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ICMS DF civil AUD lauro Aula 00

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DIREITO CIVIL = AUDITOR TRIBUTÁRIO (ICMS/DF) 
 AULA DEMONSTRATIVA – LINDB 
 Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LAURO ESCOBAR 
 
1 
CAROS AMIGOS E ALUNOS 
É um prazer poder usufruir dos atuais meios de comunicação e me dirigir 
a todos vocês. Nesta apresentação vou passar algumas breves informações 
sobre minha pessoa e o curso que pretendo ministrar. 
Sou graduado e pós-graduado em Direito pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (PUC/SP). Sempre fui o que se pode chamar de 
“concurseiro”. Exerci diversos cargos públicos, todos por concurso. Fui 
Procurador do Estado de São Paulo e, atualmente, Juiz de Direito. Ao lado 
das funções públicas, sempre fui ligado à área do ensino. Para mim, uma 
atividade completa a outra e vou me mantendo atualizado. Iniciei minha 
carreira docente na própria PUC/SP, onde lecionei durante alguns anos. 
Atualmente dedico-me aos cursos preparatórios para concursos públicos, 
tendo me especializado no Direito Civil, matéria que possuo algumas obras e 
artigos publicados. 
Minha intenção com este curso é ministrar aulas direcionadas para o 
concurso de Auditor Tributário do Distrito Federal (ICMS/DF), de uma 
forma clara e direta, fornecendo o máximo de informações ao aluno, 
abrangendo a totalidade do último edital, sem perder a objetividade e 
dispersar para temas que não caem nas provas, evitando opiniões pessoais e 
doutrinárias que não são acolhidas nos concursos. 
É certo que esse concurso, embora já autorizado, ainda não abriu. Trata-
se, portanto, de um CURSO PREVENTIVO. No entanto isso é muito 
importante. É assim que se estuda para um concurso: de forma antecipada. Isso 
porque sabemos que um concurso desta envergadura engloba muitas matérias e 
quando o edital é publicado, já não dá mais tempo para estudar todas as 
matérias de forma adequada. 
Iremos nos basear no último edital para este concurso, publicado no dia 
11 de novembro de 2010. Nesse edital a banca escolhida foi a Fundação 
Universa. 
Vamos agora explicar como será desenvolvido este curso. 
Cada aula contém a matéria referente a um capítulo do Direito Civil que 
está no edital, sendo que a mesma será exposta de uma forma direta e 
objetiva. Durante as aulas forneço o maior número de exemplos possível. 
Tenho certeza que mesmo uma pessoa que não seja formada em Direito terá 
plenas condições de acompanhar o curso e entender tudo o que será ministrado. 
No entanto não posso fugir de algumas ‘complexidades jurídicas’, pois estas 
também costumam cair nas provas, principalmente nas elaboradas pela 
ESAF. Costumo dizer que os examinadores gostam de pedir “as exceções de 
uma regra...” e também “as exceções da exceção...”. Desta forma, darei um 
enfoque especial a estes aspectos, chamando a atenção do aluno quando um 
ponto é mais exigido em um concurso e onde podem ocorrer as famosas 
“pegadinhas”. 
DIREITO CIVIL = AUDITOR TRIBUTÁRIO (ICMS/DF) 
 AULA DEMONSTRATIVA – LINDB 
 Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
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2 
Em todas as aulas, após apresentar a parte teórica, com muitos exemplos 
práticos, sempre faço um quadro sinótico, que na verdade é o resumo da 
aula. É o que eu chamo de “esqueleto da matéria”. A experiência demonstra 
que esse “quadrinho” é de suma importância, pois se o aluno conseguir 
memorizá-lo, saberá situar a matéria e completá-la de uma forma lógica e 
sequencial. Portanto, após ler toda a aula, o aluno deve também ler (e reler) o 
resumo apresentado, mesmo que tenha entendido toda matéria. Sem dúvida 
alguma, esta é uma excelente maneira de fixação do conteúdo da aula. Além 
disso, é ótimo para rápidas revisões às vésperas de um exame. 
Ao final de cada aula também apresento alguns exercícios. Aliás, muitos 
exercícios. São testes que já caíram em concursos anteriores. Este ponto 
merece um destaque especial em nosso curso. Trata-se de um diferencial. Até 
por experiência própria, entendo que os exercícios são imprescindíveis para 
um curso direcionado para concursos. Uma aula, por melhor que seja, só é 
completa se tiver exercícios, pois é por meio deles que o aluno vai pegando a 
“malícia” de uma prova. Inicialmente eles têm a finalidade de revisar o que foi 
ministrado na aula e fixar, ainda mais, a matéria dada. Resolver questões já 
aplicadas em concursos anteriores é, indiscutivelmente, uma das melhores 
formas de se preparar para exames. Observem como os concursos costumam 
repetir questões que já caíram em outros exames ou fazer “variações sobre um 
mesmo tema”. 
Como já mencionei a última banca examinadora escolhida foi a Fundação 
Universa, que possui poucas provas no âmbito do Direito. Mas ainda não há uma 
confirmação. Assim, por enquanto, vou fornecer os exercícios baseados nas 
provas da Fundação Carlos Chagas, que é a mais abrangente. Caso seja 
designada outra banca, faremos as devidas alterações oportunamente. 
Os exercícios apresentados no curso têm um grau de dificuldade acima da 
média e não fujo de questões polêmicas, desde que haja interesse para 
concursos. Por isso não fiquem preocupados se o seu índice de acerto ficou 
aquém do esperado... isso é natural... faz parte do aprendizado. Com o tempo, 
sem afobação, o aluno “vai pegando a malícia”. É importante o aluno fazer todos 
os exercícios, pois muitas vezes eles completam a aula. Por esse motivo o 
gabarito é totalmente comentado. Muitas dúvidas da aula podem ser sanadas 
somente por meio da leitura dos testes e de suas respectivas respostas, pois 
completam e aprofundam a matéria dada em aula. Passados alguns dias, 
refaça os testes. Veja como seu índice melhorou... sem perceber você está 
“pegando o jeito da coisa”. Devo esclarecer que alguns testes foram 
adaptados, acompanhando as alterações legislativas que vem ocorrendo a todo 
o momento e também com inserção de mais alternativas em algumas questões. 
Por desnaturar o exercício original, nem sempre a fonte é citada. 
Finalmente, qualquer dúvida que porventura o aluno ainda tenha referente 
à aula deve ser encaminhada ao fórum deste site, para que eu possa respondê-
la da melhor forma possível. Assim, as perguntas dos alunos e as minhas 
respostas ficarão disponíveis para todos os matriculados no curso, enriquecendo 
ainda mais o nosso projeto. Por esse motivo é importante que o aluno leia todas 
DIREITO CIVIL = AUDITOR TRIBUTÁRIO (ICMS/DF) 
 AULA DEMONSTRATIVA – LINDB 
 Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
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3 
as perguntas e respostas que já foram elaboradas e encaminhadas, mesmo 
que feitas por outros alunos, pois às vezes as suas dúvidas podem ser as 
mesmas que outro aluno já formulou. 
EDITAL DIREITO CIVIL = ICMS/DF = 2010 
1. Lei de introdução ao código civil: vigência e revogação da norma, conflitode normas 
no tempo e no espaço, preenchimento de lacuna jurídica. 2. Pessoa natural: conceito, 
capacidade e incapacidade, começo e fim, direitos da personalidade. 3. Pessoa jurídica: 
conceito, classificação, começo e fim de sua existência legal, desconsideração. 4. Fatos 
jurídicos. Ato jurídico. Negócio jurídico: conceito, classificação, elementos essenciais 
gerais e particulares, elementos acidentais, defeitos, nulidade absoluta e relativa, 
conversão no negócio nulo. Prescrição e decadência. 5. Ato ilícito. Abuso de direito. 6. 
Direito das coisas. Posse. Efeitos da posse. Propriedade. Direitos reais sobre coisas 
alheias. 7. Teoria geral das obrigações. Direito das obrigações. Modalidades das 
obrigações. As formas de extinção das obrigações. A inexecução das obrigações. 
Transmissão das obrigações. Fontes das obrigações. 8. Contratos, atos unilaterais e 
responsabilidade civil. Responsabilidade contratual e extracontratual. Teoria geral dos 
contratos. Contratos em espécie. 9. Direito das sucessões. Sucessão em geral. 
Sucessão legítima. Sucessão testamentária. Regimes de bens entre cônjuges. 
