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Artigo Formação Socioeconomica de Roraima V Semi. Amazonia

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O ESTADO DE RORAIMA: formação histórica território e perfil socioeconômico.
Ewerton Uchôa Fiel[1: Graduando do Curso de Economia da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pará (FACECON-UFPA). (ewertonuvf@gmail.com) ]
Sebastião Crispim Neto[2: Graduando do Curso de Economia da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pará (FACECON-UFPA). (sebacrispimneto@gmail.com)]
Karla Daniely Souza Ferreira[3: Graduando do Curso de Economia da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pará (FACECON-UFPA). (kdfcorecha@gmail.com) ]
Ana Paula Ribeiro de Souza[4: Graduando do Curso de Economia da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pará (FACECON-UFPA). (anauprs@gmail.com) ]
RESUMO
O presente artigo busca fazer uma explanação sobre ocupação do Atual estado de Roraima, desde do século XVII com as campanhas dos portugueses na região do vale do rio branco, sob a perspectiva das atividades econômicas, ao qual se destaca a criação de gado XVIII, com a evolução do fluxo de pessoas ao longo desse processo, até a formação dos territórios federais e a elevação de Roraima a estado da federação em 1988. Também tenta se destacar uma caracterização socioeconômica da região de Roraima, indicadores socioeconômicos, perfil da população, e as características do seu mercado de trabalho. O método utilizado para a pesquisa foi a revisão de literatura histórica e a utilização das bases de dados LexML, Registros de leis e decretos, os disponibilizados pelo IBGE e IPEA, ao qual fazem referência às características socioeconômicas da região, além das informações levantadas no censo demográfico e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Os resultados dos estudos mostram que, dentre as atividades econômicas a pecuária de corte foi o motor para ocupação, também a produção extrativa vegetal, agricultura tomaram lugar secundário. A consolidação da criação de gado, o descobrimento de minas na região, corroboram para essa elevação do fluxo migratório na região. Nos dias atuais nota-se um amontoamento de pessoas nas áreas urbanas, predominantemente pardas, 61 por cento, e com baixos índices socioeconômicos se comparados a outras localidades do País.
Palavras-chaves: Vale do Rio Branco, Mercado de trabalho, Pecuária, Agricultura, Migratório.
ABSTRACT
This article seeks to make an explanation of occupation of the Current state of Roraima, from the seventeenth century with the campaigns of the Portuguese in the valley region of the White River, from the perspective of economic activities, which highlights the creation of XVIII cattle, with the evolution of the flow of people through this process until the formation of federal territories and the elevation of the Roraima state of the federation in 1988. it also tries to highlight a socioeconomic characterization of the Roraima region, socioeconomic indicators, population profile, and characteristics of its labor market. The method used for the research was the historical literature review and use of LexML databases, records of laws and decrees, those provided by IBGE and IPEA, which refer to the socioeconomic characteristics of the region, in addition to the information gathered in the census demographic and the National Sample Survey of Households (PNAD). The data were processed in Excel and Word 2016 software, in which generated charts and graphs for better understanding of the proposed analysis. The results of the studies show that among the economic activities beef cattle has been driving the occupation, the main activity of the white region also plant extractive production, agriculture took second place in 1970 with the decline of livestock, rice production becomes dynamic product of the region. The formation of the federal territories, the concentration of people was very small, distributed between whites and military evidence, that dynamic began to be reversed, with the occupation policy of the federal government. The consolidation of livestock, mine discovery in the region corroborate this increased flow of people in the region. Nowadays notices a heaping of people in urban areas, predominantly brown, 61 percent, and low socioeconomic indices compared to other parts of the country.
Introdução
Os europeus buscaram nesse território riquezas e cobiças, com a chegada de Pizon na foz do rio Amazonas, a Amazônia é vista como alvo de cobiça e aventuras por estrangeiros e migrantes. Os colonizadores portugueses de imediato viram esse território com certa insegurança e de desafiador empreendimento para metrópole. No intuito de impedir o assédio de outras nações europeias sobre o território amazônico, a ocupação da Amazônia inicia com mais intensidade durante o século XII. O genocídio cometido pelos europeus aos nativos criou ao longo da trajetória de colonização uma demanda sempre crescente de contingentes de força de trabalho para exercer as atividades econômicas impostas por fatores exógenos ao território, como as drogas do sertão, as políticas pombalinas e a insurgente economia da borracha (LEAL, 2010).
 A formação de territórios que demarquem a posse do território, no que tange a Roraima sua formação começa pelo território do rio Branco, território de Roraima e por último elevado a Estado de Roraima. Durante esse período, a ocupação ocorreu de forma pontuais, a primeira foi com a implantação de criação de gado nas fazendas da região, posteriormente com a identificação de metais preciosos como ouro e diamantes, e a formação de garimpos fizeram que ocorresse uma corrida para esses locais. Na atualidade, a grilagem, e o plantio de culturas agrícolas e da soja faz com que o estado de Roraima chegue no ano de 2016 com uma população estimada acima 500 mil habitantes.
