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TCD O Relevo Brasileiro FGeologia

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UNINASSAU – CENTRO UNIVERSITARIO MAURICIO DE NASSAU 
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL 
FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA 
O RELEVO BRASILEIRO, CARACTERISTICAS E OS VULCÕES E 
TERREMOTOS NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
PORTIFÓLIO DE ATIVIDADES 
Autoria: Antonio Carlos S. de Lima 
Falcaouninassau 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife, outubro de 2015 
 2 
UNINASSAU – CENTRO UNIVERSITARIO MAURICIO DE NASSAU 
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL 
CADEIRA; FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA 
PROFESSOR: JOSÉ STROESSNER 
 
 
 
 
O RELEVO BRASILEIRO, CARACTERISTICAS E OS VULCÕES E 
TERREMOTOS NO BRASIL 
 
 
TED – ROCHAS E MINERAIS DO BRASIL 
 
Trabalho apresentado pelos alunos: ANTONIO CARLOS 
SANTOS DE LIMA, cadeira Fundamentos de Geologia, 
ministrada pela professor JOSÉ STROESSNER, do Curso 
de Graduação da UNINASSAU – Faculdade Mauricio de 
Nassau Polo – Graças – Recife - PE 
 
 
 
 
Recife, outubro de 2015. 
 3 
O RELEVO BRASILEIRO, CARACTERISTICAS E OS VULCÕES E 
TERREMOTOS NO BRASIL 
 
Antonio Carlos S. de Lima1 
 
AS ESTRUTURAS E AS FORMAS DO RELEVO BRASILEIRO 
 
 
O território brasileiro é formado por estruturas geológicas antigas. Com exceção das 
bacias de sedimentação recente, como a do Pantanal Matogrossense, parte ocidental 
da bacia amazônica e trechos do litoral nordeste e sul, que são do Terciário e do 
Quaternário (Cenozoico), o restante das áreas tem idades geológicas que vão do 
Paleozoico ao Mesozoico, para as grandes bacias sedimentares, e ao Pré-cambriano 
(Arqueozoico-Proterozoico), para os terrenos cristalinos. 
Vejamos um exemplo do pantanal Mato-grossense: 
 
1
 Licenciado em Ciências pela FAMASUL – Faculdade de Palmares-PE - Tecnológico em Processos 
Gerenciais UCB – Universidade Castelo Branco-RJ, Pós Graduado em Gestão Corporativa MBA–FAESC 
Faculdade da Escada-PE – Estudante Engenharia Civil Uninassau-PE – Tecnólogo em Defesa Civil 
Codecirb-Ribeirão-PE. 
 4 
 
Pantanal Matogrossense – 
 
Bacia de sedimentação recente - No território brasileiro, as estruturas e as 
formações litológicas são antigas, mas as formas do relevo são recentes. Estas foram 
produzidas pelos desgastes erosivos que sempre ocorreram e continuam ocorrendo, e 
com isso estão permanentemente sendo reafeiçoadas. Desse modo, as formas 
grandes e pequenas do relevo brasileiro têm como mecanismo genético, de um lado, 
as formações geológicas e os arranjos estruturais antigos, de outro os processos mais 
recentes associados à movimentação das placas tectônicas e ao desgaste erosivo de 
climas anteriores e atuais. Grande parte das rochas e estruturas que sustentam as 
formas do relevo brasileiro são anteriores à atual configuração do continente sul-
americano, que passou a ter o seu formato depois da orogênese andina e da abertura 
do oceano Atlântico, a partir do Mesozoico. 
 
A macroestrutura do subsolo do território brasileiro desempenha importante papel na 
configuração das grandes formas do relevo, apesar das prolongadas fases erosivas. 
Desse modo, pode-se dizer de forma simplificada que são três as grandes estruturas 
que definem os macrocompartimentos de relevo encontrados no Brasil: em plataformas 
ou crátons, cinturões orogênicos e grandes bacias sedimentares. 
 5 
 
Mapa da estrutura do relevo brasileiro 
 
AS ÁREAS CRATÔNICAS - As plataformas ou crátons correspondem aos terrenos 
mais antigos e arrasados por muitas fases de erosão. Constituem-se numa grande 
complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas muito antigas (Pré-
cambriano Médio a Inferior, com 2 a 4,5 bilhões de anos). Também ocorrem rochas 
intrusivas antigas (Pré-cambriano Médio a Superior, com 1 a 2 bilhões de anos) e 
resíduos de rochas sedimentares datadas do Pré-cambriano Superior, que em alguma 
fase da história da Terra encobriam partes das plataformas. São três áreas de 
plataformas ou crátons: a plataforma das Guianas, a Sul-amazônica e a do São 
Francisco. A área cratônica das Guianas tem terrenos elevados na extremidade norte 
do Brasil, nas faixas fronteiriças da Venezuela e das Guianas, onde se encontram 
rochas intrusivas e efusivas associadas com metamórficas antigas. Ao sul, a plataforma 
das Guianas está em terrenos mais baixos, onde prevalecem rochas metamórficas, 
encontrando-se parcialmente encobertas pelos sedimentos da bacia sedimentar 
amazônica. 
 
Plataforma ou cráton das Guianas - A plataforma ou cráton sul-amazônica, cujos 
terrenos são mais baixos ao norte e ganham altitudes em direção ao sul, é constituída 
 6 
principalmente por rochas metamórficas antigas, ocorrendo frequentemente rochas 
intrusivas, como granitos e depósitos sedimentares residuais que sustentam relevos 
mais altos. Na extremidade sul, essa plataforma encontra-se coberta por extensa 
formação sedimentar correspondente ao planalto e chapada dos Parecis. 
Cráton ou plataforma Sul-amazônica - A plataforma do São Francisco, que se 
estende desde o norte de Minas Gerais e avança pelo centro da Bahia, é a área 
cratônica de mais difícil delimitação, pois uma parte encontra-se parcialmente 
encoberta por sedimentação antiga e as extremidades confundem-se com as áreas dos 
cinturões orogênicos que a margeiam. Com relação ao cráton sul-riograndense há 
interpretações divergentes entre autores, alguns o consideram como área cratônica, 
outros como parte do cinturão orogenético do atlântico. 
 
Plataforma cratônica do São Francisco 
AS ÁREAS DE DOBRAMENTOS ANTIGOS - Os cinturões orogênicos 
existentes no território brasileiro são muito antigos, ou seja, de diversas idades ao 
longo do Pré-cambriano. Esses cinturões são o do Atlântico, o de Brasília e o Paraguai-
Araguaia. Essas três cadeias montanhosas encontram-se atualmente muito 
desgastadas pelas várias fases erosivas ocorridas, mas ainda guardam aspectos 
serranos em grandes extensões. Essas faixas de dobramentos foram no passado 
geossinclinais estreitas e alongadas que margeiavam a borda das plataformas. Os 
sedimentos formadores das bacias geossinclinais, em função da movimentação da 
crosta terrestre, foram por várias vezes dobradas por pressões das plataformas. Nesse 
processo de movimentação da crosta, os sedimentos, ao serem dobrados, também 
sofreram metamorfização, intrusões e possivelmente até efusões vulcânicas. Algumas 
dessas áreas orogênicas, como é o caso do cinturão do Atlântico, passaram por até 
três fases de dobramentos, acompanhados de metamorfismo e intrusões alternados 
por longas fases erosivas. 
 7 
 
Chapada dos Veadeiros no Planalto Central do Brasil 
O cinturão orogênico do Atlântico estende-se desde a parte oriental da região Nordeste 
até o sudeste do Rio Grande do Sul. É uma faixa de grande complexidade litológica e 
estrutural, prevalecendo rochas metamórficas de diferentes tipos e idades, como 
gnaisses, migmatitos, quartzitos, micaxistos, filitos e, secundariamente, intrusivas, 
como os granitos e os sienitos. 
O cinturão orogênico do Atlântico tem trechos mais elevados sustentadas por rochas 
do tipo quartzito. As cristas serranas desse cinturão estão mais preservadas do ataque 
erosivo, como ocorre com a serra do Espinhaço, que se estende do centro-norte de 
Minas Gerais até o interior da Bahia. Outras serras de grande significado no relevo são 
as serras do Mar e da Mantiqueira, que se constituem em escarpas altas e abruptas 
produzidas por grandes linhas de falhas bem mais recentes. Os terrenos elevados do 
cinturão do Atlântico são resultantes de dobramentos, de falhamentos extensos e das 
grandes massas intrusivas, como é o caso do maciço de Itatiaia, da ilha de São 
Sebastião e do maciço de Poços de Caldas, entre inúmeros outros. 
 