Inventário e partilha. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DAS AULAS 
Além da aula demonstrativa de hoje, teremos OUTRAS 10 (DEZ) 
AULAS. Nosso programa, obedecendo rigorosamente o último edital, é o 
seguinte: 
AULA DEMO: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: vigência e 
revogação da norma, conflito de normas no tempo e no espaço, preenchimento 
de lacuna jurídica. 
AULA 01: Pessoa Natural: conceito, capacidade e incapacidade, começo e fim. 
Direitos da personalidade. 
AULA 02: Pessoa Jurídica: conceito, classificação, começo e fim de sua 
existência legal. Desconsideração. 
AULA 03: Fatos Jurídicos (1ª Parte). Ato jurídico. Prescrição e Decadência. 
AULA 04: Fatos Jurídicos (1ª Parte). Negócio jurídico: conceito, classificação, 
elementos essenciais gerais e particulares, elementos acidentais, defeitos, 
nulidade absoluta e relativa, conversão no negócio nulo. 
AULA 05: Ato ilícito. Abuso de direito. Responsabilidade civil. Responsabilidade 
contratual e extracontratual. 
AULA 06: Teoria geral das obrigações. Direito das obrigações. Modalidades das 
obrigações. As formas de extinção das obrigações. A inexecução das obrigações. 
Transmissão das obrigações. Fontes das obrigações 
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AULA 07: Contratos. Teoria geral dos contratos. Atos unilaterais. 
AULA 08: Contratos em espécie. 
AULA 09: Direito das coisas. Posse. Efeitos da posse. Propriedade. Direitos 
reais sobre coisas alheias. 
AULA 10: Direito das sucessões. Sucessão em geral. Sucessão legítima. 
Sucessão testamentária. Regimes de bens entre cônjuges. Inventário e partilha. 
 
Com a exposição da matéria teórica acompanhada de exemplos práticos, 
quadros sinóticos, resumos e uma boa quantidade de testes com gabarito 
comentado, possibilitando ainda ao aluno eliminar qualquer dúvida que reste 
através do nosso fórum, acreditamos ser este trabalho uma importante 
ferramenta para o conhecimento e aprimoramento nos estudos. 
 
Finalizo, desejando a todos os votos de pleno êxito em seus objetivos, 
com muita tranquilidade e paz durante os estudos e na hora da realização das 
provas. 
 
 Um forte abraço a todos. 
 
 Lauro Ribeiro Escobar Jr. 
 
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5 
 
 
 
 
 
 
Meus amigos e alunos: antes de iniciar uma aula, costumo colocar no início e 
em destaque os itens que o edital expressamente exige e que serão 
abordados na aula, bem como a legislação a ser consultada, para que o 
aluno possa acompanhar na lei o que está sendo ministrado, facilitando o 
estudo. Vejamos: 
����Itens específicos do último edital que serão abordados nesta aula →→→→ LEI 
DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB): vigência e 
revogação da norma, conflito de normas no tempo e no espaço, preenchimento de 
lacuna jurídica. 
����Legislação a ser consultada: Decreto-Lei n° 4.657/42 (Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro). 
 Outra coisa: como nas aulas abordo diversos temas que estão no edital e 
para que o aluno possa manusear de forma mais prática o material, sempre faço 
um SUMÁRIO antes de começar a aula. Desta forma, principalmente quando o 
aluno deseja apenas revisar um ponto na matéria, ou tirar uma dúvida a 
respeito de um item específico, pode ir DIRETO AO PONTO utilizando essa 
facilidade. Vejamos. 
 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO E RESUMO DA LINDB ............................................... 06 
1.1 Fontes de Direito Civil ............................................................... 07 
1.2 Características das leis ............................................................. 11 
1.3 Classificação das leis ................................................................ 11 
2. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO ...................................................... 17 
2.1 Início da obrigatoriedade .......................................................... 18 
2.1 Fim da obrigatoriedade ............................................................. 27 
2.3 Repristinação ............................................................................ 30 
2.4 Leis gerais e especiais .............................................................. 31 
2.5 Conflito das normas no tempo .................................................. 32 
2.6 Interpretação das leis ............................................................... 37 
Aula Demonstrativa 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
DIREITO CIVIL = AUDITOR TRIBUTÁRIO (ICMS/DF) 
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6 
2.7 Integração da norma jurídica ................................................... 40 
2.8 Antinomia: conflito entre as normas ......................................... 45 
3. VIGÊNCIA DAS LEIS NO ESPAÇO .................................................... 49 
3.1 Estatuto de Direito Internacional .............................................. 51 
RESUMO ESQUEMÁTICO DA AULA ....................................................... 55 
Bibliografia Básica ............................................................................. 59 
EXERCÍCIOS COMENTADOS ................................................................ 60 
Vamos agora entrar na matéria... 
 Mas... primeiro... uma curiosidade. O Decreto-Lei n° 4.657/42 tinha 
como “nome” (ou ementa) “Lei de Introduçãoao Código Civil Brasileiro”. Pois 
bem... a Lei n° 12.376 de 31 de dezembro de 2010 alterou esse nome para Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Ou seja, nossos 
parlamentares elaboraram uma lei apenas para alterar o nome da lei. Nada, 
absolutamente nada, mudou em seu conteúdo. E a intenção foi somente deixar 
claro o que já dizíamos há muito tempo: a Lei de Introdução não tem aplicação 
somente ao Código Civil, mas sim a todo o Direito, respeitadas as peculiaridades 
de cada matéria, como veremos. 
Feita esta observação, comecemos... 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
Em 2003 entrou em vigor o novo Código Civil (Lei n° 10.406/02). Ele foi 
publicado no dia 10 de janeiro de 2002, mas somente entrou em vigor no ano 
seguinte. Antes disso já vigorava uma lei conhecida como Lei de Introdução ao 
Código Civil (ou simplesmente LICC), que é o Decreto-lei n° 4.657, de 04 de 
setembro de 1942, que atualmente é chamada de Lei de Introdução às Normas 
do Direito Brasileiro (ou simplesmente LINDB). 
Importante salientar que a Lei de Introdução não é parte integrante 
do Código Civil. O novo Código não a revogou a Lei de Introdução, nem a 
incorporou em seu texto. Ou seja, Código Civil e Lei de Introdução são leis 
autônomas e independentes entre si. Como diz seu próprio nome, suas 
normas são aplicáveis não só ao Direito Civil, mas também a todo nosso 
ordenamento jurídico (evidentemente que respeitadas as peculiaridades de 
cada matéria). 
Na realidade a Lei de Introdução é um conjunto de normas sobre 
normas (alguns autores a chamam de lex legum: lei das leis), isto porque 
disciplina as próprias normas jurídicas, prescrevendo-lhes a maneira de 
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aplicação e entendimento, predeterminando as fontes e indicando-lhes as 
dimensões espaço-temporais. Ela não rege a vida das pessoas (como o Código 
Civil), mas sim das próprias normas jurídicas, ultrapassando o âmbito do 
Direito Civil e atingindo tanto o direito privado quanto o público, salvo 
naquilo que for regulado de forma diferente na legislação específica. Contém 
normas de sobredireito (também chamadas de normas de apoio, pois visa 
regular outras normas). Trata-se de um código de normas. A doutrina a 
considera como uma “lei de introdução às leis” por conter princípios gerais 
sobre as normas sem qualquer discriminação, indicando como aplicá-las. E, 
reforçando, continua em vigor, a despeito do novo Código Civil, de forma 
autônoma e em sua plenitude. 
 RESUMINDO A LINDB 
• Arts. 1° e 2° →→→→ vigência e eficácia das normas jurídicas sob o 
aspecto temporal (ou seja, determinando como e quando a lei entra em 
vigor). 
• Art. 3° →→→→ obrigatoriedade geral e abstrata das normas; garantia da 
eficácia global da ordem jurídica (ou seja, não admite a ignorância de lei 
vigente). 
• Art. 4° →→→→ fontes e mecanismos integração das normas (ou seja, 
quando houver lacunas na lei). 
• Art. 5° →→→→ critérios de interpretação das normas (hermenêutica jurídica). 
• Art. 6° →→→→ aplicação da norma no tempo (direito intertemporal: solução 
de conflitos temporais, dando certeza e segurança no ordenamento). 
