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Resumo_Civil_LINDB

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Data do resumo: 13/09/2016 
Extraído de: Manual de Direito Civil – Flávio Tartuce; 6ª 
Ed. 
 
CONTEÚDO DA LINDB 
 
 Regras quanto à vigência das leis; 
 Aplicação da norma jurídica no tempo e no espaço, 
especialmente nas questões de Direito Internacional; 
 Fontes formais secundárias do Direito. 
 
Vigência das Normas Jurídicas 
 
É a fonte primária do Direito e de acordo com 
Goffredo Telles Jr., é um imperativo 
autorizante. Imperativo porque emana da 
autoridade competente, sendo dirigida a 
todos. E autorizante porque autoriza ou não 
autoriza determinadas condutas. 
 
Art. 1º da LINDB: a lei começa a vigorar 45 dias após sua 
publicação oficial. 
 
 ATENÇÃO! 
Art. 8º, §1º da LC 95/98: a contagem do prazo para 
entrada em vigor das leis que estabelecem período de 
vacância incluirá a data da publicação e o último dia do 
prazo, passando a valer no dia subsequente, independente 
deste ser fim de semana ou feriado, conforme 
entendimento doutrinário. Não há prorrogação para que 
passe a valer em dia útil. 
 
A lei passa por 3 fases: 
 
 
 
 
 
LEI DE INTRODUCAO AS NORMAS DE DIREITO 
BRASILEIRO 
LEI ELABORAÇÃO PROMULGAÇÃO 
PUBLICAÇÃO VACÂNCIA 
Quanto à vigência da lei em Estado estrangeiro, de acordo 
com o art. 1º, §1º da LINDB, inicia-se 3 meses após a 
publicação oficial no Brasil. 
 
 O §2º do art. 1º da LINDB foi revogado porque 
previa que os Governos Estaduais elaborassem leis 
mediante autorização do Governo Federal, quando 
começariam a valer no prazo que a lei estadual 
fixasse. O parágrafo em questão fere a tripartição dos 
poderes, pelo que foi revogado. 
 
Havendo norma corretiva mediante nova publicação do 
texto legal, os prazos devem correr a partir da nova 
publicação, pois é considerada como lei nova. 
 
Norma Corretiva correções de texto de 
lei já em vigor 
Princípio da Continuidade – art. 2º da LINDB 
A norma tem eficácia contínua a partir da data na qual 
entrou em vigor, até que outra lei a revogue ou modifique. 
 
Revogação 
A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule 
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 
Contudo, lei nova que estabeleça disposições gerais ou 
especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica 
a lei anterior, como o que ocorreu no Código Civil que dispõe 
de forma especial sobre a locação, sem prejudicar a lei 
especial que dispõe sobre a locação imobiliária – Lei 
8.245/91. 
 
A revogação pode ocorrer de duas formas: 
 
a) Revogação total ou ab-rogação: supressão total de 
uma norma por uma norma emergente, ou seja, surge 
uma nova lei que torna sem efeito a lei anterior em 
sua integralidade. 
 
b) Revogação parcial ou derrogação: uma lei nova torna 
sem efeito apenas parte de uma lei anterior. 
 
Quanto ao modo, a revogação pode ser: 
a) Expressa (ou por via direta): quando a lei nova 
declara taxativamente revogada a lei anterior ou 
aponta os dispositivos que pretende retirar – art. 9º 
da LC 95/98. 
 
b) Tácita (ou por via oblíqua): quando a lei posterior é 
incompatível com a lei anterior, não havendo previsão 
expressa no texto sobre a revogação. 
O Código Civil de 2002 não trata da revogação de 
leis especiais, devendo ser aplicada a revogação 
parcial tácita, conforme consta no art. 2.043 do CC 
como, por exemplo, a Lei do Divórcio, cujos 
preceitos materiais foram incorporados pelo atual Código 
Civil, permanecendo seus preceitos processuais, trazendo a 
conclusão da sua revogação parcial por via oblíqua. 
 
