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PLANO 04 3 ANO PROV.PRELIM. J.A.DA LIDE E DAS PROVAS 05 15

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FACULDADE DE DIREITO DE JAÚ
PROCESSO COGNITIVO - PROFº M. CARAM JUNIOR
DIREITO PROCESSUAL CI VIL - PLANO DE AULA – 04 - 3º ANO
	DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES:
Art. 323. Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares, que constam das seções deste Capítulo.
Do efeito da revelia:
Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência.
- Caso o réu não apresente a contestação, o juiz verificará se a revelia produz ou não seus efeitos.
- Se produzir e houver presunção dos fatos narrados na petição inicial, procederá o julgamento antecipado da lide (art. 330, II, CPC)
- Se não produzir, o juiz determinará que o autor especifique as provas que pretende produzir (art. 324, CPC)
Não contestou Efeito da revelia Julgamento antecipado da lide
Não contestou Sem efeito da revelia Especificação de provas que o autor pretende produzir.
- Em ambas as hipóteses, o juiz deve verificar se há defeito ou vício no processo que seja sanável, e de cuja regularização depende o julgamento do mérito.
- Se houver defeito sanável, o juiz concederá o prazo para que seja regularizado.
- Se houver defeito insanável, verificará se há ou não necessidade de produção de provas. – se a questão de mérito for exclusivamente de direito ou de direito e de fato se não houver necessidade de produção de provas, o juiz poderá designar uma audiência preliminar, na qual tentará conciliar as partes, saneará o processo, fixará os pontos controvertidos e determinará as provas que sejam necessárias para o prosseguimento do processo.
Da declaração incidente:
Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5º).
- O réu e o autor podem propor ação declaratória incidental, na hipótese de controverter questão prejudicial relativa à declaração de existência, inexistência ou validade sobre determinada relação jurídica quando da apresentação de sua respostas.
- Prazo: 10 dias para propor a declaratória incidental.
Dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do pedido:
Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.
- Se o réu trouxer em sua contestação algum fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, o prazo para este apresentar réplica será de 10 dias. O autor poderá produzir prova documental, mesmo que o ônus da prova seja do réu. 
 
Das alegações do réu:
Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
- Se o réu colocar em sua contestação alguma das matérias preliminares de mérito (art. 301, CPC), o autor terá o prazo de 10 dias para apresentar a réplica.
- Se ultrapassar a fase postulatória e for verificada a existência de irregularidades ou nulidades sanáveis no processo, o juiz deve determinar a respectiva correção, fixando o prazo de 30 dias para a parte corrigir, sob pena de extinção da demanda.
Art. 328. Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o capítulo seguinte.
- Julgamento conforme o estado do processo: Saneado o processo e havendo necessidade de produção de mais provas, o juiz deverá ordenar que as partes as especifiquem, justificando a permanência de cada uma delas. Caso não seja necessária a produção de novas provas ou caso já se tenha tomado as providencias preliminares, o juiz deverá proferir sentença, julgando o processo no estado em que se encontrar. Além disso, o juiz poderá fixar em sua determinação quanto à especificação de provas que caso as partes concordem ou silenciem neste sentido, ele poderá proferir julgamento antecipado da demanda, não cabendo futuramente a elas a possível alegação de cerceamento de defesa.
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO:
- Depois de verificar se o processo tinha ou não irregularidades e de determinar sua possível correção, caberá ao juiz decidir se o processo já pode ser julgado ou se há necessidade de prosseguimento, com a abertura da fase instrutória.
3 Soluções possíveis:
Constatar que há vícios insuperáveis que impedem o julgamento do pedido extinguir o processo sem julgamento de mérito
Verificar eu já é possível apreciar o mérito, sem necessidade de produção de provas julgamento antecipado da lide
Concluir que não é possível ainda proceder ao julgamento, porque há necessidade de produção de provas realização de audiência preliminar.
Da extinção do processo:
Art. 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo.
- Extinção sem resolução de mérito: quando verificar a existência de vícios insanáveis, o juiz extinguirá o processo sem resolução de mérito (art. 329, CPC). O processo não terá cumprido sua função, nem terá atingido seu objetivo, mas nada restará a fazer se estiverem ausentes os requisitos indispensáveis para que o juiz aprecie o pedido.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
Vll - pela convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)
Vlll - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28).