• Arts. 7° a 19 →→→→ aplicação da norma no espaço (território). Também 
contem normas de Direito Internacional público e privado 
estabelecendo critérios para eliminar conflitos de normas entre Países 
(ex.: competência judiciária brasileira, prova de fatos ocorridos no 
estrangeiro, eficácia de tratados e convenções assinadas pelo Brasil, 
execução de sentença proferida no exterior, atos praticados pelas 
autoridades consulares brasileiras no exterior, etc.). 
FONTES DO DIREITO CIVIL 
Inicialmente, vamos falar sobre as “Fontes de Direito Civil”. Na verdade a 
expressão “Fontes do Direito” é figurada. Em sentido comum, fonte significa a 
origem, o nascedouro (daí fonte de água). Em sentido técnico significa onde o 
direito nasce ou o meio pelo qual se estabelecem as normas jurídicas. Para 
fundamentar uma sentença, o Juiz precisa apontar o dispositivo (que é a fonte) 
para fundamentá-la. São necessários dois elementos para caracterizar uma 
fonte de direito: segurança e certeza. Cada autor possui uma classificação 
própria de fonte de direito. Citamos duas formas de se classificar. Aliás, muito 
parecidas. 
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A primeira é a seguinte: 
• Fontes formais: formadas pela lei, a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. Lembrem-se que no Brasil a lei é a principal 
fonte de Direito. As demais são apenas formas acessórias. Mas nem por 
isso são menos importantes, especialmente para fins de concurso. 
• Fontes não-formais: formadas pela doutrina e pela jurisprudência. 
Para outra corrente doutrinária, a classificação é um pouco diferente: 
• Fontes diretas ou imediatas: são as que geram por si mesmas a regra 
jurídica (lei e costumes). Observem que esta classificação possui um 
caráter mais restrito, pois não menciona a analogia e os princípios gerais 
de direito, que seriam formas de integração (e não fontes) da norma 
jurídica. 
• Fontes indiretas ou mediatas: são as que não geram por si mesmas a 
regra jurídica, mas contribuem para que a mesma seja elaborada 
(doutrina e jurisprudência). 
FONTES INDIRETAS 
DOUTRINA é a interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria. 
Também é chamada de Direito Científico. Forma-se doutrina por meio dos 
pareceres dos jurisconsultos, das pesquisas, ideias e ensinamentos dos 
professores, das opiniões e juízos críticos dos tratadistas e dos trabalhos 
forenses, especialmente se há alguma controvérsia. Esta nossa aula, por 
exemplo, embora singela sob o ponto de vista jurídico, não deixa de ter um 
conteúdo doutrinário. 
JURISPRUDÊNCIA é a interpretação da lei feita pelos juízes em suas 
decisões. Como fonte de direito podemos dizer que a jurisprudência é o 
conjunto uniforme, constante e pacífico das decisões judiciais sobre 
determinada matéria em determinado sentido. “Uma andorinha não faz verão” 
e, da mesma maneira, uma decisão solitária não constitui jurisprudência. Por 
isso é necessário que as decisões se repitam e sem variações de fundo. 
Costuma-se usar o termo “jurisprudência mansa e pacífica” quando as decisões 
não sofrem alterações em julgados da mesma natureza. Quanto à importância 
dela, diversificam os sistemas jurídicos contemporâneos. Para os anglo-saxões, 
de direito costumeiro (dizemos direito consuetudinário – direito dos 
costumes), ela é de suma importância; a pessoa que tem a jurisprudência a seu 
favor certamente ganhará a causa (common law). Já para o nosso sistema 
jurídico, teoricamente, ela não tem tanta relevância, pois nosso sistema é 
baseado nas leis (civil law). No entanto, na prática, a jurisprudência tem-se 
revelado como uma importante fonte criadora de Direito e uma ótima 
ferramenta para os juristas. Basta verificar a quantidade de Súmulasde 
Jurisprudência de nossos Tribunais Superiores. A jurisprudência é fonte indireta 
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9 
de direito porque muitas vezes cria soluções não encontradas na lei ou em 
outras fontes. Mas, embora se constitua numa importante fonte de consulta, 
os Juízes não são obrigados a segui-la. 
É possível que a partir de agora a jurisprudência tenha maior relevância 
no cenário do Direito, pois a chamada “Reforma do Poder Judiciário” (Emenda 
Constitucional n° 45/04) aprovou a “Súmula de Efeitos Vinculantes”. Há uma 
grande discussão a respeito do tema, dividindo os autores a respeito dos “prós e 
contras” do dispositivo, pois por um lado ela “engessaria” a magistratura, 
tornando o direito estático, impossibilitando a interpretação do Juiz e afetando 
sua independência. Mas por outro lado dará uma melhor igualdade sistêmica, 
conferindo maior homogeneidade nas decisões judiciais e limitando o excessivo 
número de recursos para matérias que já foram amplamente debatidas, 
desafogando o Poder Judiciário. Mas não estamos aqui para defender uma ou 
outra posição. Nosso objetivo é dizer que atualmente elas existem, estão 
previstas na Constituição e por isso devem ser cumpridas. E caem nos 
concursos... 
Explicando melhor o assunto: Súmulas são enunciados que, sintetizando as 
decisões assentadas pelo respectivo Tribunal em relação a determinados temas 
específicos de sua jurisprudência, servem de orientação para toda comunidade 
jurídica; são extraídas de reiteradas decisões judiciais em um mesmo sentido. 
As Súmulas podem ser vinculantes ou não vinculantes. As de efeito vinculante 
estão fundamentadas no art. 103-A da Constituição Federal, dispositivo este 
regulamentado pela Lei n° 11.417/06. Elas somente podem ser editadas pelo 
Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 
dois terços de seus membros, depois de reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional. A partir de sua publicação na imprensa oficial ela terá um efeito 
chamado “vinculante”, que torna estas Súmulas obrigatórias aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública (direta e indireta), nas 
esferas federal, estadual e municipal. Também poderá ser revisada ou cancelada 
pela nossa Suprema Corte, na forma estabelecida em lei. Alguns autores 
entendem que estas súmulas, ainda que tenham efeito vinculante, por não 
serem atos normativos (e sim interpretativos do STF), são fontes indiretas. Já 
outros autores entendem que o efeito vinculante da súmula é a sua 
obrigatoriedade, conferida a determinado enunciado jurisprudencial. Neste caso 
específico, afasta-se a mera orientação, passando a obrigar o judiciário e os 
órgãos da administração a adotarem o conteúdo dela. Atribuindo-se as 
características essenciais de imperatividade e coercibilidade, passam a ser 
fontes diretas (um pouco de common law em nosso direito). Existe também a 
chamada “Súmula Impeditiva de Recurso”, que na realidade é um mecanismo 
que possibilita o Juiz não receber recurso de apelação interposto contra sua 
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sentença, caso esta esteja de acordo com alguma súmula do Supremo Tribunal 
Federal (STF) ou do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
FONTES DIRETAS 
Falemos, agora sobre as Fontes Diretas, que são as mais importantes 
para nosso sistema jurídico e, por isso mais complexas exigindo um estudo mais 
aprofundado: 
COSTUMES 
Costume é o uso reiterado, constante, notório e uniforme de uma conduta, 
na convicção de ser a mesma (a conduta) obrigatória. Falaremos mais acerca 
dos costumes no tópico “formas de integração das normas jurídicas”. Isso 
porque o costume pode ser considerado como fonte de Direito e também como 
forma de integração da norma jurídica. 
LEI 
É a principal fonte de Direito no Brasil. Etimologicamente o vocábulo lei é 
originário do verbo latino legere = eleger, escolher (em sentido figurado seria a 
escolha de uma determinada regra dentro de um conjunto). A lei pode ser 
definida de vários modos. Para conceituá-la adotamos o ensinamento da 
Professora Maria Helena Diniz: Lei é a norma imposta pelo Estado e tornada 
obrigatória na sua observância, assumindo forma coativa. Também podemos 
conceituá-la como sendo um preceito jurídico escrito formulado por meio de um 
processo previamente definido pela autoridade competente, sendo instituidora 
de uma ordem jurídica, impondo-se coercitivamente a todos (somente o Estado 
detém o monopólio da força coercitiva), protegendo interesses e normatizando 
as ações. 
Atualmente há uma exigência de maior certeza e segurança para as relações 
jurídicas. Por isso, nas sociedades modernas, há um entendimento de 
supremacia da lei, da norma escrita sobre as demais fontes. Portanto a lei é, 
indiscutivelmente, a fonte mais importante na ordem jurídica brasileira. Trata-
se, portanto, de uma norma jurídica escrita, elaborada pelo Poder Legislativo, 
por meio de um processo adequado, de caráter geral e obrigatório. 
