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Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 04: Contratos Administrativos SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 04 2 2) CONTRATO ADMINISTRATIVO. 2 2.1. CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 3 2.1.1. FORMA ESPECÍFICA 4 2.1.2. CONTRATO DE ADESÃO 8 2.1.3. NATUREZA INTUITU PERSONAE 9 2.1.4. CARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO COMO TÍTULO EXECUTIVO 10 2.1.5. EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO DO CONTRATO 10 2.1.6. PRESENÇA DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES 12 2.1.6.1. ALTERAÇÃO UNILATERAL 13 2.1.6.2. RESCISÃO UNILATERAL 14 2.1.6.3. RESTRIÇÃO À EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO 23 2.1.6.4. FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO 24 2.1.6.5. APLICAÇÃO DE PENALIDADES 25 2.1.6.6. OCUPAÇÃO PROVISÓRIA DE BENS E SERVIÇOS ESSENCIAIS 27 2.1.6.7. GARANTIA 28 2.2. DA EXECUÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO 37 2.2.1. INEXECUÇÃO SEM CULPA (TEORIA DA IMPREVISÃO) 38 2.3. DAS ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 40 2.3.1. CONTRATOS DE OBRAS 40 2.3.2. CONTRATOS DE SERVIÇOS 41 2.3.3. SERVIÇOS CONTÍNUOS (DURAÇÃO E PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS) 42 2.3.4. CONTRATOS DE FORNECIMENTO 46 2.3.5. CONTRATOS DE CONCESSÃO 46 2.3.6. CONTRATOS DE GESTÃO 48 2.4. EXTINÇÃO DO CONTRATO 50 2.4.1. CONCLUSÃO DO OBJETO CONTRATADO 50 2.4.2. ANULAÇÃO 51 2.4.3. RESCISÃO 52 3) SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E PENAIS 60 3.1 DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS 62 3.2 DOS CRIMES E DAS PENAS 64 4) RESUMO 67 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 5) QUESTÕES 71 6) REFERÊNCIAS 86 1) Introdução à aula 04 Que bom que você está conosco para essa aula de Direito Administrativo do curso preparatório para SEFAZ/PE. Nesta aula 04, abordaremos a matéria GR� LWHP� ³9. Contratos Administrativos: Conceito; Cláusulas obrigatórias; Formalização; Alteração; Execução e Inexecução, revisão e rescisão, Sanções´ do edital. Com certeza haverá uma ou duas questões desta aula na sua prova, por isso, ABRA O OLHO!!! Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Chega de papo, vamos à luta! 2) Contrato Administrativo. A existência do contrato administrativo já chegou a ser negada por parte da doutrina administrativista brasileira, conforme verificado por Di Pietro (2009, p. 251-252). Hoje, há consenso no sentido de que os contratos administrativos existem como uma categoria própria, diversa dos contratos de direito privado, uma vez que possuem características exclusivas e que diferem, e muito, dos ajustes celebrados no campo do 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita direito privado, em que há uma liberdade quase que total e irrestrita na manifestação de vontade. Vamos então ao conceito de ³FRQWUDWR� DGPLQLVWUDWLYR´� Na definição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 494), FRQWUDWR�DGPLQLVWUDWLYR�p�R�³DMXVWH�ILUPDGR pela administração pública, agindo nesta qualidade, com particulares, ou com outras entidades administrativas, nos termos estipulados pela própria administração pública contratante, em conformidade com o interesse público, sob regência predominante do dirHLWR�S~EOLFR´� O conceito de contrato administrativo, contudo, não pode ser confundido com o de contrato da administração�� TXH�p� ³R�DMXVWH� firmado entre a administração pública e particulares, no qual a administração não figura na qualidade de poder público´� (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 495). Desse modo, o contrato administrativo é regido pelo direito público e o contrato da administração, predominantemente, pelo direito privado. 2� YRFiEXOR� ³SUHGRPLQDQWHPHQWH´� GHFRUUH� GD� LPSRVLomR� OHJDO� inserta no art. 62, § 3.º, I, da Lei n.º 8.666/1993. Segundo esse dispositivo, são aplicáveis aos contratos da administração, no que couber, as cláusulas necessárias (art. 55), as exorbitantes (art. 58), a que dispõe acerca da retroatividade dos efeitos da nulidade do contrato (art. 59) e as relativas à formalização dos contratos (60 e 61). 2.1. Características dos contratos administrativos Outro importante tema é saber as características dos contratos administrativos. A Administração rege-se por princípios próprios, dentre os quais o da supremacia do interesse público, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. O administrador da coisa pública não pode se dirigir a uma concessionária e celebrar um contrato de compra e venda de automóvel para a Administração. O particular assim o faz, sem qualquer condição 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita extraordinária, porque o dinheiro gasto na compra do veículo é dele e de mais ninguém. Na administração pública, o dinheiro usado para o pagamento de qualquer bem não é do gestor público, mas de todos os contribuintes do Estado. Diante disso, a lei instituiu cláusulas e obrigações específicas para os contratos administrativos. Os princípios e regras relacionados aos contratos no âmbito do direito privado são aqui aplicados somente subsidiariamente (art. 54). As características dos contratos administrativos são as seguintes: 2.1.1. Forma específica NÃO FAÇA VISTA GROSSA PARA ESSE ITEM! QUANDO O EXAMINADOR FALA EM FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NO EDITAL, ELE QUER DIZER QUE VAI COBRAR OS ARTS. 60 a 64 DA LEI Nº 8.666/93! Diante da importância desse tópico, transcrevemos, de imediato os arts. 60 e 61: Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento. Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, queé condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Como vimos, o art. 60, parágrafo único, da Lei n.º 8.666/1993, DILUPD� TXH� ³p� QXOR� H� GH� QHQKXP� HIHLWR� R� FRQWUDWR� YHUEDO� FRm a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em UHJLPH�GH�DGLDQWDPHQWR´��2�YDORU�GLVFULPLQado na lei é, atualmente, de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Além de ser escrito, o contrato administrativo deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da Lei n.º 8.666/1993 e às cláusulas contratuais (art. 61). É condição de eficácia do contrato administrativo a publicação de seu instrumento e dos aditamentos, ao menos de forma resumida, na imprensa oficial (art. 61, parágrafo único). No caso de dispensa e de inexigibilidade de licitação, como bem observam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 498), além da publicação do instrumento, devem ser publicados os atos de ratificação do procedimento praticados pela autoridade superior (art. 26). 2�DUW������SRU�VXD�YH]��REVHUYD�TXH�³R� LQVWUXPHQWR�GH�FRQWUDWR�p� obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execXomR�GH�VHUYLoR´�� A Administração convocará o vencedor da licitação para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro das condições estabelecidas e do prazo definido em edital ± que poderá ser prorrogado por uma vez por igual período, sob pena de decair o 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita direito à contratação (art. 64). Vale observar que, se decorridos 60 dias da data da entrega das propostas sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. Caso o convocado não compareça ou não aceite as condições, a Administração pode revogar a licitação ou convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para ocuparem o lugar do vencedor. Entretanto, os convocados devem aceitar as condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços. Mas há hipóteses em que o instrumento de contrato formalizado é dispensado? PRESTE BEM ATENÇÃO NESTE PONTO! Sim, apesar das inúmeras regras que demonstram um excessivo rigor formal nas contratações realizadas pela Administração, a lei flexibiliza no caso de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem quaisquer obrigações futuras. Nessa hipótese, independentemente do valor do contrato, é dispensável o termo de contrato, podendo a Administração substituí-lo por: x carta-contrato; x nota de empenho de despesa; x autorização de compra; ou x ordem de execução de serviço (§ 4.º do art. 62). Para que nenhum dispositivo desse ponto da Lei nº 8.666/83 passe em branco, transcrevemos, ainda, os seguintes artigos para ciência: 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. (FCC - 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município - 2007) É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, a) salvo o de serviços comuns, de pronto pagamento, assim entendidos os que atendam a especificações usuais de mercado, de valor não superior a R$ 4.000,00. b) salvo o decorrente de dispensa de licitação. c) salvo o decorrente de inexigibilidade de licitação. d) salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00, feitas em regime de adiantamento. e) sem exceções. Resposta: Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos. Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. § 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração. § 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. § 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. Questão de concurso 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Letra (A). É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei (ou seja, R$80.000,00), feitas em regime de adiantamento (art. 60, parágrafo único, Lei nº 8.666/93). Logo, está INCORRETA. Letra (B). Não existe essa ressalva na lei. Logo, está INCORRETA. Letra (C). Não existe essa ressalva na lei. Logo, está INCORRETA. Letra (D). É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superiora 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei (ou seja, R$80.000,00), feitas em regime de adiantamento (art. 60, parágrafo único, Lei nº 8.666/93). Letra (E). A lei traz uma exceção, conforme dispõe o art. 60, parágrafo único, Lei nº 8.666/93. Logo, está INCORRETA. Gabarito: /HWUD�³'´ 2.1.2. Contrato de adesão Diante da supremacia e da indisponibilidade do interesse público, não pode a Administração aceitar alterações no contrato de forma a atender ao interesse do particular. A Lei Geral de Licitações e Contratos informa, em seu art. 55, as cláusulas necessárias em todo contrato administrativo. A inserção dessas cláusulas no instrumento do contrato é realizada de forma unilateral pela Administração. De forma a dar publicidade ao instrumento elaborado, a minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação (art. 62, § 1.º). Nesse momento, cabe ao interessado em contratar com a Administração verificar as condições do contrato e fazer 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita uma única escolha: concordar ou não com todas as cláusulas que lhe serão impostas caso venha a ganhar a licitação. 