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Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 1 Bem vindos!!! Alunas e alunos do Ponto, olá! É com muito prazer que passo a acompanhá-los em sua preparação para a obtenção de uma das vagas para cargo de Auditor Fiscal da Receita, da Sefaz do Distrito Federal. Sou Marcelo Gonçalves Seco, e vamos tratar nas próximas aulas do conteúdo programático de Legislação previsto para a nossa prova, com base no edital publicado em 2010, mas com as alterações recentes da legislação pertinente. Antes, algumas palavras sobre mim: sou Paulistano, graduado em Sistemas de Informação e pós-graduado em Engenharia de Software. Minha experiência no mundo dos concursos começou em 1992, ano em que fui aprovado em concursos para a Sabesp (Analista de Sistemas), Cetesb (Analista Administrativo) e Comgás (Analista Financeiro). Na época, embora tivesse passado em primeiro lugar na Comgás, acabei optando pela Sabesp, onde trabalhei por alguns anos. Em determinado momento resolvi sair da Sabesp para a iniciativa privada (sim, isso acontece, meus caros). Em meus anos no setor privado ocupei os cargos de Diretor Administrativo e Diretor Financeiro, o que me proporcionou adquirir um vasto leque de conhecimentos. Em janeiro de 2009 retomei a vida de concurseiro e, tendo sido aprovado no primeiro concurso para APOFP da Sefaz SP, voltei ao serviço público. Em 2012 fui aprovado no concurso para AFTM de São Paulo, cargo que exerci até há pouco tempo. Atualmente sou Agente Fiscal de Rendas na Sefaz SP. Nos últimos cinco anos tenho estado imerso nesse mundo e angariei conhecimento sobre as matérias que precisamos estudar e também sobre a forma correta de nos prepararmos para as provas. É esse conhecimento, associado à minha experiência como professor e instrutor em diversos cursos e palestras, que pretendo dividir com vocês. Na Sefaz SP, o meu trabalho é analisar pedidos administrativos relacionados ao ICMS, não originados em auto de infração, e propor decisão de primeira instância para esses casos. Legislação, então, é o meu dia a dia. Aula 00 – Introdução aos Tributos Distritais Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 2 Muito bem! Vamos preparar nosso curso com foco no último edital da Funiversa. Foram autorizadas 100 vagas e, embora tenhamos um bom período para que nos preparemos, não temos tempo a perder! Muito cedo para começar? Claro que não!!! Estamos no momento ideal. De qualquer forma teremos que laborar arduamente, porque nosso objetivo não será obter o mínimo, mas garantir a maioria dos pontos em legislação na prova objetiva, e para isso é que trabalharei com vocês. Temos que trabalhar durante as aulas com uma meta de 90% de acertos para que, na prova, obtenhamos entre 75% e 80%. Não se sabe qual será a banca. Vamos resolver questões das bancas tradicionais. Vou pesquisar questões da Funiversa e, se existirem, vamos resolver algumas também. Optarei por deixar de lado provas anteriores a 2009, para ficarmos atualizados com as tendências do examinador. Se necessário utilizarei algumas questões mais velhas, sempre com o cuidado de não inserir material obsoleto. Cada uma de nossas aulas terá uma parte inicial teórica, na qual abordaremos os aspectos essenciais relacionados ao tema. Após isso, apresentarei um bloco de questões resolvidas sobre o assunto. No final de cada aula existirá a lista das questões utilizadas. O texto teórico e a resolução das questões terão sempre um tamanho equilibrado, o que lhes permitirá assimilar o conteúdo com tranquilidade. Na última aula eu disponibilizarei um resumo com dicas e observações que julgo importantes sobre os temas mais explorados pela banca, material que deve ser carregado no seu bolso na reta final para a prova, para ser lido várias vezes. Meus caros, nas duas últimas semanas que precedem a prova vocês devem ter um material pronto para ser usado na revisão. Durante as aulas anotem os pontos em que sentiram maior dificuldade, isso fará parte do seu caderno de reta final. Nosso Curso Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 3 Quero que façam o seguinte: nas duas últimas semanas vocês vão estudar seus resumos duas vezes (uma vez em cada semana) isso será essencial. Para tanto, devem começar a se organizar desde já, em todas as matérias. Ao final do curso eu pretendo que vocês estejam prontos e seguros para DESTRUIR a sabatina de Legislação. Deixo com vocês, para reflexão, uma frase de André Gide, sobre a importância de não procrastinar. Ao lado dela, uma figura que é a personalização da obstinação: o Fidalgo Dom Quixote, do mestre Cervantes. Se não fizeres isto, quem o fará? Se não o fazes logo, quando será? Meus caros, a obstinação deve estar ao lado de vocês nos próximos meses, pois a hora é agora!!! Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 4 Aula Conteúdo 00 Perfil Constitucional dos Tributos Distritais (CF 1988). Leis Complementares de Interesse para os Tributos Distritais. Lei Orgânica do Distrito Federal (Título IV - Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal). 01 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Hipóteses de incidência, momento da ocorrência do fato gerador, local da operação e da prestação. 02 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Isenção, não incidência, contribuinte, responsável, base de cálculo, alíquota, crédito fiscal, apuração e pagamento do imposto. 03 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97:Substituição tributária, suspensão, transferência de saldo credor, compensação, restituição. 04 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Inscrição, documentos fiscais, livros fiscais, guias informativas, equipamento emissor de cupom fiscal, equipamento de processamento eletrônico de dados, regimes especiais e demais obrigações do contribuinte e de terceiros. 05 IPVA - Lei nº. 7.431/85 e Decreto nº. 16.099/94: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes. 06 ITCD - Lei nº. 10/88 e Decreto nº. 16.116/94: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes e de terceiros. 07 ISS – LC 116/03, Lei Complementar DF nº. 687/ 2003 e Decreto nº. 25.508/2005: Hipóteses de incidência, momento da ocorrência do fato gerador, local da operação e da prestação. 08 ISS – LC 116/03, Lei Complementar DF nº. 687/ 2003 e Decreto nº. 25.508/2005: Isenção, não incidência, contribuinte, responsável, base de cálculo, alíquota, crédito fiscal, apuração e pagamento do imposto. 09 IPTU - Decreto nº. 28.445/2007: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes. 10 ITBI - Lei nº. 3.830/2006 e Decreto nº. 27.576/2006: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; inscrição; basede cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes 11 Simples Nacional LC 123/2006: I – Disposições Preliminares; II - Da Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte; III - Da Inscrição e da Baixa; IV – Dos Tributos e Contribuições; XI – Das Regras Civis e Empresariais; XIV - Disposições Finais e Transitórias). 