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Manual ABO de Odontopediatria

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19
Juliana Vilela Bastos
Maria Ilma de Souza Côrtes
Célio Percinoto
Maximiano Ferreira Tovo
CapítuloLesões Traumáticas em Dentes 
Decíduos e Permanentes Jovens
Introdução
Os traumatismos dentários repre-
sentam um problema de saúde públi-
ca entre crianças e adolescentes devi-
do à sua alta prevalência relatada em 
estudos populacionais, variando entre 
3,9 e 58,6%, sendo a primeira regis-
trada na Malásia, na década de 1980, 
e a segunda no Brasil, na cidade de 
Blumenau, em 2001.1-3 A prevalência 
de traumatismo na dentição decídua 
também apresenta grande variabilida-
de. Estudos epidemiológicos de base 
populacional mostraram resultados 
que variaram de 6,2 a 62,1%4,5. 
Apesar de conhecermos a etiologia 
dos traumatismos dentários, os pro-
gramas de prevenção e controle ainda 
são realizados de forma isolada e não 
causam o impacto necessário para a 
real solução do problema.2,6[B] Aliado 
à alta prevalência, verifica-se um im-
pacto psicossocial causado pelo com-
prometimento estético de incisivos 
centrais superiores fraturados, dado à 
importância destes dentes na aparên-
cia da face. Desde o trabalho pioneiro 
realizado por Côrtes et al.,6[B] que de-
monstrou o impacto psicossocial das 
fraturas de esmalte e dentina não res-
tauradas, na vida diária dos estudan-
tes de Belo Horizonte (MG), pesquisas 
têm relatado a repercussão negativa 
dos traumatismos dentários na quali-
dade de vida de crianças e adolescen-
tes. Este impacto tem sido observado 
especialmente após lesões com grande 
comprometimento estético e mesmo 
após o tratamento restaurador, não é 
totalmente eliminado.8,9,10[B]
A etiologia das lesões traumáticas 
é bem conhecida, podendo existir al-
guma variação, dependendo do local 
de coleta dos dados, mas os autores 
são unânimes em afirmar que as que-
das, colisões contra objetos ou pessoas, 
práticas esportivas, violência e aciden-
tes automobilísticos são as principais 
causas. Poucos estudos populacionais 
foram realizados e apontaram aciden-
tes de bicicleta, violência, acidentes de 
trânsito, esportes e quedas como as 
principais causas dos traumatismos 
dentários. É importante ressaltar que 
as quedas referem-se a uma ampla ca-
tegoria que pode mascarar outras cau-
sas, como a violência observada nas 
quedas por empurrão ou oriundas de 
brincadeiras agressivas praticadas por 
crianças e adolescentes. É necessário 
identificar corretamente a etiologia do 
191
192
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
traumatismo nas diferentes popula-
ções para planejar sua prevenção.2
Os principais fatores clínicos pre-
disponentes de traumatismo den-
tário descritos na literatura são o 
overjet aumentado e cobertura labial 
inadequada.11-16 A definição de over-
jet acentuado varia de maior ou igual 
a 3,0 mm13 até 6,0 mm146. A meta-
-análise realizada por Nguyen et al.18 
demonstrou que crianças com overjet 
maior que 3 mm tinham um risco 
aproximadamente duas vezes maior 
de apresentar alguma lesão traumáti-
ca do que crianças com overjet menor 
que 3 mm. Também na dentição de-
cídua, quando a mordida aberta ou 
overjet aumentado estava associado à 
cobertura labial inadequada, a ocor-
rência de traumatismo era maior do 
que em crianças que apresentavam 
apenas a má oclusão.19,20
No que diz respeito à proteção la-
bial, a maioria dos autores considera 
proteção adequada quando os lábios 
cobrem completamente os dentes su-
periores em posição de repouso.13,20-22 
Acredita-se que crianças com prote-
ção labial adequada têm menos chan-
ce de apresentar lesões traumáticas, 
definindo, dessa forma, o tratamento 
ortodôntico em crianças com overjet 
aumentado como uma importante 
medida de prevenção de traumatis-
mo dentário.21,23
As lesões traumáticas dentárias 
caracterizam-se por sua natureza 
aguda, devendo ser sempre consi-
deradas uma urgência, o que pode 
ser comprovado por estudos clínicos 
que demonstraram que estas lesões 
representam uma das causas mais 
comuns de procura pelos serviços de 
pronto atendimento.24[C] Além disso, 
podem afetar vários tecidos em di-
ferentes graus de complexidade, a 
saber: os tecidos mineralizados da 
coroa e raiz, a polpa e as estruturas 
de sustentação do dente. A evolução 
destas lesões depende não só do po-
tencial de reparo individual das cé-
lulas envolvidas, mas também da in-
teração dos vários tecidos o que, não 
raro, determina padrões complexos 
e variados de cicatrização. Sendo as-
sim, o sucesso do tratamento destas 
lesões depende não só de uma abor-
dagem inicial correta do paciente, 
mas principalmente de um acompa-
nhamento a médio e longo prazos, 
para a identenficação de sequelas que 
podem aparecer tardiamente.24-27
Tratando-se da dentição decídua, 
cabe aqui a ressalva de que é comum 
a adoção de procedimentos clínicos 
sustentados por um parco número 
de publicações, hegemonicamente 
baseados na abordagem da dentição 
permanente e assentados nos níveis 
de evidência dos quais se dispõem.28,29 
O tratamento das lesões traumáticas 
de dentes decíduos deve ser planeja-
do, respeitando-se a estreita relação 
entre o ápice da raiz do dente decí-
duo atingido e o germe do dente per-
manente subjacente. Alterações na 
morfogênese, impactação dentária e 
distúrbios eruptivos na dentição per-
manente em desenvolvimento são al-
gumas das consequências que podem 
ocorrer após lesões graves em dentes 
decíduos e/ou osso alveolar. Devido 
ao potencial risco de sequelas, o trata-
mento deve contemplar a possibilida-
de de evitar qualquer risco adicional 
aos sucessores permanentes.30-32[B]
193
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
A presente diretriz tem como ob-
jetivo apresentar condutas clínicas 
mais indicadas para o tratamento 
das lesões traumáticas nas dentições 
decídua e permanente, tendo como 
norte não só a pronta reabilitação 
estética e funcional do paciente, mas 
também sua reintegração ao conví-
vio e desenvolvimento normais. 
Metodologia 
Nesta diretriz foram descritas 
as principais recomendações para o 
tratamento emergencial e sequencial 
para cada uma das lesões traumáti-
cas dentárias, nas dentições perma-
nente e decídua, segundo o sistema 
adotado pela OMS (Organização 
Mundial da Saúde) para a aplicação 
da classificação internacional das 
doenças para Odontologia e Estoma-
tologia, modificado por Andreasen 
e colaboradores1-2. Esta escolha jus-
tifica-se por se tratar de uma classi-
ficação completa para o diagnóstico 
clínico no momento do exame inicial, 
que permite avaliar os tecidos envol-
vidos, bem como a extensão da lesão, 
possibilitando, dessa forma, traçar o 
plano de tratamento adequado com 
base no prognóstico das estruturas 
lesadas. 
A pesquisa no Medline, referente 
a estudos brasileiros, assim como nas 
bases de dados Lilacs, BBO e SciELO, 
foi realizada utilizando os termos 
“dentes”, “traumatismo”, “dentição 
permanente” e “dentição decídua”. 
Os estudos obtidos foram avaliados 
e selecionados de acordo com a qua-
lidade metodológica e hierarquia de 
evidências. Portanto, as orientações 
da presente diretriz são acompanha-
das pelo grau de recomendação, esti-
mado a partir do nível de evidência 
científica, conforme o quadro 1.1, no 
capítulo 1.
Abordagem inicial do 
paciente traumatizado
A abordagem inicial do paciente 
tem um papel decisivo no sucesso do 
tratamento das lesões traumáticas. 
O prognóstico de dentes trauma-
tizados, muitas vezes, depende de 
cuidados imediatos que antecedem 
a atuação do cirurgião-dentista (CD) 
principalmente nas lesões que envol-
vem o deslocamento. Fatores como 
meio de armazenamento, tempo de 
permanência extrabucal, manuseio 
da superfície radicular são determi-
nantes do tipo de cicatrização perio-
dontal de dentes avulsionados.33[B]Nas fraturas radiculares e nas luxa-
ções extrusivas e laterais, a manuten-
ção da vitalidade pulpar depende do 
reposicionamento imediato.24,34[B] Já 
nas luxações intrusivas, principal-
mente as parciais, este procedimento 
está contraindicado.35[A], 36[B] O tipo de 
imobilização também é determinan-
te do tipo de cicatrização das fraturas 
radiculares.34[B] Todas estas informa-
ções devem ser coletadas no momen-
to do exame inicial e consideradas 
durante avaliações a médio e longo 
prazos.