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
Art. 269. Haverá resolução de mérito:
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
III - quando as partes transigirem;
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
Do julgamento antecipado da lide:
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente o pedido, proferindo sentença:I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência;
II - quando ocorrer a revelia (art. 319). – efeito da revelia.
- Ocorre sempre que o juiz verificar a desnecessidade, após as providencias preliminares, da produção de provas, além daquelas que já constam dos autos. Sendo assim, não há motivo para que ele designe audiência preliminar, que tem entre suas finalidades principais o saneamento do processo e a decisão sobre as provas que serão produzidas. 
 3 situações em que não há necessidade de produção de provas: (Art. 330,0 CPC)
Questão de mérito unicamente de direito
Questão de mérito for de direito e de fato e não houver necessidade de produzir prova em audiência
Efeito da revelia.
Da audiência preliminar:
Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir.
§ 1º Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 2º Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. 
§ 3º Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2o
	
- A designação de audiência preliminar indica que o juiz verificou que não estavam presentes os requisitos para o julgamento conforme o estado do processo.
- Só será realizada se o juiz não tiver julgado o processo extinto sem julgamento de mérito, em razão de algum vício processual, ou se não tiver procedido ao julgamento antecipado da lide.
 Tentativa de Conciliação: Iniciada a audiência, o juiz primeiramente tentará conciliar as partes. 
- Pode consistir na simples desistência da ação, no reconhecimento jurídico do pedido, na renúncia ao direito em que se funda a ação, na transação e até na simples suspensão do processo, para que sejam envidadas novas tentativas de composição.
- O juiz homologará a conciliação, extinguindo o processo com ou sem julgamento de mérito, conforme a solução encontrada pelas partes, e encorará a audiência. Do contrário, determinará seu prosseguimento.
 Saneamento do Processo: Se não obtiver a conciliação, o juiz terá que decidir as questões processuais ainda pendentes, ou seja, aquelas que ainda não tenham sido apreciadas anteriormente.
DAS PROVAS - GENERALIDADES:
Generalidades: Provas são mecanismos previstos em lei que têm a função de levar o juiz ao convencimento acerca das alegações aduzidas. Existem as provas previstas em lei, mas também outros mecanismos não previstos, mas se forem moralmente legítimos, também são competentes para serem produzidos e gerarem efeitos à verdade dos fatos. 
Classificação da prova:
- objeto, sujeito e forma pela qual são produzidas.
 Quanto ao objeto: 
- diretas: quando mantiverem com o fato probando uma relação imediata. Exemplo: recibo de quitação é prova direta de pagamento.
- indiretas: se refere a fato distinto daquele que se pretende provar, mas que permite, por meio de raciocínios e induções, levar à convicção a respeito do fato probando.
 Quanto ao sujeito:
- pessoal: quando consistente em declaração ou afirmação prestada por alguém a respeito da veracidade de um fato. Exemplo: depoimento pessoal e prova testemunhal.
- real: é obtida do exame de uma coisa ou pessoa, como ocorre na perícia.
 Quando à forma:
- oral: depoimentos
- escrita: laudos periciais e prova documental
Art. 332. Esclarecimentos sobre os meios de provas permitidos no direito brasileiro. 
“Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.”
- A lei processual brasileira admite a utilização de todo e qualquer meio de prova, mesmo que não esteja previsto previamente na lei. Mas só poderão ser utilizados aqueles moralmente legítimos e não defesos em lei.
- Art. 5º, LVI, CF - delimita que não são admitidas no processo as provas que não são obtidas por meios lícitos. As provas ilegais são sempre aquelas obtidas mediante a violação do ordenamento jurídico como um todo (material e processual)
- A função da prova é provar a verdade das alegações trazidas pelas partes, no intuito de convencer o magistrado de seu direito ou sua tese. Não se provam fatos, provam-se alegações.
- O juiz é o destinatário da prova
Art. 333. Regra sobre o ônus da prova. 
“O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quando ao fato constitutivo do seu direito;
II – ao réu, quando à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Parágrafo único: é nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: 
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.”
- ônus: são atividades que a parte realiza no processo em seu próprio benefício. A lei não obriga as partes a fazer prova, mas, se elas o fizerem, obterão a vantagem de demonstrar suas alegações, e se se omitirem, sofrerão as consequências da ausência disso.