2.1.3. Natureza intuitu personae Os contratos administrativos são celebrados, em regra, após o encerramento de um longo e complexo procedimento licitatório. Nesse procedimento, a Administração verifica se o interessado tem condições jurídicas, técnicas, econômico-financeiras e regularidade fiscal. Essa avaliação tem o propósito de minimizar os riscos da Administração e garantir que o bem contratado seja entregue pelo vencedor do certame. Depois de promovida essa complexa avaliação, seria uma incongruência e até mesmo uma violação ao princípio da isonomia admitir a transferência unilateral do objeto pelo contratado a um terceiro. Por isso, um dos motivos para a rescisão unilateral do FRQWUDWR�SHOD�$GPLQLVWUDomR�p�D�³VXEFRQWUDWDomR�WRWDO�RX�SDUFLDO� do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato´ (art. 78, VI). Mas essa é a regra! Toda regra tem exceção! E qual é a exceção, no caso, meus amigos? Se você for um leitor atento, percebeu que a parte final desse dispositivo prevê que não haverá a rescisão unilateral do contrato quando a subcontratação for admitida no edital e no contrato. A subcontratação é permitida pelo art. 72 da Lei n.º 8.666/1993, que possibilita ao contratado subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, desde que previamente admitido pela Administração. É bom observar que a subcontratação ou terceirização é muito comum quando o objeto do contrato é uma obra de grande porte. Ao empreiteiro contratado é dada a possibilidade de subcontratar empresa 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita para a execução da parte hidráulica ou de ar-condicionado, por exemplo. A possibilidade de se promover, em certos casos, a subcontratação do objeto contratado não retira o caráter intuitu personae do contrato administrativo. Por que não? (a) porque é vedada a terceirização integral do objeto contratado; (b) porque é vedada a subcontratação quando se tratar de certame em que a qualificação técnica do licitante for fator preponderante para a contratação (art. 13, § 3.º, da Lei n.º 8.666/1993). 2.1.4. Caracterização do contrato administrativo como título executivo Essa é uma característica que não decorre da Lei n.º 8.666/1993, mas da jurisprudência. O contrato administrativo, complementado por outras informações prestadas pela Administração, pode se caracterizar como um documento público assinado pelo devedor a ensejar a sua caracterização como título executivo, especialmente quando o devedor é o poder público. Nesse sentido se manifestou o STJ: 2.1.5. Equilíbrio econômico e financeiro do contrato MUITA ATENÇÃO, MEUS AMIGOS, NÃO SE ESQUEÇAM NUNCA DESSA CARACTERÍSTICA!!! Caso haja a alteração do contrato administrativo, seja em razão de risco decorrente do negócio ou por vontade unilateral da Administração, o contratado terá direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico e ³1mR�Ki�G~YLGDV�TXH��HP�WHVH��R�FRQWUDWR�DGPLQLVWUDWLYR�H�D�FHUWLGmR�IRUQHFLGD� por agente público, por traduzirem atos do Poder Público, podem ser considerados como títulos executivos extrajudiciais e, consequentemente, DSDUHOKDUHP�XPD�DomR�H[HFXWLYD��D�WHRU�GR�SUHFHLWXDGR�QR�DUW�������,,��GR�&3&´� (REsp 1.099.127). 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita financeiro do contrato (art. 58, §§ 1.º e 2.º, e 65, § 6.º, da Lei n.º 8.666/1993). A partir dessa análise, Di Pietro (2009, p. 275-278), com razão, informa que um dos traços característicos do contrato administrativo é a mutabilidade. Os interesses da Administração e os riscos relacionados ao objeto contratado são circunstâncias que podem variar no tempo. Nessas hipóteses, ainda que haja modificação no contrato, deve ser mantido o seu equilíbrio econômico e financeiro estabelecido inicialmente. Por isso, diz-se que o contrato administrativo é um instituto dinâmico. Para você ter uma noção, vale mencionar aqui os tipos de riscos que o particular enfrenta quando contrata com a Administração: (a) força maior; (b) álea ordinária ou empresarial; (c) álea administrativa, que se subdivide em poder de alteração unilateral do contrato, fato do príncipe e fato da Administração; e (d) álea econômica. Em todos esses casos, a Administração responde sozinha pela recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. Com relação a esse tema, vale destacar as distinções conceituais entre revisão, reajuste e repactuação. Para o restabelecimento do equilíbrio econômico financeiro do contrato, a Administração deve promover a revisão do valor contratado. Ela ocorre quando a administração procede à alteração XQLODWHUDO�GDV�FOiXVXODV�GH�H[HFXomR�³RX�TXDQGR�DOJXP�HYHQWR��PHVPR� que externo ao contrato, modifica extraordinariamente os custos de VXD�H[HFXomR´��$/(;$1'5,12�H�3$8/2��������S�����-504). Já o reajuste é promovido por imposição legal do art. 55, III, da Lei n.º 8.666/1993, e corresponde à modificação periódica de preços e WDULIDV�HP�GHFRUUrQFLD�GD�³inflação ordinária ou da perda ordinária 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita de poder aquisitivo da moeda, seguindo índices determinados, tudo conforme previamente estabelecido QR� SUySULR� FRQWUDWR´� (ALEXANDRINO e PAULO,2010, p. 503-504). A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato não é considerado alteração contratual. Por isso, pode ser realizado por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento (art. 65, § 8.