Avaliação neurológica inicial
O exame do paciente deve ser ini-
ciado a partir do momento em que o 
mesmo adentra o consultório odonto-
lógico, visando observar sinais como 
dificuldade de locomoção e equilí-
194
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
brio, que podem significar compro-
metimento neurológico. Além disso, 
outros sinais e sintomas devem ser 
avaliados: confusão mental, resposta 
pupilar anormal, presença de sangra-
mento ou fluido claro no ouvido e no 
nariz, história de vômitos, náuseas, 
dores de cabeça. A constatação de 
comprometimento neurológico deve 
ser considerada como prioridade em 
detrimento de qualquer lesão traumá-
tica, mesmo que esta seja uma avulsão 
dentária ou uma fratura alveolodental 
e de outros ossos da face.37[C]
Exame subjetivo
A anamnese durante o atendi-
mento de urgência dos traumatis-
mos dentários é sucinta e dirigida 
para obter informações específicas 
pertinentes ao acidente, história de 
traumatismos anteriores e uma bre-
ve história médica.
Quando, onde e como ocorreu 
o acidente? – O intervalo entre o 
momento do acidente (quando) e o 
tratamento influencia significativa-
mente no prognóstico das avulsões, 
luxações e fraturas radiculares com 
deslocamento além de exposições 
pulpares. A informação sobre o lo-
cal do acidente (onde) pode ser im-
portante na indicação de profilaxia 
antitetânica, e permitir ainda a loca-
lização de um dente avulsionado ou 
de fragmentos. Já os dados sobre a 
natureza do acidente (como) podem 
fornecer pistas sobre o tipo e a lo-
calização anatômica das lesões. Um 
exemplo clássico são as pancadas no 
mento, que podem causar fraturas 
de pré-molares e molares, ramo da 
mandíbula e região condilar.27[B]
Exame objetivo extrabucal
Avaliação das feridas extrabucais
O exame extrabucal do pacien-
te vítima de traumatismos inicia-se 
com uma avaliação abrangente das 
feridas extra e intrabucais, sendo que 
as mais frequentes são as contusões, 
as abrasões e as lacerações.38[B] Deve-
-se atentar para o fato de que apro-
ximadamente metade dos pacientes 
que procuram os serviços de urgên-
cia apresentam lesões de tecido mole 
associadas.39,40[C]
Avaliação das fraturas ósseas
As fraturas dos ossos da face em 
geral decorrem de acidentes auto-
mobilísticos ou de violência. Devido 
à sua gravidade e natureza múltipla, 
o mais comum é que o paciente pro-
cure um pronto atendimento hospi-
talar. Todavia, nas raras ocasiões em 
que é o primeiro profissional a ser 
procurado, o clínico deve ser capaz 
de reconhecer estas lesões e avaliar 
a necessidade de se encaminhar o 
paciente a um cirurgião bucomaxi-
lofacial e atendimento em hospital, 
dependendo de sua extensão.
As fraturas na maxila e mandíbu-
la estão associadas a um conjunto de 
sinais e sintomas que podem ocorrer 
em conjunto ou isoladamente, tais 
como presença de edema, hemato-
ma e assimetria facial, alterações na 
oclusão, dor e crepitação à palpação 
e manipulação dos fragmentos, dor 
ocasionada pela movimentação du-
rante a fala ou mastigação.
As fraturas das paredes do alvéo-
lo representam um achado frequente 
relacionado às avulsões e luxações 
195
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
laterais.41,42[B] Clinicamente, podem 
ser diagnosticadas através da crepi-
tação durante o exame de palpação 
simultâneo ao teste de mobilidade 
dos dentes envolvidos. As fraturas do 
processo alveolar geralmente se loca-
lizam além do ápice radicular, mas 
eventualmente envolvem as paredes 
laterais do alvéolo. São facilmente 
diagnosticadas ao exame clínico de-
vido à movimentação simultânea de 
um grupo de dentes, quando da rea-
lização do teste de mobilidade.
Em todos os casos, o exame radio-
gráfico é indispensável para a conclu-
são do diagnóstico final, sendo que 
este deve incluir tomadas extra e in-
trabucais. Radiografias oclusais e pe-
riapicais ortorradiais e com distorções 
mesial e distal são importantes na 
identificação de fraturas das paredes 
do alvéolo e do processo alveolar. A 
radiografia panorâmica é de especial 
valor para determinar o curso e a po-
sição das linhas de fratura na maxila 
e mandíbula. A tomografia compu-
tadorizada de cone beam43-45[C] tem 
se revelado um instrumento excep-
cional para a avaliação da extensão e 
localização das fraturas ósseas.
Para a dentição decídua, algumas 
técnicas podem auxiliar no melhor 
emprego deste recurso, como a ra-
diografia com ângulo horizontal de 
90°, incidência no dente em questão 
(filme tamanho 2, vista horizontal) e 
a técnica oclusal utilizando-se filme 
infantil (filme de tamanho 2, vista 
horizontal). Muitas vezes, a vista la-
teral do dente em questão é útil para 
revelar a relação entre o ápice do 
dente deslocado e o germe do dente 
permanente, bem como a direção de 
deslocamento. Neste caso, indica-se o 
posicionamento extrabucal, filme ta-
manho 2, em posição vertical.31,46,47[B]
Exame objetivo intrabucal
Avaliação das lesões de mucosa
As lesões de mucosa e gengiva a 
serem observadas no exame intrabu-
cal seguem o mesmo padrão das feri-
das extrabucais: contusões, abrasões 
e lacerações e, muitas vezes, reque-
rem uma intervenção imediata para 
o controle de quadros hemorrágicos. 
Além disso, é comum observar a in-
clusão de corpos estranhos na inti-
midade do tecido, principalmente na 
região labial. Fragmentos de dente, 
vidro, madeira, entre outros, podem 
ser identificados e localizados através 
do exame visual, palpação e exame 
radiográfico, e devem ser removidos 
a fim de se evitarem quadros agudos 
resultantes da tentativa de expulsar 
os mesmos.38[B]
Tratamento das lesões 
traumáticas dos dentes 
anteriores decíduos e 
permanentes
Fraturas coronárias
As lesões traumáticas que afetam 
as coroas dos dentes representam o 
tipo de lesão mais frequente na den-
tição permanente2 e compreendem 
as trincas, as fraturas de esmalte, fra-
turas de esmalte e dentina e fraturas 
coronárias com exposição pulpar.
Trincas 
As trincas coronárias são defini-
das como fraturas incompletas da 
196
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
coroa, restritas ao esmalte, sem per-
da de substância macroscópica da 
estrutura dentária. O exame clínico 
deve ser feito com luz indireta posi-
cionando a fonte na face palatina ou 
na borda incisal do dente acometido. 
O prognóstico das trincas é muito 
favorável tanto em dentes decíduos 
quanto em permanentes, uma vez 
que estudos clínicos relataram uma 
frequência muito pequena de com-
plicações pulpares ou periodontais 
desde que não ocorram lesões por 
luxações associadas.48[B] O tratamen-
to restaurador não está indicado, 
pois não se justifica a perda de es-
trutura dentária necessária para a 
realizaçao do bisel.49, 50[C] É recomen-
dável o acompanhamento clínico e 
radiográfico, devido à possibilidade 
de danos aos tecidos de sustentação. 