 ATENÇÃO! 
O art. 2º, §3º da LINDB afasta a possibilidade da lei 
revogada REPRISTINAR, salvo disposição expressa em lei 
em sentido contrário. Portanto, uma norma revogada não 
volta a valer no caso de revogação da norma que a revogou. 
 
 
 Quando a lei revogadora for declarada inconstitucional; 
 Quando for concedida suspensão cautelar da eficácia 
da norma impugnada; 
excecao 
 Quando o legislador determinar expressamente. 
 
Características da Norma Jurídica e Sua Aplicação 
A lei possui as seguintes características: 
 
 Generalidade: dirige-se a todos os cidadãos, sem 
distinção, tendo eficácia erga omnes. 
 
 Imperatividade: impõe deveres e condutas à 
coletividade 
 
 Permanência: perdura até que seja revogada por 
outra ou perca eficácia. 
 
 Competência: para que a norma seja válida para 
todos, deve emanar da autoridade competente, com a 
devida observação do processo de elaboração. 
 Autorizante: a norma autoriza ou não autoriza 
determinada conduta. 
 
 Princípio da obrigatoriedade da norma: ninguém pode 
deixar de cumpri-la sob a alegação de 
desconhecimento. 
 
Existem 3 correntes que tentam justificar o 
conteúdo da norma. São elas: 
1) Teoria da ficção legal: a obrigatoriedade foi 
instituída pelo ordenamento para garantir a 
segurança jurídica. 
2) Teoria da presunção absoluta: há uma dedução 
iure et de iure de que todos conhecem as leis. 
3) Teoria da necessidade social: as normas devem 
ser conhecidas para que melhor sejam 
observadas, o que gera o princípio da vigência 
sincrônica da lei. 
A terceira teoria é a adotada atualmente, sendo certo que 
o princípio da obrigatoriedade das leis não é absoluto. 
 
Princípio da obrigatoriedade das leis 
 
 
 
Art. 139, III do CC: é possível anular um negócio jurídico 
pela presença de erro de direito, desde que este seja a 
única causa para a celebração de um negócio jurídico e que 
não haja desobediência à lei. 
 
 
 
 
 
 
 
Formas de Integração da Norma Jurídica 
A lei pode ser omissa em alguns casos e, portanto, há o 
dever do aplicador do direito de corrigir tais lacunas. 
 
As lacunas podem ser: 
a) Normativas: ausência total de norma prevista para 
um determinado caso. 
 
b) Ontológica: há norma para o caso concreto, mas a 
mesma não tem eficácia social. 
 
c) Axiológica: há norma para o caso concreto, mas sua 
aplicação é insatisfatória ou injusta. 
 
d) De conflito ou antinomia: choque de duas ou mais 
normas válidas, pendente de solução no caso 
concreto. 
 
ABRANDAMENTO 
Ação específica no prazo decadencial de 4 anos 
contados da celebração do negócio ou ato jurídico 
Verificadas as lacunas, deverão ser utilizadas as formas de 
integração da norma jurídica, constantes nos arts. 4º e 5º 
da LINDB, a saber: analogia, costumes e princípios gerais 
do direito. 
 
A integração NÃO se confunde com a subsunção 
(aplicação direta da norma jurídica a um determinado 
fato). 
 
O respeito à ordem de utilização das formas de integração 
da norma (analogia, costumes e princípios) nem sempre será 
observado, uma vez que os princípios possuem força 
normativa e coercitiva, notadamente aqueles de índole 
constitucional. 
 
Portanto, deve-se reconhecer a eficácia normativa imediata 
aos princípios em alguns casos, principalmente naqueles que 
envolvem os direitos fundamentais da pessoa. 
Analogia 
Aplicação de uma norma próxima (analogia legal ou legis) ou 
de um conjunto de normas próximas (analogia jurídica ou 
iuris), não havendo uma norma prevista para determinado 
caso concreto. 
 
A aplicação da analogia NÃO se confunde com a 
interpretação extensiva: 
 
 Analogia Integração da norma 
jurídica Sem subsunção 
 
Interpretação extensiva Ampliação do 
sentido Subsunção 
 
 
 
 
 
 ATENÇÃO! 
 
