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CQ027 – Fundamentos de Química Estrutural Turma: Geologia Prof. Jackson Gois Aula 7 – Estrutura do átomo O ÁTOMO MODERNO • O modelo atual do átomo está fundamentado no de Rutherford. Acreditamos que o átomo seja composto de duas regiões: • (1) um núcleo minúsculo compreendendo toda a carga positiva e praticamente toda a massa do átomo, e • (2) uma região extra-nuclear (alguma coisa em volta do núcleo), que é principalmente um espaço vazio, onde estão distribuídos os elétrons. • É importante perceber como o núcleo é extremamente pequeno em comparação com o restante do átomo. Do que o núcleo é composto? • Em 1914, Rutherford demonstrou a existência de uma partícula que tem uma massa muito maior do que o elétron e tem a carga igual em grandeza à de um elétron, mas de sinal oposto, isto é, positivo ao invés de negativo. • Rutherford sugeriu que a carga positiva de um núcleo atômico deve-se à presença de um número destas partículas, que em 1920 ele denominou prótons. Rutherford concluiu que, embora os prótons contivessem toda a carga do núcleo, eles sozinhos não podem compor sua massa. • O problema da massa extra foi resolvido quando, em 1932, o físico inglês J. Chadwick descobriu uma partícula que tinha aproximadamente a mesma massa de um próton, mas não era carregada eletricamente. Por ser a partícula eletricamente neutra, Chadwick a denominou de nêutron. • O núcleo de muitos átomos contém ambas as partículas: prótons e nêutrons, chamados núcleons (exceção = H). Um próton tem uma carga de +1, um elétron de -1, e um nêutron de 0. • Podemos descrever um átomo como apresentando um núcleo central, que é pequeníssimo, mas que contém a maior parte da massa do átomo e é circundado por uma enorme região extranuclear contendo elétrons (carga -1). • O núcleo contém prótons (carga +1) e nêutrons (carga 0). O átomo como um todo não tem carga devido ao número de prótons ser igual ao número de elétrons. • A soma das massas dos elétrons em um átomo é praticamente desprezível em comparação com a massa dos prótons e nêutrons. • Um átomo individual (ou seu núcleo) é geralmente identificado especificando dois números inteiros: o número atômico Z e o número de massa A. • O número atômico Z é o número de prótons no núcleo. • O número de massa A é o número total de núcleons (prótons mais nêutrons) no núcleo. • Todos os átomos de um dado elemento têm o mesmo número atômico, porque todos têm o mesmo número de prótons no núcleo. Por esta razão, o índice inferior representando o número atômico é algumas vezes omitido na identificação de um átomo individual. Por exemplo, em vez de escrever • 16 O 8 • , é suficiente escrever • 16 O • , para representar um átomo de oxigênio 16 ISÓTOPOS • Átomos de um dado elemento podem ter diferentes números de massa e, portanto, massas diferentes porque eles podem ter diferentes números de nêutrons em seu núcleo. • Como mencionado, tais átomos são chamados isótopos. Como exemplo, considere os três isótopos de oxigênio de ocorrência natural: 16 O 8 , 17 O 8 , 18 O 8 . • Cada um destes tem 8 prótons no seu núcleo (Isto é o que faz com que seja um átomo de oxigênio.). Aplicações de Isótopos em Geologia • Cinética de decaimento radioativo. • Na série U-Pb o primeiro passo é o mais lento, sendo possivel caracterizar a transformação como de primeira ordem. • Presença de H2O nos oceanos e continente. • H2O 18 é 11% mais pesado do que com o isótopo 16 do O. • O resultado é que a evaporação dessa substância é ligeiramente mais difícil que a substancia mais leve. • Resultado (conata, meteórica, jovem): • Oceanos? • Continente ? MASSAS ATÔMICAS • Cada isótopo também apresenta (A - Z) nêutrons, ou 8, 9 e 10 nêutrons, respectivamente. Devido aos isótopos de um elemento apresentar diferentes números de nêutrons, eles têm diferentes massas. • As massas atômicas são normalmente expressas em unidades de massa atômica (u). Uma unidade de massa atômica (1 u) é definida como sendo exatamente um doze avos da massa de um átomo de 12C6, o mais comum isótopo de carbono. • Isto equivale a especificar o valor 12 u como sendo a massa de um átomo de 12C6, e as massas de todas os outros átomos são expressas relativamente à massa deste