Em função do prognóstico favorável, 
a rotina de acompanhamento é rea-
lizada nas consultas de manutenção 
do paciente.29,30,51,52[B]
Fraturas de esmalte 
As fraturas coronárias de esmal-
te caracterizam-se pela perda de es-
trutura dentária da coroa restrita ao 
esmalte e, assim como as trincas, re-
presentam um risco mínimo de com-
prometimento pulpar e periapicalquando ocorrem isoladas.53,54[B] Devi-
do ao fato de não comprometerem a 
estética, o tratamento limita-se à eli-
minação (arredondamento) das bor-
das cortantes na coroa para prevenir 
lacerações dos tecidos moles. O tra-
tamento restaurador só está indicado 
quando o comprometimento estético 
for considerável e em pacientes com 
adaptação comportamental para o 
procedimento, pois o preparo pode 
levar a uma perda de estrutura den-
tária maior do que aquela causada 
pela fratura em si. Por ser mais con-
servadora, em dentes permanentes 
a técnica de colagem do fragmento 
poderá ser realizada, tomando-se os 
devidos cuidados na manipulação 
adequada do fragmento.49,50[C] O mo-
nitoramento clínico e radiográfico é 
realizado nas consultas de manuten-
ção do paciente.29, 31,51,55[B]
Fraturas de esmalte e dentina
As fraturas coronárias de esmal-
te e dentina caracterizam-se pela 
perda de estrutura coronária com 
exposição de túbulos dentinários. 
Clinicamente, esta exposição pode 
determinar um quadro de sensibi-
lidade dentinária durante a alimen-
tação, a higienização e até mesmo 
durante a própria respiração. Entre-
tanto, na percepção do paciente e/
ou de seus responsáveis, o compro-
metimento estético pode representar 
o principal motivo da procura pelo 
atendimento.6,7[B] Sendo assim, na 
dentição permanente, o tratamento 
consiste na reconstituição estética 
com material adesivo, fazendo-se a 
colagem do fragmento se possível. 
Para tanto, deve-se considerar prin-
cipalmente o grau de desidratação 
do fragmento, sua adaptação ao re-
manescente dental, quantidade de 
dentina exposta, profundidade da 
fratura e condições endodônticas do 
remanescente dental.49,50[C] O prog-
nóstico pulpar é favorável, desde 
que as restaurações ofereçam sela-
mento adequado56,57[B] e não ocorram 
luxações associadas.25,54,56[B] 
Na dentição decídua, dependen-
do da adaptação comportamental 
197
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
do paciente, pode-se vedar a área na 
abordagem imediata do traumatismo, 
sem finalizar o procedimento quanto 
à estética. Acabamento e polimen-
to podem ser realizados em sessão 
subsequente. O tratamento consiste 
na proteção do complexo dentino-
pulpar contra agentes irritantes atra-
vés de procedimento restaurador. O 
restabelecimento estético-funcional é 
obtido por meio de restauração com 
resina composta. Embora seja um 
procedimento incomum para a den-
tição decídua, a colagem do fragmen-
to coronário pode ser empregada. O 
prognóstico também é favorável e o 
acompanhamento pode ser realizado 
nas consultas de retorno do paciente. 
Recomenda-se avaliação radiográfica 
a cada seis meses, até completar um 
ano após o traumatismo.31,58[B]
Fraturas de esmalte e dentina com 
exposição pulpar 
Nas fraturas coronárias com en-
volvimento da polpa, além da perda 
de estrutura dentária, ocorre uma 
dilaceração do tecido pulpar e sua 
exposição direta ao meio bucal.53,57, 59-
61[C] A melhor alternativa para o trata-
mento de urgência destas lesões são 
as condutas conservadoras	da polpa 
dental,	cujo objetivo principal é a pre-
servação de tecido pulpar vital e em 
condições de formar uma barreira 
biológica de tecido mineralizado.57[B] 
Em dentes permanentes, a cureta-
gem pulpar está indicada em expo-
sições pulpares por curto período, 
cuja pequena extensão não justifica 
a realização da pulpotomia.53, 62[B],63[C] 
A indicação da pulpotomia se faz nos 
casos em que ocorre exposição de 
uma maior extensão de tecido pulpar 
e o tempo decorrido até o momento 
do tratamento seja compatível com a 
preservação de tecido sadio. De forma 
semelhante à curetagem, o procedi-
mento restaurador deve ser realizado 
de preferência nesta mesma sessão.53, 
62[B], 63[C].
Tem sido relatado um alto índice 
de cura após o tratamento conser-
vador em dentes permanentes, com 
uma frequência variando de 72 a 98%. 
Os critérios para a avaliação de su-
cesso do tratamento são ausência de 
sintomatologia, resposta positiva às 
provas de vitalidade pulpar (nos ca-
sos de capeamento e curetagem), con-
tinuidade de desenvolvimento radi-
cular, ausência de sinais radiográficos 
de lesões periapicais e reabsorções 
radiculares inflamatórias e observa-
ção radiográfica de barreira de tecido 
mineralizado.64[B]
O hidróxido de cálcio representa 
o material de escolha para o trata-
mento conservador da polpa.65[A],66[B] 
O uso do MTA (Mineral Trioxide 
Aggregate) diretamente sobre a pol-
pa exposta é considerado, uma vez 
que o material também permite a 
formação da barreira de tecido mi-
neralizado, sendo o seu mecanismo 
de ação similar ao do hidróxido de 
cálcio.67,68[B], 69-71[C] Entretanto, são ne-
cessárias evidências científicas que 
subsidiem o emprego das marcas co-
merciais atualmente disponíveis no 
mercado sem o risco de alterações de 
cor da coroa.72-74[C], 75[B]
O tratamento	endodôntico radical 
estará indicado nos casos em que não 
houve sucesso do tratamento conser-
vador e/ou quando ocorre a necrose 
198
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
pulpar.64[B], 76[B] A ocorrência de luxa-
ções concomitantes pode representar 
uma contraindicação para o tratamen-
to conservador, uma vez que afetam o 
feixe vasculonervoso apical compro-
metendo assim o suprimento sanguí-
neo pulpar.25,76[B] Entretanto, dentes 
com rizogênese incompleta apresen-
tam uma grande taxa de proliferação 
celular na papila e folículo dentários, 
o que favorece a manutenção da vita-
lidade e favorece uma conduta mais 
conservadora mesmo quando a ex-
posição pulpar ocorre concomitante-
mente com luxações leves.64[B] Sendo 
assim, a decisão por uma intervenção 
endodôntica radical deve ser precisa e 
representar a última alternativa tendo 
em vista os prejuízos de uma indica-
ção precoce ou tardia deste tratamen-
to em dentes jovens.77,78[B]
Na dentição decídua, as opções 
terapêuticas são as mesmas.32,55,79[B] 
No entanto, o exame radiográfico 
complementar é demandado espe-
cialmente para se avaliar o volume 
da câmara pulpar, o estágio da for-
mação radicular e o nível de reabsor-
ção radicular, fatores que influenciam 
no tratamento. Os tipos de fármacos 
utilizados e as possíveis técnicas 
empregadas na abordagem do teci-
do pulpar de dentes decíduos estão 
descritas no capítulo 17. O restabele-
cimento estético-funcional segue os 
princípios descritos para as lesões de 
esmalte e dentina. O monitoramento 
clínico e radiográfico deve ocorrer no 
mínimo a cada seis meses no primei-
ro ano pós-traumatismo.29,31[B]
Fraturas coronorradiculares 
As fraturas coronorradiculares 
comprometem os tecidos da coroa, 
raiz, ligamento periodontal, poden-
do estar associadas ou não a uma 
exposição pulpar. Caracterizam-se 
pela invasão do espaço biológico e 
na dentição decídua acometem, além 
dos dentes anteriores, os pré-molares 
e molares no caso de traumatismos 
indiretos. O aspecto clínico mais fre-
quente é uma linha de fratura que se 
inicia na porção central da face vesti-
bular do dente ou próxima à margem 
gengival e segue um trajeto oblíquo 
em direção à raiz na região palatina. 
Nestes casos, não há grande desloca-
mento do fragmento coronário, pois 
o mesmo permanece mantido pe-
las fibras do ligamento periodontal, 
apresentando mobilidade. Quando 
ocorre a exposição pulpar, a dor é 
um sintoma característico associado 
à movimentação do fragmento, mas-
tigação ou percussão vertical. Outra 
forma menos frequente é o apareci-
mento de linhas de fratura múltiplas. 