No intuito de apresentar de forma clara e objetiva, e sem a pretensão que nesse trabalho demostremos e apresentarmos toda a riqueza histórica de formação do território do estado de Roraima. E com o objetivo especifico de através dos dados da PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICILIO (PNAD), CENSO DEMOGRÁFICO e dados do INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA), possamos apresentar ao longo de duas seções. Na seção 2 apresentamos a formação histórica do território, desde a sua ocupação pelos portugueses até o estabelecimento com a constituição 1988 do estado de Roraima. Na seção 3 é apresentado um perfil socioeconômico da população de Roraima e do mercado de trabalho. 
Ocupação do vale do Rio Branco
 O processo de ocupação e expansão do capital em diversos territórios decorre da oferta de mão de obra e exploração dos recursos naturais, de modo a atender a demanda da população e garantir a territorialidade, dá sentido econômico a uma região, “dantes não habitada pelo homem civilizado”, é umas das formas mais eficientes de ocupação, mesmo que no início das incursões em novas terras, seja necessário o conflito e, ou subjugação dos povos pré-existentes, como fora o caso do Brasil no período quinhentista. A relação entre recursos naturais e mão de obra formam a estruturação de uma economia rudimentar, esta dá suporte a formação de uma sociedade, a qual tem suas capilaridades a depender de cada região. A região do Rio Branco que corresponde a Roraima de hoje, compunha uma diversidade de etnias indígenas, alvo de disputas territoriais empreendidas entre portugueses, holandeses e índios (FARAGE, 1986). Os primeiros registros históricos das incursões de conquista do extremo norte da Amazônia ocidental brasileira datam da chegada do expedicionário português Pedro Teixeira a região do Rio Branco, situada a cerca de 30 quilômetros da atual capital de Roraima, boa vista, em meados do século XVII (BARROS 1995 apud VITAL et al., 2015, p. 535).
Segundo Barros (1995), as terras da região do rio Branco a parte terminal da linha de penetração portuguesa. As áreas mais ao norte eram povoadas predominantemente por povos indígenas. A ocupação de Roraima acontece no âmbito do programa desenvolvimentista do Marquêsde Pombal, ministro português do século XVIII. Dentre as reformas por ele introduzidas no Brasil colônia, estavam a perda de poder dos missionários religiosos sobre as populações indígenas, no que diz respeito ao uso da força de trabalho e ao controle dos aldeamentos. Somente na segunda metade do século XVIII, os portugueses conseguiram efetivar o domínio desta região, um conflito com os espanhóis deu maior abrangência a coroa portuguesa. Essa ocupação mais efetiva deu maior controle da região, militarizando a afim de evitar maiores conflitos com as outras nações europeias. Um processo de fortificação foi promovido em 1775, Batizado, Forte São Joaquim do Rio Branco, instalado entre os rios Branco e Tacutú. A partir dessa empreitada é possível considerar uma modesta ação colonizadora, que fazia parte do plano de fomentar a consolidação de núcleos populacionais constituídos por nativos, visando o a defesa e garantindo a soberania portuguesa sob o Brasil colônia (BARBOSA, 1993).
Os povoamentos foram distribuídos nas principais entradas e saídas da região. Foram estabelecidos nas proximidades dos rios Branco, Uraricoera e Tucutú. Segundo Barbosa 1993, outros aldeamentos existiram anteriormente em função das tropas de resgate, muito embora tenham desaparecido rapidamente. Também segundo o autor, algumas localidades onde foram estabelecidos os povoados, (Santa Izabel, Santa Bárbara, Nossa Senhora do Carmo, Conceição e São Felipe), já existiam desde 1725, devido a entrada de missionários Carmelitas do Rio Negro, que as erguiam sob o molde de aldeias de repartição. Haviam disputas, entre os religiosos e colonos, pela posse do índio, sua mão de obra e, ou até ele próprio como mercadoria de venda, gerava lucros facilmente aos seus detentores. Ao final do ano de 1777, as povoações indígenas do rio Branco já estabelecidas com relativa expressão, essas povoações, agora chamadas de “diretório de índios”, idealizado pelo Marquês de pombal em substituição às repartições Carmelitas, Através da fortificação militar os diretórios tiveram êxito. O controle Português fora definitivamente alcançado, o povoamento tinha como objetivo, não tão somente, a legitimidade do território, como também, era necessário dá sentido econômico para região, aumentar as trocas comerciais com a então fundada Capitania de São José do Rio Negro (BARBOSA, 1993).[5: Aldeia de índios sob influência religiosa, facilitava os ensinamentos e promovia uma economia agrícola e pesqueira, baseada na mão de obra do índio.]
O rebanho bovino como forma de ocupação XVIII
Na região do alto Rio Branco havia grandes extensões de terra boa para a pastagem, visto como uma oportunidade de estimular os habitantes daquela área a permanecerem nos núcleos já instalados, tendo a pecuária como atividade, aproveitando as áreas de pastagens naturais da região do vale do Rio Branco. Um dos objetivos era consolidar uma produção de carne bovina, em razão de suprir as regiões do interior da capitania que eram carentes deste recurso. (SERRA & PONTE 1781 apud BARBOSA et al., 1993, p.128) 
A coroa portuguesa fundou as primeiras fazendas para a produção de gado na região por volta do final do século XVIII, chamavam-se Fazendas Nacionais. Três grandes áreas foram dividas para este pleito. A oeste, entre o rio Uraricoera e no rio Branco, criou-se a fazenda do Rei, denominada São Bento, seguiu-se a formação da fazenda São José, próximo a uma fortificação militar. A última fazenda, a de São Marcos, ao norte e entre os rios Uraricoera e Tacutú (BAROSA, 1993).