Serra de Itatiaia entre MG e RJ 
 8O cinturão de Brasília estende-se desde o sul de Tocantins até o sudeste de 
Minas Gerais. É formado principalmente por rochas metamórficas de diferentes tipos, 
como micaxistos, ardósias, filitos, gnaisses, quartzitos, e carbonáticas de baixo 
metamorfismo. Encontra-se também muito arrasado pelos processos erosivos que 
permitiram a exposição de rochas intrusivas do interior dos dobramentos. O relevo que 
se desenvolveu nessa área é de serras alongadas e estreitas, em alguns trechos 
associadas com chapadas de topos planos e altos. No cinturão orogênico de Brasília 
destacam-se as serras da Canastra e Negra, em Minas Gerais, as serras de Caldas 
Novas, da Mesa, Dourada, Boqueirão, entre outras, e algumas chapadas, como a de 
Brasília, a dos Veadeiros e a de Cristalina, em Goiás. 
 
Serra da Canastra - MG 
 O cinturão orogênico Paraguai-Araguaia estende-se desde o norte de Goiás e 
Tocantins até Mato Grosso, na região de Cuiabá, reaparecendo na extremidade sul do 
Pantanal, na serra da Bodoquena. Esse cinturão está em grande parte arrasado por 
erosão: entretanto, a noroeste e oeste de Cuiabá encontra-se a província serrana de 
Mato Grosso. Essa área é constituída por várias serras geradas por dobramentos 
antigos e que se encontram parcialmente preservados. As rochas são sedimentares ou 
com baixo metamorfismo, destacando-se os metarenitos, filitos, arenitos, calcários, 
argilitos, siltitos, folhelhos e arcóseos. 
 
 9 
Serra do Poção na província serrana do Mato Grosso - MT 
 
AS BACIAS SEDIMENTARES 
 
 O terceiro tipo de estrutura que ocorre no território brasileiro é o das três grandes 
bacias: Amazônica, do Parnaíba ou Maranhão e do Paraná. Essas bacias formaram-se 
ao longo do Fanerozoico, ou seja, nos últimos 600 milhões de anos. Os sedimentos 
mais antigos são do Paleozoico, os intermediários do Mesozoico e os mais recentes do 
Cenozoico. Quando essas bacias se organizaram, os terrenos do continente sul-
americano encontravam-se em posições altimétricas bem mais baixas. Os depósitos 
marinhos e continentais formaram as rochas sedimentares das três grandes bacias. 
Assim, nelas são encontradas sobretudo arenitos de diferentes idades e granulações, 
às vezes intercalados por siltitos, argilitos, conglomerados e calcários. 
Especificamente, na bacia do Paraná ocorreu extensivo derrame de lavas vulcânicas, 
que se depositaram sobre as camadas sedimentares em planos horizontais e 
estratificados. Essa atividade vulcânica ocorreu no período Jurássico e Cretáceo, na 
era Mesozoica. 
 
Solo de terra roxa no Paraná - originário do derramamento de lavas vulcânicas 
 
Os depósitos do Cenozoico - período terciário - são encontrados mais 
extensivamente na parte ocidental da bacia amazônica e no litoral do Nordeste. Já os 
sedimentos cenozoicos - período Quaternário - são mais extensivos no Pantanl do 
Mato Grosso, no litoral do Rio Grande do Sul, na ilha do Bananal no rio Araguaia e nas 
planícies que margeiam o rio Amazonas e os baixos cursos de seus afluentes. 
 10 
 
Bacia Amazônica - exemplo de formação recente no Brasil 
 No Mesozoico (período Cretáceo) ocorreu a última fase de deposição extensiva 
nas bacias sedimentares do Brasil, com exceção da amazônica, que recebeu 
sedimentos ao longo do Terciário. No Cenozoico (Terciário) o continente sul-americano 
sofreu em seu conjunto soerguimentos orogenéticos na borda ocidental (Cordilheira 
dos Andes) e epirogenético em todo o restante. Esse soerguimento atingiu todo o 
território brasileiro de modo desigual, sendo que algumas áreas foram mais levantadas 
e outras bem menos. Esse processo associado à tectônica de placas, soergueu tanto 
as áreas dos crátons como os antigos cinturões orogênicos e as bacias sedimentares. 
Foi através da epirogênese terciária que as bacias sedimentares ficaram em níveis 
altimétricos elevados e surgiram as escarpas das serras do Mar e da Mantiqueira por 
falhamentos. A partir desse processo tectônico desencadeou-se um prolongado e 
generalizado desgaste erosivo que atuou sobre as bordas das bacias sedimentares, 
originando as depressões periféricas. Desse modo, parte dos terrenos sedimentares 
ficaram em posições mais elevadas do que os terrenos cristalinos das áreas cratônicas 
ou de escudos. Ao mesmo tempo, esse processo evidenciou as áreas serranas dos 
cinturões orogênicos. 
 
Vale na serra de Itaqueri - SP 
 Os processos erosivos, que ocorreram tanto na fase de epirogênese, no 
Terciário, quanto no Quaternário, foram de diferentes características. Ao longo de mais 
 11 
de 70 milhões de anos, o desgaste erosivo processou-se em ambientes climáticos 
quentes e úmidos, altenados com climas áridos ou semiáridos. Esses diversos ciclos 
climáticos, denominados paleoclimas, associados às influências estruturais, litológicas 
e tectônicas, explicam a macrocompartimentação do relevo brasileiro. 
UNIDADES DO RELEVO BRASILEIRO 
Ao considerar a macrocompartimentação do relevo brasileiro, não se pode negligenciar 
sua natureza morfogenética. Levando-se em conta isso, toda a história do relevo 
brasileiro e sua cronologia são mais significativas a partir do Cretáceo, ou seja, ao 
longo do Terciário-Quaternário. A compartimentação atual tem fortes ligações 
genéticas com o soerguimento da placa sul-americana, ao longo do Cenozoico 
(epirogênese pós-cretácea), e com os processos erosivos, muito marcantes nas bordas 
das bacias sedimentares, que ocorreram a partir do Terciário, estendendo-se até o 
Quaternário, em concomitância com o soerguimento da plataforma sul-americana. 
Para a atual proposta de identificação das macrounidades do relevo brasileiro, 
elaborada por Ross (1989), foram fundamentais os trabalhos de Ab'Sáber e os 
relatórios e mapas produzidos pelo Projeto Radambrasil na série Levantamento dos 
Recursos Naturais. O relevo brasileiro apresenta três tipos de unidades 
geomorfológicas, que refletem suas gêneses: os planaltos, as depressões e as 
planícies. 
 
 
AS UNIDADES DOS PLANALTOS 
 
 As áreas representadas por compartimentos de planaltos foram identificadas em 
quatro grandes categorias: 
1. planaltos em bacias sedimentares; 
2. planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma; 
3. planaltos em núcleos cristalinos arqueados; 
4. planaltos em cinturões orogênicos. 
 12 
 Independentemente do aspecto estrutural que marca cada uma dessas 
unidades, elas assumem caráter de formas residuais, pois são circundadas por 
extensas áreas de depressões; por conseguinte, põem em evidência os relevos mais 
altos que ofereçam maior dificuldade ao desgaste erosivo. 
 
OS PLANALTOS EM BACIAS SEDIMENTARES - Os planaltos em bacias 
sedimentares são quase inteiramente circundados por depressões periféricas ou 
marginais. Essas unidades também se caracterizam por apresentar nos contatos 
(planaltos-depressões) os relevos escarpados caracterizados por frentes de cuestas. 
São os planaltos das bacias amazônica oriental e ocidental, os planaltos e chapadas da 
bacia do Parnaíba e os planaltos e chapadas da bacia do Paraná. 
PLANALTO DA AMAZÔNIA ORIENTAL - Caracteriza-se por um modelado de formas 
de topos convexos ou planos, com ocorrência descontínua de morros residuais de 
topos planos chamados tabuleiros. Enquanto os relevos residuais estão quase sempre 
associados aos sedimentos terciários, os terrenos mais dissecados estão esculpidos 
nos sedimentos paleomesozoicos. Tanto ao norte quanto ao sul, esse planalto tem 
limites claramente definidos por mudanças bruscas no modelado, às vezes em forma 
de escarpa. O limite norte é definido por uma frente de cuestas, onde as altitudes estão 
em torno de 400 metros, nos trechos mais altos, enquanto que ao sul o aspecto é de 
relevo cuestiforme, sem entretanto caracterizar-se por escarpa, com os trechos mais 
altos ultrapassando os 300 metros. 
 