As NORMAS DE EXCEÇÃO ou normas excepcionais não 
admitem analogia ouinterpretação extensiva, salvo para 
proteger vulnerável ou um valor fundamental. 
 
Costumes 
Práticas e uso reiterados com conteúdo lícito e relevância 
jurídica. Podem ser classificados como: 
 
a) Costumes segundo a lei (secundum legem): incide 
quando há referência expressa na lei. Nesse caso não 
há integração, mas sim subsunção. 
 
b) Costumes na falta da lei (praeter legem): aplicado 
quando a lei for omissa, sendo denominado costume 
integrativo, pois nesse caso ocorre a integração (Ex.: 
uso de cheque pré-datado, mesmo sendo ordem de 
pagamento à vista). 
 
c) Costumes contra a lei (contra legem): quando a 
aplicação do costume contraria o que dispõe a lei, não 
havendo que se falar em integração nesse caso. 
 
 
Princípios Gerais de Direito 
Os princípios são mais amplos e abstratos que as normas e 
muitas vezes estão com posição definida na Constituição. 
Trata-se de regramentos básicos aplicáveis a um 
determinado ramo do direito na busca da justiça e da 
pacificação social. São abstraídos das normas jurídicas, dos 
costumes, da doutrina, da jurisprudência e dos aspectos 
políticos, econômicos e sociais. 
 
O próprio art. 5º da LINDB traz o princípio da função 
social, o qual determina que o magistrado, na aplicação da 
lei, deve ser guiado pela sua função social e pelo objetivo 
de alcançar o bem comum. 
 
O NCPC, em seu art. 8º, trata o tema com maior 
profundidade e extensão e menciona os princípios da 
dignidade da pessoa humana, razoabilidade, legalidade, 
publicidade e eficiência. 
 
Frisa-se que, embora possamos localizar alguns princípios 
expressos nas normas, não significa que há obrigatoriedade 
de estar expressos nas mesmas. 
 
O Código Civil consagra 3 princípios fundamentais, 
conforme sua exposição de motivos: 
 
1) Eticidade: valorização da ética e da boa-fé, 
principalmente aquela que existe no plano da conduta 
de lealdade das partes (boa-fé objetiva). 
 
 Interpretação dos negócios 
 jurídicos 
 
Boa-fé Objetiva Controle das condutas 
 humanas Violação 
 = abuso de poder (art. 187) 
 
 Integração de todas as 
 fases do contrato 
 
 
2) Socialidade: todas as categorias civis têm função 
social – contrato, empresa, propriedade, posse, 
família, responsabilidade civil. 
 
3) Operabilidade: 
 
3.1) Simplicidade ou facilitação das categorias 
privadas (tratamento diferenciado da prescrição e 
da decadência). 
 
3.2) Efetividade ou concretude, o que foi buscado 
pelo sistema aberto de cláusulas gerais adotado pela 
atual codificação material. 
 
Equidade 
Uso do bom senso, a justiça do caso particular, mediante a 
adaptação razoável da lei ao caso concreto. Ela pode ser: 
 
a) Legal: aplicação prevista no texto legal como, por 
exemplo, art. 413 do CC – redução equitativa da 
multa ou cláusula penal. 
 
b) Judicial: quando a lei determina que o magistrado 
deverá decidir por equidade o caso concreto – 
art. 140 do NCPC. 
 
Aplicação da Norma Jurídica no Tempo 
A irretroatividade da norma é a regra e a retroatividade é 
a exceção. 
 Deve haver previsão legal 
Retroatividade Observar o art. 5º, XXXVI da 
 CF/88 
 
Os requisitos para a retroatividade também podem ser 
encontrados no art. 6º da LINDB, pelo qual: 
 Direito adquirido é o direito material ou imaterial 
incorporado ao patrimônio de uma pessoa natural, 
jurídica ou ente despersonalizado. 
 Ato jurídico perfeito é a manifestação de vontade 
lícita. 
 Coisa julgada é a decisão judicial da qual não cabe 
mais recurso. 
 
 ATENÇÃO! 
 
