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Aula sobre PROPRIEDADE

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PROPRIEDADE
Profa. Sandra
Propriedade
Direitos reais – relação de domínio
A propriedade é o mais amplo direito do senhorio sobre a coisa, a plenitude dos direitos sobre a coisa.
OCUPAÇÃO
LEI
TRABALHO
NATUREZA HUMANA
Função social da propriedade
Função social é intrínseca ao conceito da propriedade
Art. 1228, §§ 1º,
Propriedade
Elementos constitutivos (art. 1228) – quatro elementos constitutivos da propriedade
Usar 
Gozar ou Fruir
Dispor
Reaver – Direito de sequela
Atos emulativos
Art. 1228, §2º - atos emulativos (atos com propósito de prejudicar o outro), abuso de direito (poderá gerar o dever de indenizar)
Circunstância em que atuo com propósito de prejudicar outrem.
Limites da eticidade, da boa-fé, solidariedade Relações vizinhança de detentor princípio da solidariedade – objetivos fundamental (art. 3º, I, CF/1988).
Usar
Jus utendi – direito de usar – consiste na faculdade do proprietário servir-se da coisa, usando da maneira mais conveniente. 
Uso promovido dentro dos limites legais e de acordo com a função social da propriedade.
Atenção: o proprietário poderá deixar de usar a coisa sem que necessariamente perca esse direito, mantendo-o em condições de serví-lo quando convier.
Gozar ou Fruir
Jus fruendi – direito de gozar ou usufruir – poder perceber os frutos naturais e civis e aproveitar economicamente os seus produtos.
Tudo aquilo que deriva da coisa pode ser percebido e aproveitado. 
Dispor
Jus abutendi – direito de dispor da coisa – poder de transferir a coisa, de gravá-la de ônus real e aliená-la a outrem a qualquer título. Condicionada ao bem estar social (limitação).
É o poder de abusar da coisa, de modificá-la, reformá-la, vendê-la, consumi-la, e até destruí-la. A disposição é o poder mais abrangente.
Poderes 
Exemplo: se eu sou dono de um quadro eu posso pendurá-lo na minha parede (jus utendi), posso alugá-lo para uma exposição (jus fruendi) e posso também vendê-lo (jus abutendi).         
 O dono pode também ceder a terceiros só o uso da coisa (ex: direito real de habitação do 1414); pode ceder o uso e a fruição (ex: usufruto do 1394 e superfície do 1369); pode ceder só a disposição (ex: contrato estimatório do 537). O proprietário tem as três faculdades, já o possuidor tem pelo menos uma dessas três (1196, 1204).
O que é contrato estimatório?
Previsto nos artigos 534 a 537 do Código Civil de 2002, e conhecido por contrato de venda em consignação, o contrato estimatório é aquele em que o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
A propriedade da coisa entregue para venda não é transferida ao consignatário e, após recebida a coisa, este assume uma obrigação alternativa de restituir a coisa ou de pagar o preço dela ao consignante.
Os riscos são do consignatário, que suporta a perda ou deterioração da coisa, não se exonerando da obrigação de pagar o preço, ainda que a restituição se impossibilite sem culpa sua.
Reaver - sequela
Reinvidicatio – direito de reaver a coisa das mãos de quem injustamente a possua ou detenha. Direito de sequela. 
Características
Direito absoluto (oponibilidade erga omnes + mais completo ). Diferente de plenitude, pois encontra limites (limitações do direito de propriedade como função social, fauna, flora, etc). Art. 1228 – §1º limitações.
Direito exclusivo (art. 1231) – é um direito exclusivo por não conceber a existência de dois ou mais direitos proprietários conflitantes sobre o mesmo bem. Não afasta o condomínio que como será visto existe a co-propriedade.
Característica
Perpétuo: a relação dominial não se extingue pelo não-uso ou não exercício, além da mesma ser transmitida causa mortis. Exceções: propriedade resolúvel (art. 1359, CC) e propriedade revogável (art. 1360, CC)
Aderente: proprietário adere a coisa, direito de sequela (art. 1228), próprio aos poderes da propriedade.