A ideia da formação dessas fazendas era originalmente a de fixação a terra de uma população nativa, uma mudança nos moldes da colonização do Rio Branco. Contudo, a reação esperada e real foram divergentes. Os índios não se sentiam à vontade em um lugar que não era seu de fato, ou seja, com as relações de propriedade estabelecida contra eles, em uma terra que eles conheciam melhor que o invasor. Os maus tratos também eram motivos que pesava contra a permanência dos índios nos núcleos, provocando revoltas entre elas a ocorrida em 1781, militares índios Sapará, que determinou a destruição de quase todos os povoados, em 1791 ás margens do rio Branco, no lugar que ficara conhecido como “praia de sangue” uma tropa de militares eliminou um grupo de índios (Paravilhana e Wapixana) depois deles terem se rebelado contra os maus tratos que sofriam (BARBOSA, 1993). 
Segundo Barbosa 1993, a coroa portuguesa sabia da importância do indígena para a efetivação de se pleito, que era garantir a posse do território das demais nações europeias, toda via, não conseguia manter um relacionamento com o gentio, em razão do autoritarismo, maus-tratos, trabalho escravo, etc. Destarte, houve uma aproximação entre os índios e outras nações europeias, provocando o êxodo deles para outra regiões, alguns remanescestes ficavam, muito poucos, não havia interesse do mesmo em permanecer nos aldeamentos. Com a região do Branco fora sendo despovoada, ficou o questionamento, sobre a forma de como se procedeu a política colonialista comercial de Pombal, para uma efetiva ocupação humana das terras.
Os episódios de revoltas limitavam o acesso à região, o que favoreceu o domínio brasileiro em 1822. Alguns núcleos pouco habitados surgiam ou permaneciam devido a criação de gado, que exercia duplo papel, o econômico e de proteção a soberania, agora brasileira. Notava-se um lento crescimento populacional e o aparecimento de fazendas particulares, basicamente pertenciam a militares e alguns migrantes oriundos da região norte e nordeste. Os trabalhos missionários já eram pouco expressivos, seu auge foi de 1840-1849, quando se formou uma comunidade missionária com mais de 1500 índios. A frente estava Frei São Joaquim, e terminou a tentativa de aldeamentos sob controle religioso em 1849, muito em razão da não adaptação, tanto de morada como de organização dos religiosos: [Tradução Nossa].
O vazio demográfico ainda era grande, o governo provincial tenta obter através de medidas administrativas maior controle da região, essas medidas eram confrontadas por uma disputa de terras, entre Brasil e Guiana Inglesa. O fim desta se deu para o Brasil a perda de 20 mil Km² em favor da Guiana, decisão que fora intermediada pelo Rei da Itália. Em 1858, na tentativa de obter maior controle do território foi estabelecida a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, com sede na fazenda de Boa vista (1830), atual capital do Estado de Roraima (MAGALHÃES, 1986 apud BARBOSA, 1993, p. 133). [6: Victor Emanuel III]
Os índios ainda tinham papel importante no processo de ocupação do vale do rio Branco, trabalhado nas tarefas diárias e do transporte de gado até Manaus, onde era comercializado. Embora, o crescimento populacional estivesse ainda muito aquém do esperado, a pecuária começava a obter resultados em relação a ocupação territorial e mercantil. Entretanto, segundo Aguiar (1944), citado em Barbosa (1993) ainda tinham lacunas para serem preenchidas, enormes vazios demográficos eram um problema a ser resolvido, era necessário firmar as fronteiras internacionais diplomaticamente, com a Venezuela e Guiana Inglesa. Esses conflitos nacionais fizeram com o governo não priorizasse a questão da ocupação “organizada”, sendo esta, induzida de forma desordenada pelos habitantes que ali já faziam sua morada, dentre eles, índios, migrantes e militares.
 Elevação de Rio Branco à município e o fluxo de pessoas 
Segundo Barbosa (1993), com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, houve a reorganização do estado brasileiro, as antigas províncias se tornaram estado da federação, constituídos de municípios. A Freguesia de Nossa Senhora do Carmo foi elevada a município sobre a égide do estado do Amazonas, sendo chamada de Boa Vista do Rio Branco (1890). Ao final do século XIX e início do século XX, o governo enfrentava vários conflitos políticos pelo poder republicando, além de conflitos populares, com esse senário de instabilidade política tanto macro, como também regional, conjugado com ofiasco do mercado de borracha, corroboraram para que a Amazônia entrasse em um declínio econômico e demográfico, tendo em vista que, o fluxo de pessoas para esta região diminuía. A região do Rio Branco logo sentira os efeitos da crise de econômico-populacional, com o agravante do sistema de transportes, que era um dos principais problemas desde os portugueses. Apesar da diminuição do fluxo de pessoas para região, a região do Alto rio Branco, continuava concentrando o maior contingente em relação ao seu baixo curso, isso se devia a criação de gado, enquanto, o Baixo Rio Branco havia um apequena população que sobreviviam de culturas de subsistência (BARBOSA, 1993).