A proteção dessas categorias não é absoluta, tendo em 
vista a tendência de relativizar os princípios e regras. 
Vivemos a era da ponderação dos princípios e de valores. 
 
Destaca-se ainda a relativização da coisa julgada, 
particularmente nos casos envolvendo ações de 
investigação de paternidade julgadas improcedentes por 
ausência de provas em momento que não existia exame de 
DNA – Enunciado n. 109 do Conselho da Justiça Federal – I 
Jornada de Direito Civil. 
 
O mesmo ocorre no STJ que tem proferido decisões nesse 
mesmo sentido, assim como o STF em seu Informativo n. 
622, que confirmou a mitigação da coisa julgada. 
 
Destaca-se ainda o art. 2.035 do CC que prevê: 
“Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar os preceitos de 
ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para 
assegurar a função social da propriedade e dos contratos.” 
 
Trata-se da consagração do princípio da retroatividade 
motivada ou justificada, pelo qual as normas de ordem 
pública relativas à função social da propriedade e dos 
contratos podem retroagir. E está devidamente amparado 
na função social da propriedade, prevista no art. 5, XXII e 
XXIII da CF/88. 
 
Aplicação da Norma Jurídica no Espaço e o Direito 
Internacional Público e Privado 
Art. 7º da LINDB 
 Regra da lei do domicílio, que deve ser aplicada, no 
que concerne ao começo e ao fim da personalidade, 
as normas do país em que for domiciliada a pessoa, 
inclusive quanto ao nome, à capacidade e aos direitos 
de família. 
 
 Compete à autoridade brasileira processar e julgar 
as ações em que o réu, independente de sua 
nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil – art. 21, 
I do NCPC. 
 
 Celebrado o casamento no Brasil, devem ser 
aplicadas as regras quanto aos impedimentos 
matrimoniais que constam no art. 1.521 do CC. 
 
 O casamento entre estrangeiros pode ser realizado 
no Brasil, desde que perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os 
nubentes. Caso os nubentes tenham domicílios 
diversos, serão aplicadas as regras quanto à 
invalidade do casamento, do primeiro domicílio 
conjugal. 
 
 Ao regime conjugal aplica-se a lei do local em que os 
cônjuges tenham domicílio. Havendo divergência 
quanto ao domicílio, prevalecerá o primeiro domicílio 
conjugal. 
 
 Para o estrangeiro casado que se naturalizar como 
brasileiro é deferido, no momento de sua 
naturalização e mediante autorização expressa do 
cônjuge, que requeira ao Poder Judiciário, a adoção 
do regime da comunhão parcial de bens, regime legal 
ou supletório em nosso sistema legal, e mediante 
registro no cartório de pessoas naturais. 
 
 O divórcio realizado no estrangeiro no qual um ou 
ambos os cônjuges forem brasileiros, haverá 
reconhecimento no Brasil depois de um ano da data 
da sentença, salvo se houver sido antecedida de 
separação judicial por igual prazo, caso em que a 
homologação produzirá efeito imediato, obedecidas 
as condições de eficácia das sentenças estrangeiras 
no país. 
 
 O STJ, de acordo com seu regulamento interno, 
poderá reexaminar, a requerimento do interessado, 
decisões já proferidas em pedidos de homologação 
de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, 
a fim de que passem a produzir todos os efeitos 
legais. 
 A sentença estrangeira é considerada apta para 
homologação quando a sua prolação se deu por 
autoridade competente; ciência do réu da decisão 
homologanda; trânsito em julgado da decisão; 
chancela consular brasileira acompanhada de 
tradução por tradutor oficial ou juramentado; 
ausência de ofensa à soberania ou à ordem pública. 
 
 O domicílio da pessoa que não tiver residência fixa 
será o local em que a mesma for encontrada (moradia 
habitual). 
 