átomo. ABUNDÂNCIA ISOTÓPICA • A maioria dos elementos é encontrada como uma mistura de isótopos. • O boro, por exemplo, ocorre na natureza como uma mistura de 19,9% de átomos de 10B5 e 80,1% de átomos de 11B5. • As porcentagens citadas são percentagens em números, isto é, de cada 100 átomos de boro, 19,9 são 10B5 e 80,1 são 11B5. • As abundâncias relativas dos isótopos de um elemento variam ligeiramente, dependendo da origem da amostra, mas tais variações são normalmente muita pequenas. • As massas e abundâncias isotópicas são atualmente determinadas por meio de uma técnica denominada espectrometria de massas. • O espectrômetro de massa é um descendente do dispositivo empregada por J. J. Thomson para determinar a relação carga/massa do elétron. • Numa versão moderna desse instrumento, os átomos são primeiramente transformados em íons positivos, e ionizados por meia de um bombardeio por elétrons de alta energia. • Estes elétrons removem alguns dos elétrons na região extranuclear dos átomos, e os íons positivos resultantes são acelerados por um campo elétrico. • Um campo magnético então desvia o caminho de um feixe luminoso de íons com um ângulo que depende da relação carga/massa dos íons no feixe luminoso. • Se a amostra original consiste em uma mistura de isótopos, então o feixe de íons é separado em uma série de feixes, cada um contendo íons com uma relação carga-massa específica. • Os feixes podem então ser individualmente detectados ou por meio de um filme fotográfico (num espectrógrafo de massa) ou por um detector de íons eletrônico (num espectrômetro de massa). • (a) Diagrama esquemático: é demonstrada a separação de três isótopos do neônio. Átomos de neônio tomam-se ionizados pelo impacto com elétrons. Estes íons são então acelerados e passam através de fendas em duas placas metálicas que são carregadas negativamente, a segunda mais fortemente que a primeira. Eles então entram no campo magnético. O percurso dos íons 20N+ é o mais desviado pelo campo magnético e o dos íons 22Ne+ é o menos desviado. A voltagem nas fendas é aumentada gradativamente para provocar a passagem dos feixes de íons Ne+ um por um, através do detector de íons que está conectado a um registrador. • (b) Espectro de massa do neônio: os três isótopos de neônio deixam seus picos num gráfico desenhado no papel do registrador. Pelas alturas destes três picos podem ser calculadas as abundâncias relativas: 90,92% de 20Ne; 0,257% de 21Ne; e 8,82% de 22Ne. A DETERMINAÇÃO DE MASSAS ATÔMICAS • A massa atômica de um elemento é calculada pele média das massas dos isótopos deste elemento. A média precisa ser ponderada para levar em conta a abundância relativa dos isótopos. O método de cálculo é ilustrado no seguinte problema. • Exemplo: O cobre ocorre na natureza como uma mistura isotópica de 69,09% de 63Cu (massa = 62,93 u por átomo) e 30,91 % de 65Cu (massa= 64,95u por átomo). Qual é a massa atômica do cobre? Solução: • Resolvemos este problema achando a massa média de algum número, por exemplo, 100, de átomos de cobre. Como 100 átomos de Cu consistem em 69,09 átomos de 63Cu e 30,91 átomos de 65Cu; a massa total destes 100 átomos de cobre é: • (69,09 átomos)(62,93 u átomos-1) + (30,91 átomos)(64,93 u átomos-1) = 6355 u • A massa média de um átomo de cobre é, portanto, • 6355/100 = 63,55 u/átomo Problema • O enxofre é encontrado na terra com uma mistura isotópica de 95,02% de 32S (massa = 31,972 u por átomo), 0,75% 33S (massa = 32,972 u por átomo), 4,21% 34S (massa = 33,968 u por átomo) e 0,02% de 36S (massa = 35,967 u por átomo). Qual é a massa atômica do enxofre? CUIDADO! • Devemos ser cuidadosos para não confundir número de massa com massa atômica. • Um número de massa é sempre um número inteiro por representar o número de partículas no núcleo. • Em contraste, a massa atômica de um elemento é a massa média das massas de todos os seus isótopos de ocorrência natural. • Esta é expressa em u e indica a massa do "átomo médio" de um elemento, relativa à do átomo de 12C, que tem uma massa de 12 u. • As massas atômicas não são números inteiros. ELÉTRONS EM ÁTOMOS • Assim que o modelo atômico de Rutherford foi aceito, o mundo científico começou a perguntar: O que fazem os elétrons? • O próprio Rutherford