Vejam o que diz nossa Constituição Federal: “Ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5°, inciso II: 
Princípio da Legalidade). E o art. 4° da Lei de Introdução ao Código Civil 
determina que somente quando a lei for omissa é que se aplicarão as demais 
formas de expressão de direito. O Código de Processo Civil (CPC), em seu art. 
126, também prevê que “o juiz não se exime de sentenciar ou despachar 
alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á 
aplicar as normais legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes 
e aos princípios gerais de direito”. 
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CARACTERÍSTICAS DA LEI 
• Generalidade: não se dirige a um caso particular, mas a um número 
indeterminado de indivíduos, tendo-se em vista o seu caráter abstrato 
(pode ser destinada a todos os cidadãos em geral ou a uma categoria de 
pessoas, como o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar ou o Estatuto 
dos Funcionários Civis). 
• Imperatividade: impõe um dever, uma conduta a ser observada pelos 
indivíduos. Trata-se de ordem, quando exige a prática de uma ação ou uma 
proibição quando exige uma abstenção. 
• Autorizamento: autoriza que o lesado pela violação exija o seu 
cumprimento ou a reparação pelo mal causado. 
• Permanência: a lei não se exaure numa só aplicação; ela perdura até que 
seja revogada por outra. No entanto,como veremos adiante, algumas 
normas são temporárias, como por exemplo, as disposições transitórias de 
uma lei, as leis orçamentárias, etc. 
• Competência: como a lei é um ato do Estado, deve emanar de autoridade 
competente, ou seja, respeitando o processo legislativo previsto na 
Constituição. Se o ato for emanado por autoridade incompetente será 
considerado nulo, não sendo possível a sua convalidação e não estando 
apto a produzir efeitos, podendo haver um questionamento perante o Poder 
Judiciário. 
 Observação Alguns autores ainda acrescentam como característica o 
registro escrito da lei, pois garante maior estabilidade das relações 
jurídicas, com a sua consequente divulgação em órgãos oficiais (publicação 
em Diário Oficial). 
CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS 
Existem várias formas de se classificar as leis. Depois de ler muito sobre o 
assunto, elaborei uma classificação, baseada na melhor e mais atualizada 
doutrina. A classificação que daremos a seguir ajuda o aluno a entender o 
sentido de diversas palavras que têm caído nos concursos. Já vi cair em alguns 
testes, logo no enunciado da questão, o seguinte: “Nossa lei adjetiva 
prescreve......” O que é uma lei adjetiva? E uma lei substantiva? E cogente? E 
dispositiva? Vejamos as respostas destas indagações... 
A) Quanto à Obrigatoriedade (ou imperatividade) 
 Cogentes (imperatividade absoluta ou ordem pública): são as normas que 
ordenam ou proíbem determinada conduta; estabelecem princípios de 
aplicação obrigatória; são taxativas; não podem ser ignoradas ou alteradas 
independente da vontade dos interessados. Ex.: os requisitos e as 
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solenidades para se contrair um casamento são absolutos, pois a vontade 
dos contraentes não é levada em consideração; neste caso, na hipótese de 
desrespeito, a consequência é a nulidade do ato (ex: um viúvo é proibido 
de casar com a sua sogra; mesmo que ambos queiram, isto é proibido; se 
eventualmente conseguiram se casar, este casamento é nulo). As normas 
cogentes podem ser mandamentais (quando ordenam uma determinada 
ação) ou proibitivas (quando impõem uma abstenção, um não-fazer). 
 Dispositivas (ou não-cogentes ou de imperatividade relativa): são as 
normas de ordem particular. Não proíbem nem determinam uma conduta 
de modo absoluto, por não estarem ligadas diretamente ao interesse da 
sociedade. Por isso, apesar da lei dizer algo, as pessoas podem 
convencionar de modo diverso, como melhor lhes convier. A norma irá 
funcionar no silêncio dos contratantes. Ex.: o art. 327, CC prevê que o 
pagamento de uma dívida deve ser feito no domicílio do devedor, salvo se 
as partes convencionarem diversamente. Assim, se um contrato for omisso 
em relação ao pagamento, este deverá ser feito no domicílio do devedor. 
Outro exemplo: o art. 313, CC estabelece que um credor não é obrigado a 
receber prestação diversa da que lhe é devida, mesmo que mais valiosa. 
Ele credor não é obrigado, mas ele pode aceitar outra coisa ao invés 
daquela originalmente pactuada. As normas dispositivas podem ser: a) 
permissivas: quando permitem que os interessados disponham como lhes 
convier (ex.: regime de bens no casamento, art. 1.639, CC: “É lícito aos 
nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto a seus bens, 
o que lhes aprouver”); b) supletivas: quando se aplicam na falta de 
manifestação de vontade das partes (aproveitando o exemplo anterior, art. 
1.640, CC: “Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, 
vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão 
parcial”). 
B) Quanto à sua Natureza 
 Substantivas (também chamadas de materiais, primárias ou de primeiro 
grau): são as normas jurídicas voltadas ao regramento da vida em 
sociedade; servem para originar regras de conduta (conferem direitos e 
deveres, estabelecendo os requisitos para seu exercício). Elas visam 
realizar uma ordem à sociedade, disciplinando a conduta dos indivíduos 
no seu cotidiano. Nosso ordenamento jurídico, na sua maior parte, possui 
normas de natureza substancial, sejam elas no plano constitucional ou 
infraconstitucional, em suas especialidades, como o Civil (Código Civil), 
Penal (Código Penal), Tributário (Código Tributário Nacional). E assim por 
diante nas outras matérias: Comercial, Trabalhista, Militar, Eleitoral, etc. 
Mesmo que não haja um Código específico, uma lei pode ser considerada 
material, como no Direito Administrativo. 
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 Adjetivas (também chamadas de formais, processuais, secundárias ou de 
segundo grau): nosso ordenamento jurídico possui um grupo de normas 
também denominadas de instrumentais, que irão realizar a eficácia 
contida na norma material. Elas regem o exercício da jurisdição, buscando 
organizar o trâmite de um processo. Assim o direito adjetivo ou 
processual é um instrumento para solucionar eventuais conflitos do direito 
material, visando a satisfação deste. Exemplos: Código de Processo Civil, 
Código de Processo Penal, etc. É de se observar que a aplicação do Direito 
Processual é exclusiva do Poder Judiciário, exercendo sua função típica 
(lembrando que tanto o Poder Legislativo, como o Executivo também 
podem exercer a função julgadora, porém de forma atípica). 
Exemplificando. Duas pessoas querem se casar! Quais as normas aplicáveis? 
Normas de direito material (ou substantivas). Ou seja, para realizar um 
casamento aplica-se o Código Civil. É ele que vai apontar as formalidades 
essenciais da cerimônia, os regimes de bens que os nubentes podem escolher, 
adotar as proibições e eventuais as nulidades, etc. Passados alguns anos estas 
pessoas desejam se separar! E agora? Quais as normas aplicáveis? Normas de 
direito processual (ou adjetivas). Ou seja, essas pessoas necessitarão ingressar 
com uma ação no Poder Judiciário e o processo irá tramitar de acordo com as 
normas processuais. O divórcio está previsto no Código Civil; mas os meios para 
se divorciar estão disciplinados no Código de Processo Civil. 
Outro Exemplo. Duas pessoas desejam celebrar um contrato de locação: 
aplicam-se então as disposições do direito material. Se uma das partes não 
respeitar o contrato (ex: deixa de pagar o aluguel), surge para a outra o direito 
de ingressar com uma ação de despejo, que é norma do direito processual (ou 
adjetiva). Mais um Exemplo: “A” matou “B”. Pelo Código Penal (direito material 
ou substantivo) cometeu o crime de homicídio (art. 121). E agora? Como 
fazemos? Esta pessoa será processada! Mas como se desenvolverá o processo? 
É o Direito Processual Penal (direito adjetivo ou formal) que determinará qual o 
rito que o processo seguirá. Assim, direito material descreve o crime e as penas, 
mas é o direito processual que estabelece o rito processual. Concluindo: se 
uma regra do direito material não for observada o Estado-juiz é acionado para 
que o conflito seja composto. E é aí que iniciao âmbito de atuação do direito 
processual. 
