Já o criador de bovinos de corte procura, via seleção, melhorar as características 
que resultam em maior lucratividade como fertilidade, os pesos e os ganhos de peso à várias idades, 
precocidade, qualidade da carcaça etc. O mesmo interesse é do criador de bovinos de leite que visa, 
prioritariamente, melhorar não somente a quantidade de leite como o seu conteúdo e a sua 
qualidade, a fertilidade, a resistência às doenças, conformação e tipo etc. 
Em função dos interesses seletivos múltiplos, a seleção deve ser direcionada para características de 
real importância e que causam impacto econômico na atividade. 
No caso da seleção para várias características, o estabelecimento de prioridades é decisão 
indispensável. A seleção para mais de uma característica, no entanto, pode reduzir a pressão de 
seleção para outra qualquer. 
O aumento do número de características provoca, inevitavelmente, redução nas intensidades 
seletivas. 
Eleger características desejáveis e economicamente importantes, além de correlacionadas entre si, é 
decisão correta para construção de índices de seleção, que propiciarão aumento maior no mérito 
genético do indivíduo do que a ênfase em apenas uma. 
 
Um animal zootécnico ou animal de estimação (pet) deve atender diferentes aspectos, direta ou 
indiretamente. 
• Resistência a doenças 
• Boa capacidade de conversão de alimentos 
• Fertilidade 
• Longevidade 
• Alta performance 
• ↑ herdabilidade e repekbilidade etc. 
 
Na seleção para várias características, três métodos são recomendados pela literatura a respeito: 
 
a) Método unitário ou "tandem" 
Por este método, a seleção de uma característica é feita por várias gerações até que se atinja o 
melhoramento desejado para a mesma. Cada característica é selecionada de cada vez. Uma vez 
melhorada e atingida a meta desejável para ela, inicia-se o processo de melhoramento da outra 
característica e assim sucessivamente. 
A maior limitação deste método é o tempo gasto para a sua efetivação que, em alguns casos, pode 
penalizar o ganho genético anual. 
A eficiência deste método de seleção depende, em grande parte da correlação genética entre as 
características de interesse econômico. Quando a correlação genética é positiva, o melhoramento de 
uma resultará em melhoramento de outras não selecionadas com as quais se vincula. Se, por outro 
lado, as características não são geneticamente correlacionadas e, portanto, independentes uma das 
outras, a eficiência do método unitário, ou "tandem", é pequena. Há, ainda, o risco de que, após 
algumas gerações de seleção em apenas uma característica, possam ocorrer mudanças 
desencorajadoras para o criador, como por exemplo, novas exigências ditadas pelo mercado 
consumidor que acabam por interromper o processo seletivo. 
38 
 
b) Níveis independentes de eliminação (Método dos níveis de rejeição) 
Este método consiste no estabelecimento de níveis mínimos que o animal deve atingir em cada 
característica de interesse do criador. Os animais que não atingem os patamares mínimos fixados 
para cada característica são descartados. 
Suponha que o criador fixe como meta para seu rebanho leiteiro uma produção média superior a 
4.000 kg/lactação e como teor de gordura superior a 4%. Se a produção de gordura for inferior a 4%, 
independentemente da produção, a vaca será descartada, mesmo que sua produção supere a 5.000 
kg/lactação, por exemplo. 
Uma das restrições mais notáveis deste método é o decréscimo que provoca na intensidade de 
seleção de cada característica individualmente. À medida que o número de características envolvidas 
na seleção aumenta, ocorre diminuição na intensidade de seleção. 
Se a seleção é direcionada apenas para uma característica e o criador escolhe 25% dos melhores 
indivíduos para a reprodução, o diferencial de seleção praticado corresponderá a 1,30 desvios-
padrão. Se incluir mais uma característica na seleção, esta somente poderá ser efetivada entre os 
50% superiores e o diferencial de seleção praticado corresponderá apenas a 0,8 desvio-padrão para 
cada característica individualmente. 
A despeito desta restrição, o progresso genético da população resultante desta seleção para ambas 
as características será maior do que aquele obtido para seleção de apenas uma. (1,30 + 0,80 = 2,10 
desvios-padrão). 
Cabe ressaltar que quando as características envolvidas apresentam correlações genéticas negativas, 
a intensidade de seleção decresce ainda mais. 
 
