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Exercício direito de integração (globalização e supranacionalidade)

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TRABALHO I
1) O que é integração regional e quais seriam as suas vantagens em um mundo globalizado?
	Para Amaral Júnior (2013, p. 453), a necessidade de integração regional ressurgiu na segunda metade do século XX em todos os continentes no contexto, principalmente, de mudanças políticas, como a descolonização da África e da Ásia e a Guerra Fria. Assim, observa-se que por meio de acordos formais, a integração regional pode ser utilizada para fins econômicos e políticos, seja diminuindo animosidades entre Estados, seja aumentando fluxos comerciais e usufruindo dos benefícios da globalização.
	O autor elenca quatro características do século XXI, quais sejam: a) reunião de países desenvolvidos e em desenvolvimento; b) discrepância do nível de institucionalização (formas mais sofisticadas de institucionalização convivem com iniciativas regionais que evitam as estruturas burocráticas das organizações internacionais); c) multidimensionalidade (abrange regionalismo político e econômico); d) fortalecimento da identidade regional e do sentimento de que o indivíduo pertence a uma comunidade mais ampla. Amaral Júnior (2013, p. 455) ressalta, ainda, que “a contiguidade geográfica é necessária, mas não suficiente, para explicar o regionalismo”.
	Vale dizer que globalização e integração regional consistem em processos complementares, apesar de apresentarem lógicas próprias e atores distintos. Para Amaral Júnior (2013, pp. 456-457), do ponto de vista econômico, a globalização possibilita que acordos regionais de comércio ampliem benefícios de interpenetração de mercado, atenue o impacto da competição externa, bem como contribuam para as relações sociais e culturais. Além disso, destaca-se ainda que a interdependência promovida pela globalização resultou em um sistema multilateral de comércio e, consequentemente, de regras, as quais são administradas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
2) Ao final da Segunda Guerra Mundial, o plano Marshall (idealizado pelos Estados Unidos) possibilitou a reconstrução estrutural e financeira da Europa. Comente a respeito se nesse pós-guerra era possível concretizar “união” entre os países europeus.
	Segundo Amaral Júnior (2013, p. 483), no cenário do pós-guerra os discursos relacionados ao ideal de união voltaram a ser discutidos com bastante intensidade. Isso porque havia um temor generalizado de que outro conflito pudesse devastar novamente a Europa em um curto espaço de tempo.
	Assim, o mesmo autor afirma que, diante dos horrores cometidos na Segunda Guerra Mundial, realizou-se o Congresso da Europa em 1948 com o intuito de delinear novas diretrizes para preservar a harmonia entre os Estados. Vale destacar que os federalistas reivindicavam a substituição das soberanias nacionais por uma estrutura similar aos Estados Unidos e os pragmáticos, os quais recebiam apoio dos chefes de Estado e de governo, defendiam a cooperação intergovernamental sem restrição à competência dos Estados – tese esta que influenciou a criação do Conselho da Europa no ano seguinte.
Como já dito, após todo contexto histórico de guerras, surgiram as primeiras ideias de integração europeia, entretanto, não como um entendimento de integração inicialmente. Para se chegar a este nível se fazia necessário antes passar por todo um processo de cooperação, para que cada Estado pudesse compreender o que se passava, da necessidade eminente e, principalmente, dos bônus e dos ônus da integração.
3) O que a União Europeia representa em relação à supranacionalidade?
	De acordo com Moreira (2014, p. 13), a União Europeia consiste no primeiro e mais elaborado exemplo de integração pluriestatal numa entidade supranacional, cujos Estados-membros lhe atribuem poderes de soberania, tais como poderes legislativo, executivo e judiciário.
Para o mesmo autor, “trata-se de um fenónemo de multilevel government tipicamente 'pós-vestfaliano'”, no qual o Estado passa a compor apenas mais um dos estratos de poder político articulados entre si, deixando, assim, de ser a única entidade política dotada de poderes soberanos.
	Segundo Machado (2014, p. 83-85), uma entidade supranacional pode ser formada pelos dois modelos básicos de integração, os quais são bastante distintos entre si: a) funcionalismo e cooperação intergovernamental; e b) supranacionalismo e federalismo.