- Ônus da prova: O autor deve provar os fatos constitutivos de seu direito e o réu os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. O ônus pode ser alterado de acordo com a lei.
- Em regra, compete àquele que formula uma alegação o ônus de prova-la. A prova de um fato, em princípio, compete a quem o alegou. Como ao autor cabe alegar os fatos constitutivos de seu direito, será seu o ônus de prova-los. E será do réu o de provar os extintivos, impeditivos ou modificativos do direito do autor.
- Aspecto subjetivo do ônus da prova: ele constitui uma distribuição de encargos entre a partes, cabendo a cada qual provar as alegações que formulou, para tentar convencer o juiz da sua veracidade. As regras do ônus da prova são dirigidas às partes.
- Aspectos objetivos do ônus da prova: as regras do ônus da prova são dirigidas ao magistrado para orientar o julgamento, que se estiver em dúvida deve determinar as provas que sejam necessárias para a apuração do ocorrido.
Art. 334. Versa sobre alguns fatos que independem de prova.
“Não dependem de prova os fatos:
	I – notórios;
	II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
	III – admitidos, no processo, como incontroversos;
	IV – em cujo favor milita presunção legal de existência de veracidade.”
- Objeto da prova: a função da prova é provar as alegações de fatos feitas pelas partes. Mas não são todas as alegações que devem ser provadas, devem ser provadas somente as alegações que sejam controvertidas, ou seja, aquelas que deixaram de ser um ponto e se transformaram em uma questão.
- Fatos notórios: são aqueles de conhecimento geral, de pleno conhecimento do grupo social onde ele ocorreu, na região onde o processo tramita. Não é necessário que o fato seja conhecido por toda e qualquer pessoa de uma sociedade, mas sim que ele seja relevante e representativo para um determinado grupo de pessoas ligadas por uma característica específica e que se liga ao fato. Exemplo: em uma cidade do interior, pode ser considerado notório o fato de que o rio que corta a cidade pode provocar inundações frequentes nas casas da região ribeirinha.
- Fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária: não há necessidade de prova dos fatos incontroversos. Devem ser objeto de prova somente as alegações controvertidas. Aquelas que não se tornam questões não precisam ser provadas. A confissão que alude este dispositivopode ser aquela expressa pela parte, ou ficta, que advém da revelia ou do descumprimento do ônus da impugnação especificada dos fatos. 
- Fatos admitidos no processo como incontroversos: os fatos confessados, expressa ou fictamente, são fatos incontroversos. Mas existem fatos incontroversos que dependem da produção de provas. São os fatos do art. 302 e 320 em que a revelia não produz efeitos. Nesse caso, mesmo que haja contestação ou impugnação especificada dos fatos, o juiz determinará produção de provas. Sendo assim, nem sempre a incontrovérsia a dispensará.
- Aqueles em cujo favor milita presunção legal de existência ou veracidade: são casos em que o legislador faz presumir, de maneira absoluta ou relativa a veracidade de terminados fatos. Fatos presumidos: independem de prova os fatos presumidos em razão da lei sejam pela sua existência ou pela sua veracidade. Se a presunção for relativa, caberá à parte contrária a prova contrária ao fato presumido. Se a presunção for absoluta, o direito não admitirá prova em contrário. A alegação em relação à qual milita uma presunção de veracidade não precisa ser provada. Se a presunção for relativa, a parte que a apresentou não precisará produzir provas, mas o adversário poderá fazê-lo, para demonstrar-lhe a inveracidade; todavia, se a presunção for absoluta não será admitida a produção de provas em contrário. A revelia, por exemplo, gera uma presunção de veracidade relativa, que pode ceder ante os elementos contrários que auxiliem a formação da convicção do juiz.
Art. 335. Recurso para o juiz na ausência de normas jurídicas particulares.
“Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvando, quanto a esta, o exame pericial.”