12 Taxa de Limpeza Pública - TLP Lei nº. 6.945/81. Contribuição de Iluminação Pública 13 Processo Administrativo Fiscal - Decreto Nº 33.269/2011. Nossas Aulas Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 5 14 Código de ética dos servidores da carreira auditoria tributária - Lei Distrital nº 845/1994 15 Código Tributário do Distrito Federal (LC DF nº. 4/94). Parcelamento de créditos de natureza tributária e não tributária (LC DF nº. 432/2001). Atualização monetária dos créditos de natureza tributária e não tributária (LC DF nº. 833/2011). Decreto-Lei nº. 82/66, no que couber, em conformidade com a LC DF nº 4/94 (disposições vigentes aplicáveis ao IPTU e ao ISS). 16 LC 53/97 (Equipamento Emissor de Cupom Fiscal – ECF). Ajuste SINIEF 07/2005 (Nota Fiscal Eletrônica – NF-e). Decreto nº. 26.529/ 2006 e Portaria SEF nº. 210/2006 (Livro Fiscal Eletrônico). Lei nº. 4.159/2008, Decreto nº. 29.396/2008 e Portarias SEF nºs 323/2008 e 113/2009 (Nota Legal). Lei nº. 9.784/99, aplicável no Distrito Federal por força da Lei Distrital nº 2.834/2001. 17 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 6 Apresentação 1 1 – Tributos e Legislação Tributária 7 2 - Perfil Constitucional dos Tributos Distritais 16 3 - Leis Complementares de Interesse para Tributos Distritais 27 4 - Sistema Tributário do Distrito Federal 46 Exercícios Resolvidos 51 Lista das Questões Apresentadas 83 Gabarito 98 Índice Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 7 1 – Tributos e Legislação Tributária Turma, vamos entender alguns conceitos do direito tributário, depois entraremos no estudo do perfil constitucional cada tributo. Isso será necessário para que eu tenha certeza de que estaremos todos falando a mesma língua. No nosso curso, sempre que possível manterei fragmentos do próprio texto legal que estivermos estudando, isso ajudará na resolução de questões que cobrem a literalidade. Contudo, para simplificar o texto e tornar a leitura mais leve, durante a aula vou utilizar alguns termos reduzidos, que sempre serão definidos na primeira vez em que forem utilizados. De maneira geral, quando se fala em tributos e do arcabouço legal que trata do tema, temos que pensar da seguinte forma: � Perfil constitucional � CTN � Lei complementar � Lei ordinária instituidora � Decreto regulamentador � Normas complementares Perfil constitucional A previsão de determinado tributo na Constituição Federal (CF) é o que permite que ele exista e seja reconhecido pelo ordenamento jurídico pátrio. Em poucas palavras, os entes federativos só podem criar os tributos autorizados na CF. CTN – Código Tributário Nacional O CTN é uma Lei Ordinária que foi recepcionada pela CF com status de Lei Complementar. Sua função é dispor sobre o Sistema Tributário Nacional e instituir normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 8 Lei Complementar no Direito Tributário As funções da lei complementar (LC) no direito tributário são definidas no art. 146 da CF, e são as seguintes: � dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; � regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; � estabelecer normas gerais de legislação tributária, em especial: � definição de tributos e de suas espécies, fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; � obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; � adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. � definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte Além do CTN, que é a Lei 5172/66, os casos mais notórios de lei complementar com fito tributário, e que você deverá conhecer melhor do que a tabuada, são: � LC 87/96, a famosa Lei Kandir, sobre o ICMS; � LC 116/03, sobre o ISS; � LC 123/06, sobre o Simples Nacional; � LC 24/75, sobre o Confaz (ICMS). Quando não existe lei complementar regulando determinado tributo, o ente federativo competente para institui-lo pode estabelecer livremente as normas, sem desobedecer aos ditames da CF, é claro. Na eventualidade de edição de LC sobre o tema, ficam sem efeito as disposições da lei ordinária existente que forem contrárias à LC. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 9 Regra geral: tributos não são instituídos por LC Exceções: Empréstimo Compulsório, Imposto sobre Grandes Fortunas, Impostos Residuais e Contribuições Sociais Residuais. Lei Ordinária Instituidora Trata-se de lei ordinária, editada pelo ente federativo detentor da competência tributária prevista pela CF, que institui o tributo e define os elementos que se fazem necessários para a sua efetiva arrecadação. Regra geral É a lei ordinária que institui o tributo! Decreto Regulamentador Esse é um instrumento que detalha a operacionalização da cobrança e fiscalização do tributo. É o guia a ser seguido pelos contribuintes e pela administração tributária. Não é obrigatório, e não são todos os tributos que possuem decreto regulamentador. Muitos entes federativos instituem e cobram tributos valendo- se apenas da lei ordinária. Normas complementares Esses são os elementos que regem o dia a dia das repartições tributárias. São normas expedidas pela administração, detalhando e uniformizando procedimentos. São eles: � atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; � decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 10 � práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; � convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Um tributo pode não ter LC e nem decreto regulamentador. Mas, com certeza, embora não seja obrigatório, até a taxa mais boba instituída pela Prefeitura mais longínqua, tem associada a si uma resolução ou instrução normativa. 1.1 – Definição de Tributo no CTN Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela sepossa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Essa definição já foi muito batida e até abandonada por algumas bancas, mas fiquemos atentos. Tributo é: � Prestação pecuniária - deve ser pago em moeda (ou outros valores) � Compulsória – poder imperativo do Estado � Não é sanção de ilicitude – multa não é tributo, tributo não é punição � Instituído em Lei – não se pode cobrar tributo sem lei que o institua � Vinculado – a administração tributária não possui margem discricionária nas suas atividades Multa não é tributo. Tributo não é punição. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: � a denominação e demais características formais adotadas pela lei; � a destinação legal do produto da sua arrecadação. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 11 A multa, por seu caráter punitivo (trata-se de sanção baseada em ato ilícito) não é considerada tributo, e nenhum tributo tem caráter punitivo. Cuidado, pois as bancas já exploraram isso centenas de vezes. Tributo é gênero, que engloba as seguintes espécies: � Imposto � Taxa � Contribuição 1.2 – Classificação dos Tributos no CTN - Tripartite Para o CTN, os tributos são: � Impostos � Taxas � Contribuição de Melhoria A CF, na atribuição de competências, lista o seguinte: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: � impostos; � taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; � contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 12 1.3 – Classificação dos Tributos no STF - Pentapartite Para o STF, os tributos são: � Impostos � Taxas � Contribuição de Melhoria � Empréstimos Compulsórios � Contribuições Especiais 1.4 – Obrigação Tributária Segundo o CTN. A obrigação tributária pode ser principal ou acessória. Obrigação tributária principal Surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Obrigação tributária acessória Decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Ou seja, se o contribuinte recebeu uma multa em virtude de descumprimento da legislação (por não cumprir uma obrigação acessória), está constituída uma nova obrigação, desta vez, obrigação principal de pagar. 1.5 – Fato Gerador A definição legal do fato gerador é interpretada sem considerar: � a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros; � a natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; � os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 13 Fato gerador da obrigação principal É a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Trata-se de uma situação fática, concreta, que ocorre no mundo real e se encaixa na hipótese de incidência abstrata definida em lei Na prática temos dois momentos relevantes: Primeiro Hipótese de Incidência (abstrata) + Fato Gerador (concreto) = Obrigação Tributária Principal. Segundo Obrigação Tributária Principal + Lançamento = Crédito tributário Constituído. Fato gerador da obrigação acessória É qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Considera-se ocorrido o fato gerador: Tratando-se de situação de fato Desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. Tratando-se de situação jurídica Desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: � sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; � sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 14 1.6 – Sujeitos da Obrigação Tributária Sujeito Ativo Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. Sujeito Passivo da obrigação principal É a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O sujeito passivo da obrigação principal pode ser: � contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; � responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Sujeito Passivo da obrigação acessória É a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. 1.7 – Crédito Tributário e Lançamento Crédito Tributário O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Sua constituição ocorre por meio do lançamento. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 15 As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos,ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Lançamento Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 1.8 - Competência para instituição de tributos A CF determina os tributos que cada ente pode instituir. Antes disso, vamos ver o caso peculiar dos impostos nos territórios e do DF. Nos Territórios Os impostos estaduais são de competência da união. Caso o território não seja dividido em municípios, também serão de competência da união os impostos municipais. No Distrito Federal Os impostos municipais são de competência do Distrito Federal. 1.8.2 – Tributos dos Estados e do DF Os Estados e o DF podem criar os seguintes tributos: � Contribuição de Melhoria � Taxas � Contribuição, cobrada de seus servidores, para o regime previdenciário Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 16 � Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos - ITCMD; � Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior - ICMS; � Imposto sobre propriedade de veículos automotores - IPVA Só para o DF (e municípios) � Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública – Cosip 2 - Perfil Constitucional dos Tributos Estaduais – CF 88 É essencial que tenhamos na ponta da língua os preceitos constitucionais de cada tributo que estudaremos. 2.1 – Contribuição de Melhoria Pode ser cobrada por qualquer ente da federação, desde que relativa a obras de sua realização. A CF nada diz a seu respeito, a não ser que deve ser cobrada em função de obras públicas. O CTN é que dá as linhas gerais: Contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. A lei relativa à contribuição de melhoria observará o seguinte: � publicação prévia dos seguintes elementos: � memorial descritivo do projeto; � orçamento do custo da obra; � determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; � delimitação da zona beneficiada; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 17 � determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; � fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados � regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. 2.2 – Taxa Pode ser cobrada por qualquer ente da federação, desde que relativa a eventos situados no âmbito de sua competência. A CF traz apenas a motivação para a cobrança: � em razão do exercício do poder de polícia ou � pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços Taxas no CTN As taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 18 Os serviços públicos consideram-se: � utilizados pelo contribuinte: � efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; � potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; � específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; � divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 2.3 – Contribuição dos servidores para o regime previdenciário Pode ser instituída por qualquer ente federativo, para suportar os custos do regime previdenciário de seus servidores públicos. A única exigência da CF é que a alíquota cobrada dos servidores dos estados e dos municípios não seja inferior à alíquota cobrada pela união. 2.4 - Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos – ITCMD (ITCD no DF); Vamos ver o que diz a CF: � relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal � relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; � terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: � se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; � se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; � terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; Fato gerador Transmissão por causa mortis ou por doação de quaisquer bens ou direitos. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 19 No caso de causa mortis, o fato gerador ocorre no momento da abertura da sucessão, ou seja, no momento do falecimento do de cujus. Base de cálculo Valor de mercado dos bens ou direitos transmitidos. Contribuinte Qualquer das partes envolvidas no fato. No causa mortis, a maioria das UFs determinam os sucessores (herdeiros e legatários), como contribuintes. Na doação, podemos ter o doador ou o donatário, dependendo da situação, como contribuintes. Anterioridade: sim Noventena: sim Legalidade: sim 2.5 - Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior - ICMS Vamos ver o que diz a CF: � será não-cumulativo, compensando-seo que for devido em cada operação com o cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado; � a isenção ou não-incidência, salvo disposição contrária (SDC): � não implicará crédito para compensação nas operações seguintes; � anulará crédito das operações anteriores; � poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; � resolução do Senado deverá (deve): � estabelecer as alíquotas interestaduais e de exportação; � iniciativa do Pres Rep ou de 1/3 Senadores � aprovada pela maioria absoluta Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 20 � facultado ao Senado (pode): � estabelecer alíquotas mínimas internas � resolução de iniciativa de 1/3 � aprovada pela maioria absoluta; � fixar alíquotas máximas internas para resolver conflito específico � resolução de iniciativa da maioria absoluta � aprovada por 2/3; � SDC do Confaz, alíquotas internas não poderão ser inferiores às interestaduais; � operações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: � alíquota interestadual, se destinatário for contribuinte do imposto; � alíquota interna, se destinatário não for contribuinte; � quando interestadual para contribuinte, caberá ao Estado do destinatário a diferença entre a alíquota interna e a interestadual; (diferencial de alíquota) � incidirá também: � entrada de mercadoria ou serviço importado por PF ou PJ, ainda que não seja contribuinte habitual, qualquer finalidade, cabendo o imposto ao Estado do destinatário; � sobre o valor total, quando mercadorias fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; � não incidirá: � saídas de mercadorias para o exterior e serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção do crédito; � sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; � sobre o ouro, quando ativo financeiro (IOF); � serviço de comunicação via radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; � não compreenderá, na BC, o montante do IPI, quando: � operação realizada entre contribuintes � produto destinado à industrialização ou à comercialização � FG dos dois impostos; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 21 � cabe à lei complementar: � definir contribuintes; � dispor sobre ST; � disciplinar o regime de compensação; � fixar o local das operações e prestações de serviços; � excluir da incidência do imposto as exportações (letra morta); � prever casos de manutenção de crédito, na remessa para outro Estado e exportação; � regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Confaz) � definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, (incidência monofásica) � fixar a BC de modo que o montante do imposto a integre, também na importação. Sobre operações com energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País, somente incidirão ICMS, II e IE. Na incidência monofásica do ICMS sobre combustíveis, cujas regras deverão ser decididas pelo Confaz, observar: � nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados, imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; � nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não derivados, imposto será repartido entre origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias; � nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não derivados, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; � as alíquotas serão definidas pelo Confaz observando-se o seguinte: Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 22 � serão uniformes em todo o país, podendo ser diferenciadas por produto; � poderão ser específicas, por unidade, ou ad valorem, incidindo sobre o valor ou preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência; � poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando a anterioridade. Turma, o ICMS é um dos tributos mais complexos, e vamos entrar no estudo de seus detalhes nas aulas futuras. Fato gerador Diversos Base de cálculo Diversas Contribuinte Diversos Anterioridade: sim, com exceções na volta ao patamar de alíquota anteriormente diminuída, no caso da incidência monofásica de combustíveis. Noventena: sim Legalidade: sim, com exceções na incidência monofásica de combustíveis (Confaz) 2.6 - Imposto sobre propriedade de veículos automotores – IPVA Vamos ver o que diz a CF: � terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; � poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização Fato gerador Propriedade de veículo automotor. Como não foi editada a LC a respeito, cada UF define o que é veículo automotor. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 23 Base de cálculo Valor venal do veículo. Contribuinte Proprietário do veículo. Anterioridade: sim Noventena: sim, exceto definição da base de cálculo. Legalidade: sim. 2.7 - Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública – Cosip O que diz a CF: No caso da Cosip, a competência é municipal. Portanto, não cabe aos estados, apenas ao DF. A Cosip não possui LC que defina suas normas gerais. As leis instituidoras têm adotado o consumo de energia como fato gerador e os consumidores de energia como contribuintes. Os casos polêmicos têm sido decididos no STF. 2.8 - Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU O que diz a CF: � pode ser progressivo em razão do valor do imóvel � pode ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel CTN Fato gerador Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 24 A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de pelo menos dois dos melhoramentos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: � meio fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; � abastecimento de água; � sistema de esgotos sanitários; � rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; � escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. A lei municipalpode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. Base de cálculo A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Contribuinte É o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Anterioridade: sim Noventena: sim, exceto alterações no valor da base de cálculo. Legalidade: sim Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 25 2.9 - Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição - ITBI O que diz a CF � não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; � compete ao Município da situação do bem. CTN Fato gerador � Ato oneroso, inter vivos: � Transmissão da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física; � Transmissão de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; � Cessão de direitos relativos às transmissões. Base de cálculo É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Contribuinte Qualquer uma das partes que a lei determinar. Via de regra, é o adquirente. Anterioridade: sim Noventena: sim Legalidade: sim Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 26 2.10 - Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS O que diz a CF: No caso do ISS, lei complementar deverá: � fixar as suas alíquotas máximas e mínimas � excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior � regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados LC 116/03 Fato gerador Prestação