primeiramente sugeriu que o átomo tinha uma estrutura planetária, com o núcleo correspondendo ao sol em nosso sistema solar e os elétrons aos planetas que se movem por um espaço vazio em órbitas fixas. • Tal modelo da estrutura atômica certamente é atraente: objetos em movimento tendem a descrever uma trajetória em linha reta (primeira lei do movimento de Newton), mas um objeto descrevendo uma órbita requer que uma força atue neste para mantê-lo em contínua trajetória curva. • A atração da força da gravidade proveniente do sol mantém a Terra em sua órbita e é fácil imaginar que a atração elétrica do núcleo carregado positivamente mantém um elétron carregado negativamente em órbita. • Contudo, o próprio Rutherford reconheceu que havia uma imperfeição neste simples modelo planetário. O DILEMA DO ÁTOMO ESTÁVEL • Imagine que você está olhando para um átomo de hidrogênio tão ampliado que possa ver seu núcleo e, bastante distante deste, seu único elétron. Existem apenas duas possibilidades do estado de movimento do elétron: ou ele está • (1) estacionário, ou está • (2) em movimento. Possibilidade 1 • (o elétron está parado): se o elétron não estivesse em movimento, apenas "sentado" na região extranuclear, então, de acordo com a física clássica, a atração entre o núcleo carregado positivamente e o elétron carregado negativamente provocaria a movimentação do elétron em direção ao núcleo, o que aconteceria (cálculos mostram) em uma pequena fração de segundo. • Em outras palavras, o elétron deixaria a região extranuclear e "cairia" no núcleo. Se este é o comportamento de todos os elétrons em átomos, então todos os átomos tenderiam a um colapso quase imediatamente. De fato, o universo inteiro entraria num colapso. • Uma vez que isto obviamente não aconteceu, rejeitamos este modelo absurdo do átomo. Possibilidade 2 • (o elétron está em movimento): agora, considere a alternativa do modelo do elétron em movimento. Desde que o elétron é parte do átomo, este precisa descrever algum tipo de trajetória em tomo do núcleo - sua órbita. • O modelo planetário simples considerado brevemente por Rutherford é um exemplo desse tipo de modelo. Em tal modelo, a direção do movimento do elétron precisa constantemente mudar para permanecer na sua órbita sem escapar do núcleo. • Entretanto, Rutherford estava bem ciente de que, de acordo com a física clássica, quando uma partícula carregada experimenta uma mudança na direção de seu movimento (uma forma de aceleração), esta emite energia radiante. • De um átomo com um elétron orbitando espera-se que ele emita energia continuamente, mas nem sempre isto é observado. • Ou, pior ainda, se o elétron perdesse energia por radiação, cairia lentamente e alteraria o raio de sua órbita, e sua distância ao núcleo diminuiria. • Em outras palavras, com esta perda de energia, o elétron espiralaria para o núcleo, e como com o modelo do elétron estacionário, os cálculos mostram que isto aconteceria em uma pequena fração de segundo. • Assim, obtém-se a mesma conclusão absurda: o colapso do átomo, e por isso todos os elétrons em todos os átomos do universo apresentariam o mesmo comportamento. • Rutherford conclui, assim como nós também devemos concluir, que o modelo planetário do elétron em movimento também é incorreto. • Estas conclusões apresentaram realmente um dilema para os cientistas do início do século XX. Qualquer uma das alternativas de um elétron em movimento ou parado em um átomo conduz a conclusões inconsistentes com a realidade. • Neste ponto, você pode começar a pensar que deve haver algo errado com a física clássica usada por Rutherford e outros para dispor as duas alternativas para o movimento do elétron e isto, de certo modo, é correto. • Hoje sabemos que há algo de errado com a física clássica, tanto que ela não é adequada para descrever o que ocorre em escala atômica. • As leis da física clássica são excelentes para descrever o movimento de objetos grandes, de galáxias a mosquitos, mas são completamente insatisfatórias quando aplicadas a partículas tão pequenas quanto elétrons. • A primeira tentativa importante para desenvolver um novo modelo atômico não clássico foi feito por Niels Bohr, um físico dinamarquês. Embora seu modelo não fosse um sucesso