Buscar

Soluções de controvérsias no Mercosul

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO MERCOSUL
INTRODUÇÃO
Para a solução de controvérsias em âmbito internacional, adotou-se primeiramente a ideia do não uso da força para dirimir tais conflitos.
Cone Sul, em 1990, seguiu este exemplo, optando por meios não jurisdicionais para à composição da lide, inicialmente por intermédio de negociações diretas e a posteriori, pela analise do Grupo Mercado Comum.
Na solução de controvérsias no Mercosul entre estados partes, as negociações diretas caracterizam-se por ser procedimento pelo qual as partes, sem intervenção de terceiros, negociam entre si em beneficio da diluição de desavenças instauradas na esfera regional.
A negociação direta se conclui diante da desistência ou renúncia, de uma das partes àquilo que pretendia, pela aquiescência ou submissão, quando se reconhece a legitimidade da pretensão alheia, instante que os autores, reciprocamente, cedem parcelas de suas aspirações.
1 SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO MERCOSUL ENTRE ESTADOS PARTE
As negociações diretas
As negociações diretas caracterizam-se por ser procedimento pelo qual as partes, sem intervenção de terceiros, negociam entre si em benefício da diluição de desavenças instauradas na esfera regional.
Para Horácio Wanderlei: “a negociação direta se conclui diante da desistência ou renúncia, abdicação de uma das partes àquilo que pretendia, pela aquiescência ou submissão, quando se reconhece a legitimidade da pretensão alheia, ou, ainda, por meio da transação, instante em que os atores, reciprocamente, cedem parcelas de suas aspirações.
Sua importância se destaca ao permitir que conflitos sejam pacificados de comum acordo e que seus resultados reflitam o amadurecimento comungado pelas nações em benefício da integração.
Intervenção do Grupo Mercado Comum
Em não havendo acordo ou, caso exista, seja parcial, inaugura-se a segunda fase delineada para a solução de controvérsias no Cone Sul. Embora não seja etapa obrigatória, faculta-se aos Estados Partes, de comum acordo, requerer a intervenção do Grupo Mercado Comum.
Por se tratar de recomendação e o Grupo Mercado Comum não atuar com poderes judicantes, haja vista ser terceiro à lide incumbido de auxiliar as partes em priorizar consensos, suas conclusões não são impositivas aos integrantes do litígio. Ainda, as recomendações formuladas pelo GMC devem ser aceitas por consenso sob pena de ensejar procedimento arbitral.
Arbitragem ad hoc
A arbitragem se constitui em solução de conflito no qual se insere a presença de terceiro, escolhido pelas partes, perspectivando dirimir controvérsias por meio de acordo. Aliás, em contraste com os demais mecanismos vocacionados à composição de litígios, aqui, a decisão assume feição cogente ao vincular seus destinatários ao provimento prolatado.
A estrutura do Tribunal Arbitral é composta por três árbitros. Dois serão escolhidos pelos próprios integrantes da controvérsia, profissionais elencados em suas listas arquivadas na Secretaria Administrativa do GMC, ao passo que o terceiro, presidente do Tribunal, pressupõe comum acordo dos litigantes. Ainda, este não poderá ser nacional de quaisquer dos Estados Partes envolvidos no conflito.
A SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO MERCOSUL ENTRE PARTICULARES E ESTADOS PARTES
As nações signatárias do Tratado de Assunção não estão solitárias no sistema destinado à solução de controvérsias no MERCOSUL, uma vez o mecanismo comportar, simultaneamente, a participação de particulares como parte legítima e ativa desse processo pacificador.
Assim, sentindo-se o particular, pessoa física ou jurídica, depreciado diante de ações semelhantes adotadas pelos Estados membros, poderá instaurar o procedimento previsto no Protocolo de Olivos.
Com efeito, superada a fase não obrigatória de mediação da Comissão de Comércio do MERCOSUL, vencidas as consultas desempenhadas pelas Seções Nacionais do GMC dos Estados Partes, observa-se a perda de legitimidade dos particulares em postular seus interesses perante as cortes arbitrais do Bloco, fase reservada às nações que o compõem.
O TRIBUNAL PERMANENTE DE REVISÃO E SUA ESTRUTURA
Composição da Corte
O Tribunal Permanente de Revisão representa a maior inovação inserida no Protocolo de Olivos.
Instalado em Assunção, a Corte é composta por cinco árbitros com disponibilidade permanente.
Diferenciando-se dos Tribunais ad hoc que atuam com três arbítrios, a Corte de Revisão possui dualidade operativa adaptada à particularidade de cada caso: se a controvérsia envolver dois atores, sua formação será constituída por três agentes pacificadores. Incluindo o conflito três ou mais partes, há a necessidade de se recrutar a totalidade de árbitros pertencentes à entidade, contabilizando cinco julgadores.
Competência
O Tribunal Permanente de Revisão, em síntese, possui competência consultiva (com o intuito de garantir certeza jurídica nas várias dimensões do processo comunitário) e recursal para modificar os laudos adotados por árbitros ad hoc de primeira instância.
A natureza dessas opiniões consultivas não comporta efeito vinculante a quem as solicita.
Quanto à competência recursal, é facultado a qualquer das partes interpor recurso de revisão do laudo proferido pelo Tribunal ad hoc ao TPR.
O laudo proferido na esfera ad quem pode confirmar, modificar ou revogar as teses jurídicas alçadas pelo Tribunal Arbitral ad hoc. Em sendo decisão inapelável, uma vez inexistir jurisdição superior na hierarquia arbitral do MERCOSUL, os laudos são obrigatórios e assumem força de coisa julgada entre os litigantes.
QUESTÕES RELEVANTES DO PROTOCOLO DE OLIVOS
Tema de relativa polêmica e que muito preocupa o sucesso do sistema de controvérsias no MERCOSUL diz respeito ao cumprimento do laudo arbitral pelo Estado vencido.
Ao término do procedimento, o ente vencido deverá detalhar as medidas que serão adotadas para o pleno cumprimento do laudo.
O diploma previu, ainda, medidas provisórias a fim de resguardar direito que se encontre sob ameaça de perecimento em virtude de dano manifesto ou eminente, a exemplo da interposição de recurso de revisão.
Em sendo a lide comum a mais de um foro internacional, sendo um deles o MERCOSUL, o ato de escolha feito pelo demandante firmará sua competência, prevenindo a rediscussão em outro âmbito.
O SISTEMA DE CONTROVÉRSIAS DO MERCOSUL: TÉCNICA JUDICIAL VERSUS ARBITRAGEM
Conquanto inúmeros passos tenham contribuído para o progresso de meios pacíficos à solução de controvérsias (Corte Centro-Americana de Justiça, Tribunal de Justiça da Comunidade Andina...), foi por meio da instauração do Tribunal de Justiça da União Europeia que o ideário integracionista genuinamente se consolidou. A Corte representa o legítimo instrumento à plena observância do arcabouço jurídico regional ao velar por sua interpretação e aplicação, fazendo-se também presente nos casos suscitados ante os Tribunais nacionais quando retratam o Direito Comunitário.
O MERCOSUL, a contrario sensu, deixa claro o mecanismo arbitral como elemento pacificador das controvérsias emanadas no plano regional.
Por ora, importa saber que o sistema arquitetado à solução de controvérsias no MERCOSUL apresenta resultados satisfatórios e cumpre a missão à qual se destina. Se o processo evolutivo do bloco irá reclamar novas técnicas de composição de seus litígios, entretanto, unicamente o passar do tempo responderá.

Outros materiais