Termo e condição
São eventos futuros, elementos acidentais nos atos negociais (podem estar ou não)
Termo: Certo
Ex. contrato de prestação de serviço, a começar na data tal e terminar após dois anos.
Condição: Incertos
Suspensiva: suspende os efeitos do pacto
Resolutiva: acaba com os efeitos do pacto
Propriedade resolúvel
A propriedade é em regra absoluta, exclusiva e perpétua, não se submetendo a termo final nem a condição resolutiva (irrevogável). 
Não obstante, a irrevogabilidade da propriedade, o sistema brasileiro admite em seus artigos 1.359 e 1.360 do CC a possibilidade de resolução proprietária, o que poderá ocorrer por força de lei ou vontade entre as partes.
Propriedade resolúvel
Imprescindível é a expressa declaração de vontade nesse sentido. A resolução pode operar-se em benefício do próprio alienante, de seu sucessor ou de terceiros, pouco importando a pessoa que vai auferir vantagens com ela; o que interessa saber se a propriedade se extingue com implemento do termo ou condição.
Propriedade resolúvel
Resolução pelo implemento da condição ou pelo advento do termo (art. 1.359) 
Operam-se retroativamente (ex tunc) e todos os direitos constituídos em sua pendência se desfazem, como se jamais houvesse existido.
O adquirente (terceiro) de algum bem que pende condição ou termo resolutivo não pode alegar prejuízo, não poderá alegar surpresa, pois consta no título constitutivo da propriedade. Ex. se na compra do imóvel verificou-se que consta pacto de retrovenda (erga omnes).
Apesar de revogável, o proprietário resolúvel pode agir como proprietário pleno.
Propriedade resolúvel
Resolução por causa superveniente (art. 1.360, CC).
Opera-se ex nunc e inter partes.
Ex. Recebi um imóvel em doação e depois alienei, o adquirente será considerado proprietário perfeito, mesmo se posteriormente o doador resolver revogar a doação por ingratidão do donatário (art. 557). Mesmo permitindo-se a revogação não pode prejudicar terceiros, como se trata de causa superveniente, esse não poderia prever (adquirente de boa-fé).
Crítica da doutrina (Clóvis Beviláqua e Orlando Gomes): não se trata verdadeiramente de propriedade resolúvel e sim de propriedade temporária.
Enunciado 508, V JDC
“ A resolução da propriedade, quando determinada por causa originária, prevista no título, opera ex tunc e erga omnes; se decorrente de causa superveniente, atua ex nunc e inter partes.”
Propriedade resolúvel (implemento da condição ou termo)
Poderá, assim, restar resolvida a propriedade:
Fideicomisso (único ato causa mortis);
Retrovenda;
Condição Resolutiva Negocial;
Doação com cláusula de reversão;
Alienação fiduciária em garantia;
Venda feita a estranho, por condômino.
FIDEICOMISSO
Direito das sucessões (arts. 1.951, 1.952 e 1.953)
O testador A (fideicomitente) deixa ao legatário B (fiduciário), sob condição (por sua morte ou dentro de determinado tempo), transmita essa propriedade a C (fideicomissário). A propriedade de B (fiduciário) é revogável (art. 1953).
RETROVENDA
Pacto da retrovenda (no contrato de compra e venda) – o vendedor reserva a si o direito de recobrar a coisa alienada, dentro de determinado prazo, mediante devolução do preço e reembolso das despesas efetuadas com o contrato (art. 505, CC).
O adquirente é proprietário resolúvel, seu domínio extinguir-se-á no momento em que o alienante exercer o direito que se reservou.
Condição Resolutiva
Na venda a contento (art. 509, CC) sob condição resolutiva, ficará desfeita a venda se o bem não for de agrado do adquirente.