completo e tenha sido efetivamente descartado após 20 anos, ele introduziu alguns conceitos revolucionários que conduziram finalmente ao desenvolvimento do modelo moderno da estrutura atômica. • Bohr percebeu que a elucidação da estrutura atômica seria encontrada na natureza da luz emitida pelas substâncias a temperaturas altas ou sob influência de uma descarga elétrica. • Mais especificamente, Bohr acreditava que esta luz era produzida quando elétrons nos átomos sofriam alterações de energia. ENERGIA RADIANTE • A energia radiante também chamada de energia eletromagnética percorre 3,00 x 108metros por segundo no vácuo. Tal energia apresenta movimento ondulatório e sua passagem direta no espaço é semelhante em alguns aspectos à passagem de uma onda sobre a superfície da água. • Uma onda de água é caracterizada pela sucessão de cristas alternadas (pontos altos) e calhas (pontos baixos). • A freqüência de uma onda é geralmente representada pela letra grega υ(nu) e corresponde ao n úmero de cristas (ou de calhas) que passam num dado ponto por segundo. • O comprimento da onda é representada por λ (lambda) e corresponde à distância entre cristas sucessivas. • O produto da freqüência e comprimento de onda é igual à velocidade v da onda, ou • Analogia: um trem de carga de carros passa por um cruzamento. Você poderia calcular a velocidade do trem pelo produto da freqüência dos carros que passa (quantos carros passam por segundo)vezes o comprimento de cada carro. A freqüência vezes o comprimento é igual à velocidade. • A energia radiante inclui luz visível, radiação infravermelha e ultravioleta, ondas de rádio, microondas, raios X e outras formas que deslocam-se via ondas eletromagnéticas. • Uma onda eletromagnética é a combinação da oscilação dos campos elétricos e magnéticos percorrendo o espaço. • A forma de cada onda é semelhante à de uma onda senoidal, e a freqüência, o comprimento e a velocidade estão todos relacionados, como no caso de uma onda de água. • Como a velocidade de todas as ondas eletromagnéticas (freqüentemente referida à velocidade da luz) é uma constante, pelo menos no vácuo, ela é designada por c. Espectro contínuo e de linhas. As séries de linhas espectrais formadas por cada elemento são uma característica daquele elemento e podem ser usadas como uma "impressão digital” para identificação em laboratório. Esse espectro mostra somente a região visível do espectro eletromagnético. Uma onda de água. Uma bóia de pescador flutua e não é levada ao longe com a onda, ao contrário, esta bóia sobe e desce quando a onda passa. A distância entre dois pontos quaisquer comparáveis em uma onda é chamada comprimento de onda λ. Como a cada comprimento de onda que passa corresponde um balanço da bóia, o produto do número de balanços por segundo (a freqüência υ) pelo comprimento de onda é igual à distância percorrida pela onda em um segundo, a velocidade de onda, ou υλ= v. • O intervalo de freqüências eletromagnéticas e correspondentes comprimentos de onda estão representados na figura. • O espectro visível é a banda estreita de comprimento de onda que nossos olhos são capazes de detectar. Dentro do espectro visível, vemos ondas de comprimento curto como o violeta e ondas de comprimento longo como o vermelho. • Na figura as freqüências estão indicadas em unidades de hertz (Hz), o que corresponde a ciclos por segundo, ou s-l (lê- se "inverso de segundo" ou "por segundo"). • Os comprimentos de onda são indicados em metros, exceto para o espectro visível, onde eles são indicados em nanômetros (1 nm = 10-9m). ESPECTROSCOPIA ATÔMICA • A luz branca é composta de uma mistura de ondas eletromagnéticas de todas as freqüências do espectro visível, abrangendo o violeta profundo (aproximadamente 400 nm) para o vermelho profundo (aproximadamente 700). • Essa mistura de ondas pode ser separada usando um prisma ótico, que não só desvia o raio da luz (chamado de refração ) , mas também desvia a luz de diferentes comprimentos, de quantidades diferentes (dispersão.). • A Figura mostra um raio de luz branca sendo refratado e disperso por um prisma em uma continuidade de cores. Tal espectro é chamado espectro contínuo. • O processo de obtenção de um espectro é conhecido como espectroscopia. • Ondas