Em 1910 com o aparecimento de garimpos, estimulou se atividade mineral e um fluxo de pessoas começara a migrar para a região. A descoberta de ouro e diamantes nas regiões dos rios, Contigo, Maú e Suapi, atraiu garimpeiros de várias regiões. Contudo, somente em 1930 essa atividade adquiri relevância em relação a ocupação do território (SOUSA, 2001, p. 71). Em 1926 Boa Vista fora elevada à categoria de cidade, entretanto sua condição de baixa demografia ainda era um problema, ao final da década de 30, com o impulso da atividade extrativista mineral, corroborando também para um significativo aumento migratório, os índios perdiam cada vez mais suas terras e seus espaços, tanto que alguns grupos indígenas passaram a viver na área da antiga fazenda nacional de São Marcos. (BABOSA, 1993; SOUZA, 2001). 
 Formação dos territórios federais na região do vale do Rio Branco Ao Estado de Roraima 1943 - 1988
Para Barbosa 1993, o abandono do governo federal na região do branco permaneceu até a década de 1940, quando o então presidente Getúlio, apresentou medidas concernentes ao seu planejamento e integração às demais localidades do país. O decreto-lei 5.812, de 13 de setembro de 1943, cria o território federal do Rio Branco, tendo Boa Vista como capital, seus limites descritos na referida lei, com, aproximadamente, 16.038 habitantes segundo o censo do IBGE (1940). No entanto, a população regional do branco ainda era incipiente, sua demografia, segundo Barbosa (1993) era de 0,05 por km², a menor do país. Contudo, a pecuária de corte esteve como pilar de sustentação econômica na região, promovendo através das fazendas particulares o incremento populacional, muito era devido a “facilidade” desta atividade, favorecida pelas vastas áreas de pasto, e também, em razão de que, bastava algumas cabeças de gado para se tornar dono da terra e se estabelecer em determinado lugar (VIEIRA, 2007, p. 34 apud GOMES FILHO E MORAES C., 2009, p. 141). A partir de 1943, com as políticas de ocupação dos territórios federais notou-se um adensamento de pessoas na região do vale, agora, o então município de Boa Vista. Posteriormente em 1962, um projeto de lei 1.433 constituiu o território federal de Roraima, antigo território federal de Rio Branco, tal projeto foi aprovado pela Câmara Federal, de autoria de do Deputado Valério Caldas Magalhães. Na década de 50 já era possível notar um aumento gradativo na população desta região. A tabela 1, mostra a evolução do aumento populacional nos territórios de Rio branco e Boa Vista, em relação aos domicílios.[7: Cria os Territórios Federais do Amapá, do Rio Branco, do Guaporé, de Ponta Porã e do Iguassú.][8: Segundo BARBOSA (1993), o território federal tinha 12.130 habitantes, no ano de 1943 quando foi de fato criado.][9: Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1940, critério de população presente.][10: Deputado federal de Roraima – 1959 a 1963 e do Acre em 1963 a 1964, mandato que fora interrompido, em razão de sua morte aos 55 anos, em 24 de novembro de 1964. Nasceu em Boa vista em 6 de setembro de 1909. Foi engenheiro Agrônomo formado pela escola agronômica de Manaus, além de professor e Jornalista. Encontra-se em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Val%C3%A9rio_Caldas_de_Magalh%C3%A3es][11: Fonte: IBGE, http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=6&uf=00][12: Não foi encontrado dados anteriores para a região.]
Tabela 1: População nos Censos Demográficos, Roraima (Mil pessoas)
	
	Ano
	1920
	1940
	1950
	1960
	1970
	Rio Branco
	19.930
	16.038
	28.246
	47.882
	84.845
	Boa Vista
	N/D
	N/D
	17.247
	26.168
	37.062
Fonte: Censo Demográfico-IBGE.
Logo mais, em 5 de outubro de 1988, fora promulgada uma nova constituição, o artigo 14 do ato das disposições constitucionais e transitórias determinou que o antigo Território federal de Roraima fosse elevado a qualidade de Estado da federação, o atual estado de Roraima. GOMES FILHO & MORAES C. 2001, o proceder de 1943 revela a afirmação da cidade de boa vista, (capital do estado de Roraima 1988) como importante entreposto comercial da região e marca forte impacto das políticas de povoamento do território federal Rio Branco, anos mais tarde, Estado de Roraima. 