Praia Alter do Chão no rio Tapajós emSantarém - PA 
PLANALTOS E CHAPADAS DA BACIA DO PARNAÍBA - Apresentam um modelado 
muito mais complexo. Limitam-se ao sul e a oeste com as depressões circundantes 
através das escarpas caracterizadas por frentes de cuestas, enquanto o limite norte 
nivela-se em praticamente toda a sua extensão com os terrenos baixos da bacia 
amazônica. O sul dessa unidade é demarcado pela frente de cuestas da Ibiapaba ou 
serra Grande do Piauí, mas mostra para o interior da bacia outros degraus menores 
que correspondem às frentes desdobradas, o mesmo ocorrendo na extremidade oeste. 
Os topos planos e amplos desses planaltos são sustentados pelos sedimentos do 
Cretáceo, enquanto os sedimentos dissecados e as escarpas normalmente se 
associam aos sedimentos do Paleozoico. 
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Cuesta de Ibiapaba, em Ipu - CE 
PLANALTOS E CHAPADAS DA BACIA DO PARANÁ - englobam terrenos 
sedimentares com idades desde o Devoniano até o Cretáceo e rochas vulcânicas 
básicas e ácidas do Mesozoico. Todo contato desta unidade com as depressões 
circundantes é feito através de escarpas que se identificam como frentes de cuesta 
única ou desdobradas em duas ou mais frentes. Do Rio Grande do Sul a São Paulo, a 
escarpa é sustentada quase que exclusivamente por rochas efusivas. Já em Goiás, 
Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul as frentes de cuestas são 
desdobradas e sustentadas por rochas do Devoniano, do Carbonífero e do Jura-
cretáceo. É comum nas bordas norte e noroeste a presença de extensas superfícies 
altas e planas que atingem entre 900 e 1.000 metros de altitude e são denominadas 
chapadas, como a dos Guimarães e a de Taquari, no Estado de Mato Grosso. 
 
Chapada dos Guimarães - MT 
OS PLANALTOS EM INTRUSÕES E COBERTURAS RESIDUAIS DE 
PLATAFORMA- Estas unidades são constituídas por coberturas sedimentares 
residuais de diversos ciclos erosivos, e também por um pontilhado de serras e morros 
isolados associados a intrusões graníticas, derrames vulcânicos antigos e dobramentos 
do Pré-cambriano. Faz exceção o planalto e chapada dos Parecis, cuja litologia data do 
 14 
Cretáceo. 
 
PLANALTOS RESIDUAIS NORTE-AMAZÔNICOS - Estendem-se desde o Amapá até 
o norte do Estado do Amazonas, apresentam altitudes que chegam a atingir 2.993 
metros, como é o caso do pico da Neblina (ponto mais elevado do Brasil), com altitude 
média oscilando entre 600 e 1.000 metros. São constituídos por áreas serranas 
descontínuas, representadas por relevos de aspecto residual interpenetrados pela 
superfície da depressão marginal norte-amazônica. Essas formas de relevo estão 
esculpidas em diferentes litologias da plataforma norte-amazônica, que correspondem 
a rochas sedimentares (Pré-cambriano), sobretudo arenitos, rochas vulcânicas ácidas, 
bem como intrusões graníticas. Sobressaem as serras Tapirapecó, Parima, 
Tumucumaque e Navio, entre outras. 
 
Serra no Parque Nacional de Tumucumaque - AP 
PLANALTOS RESIDUAIS SUL-AMAZÔNICOS - abrangem uma área bem mais 
extensa na plataforma sul-amazônica, estendendo-se desde o sul do Pará até 
Rondônia. É uma vasta área toda pontilhada por intrusões graníticas do Pré-cambriano 
que determinam formas de relevo em morros de topos convexos com distribuição 
descontínua. Juntamente com tais intrusões ocorrem extensas áreas de coberturas 
sedimentares antigas (Pré-cambriano e Paleozoico Inferior) que frequentemente 
definem formas de relevo residuais de topos nivelados e planos, chegando em alguns 
casos, a configurar as chapadas, como, por exemplo, a extensa chapada do Cachimbo. 
Há ainda relevos residuais esculpidos em estruturas marcadas por vulcanismo antigo, 
associados a sedimentos, intrusões e dobramentos com metamorfismo, como a serra 
dos Carajás. Todo esse pontilhado descontínuo de relevos residuais e intrusões é 
interpenetrado por uma superfície mais baixa e aplainada, representada pela 
depressão marginal sul-amazônica. 
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Mina de ferro na Serra dos Carajás - uma das maiores minas a céu aberto do mundo 
PLANALTO E CHAPADA DOS PARECIS - envolve uma extensa área que se estende 
desde o leste de Mato Grosso até o sudeste de Rondônia. Corresponde a uma faixa de 
terrenos sedimentares (arenito) datados do Cretáceo, com recobrimento descontínuo 
de detritos finos do Terciário. Está posicionado na porção de divisor de águas 
Amazonas-Paraguai-Guaporé e apresenta altitudes em torno de 800 metros no trecho 
da chapada (seção sudoeste), enquanto no restante as altitudes variam entre 450 e 
650 metros. As formas predominantes do relevo são as de topos planos e 
arredondados, o que confere suavidade à topografia, embora no conjunto esta seja de 
caráter residual. Na parte norte, sofre um rebaixamento contínuo e gradativo, 
nivelando-se com a superfície da depressão marginal sul-amazônica no nível dos 400 
metros. A leste e ao sul os limites com as depressões do Araguaia, Cuiabana e do Alto 
Paraguai-Guaporé são feitos através de escarpas de aspecto cuestiforme, com um 
ou mais degraus configurando, respectivamente, as serras do Roncador, Daniel e 
Tapirapuã. 
 
Serra do Roncador, no município de Barra do Garças - MT 
OS PLANALTOS EM NÚCLEOS CRISTALINOS ARQUEADOS - Estas unidades 
estão representadas pelo planalto da Borborema, na parte oriental da região Nordeste, 
e pelo planalto Sul-Riograndense, no sudeste do Rio Grande do Sul. Tanto um quanto 
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o outro fazem parte do cinturão orogênico da faixa atlântica e encontram-se em 
posições relativamente isoladas que correspondem a segmentos dos dobramentos 
antigos soerguidos em forma de abóbodas. No dizer de Ab'Sáber (1972), "o nordeste 
oriental e o sudeste do Rio Grande do Sul são áreas dos escudos orientais sul-
americanos onde é particularmente expressiva a presença de núcleos cristalinos de 
conformação geral dômica". Estas unidades se comportam como maciços antigos 
intensamente trabalhados por processos erosivos ao longo do Terciário. Verifica-se que 
no reverso de ambos os escudos formaram-se extensas depressões que se interpõem 
entre os maciços antigos e as bacias sedimentares do Paraná, no Sul, e do Parnaíba 
ou do Maranhão, no Nordeste. 
 
Planalto Sul-Riograndense em Osório - RS 
O planalto da Borborema - encontra-se no leste dos estados nordestinos do Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, onde as áreas mais elevadas 
chegam a ultrapassar os 1.000 metros de altitude. Apesar da presença de segmentos 
de topos retilinizados, o modelado dominante apresenta formas convexas esculpidas 
em litologias do cristalino representadas por rochas intrusivas e metamórficas de 
diferentes idades, ao longo do Pré-cambriano. O planalto Sul-Riograndense, com 
litologias diferenciadas em idades e gêneses diversas ao longo do Pré-cambriano, 
apresenta modelado com formas ligeiramente convexas. Os níveis altimétricos mais 
elevados não ultrapassam os 400 metros. 
 
Planalto da Borborema na Paraíba 
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OS PLANALTOS EM CINTURÕES OROGÊNICOS - Os planaltos que ocorrem nas 
faixas de orogenia antiga correspondem a relevos residuais sustentados por litologias 
diversas, quase sempre metamórficas associadas a intrusivas. Estas unidades estão 
em áreas de estruturas dobradas correspondentes aos cinturões Paraguai-Araguaia-
Brasília e Atlântico. Nesses planaltos encontram-se inúmeras serras, quase sempre 
associadas a resíduos de estruturas dobradas intensamente, atacadas por processos 
erosivos. 
PLANALTOS E SERRAS DO ATLÂNTICO LESTE-SUDESTE – Associam-se ao 
cinturão do Atlântico, são de maior grau de complexidade. Sua gênese vincula-se a 
vários ciclos de dobramentos acompanhados de metamorfismos regionais, falhamentos 
e extensas intrusões. As diversas fases orogenéticas do Pré-cambriano foram 
sucedidas por ciclos de erosão. O processo epirogenético pós-cretáceo, que perdurou 
pelo menos até o Terciário Médio, gerou o soerguimento da plataforma sul-americana,reativou os falhamentos antigos e produziu escarpas acentuadas, como as das serras 
da Mantiqueira e do Mar, e fossas tectônicas, como as do médio vale do Paraíba do 
Sul. Nesta unidade incluem-se, além das áreas planálticas da faixa que acompanha o 
litoral delimitadas por escarpas, a extensa serra do Espinhaço, que abrange os 
terrenos desde as proximidades de Belo Horizonte (MG) até o médio vale do rio São 
Francisco, no centro-oeste da Bahia. O modelado dominante do planalto Atlântico é 
constituído por morros com formas de topos convexos, elevada densidade de canais de 
drenagem e vales profundos. É a área definida por Ab'Sáber como "domínio dos mares 
de morros". 
 