Finalizando: durante o trâmite de um processo, o Juiz deve aplicar as normas 
de direito material que estavam em vigor quando da existência do conflito 
(como regra estas regras não retroagem). Já as normas de direito processual, 
como regra, têm vigência imediata. Se uma regra processual for alterada no 
curso de um processo em trâmite, ela já se aplica a este processo (ressalvados 
apenas os atos já realizados). Nesta aula, mais adiante, falaremos de forma 
detalhada sobre o princípio da retroatividade das leis. 
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C) Quanto ao Autorizamento (encaradas sob o prisma da sanção) 
 Mais que perfeitas: são as que autorizam a aplicação de mais de uma 
sanção na hipótese de sua violação: nulidade do ato ou o restabelecimento 
à situação anterior e ainda uma aplicação de pena ao violador. Ex.: uma 
pessoa casada contraiu novas núpcias. Para o Direito Civil este segundo 
casamento é considerado nulo. Além disso, esta pessoa também irá 
responder pelo crime de bigamia (Direito Penal). Outro exemplo: o não 
pagamento da pensão alimentícia pode gerar a prisão civil do devedor, 
além da execução judicial da obrigação de pagar a dívida. A Lei de 
Alimentos prevê expressamente (art. 19, §1°, da Lei n° 5.478/68) que o 
cumprimento integral da pena de prisão não eximirá o devedor do 
pagamento das prestações alimentícias vincendas ou vencidas e não pagas. 
 Perfeitas: a violação a elas autoriza apenas nulidade ou anulabilidade do 
ato, sem gerar outra penalidade ao violador. Ex.: pessoa menor de 16 anos 
que vendeu sua casa sem ser representado (negócio nulo: art. 166, I, CC). 
Pródigo que vendeu seu automóvel sem ser assistido (negócio anulável: 
art. 171, I, CC). 
 Menos que perfeitas: há uma aplicação de sanção ao violador da norma, 
mas o ato não é considerado nulo ou anulável. Ex.: o divorciado, enquanto 
não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal não 
deve se casar (art. 1.523, I, CC). Mas se ele se casou sem ter feito a 
partilha? –Neste caso o casamento não será anulado. No entanto, o regime 
de bens do novo casamento será, obrigatoriamente, o da separação de 
bens (art. 1.641, I, CC). 
 Imperfeitas: são leis cuja violação não acarreta qualquer consequência 
jurídica, não havendo penalidade alguma. Ex.: perdi dinheiro no jogo; a lei 
prevê que ninguém é obrigado a pagar dívidas de jogo (art. 818, CC). O 
mesmo ocorre com as dívidas prescritas (falaremos sobre isso em aula mais 
adiante). 
D) Quanto ao Alcance 
 Gerais: são as normas de direito comum, que se aplicam para todo um 
sistema de relações jurídicas. Ex.: Código Civil, Código Penal, etc. 
 Especiais: são as que se aplicam a situações jurídicas específicas, 
afastando a aplicação do direito comum para estas situações especiais. Ex.: 
regras específicas relativas aos contratos previstos no Código de Defesa do 
Consumidor, da Lei do Inquilinato, etc. 
E) Quanto às Espécies Normativas 
 Quanto a esse ponto, aconselhamos a leitura da Constituição Federal 
(arts. 59 a 69, CF/88). Como esta matéria não é específica de Direito Civil, se 
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quiserem, podem “pular” este item, passando de imediato ao tópico “Vigência 
das Leis”. Nosso objetivo neste ponto é apenas relembrar as diversas espécies 
de lei, consideradas em seu sentido amplo e tecer alguns breves comentários 
sobre elas. Vejamos. 
1) Constitucionais: são as que constam na Constituição, que é um conjunto 
de normas supremas de nosso ordenamento; é a lei máxima de nosso País e 
servem de fundamento para todo o nosso sistema jurídico positivo. Trata-se do 
princípio da supremacia (ou primazia) da Constituição, que está em um 
patamar superior a qualquer outra lei, no topo da pirâmide normativa. Em 
uma apertada síntese, ele limita o poder, organiza o Estado e define os direitos 
e garantias individuais. Nossa Constituição é escrita e da espécie rígida, pois 
exige, para sua alteração, um processo muito mais solene do que é exigido 
para a elaboração das demais espécies normativas (ditas infraconstitucionais). 
Nossa Constituição também possui mecanismos de controle da 
constitucionalidade das leis, permitindo a aplicação de normas incompatíveis 
com a própria Constituição. Recebe também o nome de (isso cai em concurso): 
Lei Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei Maior, Carta Magna, etc. 
2) Emendas à Constituição: nossa Constituição permite sua reforma por meio 
de emendas, que podem modificá-la parcialmente (trata-se do Poder 
Constituinte Derivado, ou Reformador, ou de Segundo Grau, ou Limitado). A 
proposta de emenda deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso, 
em dois turnos cada. Considera-se aprovada se obtiver em todas as votações 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
3) Lei Complementares: tratam de matérias especiais, estipuladas na própria 
Constituição, para melhor regulamentar determinado assunto. Possuem quorum 
especial para aprovação (maioria absoluta). 
4) Leis Ordinárias: são as “leis comuns”, elaboradas pelo Poder Legislativo 
(Congresso Nacional = Federal; Assembleia Legislativa = Estadual; Câmara dos 
Vereadores = Municipal). A aprovação se dá por maioria simples ou relativa. 
Lembrando que o Código Civil, apesar do nome, trata-se de uma Lei Ordinária. 
 Observações 
O art. 47, CF estabelece que “salvo disposição constitucional em contrário, 
as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria 
dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros”. Por esse dispositivo 
percebe-se que as deliberações legislativas no Brasil são tomadas, em regra, 
pela maioria simples ou relativa de votos, isto é, pelo voto da maioria dos 
presentes, desde que presente na sessão a maioria absoluta dos membros da 
Casa Legislativa. Assim, se a Constituição não exigir expressamente outro 
quorum (maioria absoluta, dois terços, três quintos), aplica-se a regra da 
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maioria simples ou relativa. Ex: em relação à lei complementar, a Constituição 
exige expressamente maioria absoluta (art. 69). Mas em relação à lei ordinária, 
a Constituição não estabelece o quorum. Logo, neste caso, aplica-se a regra 
geral, da maioria simples ou relativa. Para se instalar a sessão de deliberação, 
exige a Constituição que estejam presentes, pelo menos, a maioria absoluta dos 
membrosda Casa Legislativa. 
Já a maioria absoluta corresponde ao primeiro número inteiro 
posterior à metade dos integrantes da Casa (costuma-se usar a expressão 
“metade mais um”; no entanto, não se aconselha falar assim, pois tecnicamente 
não é correto). Ex: o Senado Federal é composto atualmente de 81 Senadores, 
portanto há a necessidade da presença de, pelo menos, 41 Senadores para 
instalar a sessão de votação. Se não for obtida esta presença mínima 
(maioria absoluta), a sessão não se instala. Instalada a sessão, a matéria será 
aprovada pela maioria dos votos dos presentes. 
Portanto, uma lei é aprovada por um número variável (e muitas vezes 
reduzido) de votos. Se presentes 60 Senadores à sessão, serão necessários 31 
votos para se aprovar uma lei. Acrescentando: se presentes 60 Senadores e 10 
deles se abstiverem (a abstenção não conta), serão necessários apenas 26 
votos para aprovação. 
Já para aprovação de uma lei complementar (maioria absoluta), leva-se em 
consideração o número total de integrantes da Casa Legislativa, sendo, por isso, 
um número fixo de votos, independentemente do número de parlamentares 
presentes à sessão. Tomando mais uma vez o exemplo do Senado: presentes 
41, 57 ou 80 Senadores, o número exigido para aprovação da lei complementar 
é o mesmo: 41 votos (maioria absoluta dos integrantes da Casa). O mesmo se 
aplica à Câmara dos Deputados que atualmente conta com 513 Deputados 
Federais. Resumindo: o quorum da maioria simples é um número variável e o 
da maioria absoluta e também o da qualificada (dois terços, três quintos) é 
sempre fixo. 
5) Leis Delegadas: são normas elaboradas pelo Presidente da República em 
função de autorização expressa do Poder Legislativo e nos limites impostos por 
este. Podem ser internas (o encargo é atribuído a uma comissão do próprio 
Poder Legislativo) ou externas (atribui-se ao chefe do Executivo a elaboração da 
lei). 