O exame radiográfico convencional 
nestes casos dificilmente revela o 
nível palatino da fratura, uma vez 
que a linha oblíqua da fratura é per-
pendicular ao feixe de radiação e o 
fragmento está muito próximo do fil-
me. A tomografia computadorizada 
de feixecônico pode representar um 
excelente auxílio diagnóstico para a 
real avaliação da localização e exten-
são da fratura.80[B]
A maior dificuldade no tratamen-
to destas lesões é a perda das distân-
cias biológicas, o que, muitas vezes, 
demanda cirurgias periodontais ou 
tratamentos ortodônticos, como o 
tracionamento para viabilizar uma 
reconstituição estética definitiva. A 
escolha da conduta terapêutica mais 
199
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
adequada deve se basear nos dados 
de localização e extensão da linha de 
fratura, conjugados à idade do pa-
ciente. Novamente, a abordagem de 
pacientes jovens deve ser mais con-
servadora, tendo em vista o grande 
potencial de recuperação dos tecidos 
pulpar e periodontal nestes pacien-
tes. Sendo assim, o profissional pode 
se valer do próprio crescimento facial 
e da continuidade da erupção de den-
tes jovens para aguardar que a linha 
de fratura atinja níveis que permitam 
uma intervenção mais atraumática. O 
prognóstico destes dentes é duvidoso 
e não existem acompanhamentos clí-
nicos que permitam definir o índice 
de sucesso das várias abordagens de 
tratamento possíveis. Além disso, são 
tratamentos de custo relativamente 
alto e de longa duração. Diante da 
imprevisibilidade dos resultados das 
soluções terapêuticas disponíveis e 
da relação custo-benefício desfavorá-
vel, muitas vezes, o implante torna-se 
o tratamento de escolha.78,80[B], 81-84[C]
Em dentes decíduos, a extensão 
subgengival normalmente contrain-
dica sua manutenção. Devido à difi-
culdade de viabilizar o reparo entre 
os fragmentos, invariavelmente a de-
cisão clínica conduz à exodontia.30[B] 
Quando a fratura se estender até 2 
mm além do limite gengival, pode-
se optar pela restauração com resina 
composta. É recomendável o acom-
panhamento clínico e radiográfico 
trimestral até um ano após o trauma-
tismo e, posteriormente, nas consul-
tas de manutenção.
Lesões por luxação 
As lesões por luxação caracteri-
zam-se pelo comprometimento do 
ligamento periodontal e do feixe vas-
culonervoso periapical. Representam 
as lesões mais comuns na dentição 
decídua,31,85,86 devido à maior malea-
bilidade óssea observada nesta faixa 
etária. 
São classificadas em cinco cate-
gorias de acordo com a extensão do 
traumatismo.
Concussão: a lesão restringe-se às 
fibras do ligamento periodontal que, 
não sendo suficiente para provocar 
mobilidade anormal ou deslocamen-
to do dente, é diagnosticada pela dor 
à percussão, sensação de dente “cres-
cido” ou “dormente”. Como a lesão 
ao feixe vasculonervoso é mínima, na 
maioria das vezes resultante do ede-
ma que se forma no espaço do liga-
mento periodontal rompido, o prog-
nóstico pulpar é favorável nas duas 
dentições.24,87-89[B] O tratamento emer-
gencial consiste apenas no repouso 
articular do dente acometido.53[B],87[B] 
O acompanhamento clínico e radio-
gráfico é recomendado, uma vez que 
em dentes decíduos frequentemente 
observam-se alteração de cor da coroa 
e obliteração do canal radicular.79,90[B]
Subluxação:	 caracteriza-se pela 
ruptura de fibras do ligamento pe-
riodontal, aumentando a mobilidade 
do dente acometido. O comprometi-
mento pulpar pode ocorrer devido 
ao estiramento ou, mais raramente, 
à ruptura do feixe vasculonervoso 
apical no momento do traumatismo. 
Além disso, a formação de edema 
na região do ligamento periodontal 
pode afetar o suprimento sanguíneo 
devido à compressão de vasos.24,87-89-
[B],91,92[C] Em permanentes, o tratamen-
to emergencial consiste na imobiliza-
ção flexível por um período máximo 
200
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
de 15 dias, dependendo do grau de 
mobilidade, possibilitando a regene-
ração das fibras periodontais e mais 
conforto ao paciente. Em todos os 
casos, deve-se realizar um alívio das 
interferências oclusais.53,87[B]
Na dentição decídua, além dos 
sinais descritos para a subluxação 
na dentição permanente, há queixa 
de sensibilidade à mastigação e per-
cussão, o que faz com que algumas 
crianças evitem ou reposicionem os 
objetos de sucção (a mamadeira ou 
chupeta) para minimizar o descon-
forto. O prognóstico envolve a pos-
sibilidade de alteração de cor da co-
roa e obliteração do canal radicular, 
sendo pequeno o risco de necrose 
pulpar. Recomenda-se o acompa-
nhamento clínico e radiográfico nas 
consultas de rotina.93,94[C]
Luxação	extrusiva: caracterizam-
-se pela ruptura das fibras do liga-
mento periodontal, lesão de pon-
tos esparsos da superfície radicular 
e ruptura ou estiramento do feixe 
vasculonervoso no nível do ápice 
radicular.24,41,88,89,95[B] Clinicamente, ob-
serva-se a extrusão parcial do dente 
no sentido oclusal, com eventual des-
locamento da coroa em direção lin-
gual e grande mobilidade horizontal 
e vertical. Dentes permanentes apre-
sentam sensibilidade aos testes de 
percussão e sangramento intenso na 
região cervical e o achado radiográ-
fico característico deste tipo de lesão 
é o aumento do espaço do ligamento 
periodontal na região apical. 
Cuidados iniciais já podem ser 
tomados pelo próprio paciente/res-
ponsáveis quando orientados pelo 
cirurgião-dentista (CD) ao primei-
ro contato telefônico: reposicionar 
o dente sob leve pressão digital e 
mantê-lo em posição mordendo uma 
gaze, algodão ou pedaço de tecido 
limpo até o atendimento, melhoran-
do sobremaneira o prognóstico quan-
do realizada imediatamente após o 
traumatismo. Para dentes perma-
nentes, a conduta profissional a ser 
adotada consiste em avaliar clínica e 
radiograficamente a posição do den-
te, realizar as correções necessárias e 
fazer a imobilização flexível. Quan-
do o reposicionamento for realizado 
pelo profissional, este deve ser atrau-
mático, com pressão digital delicada 
e contínua, no sentido apical, com o 
objetivo de deslocar gradualmente 
o coágulo formado entre o ápice ra-
dicular e o fundo do alvéolo. Após a 
verificação radiográfica da posição 
correta do dente, procede-se à fixa-
ção flexível por um período de 2 a 3 
semanas. Em todos os casos, deve-se 
realizar um alívio das interferências 
oclusais. Quando o atendimento é 
tardio, o reposicionamento correto 
é praticamente impossível. Nestes 
casos, a melhor opção é realizar o 
ajuste oclusal deixando que a cicatri-
zação ocorra, mantendo o dente em 
sua nova posição para posteriormen-
te realizar o reposicionamento atra-
vés de aparelho ortodôntico.41,53[B]
O tratamento da luxação extrusi-
va na dentição decídua depende do 
grau de rizólise, tempo decorrido en-
tre o traumatismo e o atendimento, 
magnitude do deslocamento, envol-
vimento da parede alveolar, relação 
com o germe do permanente e in-
terferência oclusal.29[B] Caso já tenha 
havido a formação de coágulo (o que 
se dá poucas horas após o trauma-
tismo), está contraindicada a manu-
201
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
tenção do dente. Nos casos onde está 
recomendada a manutenção, após a 
anestesia faz-se o reposicionamento 
com manobra bidigital e a contenção 
dentária.30 Por conta do dano ao liga-
mento periodontal e o rompimento 
do feixe vasculonervoso, é comum a 
ocorrência de sequelas vinculadas a 
estes tecidos, quais sejam reabsorção 
radicular e necrose pulpar. É reco-
mendável o monitoramento periódi-
co de dentes que sofreram extrusão 
nas consultas de manutenção.
Luxação	 lateral: lesão complexa 
que envolve ruptura e laceração das 
fibras do ligamento periodontal, le-
são de áreas extensas da superfície 
radicular e do osso alveolar. Em per-
manentes, no nível do forame apical 
ocorre estrangulamento e ruptura 
do feixe vasculonervoso.24,41,88,89,96[B] 
Clinicamente, observa-se o desloca-
mento excêntrico no sentido oclusal 
e palatino, em geral associado à fra-
tura daparede vestibular do alvéolo. 