Mares de morro em Araxá - MG 
PLANALTOS E SERRAS DE GOIÁS-MINAS - Estão associados à faixa de 
dobramento do cinturão Brasília. Estendem-se desde o sul do Estado de Tocantins até 
o sudoeste de Minas Gerais, na região da serra da Canastra, e configuram-se como 
verdadeiras serras residuais, como ocorre com as serras da Canastra (MG), da 
Bocaina, Dourada e Geral do Paranã, em Goiás-Tocantins. Essas serras são resíduos 
das antigas dobras e constituem-se em alinhamentos de cristas. São sustentadas com 
frequências por rochas metamórficas, sobretudo quartzitos associados a intrusões de 
natureza granítica. São frequentes os extensos topos planos em chapadas, como 
ocorre nas chapadas de Brasília, Cristalina e dos Veadeiros, a nordeste do Distrito 
Federal. Esses topos planos associam-se a superfícies de erosão que remontam ao 
Pré-cretáceo, com novos ciclos erosivos no Terciário. 
 18 
 
Planalto Central no Distrito Federal 
SERRAS RESIDUAIS DO ALTO PARAGUAI - Fazem parte da extensa área 
pertencente ao chamado cinturão orogênico Paraguai-Araguaia. Essas serras 
apresentam dois setores: um ao sul e outro ao norte do Pantanal Matogrossense, onde 
recebem a denominação de serra da Bodoquena e Província Serrana. São formas 
residuais de dobramentos datados do Pré-cambriano, cujos processos erosivos 
geraram formas de relevo em conjuntos de serras assimétricas e grosseiramente 
paralelas que atingem até 800 metros de altitude. Essas serras são constituídas por 
rochas sedimentares antigas, dobradas por processos orogenéticos e posteriormente 
trabalhadas por vários ciclos erosivos. 
 
Serra da Bodoquena - MS 
AS UNIDADES DAS DEPRESSÕES - As depressões no território brasileiro, com 
exceção da depressão amazônica ocidental, apresentam uma característica genética 
muito marcante que é o fato de terem sido geradas por processos erosivos com grande 
atuação nas bordas das bacias sedimentares. As atividades erosivas com alternância 
de ciclos secos e úmidos esculpiram, ao longo do Terciário e do Quaternário, as 
depressões periféricas, as marginais e as monoclinais que aparecem circundando as 
bordas das bacias e se interpondo entre estas e os maciços antigos do cristalino. A 
atuação das atividades erosivas evidentemente ocorreram não somente ao longo das 
 19 
atuais depressões mas também sobre os planaltos, mas é nas primeiras que as marcas 
paleoclimáticas são mais evidentes. É fato também marcante a extensividade dessas 
depressões por estruturas muito diferentes. Isto certamente se deve às alternâncias 
das fases erosivas dos períodos secos com as de meteorização química e erosão 
linear dos períodos úmidos. 
 
Cidade de Carnaúba dos Dantas - RN. Localizada na Depressão Sertaneja 
DEPRESSÃO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL - É constituída por uma vasta área no 
oeste da Amazônia e exibe terrenos baixos em torno de 200 metros de altitude, sendo 
fracamente dissecados em formas de topos planos ou levemente convexizados 
esculpidos nos sedimentos terciário-quaternários da formação Solimões. Enquadra-se 
na categoria de depressão pela impossibilidade de caráter genético de enquadrá-la na 
de planície. Sua gênese também é distinta das demais depressões brasileiras. Trata-se 
de uma superfície extremamente aplainada, com um tênue processo fluvial de 
dissecação que originou formas de relevo em colinas baixas. Tanto ao norte quanto ao 
sul, faz contato sem ruptura de nível com as depressões marginais norte-amazônicas e 
sul-amazônicas. A oeste articula-se com a depressão que margeia a cordilheira andina. 
 
Depressão Sul-amazônica 
DEPRESSÕES MARGINAIS AMAZÔNICAS- Enquadram-se na classificação de 
Ab'Sáber como sendo do tipo marginal com eversão. Isto se deve ao fato de que 
 20 
ambas margeiam as bordas norte e sul da bacia amazônica e encontram-se totalmente 
esculpidas em litologias do cristalino tanto na plataforma sul-amazônica como na das 
Guianas. Essas depressões foram aplainadas por processos erosivos antigos, 
anteriores à formação da bacia amazônica, e expostas à superfície no Terciário-
Quaternário, durante e após a epirogenia. 
 
Depressão Norte-Amazônica 
DEPRESSÃO MARGINAL NORTE-AMAZÔNICA - suas altimetrias oscilam entre 200 
e 300 metros, se interpõe entre as bordas da bacia amazônica, onde o contato se faz 
através de uma frente de cuesta bem marcada e com relevos residuais esculpidos no 
cristalino, com intrusões e sedimentos de coberturas antigas do planalto residual norte-
amazônico. A leste termina no litoral do Amapá, enquanto a oeste avança para os 
territórios da Colômbia e da Venezuela, nivelando-se com o planalto da Amazônia 
Ocidental. O modelado caracteriza-se por formas de topos levemente convexos, 
ocorrendo alguns pequenos morros residuais geralmente associados a intrusões 
graníticas. 
 
Desembocadura do rio Amazonas, nas imediações da ilha do Marajó 
DEPRESSÃO MARGINAL SUL-AMAZÔNICA - com gênese semelhante à anterior, é 
muito mais extensa. Esta unidade tem limite setentrional na borda sul da bacia 
amazônica, onde o contato se faz através de patamares mal delineados que no 
conjunto lembram uma frente de cuesta descaracterizada pela erosão. O modelado é 
 21 
marcado por formas de relevo de topos levemente convexizados, com altitudes entre 
100 e 400 metros, crescentes de norte para sul. É caracterísitica marcante a intensa 
presença de relevos residuais representados ora por intrusões graníticas, ora por 
coberturas sedimentares antigas da plataforma sul-amazônica. 
 
Igapós em trecho da bacia amazônica 
DEPRESSÃO DO ARAGUAIA - é na realidade uma extensão mais linear da depressão 
marginal sul-amazônica. Essa unidade acompanha o vale do Araguaia, tendo na sua 
parte central a presença isolada da planície do rio Araguaia, onde se insere a ilha do 
Bananal. Essa depressão tem o modelado marcado por formas de relevo quase planos, 
com altimetrias que oscilam de 200 metros no norte e 350 metros na extremidade sul. 
A superfície dessa depressão corta diversas formações rochosas da plataforma sul-
amazônica e do cinturão orogênico Paraguai-Araguaia. 
 
Morro isolado na depressão do Araguaia 
DEPRESSÃO CUIABANA - encontra-se entre as serras residuais do Alto Paraguai e a 
borda da bacia do Paraná. Apresenta um modelado levemente convexizado. Esta 
unidade é constituída por uma superfície em rampa que gradualmente se eleva de 150 
metros no contato com o Pantanal a 400 metros, na extremidade norte. 
 22 
 
Depressão Cuiabana 
AS DEPRESSÕES DO ALTO PARAGUAI E GUAPORÉ - estão ligadas através de um 
trecho levemente inclinado entre as bacias dos rios Jauru e Guaporé. Grande parte 
destas unidades mostram-se encobertas por sedimentos arenosos finos da mesma 
origem existentes no Pantanal de Mato Grosso e do Guaporé. 
 
Depressão do Guaporé no Parque Estadual da Serra de Ricardo Franco - MT 
DEPRESSÃO DO MIRANDA - localizada ao sul do Pantanal Matogrossense, é 
drenada pela bacia do rio do mesmo nome. Corresponde a uma superfície baixa e 
muito aplainada cujas altimetrias estão entre 100 e 150 metros. Tal unidade está 
esculpida em litologias do Pré-cambriano Superior. 
 23 
 
Depressão e rio Miranda 
DEPRESSÃO DO TOCANTINS- de forma semelhante à da depressão do Araguaia, 
acompanha o vale do rio do mesmo nome. Assume em grande parte de seu trecho 
norte a característica de depressão monoclinal, por seccionar a borda ocidental da 
bacia sedimentar do Parnaíba. Na seção sul, está esculpida principalmente em 
litologias do cristalino do complexo goiano. De modo geral, mostra um modelado quase 
plano e, portanto, com certo grau de dissecação, com altitudes variando de 200 metros 
no norte a 500 metros na extremidade sul. 
 