Para o autor, apesar de o primeiro predominar em áreas como a política agrícola comum e os pilares de segurança e defesa comum e de justiça e cooperação, observa-se que este não tem atendido às necessidades de um nível maior de integração e de legitimidade política democrática da União Europeia.
Assim, Machado (2014, p. 86-87) explica que o supranacionalismo sobrepõe as questões políticas às econômicas “pelo exercício em comum de prerrogativas de soberania estadual e pelo reforço dos poderes das instituições supranacionais”. Cabe ressaltar que este modelo encontra forte resistência dos Estados-membros, os quais alegam a ausência de um ‘povo europeu’ com titularidade para convocar um poder constituinte.
4) O que é o Mercosul e quais os aspectos positivos e negativos desse organismo?
De acordo com Portela (2016, p. 1033), “o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é o principal mecanismo de integração regional do qual o Brasil faz parte” e cuja origem se fundamenta essencialmente nas relações políticas entre Brasil e Argentina, que se tornaram possíveis após o período de redemocratização de ambos os países (ACCIOLY, 2001, p. 85). Tais aspirações comerciais despertaram interesse econômico principalmente do Uruguai e do Paraguai, dando início às articulações para a criação do mercado comum do Cone Sul.
Assim, foi assinado o Tratado de Assunção em 1991, inicialmente composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai como membros, e a partir de 1996, pelo Chile e pela Bolívia como associados (ACCIOLY, 2001, p. 87). Em 2012, após o impeachment do presidente do Paraguai, este foi suspenso, possibilitando a entrada da Venezuela no MERCOSUL como membro (AMARAL JÚNIOR, 2013, p. 461).
Com relação aos aspectos positivos, Amaral Júnior (2013, p. 460) destaca que a instauração do MERCOSUL foi muito favorável para aumentar o grau de competitividade da região no comércio mundial, visto que políticas comerciais comuns contribuem para o fortalecimento do bloco nos foros internacionais de negociação.
Para Ilha (1996), a ampliação do mercado consumidor, e a consequente redução de custos de produção, bem como a poupança de divisas - pagamento das trocas em moeda própria ao invés de dólar -, são demais aspectos positivos a serem considerados.
De igual modo, segundo o mesmo autor, outra importante vantagem é o aumento de produtividade e de eficiência dos setores que, impulsionados pelo processo de integração, precisam reconstruir e reorganizar sua produtividade, a fim de se tornarem mais competitivos.
Sobre os aspectos negativos, Amaral Júnior (2013, p. 461) observa que, diferente do Tratado de Roma, o Tratado de Assunção não expôs as finalidades do mercado comum quanto ao resultado final do processo de integração. Segundo ele, esse aspecto foi fundamental para delinear o perfil institucional do MERCOSUL, que se baseia “na cooperação governamental e no consenso como critério primordial para a tomada de decisões”.
Outros aspectos negativos delineados por Ilha (1996) seria o sucateamento de setores não-competitivos, que não conseguindo garantir preços em um mercado competitivo, acabariam com grande parte dos postos de trabalho; Igualmente, as pequenas e médias propriedades rurais, especialmente na região do Rio Grande do Sul, sofreriam impactos significativos na produção devido à facilidade no intercâmbio e da proximidade com a Argentina que possui melhores condições climáticas e de solo.
REFERÊNCIAS
ACCIOLY, Elizabeth. Mercosul & União Europeia: estrutura jurídico-institucional. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2001. 221 p.
AMARAL JÚNIOR, Alberto. Curso de direito internacional público. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 756 p.
ILHA, Adayr da Silva. O Brasil noMercosul: uma tentativa de avaliação sócio-econômica. Santa Maria: Informativo do SEDUFSM, 1996. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/mila/adayr/publicacoes/opiniao/brasil-mercosul.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2016.
MACHADO, Jónatas E. M.. Direito da União Europeia. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2014. 676 p.
MOREIRA, Vital. “Respublica” europeia: estudos de direito constitucional da União Europeia. Coimbra: Coimbra Editora, 2014.
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado: incluindo noções de direitos humanos e de direito comunitário. 8. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. 1088 p.

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