O comprador adquire a propriedade da coisa, que lhe é entregue para que ele verifique se ela lhe agrada, e se não lhe for conveniente, será devolvida ao vendedor.
Doação com cláusula de reversão
O doador estipula que a coisa doada retorne aos seu patrimônio, se sobrevier ao donatário, resolvendo a propriedade.
Não se presume, deve ser expressa.
Só em favor do doador.
Alienação fiduciária em garantia
Alienação fiduciária em garantia (próprio bem é a garantia): transferência
feita pelo devedor ao credor da propriedade resolúvel e da posse indireta, garantindo o seu débito, resolvendo-se com o pagamento da dívida (condição resolutiva), põe-se fim à propriedade fiduciária (resolúvel).
“A” pretende comprar “X”, mas como não tem dinheiro financia com “B” (financeira), como garantia de que “A” (fiduciante), possuidor direto, fará o pagamento. “B” (fiduciário) é, portanto, proprietário e possuidor indireto.
Venda feita a estranho, por condômino
Sem respeito ao direito de preferência assegurado aos consortes (da quota na coisa comum indivisível.
 Qualquer consorte pode exercer o seu direito em seis meses, havendo para si a quota vendida e resolvendo-se a propriedade ao adquirente estranho.
Art. 504, CC 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
Adquire-se a propriedade pelo registro de título no Cartório de registro de imóveis, pela usucapião, pela acessão e pelo direito hereditário (arts. 1227, 1238 a 1259 e 1784, CC).
Classificação quanto a sua procedência:
Originária: não há ouve transmissão, não há relação com o domínio atual e o anterior. Ex. usucapião e acessão.
Derivada: houve transmissibilidade de domínio, por ato causa mortis (direito hereditário) ou inter vivos (registro). A título singular (negócios jurídicos e legatário) ou sucessão universal (o proprietário sucede o anterior em todos os seus direitos e obrigações).
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
Diversos modos, nosso código separa propriedade imóvel da móvel, sendo esse critério o mais importante classificação para os direitos reais;
Artigos 79 e 82 – bens móveis e imóveis.
Bens imóveis (de raiz) – maior prestígio
Bens móveis – aumentando sua importância no mundo moderno (mundo dos negócios)
O legislador distingue o modo de aquisição: quanto aos imóveis (arts. 1227 e 1245) são adquiridos pela transferência da propriedade entre vivos mediante o REGISTRO do título translativo no registro de imóveis; quanto aos móveis “só adquirem por tradição” (art. 1226).
Processo de registro arts. 182 e s. da Lei n. 6015.
PROPRIEDADE IMÓVEL
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA 
Três formas fundamentais (arts. 1227, 1238 a 1259 e 1784:
Transcrição do título;
Acessão (artificial ou natural);
Usucapião (ordinária, extraordinária, especial urbana, especial rural, especial familiar e estatutária).
1. Transcrição do imóvel
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Aquisição da propriedade imobiliária
1. Transcrição do título (pura – meramente pela transcrição do título), pelo registro público.
Forma ordinária, que se dá pela transcrição do título aquisitivo na matrícula do imóvel. Aquisição da propriedade jamais se dá por disposição contratual. 
Antes do registro só a mero direito pessoal
Podem ser adquiridos pela via negocial ou pelo exercício do direito do promitente comprador do imóvel, no entanto é necessário o registro.
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1. Transcrição do título
Na matrícula do imóvel por avença entre as partes. 
2. Por direito real (do promitente comprador) à aquisição do imóvel (art. 1.417 e 1.418)
Requisitos: promessa de compra e venda, por instrumento particular ou público (escritura pública), sem cláusula de arrependimento e registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
Adjudicação compulsória – art. 1.418
Sentença judicial de adjudicação
1. Transcrição do título 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóve
ATENÇÃO
Súmula 239 – STJ
O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.
E o requisito do artigo 1.417???
2. Acessão
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I - por formação de ilhas;
II - por aluvião;
III - por avulsão;
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções.