Serra do Lajeado, rio Tocantins e depressão do Tocantins - TO 
DEPRESSÃO SERTANEJA E DO SÃO FRANCISCO - compreende uma extensa área 
rebaixada e predominantemente aplainada, constituindo superfície de erosão que 
secciona uma grande diversidade de litologias e arranjos estruturais. Esta superfície 
apresenta inúmeros trechos com ocorrência de relevos residuais constituindo 
inselbergs, quase sempre associados às litologias do cristalino. Entretanto, existem 
alguns relevos residuais de maior extensão esculpidos em sedimentos do Cretáceo, 
como ocorre com as chapadas do Araripe, no interior de Pernambuco e Ceará, e do 
Apodi, nas proximidades do litoral norte do Rio Grande do Norte. Iniciando-se no norte 
e no leste do litoral nordestino, com altitudes inferiores a 100 metros, essa depressão 
alonga-se para o interior acompanhando o médio vale do rio São Francisco. 
 24 
 
Depressão Sertaneja - Carnaúba dos Dantas - RN 
DEPRESSÃO DA BORDA LESTE DA BACIA DO PARANÁ - está esculpida quase 
que totalmente nos sedimentos paleomesozoicos. Apresenta modelados diversos em 
função da influência tectônica, variação litológica e dos graus de atuação dos 
processos erosivos dos mais variados ambientes paleoclimáticos. No Estado de São 
Paulo observa-se a transição dos terrenos altos do cristalino para a depressão 
esculpida em sedimentos, onde predominam altitudes entre 600 e 700 metros. 
 
Cuesta de Botucatu 
DEPRESSÃO PERIFÉRICA CENTRAL OU SUL-RIOGRANDENSE - guarda 
características genéticas e morfológicas semelhantes à anterior. Do mesmo modo que 
ela, está esculpida principalmente em sedimentos na borda da bacia sedimentar do 
Paraná, encontrando-se entre o planalto Sul-riograndense e a escarpa da borda da 
bacia. Mas sua posição altimétrica situa-se em torno de 200 metros, sendo drenadas 
pelas bacias do rio Jacuí, para leste, e do Ibicuí, para oeste. 
 25 
 
Depressão Sul-riograndense com a presença de coxilhas 
 
 
AS UNIDADES DAS PLANÍCIES - Os relevos que se enquadram nas planícies 
correspondem geneticamente às áreas essencialmente planas geradas por deposição 
de sedimentos recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial. Nessa categoria 
encontram-se grandes unidades, como as planícies dos rios Amazonas, Guaporé, 
Araguaia e Paraguai, as planícies das lagoas dos Patos e Mirim e inúmeras outras 
pequenas planícies e tabuleiros ao longo do litoral brasileiro, bem como no interior do 
território. E estão geralmente associadas aos depósitos do Quaternário, principalmente 
do Holoceno. 
PLANÍCIE DO RIO AMAZONAS - é constituída por uma unidade bem menor do que se 
pensava alguns anos atrás. Essa planície apresenta cordões mais elevados, 
margeando o leito do rio e formando diques fluviais recobertos por florestas aluviais. 
Encontram-se pouco mais afastados extensos trechos baixos e planos, 
onde se observa maior permanência da água de inundações com vegetação de 
gramíneas. A área mais ampla dessa planície está na ilha de Marajó, mas sua preseça 
é marcante ao longo de todo o rio Amazonas no território brasileiro, bem como nos 
baixos cursos dos seus afluentes. 
 26 
 
Planície amazônica 
PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA - situa-se sobretudo no trecho do médio curso do rio, 
onde se encontra a ilha do Bananal. Esta unidade é extremamente plana, constituída 
por sedimentos recentes e nivelados nos 200 metros de altitude, com total 
recobrimento de vegetação de cerrados abertos e campos limpos. 
 
Ilha do Bananal - maior ilha fluvial do mundo 
PLANÍCIE DO RIO GUAPORÉ - se caracteriza por um pantanal, é constituída por um 
terreno plano nivelado em torno de 220 metros. Estende-se pelo território boliviano e 
une-se ao Pantanal Matogrossense, drenado pelo rio Paraguai. 
 27 
 
Planície e pantanal do rio Guaporé 
PLANÍCIE E PANTANAL DO RIO PARAGUAI OU MATOGROSSENSE -corresponde 
a uma significativa área de deposição de sedimentos aluviais recentes que avança em 
direção à Bolívia e ao Paraguai, com altitudes que oscilam entre 100 e 150 metros. 
 
Planície do rio Paraguai 
PLANÍCIES DAS LAGOAS DOS PATOS E MIRIM - geradas pela dinâmica 
deposicional marinha e lacustre, situam-se em quase todo o litoral do Rio Grande do 
Sul e avançam em território do Uruguai. 
 28 
 
Lagoa dos Patos - RS 
PLANÍCIES E TABULEIROS LITORÂNEOS - são de pequenas dimensões e situam-
se na foz de rios de menor porte, como o Paraíba do Sul, o Doce, nos Estados do Rio 
de Janeiro e do Espírito Santo, e a ribeira do Iguape, em São Paulo. E em direção ao 
litoral, no Nordeste, as pequenas planícies se alternam com terrenos pouco mais 
elevados, mantidos pelas barreiras dos sedimentos terciários. 
 
Falésia em Barra de Tabatinga - RN 
 Pode-se ainda tratar o relevo brasileiro do ponto de vista dos processos erosivos 
comandados pelos climas atuais. Nessa perspectiva, prevalece o interesse pela 
relação da dinâmica climática com a esculturação das formas menores de relevo. Estas 
se diferenciam das macroformas, que têm forte relação com a estrutura e com os 
climas do passado. 
 
 
ESTUDOS DE VULCÕES NO BRASIL 
 
 
VULCÕES NO BRASIL 
 
São impressionantes as imagens de qualquer vulcão em erupção. Nuvens de poeira no 
ar, material fumegante escorrendo pelo corpo do vulcão e muito barulho. O Etna, na 
Itália, o Puyehue, no Chile, e o Santa Helena, nos Estados Unidos, são exemplos de 
vulcões ativos, que entraram em erupção recentemente. Outros países também sofrem 
com atividades vulcânicas, como Japão, Nova Zelândia, Colômbia e Filipinas. 
 29 
O Brasil, por outro lado, apresenta rochas bem antigas e nos últimos milhões de anos 
praticamente não teve atividade vulcânica relevante. Vivemos em um país que pode 
ser considerado protegido desse tipo de catástrofe natural. No entanto, nem sempre foi 
assim. 
Para quem acredita que o Brasil sempre foi um lugar livre da fúria das lavas, saiba que 
nosso país já foi cenário de um dos maiores vulcanismos continentais do mundo. Há 
cerca de 134 milhões de anos, através de fissuras no solo, uma grande quantidade de 
material incandescente vindo do interior do planeta se espalhou por mais de 1 milhão 
de km2. As lavas cobriram parte das regiões centro-oeste e sudeste e todos os estados 
da região sul do Brasil, assim como áreas do Paraguai, Uruguai e Argentina. Esse 
vulcanismo gerou as rochas da Província Magmática Paraná e todo esse material se 
solidificou principalmente na forma de basalto. Evidências desse vulcanismo também 
podem ser observadas no continente africano, já que na época em que ocorreu esse 
evento a América do Sul e a África estavam unidas fazendo parte do supercontinente 
Pangea. No Brasil, uma das melhores exposições desse vulcanismo está na cidade de 
Torres (RS), onde o registro da sobreposição de derrames de basalto chega a 1km de 
espessura. Não tão volumoso, mas impressionante devido à sua preservação, foi o 
Evento Magmático Uatumã, que ocorreu na região amazônica, nos estados do 
Amazonas, Pará, Roraima e Mato Grosso, além de Venezuela e Suriname. Nesse 
evento há registros de rochas que têm preservadas suas características vulcânicas 
originais de cerca de 1,90 bilhões de anos. As rochas desse evento preservam sua 
composição original, feições de solidificação de seus magmas, assim como indicativos 
do modo de ocorrência de suas lavas. Isso é surpreendente, pois característicastão 
antigas assim geralmente não são preservadas, pois ao longo do tempo são erodidas 
(erosão) ou sofrem processos que as transformam em outros tipos de rochas. É como 
fazer um castelo de areia na praia e ele não se alterar durante meses, mesmo com a 
ação do vento, da chuva e das ondas do mar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
HÁ 12 MILHÕES DE ANOS 
As manifestações vulcânicas mais recentes registradas no 
território brasileiro ocorreram nas ilhas oceânicas de 
Trindade e Fernando de Noronha. Ambas as ilhas foram 
formadas há menos de 12 milhões de anos atrás e, 
levando em consideração que as rochas do Brasil são 
bem mais antigas do que isso, essas ilhas podem ser 
consideradas "crianças" para o tempo geológico brasileiro. 
A Ilha de Trindade está distante cerca de 1.200 km de 
Vitória (ES) e tem área de 13,5 km2. Fernando de 
Noronha é um arquipélago formado por uma ilha principal 
homônima, com 16,4 km2 e por mais vinte ilhas menores 
e está distante cerca de 550 km de Recife (PE). Essas 
ilhas refletem manifestações vulcânicas que ocorreram no 
oceano e foram tão intensas que o grande volume de 
lavas formou um corpo vulcânico emerso em forma de 
ilha. Seria como a ponta de um iceberg, porém formado 
de rocha e não de gelo. As ilhas do Havaí são exemplos 
atuais e ativos desse processo, pois assim como as ilhas 
de Fernando de Noronha e Trindade, não foram formadas 
próximas a limites de placas tectônicas. Nesses limites, a temperatura interna terrestre 
é bem elevada, há intenso vulcanismo. É onde a maioria dos vulcões do planeta se 
forma. A existência de vulcanismo longe do encontro de placas tectônicas, que são 
regiões internamente mais frias, pode ser explicada por anomalias térmicas que 
ocorrem em profundidades muito altas no interior do planeta. Essas anomalias geram o 
calor necessário para fundir as rochas e gerar magmas que sobem e extravasam na 
superfície. 
Em continente, além dos grandes eventos vulcânicos descritos anteriormente, há 
outros de pouca abrangência, no entanto muito interessantes porque apresentam 
típicas estruturas arredondadas, que lembram um vulcão. É o caso de Poços de Caldas 
(MG), Pico do Cabugi (Lajes, RN), Serra Negra (MG) e Morro São João (Rio das 
Ostras, RJ). São corpos que apresentam diâmetros que variam de 2 a 30 km, são 
circulares, compostos por rochas provenientes de atividade magmática e muitas vezes 
são referidos, erroneamente, como vulcões extintos. Nesses locais, embora seja 
possível notar a forma circular dos corpos rochosos, estudos mostram que não foram 
vulcões eruptivos como o Etna. Isso porque as estruturas encontradas nesses lugares 
não têm todas as características necessárias para classificá-las como um vulcão, 
mesmo que do passado. Até o momento, não é reconhecido nenhum vulcão extinto no 
Brasil que tenha preservado sua forma original. Os corpos de forma arredondada 
descritos anteriormente foram formados por atividade magmática, no entanto, o magma 
não extravasou para a superfície e sim se solidificou em profundidade. Com o passar 
de muitos anos, as rochas situadas acima foram sendo desgastadas, e o corpo de 
rochoso arredondado foi "desenterrado", exibindo as formas que podemos ver em 
imagens aéreas. 
 