A Formação dos territórios federais estava atrelada a política de ocupação do território regional, e também de garantir o domínio nacional sob suas fronteiras internacionais, para que atendesse os objetivos propostos seria o caso de dá significado econômico para aquela região com as atividades de subsistência extrativa vegetal, muito embora, fora a pecuária de corte que tenha, mesmo de forma lenta, garantido as bases de sustentação de uma economia local, e a ocupação, através do declínio das fazendas reais e o aparecimento de particulares. Em 1943 em diante percebe um olhar mais atendo do Governo Federal, com políticas de ocupação e planejamento da cidade, tendo em vista, o sistema de transportes ainda era muito rudimentar e dificultava o acesso à região, diversos projetos de infraestrutura foram empreendidos, desde saneamento básico a projeção de estradas (BARBOSA, 1993, p. 139). Atualmente Roraima possui 15 municípios, Alto Alegre, Amajari, Boa Vista, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis, São João da Baliza, São Luiz e Uiramutã. Sua área é de 224.301,080 km², com densidade demográfica de 2.01 e população de 450.479 censo de 2010.[13: Área 2015, IBGE][14: IBGE, 2010]
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DE RORAIMA
Esta seção objetiva realizar uma análise de indicadores socioeconômicos, que permitiram demostrar a dinâmica do estado de Roraima no período da década de 2000. Utilizou-se, pesquisa em banco de dados abertos disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o uso das informações levantadas no Censo Demográfico e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) foram tratados no software estatístico EXCEL 2013, sendo gerados tabelas e gráficos que serão de fundamental uso nas análises realizadas.
Perfil da população de Roraima
O estado de Roraima, localizado no extremo norte do Brasil, na região da Amazônia Legal, estabelecendo fronteira com países vizinhos na américa do Sul: Venezuela e Guiana. Além, dos Estados de Amazonas e Pará.
Mapa de Roraima
Fonte: IBGE-Mapas.
A tabela 1 apresenta um quadro síntese de informações gerais do estado de Roraima, onde apresenta a capital Boa Vista, além da estimativa populacional realizada pelo Censo demográfico de 2010 (514. 229), a população em 2010 (450.479), e informações como área territorial, Densidade demográfica para o período de 2010. A informação sobre o Rendimento nominal mensal per capita da pop. Residente, no ano de 2015, é R$ 1.008 (Hum mil e oito reais por hab.), somando um total de 15 municípios. 
Tabela 2: Síntese da Estrutura do Estado de Roraima.
	
	Capital
	Boa Vista
	Pop. Estimada em 2016
	514.229
	Pop. Em 2010
	450.479
	Área 2015 (Km²)
	224. 301,080
	Densidade Demográfica 2010 (Hab/Km²)
	2,01
	Rendimento Nominal Mensal per capita da Pop. Residente em 2015 (Reais)
	1.008
	Número de Munícipios
	15
Fonte: IBGE-Estados
O estado de Roraima concentra cerca de 2,51% da população da Região Norte (VITAL, 2015), está população reside majoritariamente em áreasurbanas como o Gráfico 1 apresenta, sendo que, seguindo a tendência nacional de uma maior urbanização da população (Brasil: 84% urbanas, 16% rural), o estado amazônico (Roraima: 77% urbana, 23% rural), evidenciando uma população rural mais expressiva que a nacional, porém, ainda em sua maioria residindo em núcleos urbanos. 
Gráfico 1: População residente por situação de domicílio, Roraima, 2010.
Fonte: Censo demográfico-IBGE, 2010.
Gráfico 2 apresenta a população residente segundo sua raça ou cor, sendo a maioria absoluta da população roraimense definindo-se como parda (61%), seguida por Branca (20%), seguida por uma expressiva parcela de população indígena (11%), a população Preta (7%) e amarela (1%). Roraima é um estado que possuem uma grande área de reservas indígenas e de povos tradicionais que possibilita essas expressivas quantidades de índios. 
Gráfico 2: População residente segundo raça ou cor, Roraima, 2010.
Fonte: Censo demográfico-IBGE, 2010.
 Indicadores socioeconômicos
O Gráfico 3 apresenta dois indicadores que permitirá observa o montante de riqueza que o estado movimenta ao longo dos anos de 2002 a 2010. O PIB a preços constantes demostra um crescimento constante ao longo desses oito anos passando de 4.000 bilhões de Reais (2002), indo para 6. 340 bilhões de Reais (2010), o PIB per capita é o total do PIB em preços crescentes dividido pelo o total da população residente, em 2002 era de 10.000 mil Reais, chegando em 2010 a 14.000 mil Reais.
Gráfico 3: Evolução do PIB e do PIB per capita a preços deflacionados em 2010.
Fonte: Ipeadata, IBGE.
O indicador de Gini permite que seja dimensionado o nível de concentração e desigualdade da renda. Quanto mais próximo de 1 (um) demostra uma maior concentração de renda. A tabela 2 apresenta o Índice de Gini pela renda per capita por município de Roraima, sendo que o estado de Roraima fica acima de 62% e chegando em 2010 com aumento de aproximadamente 2% (0,6398), que resulta em uma alta concentração de renda é os seus 15 municípios seguem as mesmas perspectivas de concentração de renda e desigualdade, chamando atenção o município de Normandia com taxa altíssimas acima dos 80% em 1991 e 2000, tendo uma queda para 71% demostrando uma alta concentração de renda nesse município de Roraima. 