c) Índice de seleção (Método dos pontos) 
Este método de seleção permite predizer o mérito genético de um indivíduo agrupando diferentes 
características de interesse econômico em apenas uma, para a qual é atribuída um escore. Os 
animais com os escores mais elevados são, então, mais utilizados na reprodução. A influência de 
cada característica no escore final é determinadapor pesos, ou seja, pela importância maior ou 
menor de cada uma delas no conjunto. A quantificação dos pesos depende do valor econômico 
relativo de cada característica, uma vez que nem todas as características são igualmente 
importantes. 
É o melhor, porque considera, simultaneamente, os caracteres mais importantes (fenotípico – falho). 
Também é simples, pois cada animal é representado por um número, permitindo comparação 
quantitativa. 
Índices seletivos: 
• Importância econômica da característica 
• Importância da característica no valor fenotípico 
• Herdabilidade 
• Correlações 
 
� Auxílios à Seleção 
A seleção individual ou massal é eficiente quando as características mostram herdabilidade alta, 
onde os fenótipos constituem uma indicação segura do valor genético dos indivíduos. Para 
39 
 
características de baixa herdabilidade, onde os fenótipos não indicam o real valor genético dos 
indivíduos, medidas complementares contribuem para aumentar a eficiência de seleção. 
Basicamente, três razões justificam a utilização de medidas auxiliares a seleção: 
1. Quando se exige maior segurança, o que pode ser obtido através do uso de médias de observações 
repetidas, como produção de leite, número de leitões por leitegada ou produção de ovos em 
diferentes posturas. 
2. Quando a seleção mais precoce pode ser obtida, resultando intervalos de gerações mais curtos e, 
em consequência, ganhos genéticos maiores. 
3. Quando a seleção massal é impraticável, como ocorre para as características limitadas pelo sexo 
(produção de leite ou de ovos, número de leitões por leitegada etc.) ou para características que não 
podem ser medidas diretamente no animal, como as características de carcaça. 
 
Basicamente três medidas auxiliares a seleção podem ser utilizadas: 
a) Uso de medidas repetidas 
A utilização de médias de produções do mesmo animal, em diferentes etapas da sua vida produtiva, 
contribui para aumentar a precisão na identificação dos melhores genótipos da população. 
O uso da média de n observações repetidas é um dos modos mais eficientes de se controlar erros e 
confusões que de outra maneira poderiam resultar dos efeitos temporários ambientes. Tendo-se a 
média de n produções pode-se obter a sua capacidade provável de produção (CPP), que inclui os 
efeitos permanentes de meio, além do valor genético do animal. 
 
b) Seleção pelo pedigree 
A seleção tendo por base o "pedigree" consiste na escolha de animais de acordo com o desempenho 
dos ascendentes. É um processo útil, notadamente para as características de baixa ou média 
herdabilidade, onde os fenótipos dos indivíduos não permitem a estimativa real dos seus genótipos. 
A seleção pelo "pedigree" permite realizar uma avaliação mais precoce dos animais, uma vez que a 
referência será o desempenho dos seus ascendentes e não a dos próprios indivíduos. 
A análise do "pedigree" é útil como acessório à seleção individual, especialmente quando se conhece 
o mérito genético do indivíduo. A despeito desta utilidade, a seleção pelo "pedigree" nunca deve 
substituir a seleção individual. É importante que os "pedigrees" tenham informações confiáveis, 
produtivas e econômicas dos animais como subsídios à seleção. No Brasil, raramente os "pedigrees" 
têm informações produtivas. Limitam-se a apresentar relações nominais ou numéricas dos 
ascendentes, muitas vezes explorando mais as conquistas individuais de premiações ou a beleza 
estética dos ascendentes do que as qualidades funcionais. 
 