 Quanto aos bens, aplica-se a norma do local em que 
se situam. Porém, tratando-se de bem móvel 
transportado, aplica-se a norma do domicílio do seu 
proprietário. Quanto ao penhor, aplica-sea norma do 
domicílio que tiver a pessoa em cuja posse se 
encontre a coisa empenhada. 
 Quanto às obrigações, aplica-se a norma do local em 
que foram contraídas, com exceção do contrato 
celebrado no exterior e destinado a produzir efeitos 
no Brasil, dependente de forma essencial prevista 
em lei nacional, deverá esta lei ser observada, 
admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto 
aos fatores externos do ato; ou quando a obrigação 
resultante do contrato reputa-se constituída no 
lugar em que residir o proponente. 
 
A segunda exceção é conflitante com o art. 435 
do CC, pelo qual se reputa celebrado o contrato 
no lugar em que foi proposto. Contudo, o local da 
proposta não necessariamente é o da residência 
daquele que a formulou. 
Portanto, para solucionar tal antinomia, aplicando-se 
a especialidade, deve-se entender que a regra do 
art. 435 do CC aplica-se aos contratos nacionais, 
enquanto que o previsto na LINDB aplica-se aos 
contratos internacionais. 
 
 A sucessão por morte ou por ausência obedece a 
norma do país do último domicílio do de cujus, 
questão mitigada pelo STJ no Informativo n. 563. 
 
 As regras de vocação hereditária para suceder bens 
de estrangeiro situados no Brasil serão as nacionais, 
desde que não sejam mais favoráveis ao cônjuge e 
aos filhos do casal as normas do último domicílio. A 
lei do domicílio do herdeiro ou legatário 
regulamentará a capacidade para suceder. 
 
 Quanto às sociedades e fundações, deve ser aplicada 
a norma do local de sua constituição. Para atuarem no 
Brasil necessitam de autorização do Governo 
Federal, ficando sujeitas às leis brasileiras; os 
governos estrangeiros e entidades constituídas para 
atenderem aos anseios de Estados estrangeiros não 
poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou 
suscetíveis de desapropriação; os governos 
estrangeiros e afins podem adquirir a propriedade de 
prédios necessários à sede dos representantes 
diplomáticos e agentes consulares. 
 
 Sobre a competência judiciária brasileira, há 
necessidade de atuação quando o réu for domiciliado 
no Brasil ou caso tenha que cumprir uma obrigação no 
Brasil. 
 
 Quanto aos imóveis situados no Brasil, haverá 
competência exclusiva da autoridade nacional, bem 
quanto ao exequatur relacionado com uma sentença 
estrangeira homologada perante o STJ. 
 
 Quanto aos fatos ocorridos no exterior e o ônus 
probatório, aplica-se as normas do direito alienígena 
relacionadas com as ocorrências, não sendo 
admitidas no Brasil provas que a lei nacional não 
conheça. Inclusive, não conhecendo o juiz nacional a 
lei estrangeira, pode exigir de quem a invoque a 
prova do texto e de sua vigência. 
 
 A sentença proferida no estrangeiro poderá ser 
executada no Brasil se cumprir os seguintes 
requisitos: ter sido proferida por juiz competente; 
terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente 
verificado à revelia; ter passado em julgado e estar 
revestida das formalidades necessárias para a 
execução no lugar em que foi proferida; estar 
traduzida por intérprete autorizado; ter sido 
homologada pelo STJ. 
Se houver a aplicação da lei estrangeira, será 
observado o que a referida lei determinar, sem 
considerar qualquer remissão por ela feita a 
outra lei. 
Destaca-se ainda que o NCPC passou a tratar da 
cooperação internacional para cumprimento de 
decisões estrangeiras. A cooperação internacional 
será regida por tratado de que o Brasil faz parte e 
obedecerá: 
 O respeito às garantias do devido processo 
legal no Estado requerente; 
 Igualdade de tratamento entre nacionais e 
estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em 
relação ao acesso à justiça e à tramitação dos 
processos, assegurando-se assistência 
judiciária aos necessitados; 
 Publicidade processual, exceto nas hipóteses 
de sigilo previstas na legislação brasileira ou 
na do Estado requerente; 
 Existência de autoridade central para 
recepção e transmissão dos pedidos de 
cooperação; 
 Espontaneidade na transmissão de 
informações a autoridades estrangeiras. 
 