Tabela 3: Índice de Gini da renda domiciliar per capita segundo Município - Roraima
	
	1991
	2000
	2010
	RORAIMA
	0,6216
	0,6202
	0,6398
	Alto Alegre
	0,6637
	0,5593
	0,7369
	Boa Vista
	0,5781
	0,5763
	0,5936
	Bonfim
	0,5931
	0,5038
	0,7323
	Caracaraí
	0,6283
	0,6029
	0,567
	Mucajaí
	0,6422
	0,5808
	0,7061
	Normandia
	0,8484
	0,8258
	0,712
	São João da Baliza
	0,5813
	0,5811
	0,5498
	São Luiz
	0,6551
	0,643
	0,5895
Fonte: IBGE/Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010
A tabela 3 apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), de Roraima, nos anos de 1991, 2000 e 2010. Este indicador é um valor que varia entre 0 e 1. Sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. Roraima vêm apresentando crescimento nesse indicador durante esses três períodos, saindo de 0,459 (1991), 0,598 (2000), chegando a 0,707 (2010). Demostrando um crescimento na longevitude, educação e renda. 
Tabela 4: Indice de Desenvolvimento Humano Munícipal-IDH, Roraima, 1991, 2000 e 2010.
	IDHM 1991
	0,459
	IDHM 2000
	0,598
	IDHM 2010
	0,707
Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
 Mercado de Trabalho de Roraima
Os setores da economia de Roraima que dinamizam são as atividades produtivas que estão diretamente ligadas aos setores de prestação de serviço, mineração, indústria e da agroindústria. (VITAL, 2015).
O setor industrial é incipiente, este setor tem como base as pequenas empresas e microempresas. Estas são constituídas, na sua grande maioria, por firmas constituídas em um regime individual e em sociedade por quotas de responsabilidades limitada (SQRL) (VITAL, 2015). O caráter da indústria e tradicional empregando pouca tecnologia, predominam subsetores como de alimentação (panificação); minerais não metálicos e metalúrgicos (fabricas de estruturas e esquadrias metálicas); madeireiro e mobiliário, entre outros (FIER, 2000 apud VITAL, 2015).
O setor de serviços responde pela maior parte do nível de ocupação de mão de obra, com cerca de 90%. A maioria dos empregos é destinada ao funcionalismo público, cuja renda movimenta o mercado e acaba por se refletir no comércio e em outros setores da prestação de serviços (IBGE, 2000 apud VITAL, 2015).
A pecuária foi a principal atividade econômica até a década de 1970, era a base da economia e o comercio de boi vivo era a base de produção. Contudo, a decadência da pecuária estabeleceu uma nova matriz de produção, que era o arroz que passou a ser o produto de maior importância. Durante essa década vêm atingindo elevados índices de produção, muito devido a composição natural do estado, que em parte do seu território encontra áreas alagadiças que possibilitam o melhor plantio. 
Na mineração, Roraima se destaca por ter jazidas de ouro e diamante, que através da garimpagem faz-se a produção. A extração de maneira industrial não se faz no estado, devido a maioria das jazidas estarem situadas em áreas de preservação com a FUNAI (VITAL, 2015). Estas situações atraem grandes conflitos com os povos tradicionais e indígenas, que nos últimos anos entram em choque com os migrantes, em especial do sul do Brasil, que imigram no intuito de obter terras baratas para o plantio de arroz e soja, avançando a fronteira agrícola, e os nordestinos e de outros estados vizinhos que buscam no garimpo fazer riquezas. 
Na tabela 4 apresenta-se informações relativas ao mercado de trabalho de Roraima em comparação com o Brasil para os anos de 2004 e 2014, este recorte temporal permitirá enxergar o quanto este mercado se dinamizou ou se ouve retração e encolhimento econômico. No Brasil para o ano de 2004 para um total de 150.846 mil de pessoas em idade ativa de exercer alguma ocupação, passando ao longo de dez anos a 175.234 mil de pessoas, 93.564 mil eram economicamente ativas em 2004, chegando a 106.824 mil de pessoas em 2014. Roraima na mesma perspectiva, apresenta sua população em idade ativa em 2004 era de 300 mil pessoas, passando a 407 mil em 2014 e sua população economicamente ativa (PIA) em 2004 era de 168 mil, alcançando no ano de 2014 a 264 mil pessoas. 
Nesse quadro cabe salientar a Taxa de Atividade (PEA/PIA), cerca 60% da população que tem condições de exercer alguma atividade laboral de forma ocupada ou desocupada e se encontra disponível como força de trabalho, pouco oscilando ao longo de 10 anos, entre 2004 e 2014. Para Roraima essa taxa passa em 2004 de 56% para 65%, tendo um crescimento de 9%, esse aumento possivelmente e explicado pelo aumento da população ocupada.
Tabela 5: Dimensão do Mercado de Trabalho de Roraima, Brasil e Roraima, 2004 – 2014 (mil pessoas).
	
	Indicador
	Brasil
	
	Roraima
	
	
	2004
	2014
	2004
	2014
	Pop. em Idade Ativa (PIA)
	150.846
	175.234
	300
	407
	Pop. Econ. Ativa (PEA)
	93.564
	106.824
	168
	264
	Pop. Ocupada (PO)
	85.246
	99.448
	155
	244
	Pop. Desocupada (PD)
	8.318
	7.376
	13
	20
	Taxa de Atividade (PEA/PIA)
	0,62
	0,61
	0,56
	0,65
	Taxa de Desocupação (PD/PEA)
	0,09
	0,07
	0,08
	0,08
 Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad.