BASALTO 
Uma rocha escura que, 
quando alterada, pode 
transformar-se em solo 
fértil, conhecido como "terra 
roxa". Essa rocha é 
constituída principalmente 
de plagioclásioepiroxênio e, 
em muitos casos, de -
olivina. 
 31 
O SUPERCONTINENTE PANGEA 
 
O Supercontinente Pangea foi o resultado da 
reunião de todos os continentes que 
conhecemos hoje. Isso ocorreu entre 230 e 
130 milhões de anos atrás, aproximadamente. 
O Pangea não foi a única, mas sim a última 
vez em que esse fenômeno ocorreu. Na 
história do nosso planeta, que tem 4,56 
bilhões de anos, os continentes se juntaram e 
se separaram algumas vezes. E, a cada vez 
que acontecia, esse processo se dava de 
forma diferente e em porções da Terra 
diversas. O que hoje é o Brasil já esteve 
localizado em outras latitudes e longitudes, 
além de ora estar emerso, ora estar submerso 
em águas oceânicas. Por essa razão é que se 
encontram registros de desertos, geleiras e 
oceanos nas rochas do nosso país. Além 
disso, hoje o Brasil está situado no interior de 
uma placa tectônica, mas nem sempre foi 
desse modo. Há regiões do nosso território 
que já estiveram em limites de placas e, 
portanto, já contaram com terremotos e muito 
vulcanismo. 
 
 
 
Vulcões no Brasil – Fotos e informações 
 
O vulcão é uma estrutura geológica que surge a partir da emissão de magma, gases e 
partículas quentes do interior terrestre para a superfície. De formato cônico, esses 
vulcões liberam grande volume de cinza, gases e aerossóis na atmosfera, quando em 
atividade. Os eventos de erupção vulcânica são considerados grandes catástrofes 
naturais, apresentando resultados a nível global, em alguns casos. Os prejuízos de 
uma erupção em meio a um local habitado por pessoas são bastante grandes, 
atingindo o comércio, o turismo e vários outros âmbitos. 
A energia usada pelos vulcões ativos é originada dos movimentos das placas 
litosféricas. Ainda existem alguns que permanecem propícios a entrar em erupção a 
qualquer momento, por exemplo, os que se encontram nas regiões ao redor do Oceano 
Pacífico. Quando a erupção ocorre, explosões de lava e outros gases formam nuvens 
turvas. 
 
Pode-se dizer que o vulcanismo é um agente interno de transformações do relevo, por 
ser um fenômeno provocado pelas variações constantes de pressão e temperatura do 
magma que fica no interior da Terra. O magma é uma substância líquida de altíssima 
temperatura que, quando resfriado pelo ar ou pela água, forma as estruturas rochosas 
do vulcão. 
Vulcanismo brasileiro 
 32 
É conhecido que o Brasil se encontra no meio da placa tectônica Sul-americana, que é 
uma região estável, e a maior incidência de vulcões se dá nas regiões geológicas 
próximas às bordas das placas, ou seja, a região instável. Nas terras brasileiras não 
existem vulcões ativos, pois o relevo nacional se formou há milhões de anos. Portanto, 
os vulcões que chegaram a existir no país se tornaram extintos e atualmente não 
causam transtornos para os habitantes. 
Os vulcões que existem no Brasil são pontos turísticos, pois são marcados pela beleza. 
Eles ocorreram das formações geológicas vulcânicas na Era Mesozoica, que hoje se 
localiza a região Sudeste e Sul. Com o derramamento de lava, as terras desses 
estados adquiriram um solo bastante fértil, como no caso da “terra roxa”, de origem 
basáltica. Cada vulcão foi moldado pelo tempo, as erupções oceânicas deram início a 
algumas ilhas no litoral e, hoje, esses locais são habitáveis e muito belos. 
Curiosidades 
Fernando de Noronha 
Poucas pessoas sabem, mas o belo arquipélago pernambucano de Fernando de 
Noronha era um conjunto de vulcões com cerca de 12 milhões de anos de história. Sua 
base tem 4 mil metros de profundidade, afinal, geralmente, os vulcões submarinos se 
solidificam rapidamente devido ao choque com água fria. Contudo, o vulcanismo 
intenso faz o magma emergir e formar ilhotas e ilhas. 
Vulcão mais antigo em terras brasileiras! 
Com cerca de 1.89 bilhão de anos o vulcão mais antigo já descoberto está dormindo na 
região amazônica. Essa maravilha da natureza faz parte de uma província de rochas 
vulcânicas nomeada “Uatumã”, que se espalhava pelo Mato Grosso, Pará, Roraima, 
Amazonas até a Venezuela e o Suriname. O vulcão não está em atividade há muitos 
anos, sua altura original pode já ter chegado a 400 metros, próximo ao rio Tapajós. 
Fotos de vulcões no Brasil 
 
Pico do Cabuji é, segundo fontes não científicas, o único vulcão extinto do Brasil que 
ainda preserva sua forma original. | Foto: Reprodução 
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Arquipélago de Fernando de Noronha | Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução 
 
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Erupção vulcânica | Foto: Reprodução 
 
 
 
ESTUDOS DE TERREMOTOS NO BRASIL 
 
O BRASIL mesmo se localizando ao centro da placa sul-americana, o Brasil pode ser 
atingido por terremotos. 
 