c) Seleção pelo teste de progênie 
O teste de progênie consiste na avaliação do valor genético dos reprodutores pelo desempenho de 
suas progênies. O valor genético corresponde a duas vezes o desvio de sua progênie da média da 
população. Em termos numéricos, se o peso a desmama, por exemplo, é de 150 kg e a progênie do 
reprodutor apresenta peso médio a desmama de 160 kg, o seu correspondente valor genético é de 
170 kg, o que equivale a duas vezes o desvio de sua progênie em relação à média da população. 
40 
 
Em termos mais simples, pode-se dizer que o teste de progênie é um teste de comparação de 
reprodutores, sendo básico para qualquer programa de melhoramento genético. 
O teste de progênie visa estimar o valor gênico do indivíduo ("breeding value") com base nas 
informações de desempenho extraídas de sua progênie. 
Do ponto de vista genético-quantitativo, o que se deseja é obter o coeficiente de regressão do valor 
gênico do indivíduo em função da média da progênie de n meio irmãos. 
 
Indicações 
• O teste de progênie é recomendado para características de baixa herdabilidade, onde o 
fenótipo do indivíduo não indica, com precisão, o valor genético do reprodutor. Para estas 
características o teste de progênie contribui para aumentar a eficiência da seleção individual. 
• Quando a característica não pode ser medida em um sexo, como produção de leite, por 
exemplo, ou quando somente pode ser medida após a morte do animal, como as 
características de carcaça. 
• Ser o tamanho da população grande, especialmente quando a inseminação artificial é 
utilizada intensamente, o que permite assegurar o máximo de melhoramento genético por 
unidade de tempo, otimizando o ganho genético. 
 
Limitações Práticas 
• É um teste de custo elevado, que deve ser subsidiado por entidades governamentais ou por 
associações de raça, com a colaboração dos criadores. 
• Contribui para aumentar o intervalo de gerações e, por isto, tende a reduzir a taxa anual de 
melhoramento genético. Assim, o teste só se justifica na medida em que contribui para 
aumentar a precisão na escolha dos reprodutores. 
• Dificuldades de organização, peculiares a cada espécie animal em que se realiza o teste de 
progênie. Entre as principais dificuldades destacam-se as seguintes: deficiência de 
conhecimento na determinação dos parâmetros genéticos e ambientes, definição das 
características a investigar, ausência de informações nos registros disponíveis, número 
limitado de descendentes disponíveis etc. 
 
Problemas de Interpretação 
• Semelhanças no manejo dos membros da mesma progênie, conduzem a diferenças entre 
grupos de progênie, que podem ser confundidas com diferenças entre os valores genéticos 
dos reprodutores. Com isto torna-se impossível separar os efeitos genéticos dos 
reprodutores daqueles resultantes de diferenças de manejo em diferentes rebanhos. Este 
problema não pode ser evitado simplesmente pelo aumento do número de descendentes, 
notadamente porque implica em gastos mais elevados. As progênies devem ser comparadas 
em ambientes similares. 
• Métodos de interpretação dos registros de progênie - quanto mais acurados os registros da 
progênie mais úteis serão na avaliação dos reprodutores superiores. Em nossas condições, 
este aspecto é uma das limitações para o delineamento de um teste de progênie, devido a 
pouca fidedignidade das informações dos registros. 
41 
 
• Comparações devem ser feitas entre reprodutores com número idêntico de progênies, o que 
frequentemente não ocorre. Quando o número de progênies entre os reprodutores é 
diferente, a solução teórica para esta situação é fazer a regressão da média de todos os 
grupos de progênie para a média da população, através de um fator que dependerá do 
número de progênie na média. No caso da produção de leite, teoricamente, um touro 
necessita de, pelo menos, cinco filhas, para ser avaliado com segurança, assumindo uma 
herdabilidade de 25% para a característica. 
• Uma fonte importante de erro no teste de progênie é quando há seleção dentro dos grupos 
de progênie. Geralmente, os criadores omitem as produções inferiores, considerando apenas 
as superiores. Isto pode resultar em erros na avaliação

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