º). A revisão e o reajuste também não se confundem com a repactuação ou recomposição de preços (BANDEIRA DE MELLO, 2010, p. 637). Esta, na lição de Marçal Justen Filho1, é uma modificação de preços que ocorre nos contratos de execução continuada em que se analisa a efetiva variação dos custos da prestação desde a apresentação das propostas até o momento de sua prorrogação. Caso haja a amortização de determinados custos durante a execução do contrato, o valor a ser pago pela Administração poderá ser reduzido quando da prorrogação da avença. Caso haja o aumento dos custos, o valor do contrato será majorado. revisão reajuste Repactuação Alteração unilateral ± modificação extraordinária dos custos de execução. Imposição legal e previsão no contrato: decorre da inflação ou perda ordinária de poder aquisitivo da moeda. Efetiva variação dos custos da prestação, nos contratos de execução continuada. 2.1.6. Presença das cláusulas exorbitantes Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 500) assim FDUDFWHUL]DP� H� GHILQHP� DV� FOiXVXODV� H[RUELWDQWHV�� ³$V� DVVLP� denominadas cláusulas exorbitantes caracterizam os contratos administrativos, são a nota de direito público desses contratos, as 1 Conceito retirado do artigo publicado em <http://justenfilho.com.br/wp-content/uploads/2008/12/81.pdf>, acessado em 02.05.2010. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita regras que os diferenciam dos ajustes de direito privado. São chamadas exorbitantes justamente porque exorbitam, extrapolam as cláusulas FRPXQV�GR�GLUHLWR�SULYDGR�H�QmR�VHULDP�QHVWH�DGPLVVtYHLV´� As cláusulas exorbitantes são: alteração e rescisão unilaterais, equilíbrio econômico e financeiro do contrato, reajustamento de preços e tarifas, exceção do contrato não cumprido, controle do contrato, aplicação de penalidades, ocupação provisória de bens e serviços essenciais. 2.1.6.1. Alteração unilateral Nos termos do art. 65, I, da Lei n.º 8.666/1993, os contratos administrativos podem ser alterados unilateralmente pela Administração, sempre mediante justificativa, quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos (alteração qualitativa); ou quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei (alteração quantitativa). Importantíssimo você ter em mente os §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 65 da Lei nº 8.666/93: § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I ± VETADO II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo. § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O TCU (Decisão n.º 215/99, Plenário) consignou o entendimento de TXH� ³WDQWR� DV� DOWHUDo}HV� FRQWUDWXDLV� TXDQWLWDWLYDV� ± que modificam a dimensão do objeto ± quanto as unilaterais qualitativas ± que mantêm intangível o objeto, em natureza e em dimensão, estão sujeitas aos limites preestabelecidos nos §§ 1.º e 2.º do art. 65 da Lei n.º 8.666/93, em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I, da mesma Lei, do princípio da proporcionalidade e da necessidade de esses limitHV�VHUHP�REULJDWRULDPHQWH�IL[DGRV�HP�OHL´� Em hipóteses excepcionalíssimas, o TCU já admitiu superar os limites de 25% e 50% de modificação do valor original do contrato. Essas hipóteses são conhecidas como agravações ou sujeições imprevisíveis (GASPARINI, 2008, p. 755). Importante observar que o princípio do contraditório e da ampla defesa também se aplica nas hipóteses de alteração unilateral do contrato administrativo. O STJ entende que a Administração deve consultar o contratado, previamente, quando a modificação acarrete prejuízo ao particular (STJ, RMS 14.924). Por último, conforme vimos acima, caso a alteração unilateral do contrato provoque o desequilíbrio econômico-financeiro, a Administração deve restabelecê-lo (art. 58, § 2.º, e 65, § 6.º, da Lei n.º 8.666/1993). 2.1.6.2. Rescisão unilateral A Administração pode rescindir unilateralmente o contrato nos casos previstos nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei n.º 8.666/1993. Para que fique mais claro, adotamos a divisão de Di Pietro (2009, p. 270-272) dessas hipóteses em: (a) casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII do art. 78), abrangendo hipóteses como não cumprimento, cumprimento irregular ou lentidão no cumprimento das 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita cláusulas contratuais, atraso injustificado, paralisação sem justa causa, subcontratação irregular, faltas reiteradas na execução, caso fortuito ou força maior impeditiva da execução do contrato; (b) inadimplemento com culpa (incisos IX a XI), que abrangem a insolvência, a dissolução ou alteração da estrutura da sociedade; (c) razões de interesse público (inciso XII); e (d) caso fortuito ou força maior (inciso XVII). A jurisprudência se consolidou no sentido de que a rescisão será sempre motivada, conferindo-se ao contratado a ampla defesa e o contraditório (STJ, RMS 20.385-PR). Nas hipóteses de rescisão unilateral por culpa do contratado, ocorrerá a assunção imediata do objeto do contrato (opcional), a ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal pela Administração de forma a dar continuidade à execução do contrato (opcional), execução da garantia contratual caso o contratado devamultas e indenizações à Administração, retenção dos créditos do contratado até o limite dos prejuízos do poder público e aplicação das sanções administrativas cabíveis (art. 80). Caso não haja culpa do contratado, as mesmas consequências são verificadas, uma vez que a lei não distingue as hipóteses de rescisão com culpa das hipóteses em que há culpa do contratado. O art. 79, § 2.