eletromagnéticas. (a) Comprimento de onda λ, longo e baixa freqüência υ. • (b) Comprimento de onda λ, curto e alta freqüência υ. • (c) Mesmo comprimento de onda e freqüência como em b, mas baixa amplitude A. • Em cada caso a velocidade c da onda é a mesma, e υ λ = c. • Quando eletricidade passa através do gás hidrogênio (em um arco elétrico ou uma faísca), ou quando o gás é aquecido a uma alta temperatura, o hidrogênio emite luz. Entretanto, quando sua luz atravessa um prisma, o resultado não é um espectro contínuo. • Ao contrário, uma linha espectral é produzida, ou seja, um conjunto de linhas distintas, cada uma produzida pela luz de um comprimento de onda discreta. • As séries de linhas mostradas na figura são encontradas na região visível do espectro e são chamadas de séries de Balmer (por causa do físico suíço J. J. Balmer, que as estudou em 1885). Esta é uma das várias séries de linhas espectrais que podem ser obtidas do hidrogênio; outras séries são encontradas nas regiões ultravioleta e infravermelha do espectro eletromagnético. • Por muitos anos, pesquisadores estudaram a linha espectral obtida do hidrogênio e outros elementos pesquisados para um indício da origem do espectro. • No fim do século XIX, descobriu-se que os comprimentos de ondas da luz responsáveis pelas linhas nas séries de Balmer do hidrogênio estão relacionados pela equação: • Onde λ é o comprimento de onda e n é um número inteiro, maior ou igual a 3. R é uma constante chamada constante de Rydberg, que tem o valor 1,0974 x 10-2 nm-1. Pela substituição de diferentes valores de n (3, 4, 5, 6 etc.) na equação, pode-se obter comprimentos de onda de todas as linhas espectrais nas séries Balmer. • O espectro da luz branca de um filamento incandescente de uma lâmpada. As cores da tela formam uma banda contínua que vai do violeta para o vermelho. • O espectro de linhas do hidrogênio, série Balmer. • Como já foi mencionado, outras séries de linhas espectrais podem ser obtidas do hidrogênio; isto inclui as séries de Lyman no ultravioleta e as séries de Paschen no infravermelho. • Os comprimentos de onda das linhas em cada uma dessas séries também podem ser obtidos da equação que gera os comprimentos de onda de todas as linhas naquelas séries. • As equações diferentes (para as diferentes séries) podem ser combinadas em uma única relação simples, algumas vezes chamada equação de Rydberg: • Onde n 2 > n 1. Pela substituição integral para n 1 e n 2 pode-se usar esta equação para obter os comprimentos de todas as linhas em cada série no espectro do hidrogênio. Por exemplo, os comprimentos de onda das linhas nas três séries citadas são obtidos por substituição, como a seguir: • Por muitos anos, o mundo científico não foi capaz de oferecer uma explicação para o sucesso desta relação; o trabalho de Bohr (a seguir) produziu finalmente algum discernimento em seu significado. Por que tanta preocupação em torno de espectros? • Principalmente porque a existência dos espectros de linhas fornece a mais importante prova experimental para o modelo atômico de Bohr e, ultimamente, para, o modelo atual. • Os experimentos de Rutherford, Geiger e Marsden mostraram, de maneira geral, a localização dos elétrons no átomo, mas esta informação criou um novo problema: como pode um átomo nuclear ser uma partícula estável? • Os físicos clássicos pareciam incapazes de encontrar a resposta. Para encontrar a solução do problema, Bohr inspirou-se na existência do espectro de linhas do hidrogênio e de outros elementos e pela forma matemática de Rydberg, O ÁTOMO DE BOHR • Em 1913, Bohr refletiu sobre o dilema do átomo estável. Ele imaginou que deveriam existir princípios físicos ainda desconhecidos que descrevessem os elétrons nos átomos. • Embora se tenha demonstrado que a teoria de Bohr apresenta sérias imperfeições, Bohr foi suficientemente corajoso para questionar a física clássica e seu trabalho encorajou outros a descobrirem porque a física clássica é falha para partículas pequenas. • Bohr começou admitindo que um gás emite luz quando uma corrente elétrica passa através deste, devido aos elétrons em seus átomos primeiro absorverem energia da eletricidade e posteriormente liberarem aquela energia naforma de luz. • Ele