2. Acessão
Poderá ser:
Artificial ou Industrial– emprego de artifício humano, pode ser uma plantação (imóvel ou móvel) ou construção, resultado do trabalho do homem. 
Natural – não se implementa por força humana, e sim por força da natureza, se dá pela incorporação da coisa acessória à principal.
Requisitos:
Conjunção de duas coisas, antes separadas;
Caráter acessório de uma das coisas, em confronto com a outra. A coisa acedida é a principal e a acedente a acessória.
2. ACESSÃO
Dois problemas: atribuição do domínio da coisa acedente à principal e as consequências patrimoniais.
O acessório segue o principal, a aquisição da propriedade da coisa acedente deve operar-se em favor do dono do prédio adere.
Princípio que veda o enriquecimento ilícito, cabe ao proprietário desfalcado indenização que lhe cabe.
2.1 Acessão natural
Aluvião própria e imprópria;
Avulsão 
Álveo abandonado (leito do rio que secou);
Formação de ilhas (1249, CC) 
Atenção!!
Aquisição proprietária por acessão natural só ocorre em rios não navegáveis, pois são estes que estão sob a égide do direito privado. (rio navegável – direito administrativo)
2.1.1 Aluvião	
2.1.1.1 Aluvião Própria: 
	Rio não navegável, acréscimo de porção de terra na margem ribeirinha (zona pela formação de aterros naturais e ações de natureza em geral (não pode ser por ocasião de detonação, escavação). 	Essa porção de terra necessariamente deve ser um aumento: lento, gradativo, imperceptível a olho nu e de causa absolutamente natural.
	Pela força da natureza, não abrupta, partículas de terra vão aderindo-se a margem.
	Vai descobrir só quando for fazer a medição
	Acúmulo de terra na sua margem ribeirinha.
Aluvião própria
2.1.1.2 Aluvião imprópria
Desvio do leito do rio, o rio recua, aumentando a porção de terra daquele terreno ribeirinho, da zona margem, que já estava lá.
Aluvião própria a terra vem, a aluvião imprópria o rio que vai.
Aluvião imprópria
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ALUVIÃO
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
Questão
FCC/ 2010 (ADAPTADO): A acessão natural formada por aluvião própria e fundamentalmente distinta da aluvião imprópria, pois nesse último caso não há acréscimo de terra, mas sim desvio do leito do rio que descobre parte do que era álveo acrescentando em porção de terra ao proprietário do prédio beneficiado.
CERTO
2.1.2 AVULSÃO
Uma grande porção de terra destaca-se de um terreno e vai se fundir em outro.
Força de natureza abrupta, perceptível. 
A avulsão é única circunstância de aquisição de propriedade imobiliária por acessão natural que gera a possibilidade de um pleito indenizatório para que o beneficiário adquira a propriedade. Prédio desfalcado x prédio beneficiado.
2.1.2 AVULSÃO
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono
do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
AVULSÃO
2.1.3 ÁLVEO ABANDONADO
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
2.1.3 ÁLVEO ABANDONADO
O leito do rio é abandonado, divisão da testada, da proporção da frente até o meio do rio. 
Projeção da testada da frente até onde ela se encontra com a linha mediana (do meio).
Não distingue corrente pública ou particular. O art. 26 do Código das Águas declara que pertencerá aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem indenização aos donos dos terrenos por onde a água abrir novo curso (quando acontecimento natural).
2.1.4 FORMAÇÃO DE ILHAS
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; MESMA REGRA ÁLVEO ABANDONADO
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; NÃO ULTRAPASSOU O MEIO
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. DESTACA PORÇÃO DE TERRA FORMANDO NOVO BRAÇO
2.1.4 FORMAÇÃO DE ILHAS
Mesma regra do álveo abandonado;
Linha divisória do meio do leito do rio e projeção da testada do terreno.
2.2 Acessão artificial
Derivam do comportamento ativo do homem (semeadura, plantações e construções de obras).