º, contudo, informa que a rescisão levada a cabo pela Administração, sem qualquer interferência do contratado gera o direito deste de ser indenizado pelos prejuízos que houver sofrido (danos emergentes) e pelo custo da desmobilização, de ver devolvida a garantia prestada e de receber o pagamento pelo que executou até o momento da rescisão. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2. (VUNESP - 2014 - EMPLASA - Analista Jurídico ± Direito) No que se refere às peculiaridades dos contratos com a Administração Pública, é correto afirmar que; a) a Administração Pública pode renunciar previamente ao poder de modificação unilateral do contrato b) o reajustamento de preços é facultativo nos contratos administrativos de prestação de serviços de execução continuada, prorrogáveis até o limite de 05 anos. c) o poder de modificação unilateral do contrato constitui preceito de ordem pública d) são considerados irrelevantes os prazos de início, execução, recebimento provisório e definitivo previstos no edital que deu origem à contratação, para fins de reequilíbrio econômico-financeiro. e) o contrato ilegal só pode ser extinto por decisão judicial. Como vimos, os contratos administrativos podem ser alterados unilateralmente pela Administração, sempre mediante justificativa, quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos (alteração qualitativa); ou quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei (alteração quantitativa). Tal poder de modificação unilateral do contrato constitui preceito de ordem pública! Gabarito: C 3. (VUNESP - 2014 - EMPLASA - Analista Jurídico ± Direito) São cláusulas exorbitantes no contrato administrativo aquelas que; Questões de concursos 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) exigem seguros por dano material e moral, bem como garantia contratual. b) colocadas no contrato, extrapolam seu objeto e prazo de execução. c) estabelecem obrigações para as partes, não previstas em lei. d) fixam a duração do contrato além da vigência dos respectivos créditos orçamentários e estabelecem o foro do domicílio do contratado como competente para dirimir qualquer questão sobre o contrato. e) conferem determinadas prerrogativas à Administração Pública, colocando-a em situação de superioridade em relação ao particular contratado. Vamos relembrar as cláusulas exorbitantes? As cláusulas exorbitantes são: alteração e rescisão unilaterais, equilíbrio econômico e financeiro do contrato, reajustamento de preços e tarifas, exceção do contrato não cumprido, controle do contrato, aplicação de penalidades, ocupação provisória de bens e serviços essenciais. Portanto, tais cláusulas conferem prerrogativas à Administração Pública, colocando-a em situação de superioridade em relação ao contratado. Gabarito: E 4. (VUNESP - 2013 - ITESP ± Advogado) Nos termos da Lei n.º 8.666/93, o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até: a) 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% para os seus acréscimos. b) 30% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% para os seus acréscimos. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita c) 30% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 25% para os seus acréscimos. d) 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 30% para os seus acréscimos. e) 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 75% para os seus acréscimos. Vamos relembrar a aula? Importantíssimo você ter em mente os §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 65 da Lei nº 8.666/93: Gabarito: A 5. (VUNESP - 2013 - CETESB ± Advogado) Conforme o disposto na Lei de Licitações e Contratos, as cláusulas econômico- financeiras e monetárias dos contratos administrativos a) podem ser alteradas sem prévia concordância do contratante. § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I ± VETADO II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo. § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) são alteráveis unilateralmente por conta do princípio da supremacia do interesse público. c) não podem ser alteradas. d) não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. e) exigem que sejam revistas semestralmente. Pessoal, levem essa questão para sua prova, ok? As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. Gabarito:D 6. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) Os limites estabelecidos pela Lei no 8.666, de 1993 e alterações posteriores, para celebração de aditivos de obras novas, são a) acréscimo de até 25% do valor inicial. b) supressão de até 35% do valor inicial, não podendo exceder o limite ainda que haja acordo entre as partes. c) acréscimo de até 35% e supressão de 55% do valor inicial. d) acréscimo de até 50% do valor inicial. e) supressão de até 50% do valor inicial, podendo exceder o limite caso haja acordo entre as partes. Resposta: Letra (A). O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos (art. 65, §1º, Lei nº 8.666/93). Logo, está CORRETA. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Letra (B). No caso de obras novas, a supressão é de até 25% e não 35%. Além disso, as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes podem superar os limites previstos (art. 65, §2º, inciso II, Lei nº 8.666/93). Logo, está INCORRETA. Letra (C). No caso de obras novas, tanto o acréscimo como a supressão são de até 25%. Logo, está INCORRETA. Letra (D). O acréscimo pode ser de até 25% nesse caso. Logo, está INCORRETA. Letra (E). A supressão pode ser até 25% nesse caso. Logo, está INCORRETA. 7. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Critério Remoção) Em matéria de contrato administrativo, o que se entende por cláusulas exorbitantes? a) As que conferem certas vantagens ao particular, como o uso especial de bem público. b) As que estabelecem uma prerrogativa em favor do contratado particular, sem atender ao interesse público. c) As que extrapolam a vontade das partes. d) As que excedem do direito comum, para consignarem uma vantagem ou uma restrição à administração ou ao contratado. As cláusulas exorbitantes são chamadas exorbitantes justamente porque exorbitam, extrapolam as cláusulas comuns do direito privado e não seriam neste admissíveis. As cláusulas exorbitantes são: alteração e rescisão unilaterais, equilíbrio econômico e financeiro do contrato, reajustamento de preços e tarifas, exceção do contrato não cumprido, controle do contrato, aplicação de penalidades, ocupação provisória de bens e serviços essenciais. Gabarito: D 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 8. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Critério Remoção) O atraso injustificado na execução do contrato administrativo sujeitará o contratado a) à suspensão temporária da participação em licitações e impedimento de contratar com a Administração pelo prazo de 05 anos. b) ao pagamento de multa, independentemente de previsão no ato convocatório e no contrato administrativo. c) à perda total da garantia do respectivo contrato cumulativamente com a incidência da multa. d) à rescisão unilateral do contrato pela Administração, sem prejuízo de outras sanções previstas na lei. Vamos rever as hipóteses de rescisão unilateral do contrato? (a) casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII do art. 78), abrangendo hipóteses como não cumprimento, cumprimento irregular ou lentidão no cumprimento das cláusulas contratuais, atraso injustificado, paralisação sem justa causa, subcontratação irregular, faltas reiteradas na execução, caso fortuito ou força maior impeditiva da execução do contrato; (b) inadimplemento com culpa (incisos IX a XI), que abrangem a insolvência, a dissolução ou alteração da estrutura da sociedade; (c) razões de interesse público (inciso XII); e (d) caso fortuito ou força maior (inciso XVII). Gabarito: D 9. (FCC 2014 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Contratos administrativos) No curso da execução de um contrato administrativo, de prestação de serviços, subordinado ao regime da Lei no 8.666/93, a Administração manifesta ao particular contratado sua decisão unilateral de suprimir parte do objeto contratual de modo a 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita provocar redução de 40% no valor do contrato. O particular reage, expressando para a própria administração a ilegalidade da medida. Ouvindo os argumentos do particular, a administração propõe, então, que a mesma redução ocorra por acordo das partes, com o que o particular consente. Nessa situação, o resultado final é: a) ilegal, pois a supressão para além de 25% só é possível no caso de reforma de edifício ou equipamento. b) legal, na medida em que a Lei nº 8.666/93 acolhe a possibilidade de alteração de contrato, com supressão no patamar indicado, se decorrente de acordo das partes. c) ilegal, pois a ilegalidade inicial, decorrente da decisão de alteração unilateral, não pode ser sanada pelo acordo do particular. d) legal, como de todo modo também seria legal se decorrente de alteração unilateral imposta pela administração. e) ilegal, pois a apreciação da ilegalidade da decisão administrativa caberia ao Poder Judiciário e não à própria administração. Resposta: Amigos a Lei de Licitações determina em seu artigo 65, que os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, no seguinte caso, unilateralmente pela Administração, quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; mas devemos ter atenção já que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. Entretanto, como o contratado consentiu com a proposta mudou-se a situação e entrou na exceção da 8.666/93, isso porque o parágrafo 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2º, inciso I, do art. 65, lembra que nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. A resposta correta é o item B.2.1.6.3. Restrição à exceção do contrato não cumprido ABRA O OLHO! ESSE PONTO É MUITO IMPORTANTE! PreVFUHYH� R� DUW�� ���� GR�&yGLJR�&LYLO� GH� ����� TXH� ³QRV� FRQWUDWRV� bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida sua obrigação, SRGH�H[LJLU�R�LPSOHPHQWR�GD�GR�RXWUR´��$VVLP��QRV�FRQWUDWRV�GH�GLUHLWR� privado, se uma das partes deixa de cumprir a sua obrigação, não pode essa mesma parte exigir que a outra execute o que previsto no contrato. Esse é o instituto da exceção do contrato não cumprido ou exceptio non adimpleti contractus. Na Lei n.º 8.666/1993, a exceção do contrato não cumprido pode ser oposta contra a Administração quando o atraso no pagamento de obra ou serviço já executado for superior a noventa dias. Nesse caso, pode o contratado escolher entre a suspensão da execução do contrato ou a sua rescisão judicial ou amigável. Se optar pela rescisão, terá direito às parcelas descritas no art. 79, § 2.