6) Medidas Provisórias: são normas com força de lei, editadas pelo 
Presidente da República, em caso de relevância e urgência. Devem ser 
submetidas de imediato ao Congresso Nacional. Este tem 60 dias (prorrogáveis 
por igual período) para analisar o seu texto. Se ela não for apreciada em 45 
dias, entrará em regime de urgência, ficando sobrestadas todas as demais 
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando, até que se ultime a 
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sua votação. Três situações podem ocorrer: a) aprovação (com ou sem 
alteração do texto) – neste caso ela se converterá em lei ordinária, sendo 
promulgada pelo presidente do Senado Federal que a remeterá ao Presidente da 
República para publicação; b) rejeição expressa – neste caso ela será arquivada 
e caberá ao Presidente do Congresso Nacional baixar ato declarando-a ineficaz; 
c) rejeição tácita – se a análise da lei não findar em 120 dias, também acarreta 
a perda de sua eficácia. É proibida a reedição da medida provisória na mesma 
sessão legislativa, que tenha sido rejeitada ou tenha perdido sua eficácia por 
decurso de prazo. 
7) Decretos Legislativos: são normas promulgadas pelo Poder Legislativo 
(Congresso Nacional) sobre assuntos de sua competência (ex: ratificação de 
tratados internacionais; autorização de referendo ou convocação de plebiscito). 
8) Resoluções: são normas expedidas pelo Poder Legislativo (Câmara dos 
Deputados ou Senado Federal), destinadas a regular matéria de sua 
competência, de caráter administrativo ou político, de seu peculiar interesse 
(ex: fixação de subsídios, licença dos parlamentares, perda de cargo, etc.). 
 
I. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO 
 
Toda norma jurídica tem um âmbito de aplicação temporal, espacial, 
material e pessoal, dentro dos quais ela tem vigência e validade. Vamos iniciar 
nosso estudo quanto à vigência, analisando as leis sob o aspecto temporal. 
Depois passaremos para o âmbito territorial. 
As leis também possuem um ciclo vital: nascem, aplicam-se a 
determinadas situações, podem ser modificadas e “morrem”. São regidas por 
dois princípios fundamentais: 
1. Princípio da obrigatoriedade das leis (também chamado de princípio da 
inescusabilidade da ignorância das leis). 
Publicada a lei, ninguém se escusa de cumpri-la alegando que não a 
conhece (art. 3°, LINDB), tornando-se obrigatória para todos os seus 
destinatários (ignorantia legis neminem excusat). Tal dispositivo visa garantir a 
estabilidade e a eficácia do sistema jurídico que ficaria comprometido, caso 
admitida a alegação de ignorância de lei em vigor. Segundo a doutrina, três 
teorias procuram justificar este preceito: 
 Presunção legal: uma vez publicada, presume-se que todos leram e 
tomaram conhecimento do teor da lei, tornando-se conhecida de todos. 
 Ficção: pressupõe que se uma lei foi publicada torna-se conhecida de todos. 
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 Necessidade social: sustenta que a lei é obrigatória e deve ser cumprida 
por todos não por ser de conhecimento ficto ou presumido, mas para tornar 
possível a convivência social. Isso não significa dizer que o cidadão tem 
obrigação de conhecer todas as leis, mas sim de que ninguém pode deixar 
de cumprir a lei, conhecendo-a ou não. É a mais aceita no mundo 
jurídico, para não se estabelecer o caos ou a anarquia. Em consequência, 
não é necessário se provar em juízo a existência de uma lei, pois parte-se do 
pressuposto que o “Juiz conhece o direito” (jura novit curia). Mas isso não se 
aplica ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário (art. 
337, do Código de Processo Civil). 
O erro de direito (que seria a alegação de desconhecimento da lei) só 
pode ser invocado em raríssimas ocasiões e quando não houver o objetivo de 
furtar-se o agente ao cumprimento da lei (serve para justificar a boa-fé no 
descumprimento de um contrato, sem intenção de descumprir a lei). 
Reforçando. Para a LINDB o desconhecimento da lei não pode ser alegado 
como escusa de seu cumprimento. Para o Código Civil o princípio da 
obrigatoriedade não é absoluto, mas somente é aplicável em situações 
especialíssimas (art. 139, III). 
2. Princípio da continuidade das leis 
A partir de sua vigência, a lei tem eficácia contínua, até que outra a 
modifique ou revogue (embora possam existir “leis temporárias”, conforme 
veremos adiante: art. 2°, LINDB). O desuso ou o decurso de tempo, não fazem 
com que a lei perca sua eficácia. 
INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
A criação de uma lei obedece a um procedimento próprio, definido nas 
normas constitucionais (arts. 59 a 69, CF/88). Há todo um processo solene de 
elaboração da lei, chamado de processo legislativo, que geralmente passa por 
cinco etapas. Embora este não seja um tema específico do Direito Civil é 
conveniente fazer um resumo sobre o tema. Há várias espécies de leis, cada 
uma possui peculiaridades próprias. Vamos falar sobre o “processo padrão” (ou 
processo legislativo ordinário):A) INICIATIVA. É o ato que inicia todo o processo legislativo. Trata-se da 
faculdade conferida a alguém ou a algum órgão para apresentar um projeto de 
lei. A Constituição confere legitimação a várias pessoas e órgãos para a 
apresentação de projetos de lei ao Poder Legislativo. Na área federal, 
dependendo da matéria, cabe: 
1. Iniciativa Parlamentar: a qualquer membro ou comissão do Poder 
Legislativo. 
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2. Iniciativa Extraparlamentar: ao Presidente da República (em regime 
normal ou de urgência para apreciar o projeto), Supremo Tribunal Federal, 
demais Tribunais Superiores, Procurador Geral da República e também aos 
cidadãos em geral (iniciativa popular), como previsto no art. 61, CF/88. Nesta 
última hipótese o caso mais famoso foi o da autora de novelas Glória Peres, 
que perdeu uma filha assassinada e liderou uma campanha vitoriosa por todo 
Brasil para incluir o homicídio qualificado como crime hediondo. 
B) DISCUSSÃO E APROVAÇÃO. Apresentado o projeto são realizados estudos, 
debates, redações, correções, emendas e votação do projeto. Este trabalho é 
chamado de deliberação parlamentar. O projeto inicialmente passa pelo crivo de 
comissões parlamentares, dependendo do assunto. No âmbito federal, como o 
nosso sistema é bicameral, o projeto deve ser aprovado pelas duas Casas 
Legislativas (Iniciadora e Revisora). No caso de uma lei ordinária, que trata, em 
tese, de matérias mais simples, a aprovação se dá por maioria simples de cada 
Casa Legislativa. Já uma lei complementar possui um quorum qualificado 
(maioria absoluta), isto para que se tenha certeza de que aquele assunto 
tratado realmente reflete o interesse da sociedade. Lembrando: na maioria das 
vezes a Casa Iniciadora é a Câmara dos Deputados. Isso ocorre quando o 
projeto é apresentado por um Deputado Federal, pelo Presidente da República, 
pelo Supremo Tribunal Federal, pelos Tribunais Superiores, etc. A exceção 
ocorre quando o projeto é de autoria de um Senador ou comissão do Senado. 
Neste caso a Casa Iniciadora é o próprio Senado Federal. 
A Casa Iniciadora pode aprovar ou rejeitar o projeto. Se for rejeitado, será 
arquivado, não podendo ser apresentado outro sobre a matéria na mesma 
sessão legislativa, salvo se houver proposta da maioria dos Deputados ou dos 
Senadores. Aprovado na Casa Iniciadora (com ou sem emendas) o projeto 
segue para a Casa Revisora, para nova deliberação. Ela poderá: a) aprovar 
integralmente o projeto (segue-se, então, para a próxima etapa, que é a sanção 
ou veto); b) emendar o projeto (neste caso as emendas – somente as emendas 
– retornam para a Casa Iniciadora, podendo aprová-las ou rejeitá-las); ou c) 
simplesmente rejeitar o projeto (neste caso ele será arquivado). Não há um 
poder ilimitado para apresentar emendas; elas devem ser relacionadas ao tema 
de que trata o texto. Sendo o projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da 
República, não serão admitidas emendas que acarretem aumento da despesa 
prevista, salvo se se tratar de lei orçamentária (este “salvo”, como temos visto 
na prática, é uma “festa”...). 