Com as informações expostas no Gráfico 4, passamos para uma análise do assalariamento deste mercado. Roraima um crescimento inexpressivo na taxa de assalariamento (60% em 2004, 61,48% em 2014), quando nós detemos na informação de assalariamento entre formais e informais, podemos aferir que houve uma formalização do mercado de trabalho de Roraima ao longo de 10 anos. A taxa de assalariados formais passou em 2004 de 48,39% para 68,67% em 2014, um crescimento de aproximadamente 20%, que pode ser confirmada com o outro indicadorde assalariamento informal, que retraiu me 20% (52,69% em 2004, para 32% em 2014). 
Gráfico 4: Taxas de Assalariamento: Formal e Informal, Roraima,2004 a 2014.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad.
Apesar das informações levantadas apontarem para uma maior formalização do mercado de trabalho em Roraima, o Mapa do Grau de informalidade, apresenta um contexto para o ano de 2014 onde Roraima fica atrás apenas de Pará e Tocantins (acima de 59,9%), se estabelecendo ao lado do Acre (abaixo de 59,9%). Apresentado um cenário de alta informalidade em relação aos estados da Região Norte.
Roraima se estabelece como um dos estados com baixa atividade econômica, com isso seu mercado de trabalho apresenta-se pouco dinamizado, onde o setor de serviços e o funcionalismo público são os grandes carros chefes por movimentar a economia. Com o aumento da imigração ocorrido nas últimas décadas, foi criado um estoque de trabalhadores que acabam por exercer atividade informais para poder subsistir. Contudo, com o pouco dinamismo deste mercado essa força de trabalho acaba por se dedicar em parte a informalidade. 
Mapa do Grau de informalidade, Região Norte, 2014.
 Fonte: Ipeadata.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da ocupação da região do rio Branco os portugueses conseguiram chegar a fronteira mais ao norte do território da colônia, povoado por diversas tribos indígenas que ali haviam se estabelecidos a alguns séculos. Foi através das reformas impetradas pelo Marques de Pombal, então administrador geral da coroa portuguesa, que implementou medidas que foram cruciais para ocupação do território amazônico. Dentre as reformas por ele introduzidas no Brasil colônia, estavam a perda de poder dos jesuítas sobre as populações indígenas, no que diz respeito ao uso da força de trabalho e ao controle dos aldeamentos. Somente na segunda metade do século XVIII, os portugueses conseguiram efetivar o domínio do território. Essa ocupação mais efetiva deu maior controle da região, militarizando a afim de evitar maiores conflitos com as outras nações europeias. Um processo de fortificação foi promovido em 1775, Batizado, Forte São Joaquim do Rio Branco, instalado entre os rios Branco e Tacutú. A partir dessa empreitada é possível considerar uma modesta ação colonizadora, que fazia parte do plano de fomentar a consolidação de núcleos populacionais constituídos por nativos, visando o a defesa e garantindo a soberania portuguesa sob o Brasil colônia (BARBOSA, 1993).
A baixa ocupação do espaço e os desafios naturais nesse território de Rio Branco, levam a fluxos sazonais de migração que a partir do século XX. Em 1910 com o aparecimento de garimpos, estimulou se atividade mineral e um fluxo de pessoas começara a migrar para a região. A descoberta de ouro e diamantes nas regiões dos rios, Contigo, Maú e Suapi, atraiu garimpeiros de várias regiões. Contudo, somente em 1930 essa atividade adquiri relevância em relação a ocupação do território (SOUSA, 2001, p. 71). Em 1926 Boa Vista fora elevada à categoria de cidade, entretanto sua condição de baixa demografia ainda era um problema, ao final da década de 30, com o impulso da atividade extrativista mineral, corroborando também para um significativo aumento migratório, os índios perdiam cada vez mais suas terras e seus espaços, tanto que alguns grupos indígenas passaram a viver na área da antiga fazenda nacional de São Marcos. (BABOSA, 1993; SOUZA, 2001). 
O decreto-lei 5.812, de 13 de setembro de 1943, cria o território federal do Rio Branco, tendo Boa Vista como capital, seus limites descritos na referida lei, com, aproximadamente, 16.038 habitantes segundo o censo do IBGE (1940). Com a pecuária de corte como a principal base de produção econômica, promovendo através de empreendimentos agropecuários privados a vinda de fluxos de migrantes, a política de ocupação dos territórios federais notou-se um adensamento de pessoas na região do vale, agora, o então município de Boa Vista. 
Em 1962 cria-se o território de Roraima pela ação de um deputado federal e, em 5 de outubro de 1988, com a nova constituição no ato do artigo 14 o território de Roraima passa a ser o estado de Roraima, sendo sua capital Boa Vista e mais 14 municípios, totalizando uma área de 224.301,08 Km². 
Com sua condição passando a categoria de estado da União, Roraima começa a apresentar ao longo da década de 1990 uma dinamização de alguns setores como o de serviços em especial o comercio, agrícolas, minerais e uma incipiente indústria em especial de alimentos. Com uma população estimada para o ano de 2016 de 514.229 mil habitantes, com uma renda nominal per capita de 1.008 reais.