de serviços constantes da lista de serviços, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. Ressalvadas as exceções expressas, os serviços não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. Incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. O imposto não incide sobre: � as exportações de serviços para o exterior do País; � a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 27 � o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. Não se enquadram como exportação os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior. Base de cálculo É o preço do serviço. Contribuinte É o prestador do serviço. Anterioridade: sim Noventena: sim Legalidade: sim 3 - Leis Complementares de Interesse para os Tributos Distritais Meus caros, necessariamente vocês deverão estudar as leis complementares que envolvem o tratamento do ICMS. E com muita atenção, pois elas são a base de toda a estrutura do tributo. Vou deixar um resumo das leis, que utilizava durante meus estudos e que nos será muito útil durante o curso. Estudem com bastante atenção, anotem as dúvidas, esclareçam os pontos necessários. Nas próximas aulas trataremos de elucidar todos os itens apresentados na LC, por meio do estudo detalhado do regulamento e das situações práticas. Vocês perceberão que a cada passagem pelo assunto o funcionamento do tributo vai ficando mais claro e o conhecimento vai sendo sedimentado. Para isso precisaremos conhecer as bases legais e fazer muitos exercícios. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 28 3.1 - LC 87/96 – ICMS - Lei Kandir Compete aos Estados (Estados = Estados e DF) instituir o imposto sobre operações (operações = operações e prestações) relativas à circulação de mercadorias (mercadorias = mercadorias e bens) e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. O ICMS incide sobre: � circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em restaurantes; � serviços transporte interestadual e intermunicipal, qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; � serviços de comunicação onerosos, qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; � fornecimento de mercadorias com serviços não compreendidos na competência dos Municípios; � fornecimento de mercadorias com serviços sujeitos ao ISS, quando a LC 116 expressamente o sujeitar à incidência do ICMS. � entrada de importados, por PF ou PJ, ainda que não seja contribuinte habitual, qualquer finalidade; � serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; � entrada, no Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados (chamaremos de petróleo), e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. O Fato Gerador do ICMS independe da natureza jurídica da operação que o constitua. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 29 Como em qualquer tributo, o FG (fato gerador) independe da natureza jurídica da operação que o constitua. O ICMS Não incide sobre: � operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;� operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias ou serviços. Equipara-se a exportação a saída de mercadoria com o fim específico de exportação, destinada a: � comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa; � armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. � operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, se destinados à industrialização ou à comercialização; � operações com ouro, quando ativo financeiro ou instrumento cambial; � operações com mercadorias utilizadas na prestação, próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido na LC 116, ressalvadas as hipóteses previstas de incidência; � operações de transferência de propriedade de estabelecimento; � alienação fiduciária, inclusive a operação efetuada pelo credor em virtude do inadimplemento do devedor; � arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário; � operações de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. Contribuinte do ICMS Qualquer Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ) que realize, com habitualidade ou em volume comercial, operações ou prestações, ainda que se iniciem no exterior. Qualquer PF ou PJ, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial: � importe mercadorias, qualquer que seja a sua finalidade; � seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 30 � adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; � adquira petróleo e energia elétrica de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. Responsável Tributário Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento, se os atos ou omissões dos terceiros concorrerem para o não recolhimento. Lei estadual poderá atribuir a contribuinte ou a depositário a responsabilidade pelo pagamento, tornando-o substituto tributário. Responsabilidade poderá ser atribuída sobre: � uma ou mais operações � antecedentes (ST para trás, FG já ocorrido) � concomitantes (ST de FG que está ocorrendo no momento) � subsequentes (ST para frente, FG presumido) � diferencial de alíquota Diferencial de alíquota é o valor referente à diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações com destinatário em outro estado que seja contribuinte e consumidor final, ou seja que vá dar à mercadoria o seguinte destino: uso, consumo ou ativo fixo. Responsabilidade será para mercadorias, bens ou serviços previstos em lei de cada Estado. Para efeito de Substituição Tributária (ST) inclui-se como FG a entrada de mercadoria no adquirente ou em outro local por ele indicado. A Base de cálculo (BC) para fins de ST será: � para as operações antecedentes ou concomitantes, o valor praticado pelo substituído; � para operações subsequentes, soma do seguinte: � valor da operação própria do substituto tributário ou do substituído intermediário; � seguro, frete e outros encargos cobrados dos adquirentes; � MVA (Margen de Valor Agregado), inclusive lucro, relativa às operações subsequentes. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 31 Em substituição a esses valores, a BC subsequente poderá ser o preço de mercado da mercadoria ou similar, em condições de livre concorrência, obtida por levantamento. Na ST subsequente, o imposto por ST será diferença entre alíquota interna sobre BC e valor devido pela operação própria do substituto. Se mercadoria com preço fixado por órgão público, a BC para ST é esse preço. Se preço sugerido pelo fabricante ou importador, poderá a lei estabelecer como BC este preço. MVA será calculada com base em preços praticados no mercado, obtidos por levantamento, amostragem, informações e elementos de entidades representativas, adotando-se a média ponderada, com critérios previstos em lei. A adoção de ST em operações interestaduais dependerá de acordo entre Estados interessados. Na ST de operações antecedentes o imposto será pago pelo responsável: � na entrada; � na saída subsequente, ainda que isenta ou não tributada; � quando ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do FG. A responsabilidade poderá ser atribuída: � ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo em relação às operações subseqüentes; � às geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto, pelo pagamento, desde a produção ou importação até a última operação, sendo o cálculo sobre o preço da operação final, com recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa última operação. Nas operações interestaduais com petróleo e energia para destinatário consumidor final, o imposto será devido ao Estado do adquirente e será pago pelo remetente. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 32 Restituição de ST sobre FG presumido É assegurada ao substituído a restituição do valor pago por ST se o FG presumido não se realizar. Feito pedido e não havendo deliberação em 90 dias o substituído poderá se creditar do valor atualizado. Se sobrevier decisão contrária, o substituído, em 15 dias da notificação, estornará crédito e pagará acréscimos. Local da Operação O local da operação para cobrança do imposto e definição do responsável é: � se mercadoria ou bem: � estabelecimento onde se encontre, no momento do FG; � onde se encontre, quando em situação irregular, falta de documentação ou inidônea; � estabelecimento que transfira a propriedade de mercadoria que não tenha transitado por ele. Não se aplica se recebida em depósito de contribuinte de outro estado (local da saída será o AG ou DF). � importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física; � importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido; � da licitação de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados; � estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, quando não destinados à industrialização ou à comercialização; � estado onde ouro for extraído, quando não considerado ativo financeiro ou instrumento cambial; Ouro quando ativo financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada. � o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos; � se serviço de transporte: � onde tenha início a prestação; � onde se encontre o transportador, quando em situação irregular (sem doc fiscal ou inidônea); Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 33 � destinatário do serviço, na utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente (diferencial de alíquota, contribuinte, consumo, uso ou ativo fixo) � se prestação onerosa de serviçode comunicação: � da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem; � da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou assemelhados; � do destinatário do serviço, se houver diferencial de alíquota; � do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite; � onde seja cobrado o serviço, nos demais casos; � se serviços não medidos e preço cobrado por períodos definidos, o imposto será dividido para estados do prestador e o tomador. � se serviços prestados ou iniciados no exterior, local do destinatário. Estabelecimento É o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte: � na impossibilidade de determinação, considera-se o local em que tenha sido efetuada a operação ou, encontrada a mercadoria ou constatada a prestação; � é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular; � considera-se também estabelecimento o veículo do comércio ambulante e da captura de pescado; Respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular. Se mercadoria for remetida para AG ou DF no mesmo Estado, a posterior saída será considerada do depositante, salvo se para retornar ao remetente. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 34 Ocorrência do Fato Gerador Considera-se ocorrido o FG no momento: � da saída de mercadoria de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; � do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; � da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em AG ou DF, no Estado do transmitente; � da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título, quando não tiver transitado pelo transmitente; � do início dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza; � do ato final do transporte iniciado no exterior; � das prestações onerosas de serviços de comunicação, por qq meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qq natureza. Se serviço pago em ficha, cartão ou assemelhados considera- se FG no fornecimento ao usuário. � do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: � não compreendidos na competência dos Municípios; � compreendidos na competência dos Municípios e com indicação expressa de incidência na LC 116; � do desembaraço de mercadorias ou bens importados; A entrega de importados deve ser autorizada pelo órgão de desembaraço, que somente a fará mediante exibição do comprovante de pagamento, SDC (salvo disposição em contrário). Se entrega de importados ocorrer antes do desembaraço, considera-se FG neste momento, devendo a autoridade, SDC, exigir a comprovação do pagamento. � do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; � da aquisição em licitação de mercadorias ou bens importados e apreendidos ou abandonados; � da entrada no Estado de petróleo e energia elétrica de outro Estado, se não destinados à comercialização ou à industrialização; � da utilização, por contribuinte, de serviço iniciado outro Estado, não vinculado a operação subsequente. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 35 Base de cálculo A BC do imposto é: � na saída ou transmissão de mercadoria, o valor da operação; � no fornecimento de alimentação e bebidas, o valor da operação, mercadoria e serviço; � nos serviços transporte e de comunicação, o preço do serviço; � no fornecimento de mercadorias com prestação de serviço: � o valor da operação, se não compreendidos na competência municipal; � o preço da mercadoria fornecida ou empregada, se compreendidos com ressalva; � no desembaraço aduaneiro de importados, a soma de: � o valor da mercadoria no documento de importação; � imposto de importação; � imposto sobre produtos industrializados; � imposto sobre operações de câmbio; � quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; � no recebimento de serviços importados, o valor do serviço, acrescido de todos os encargos; � na aquisição em licitação, valor da operação acrescido de II (imposto de importação) e IPI e todas despesas cobradas do adquirente; � na entrada de petróleo e energia, o valor da operação; � no serviço iniciado em outro estado sem operação subsequente, o valor da prestação no Estado de origem. Nesse caso o imposto a pagar será diferença entre a alíquota interna e a interestadual sobre o valor da prestação. Integram a BC, inclusive na importação: � o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para controle; � o valor correspondente a: � seguros, juros e demais importâncias pagas, bem como descontos condicionais; � frete, se transporte efetuado pelo remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 36 Não integra a BC o IPI, quando: � operação realizada entre contribuintes � produto destinado à industrialização ou à comercialização � configurar FG de ambos os impostos. Na saída para estabelecimento em outro Estado, do