C) SANÇÃO OU VETO. Nesta fase o Poder Executivo participa do processo 
(deliberação executiva). No plano federal é ato exclusivo da alçada do 
Presidente da República. 
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1. Com a sanção ele manifesta a sua concordância com o projeto 
aprovado pelo Poder Legislativo. Há uma conjugação das vontades dos Poderes 
Legislativo e Executivo, nascendo a lei. A sanção incide em um projeto de lei e, 
ao incidir, faz com que este projeto se transforme em lei. O projeto pode ser 
sancionado de forma expressa (quando o Executivo se manifesta por despacho, 
aprovando o projeto) ou tácita (quando o Executivo simplesmente se omite, 
deixando de apreciar o projeto no prazo de 15 dias úteis), conforme estabelece 
o art. 66, §3°, CF/88. 
2. Com o veto o chefe do Executivo manifesta sua recusa ou não-
concordância com o projeto de lei. O veto é irretratável e deve ser sempre 
expresso e motivado. Não há o chamado “veto tácito”, pois o silêncio do 
Chefe do Executivo implica em sanção. O veto pode ser total, quando atinge 
todos os dispositivos do projeto ou parcial, quando atinge um ou alguns dos 
dispositivos do projeto. Como falei acima, o veto deve ser motivado. E são dois 
os motivos para se vetar: inconstitucionalidade e/ou inconveniência. Costuma-
se dizer que o veto é jurídico (caráter formal) quando o projeto é considerado 
inconstitucional; ele contraria a Constituição. Por outro lado ele pode ser 
político (caráter material - mérito), ou seja, contrário ao interesse público; o 
Chefe do Executivo faz um juízo sobre a inconveniência de se aprovar 
determinada matéria. Assim, um projeto pode ser constitucional, e, mesmo 
assim, ser vetado por não ser conveniente para o interesse público. O veto só 
pode ser supressivo, ou seja, o Chefe do Executivo nada pode acrescentar ao 
projeto; ele somente pode retirar. Não pode haver veto de palavras isoladas; 
isso para evitar alterações ou inversões de sentido (ex.: vetar a palavra “não”). 
O veto, ainda que parcial, deve abranger o texto integral do artigo, de 
parágrafos (§1°, §2° ...), de incisos (I, II, III...), ou alíneas (“a”, “b”, “c”...). 
Por outro lado o veto pode ser superado (ou derrubado). Isto é, 
ocorrido o veto, o Presidente da República comunica ao Presidente do Senado os 
motivos do veto no prazo de 48 horas e o Congresso Nacional irá reapreciar a 
matéria, no prazo de 30 dias. A votação será feita pelo Congresso Nacional, de 
forma conjunta, mas os votos dos Deputados e Senadores serão computados 
separadamente. Ou seja, embora a sessão seja conjunta, para derrubar o veto é 
necessária a maioria absoluta dos Deputados e dos Senadores. Sendo o veto 
total e não sendo alcançada a maioria absoluta em cada Casa, encerra-se o 
processo legislativo (o projeto será arquivado). Se o veto for parcial e o mesmo 
for mantido, o próprio Presidente do Congresso promulgará a lei (evidentemente 
que somente com as partes não vetadas), uma vez que o texto já estava com a 
concordância com o Chefe do Executivo. Se o veto for derrubado, o projeto volta 
ao Chefe do Executivo apenas para a promulgação. 
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D) PROMULGAÇÃO (existência da lei). Decorre da sanção e tem o significado 
de proclamação, de “ateste de validade de lei”. Dá-se conjuntamente com a 
sanção, quandoo Presidente da República assina o projeto de lei. Promulgar é 
declarar a existência de uma lei, inovando-se a ordem jurídica. Costuma-se 
dizer que “a lei nasce com a promulgação”. Quando está escrito no texto da lei 
...faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei... 
implicitamente quer dizer que a lei também está sendo promulgada, no mesmo 
tempo e instrumento. Apesar de ocorrer conjuntamente, a doutrina majoritária 
gosta de afirmar que “a sanção incide sobre o projeto de lei (transforma o 
projeto de lei em lei), enquanto a promulgação já incide sobre a lei (declara a 
existência de uma lei válida; por isso o que se promulga é a lei e não o 
projeto)”. O Chefe do Executivo atesta perante a sociedade a existência 
válida de uma lei, ordenando-lhe o respectivo cumprimento. Lembrando 
que não há sanção ou veto no caso de uma Emenda Constitucional, mas sim de 
promulgação pelas mesas da Câmara e do Senado. Nos casos de sanção tácita 
(transcorreram 15 dias úteis sem manifestação do Executivo) ou derrubada de 
veto, o Chefe do Executivo terá 48 horas para promulgar a lei. Não o fazendo no 
prazo a atribuição cabe ao Presidente do Senado. 
E) PUBLICAÇÃO. É o ato por meio do qual se dá a divulgação da existência 
da nova lei em órgão oficial, tornando-se, portanto, conhecida de todos (trata-
se de uma presunção). A finalidade da publicação é garantir (ao menos 
potencialmente) que uma lei seja conhecida por todos os que estarão sujeitos 
ao seu comando; é uma condição de vigência e de eficácia da lei. Como já 
dissemos, a teoria mais aceita para justificar a obrigatoriedade da lei para todos 
é a da necessidade social. Com a publicação encerra-se o processo legislativo. 
 Resumindo Observando-se o processo de criação de uma lei (processo 
legislativo) notamos que a lei só deixa de ser um projeto quando ocorre a 
sanção. Já na promulgação atesta-se a existência de uma lei válida, 
confirmando sua executoriedade (possibilidade de ser executada). Todavia, 
para que possa ser aplicada e possa produzir seus efeitos, a lei deve ser 
obrigatória, e a obrigatoriedade depende de sua publicação oficial. Mas não 
é só, para que a lei possa obrigar seus destinatários não basta a simples 
publicação; é preciso ainda que a lei possua vigência. Assim, mesmo antes de 
ser publicada, uma lei já é executável e existente. No entanto, ainda que exista 
e que se possa cobrar sua produção de efeitos, só isso não basta. É preciso, 
também, que se tenha dado conhecimento aos destinatários da lei, o que ocorre 
mediante sua publicação em veículo oficial. Com isso pode-se falar que ela é 
obrigatória. E ainda assim, para que possa produzir seus efeitos ela precisa 
estar vigente, ou seja, apta para produzir seus efeitos. 
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 Frases da doutrina referentes a este tópico que costumam cair em concurso: 
“A promulgação, por ser ato de competência do Executivo, é que dará força 
executória à lei, que tenha sancionado, dando-lhe autenticidade”. “A 
executoriedade é efeito da promulgação”. “A obrigatoriedade é efeito da 
publicação”. “A obrigatoriedade supõe a publicação, sendo que a lei só a 
adquirirá após a vacatio legis” (que veremos mais adiante). 
����IMPORTANTE ���� Distinção entre validade, vigência e eficácia. 
a) Validade: qualidade da norma por terem sido obedecidas as condições 
formais e materiais para sua produção. Validade Formal: norma produzida por 
autoridade legítima e competente (competência para elaboração da lei), 
além da tramitação pelo devido processo legislativo e consequente 
integração no sistema jurídico da sociedade. Validade Material: diz respeito ao 
conteúdo da norma; se está de acordo com nosso sistema jurídico (ex.: 
respeito à Constituição). 
b) Vigência: deriva da expressão latina vigentia (do verbo vigere, vigens – 
estar em voga, vigorar), que significa a qualidade de vigente, o tempo durante o 
qual uma coisa vige ou vigora. Refere ao intervalo de tempo em que a norma 
jurídica está legalmente autorizada a produzir seus efeitos. É o período de 
vida da lei, que vai do momento em que ela entra em vigor (passa a ter força 
vinculante; início da obrigatoriedade) até o momento em que é revogada, ou em 
que se esgota o prazo prescrito para sua duração (lei temporária). Como 
veremos a seguir, uma lei pode ter sido publicada e ainda não estar vigorando, 
pois a própria lei marcou um prazo para que ela entre em vigor (vacatio legis). 