Sua população e espacialmente distribuída em sua maioria nas áreas urbanas (77%) e rurais (23%), a composição étnica fica distribuída por uma maioria de pardos (61%), e uma parcela expressiva de população indígena (11%), Roraima e um estado que possui grandes áreas de reservas indígenas. Esse caráter caboclo da população de Roraima veio se modificando com a migração de pecuaristas e sojistas do Centro-Sul do Brasil. Indicadores socioeconômicos como o PIB de Roraima, que é um dos menos expressivos da Região Norte. Além, do índice de Gini que demostra uma alta concentração de renda entra em contraste com um indicador do IDHM (1991, 2000, 2010) que apresenta melhoramento do desenvolvimento humano nós município de Roraima, possivelmente pela adoção nas últimas décadas de medidas de política públicas de melhora da educação básica e media, criação de institutos federais de educação e investimento na saúde básica e na renda como no caso de programas como Bolsa família. Porém, a formação de uma classe média formada em grande parte por um funcionalismo público e, grandes pecuaristas e latifundiários concentram a maioria da renda, o que é demostrado pelo indicador de Gini, reforçando a síntese de que grande parte da população vive de forma muito humilde e com bastante dificuldades.
Os dados sobre o mercado de trabalho roraimense, reforçam o perfil já mencionado de baixo dinamismo econômico, apesar de demostrar um crescimento registrado ao longo do período de 2004 a 2014, onde a taxa de atividade passa de 56% para 65%, ficando acima da nacional de 61%, e a taxa de assalariamento formal crescer 20% (48%, 2004; 68,67%, 2014). Mesmo, diante de melhoramento sensível nesses indicadores, quando olhamos Roraima em comparação aos outros estados da região Norte, o grau de informalidade do mercado de trabalho e muito alto, ficando atrás apenas de Pará e Tocantins.
Fica evidente que não apenas Roraima, mas, os 9 estados da Amazônia legal (Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Tocantins, Roraima, Rondônia, Maranhão e Mato Grosso), necessitam de um modelo de desenvolvimento da região com um caráter mais endógeno. Durante todo o período de ocupação da Amazônia pelos invasores portugueses, migrantes de outras regiões e pelas oligarquias formadas principalmente no período da borracha, sempre se pensou com um olhar de fora da realidade amazônica. Pensar a melhor utilização dos recursos que ainda são abundantes como os minerais, biológicos e, em especial a água e as florestas que ainda resistem a ação predatória ao longo desses séculos de ocupação. 
Evidentemente, pensar a Amazônia de hoje, e olhar para Amazônia de pedra, asfalto e globalizada. Necessita aplicar políticas e ações que desenvolvam trabalho e renda nesse território, porém, com devido cuidado para acabar gerando mais desigualdades entre as populações que vivem nesse território. As formas de ocupação e avanço das fronteiras, desenvolvidas pela ação do Estado, não conseguiram dar conta de desenvolver a região para o caboclo da região, muito menos para que veio em busca do sonhado eldorado
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BARBOSA, R. I. 1993: Ocupação Humana em Roraima. I. Do histórico Colonial ao início do assentamento dirigido. Boletim do Museu Emilio Goeldi, v.9 (1), p. 123-144.
FARAGE, N. As Muralhas do Sertão: os povos indígenas do Rio Branco e a colonização.
SOUSA, C. Gaúchos Em Roraima.Coleção Histórica volume 42. Ed. Edipucrs – Porto Alegre 2001.
VITAL, M. Formação socioeconômica do estado de Roraima: ensaios sobre a formação econômica da Amazônia. Belém, 2015. Ed. NAEA – UFPA.
GOMES FILHO; MORAES C. Visadas Sobre Boa Vista Do Rio Branco: Razões E Inspirações Da Capital De Roraima (1830-2008), v. 13, Tempos históricos.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Sistema IBGE de Recuperação Automática, Censo Demográfico – 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. Disponível em:<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/default.asp>. Acesso em 15 jun. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Sistema IBGE de Recuperação Automática, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – 2004 e 2014. Disponível em:<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/default.asp>. Acesso em 30 mai. 2016.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA). Ipeadata. Disponível em:< http://ipeadata.gov.br/>. Acesso em 05 set. 2016.
LEAL, Aluizio Líns. Sinopse Histórica da Amazônia. In: TRINDADE, José R.; MARQUES, Gilberto (org). In: Revista de Estudos Paraenses, edição especial-IDESP. Belém: IDESP,2010.
Sites Consultados
https://pt.wikipedia.org/wiki/Val%C3%A9rio_Caldas_de_Magalh%C3%A3es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roraima
http://www.fatoreal.blog.br/politica/deputados-federais-nas-tres-fases-de-roraima
http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=6&uf=00
http://www.nead.ufrr.br/index.php/boa-vista/94-criacao-do-municipio
http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2162
http://cidades.ibge.gov.br/download/mapa_e_municipios.php?lang=&uf=rr
http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?lang=&sigla=rr
http://roraimadefato.com/main/
http://www.lexml.gov.br/

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