Nestes casos, a coroa apresenta-se 
posicionada em direção lingual, e a 
raiz desliza sobre a superfície vesti-
bular da parede alveolar em direção 
apical, mantendo o dente firmemen-
te preso em sua nova posição. A dor 
à percussão vertical e horizontal não 
representa um achado frequente, mas 
a palpação no fundo de saco do ves-
tíbulo geralmente é dolorosa e per-
mite perceber a fratura do processo 
alveolar e a posição vestibularizada 
do ápice radicular. O achado radio-
gráfico característico deste tipo de le-
são é a imagem encurtada e de maior 
radiopacidade do elemento envol-
vido quando comparada com aque-
la dos dentes adjacentes normais. A 
mudança na direção do longo eixo 
do dente com deslocamento lateral 
faz com que haja uma alteração no 
ângulo vertical de incidência do fei-
xe de radiação. Além disso, pode-se 
observar um aumento do espaço do 
ligamento periodontal evidenciado 
numa tomada radiográfica oclusal. 
Orientações iniciais relativas ao 
reposicionamento do dente também 
podem ser passadas já no primeiro 
contato com o paciente, à semelhan-
ça da luxação extrusiva. Entretanto, 
o reposicionamento imediato das lu-
xações laterais pode ser muito trau-
mático devido à fratura do processo 
alveolar requerendo em geral a atua-
ção do profissional. Deve-se realizar 
inicialmente uma firme pressão digi-
tal no fundo de saco do vestíbulo em 
direção incisal, a fim de reconduzir o 
ápice radicular ao alvéolo. Num se-
gundo momento, o dente é pressio-
nado em direção apical até o fundo 
do alvéolo. Em situações extremas, 
pode-se utilizar um fórceps para 
extruir ligeiramente o dente e então 
reconduzi-lo ao seu alvéolo. Após o 
reposicionamento, deve-se realizar 
uma compressão vestibular e lingual 
para assegurar a acomodação com-
pleta do dente no alvéolo e facilitar 
a cicatrização dos tecidos periodon-
tais. Em seguida, deve-se verificar 
radiograficamente a posição correta 
do dente e imobilizá-lo com fixação 
rígida por um período de 3 a 4 se-
manas. Em todos os casos, deve-se 
realizar um ajuste das interferências 
oclusais. Quando o atendimento é 
tardio, o reposicionamento correto é 
praticamente impossível. Nestes ca-
sos, a melhor opção é realizar o ajus-
te oclusal deixando que a cicatriza-
ção ocorra çom o dente em sua nova 
202
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
posição para posteriormente realizar 
o reposicionamento através de apa-
relho ortodôntico.41,53[B]
A decisão terapêutica nos casos de 
luxação lateral de dentes	decíduos está 
vinculada a fatores tais como grau de 
rizólise do dente decíduo, tempo de-
corrido entre o traumatismo e o aten-
dimento, magnitude do deslocamen-
to, envolvimento da parede alveolar, 
relação com o germe do permanente 
e interferência oclusal.31,97[C] A obser-
vação radiográfica contribui para 
determinar a relação do dente decí-
duo luxado com o germe do dente 
permanente.46 A apreciação desses 
fatores deve estabelecer o tratamen-
to, que deve consistir na manutenção 
do dente ou em exodontia. A opção 
pelo reposicionamento (manutenção) 
deve ocorrer sob anestesia infiltrati-
va e, caso o profissional julgue ne-
cessário, instalação de contenção. É 
comum ocorrer necrose pulpar, por 
isso está altamente recomendada a 
proservação clínica e radiográfica 
dos elementos envolvidos.98[C]
Luxação	 intrusiva: deslocamen-
to do dente no sentido do seu lon-
go	eixo em direção apical. Além da 
ruptura das fibras do ligamento pe-
riodontal, a lesão estende-se ao osso 
alveolar apical e à superfície radi-
cular, com a remoção mecânica da 
camada cementoblástica, devido à 
direção do deslocamento realizado 
pelo dente.24,41, 80,89,99[B] Clinicamente, o 
dente traumatizado encontra-se em 
infraoclusão e imóvel em sua nova 
posição. Radiograficamente, obser-
va-se a perda de identidade do liga-
mento periodontal.	Entre as alterna-
tivas de	tratamento emergencial das 
luxações intrusivas, são descritos o 
controle da re-erupção passiva, o re-
posicionamento cirúrgico e a extru-
são ortodôntica. As poucas evidên-
cias científicas disponíveis sugerem 
que os procedimentos ortodônticos 
representam a melhor opção para o 
reposicionamento de deslocamentos 
intrusivos e laterais, uma vez que 
minimizam danos adicionais às es-
truturas radiculares e de sustentação 
do elemento traumatizado.35[A], 36[B]
A necrose pulpar representa uma 
complicação relativamente comum 
após lesões por luxação. Sua ocorrên-
cia está relacionada principalmente a 
dois fatores: a presença de desloca-
mento e o grau de rizogênese, uma 
vez que traduzem a chance de revas-
cularização do tecido pulpar.88,89[B] 
Sendo assim, o tratamento endo-
dôntico radical não é necessário na 
maioria dos casos de luxações sem 
deslocamento ou dentes com deslo-
camento que apresentam rizogênese 
incompleta. Nos dentes maduros por-
tadores de deslocamento extrusivo e 
lateral, o reposicionamento imediato 
pode contribuir para a cicatrização 
pulpar. Por outro lado, dentes com 
rizogênese completa portadores de 
luxação intrusiva raramente mantém 
a vitalidade devendo o tratamento 
endodôntico radical ser implementa-
do o mais rápido possível, a fim de 
se evitarem quadros avançados de 
reabsorção radicular.99[B]
Não raro, as intrusões de den-
tes decíduos afetam sobremaneira 
o dente permanente sucessor em 
desenvolvimento. Dependendo da 
idade da criança (consequentemen-
te a etapa da odontogênese), o dano 
203
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
pode se constituir de defeitos estru-
turais severos (hipoplasia) a leves 
alterações de cor (opacidades do 
esmalte).100,101[C] A constatação de in-
vasão do folículo do germe do dente 
permanente, bem como fratura da 
parede alveolar, indicam a extração 
do dente decíduo. Se o deslocamento 
não envolver o germe, pode-se aguar-
dar a re-erupção do dente decíduo, o 
que deve ocorrer nas primeiras sema-
nas após o traumatismo.102-104[C] Se em 
até 8 semanas não houver re-erupção 
do dente intruído, está indicada a 
exodontia90,105[B]. O acompanhamento 
de dentes decíduos envolvidos neste 
tipo de traumatismo consiste em ava-
liação clínica e radiográfica em perío-
do breve, especialmente no pós-trau-
matismo. Recomenda-se a avaliação 
já na primeira semana e após 30, 60 
e 120 dias. Atenção especial, no perí-
odo inicial de monitoramento, deve 
ser dada à possibilidade de infecção, 
além do controle da re-erupção do 
dente decíduo.106,107[B] Alterações de 
cor, reabsorções e necrose pulpar são 
sequelas frequentes em dentes decí-
duos intruídos.101,102,108[C] Em havendo 
a extração do dente, deve ser plane-
jado o controle de espaço da região.
Fraturas radiculares
As fraturas radiculares são lesões 
que envolvem tanto as estruturas de 
suporte do dente (ligamento perio-
dontal, superfície radicular e osso 
alveolar) quanto as suas estruturas 
pulpares e tecidos mineralizados 
(dentina e cemento). O diagnóstico 
das fraturas radiculares é essencial-
mente radiográfico, uma vez que suas 
características clínicas – ligeira extru-
são, deslocamento no sentido lingual 
e mobilidade do segmento coronário 
– são semelhantes às luxações e fratu-
ras do processo alveolar. Estes acha-
dos clínicos são coerentes com a gran-
de frequência de lesões associadas no 
fragmento coronário, na sua maioria 
luxações extrusivas ou laterais.