Por Wagner Francisco 
Os terremotos são fenômenos que podem ser causados por falhas geológicas, 
vulcanismos e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. A maioria 
dos abalos sísmicos é provocada pela pressão aplicada em duas placas contrárias. 
Portanto, as regiões mais vulneráveis à ocorrência dos terremotos são aquelas 
próximas às bordas das placas tectônicas. Na América do Sul, os países mais atingidos 
por terremotos são o Chile, Peru e Equador, pois essas nações estão localizadas em 
uma zona de convergência entre as placas tectônicas de Nazca e a Sul-Americana. 
O Brasil está situado no centro da placa Sul-Americana, que atinge até 200 quilômetros 
de espessura. Os sismos nessa localidade raramente possuem magnitude e 
intensidade elevadas. No entanto, existe a ocorrência de terremotos no território 
brasileiro, causados por desgastes na placa tectônica, promovendo possíveis falhas 
geológicas. Essas falhas, causadoras de abalos sísmicos, estão presentes em todo o 
território nacional, proporcionando terremotos de pequena magnitude; alguns deles 
são considerados imperceptíveis na superfície terrestre. 
Segundo o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade 
de São Paulo (USP), no século XX foram registradas mais de uma centena de 
terremotos no país, com magnitudes que atingiram até 6,6 graus na escala Richter. 
Porém, a maior parte desses abalos não ultrapassou 4 graus. 
 35 
Em 1955, no Mato Grosso, foi detectado um terremoto de 6,6 graus na escala Richter. 
Nesse mesmo ano, o Espírito Santo foi atingido por um abalo sísmico de 6,3 graus e, 
no Ceará, foi registrado um terremoto de 5,2 graus na escala Richter, em 1980. 
O estado do Amazonas, em 1983, sofreu com um terremoto de 5,5 graus, entretanto, 
pelo fato de esses terremotos terem atingido áreas com pouca concentração 
populacional, não houve danos materiais e nem vítimas. 
João Câmara, município do Rio Grande do Norte e habitado por 31.518 pessoas, foi 
atingido por uma série de terremotos na década de 1980. O mais grave deles ocorreu 
no dia 30 de novembro de 1986, quando a cidade tremeu com um abalo sísmico de 5,1 
graus na escala Richter, provocando a destruição de 4 mil imóveis. 
Em Minas Gerais, no município de Itacarambi, um terremoto de 4,9 graus promoveu um 
tremor que durou aproximadamente 20 segundos, tempo suficiente para derrubar 6 
casas e abalar a estrutura de outras 60 residências. Nessa ocasião, uma criança de 
cinco anos morreu soterrada nos escombros de uma das casas atingidas. 
O último grande terremoto registrado no Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 2008. Um 
tremor de 5,2 graus foi sentido nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, 
Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, embora não tenha sido registrado nenhum 
desabamento nem a ocorrência de vítimas. 
 
Qual foi o maior terremoto da história do Brasil? 
 
Um mito que existe no Brasil é o de que não há terremotos no País. Os tremores, na 
verdade, existem, mas em geral são muito pequenos e não geram danos. Segundo o 
professor George Sand, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília 
(UnB), até março de 2011 somente dois terremotos no território nacional haviam 
passado de 6 graus na escala Richter: em Porto dos Gaúchos (MT), com 6,2 graus, e 
em Vitória (ES), com 6,1, ambos em 1955. 
De acordo com o professor, o maior tremor da história do Brasil foi registrado apenas 
por pesquisadores do exterior, já que registros sismológicos praticamente não existiam 
no País. Como o terremoto ocorreu em uma região pouco habitada, não ocasionou 
mortes nem danos materiais. Em Vitória, o abalo sísmico causou espanto e medo, mas 
ninguém morreu na ocasião e os danos materiais foram pequenos - o epicentro foi no 
mar, a 300 km da costa. "Os prédios só balançaram", explica o pesquisador. 
De acordo com Sand, existem pequenas falhas geológicas no território brasileiro e elas 
se movem apenas poucos milímetros, mas esses movimentos são suficientes para 
gerar os terremotos sentidos na superfície. O professor explica que, como os 
brasileiros não são acostumados a esse fenômeno, um tremor de magnitude 4 na 
escala Richter já espanta quem o sente. 
Sand afirma ainda que algumas regiões no Brasil registram mais terremotos: os 
Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte e a região de Estrela do Norte, em Goiás. 
Mas ele explica que os fenômenos, nesses locais, costumam ter apenas de 3 a 4 graus 
de magnitude. 
Apesar de estável, Brasil também tem chances de sofrer grandes terremotos 
POR MÁRCIO PADRÃO 
A tragédia causada por um terremoto de magnitude de 7,8 graus no último sábado (25) 
já matou mais de 6.000 pessoas no Nepal. Do outro lado do globo, o Brasil parece 
estar no extremo oposto da situação. Desde as suas primeiras medições sismológicas, 
nos anos 70, os tremores causaram apenas uma morte no país. Mas especialistas 
ouvidos pelo UOL afirmam que esse histórico não garante que o Brasil jamais sofrerá 
uma catástrofe semelhante à do país asiático. 
 36 
A estabilidade geológica brasileira é explicada pelo fato de o país se encontrar afastado 
das bordas das placas tectônicas do hemisfério Sul. Sua posição é no interior de uma 
dessas placas, ficando assim longe das principais fontes causadoras de tremores. 
Já o Nepal fica no encontro entre a placa tectônica indiana ao sul e a placa eurasiana 
ao norte. A região, conhecida também por abrigar a Cordilheira do Himalaia, é de 
grande instabilidade e já sofreu com grandes abalos antes, nos anos de 1505 e 1934 -- 
este último causou entre 10 mil e 20 mil mortes. O Nepal faz parte de um grupo de 
países com histórico forte em tremores, como Chile e Japão. 
Os maiores terremotos já registrados no Brasil foram há 60 anos, em 1955. Um em 
janeiro, na Serra do Tombador, em Mato Grosso, de magnitude 6,2; e o segundo em 
março, na margem continental perto de Vitória (ES), de magnitude 6,1. Por sorte, não 
causaram grandes danos nem vítimas fatais por terem ocorrido em regiões pouco 
habitadas. 
A única morte causada por tremores aconteceu em Itacarambi (MG) em 2007. O 
tremor com magnitude 4,9 matou uma pessoa, que foi atingida pelos destroços de uma 
parede. A última grande ocorrência do gênero foi em fevereiro deste ano, em Confresa 
(MT), com magnitude 4,1. Outros 
Estados que recentemente sofreram abalos foram Rio Grande do Norte, Mato Grosso 
do Sul, Pernambuco, Acre, Amazonas, Ceará e Goiáis. 
No entanto, existem alguns caminhos que colocam o Brasil sob um risco, ainda que 
pequeno, de sofrer consequências sérias em virtude de terremotos. O primeiro é que o 
país já registra uma considerável frequência de tremores de média magnitude nos 
últimos cem anos. Eles seriam capazes de causar grandes danos materiais e humanos 
se ocorressem em grandes cidades. 
O segundo é que a população brasileira continua crescendo, e regiões inabitadas que 
já contaram com tremores podem vir a receber novos terremotos, desta vez com 
maiores chances de causar tragédias. 
"Não podemos descartar a chance de um terremoto de magnitude 4 ou 5 ocorra perto 
de uma cidade atualmente populosa. A sismicidade não se altera em 100 ou 200 anos, 
mas as cidades crescem, a população fica mais exposta e isso sim gera risco", explica 
Marcelo Bianchi, professor do departamento de Geofísica da USP (Universidade de 
São Paulo), uma das três instituições de ensino que integram a rede que mede e 
estuda a sismologia no país. 
Outro problema é que a situação "confortável" do país neste assunto levou a 
construções pouco preparadas para receber terremotos, bem como a falta de preparo 
da população e das equipes de resgate para estes casos."Neste sentido, nas grandes cidades há muitas casas de má qualidade, e um terremoto 
de magnitude 6 em um centro urbano desses poderia provocar mortes e grandes 
danos. O Japão é um país mais preparado que o Brasil, mas mesmo assim em Kobe 
um tremor que nem foi dos maiores destruiu muita coisa", explica Lucas Barros, 
professor de sismologia da UnB (Universidade de Brasília), referindo-se à tragédia de 
1995 que matou 6.400 pessoas. 
Outro fatores que influenciam na periculosidade do tremor são a geologia do solo do 
local afetado quanto mais sedimentado, mais perigoso, a duração do tremor e o horário 
em que ocorreu. "À noite pode ser mais fatal, pois as pessoas estão em casa 
dormindo", destaca Barros. 
USP, UnB e a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) integram uma 
rede que monitora todas as atividades sísmicas do Brasil. A UnB cuida das regiões 
Centro-Oeste e Norte; a USP, das Sul e Sudeste; o Observatório Nacional, das regiões 
litorâneas; e a UFRN, da região Nordeste. 
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Esta rede, que foi criada com recursos da Petrobras, possui 80 estações distribuídas 
por todo o território nacional, mas segundo Barros, está atualmente com falta de 
recursos e mão de obra. "Faltam de oito a dez profissionais para ajudar no nosso 
trabalho", aponta. 
 
Tremores de terra são sentidos pela população em bairros de Caruaru 
Moradora conta que pessoas saíram das casas por medo de uma catástrofe. 
Laboratório de Sismologia registrou dois abalos sísmicos simultâneos. 
 