A cooperação internacional terá por objeto: 
citação, intimação e a notificação 
extrajudicial; colheita de provas e a obtenção 
de informações; homologação e cumprimento 
de decisão; concessão de medida judicial de 
urgência; assistência jurídica internacional; e 
qualquer outra medida judicial ou extrajudicial 
não proibida pela lei brasileira. 
 
 As leis, atos e sentenças de outros países, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia 
no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a 
ordem pública e os bons costumes. 
 
 Tratando-se de brasileiros, são competentes as 
autoridades consulares brasileiras para celebrar seu 
casamento e os demais atos de Registro Civil e 
tabelionato, inclusive o registro de nascimento e 
óbito dos filhos de brasileiros nascidos no país da 
sede do Consulado. Além disso, as autoridades 
consulares também poderão realizar a separação e o 
divórcio consensual de brasileiros, desde que os 
cônjuges não tenham filho menor ou incapaz, 
observando os requisitos legais quanto aos prazos, 
devendo constar da respectiva escritura pública as 
disposições relativas à descrição e à partilha dos 
bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao 
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome 
de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando 
se deu o casamento. 
 
 ATENÇÃO! 
 
A possibilidade da realização de separação e divórcio 
consensual e as demais medidas dela decorrentes 
foram inseridas na LINDB pela Lei 12.874/13, 
contudo, trata-se de norma desatualizada, uma vez 
que não há mais a possibilidade de separação e 
divórcio extrajudicial consensual, bem como não há 
mais prazo mínimo para divórcio. 
 
Além disso, a LINDB – art. 18, §2º - determina que é 
indispensável a assistência de advogado, 
devidamente constituído, que se dará mediante a 
subscrição de petição, juntamente com ambas as 
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra 
constitua advogado próprio, não se fazendo 
necessário que a assinatura do advogado conste da 
escritura pública, conforme previsão também 
constante no art. 733 do NCPC. 
 
Antinomias Jurídicas 
A antinomia é a presença de duas normas conflitantes, 
válidas e emanadas de autoridade competente, sem que se 
possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado 
caso concreto (lacunas de colisão). 
 
- Critérios de solução de conflitos – metacritérios 
clássicos (Norberto Bobbio) 
a) Critério cronológico: norma posterior prevalece sobre 
nome anterior. 
 
b) Critério da especialidade: norma especial prevalece 
sobre norma geral. 
 
c) Critério hierárquico: norma superior prevalece sobre 
norma inferior. 
 
O critério hierárquico é o que possui maior força, haja 
vista que o texto constitucional se sobrepõe às demais 
normas. Contudo, deve-se observar que a especialidade 
está prevista na própria Constituição, conforme art. 5º, 
caput da CF/88 – a lei deve tratar de maneira desigual os 
desiguais. 
 
- Classificação das antinomias quanto aos metacritérios 
envolvidos 
 
a) Antinomia de 1º grau: conflito de normas que envolve 
apenas 1 dos metacritérios clássicos. 
b) Antinomia de 2º grau: conflito de normas válidas que 
envolve dois dos metacritérios clássicos. 
 
Havendo ou não a possibilidade da solução do conflito, 
temos: 
 
a) Antinomia aparente: situação que pode ser resolvida de 
acordo com os metacritérios clássicos. 
 
b) Antinomia real: situação que não pode serresolvida de 
acordo com os metacritérios clássicos. 
 
Existindo choque entre os critérios hierárquico e da 
especialidade, há duas possibilidades no caso de antinomia 
real, uma pelo Poder Legislativo e outra pelo Poder 
Judiciário: 
 
Poder Legislativo: edição de uma terceira norma que 
indique qual das duas normas em conflito deve ser aplicada. 
 
Poder Judiciário: adotar o princípio máximo de justiça, 
podendo o magistrado, de acordo com sua convicção e 
aplicando os arts. 4º e 5º da LINDB, adotar uma das duas 
normas, para solucionar o problema, o que também se 
verifica no art. 8º do NCPC.

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