Embora envolvam padrões de ci-
catrização bastante complexos, devi-
do ao grande número de estruturas 
envolvidas, as fraturas radiculares 
apresentam um prognóstico favorá-
vel quanto à consolidação dos frag-
mentos, o que pode ser constatado 
pelos altos índices de cicatrização 
sem intervenção endodôntica, 56 a 
84%, relatados em vários acompa-
nhamentos clínicos.109[C], 110,111[B], 112,113[C],114,115[B] A cicatrização das fraturas ra-
diculares em dentes permanentes 
depende de certos fatores relaciona-
dos ao momento do trauma e ao tra-
tamento emergencial.115,116 [B] A locali-
zação da fratura não é determinante 
do prognóstico, uma vez que foram 
relatados índices de cicatrização nas 
fraturas de terço cervical semelhan-
tes aos observados para as fraturas 
de terço médio e apical. Entretanto, 
o tipo de cicatrização mais frequente 
foi a deposição de tecido conjuntivo 
em detrimento da consolidação com 
tecido mineralizado. Este fato deter-
mina um prognóstico pior, a longo 
prazo, pois a presença da mobilidade, 
a proporção desfavorável coroa-raiz, 
tornam o dente mais vulnerável.114[B] 
Por outro lado, fatores como mobili-
dade e deslocamento do fragmento 
coronário foram significativos na de-
terminação do prognóstico, uma vez 
que a manutenção pulpar e a proxi-
204
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
midade entre os fragmentos são fun-
damentais para a consolidação com 
deposição de um calo dentinoide/
cementoide.111[B] Por este mesmo mo-
tivo, o pronto reposicionamento e 
imobilização também são importan-
tes para que haja uma cicatrização 
favorável das fraturas radiculares. 
Sendo assim, independentemente da 
localização, o tratamento emergen-
cial das fraturas radiculares consiste 
no reposicionamento do fragmento 
coronário através de pressão digital 
firme.53,116[B] Após a verificação radio-
gráfica da redução correta da fratura, 
o dente deve ser imobilizado por um 
tempo mínimo de 2 meses, varian-
do de acordo com a sua localização. 
Durante este período, é realizado o 
controle clínico e radiográfico para 
a avaliação da condição pulpar dos 
segmentos e da ocorrência ou não 
de cicatrização. Toda e qualquer in-
tervenção endodôntica e/ou cirúrgi-
ca está descartada até que haja uma 
definição do diagnóstico de necrose 
pulpar. À semelhança do que ocorre 
nas luxações, também aqui o diag-
nóstico definitivo de necrose pulpar 
deve ser concluído depois de ob-
servados sinais adicionais, além da 
ausência de resposta às provas de 
sensibilidade pulpar, a saber: área ra-
diolúcida adjacente à linha de fratu-
ra e na região periapical, alteração de 
cor da coroa, reabsorções radiculares 
inflamatórias, mobilidade anormal 
do fragmento coronário e resposta 
positiva aos testes de percussão.117[C], 
53,118[B]
Várias condutas têm sido pro-
postas para o tratamento da necrose 
pulpar em dentes com fratura radi-
cular e a característica mais impor-
tante a ser considerada é o fato de 
o fragmento apical normalmente 
conter tecido pulpar vital, o que per-
mite que o tratamento endodôntico 
seja realizado apenas no fragmento 
coronário.117[C],118[B] A obturação pode 
ser imediata se a anatomia do canal 
permitir um vedamento adequado 
na interface dos dois fragmentos. 
Contudo, é difícil conseguir limpeza 
e obturação satisfatórias, em especial 
nos dentes com um lúmen pulpar 
amplo. Sendo assim, o fragmento co-
ronário tem sido tratado nos moldes 
da apecificação, com a renovação de 
curativos de hidróxido de cálcio até 
que se forme a barreira de tecido mi-
neralizado na linha de fratura, para 
que então se proceda à obturação 
definitiva com guta-percha. Embora 
esse tratamento alcance índices de su-
cesso favoráveis, apresenta desvan-
tagens, como a necessidade de várias 
consultas para a aplicação do hidró-
xido de cálcio, alto custo, o grande 
risco de recontaminação do sistema 
de canais radiculares nos interstícios 
entre as aplicações de hidróxido de 
cálcio e sua longa duração.118[B] O uso 
amplo do MTA para fins endodônti-
cos e a semelhança de seu mecanismo 
de ação ao do hidróxido de cálcio, o 
credenciam como material obtura-
dor nos casos de tratamento endo-
dôntico em fraturas radiculares hori-
zontais e traria vantagens tais como: 
a possibilidade de redução do tempo 
e do custo do tratamento. Embora a 
obturação do fragmento coronário 
com tampão apical de MTA tenha se 
revelado eficiente,119[C]	para que este 
procedimento possa ser adotado na 
205
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
clínica com maior embasamento, são 
necessárias evidências científicas que 
subsidiem o emprego das marcas co-
merciais atualmente disponíveis no 
comércio sem o risco de alterações 
de cor da coroa.72-74[C], 75[B]
A localização e orientação da 
linha de fratura radicular em den-
tes decíduos é determinante para o 
tratamento. Os princípios que fun-
damentam a opção conservadora 
(manutenção do dente) ou exodon-
tia sustentam-se nas possibilidades 
de reparo promovidas pela polpa e 
ligamento periodontal do dente de-
cíduo. Nas fraturas transversais nos 
terços apical e médio, o profissional 
deve realizar a aproximação dos 
fragmentos quando se encontram 
deslocados. O reposicionamento da 
porção coronária é realizado por 
pressão digital sob anestesia, com o 
objetivo de facilitar a cicatrização da 
polpa e do ligamento periodontal, 
e proporcionar o realinhamento do 
dente à sua posição natural. Como 
em todas as manobras envolvendo 
dentes traumatizados, esta conduta 
também deve ser realizada no menor 
tempo após ocorrido o acidente, pois 
o coágulo formado dificulta e con-
traindica a reaproximação. Quando 
o terço médio estiver envolvido e o 
dente apresentar mobilidade consi-
derável, é necessária contenção para 
manter os fragmentos em posição. 
Períodos de estabilização relativa-
mente longos parecem propiciar um 
tipo mais favorável de cicatrização. 
Além disso, a contenção de dentes 
com raízes fraturadas deve ser mais 
rígida que as utilizadas na estabili-
zação de outros traumatismos com 
deslocamento. As fraturas no terço 
apical normalmente cicatrizam sem 
tratamento.31, 58, 108[B]
Na ocorrência de fraturas trans-
versais no terço cervical, o tratamen-
to de escolha é a exodontia, devido 
à grande mobilidade do fragmento 
coronário. A mobilidade dificulta a 
contenção, além da maior possibili-
dade de contaminação pela comuni-
cação com o meio bucal (o que impe-
de o reparo). A literatura usualmente 
recomenda que não haja manobra 
cirúrgica para remover o fragmento 
apical, pois essa tentativa pode cau-
sar alterações no dente permanente 
sucessor. A reabsorção fisiológica 
do fragmento radicular pode ser 
aguardada.29[B]
Nas fraturas longitudinais ou 
oblíquas e quando ocorre fratura da 
parede alveolar concomitante, indi-
ca-se a exodontia. Esta decisão clíni-
ca está vinculada à grande extensão 
da linha de fratura, o que dificulta o 
reparo, bem como a imobilização. A 
periodicidade para os exames radio-
gráficos, ao menos no primeiro anos 
pós-traumatismo, é a cada 3 meses. 
Posteriormente, nas rechamadas do 
paciente.
Avulsões 
A avulsão dentária caracteriza-se 
pelo deslocamento completo do den-
te de seu alvéolo em decorrência de 
um impacto súbito como uma panca-
da, colisão com um objeto sólido ou 
durante uma queda. A avulsão afeta 
principalmente incisivos centrais su-
periores, tanto na dentição decídua 
quanto na permanente e cerca de 
35% de todas as avulsões ocorrem 
206
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
antes dos 9 anos de idade, ou seja, 
antes do completo desenvolvimento 
radicular dos incisivos.2
As avulsões acarretam danos tan-
to ao seu feixe vasculonervoso apical 
quanto às estruturas de suporte do 
dente. A ruptura do feixe vasculoner-
voso periapical resulta na interrupção 
do aporte sanguíneo ao tecido pulpar. 
A revascularização da polpa em toda 
a sua extensão é um fenômeno pou-
co provável.120[C] Estudos revelaram 
que os fatores mais decisivos para a 
revascularização pulpar foram a dis-
tância coroa -ápice, o diâmetro apical 
no momento do reimplante, a dura-
ção do período extrabucal eo tipo de 
meio de armazenamento.121[B] Geral-
mente, ocorre uma contaminação da 
polpa associada à necrose, antes que 
ocorra a completa revascularização. 
A lesão às estruturas de sustentação 
é representada pela ruptura total das 
fibras do ligamento periodontal e por 
danos à camada cementoblástica. 