Outro tópico interessante aqui é a diferença entre vigência e vigor. Como 
vimos, vigência está relacionada com o período de vida da lei (tempo de sua 
duração); a vigência de uma lei acaba quando esta lei é revogada. Já vigor está 
relacionado com a força vinculante da lei. Uma lei pode vigorar, mesmo tendo 
sido revogada (perdeu a vigência). É o caso de um contrato celebrado sob a 
égide de uma lei que posteriormente foi revogada, mas ela continua sendo 
aplicada naquele caso concreto (ultra-atividade). 
c) Eficácia (ou efetividade): refere-se aos efeitos ou consequências da 
norma jurídica; é a qualidade da norma que está em vigor no tocante à 
possibilidade de produção de efeitos concretos, seja porque foram 
cumpridas as condições exigidas para isso (eficácia jurídica ou técnica), seja 
porque estão presentes as condições fáticas exigíveis para sua observância, 
espontânea ou imposta, ou para a satisfação dos objetivos pretendidos. Neste 
último caso leva-se em conta se a lei atende aos anseios da sociedade e se os 
destinatários da norma a estão cumprindo (eficácia social da norma). No 
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entanto, na prática, como veremos, as pessoas não podem se eximir do 
cumprimento de suas disposições. 
Quase todas as leis que entram em vigor, também possuem eficácia. No 
entanto, há normas que foram editadas, mas ainda não foram regulamentadas. 
Já outras exigem que o Estado crie um órgão que viabilize sua execução. 
Portanto, pode ocorrer que uma lei seja válida e possua vigência (já está 
vigorando), estando apta a produzir efeitos, porém ainda não tenha eficácia 
(não produzindo efeitos concretos), pois depende da prática de algum ato por 
parte do Estado. 
REGRAS DA LINDB SOBRE O INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE 
PRIMEIRA REGRA. Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar, 
em todo o País, quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada 
(art. 1°, caput, LINDB). Essa regra não é absoluta, pois na prática quase 
todas as leis contêm em seu texto disposição que elas entram em vigor “na data 
de sua publicação”. 
O espaço compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor 
(quando há esse espaço de tempo) denomina-se vacatio legis. Trata-se de 
uma expressão latina, muito comum em concursos, que significa “vacância da 
lei”. Geralmente este prazo é estabelecido para melhor divulgação dos textos 
legais e adaptação dos cidadãos, para que sejam melhor compreendidosantes 
que entrem em vigor e se tornem obrigatórios e para que os órgãos da 
administração se aparelhem melhor ao novo texto legal. Enquanto não 
transcorrido esse período, a lei nova, ainda que já publicada, não tem força 
obrigatória ou vinculante. Observem: a norma é válida, mas ainda não é 
vigente. 
Notem que esse mesmo dispositivo também consagrou o princípio da 
vigência sincrônica (sincronismo significa ao mesmo tempo) ou sistema 
simultâneo (princípio da simultaneidade ou prazo único). Ou seja, a lei entra em 
vigor a um só tempo em todo o território nacional (portanto, não há 
vigência progressiva da lei). Trata-se de um prazo único para todo País (45 
dias após a sua publicação oficial), sendo simultânea a sua obrigatoriedade. 
Quanto ao prazo de vacatio legis, as leis podem ser classificadas em: 
a) Lei com vacatio legis expressa: a própria lei faz referência ao seu 
período de vacatio. O melhor exemplo é o atual Código Civil, que prevê em 
seu art. 2.044: “Este Código entrará em vigor um ano após a sua publicação”. 
b) Lei com vacatio legis tácita: o texto da lei é omisso em relação ao 
momento em que ela entra em vigor; neste caso ela passará a vigorar 45 dias 
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após a publicação; é a regra teórica do art. 1°, caput, LINDB (raríssimo de se 
encontrar na prática). 
c) Lei sem prazo de vacatio legis: a lei entra em vigor na data de sua 
publicação, devendo esta frase constar de seu texto. 
����Art. art. 8°, da Lei Complementar n° 95/98 (com texto modificado pela 
Lei Complementar n° 107/01 e regulamentada pelo Decreto n° 4.176/02, que 
dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, 
conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal): “A 
vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula 
‘entra em vigor na data de sua publicação’ para as leis de pequena 
repercussão”. 
 Resumindo: uma lei pode entrar em vigor na data de sua publicação ou em 
outra data mais à frente, desde que haja previsão expressa no seu texto. Isto 
é assim devido à importância ou urgência de determinada lei e a maior ou 
menor dificuldade de adaptação da sociedade a esta nova lei. Somente quando 
não houver expressa disposição na própria lei acerca da data em que ela 
entrará em vigor (omissão proposital da lei), aí sim, ela entrará em vigor em 45 
dias após a publicação. Trata-se, portanto, de um dispositivo legal que atua 
supletivamente, caso a lei seja publicada sem menção ao momento em que 
deva entrar em vigor. 
SEGUNDA REGRA. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente 
publicada (art. 1°, §1° da LINDB). Isto é, se uma lei for editada no Brasil, mas 
para surtir efeitos no estrangeiro (em geral, quando cuida de atribuição de 
ministros, embaixadores, cônsules, convenções de direito internacional, etc.) e a 
lei for omissa quanto à data que entrará em vigor (a data de sua vigência 
efetiva), ela lei somente entrará em vigor 03 (três) meses após a sua 
publicação. 
���� Atenção ���� Como vimos, a regra (teórica) quanto ao prazo para uma lei 
começar a vigorar em todo País é de 45 dias depois de oficialmente publicada; 
já o prazo para vigorar nos Estados estrangeiros é de 03 meses (e não 90 dias 
como às vezes eu vejo cair em concursos, como uma forma de “pegadinha”). 
Parece ser óbvio, mas é importante deixar claro que para o Direito, 03 meses é 
prazo bem diferente do que 90 dias! Há um “macete” bem manjado para não 
fazer confusão: esTRangeiro = TRês meses. 
TERCEIRA REGRA. Uma lei pode ter sido publicada com algum erro 
substancial, implicando em uma divergência de aplicabilidade (geralmente são 
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erros materiais ou falhas de ortografia). O art. 1°, §3° da LINDB determina que 
“se antes de entrar em vigor ocorrer nova publicação desta lei, destinada à 
correção de seu texto, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores 
começará a correr da nova publicação”. Exemplo: uma lei foi publicada em 
determinado dia e é omissa em relação ao dia que entrará em vigor. Assim, 
somente entrará em vigor 45 dias após a publicação. Vinte dias depois de 
publicada (portanto ainda estamos no curso do prazo de vacatio legis), alguém 
notou que houve um erro no texto da lei. Desta forma ela deve ser republicada. 
E aquele prazo de 45 dias recomeça a contar; inicia-se novamente a contagem 
do prazo de vacatio a partir do dia da republicação da lei. Notem que continua 
sendo a mesma lei. 
QUARTA REGRA. As emendas e correções de texto de lei que já tenha entrado 
em vigor consideram-se lei nova (art. 1°, §4°, LINDB). Exemplo: uma lei foi 
publicada, cumpriu o prazo de vacatio legis e entrou em vigor. Alguns dias 
depois, um erro foi notado. Neste caso, quando houver a “republicação”, esta 
será considerada como lei nova. No entanto, para haver esta “republicação de 
correção”, é necessário um novo processo legislativo, pois se trata de lei 
nova. Os direitos adquiridos na vigência da lei emendada serão resguardados. 
Admite-se que o Juiz ao aplicar determinada lei corrija um evidente erro 
ortográfico, mas ele não pode alterar erros substanciais, que possam alterar o 
sentido da norma; nesse caso é imprescindível a edição de uma nova lei. 
���� Atenção ���� No período entre a publicação da lei nova e o início de sua 
vigência, subsistirá a “lei velha”, que ainda estará em vigor, enquanto não se 
vencer o prazo de vacatio legis; a “lei nova” nada obriga, pois ainda não entrou 
em vigor. 
 Resumindo: norma corretiva 
• Correção antes da publicação →→→→ a norma pode ser corrigida sem 
problema algum. 
• Correção após a publicação, mas durante a vacatio legis →→→→ trata-se 
da mesma lei; sendo o texto republicado por incorreção, conta-se novo 
prazo de vacatio, a partir da republicação (leiam mais abaixo o item 
“questão polêmica”). 
• Correção após entrar em vigor →→→→ nesse caso a lei somente pode ser 
corrigida mediante a edição de uma nova lei, após o trâmite de um 
processo legislativo regular. 
 Observação: pelo princípio da simetria as mesmas regras valem para 
os processos legislativos federais, estaduais e municipais. 
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� Questão Polêmica � Digamos que uma lei esteja no

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