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fazer o bem que os maus usam para o mal. Adam Weishaupt, fundador dos Illuminati Capítulo 39 Roma O capitão Enzo Moretti estava fora depois do toque de recolher. Ele não deveria ter tomado a última taça de vinho e, certamente, não deveria ter saído com aquela vadia. Mas ele era piloto de elite da força aérea italiana do 36 Stormo groupo que vivia no limite todos os dias. Além disso, ela estava lá, do lado de fora do bar, com aquelas longas pernas, sedutora, apoiada no prédio, semi-escondida nas sombras, com um pedaço da coxa aparecendo por baixo de sua saia curta. Seus lábios úmidos, carnudos, seios e quadris fartos. Na verdade, tudo nela parecia atraente e úmido. Em seus braços ela exalou um agradável perfume almiscarado. Seus lábios e sua testa molhados pelo suor. Ele deveria ter percebido a falta de dureza em seus claros olhos azuis, o jeito como o beijou forte. E quando estavam deitados, enrolados em lençóis cinzas encharcados de suor naquele pequeno quartinho, ele deveria ter percebido a mão dela deslizando para baixo do travesseiro quando ele violentamente chegava ao orgasmo dentro dela. Ele deveria ter visto a pistola antes de estar nas mãos dela, antes de ser pressionada contra a pele do seu pescoço, antes de Laylah puxar o gatilho. Laylah, ao completar sua tarefa na Suíça obtendo os documentos do árabe no clube, tinha novamente ido cuidar dos seus negócios. Funcionando como uma perfeita máquina de matar. Sem preocupação em trancar a porta, sem hesitação — Laylah matou porque estava na hora de matar. Capítulo 40 Itália — Região do Lazio, norte de Roma A Mercedes do Dr. Ahriman fez uma curva fechada na principal rodovia de Cássia, cantou os pneus e entrou em uma rua privada que rodeava montanhas cobertas por uma cinza de carvalho branca. Na ladeira curva, seus faróis faziam uma pequena trilha pela escuridão. Olhando para a esquerda, as árvores que contornavam a estrada se tornavam mais densas a cada curva e pareciam vir ao encontro dele. Ele pisou no acelerador; o velocímetro passou para 75... 80 e foi subindo. As copas das árvores se curvavam para dentro, formando uma arcada gótica que vinham cada vez mais embaixo. Acordes dissonantes do Prelúdio de Rachmaninoff vinham do aparelho de CD. Um pedacinho de lua crescente brilhava de forma incomum no céu da noite como uma armada de nuvens escuras passeando como espíritos desgarrados. Então, logo acima ele viu. Um enorme portão de ferro na rodovia. Reduziu a velocidade até frear. Olhou para cima e viu as gigantes letras gregas formando um arco no topo do portão: INSTITUTO de ESCATOLOGIA O portão foi se abrindo lentamente, rangendo. Ao longe, mais acima, uma monstruosa formação rochosa iluminada por holofotes e, adiante, uma fantástica casa de vidro. Era uma expressão da natureza excêntrica de Volante, seu gosto pela extravagância, seu palácio de verão na Itália. Suas janelas formavam ângulos de 45 graus, paredes transparentes de pedra e vidro, cuja forma geral era parecida com a de uma pirâmide invertida com seu vórtice enterrado na terra. As camadas do telhado pareciam um bolo, cresciam à medida que ficavam mais altas. Ahriman seguiu o caminho e estacionou no topo. Por um curto período, ficou olhando o íngreme morro, o contorno da costa de pedra ali abaixo, onde batiam as espumantes ondas do Lago di Bolsena, o maior lago vulcânico da Europa. Ele sabia que as paredes de pedras dos dois lados e a densa floresta tornavam o forte de vidro quase impenetrável. Ele caminhou até a porta do elevador na parede de pedra e olhou no leitor de íris, a porta se abriu. Um guarda protegido atrás de um vidro duplo, fumê, o cumprimentou e pressionou o botão