O prognóstico de um reimplante 
está diretamente relacionado à viabi-
lidade do ligamento periodontal re-
manescente na superfície radicular do 
dente avulsionado.122[C] O dano às cé-
lulas do ligamento periodontal pode 
ser causado pela desidratação das 
mesmas devido a um período extra-
bucal longo, ou pelo armazenamento 
do dente em um meio desfavorável 
antes do reimplante.123[C] As células 
do ligamento que permanecem na 
raiz após a avulsão são privadas do 
suprimento sanguíneo e logo conso-
mem seus metabólitos armazenados. 
Para manter um metabolismo celular 
satisfatório, estas substâncias devem 
ser repostas após a avulsão.123[C]
Atualmente, o reimplante den-
tário tem sido aceito como um meio 
efetivo de preservar, ainda que pro-
visoriamente, dentes avulsionados. 
Entretanto, enquanto a literatura é 
unânime quanto às vantagens do 
reimplante imediato, o que se obser-
va no dia a dia é que este é uma exce-
ção, sendo que na maioria das vezes 
os dentes são perdidos ou mantidos 
em meios de armazenamento inade-
quados. Esta última situação faz com 
que as reabsorções radiculares exter-
nas constituam-se na sequela mais 
frequente após reimplantes dentá-
rios com uma prevalência relatada 
entre 74 e 98%, principalmente quan-
do os dentes são reimplantados após 
período extrabucal longo ou man-
tidos em meio de armazenamento 
inadequado.123[C], 125-127[B]
Para que o reimplante ocorra o 
mais rápido possível, esta manobra 
deve ser realizada de preferência pelo 
próprio paciente ou outra pessoa no 
local do acidente. Neste sentido, é 
fundamental que já no primeiro con-
tato telefônico o profissional repasse 
orientações relativas à execução do 
reimplante: localizar o dente e, se ne-
cessário, lavá-lo com soro fisiológico 
ou água corrente segurando-o pela 
coroa; não esfregar a raiz nem utili-
zar qualquer tipo de produto; reco-
locar o dente no seu alvéolo imedia-
tamente; morder uma gaze, algodão 
ou pedaço de tecido limpo e dirigir-
-se ao consultório odontológico. Ha-
vendo impedimentos de natureza 
técnica ou emocional por parte do 
responsável pelo reimplante, o dente 
deve ser acondicionado em meio de 
armazenamento adequado até que o 
207
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
paciente possa ser atendido por um 
profissional.128[B]
Meios de armazenamento espe-
ciais tais como HBSS, Meio de Eagle, 
Viaspan e Conditioned Medium são 
ideais para a manutenção ou revitali-
zação das células do ligamento perio-
dontal e por isso deveriam estar dis-
poníveis em locais onde os acidentes 
geralmente ocorrem: escolas, clubes, 
ginásios de esportes, farmácias, ba-
res, ambulâncias, hospitais e serviços 
de pronto atendimento odontológi-
co. Deve-se reconhecer, porém, que 
o leite é um excelente meio de arma-
zenamento desde que o reimplante 
seja realizado em seis horas. Suas 
propriedades fisiológicas, incluindo 
seu pH (6,5-7,2) e osmolaridade si-
milar ao fluido extracelular (250-270 
mOsm Kg-I), a sua facilidade de ob-
tenção e o fato de estar relativamen-
te sem bactérias justificam seu uso 
como meio de armazenamento para 
dentes avulsionados. Embora a so-
lução salina tenha apresentado um 
desempenho melhor do que o arma-
zenamento a seco, só deve ser utili-
zada quando da ausência absoluta 
dos meios já citados. O uso da saliva 
como meio de armazenamento, atra-
vés da colocação do dente avulsiona-
do debaixo da língua ou no vestíbu-
lo bucal do próprio paciente ou dos 
pais, está contraindicada em função 
do risco de deglutição do mesmo 
pela criança e de infecção cruzada, 
quando armazenado na saliva de 
outra pessoa. Além disso, a presença 
dos microrganismos naturais da sali-
va e sua baixa osmolaridade afetam a 
viabilidade das células do ligamento 
periodontal, diminuindo sua ativi-
dade clonogênica.129[C], 130,131[B] Naque-
les casos em que o paciente se apre-
sente no consultório com o dente já 
reimplantado, cabe ao profissional 
avaliar clínica e radiograficamente a 
posição do dente, realizar as corre-
ções necessárias e fazer a imobiliza-
ção flexível.128[B]
Quando o paciente chega com o 
dente fora do alvéolo, o profissional 
deve acondicioná-lo imediatamen-
te num meio que, além de manter a 
vitalidade das células do ligamento 
periodontal, seja capaz de repor os 
nutrientes celulares perdidos. Este 
armazenamento deve durar apenas 
o período necessário para a prepa-
ração do paciente. Recomenda-se a 
solução salina balanceada de Hank 
(HBSS) por seu custo relativamente 
baixo. Entretanto, atenção especial 
deve ser dada ao prazo de validade, 
uma vez que estudos demonstraram 
que, embora a validade das marcas 
comerciais disponíveis seja de apro-
ximadamente 2 anos, quando man-
tida em temperatura ambiente, sua 
capacidade de manutenção da viabi-
lidade celular diminui com o passar 
do tempo.132[C] A superfície da raiz 
deve ser examinada para verificar a 
existência de fraturas radiculares e a 
presença de partículas de sujeira ou 
fragmentos ósseos aderidos. O dente 
deve ser então enxaguado com um 
jato de solução salina até sua limpeza 
completa. Embora qualquer procedi-
mento que envolva o manuseio da 
superfície radicular seja contraindi-
cado, caso o enxágue não seja eficaz, 
uma gaze umedecida em solução 
salina deve ser cuidadosamente uti-
lizada. Os fragmentos ósseos devem 
208
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
ser destacados com o auxílio de um 
instrumento tipo holemback.
Nos casos de reimplante tardio, 
tentativas de tratamento da superfí-
cie radicular têm sido feitas com so-
luções fluoretadas, enzimas e ácidos. 
O objetivo desta manobra é remover 
restos de ligamento periodontal ne-
crótico e modificar a superfície radi-
cular, tornando-a mais resistente à 
reabsorção e facilitando a adesão das 
fibras colágenas. Entretanto, estudos 
adicionais são necessários para fun-
damentar seu emprego na clínica. 
Nestes casos, recomenda-se apenas 
a limpeza rigorosa com gaze ume-
decida em soro fisiológico, com o 
intuito de remover as fibras do liga-
mento periodontal que se encontram 
necrosadas.133[A], 134[B]
A participação da porção alveo-
lar do ligamento periodontal na ci-
catrização de dentes reimplantados 
é controversa, uma vez que os pou-
cos dados provenientes de estudos 
em animais são conflitantes. Sendo 
assim, o que se pode concluir atual-
mente é que o tratamento do alvéo-
lo não interfere no prognóstico do 
reimplante.135-137[C]
O preparo do paciente para a rea-
lização do reimplante inicia-se com 
um exame cuidadoso da cavidade 
bucal e alvéolo seguido de radio-
grafias periapicais para se avaliar a 
presença de corpos estranhos, que 
devem ser removidos com pinças ou 
irrigação vigorosa com solução sali-
na, ou fraturas do processo alveolar. 
Neste caso, é fundamental reposicio-
nar o osso fraturado, modelando-o 
com um instrumento, contrabalança-
do por uma pressão digital feita na 
região vestibular. Também podem 
ser necessários o reposicionamento 
e a sutura das lacerações gengivais 
previamente ao reimplante. Após 
o preparo inicial, o dente deve ser 
mantido pela coroa e reposiciona-
do através de pressão digital lenta e 
gradual, até que seja introduzido em 
toda a sua extensão no alvéolo.128[B]
A imobilização de dentes reim-
plantados deve ser realizada logo 
após o reposicionamento e tem como 
objetivo propiciar estabilidade no 
período inicial de cicatrização do li-
gamento periodontal. Até a década 
de 1970, a imobilizaçãodental seguia 
os mesmos princípios da fixação dos 
ossos maxilares, embora já existisse, 
desde 1950, uma tendência a perío-
dos de imobilização menores. Hoje 
em dia, sabe-se que a imobilização 
rígida, necessária a uma boa con-
solidação das fraturas ósseas, está 
contraindicada para dentes com des-
locamentos ou avulsionados. Estu-
dos experimentais têm demonstrado 
que uma movimentação fisiológica 
acelera e melhora a cicatrização do 
ligamento periodontal, diminuindo a 
chance de anquilose dentária.138-140[C], 
141[A] Além da natureza rígida ou flexí-
vel da imobilização, tem sido atribuí-
do à duração do período de fixação 
um papel na ocorrência de reabsor-
ções radiculares pós-traumatismo. 