As máximas de experiência são conhecimentos adquiridos pelo juiz ao longo da vida e da sua experiência profissional e social. Estão fundadas no que normalmente acontece e têm caráter geral. Exemplo: sabe-se que a pessoa que dirige em um dia chuvoso deve reduzir a velocidade e guardar uma distância maior do carro que lhe segue a frente. Além do conhecimento comum, também constituem máximas de experiência os conhecimentos técnicos acessíveis às pessoas em geral e que dispensam a realização de prova pericial. Trata-se de verdadeiros juízes de valores, seja da aplicação da lei, dos costumes, dos princípios gerais e etc tifos pelo juiz ao longo de sua vida e que expressam uma imagem de consenso geral entre os homens médios.
Art. 336. Diz que as provas (orais, obviamente), devem ser produzidas em audiência, se não houver disposição especial em contrário. O § único menciona hipóteses de enfermidade ou outro motivo relevante não puder a parte ou a testemunha comparecer à audiência.
“Salvo disposição especial em contrário, as provas devem ser produzidas em audiência.”
Parágrafo único: Quando a parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.
- Momento mais adequado para a produção da prova: documental (primeira oportunidade que as partes tem de se manifestar nos autos); pericial (ao longo da fase instrutória, após o saneamento do processo); oral (audiência de instrução e julgamento). Mas a lei possibilita que a produção pode ser antecipada em razão de motivos relevantes.
Art. 337. Alegação de direito municipal, estadual, consuetudinário ou estrangeiro.
“A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz.”
- Nem tudo o que se discute no processo precisa ser comprovado. O objeto da prova são exclusivamente os fatos alegados. O direito não se prova, porque deve ser do conhecimento do juiz. Quando muito, ele pode exigir que a parte prove a vigência de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário (costume jurídico), o que constitui exceção à regra do jura novit cúria (juiz conhece a lei), que se justifica porque não é dado ao juiz conhecer normas jurídicas do mundo inteiro, de todos os Estados e Municípios e ainda as regras consuetudinárias. Nesse caso, o que se prova não é propriamente o direito, mas sim a sua vigência, que pode ser feito por meio de certidões, pareceres de juristas de outros países ou por juristas locais de notório conhecimento da legislação estrangeira. 
Art. 338. Regra sobre carta precatória e rogatória. § único prevê situação da não devolução das precatórias e/ou rogatórias dentro do prazo ou sem efeito suspensivo.
“A carta precatória e a carta rogatória suspenderão o processo, no caso previsto na alínea b do inciso IV do art. 265 desta Lei (suspende-se o processo quando a sentença de mérito não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo), quando, tendo sido requeridas antes da decisão de saneamento, a prova nelas solicitada apresentar-se imprescindível.”
Parágrafo único – A Carta precatória e a carta rogatória, não devolvidas dentro do prazo ou concedidas sem efeito suspensivo, poderão ser juntadas aos autos até o julgamento final.
- O juiz poderá suspender o processo caso seja requerida a expedição de carta precatória ou rogatória antes do proferimento da decisão saneadora e sendo a diligência nelas previstas relativa à produção de prova imprescindível ao deslinde do feito.
- A devolução da carta precatória ou rogatória após o reinicio da marcha processual: caso o prazo de suspensão termine e a carta não tenha retornado com o cumprimento da diligência solicitada pelo juízo, ela poderá ser juntada aos autos a qualquer momento, desde que antes do proferimento da decisão final.
Art. 339. Ninguém se ‘esquiva’ de colaborar com o Poder Judiciário visando o descobrimento da verdade
Art. 340. Deveres das partes em relação às provas.
“Além dos deveres enumerados no art. 14, compete à parte:
I – comparecer em juízo, respondendo o que lhe for interrogado;
II – submeter-se à inspeção judicial, que for julgada necessária;
III – praticar o ato que lhe for determinado.”
Art.341. Atribuições do terceiro em relação a qualquer pleito. 
“Compete ao terceiro, em relação a qualquer pleito:
I – informar ao juiz os fatos e as circunstâncias, de que tenha conhecimento;
II – exibir coisa ou documento, que esteja em seu poder.”	
	DO DEPOIMENTO PESSOAL
Depoimento Pessoal é um mecanismo de prova em que uma parte pleiteia o depoimento da outra, visando à obtenção de confissão ou esclarecimento de algum aspecto do processo ou do direito que se degladia.
- é um meio de prova em que o juiz, a pedido de uma das partes, colhe as declarações do adversário com a finalidade de obter informações a respeito de fatos relevantes para o processo.