Art. 1253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Presunção juris tantum.
2.2 Acessão artificial
HIPÓTESES:
Proprietário do imóvel constrói ou planta em terreno próprio com sementes ou materiais alheios. Adquire a propriedade mas fica obrigado a pagar-lhe o valor, responde por perdas e danos se agiu de má-fé (art. 1254)
Dono de sementes ou materiais plantar ou construir em terreno alheio, será indenizado caso de boa-fé (art. 1255). Se exceder consideravelmente o valor do terreno quem edificou ou plantou será proprietário do solo indenizando (fixado judicialmente) (art. 1255, par. único) – desapropriação privada. Só aplicável a construções e plantações novas, e não a melhoramentos (benfeitorias).
Quando o terceiro de boa-fé edifica ou planta com semente de outrem e terreno alheio. Dono da matéria-prima perderá a propriedade mas será indenizado, pelo plantador ou construtor, mas se esse não puder pagar, poderá cobrar do proprietário do solo (art. 1257, par. único)
2.2 Acessão artificial
- Art. 1258 do CC – se a edificação invade o terreno em parte mínima e não lhe prejudica a utilização, o invasor não deve ser condenado a demoli-la, mas apenas a indenizar a área invadida, segundo seu justo valor.
Os requisitos para que ocorra a aquisição da propriedade do solo, conforme dicção do art. 1258 do CC, são:
Que a construção tenha sido feita parcialmente em solo próprio, mas havendo invasão de solo alheio;
Que a invasão do solo alheio não seja superior à vigésima parte deste; 
Que o construtor tenha agido de boa-fé;
Que o valor da construção exceda o da parte invadida;
Que o construtor indenize o dono do terreno invadido, pagando-lhe o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
2.2 Acessão artificial
Construção zona lindeira (art. 1258): prestigia a boa-fé de quem invadiu pequena área 5%, desde que indenize o vizinho
Má-fé, pagará o dobro (pagará décuplo)
2.2 Acessão artificial
Art. 1259 do CC – “se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.”
Conciliação entre o direito do proprietário com o valor do que foi edificado, o acréscimo deverá ser computado no cálculo indenizatório. Sacrifica-se o direito do proprietário que não embargou oportunamente. Má-fé – demolição mais perdas e danos em dobro.
3. USUCAPIÃO
Também chamada de prescrição aquisitiva em confronto com a prescrição extintiva (do não uso e da utilidade social);
Modo originário de aquisição da propriedade e de outros direitos reais (há divergência doutrinária nesse sentido), como não há transmissão, a doutrina majoritária aceita que é modo originário.
Fundamento: Princípio da Utilidade Social, a consolidação da propriedade (posse: fato que unida ao tempo transforma-se em direito)
Lapso temporal de prescrição aquisitiva de um direito (requisito fundamental);
3. USUCAPIÃO
Três grandes espécies: Ordinária, Extraordinária e Especiais (Constitucionais), dividas em rural (pro labore) e urbana (pró-moradia ou pro misero), Familiar, Indígena.
Requisitos Pessoais: exigências em relação ao possuidor há necessidade de que o adquirente seja capaz e tenha qualidade para adquirir o domínio daquela maneira. Não pode ser alegada usucapião (conforme disposto no art. 1244, CC): arts. 197 a 202, CC.
USUCAPIÃO
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
3. USUCAPIÃO
Requisitos Reais: são alusivos aos bens e direitos suscetíveis de serem usucapidos;
Não são objetos de usucapião:
As coisas fora do comércio (pela natureza ou por não serem suscetíveis de apropriação pelo homem, ex. ar, luz solar);
Os bens públicos;
Bens que por razões subjetivas são excluídos, como no caso do condomínio (doutrina e jurisprudência – impossível usucapião contra os outros condôminos)
3. USUCAPIÃO
Requisitos formais: 
Posse ad usucapionem, exercida com animus domini, mansa, pacífica, contínua e pública, durante o lapso prescricional estabelecido em lei;
Animus domini – requisito psíquico;
Mansa e pacífica – sem contestação (mister a passividade do proprietário);
Contínua – sem intermitência ou intervalos.