imaginou, contudo, que a radiação emitida é limitada para um certo comprimento de onda. Havia somente uma explicação racional para os discretos comprimentos de onda; ele deduziu que, em um átomo, um elétron não está livre para ter qualquer quantidade de energia. • Preferencialmente, um elétron em um átomo pode ter somente certas quantidades específicas de energia; isto é, a energia de um elétron em um átomo é quantizada . • Logo no início do século XX, os físicos alemães Max Planck e Albert Einstein mostraram independentemente que todas as radiações eletromagnéticas comportavam-se como se fossem compostas de minúsculos pacotes de energia chamados fótons . Eles mostraram que cada fóton tinha uma energia que é proporcional à freqüência da radiação: • Desta equação, podemos ver que um fóton de energia eletromagnética tem sua energia e comprimento de onda relacionado em uma proporcionalidade inversa. (Lembre-se: h e c são ambas constantes.) • Bohr descreveu a origem do espectro de linha como segue: de todos os valores de energias quantizadas, um elétron em um átomo pode ter Somente um valor de energia. • Ele estabeleceu que um átomo tem um conjunto de energias quantizadas, ou níveis de energia, disponível para seus elétrons. • Posteriormente, só um certo número de elétrons pode ter energia particular, isto é, cada nível de energia tem uma "população" máxima de elétrons. • Um átomo está normalmente em seu estado fundamental, o estado no qual todos os seus elétrons estão nos níveis de energia mais baixos que lhes são disponíveis. • Quando um átomo absorve energia de uma chama ou descarga elétrica, alguns de seus elétrons ganham energia e são elevados a um nível de energia maior. • O átomo é agora dito estar em um estado excitado. Alguns dos níveis de energia mais baixos ficam livres e, assim, um elétron pode cair de um nível mais alto, designado por (E2) para um nível de energia mais baixo, (E1). • Quando isto acontece, a energia é liberada do átomo em uma quantidade igual a (E2) - (E1) isto é, a diferença entre as duas energias do elétron. • De acordo com Bohr, a energia é liberada na forma de fóton de radiação eletromagnética. • Agora, aqui está a parte importante: desde que os níveis mais alto e mais baixo de energia sejam ambos quantizados, a diferença de energia entre eles precisa também ser quantizada, como precisa ser a energia de um fóton de energia eletromagnética irradiada quanto o elétron cai de um nível mais alto para outro mais baixo quantizado. • Finalmente, isto significa que, devido à relação simples entre a energia e o comprimento de onda de um fóton [Equação (5.3)], o comprimento de onda da radiação precisa também ser quantizado. O que Bohr disse sobre o que os elétrons estão fazendo nos átomos? • Ele propôs o modelo planetário modificado no qual cada nível de energia quantizado corresponde a uma órbita eletrônica circular, específica e estável com raio quantizado. • (Outros mais tarde estenderam o modelo original de Bohr a órbitas elípticas). • De acordo com Bohr, órbitas de raio grande correspondem a níveis de energia alto. Por razões que se tornarão evidentes mais tarde, entretanto, o aspecto do modelo planetário de Bohr é uma de suas características mais fracas. • Por esta razão, não falamos mais de elétrons percorrendo órbitas ao redor do núcleo. • Como Bohr encarou o fato de que elétrons em átomos não irradiam energia continuamente, o que causaria o colapso no átomo? • Em primeiro lugar, desde que a energia de um elétron é quantizada, a radiação contínua não é possível. (A energia de um elétron teria de variar continuamente para que o elétron fosse capaz de perder energia continuamente). • Em segundo lugar, Bohr foi capaz de mostrar que a menor energia utilizável para um elétron não é zero. Ele interpretou isto como significando que há um tamanho mínimo permitido para a órbita de um elétron. (Acreditamos hoje que, embora os conceitos de órbitas de Bohr sejam incorretos, há realmente uma energia mínima constante, maior do que zero, que um elétron pode ter). • De acordo com Bohr, os átomos não entram em colapso porque um átomo não pode ter menos energia do que apresenta no seu estado fundamental.
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