º, acima mencionado. Veja a redação do art. 78, XV: A exceptio non adimpleti contractus só é afastada integralmente ± após os noventa dias ± nos contratos administrativos quando o não pagamento pela Administração ocorre em caso de (a) calamidade pública, (b) grave perturbação da ordem interna ou (c) guerra. Sob o aspecto inverso, no caso da Administração se ver prejudicada ± caso o particular deixe de executar o seu dever contratual ± o ente público pode, imediatamente, opor a exceção do contrato não ³&RQVWLWXL�PRWLYR�SDUD�UHVFLVmR�GR�FRQWUDWR�R�DWUDVR�VXSHULRU�D�����QRYHQWD��GLDV� dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou IRUQHFLPHQWR��RX�SDUFHODV�GHVWHV��Mi�UHFHELGRV�RX�H[HFXWDGRV´� 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita cumprido e suspender os pagamentos devidos ao contratado, sem prejuízo das demais sanções legais (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 512). 2.1.6.4. Fiscalização do contrato ³2�FRQWUROH�GR�FRQWUDWR�DGPLQLVWUDWLYR�p�XP�Gos poderes inerentes à Administração e, por isso mesmo, implícito em toda contratação S~EOLFD�� GLVSHQVDQGR� FOiXVXOD� H[SUHVVD´� �0(,5(//(6�� ������ S�� ������ Decorre desse poder a prerrogativa de fiscalizar a execução dos contratos, conforme prevê o art. 58, III, e o art. 67, ambos da Lei Geral. Apurada a existência de vício na execução do objeto, o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados (art. 69). Por fim, destaca-se que a atividade de fiscalização da Administração não faz com que a responsabilidade do contratado por dano decorrente da culpa ou dolo seja reduzida ou transferida ao poder público (art. 70). Não há que se falar aqui em culpa in vigilando do Estado. Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução; Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.1.6.5. Aplicação de penalidades Curioso, não é? Num contrato, uma parte pode impor uma multa a outra parte! É, meus caros, isso ocorre quando alguém contrata com administração e descumpre o que acordado. A administração pode se valer do atributo da imperatividade dos atos administrativos para impor ao particular contratado as sanções pelo descumprimento das cláusulas firmadas no ajuste, seja pela inexecução total ou pela parcial. Essa é uma das prerrogativas do poder público. As sanções administrativas são definidas taxativamente nos arts. 86 e 87 da Lei em comento. São elas: (a) advertência; (b) multa; (c) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos; (d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública. Os dispositivos que regulam a aplicação de sanções devem ser interpretados restritivamente, uma vez que representam limitações aos direitos dos contratados. Por isso, em razão da autorização expressa no § 2.º do art. 87 da Lei n.º 8.666/1993, somente a pena de multa pode ser aplicada conjuntamente com qualquer outra penalidade (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 507, e DI PIETRO, 2009, p. 272). No aspecto procedimental, esse postulado determina que seja conferido o contraditório e a ampla defesa ao contratado. O art. 87, §§ 2.º e 3.º, da Lei Geral, em atenção a essa imposição constitucional, dispõe que o contratado tem dez dias para apresentar defesa contra a imposição da sanção de declaração de inidoneidade e de cinco dias úteis para as demais penalidades (TCU, Acórdão n.º 611/2008-TCU-1.ª Câmara). Além disso, a lei prevê o recurso, no prazo de cinco dias úteis, contra a decisão que aplicou as penas de advertência, suspensão temporária ou de multa e o pedido de reconsideração, no prazo de dez dias úteis, da decisão que declara a inidoneidade. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A multa pode ser aplicada pelo atraso na execução do contrato (multa de mora, prevista no art. 86) ou em razão da inexecução parcial ou total do contrato. Essa sanção, como bem lembram Alexandrino e Paulo (2010, p. 507), pode ser diretamente descontada da garantia prestada pelo contratado. Nos termos do art. 86, § 3.º, se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração (atributo da autoexecutoriedade) ou cobrada judicialmente (se não há valor a ser repassado pelo poder público ou se a garantia for insuficiente, a Administração só poderá alcançar o patrimônio da contratada em demanda proposta perante o Poder Judiciário). A suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração em até dois anos só vale no âmbito do órgão que aplicou a penalidade (TCU, Acórdão 842/2005-Plenário e Acórdão 538/2009-1.ª Câmara), ou seja, não pode um órgão vedar a participação de determinada interessada na licitação se essa empresa tem em seus dados cadastrais uma penalidade de suspensão imposta por outro órgão, entidade ou unidade administrativa. Apesar dessa firme orientação do TCU, o STJjá chegou a afirmar que a suspensão do direito de participar de licitação não fica adstrita a um único órgão (RESP 151567). A declaração de inidoneidade é mais grave que a suspensão temporária para contratar. Ela ocorre quando a Administração verifica a prática de fraude, crime ou a prática de fato grave por parte da empresa contratada ou da interessada em contratar com o poder público (é admitida a imposição dessa penalidade a empresa não contratada: RESP 15.999). A declaração de inidoneidade vale para todo e qualquer órgão da Administração de qualquer esfera (No STJ: RESP 520553 e RESP 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 151567. No TCU: Decisão n.º 52/99-Plenário e Acórdão n.º 538/2009- 1.ª Câmara). A Lei n.º 8.443/1992 define que a penalidade em foco pode ser fixada por até cinco anos. Esse período pode ser maior se perdurarem os motivos determinantes da punição (art. 87, IV, da Lei n.