Todas modalidades exigem: posse mansa, pacífica e contínua.
3. USUCAPIÃO
3.1 Extraordinária – art. 1238, CC
3.2 Ordinária – art. 1242, CC
3.3 Especial
3.3.1 Especial Urbana – art. 1240, CC
3.3.1.1 Urbana individual (art. 9º, Lei 10.257/2001)
3.3.1.2 Urbana coletiva (art. 10 , Lei 10.257/ 2001)
3.3.1.3 Imobiliária Administrativa
3.3.2 Especial Rural – art. 1239, CC
3.3.3 Especial Familiar (+ nova) – art. 1240-A
3.4 Indígena- art. 33, da Lei 6.011/1973
3.1 USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
Concentra no lapso temporal (maior, porque não requer justo título ou boa-fé);
Decisão declaratória (decisão judicial) – fato possessório é que gera, que constitui o direito.
Prazo 15 anos, pode ser reduzido para 10 anos (modalidade reduzida). 
Compreende não só os atributos componentes (art. 1231, CC) quanto também as parcelas, ou seja, os direitos reais sobre coisa alheia (servidão, efiteusa, usufruto, uso, habitação, anticrese, etc.).
No tocante a servidão, art. 1.379, par. único do CC, houve falha no requisito temporal.
3.1 USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
3.1 USUCAPIÃO EXTRORDINÁRIA
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
3.2 USUCAPIÃO ORDINÁRIA
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
3.2 USUCAPIÃO ORDINÁRIA
Além do lapso temporal outros requisitos: justo título (documento capaz de transferir o domínio) e boa-fé.
Justo título – qualquer documento hábil a legitimar a propriedade registrado como: escritura de compra e venda, doação, legado, formal de partilha, etc. Obs. Compromisso de compra e venda (jurisprudência aceita).
Boa-fé – desconhecimento de existência de vício (violência, precariedade ou clandestinidade), não admite meio termo.
3.2 USUCAPIÃO ORDINÁRIA
Parágrafo único – modalidade reduzida - 5 anos
Adquirido onerosamente, registro cancelado (não tenho mais a propriedade)
Sua moradia OU investimentos de interesse social ou econômico
3.3 USUCAPIÃO ESPECIAIS
3.3 Especial
3.3.1 Especial Urbana – art. 1240, CC
3.3.1.1 Urbana individual (art. 9º, Lei 10.257/2001)
3.3.1.2 Urbana coletiva (art. 10 , Lei 10.257/ 2001)
3.3.1.3 Imobiliária Administrativa
3.3.2 Especial Rural – art. 1239, CC
3.3.3 Especial Familiar (+ nova) – art. 1240-A
Buscam a função social da propriedade e justiça social.
3.3.1 USUCAPIÃO ESPECIAL - URBANA 
3.3.1.1 Urbana individual
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados (área construída ou terreno), por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Requisitos:
3.3.1 USUCAPIÃO ESPECIAL - URBANA 
3.3.1.1 Urbana individual (art. 9º, Lei 10.257/2001)
Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
3.3.1 USUCAPIÃO ESPECIAL - URBANA 
3.3.1.2 Urbana coletiva (art. 10 , Lei 10.257/ 2001)
Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
Obs. Regularização das favelas
3.3.1 USUCAPIÃO ESPECIAL - URBANA 
3.3.1.2 Urbana coletiva (art. 10 , Lei 10.257/ 2001)
Art. 10. 
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis.
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas.
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio.
§ 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes.