Por Alessandra Costa Do G1 Caruaru 
Moradores sentiram alguns tremores de terra em bairros de Caruaru, Agreste de 
Pernambuco, na tarde desta terça-feira (3). O Laboratório de Sismologia da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) - responsável pela região 
- comunicou que registrou abalos sísmicos simultâneos e um deles atingiu a magnitude 
de 2.0. 
Várias estações registraram o fenômeno, em Riachuelo, Livramento, Rio Formoso e 
Caruaru. "O evento principal, de magnitude preliminar 2.0, ocorreu às 14:51 UTC 
(11:51, hora local) e foi precedido por um tremor de magnitude 1.6. Um outro evento, 
de magnitude preliminar 1.7, ocorreu às 15:30 UTC (12:30, hora local). (...) Há 
informações, não confirmadas, de que o tremor teria sido sentido em São Caetano e 
Toritama", informa o LabSis/UFRN em nota. 
Pessoas deixaram casas 
O G1 entrou em contato com alguns moradores que ficaram assustados com o evento. 
"Fazia muito tempo que eu não tinha sentido. Estava lavando os pratos e fiquei com 
muito medo. Deixei tudo e corri para o meio da rua. Foram muitas pessoas deixando as 
casas e os prédios, com receio de que algo maior acontecesse", comenta a dona de 
casa Eliene Silva, de 45 anos, que mora no Bairro São João da Escócia. 
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Epicentro dos eventos está representado pela estrela vermelha; o triângulo azul é a 
estação de Caruaru 
(Foto: Divulgação/ LabSis/UFRN) 
 
A doméstica Selma Moura, de 31 anos, afirma que o pai - que tem 64 anos e reside no 
município de Belém de Maria, na Mata Sul - estava na casa dela, no Bairro Cedro, 
quando percebeu o tremor. "Ele até olhou no relógio e faltavam dez minutos para o 
meio dia. E ficou muito abalado. Perguntou o que estava acontecendo. Eu, que já estou 
acostumada, apesar deste ter sido bem forte, expliquei. Ele respondeu: 'Valei-me, meu 
padrinho Cícero, que eu vou embora e nunca mais volto aqui!'. Meu pai retornou para a 
terra dele na mesma hora. Ele nunca tinha passado por isto". Selma Moura acrescenta 
que nenhum objeto foi quebrado, mas que "a laje fez um barulho muito forte". 
A Defesa Civil pede que a população se tranquilize, já que este tipo de fato não 
representa risco de catástrofe. Coordenador da instituição, José Keldari Quintino afirma 
que os abalos são "de baixa proporção, por isso, algumas pessoas percebem o 
fenômeno e outras, não". Segundo a instituição, em último registro, tremor no município 
havia atingido dois graus na Escala Richter. 
 
 
 
 
 
Redes sociais 
O jornalista Vinicius Gomes sentiu tremores em dois bairros. "O primeiro, eu senti no 
quinto andar de um prédio, no trabalho, e pensei que fosse barulho de alguma obra, 
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mas, pouco tempo depois, o pessoal começou a comentar nas redes sociais. Era por 
volta de 11h. O segundo foi ao meio-dia. Nesse, eu já estava no Centro e senti 
também", relata. Ele lembra que a cidade registra há muitos anos os tremores. "Houve 
outros de pequenas escalas, mas a fase de constantes tremores que gerou toda uma 
polêmica foi em 2002, na época da Copa do Mundo", afirma. 
Nas redes sociais, além de relatos de como presenciaram os tremores, internautas 
começaram a brincar com o assunto e a lembrar das lendas que cercam o Monte do 
Bom Jesus. Há quem afirme que este era um vulcão. Em uma página, a contabilista 
Vania Cristina Moura escreveu que "segundo os mais antigos, não é vulcão, nem mina 
de enxofre, nada disso! É só sinal de chuva!" Em contato com o G1, contou: 
"Antigamente uns diziam que Caruaru ia afundar por conta dos tremores e eu morria de 
medo, mas minha mãe repetia o que dizia o meu avô: 'Isso é a terra quente. Quando 
está essa quentura é sinal de que vem chuva'. Coincidência ou não, para a região já 
vem vindo uma chuva boa". 
Altas temperaturas 
Fenômenos do tipo são corriqueiros na história sismológica da localidade, conforme 
explica o físico Neymar Costa, do o LabSis/UFRN. "Nós estamos em uma grande 
placa, a Sulamericana, e toda ela tem falhas geológicas. Ela faz parte de uma camada 
rígida que envolve todo o globo. O magma, a parte líquida, está sob pressão devido às 
altas temperaturas, por isso há movimento no interior da Terra. E as tensões são 
aliviadas através da liberação de energia [resultando nos tremores]. No lineamento 
Pernambuco, por exemplo, há uma grande falha que está sob constante tensão". 
Em nota, o LabSis/UFRN informa que "é impossível prever a evolução da atividade 
sísmica, isto é, se se trata de um espasmo ou se é o início de uma nova fase de 
intensa atividade sísmica, como ocorreu algumas vezes em Caruaru". Sobre a relação 
entre tremores de terra e a falta ou a vinda de chuva, o físico Neymar Costa diz que 
isto pode desencadear o fenômeno dos abalos. Contudo, "são muitos os fatores e não 
se pode precisar, neste caso, se foi por isso. Para se entender, quando o volume de 
um local, aumenta em outro". 
 
CONCLUSÃO: 
 
Para concluirmos o estudo, textualizamos nossos ideais a respeito dos assuntos 
em foco: 
 
Pesquisamos e lemos este importante estudo sobre o relevo brasileiro que 
possui uma gama de acidentes geográficos tais como: Bacias Sedimentares, Planaltos, 
Chapadas, Serras e Depressões. E ao estudamos estes artigos vimos que nosso Brasil 
é um pais muito rico, por possuir uma excelente posição geográfica, importantíssimo 
para agropecuária, atividades florestais, replantio de matas, criação de gados, 
ovinocultura, apicultura, agricultura e desenvolvimento industrial, portuário, aeroviário, 
desenvolvimento do transporte com uma infinidade de modais, etc. 
Por não termos atividades vulcânicas, nosso país é privilegiado para as 
atividades produtivas, e desenvolvimento da indústria e do comercio. 
O nosso território tem baixa atividade sísmica, por isso não sofremos com 
terremotos de escala assustadora. 
A ausência destes fenômenos da natureza, nos ajuda nas atividades cientificas, 
visto que as grande obras de engenharia, tais como estrada, ferrovias, portos, 
aeroportos, canais, tuneis, pontes, adutoras, barragens, hidroelétricas, gasodutos, rios 
subterrâneos (para transposição de águas em tuneis), cidades planejadas, grandes 
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edifícios são projetados e estudados com menor recursos financeiros em seus 
planejamentos, levando-se em consideração os esforços estruturais e uma logística 
aplicada ao Just-in-time das operações de fornecimento de uma grande Supply ChainManagement (SCM), Gestão da Cadeia de Suprimentos, objetivando uma gestão do 
investimento público e retorno eficiente do investimento para a sociedade brasileira. 
Possuímos uma grande reserva petrolífera guardada a mais de 6000m de 
profundidade no mar territorial brasileiro, iniciando na bacia de Campos até o litoral de 
Santa Catarina, o que favorece um dos maiores potencial energético do mundo. 
Somos uns pais, abençoado por Deus, precisamos apenas acreditar no potencial de 
seu povo que nunca desiste desta Pátria amada Brasil, conscientizando nossos jovens 
que farão a politica e o desenvolvimento do futuro, para um trabalho ético, eficiente e 
moral, e que não aceitem mais corrupção no cenário brasileiro. 
 
 
Referências Bibliográficas: 
Geografia do Brasil / Jurandyr L. Sanches Ross (org.) - 6. ed. - SãoPaulo: Editora da 
Universidade de São Paulo, 2009. - (Didática; 3). 
http://professormarcianodantas.blogspot.com.br/2011/09/as-estruturas-e-as-formas-do-
relevo.html Acesso em 08/10/2015 
Artigo de Vivian Azor de Freitas 
http://conhecimentopratico.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/44/artigo262110-
1.asp 
Artigo de Nayla Georgia 
http://www.estudopratico.com.br/vulcoes-no-brasil-fotos-e-informacoes/ 
FRANCISCO, Wagner De Cerqueria E. "Terremotos no Brasil "; Brasil Escola. 
Disponível em <http://www.brasilescola.com/brasil/terremotos-no-brasil.htm>. Acesso 
em 13 de outubro de 2015. http://www.brasilescola.com/brasil/terremotos-no-brasil.htm 
Artigo do professor George Sand, do Observatório Sismológico da Universidade de 
Brasília (UnB). 
http://noticias.terra.com.br/educacao/voce-sabia/qual-foi-o-maior-terremoto-da-historia-
do-brasil,de08c087e60ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html 
Por Alessandra Costa - Do G1 Caruaru 
http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2015/02/tremores-de-terra-sao-sentidos-
pela-populacao-em-bairros-de-caruaru.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autoria: Antonio Carlos S. de Lima 
Falcaouninassau

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