para que a porta se fechasse. Ahriman entrou e passou os olhos pela sala. Nessa grande altitude o vento zunia e tremia os painéis de vidro. Uma almofada vermelha de veludo percorria toda a extensão da janela; pedaços de pedras formavam as paredes interiores que iam do chão ao teto. Aqui e ali nichos na parede. A sala tinha luzes escondidas sob as janelas e na base das paredes de pedra. Elas emitiam uma luz fraca e sutil que não dava reflexo na janela. Dr. Ahriman foi até o canto da sala, onde estava Drago Volante, ocultado pelas sombras. De repente, um trovão. As paredes de vidro e o telhado vibraram como um prato de bateria. A luz da lua passava por uma colmeia octogonal, chanfrada nos painéis da janela atrás da cadeira de Volante, refratando-se e formando uma clara coroa dourada. Sua esposa, Honora Celine, estava deitada, glamorosa, no assento almofadado sob a janela vestindo uma leve camisola transparente. As mãos delicadas da suave luz da lua acariciavam seu delicado e macio corpo. Um pequeno pedaço de sua língua aparecia por entre seus dentes brilhantes. Provocando. Tentando. A cabeça de Honora curvou-se para trás, ficando com os ombros a contornando. Longas ondas de madeixas platinadas caiam como ouro derretido sobre suas costas enquanto suas mãos amassavam suas tentadoras coxas. Ahriman se sentou, cruzou suas pernas pequenas e grossas, balançou efeminadamente o tornozelo e suspirou. Pegou um lenço branco do bolso e secou o suor das sobrancelhas. Volante procurou pelo console em seu apoio de braço e ativou um controle. Uma enorme e fina tela de LCD desceu do teto. As imagens mostraram o objetivo. Seus olhos fechados em profunda concentração. Então, repentinamente, abriram-se. — Boa viagem, eu espero — disse Volante gentilmente, porém o tom sutil em sua voz deixava claro o fato de não gostarem um do outro. Ahriman deu de ombros. Volante prosseguiu, deixando óbvios seus sentimentos no tom de sua voz: — Qual a condição de nosso paciente? Enquanto falava, o indicador da Ouija-board2 passou a se mover em círculos rápidos que mudavam de tamanho. Dr. Ahriman limpou a garganta: — Nosso ás voador, capitão Moretti, é Delta nível 4. O tranqüilizante não tem efeitos de longa duração. Ele tem uma saúde excelente. Tem alguns flashbacks e delírios devido aos componentes alcalóides que usamos, mas o resultado geral e o prognóstico são excelentes. As memórias falsas de abuso nas 2Marca registrada de uma base que suporta uma tela com palavras, letras, símbolos etc . que, quando comandada por médiuns supostamente responde perguntas, também conhecida como "mesa ouija". mãos do padre foram profundamente implantadas e sua paranóia está em níveis altíssimos. As luzes fizeram sombras assustadoras pelas geladas e curvas paredes de pedras. Enquanto os lábios tentadores de Honora sussurravam questões, o indicador movia-se na tela de LCD. - Prossiga — disse Volante. - Eu preparei um vídeo para nossos associados estrangeiros e para a edificação do Instituto da Escatologia. Posso? — perguntou Ahriman com um palmtop na mão. Volante fez que sim. Ahriman pressionou o botão para iniciar em outro console ao seu lado e uma segunda e maior tela começou a descer. O símbolo do Instituto da Escatologia — o olho aberto de Horus dentro da pirâmide colocada sobre a letra E enlaçada a dois triângulos — apareceu no fino monitor. Honora Celine deu um gole em seu champanhe lentamente, eroticamente, enquanto olhava para a tela. O indicador moveu-se para um "D‖... depois um "A". Uma imagem do Dr. Ahriman vestindo um avental branco e com os olhos contornados apareceu. As palavras Danos — O Projeto e a advertência: CLASSIFICAÇÃO A-2. NECESSÁRIO RECONHECIMENTO DE CÓDIGO DE VOZ. — Volante,