3.3.1 USUCAPIÃO ESPECIAL - URBANA 
3.3.1.3 Imobiliária Administrativa
Lei n. 11.977/2009 – criou o programa Minha Casa Minha Vida
Art. 59. A legitimação de posse devidamente registrada constitui direito em favor do detentor da posse direta para fins de moradia. (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1o A legitimação de posse será concedida aos moradores cadastrados pelo poder público, desde que: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.424, de 2011)
I - não sejam concessionários, foreiros ou proprietários de outro imóvel urbano ou rural; (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
II - não sejam beneficiários de legitimação de posse concedida anteriormente. (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
III - (revogado).
§ 2o A legitimação de posse também será concedida ao coproprietário da gleba, titular de cotas ou frações ideais, devidamente cadastrado pelo poder público, desde que exerça seu direito de propriedade em um lote individualizado e identificado no parcelamento registrado. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
3.3.2 USUCAPIÃO ESPECIAL - RURAL
Art.
1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano (função social), possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural (critério tributário é o mais adequado) não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
5 anos de posse, mansa pacífica e contínua;
Não tenha outro imóvel;
Trabalho (do possuidor e família) + moradia;
Zona rural;
Não superior a 50 hectares.
3.3.3 USUCAPIÃO ESPECIAL - FAMILIAR
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. (NÃO PODE TER OUTRO IMÓVEL)
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Modos terminativos da propriedade imóvel:
Voluntários
Alienação (art. 1275, I)
Renúncia (art. 1275, II)
Abandono (arts. 1275, III e 1276, §§ 1º e 2º)
Involuntários
Perecimento do imóvel (art. 1275, IV)
Desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou interesse social (arts. 5º, XXIV, 182 §§ 3º e 4º, III, 184, §§ 1ª a 5ª, CF; art. 1275, V, 1228, §3º, 1ª parte, CC).
Desapropriação judicial baseada na posse pro labore ou posse do trabalho (art. 1228, §§ 4º e 5º).
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Além desses poderemos acrescentar:
A usucapião (arts. 1238 a 1244) – perda para o antigo dono
A acessão (arts. 1248 a 1259) – perda do proprietário que sofre as consequências da acessão
O casamento sob regime de comunhão universal de bens
O implemento do termo ou condição resolutiva na propriedade resolúvel
O confisco (cultura ilegal de plantas psicotrópicas, art. 243, CF)
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
1. Alienação – o titular do direito real de propriedade, por ato volutivo, transmite o seu direito sobre a coisa a outra pessoa.
Concomitantemente há perda e aquisição.
Atenção!!!
O contrato cria a obrigação (art 481, CC); Negócio jurídico não transfere bem imóvel (e nem móvel).
Alienação de bens imóveis concretiza-se assento de título aquisitivo no cartório de registro de imóveis (art. 1227, 1275 par. único)
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
2. Renúncia: o titular do direito real da propriedade, por ato unilateral de vontade, abre mão de seu direito sobre a coisa, acarretando a perda do direito real de propriedade em favor de terceiro, que não precisa manifestar sua aceitação. Só será válida desde que não cause prejuízos a terceiros. Ex. credores.
Os efeitos dependem do registro (CC, 1227 e parágrafo único, 1275)
Atenção! Não é doação!!! Difícil de ocorrer, mas tem se manifestado no direito das sucessões.
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
3. Abandono: imprescindível que haja a intenção de abdicar do direito, simples negligência ou descuido não caracterizam. 
O imóvel urbano abandonado que não se encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado com bem vago, sendo passados três anos depois para a propriedade no Município ou DF (art. 1276, caput) na zona urbana, e para União no caso da zona rural (art. 1276, §1º);
Presunção absoluta (juris et de jure) de abandono: art. 1276, § 2º
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Enunciado n. 242, III JDC:
“A aplicação do artigo 1276 depende do devido processo legal, em que seja assegurado ao interessado demonstrar sua posse”.