Entretanto, não existem evidências 
que permitam associar a ocorrência 
ao cicatrização periodontal ao tempo 
de imobilização. Sendo assim, o pe-
ríodo de imobilização deve propiciar 
a estabilidade necessária para que 
o dente avulsionado fique posicio-
nado no alvéolo durante o período 
209
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
inicial de cicatrização do ligamento 
periodontal.141[A]
O tratamento com antibiotico-
terapia sistêmica tem sido sugerido 
após o reimplante de dentes avulsio-
nados com o objetivo de diminuir a 
contaminação da superfície radicular 
e, com isso, diminuir a atividade de 
reabsorção inflamatória. Além dis-
so, outro efeito do antibiótico seria 
o controle da população bacteriana 
no alvéolo, o que é importante no 
padrão de cicatrização pulpar e pe-
riodontal dos dentes reimplantados. 
Não existem evidências científicas 
que sustentem esta conduta. Os re-
sultados positivos de estudos expe-
rimentais não podem ser compara-
dos, tampouco extrapolados para 
a clínica, uma vez que existe uma 
grande variação no tipo de droga 
utilizada e na via de administração 
empregada.142-145[C] Os resultados dos 
poucos levantamentos clínicos dis-
poníveis não observaram correlação 
entre o uso de antibioticoterapia sis-
têmica e a ocorrência de cicatrização 
periodontal.125[B] Portanto, o uso de 
antibióticos fica condicionado ao es-
tado geral do paciente e à presença 
de lesões associadas que apresentem 
gravidade compatível com a necessi-
dade de antibioticoterapia. 
A necrose do tecido pulpar repre-
senta um dos principais fatores para 
o prognóstico de dentes reimplanta-
dos. A camada de cemento danificada 
durante a avulsão expõe os túbulos 
dentinários que se comunicam com a 
luz do canal radicular infectado, pro-
piciando uma via de acesso para as 
bactérias e suas toxinas atingirem a 
superfície externa da raiz,125[B],146,147[C] 
dando origem à reabsorção radicular 
externa inflamatória. Como a ocor-
rência de necrose pulpar em dentes 
reimplantados com rizogênese com-
pleta é o mais provável, aguardar 
a revascularização implicaria num 
grande risco de insucesso. Dados da 
literatura têm confirmado que o tra-
tamento endodôntico deve ser feito 
entre 7 e 10 dias após o reimplante 
de dentes com rizogênese completa 
para evitar a propagação de produ-
tos tóxicos da polpa necrótica para os 
tecidos adjacentes.151[A] Outro aspecto 
relativo ao tratamento endodôntico 
de dentes reimplantados é a necessi-
dade e duração da medicamento in-
tracanal. Acompanhamentos clínicos 
demonstraram maior sobrevida de 
dentes cujo tratamento endodôntico 
foi finalizado em curto período quan-
do comparados com aqueles que ne-
cessitaram de um tratamento prolon-
gado com hidróxido de cálcio.149,150[C] 
Os dados obtidos de estudos expe-
rimentais são conflitantes. Alguns 
resultados demonstraram que o uso 
prolongado de hidróxido de cálcio 
em dentes com superfícies radicula-
res danificadas aumentou o índice 
de anquilose.51,152[C] Outros estudos 
demonstraram que o uso prolonga-
do de hidróxido de cálcio foi mais 
efetivo no controle de reabsorções 
radiculares externas inflamatórias já 
instaladas.153,154[C] Diante do exposto, 
a opção por obturar o canal radicular 
deve considerar o grau de rizogênese 
e a ocorrência e magnitude de qua-
dros de reabsorção preexistentes.
Os protocolos que indicam o 
tratamento endodôntico dos dentes 
avulsionados variam de acordo com 
210
Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria
o tempo decorrido entre o momento 
do atendimento e o instante da ocor-
rência do acidente que provocou a 
lesão. Nos dentes	 com	 rizogênese	
completa, cujo reimplante foi ime-
diato, ou que foram mantidos em 
meio adequado por um período me-
nor que 60 minutos, o tratamento en-
dodôntico deve ser realizado entre 7 
e 10 dias após o primeiro atendimen-
to, utilizando o curativo de hidróxi-
do de cálcio por um período de um 
mês.148[A] Este medicamento pode ser 
renovado periodicamente até a veri-
ficação radiográfica de cicatrização 
de áreas de reabsorção inflamatória 
externa. O controle clínico e radio-
gráfico deve ser realizado semanal-
mente nos primeiros 30 dias, após 4 
semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano e 
anualmente a partir de então.128[B]
Nos dentes com rizogênese com-
pleta,	 cujo	 período	 extrabucal	 ul-
trapasse	 60	minutos	ou após a ma-
nutenção do dente em meios não 
fisiológicos, o tratamento endodônti-
co deve ser realizado entre 7 e 10 dias 
após o reimplante, seguido da obtu-
ração imediata. Embora exista na 
literatura a opção de realizar o TER 
antes de reimplantes tardios,128[B] as 
evidências atuais demonstram que 
esta conduta não melhora o prog-
nóstico de dentes reimplantados 
tardiamente.155[B]
Nos dentes	 com	 rizogênese	 in-
completa	 e	 forame	 aberto, em que 
o reimplante foi realizado antes do 
primeiro atendimento ou quando 
o período extrabucal não ultrapas-
sa 60 minutos e o dente foi mantido 
em meio fisiológico adequado, exis-
te a chance de revascularização da 
polpa.121,126[B] Sendo assim, o trata-
mento endodôntico radical só deve 
ser realizado diante de evidências 
clínicas e radiográficas conclusivas 
do diagnóstico de necrose pulpar. O 
controle deve ser realizado semanal-
mente nos primeiros 30 dias, após 4 
semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano e 
anualmente a partir de então.128[B]
O	reimplante	de	dentes	com	ri-
zogênese	 incompleta mantidos em 
meios de armazenamento inade-
quado ou cujo período extrabucal 
excedeu 60 minutos, apresenta um 
prognóstico altamente desfavorá-
vel devido à velocidade com que as 
reabsorções radiculares progridem 
nesta faixa etária.123,127, 156[B] Nestes 
casos, a melhor opção recai sobre o 
tratamento ortodôntico com o objeti-
vo de solucionar a perda precoce do 
dente.157[B] No caso de dentes que já 
foram reimplantados, são seguidos 
os mesmos princípios do tratamento 
de dentes com rizogênese incomple-
ta. Após a instrumentação com limas 
de terceira série, são realizados cura-
tivos de demora com hidróxido de 
cálcio, até a verificação da possibili-
dade de realizar a obturação conven-
cional com guta-percha e cimento. 
O tratamento de dentes	decíduos 
avulsionados é tema de controvér-
sia na literatura odontológica.158-163[C] 
A manobra de reintroduzir o dente 
no alvéolo é considerada arriscada 
por alguns autores, além da possi-
bilidade de ocorrer reabsorção in-
flamatória e abscesso, decorrentes 
do dano ao ligamento periodontal 
e tecido pulpar. Graves defeitos de 
desenvolvimento (hipoplasia) estão 
presentes em mais da metade dos 
211
Lesões Traumáticas em Dentes Decíduos e Permanentes Jovens
permanentes que sucedem decíduos 
avulsionados.29,108,164[C]
Embora não haja evidências que 
sustentem o reimplante nesta denti-
ção, alguns autores abordam a pos-
sibilidade, recomendando princípios 
que regem a manobra com base em 
estudos em dentes permanentes ou 
laboratoriais.165[C] Para estes, o suces-
so do reimplante está relacionado às 
condições de reparo do ligamento 
periodontal e da polpa, asquais, por 
sua vez, dependem do tempo de per-
manência extra-alveolar e do meio de 
conservação do dente. Caso o profis-
sional opte pelo reimplante do dente 
decíduo, deverá fazê-lo de preferên-
cia em pacientes com pouca idade 
(antes dos 4 anos), desde que não 
haja comprometimento do arcabou-
ço alveolar. Após o reposicionamen-
to, deve-se fazer a contenção163[C] e o 
tratamento endodôntico com empre-
go de hidróxido de cálcio. Alterações 
clínicas e radiográficas que indiquem 
infecção contraindicam a manutenção 
do dente decíduo envolvido.31,58,108[C]
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