mesmo titular, a BC é: � o valor da entrada mais recente; � o custo de produção (soma de matéria-prima, material secundário, mão de obra e acondicionamento); � se mercadorias não industrializadas, o preço corrente no mercado atacadista do remetente. Nas operações interestaduais entre contribuintes diferentes caso haja reajuste depois da remessa a diferença fica sujeita ao imposto no remetente. O preço de importação em moeda estrangeira será convertido pela taxa de câmbio utilizada no II, sem acréscimo ou devolução posterior se houver variação da taxa até o pagamento. O valor fixado pela aduaneira para BC do II substituirá o preço declarado. Na falta do valor da mercadoria na operação, a BC do imposto é: � I - o preço da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia; � II - o preço FOB industrial à vista, caso o remetente seja industrial; � III - o preço FOB comercial à vista, de venda a comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante. Para II e III adotar-se-á sucessivamente: � o preço cobrado remetente na operação mais recente; � caso tenha efetuado venda de mercadoria, o preço no mercado atacadista do local ou, na falta deste, no mercado atacadista regional. Para III, se remetente não efetua vendas a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se não houver similar, a BC será 75% do preço de venda no varejo. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 37 Nas prestações sem preço a BC é o valor corrente do serviço no local da prestação. Se frete cobradopor estabelecimento pertencente ao titular da mercadoria ou por outro interdependente, exceder os níveis normais no mercado, o valor excedente será parte do preço da mercadoria. Consideram-se interdependentes duas empresas quando (para este fim): � uma delas, por si, seus sócios ou acionistas, e respectivos cônjuges ou filhos menores, for titular de mais de 50% do capital da outra; � uma mesma pessoa fizer parte de ambas com funções de gerência; � uma delas locar ou transferir a outra veículo destinado ao transporte de mercadorias. Se cálculo do imposto considerar valor de mercadorias, bens, serviços ou direitos, a autoridade arbitrará valor sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos do sujeito passivo ou de terceiro, ressalvada avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Não cumulatividade O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação ou prestação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Compensação de Valores Para a compensação é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de entrada de mercadoria, real ou simbólica, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. Não dão direito a crédito as entradas resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 38 Salvo prova, presumem-se alheios à atividade os veículos de transporte pessoal. Vedação à utilização do crédito É vedado o crédito relativo a entrada ou prestação de serviços tomada: � para uso ou consumo em industrialização ou produção rural, se saída não for tributada ou for isenta, exceto se exportação; � para comercialização ou prestação, quando a saída subsequente for tributada ou for isenta, exceto se exportação. Operações tributadas posteriores a essas saídas dão direito a creditar-se do cobrado nas operações anteriores às isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não tributada for relativa a: � produtos agropecuários; � quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias. Confaz poderá dispor que não se aplique essa vedação. Crédito do ICMS sobre o Ativo Imobilizado Para créditos de entrada de mercadorias destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: � a apropriação será 1/48 ao mês, devendo a primeira ser apropriada no mês da entrada; � em cada período, não será admitido o credito em relação à proporção das saídas tributadas sobre o total das saídas; � o crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total crédito por 1/48 da relação entre saídas tributadas e o total das saídas do período, equiparando-se às tributadas, nesse caso, as saídas com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; � o quociente de 1/48 aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês; � na alienação dos bens do ativo permanente antes de 4 anos de sua aquisição não será admitido o creditamento em relação à fração restante; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 39 � serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais créditos; � ao final dos 48 meses da entrada, o saldo do crédito será cancelado. Estorno do crédito Deverá ser estornado o creditado sempre que a entrada: � for objeto de saída não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na data da entrada; � Se for previsível nem credita. � for integrada ou consumida em processo de industrialização, se saída do produto for não tributada ou isenta; � vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; � vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. Não se estornam créditos de entradas que venham a ser objeto de operações de exportação ou de operações com o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. O não creditamento ou o estorno, não impedem a utilização dos mesmos créditos em operações posteriores, sujeitas ao imposto, com a mesma mercadoria. O direito de crédito está condicionado à idoneidade da documentação e à escrituração. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de 5 anos contados da emissão do documento. Regime Periódico de Apuração - RPA A legislação estadual disporá sobre o período de apuração do imposto. As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período de apuração e são liquidadas por compensação ou pagamento: � obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditos do período mais o saldo credor de período ou períodos anteriores, se for o caso; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 40 � se débitos do período superarem créditos, a diferença será liquidada dentro do prazo fixado pelo Estado; � se créditos superarem débitos, a diferença será transportada para o período seguinte. Débitos e créditos devem ser apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos credores e devedores entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo no Estado. Saldos credores acumulados de exportação podem ser, na proporção que estas saídas representem do total: � imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; � havendo remanescente, transferidos a outros contribuintes do Estado, com reconhecimento do Fisco. Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados, permitir que: � sejam imputados a qualquer estabelecimento seu no Estado; � sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo Estado. Em substituição ao RPA a lei estadual poderá estabelecer: � que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro de determinado período; � que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada operação; � que imposto seja pago por estimativa, assegurado o direito de impugná- la e instaurar processo contraditório. Na estimativa, no fim do período, será feito o ajuste com base na escrituração, e pagará a diferença apurada, se positiva ou, se negativa, será compensada nos períodos seguintes. A inclusão no regime de estimativa não dispensa o cumprimento de obrigações acessórias. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 41 A partir da publicação da LC 87/96: � o imposto não incidirá sobre operações de exportação e sobre prestações de serviços para o exterior; � darão direito de crédito, que não será objeto de estorno, as mercadorias entradas para integração ou consumo em processo de industrialização de mercadoria destinada aoexterior; Na aplicação da compensação: � somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo entradas a partir de 1/1/20; � somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica: � quando for objeto de operação de saída de energia elétrica; � quando consumida no processo de industrialização; � quando seu consumo resultar em saída para o exterior, na proporção destas sobre as saídas totais; e � a partir de 1/1/20 nas demais hipóteses; � darão direito de crédito as entradas destinadas ao ativo permanente a partir da vigência da LC. � dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação: � prestados na execução de serviços da mesma natureza; � quando sua utilização resultar em saída para o exterior, na proporção desta sobre as saídas totais; e � a partir de 1/1/20 nas demais hipóteses. 3.2 - LC 24/75 - Confaz O Confaz é o órgão competente para decidir sobre isenções e outras desonerações de ICMS. Quando falarmos em Estados, entendam Estados e DF. As publicações do Confaz saem no DOU, dos Estados saem no respectivo DOE. Prerrogativas do Confaz Para o ICMS, serão concedidas ou revogadas em convênios celebrados e ratificados pelos Estados: � isenção � redução da BC; � devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo; � concessão de créditos presumidos; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 42 � incentivo ou favor, que resulte em redução ou eliminação, direta ou indireta, do ICMS; � prorrogações e extensões das isenções vigentes nesta data (da lei). Convênios Convênios serão celebrados em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Estados, sob a presidência de representantes do Governo federal. � Reuniões se realizarão com presença da maioria dos Estados. � Concessão de benefícios dependerá de decisão unânime dos Estados presentes; � Sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de 4/5 dos presentes. � Em 10 dias da data final da reunião a resolução será publicada. � Convênios podem ter cláusulas limitadas a um ou a alguns Estados. Ratificação ou Rejeição Em 15 dias da publicação cada Estado publicará decreto ratificando ou não os convênios. Na falta dessa manifestação considera-se ratificação tácita. Aplica-se também aos Estados cujos representantes não tenham comparecido à reunião. Considera-se rejeitado o convênio que não for expressa ou tacitamente ratificado por todos os Estados ou, nos casos de revogação, no mínimo por 4/5 dos Estados. Até 10 dias após prazo de ratificação, será publicada a ratificação ou a rejeição. Convênios entrarão em vigor no 30º dia após a publicação, SDC. Convênios ratificados obrigam todos Estados inclusive os que não compareceram na reunião. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 43 Benefícios concedidos fora do Confaz A inobservância desta Lei acarretará, cumulativamente: � a nulidade do ato e a ineficácia do crédito atribuído ao recebedor da mercadoria; � a exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei ou ato que conceda remissão desse imposto. Pode-se presumir a irregularidade das contas do exercício, a juízo do TCU; Pode-se suspender o pagamento das quotas referentes ao Fundo de Participação, ao Fundo Especial e aos impostos. Vedado aos Municípios concederem qualquer benefício no que se refere à sua parcela no ICMS. Concessões unilaterais Convênios definirão condições gerais em que se poderão conceder, unilateralmente: � Anistia � Remissão � Transação � Moratória � Parcelamento � Ampliação do prazo de recolhimento. Outras disposições O Regimento das reuniões será aprovado em convênio. São mantidos os benefícios convênios vigentes, até que revogados ou alterados por outro. Continuam em vigor os benefícios fiscais .... até o vencimento do prazo ou cumprimento das condições correspondentes. Quaisquer outros benefícios concedidos pelos Estados consideram-se revogados se não forem convalidados pelo primeiro convênio que se realizar, ressalvados os concedidos por prazo certo ou em função de determinadas condições que já tenham sido incorporadas ao contribuinte. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 44 O prazo para a celebração deste 1º convênio será de 90 dias da publicação desta Lei. A convalidação fará pela aprovação de 2/3 dos presentes. Sairão com suspensão do Imposto: � mercadorias remetidas pelo produtor para Cooperativa de que faça parte, no mesmo Estado; � mercadorias remetidas pela Cooperativa para estabelecimento, no mesmo Estado, da própria Cooperativa, de Cooperativa Central ou de Federação de Cooperativas de que a remetente faça parte. Nesse caso o imposto devido será recolhido pelo destinatário quando da saída subsequente. Confaz não se aplica às indústrias instaladas ou a instalar-se na Zona Franca de Manaus, sendo vedado aos demais Estados determinar a exclusão de incentivo concedido pelo Estado do Amazonas. 3.3 - LC 116/03 - ISS Caros, nesse tópico vamos ver apenas os pontos da LC 116 que são de interesse para o ICMS, para fecharmos esse entendimento. Em aula futura estudaremos em detalhes o ISS. Fato gerador do ISS Prestação de serviços constantes da lista de serviços, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Ressalvadas as exceções expressas, os serviços não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. Ou seja, por hora, interessa-nos apenas saber que ICMS incide nas Ressalvas constantes da LC do ISS, que são Cinco: � Construção civil, hidráulica ou elétrica e outras obras (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação, que fica sujeito ao ICMS). Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 45 � Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação, que fica sujeito ao ICMS). � Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, .... de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, .... ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). � Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). � Festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS). Outros casos relacionados a serviços: Incidência de ISS em Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido pelo usuário final, exceto aviamento, que pode ser fornecido pelo alfaiate. Atenção, se o alfaiate fornecer o material, incide ICMS. Alimentação fornecida junto com a diária em hotéis e hospitais: ISS Alimentação paga à parte em hotéis e hospitais: ICMS Resumindo
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