- o depoimento pessoal não pode ser requerido pela própria parte, mas sempre pelo adversário, que procura obter a confissão de um fato, isto é, o reconhecimento, pelo depoente, da veracidade de algo que seja contrário aos seus interesses.
- depoimento pessoal é diferente de interrogatório informal das partes. O depoimento pessoal é requerido pelo adversário, colhido na audiência de instrução e tem por finalidade extrair do depoente uma confissão. O interrogatório é determinado pelo juiz, de ofício, e não tem por intuito obter confusão das partes, mas sim tentar aclarar, por meio de seus depoimentos, fatos que ainda continuem confusos ou obscuros, podendo ser realizado em qualquer momento do processo.
- O depoimento pessoal pode ser requerido em qualquer tipo de processo de conhecimento e será deferido pelo juiz sempre que puder ser útil ao esclarecimento de fatos controvertidos.
Art. 342. Determinação do juiz que as partes compareçam para o depoimento pessoal.
“O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimentopessoal das partes, a fim de interroga-las sobre os fatos da causa.”
- O juiz é o destinatário da prova, na verdade é o juiz, as partes e o processo como um todo. Mas é o juiz que atua com base no interesse público de resolução de conflitos de modo justo e adequado às normas jurídicas. O juiz terá o poder de exigir a produção de qualquer prova que repute essencial para a formação de sua convicção, ainda que não seja provocado para tanto.
- Interrogatório: o juiz tem o direito, e a parte o dever, de determinar o comparecimento da parte para que possa interroga-la sobre os fatos que envolvam o litígio.
Art. 343. Requerimentos das partes para o Depoimento Pessoal. §§ referem-se à intimação para o DP e pena de confissão.
“Quando o juiz não determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de interroga-la na audiência de instrução e julgamento.”
§ 1º. A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.
§ 2º. Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará a pena de confissão.
- Se o juiz não determinar de ofício o comparecimento da parte para prestar depoimento pessoal, cabe a parte contrária requerer, pois a própria parte não pode pedir seu depoimento pessoal
- A finalidade do depoimento pessoal é buscar a confissão da parte de fatos contrários aos seus interesses, mediante interrogatório realizado pelo juiz durante a audiência de instrução e julgamento.
- Quando for solicitado o depoimento pessoal da parte será intimada pessoalmente, sob pena de anulação do ato jurídico. No caso da parte ser pessoa jurídica, deverá ser intimado seu representante legal ou preposto que tenha ciência sobre os fatos envolvidos no litígio.
- Confissões: além da confissão real, que pode ser obtida de forma espontânea mediante o interrogatório da parte, a norma traz a pena de confissão ficta, segundo a qual a parte que for devidamente intimada para prestar seu depoimento se negar a fazê-lo ou que sequer compareça na audiência terá em seu desfavor a presunção dos fatos alegados contra ela.
Art. 344. Inquirição da mesma forma que as testemunhas.
“A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de testemunhas.”
Parágrafo único – É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte.
Art. 345. Penalização à parte que deixar de responder ou empregar evasivas.
“Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe foi perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor.”
- Cabe ao magistrado a análise do depoimento da parte no sentido de aplicar a ela eventual pena de confissão ficta a partir de eventuais respostas evasivas ou lacônicas, ou ainda, na sua ausência.
Art. 346. Forma de inquirição e respostas.
“A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos adrede preparados; o juiz lhe permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.”
- A parte, quando for prestar seu depoimento pessoal, somente poderá utilizar de breves notas a fim de que esclareçam os questionamentos feitos contra ela. Não poderá se valer de escritos com suas respostas preparadas, a fim de garantir a sua espontaneidade e verificar eventual ocorrência de confissão dos fatos desfavoráveis a ela.
Art. 347. Não obrigatoriedade no depoimento sobre fatos em conformidade com o inciso I e II. § único menciona três exceções.
“A parte não é obrigada a depor de fatos:
I – criminosos ou torpes, que lhe forem imputados;
II – cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo
Parágrafo único: Esta disposição não se aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação de casamento.
- Limites ao dever de colaboração: o dever de colaboração impõe aos sujeitos do processo, e neles incluídas as partes, o dever de colaborar com o Judiciário na buscar da verdade.

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