Enunciado n. 243, III JDC:
“A presunção de que trata o § 2º do artigo 1276 não pode ser interpretada de modo a contrariar a norma-princípio do art. 150, IV, da Constituição da República”.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
4. PERECIMENTO DO IMÓVEL (art. 1275, IV)
Ato involuntário resultante de acontecimentos naturais (terremoto, raio, incêndio, etc); ou no caso voluntário do titular do domínio como no caso de destruição.
Perda irreparável e definitiva do imóvel.
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
5. Desapropriação administrativa (art. 1275, V; 1228, § 3º, 1ª parte)
Modalidade especial por pertencer à seara do direito público. 
Ato unilateral de direito público que cessa a relação jurídica dominial para o proprietário e gera transferência do imóvel para o patrimônio público, não constitui negócio jurídico.
Desapropriação de imóvel rural que não esteja cumprindo a função social, quando objetivar a realização da justiça social através da reforma agrária;(arts. 5º, XXIV, 182, §§3º e 4º, 184, §§1º a 5º, 185, I e II, CF). Prédio urbano, com prévia e justa indenização em dinheiro (art. 182, §3º, CF). Poder Público Municipal exigir do proprietário de solo urbano não edificado dar aproveitamento adequado sob pena de desapropriação (art. 184, §4º, III). Poder para União interpor ação de desapropriação para fins de reforma agrária (art. 184);
Casos de utilidade pública (art. 1228, § 3º, CC)
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
6. Requisição
Ato pelo qual o Estado, em proveito do interesse público, obriga alguém a prestar-lhe um serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso da coisa, obrigando-se a indenizar os prejuízos. 
Art. 1228, §3º, segunda parte
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Diferenças entre desapropriação e requisição:
A desapropriação refere-se somente a bens, ao passo que a requisição, a bens e serviços;
A desapropriação é volvida à aquisição da propriedade. A requisição preordena-se ao uso dela.
A desapropriação é por necessidade permanente da coletividade, a requisição por necessidade transitória.
A desapropriação para efetivação é necessário acordo, na falta dele procedimento judicial; a requisição é auto-executória.
A desapropriação é sempre indenizável (prévia e em dinheiro; exceto nas hipóteses dos arts. 182, §4º, III e 184 da CF), a requisição pode ser indenizada a posteriori e nem sempre é obrigatória.
Art. 1228, § 3º, primeira parte – desapropriação; segunda parte - requisição
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
6. Desapropriação judicial baseada na posse pro labore
Art. 1228, §§4º e 5º
Há doutrinadores que acham eu se trata de “usucapião onerosa”, majoritariamente acham “desapropriação judicial” pela posse qualificada, ante a colisão: Princípio da função social x Direito de propriedade, privilegiando o primeiro.
Segundo Miguel Reale trata-se de inovação substancial, fundada na função social da propriedade, dano proteção especial a posse-trabalho. Essa posse qualificada é enriquecida com o valor trabalho, número de pessoas, obras realizadas, etc. 
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Enunciado n. 309 
“O conceito de boa-fé deque trata o art. 1201 do CC não se aplica ao instituto previsto no art. 4º do art. 1228.”
Enunciado n. 306
“A situação descrita no §4º do art. 1228 ensejará a improcedência do pedido reivindicatório” (o proprietário terá direito a indenização)
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Enunciado 308
Art.1.228. A justa indenização devida ao proprietário em caso de desapropriação judicial (art. 1.228, § 5°) somente deverá ser suportada pela Administração Pública no contexto das políticas públicas de reforma urbana ou agrária, em se tratando de possuidores de baixa renda e desde que tenha havido intervenção daquela nos termos da lei processual. Não sendo os possuidores de baixa renda, aplica-se a orientação do Enunciado 84 da I Jornada de Direito Civil (pelo réus). 
Obs. Imóvel rural – União; Urbano - Município
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Enunciado 311
Caso não seja pago o preço fixado para a desapropriação judicial, e ultrapassado o prazo prescricional para se exigir o crédito correspondente, estará autorizada a expedição de mandado para registro da propriedade em favor dos possuidores.

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