º 8.666/1993). Por outro lado, o prazo mínimo da declaração de inidoneidade é de dois anos, nos termos da parte final do mesmo dispositivo da Lei n.º 8.666/1993. A declaração de inidoneidade só pode ser aplicada por Ministro de Estado ou autoridade equivalente nas entidades federadas. O efeito dessa declaração, segundo recente orientação da Primeira Seção do STJ (MS 14002 e MS 13101), é ex nunc, ou seja, não interfere nos contratos preexistentes ou nos que estejam em andamento. Entretanto, a Administração pode promover medidas no sentido de rescindir esses contratos, nos moldes do art. 79 da Lei n.º 8.666/1993. Essas são as sanções administrativas a que se sujeitam os interessados em contratar com a Administração Pública. 2.1.6.6. Ocupação provisória de bens e serviços essenciais Como bem observam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 509), há duas situações distintas em que se admite a ocupação temporária ou provisória: como medida acautelatória durante a execução do contrato em razão da irregularidade na sua execução (art. 58, V, da Lei Geral) e como medida a assegurar a continuidade na prestação do serviço público após a rescisão contratual (art. 80, II, da mesma lei). Em ambos os casos, a Administração pode ocupar provisoriamente o local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato. E o que acontece com o pessoal que tinha vínculo trabalhista com a empresa contratada? 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Se houver a ocupação e a utilização do pessoal para a continuidade da obra ou serviço, os trabalhadores terão vínculo empregatício diretamente com o poder público. Também por isso, a ocupação deve ser promovida somente em caso de excepcional interesse público. 2.1.6.7. Garantia A Administração pode ou não exigir garantia nas contratações de obras, serviços e compras. Quando essa garantia for exigida, ela será cláusula necessária no contrato administrativo (art. 55, VI, da Lei n.º 8.666/1993). O contratado pode optar pelas seguintes modalidades: x caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública; x seguro garantia; ou x fiança bancária. A exigência deve ser limitada a cinco por cento para os contratos em geral e a dez por cento para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis (art. 56, §§ 2.º e 3.º, da Lei n.º 8.666/1993). Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, será exigida garantia adicional no valor desses bens (§ 5.º). Toda garantia prestada pelo contratado será liberada após a execução do contrato. Se foi oferecida garantia em dinheiro, o valor será devolvido com atualização monetária (§ 4.º). 10. (FCC - 2013 - AL-PB - Procurador) A Lei Federal no 8.666/93 agasalha a presença de diversas cláusulas exorbitantes que caracterizam o regime jurídico dos contratos administrativos e excepcionam o regime contratual comum. NÃO merece a qualificação de Questões de concurso 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita cláusula exorbitante a) o poder de rescisão unilateral do contrato, nos casos especificados na lei. a) o poder de rescisão unilateral do contrato, nos casos especificados na lei. b) o poder de modificação do contrato, independente da vontade do contratado, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado e os limites estabelecidos na lei. c) a chamada exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido). d) a possibilidade de aplicar sanções ao contratado, de forma unilateral, pela inexecução parcial ou total do ajuste. e) a prerrogativa de, nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. Resposta: Pessoal, a única que não é uma cláusula exorbitante é a exceção do contrato não cumprido, porque ela é uma alegação de defesa que pode ser usada não discussão sobre o adimplemento de todo e qualquer contrato. Ou seja, não é uma cláusula específica de contratos da administração, mas da teoria dos contratos, inclusive os privados. Resposta: letUD�³F´� 11. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) De acordo com o que dispõe a Lei no 8.666/93, a inexecução total ou parcial do contrato poderá sujeitar o contratado, entre outras, à penalidade de a) multa, que não poderá ser cumulada com outras sanções e limita-se ao valor da garantia contratual. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) inabilitação para contratar com a Administração, podendo ser requerida a reabilitação após cinco anos de sua aplicação. c) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos. d) suspensão para licitar ou contratar com a Administração, que pode ser substituída por multa limitada ao valor da garantia contratual. e) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com a Administração, vedada a reabilitação. Resposta: Letra (A). A multa poderá sim ser cumulada com outras sanções. Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmentedevidos pela Administração ou cobrada judicialmente (art. 87, §1º, da Lei nº 8.666/93). Logo, está INCORRETA. Letra (B). A reabilitação pode ser requerida após dois anos e não cinco anos. Logo, está INCORRETA. Letra (C). Está de acordo com o art. 87, incisos III e IV, da Lei nº 8.666/93. Logo, está CORRETA. Letra (D). Não é possível a substituição pela multa. Logo, está INCORRETA. Letra (E). A reabilitação é permitida (art. 87, inciso IV, da Lei nº 8.666/93). Logo, está INCORRETA. 12. (FCC - 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça) Acerca dos contratos administrativos, é correto afirmar que a) a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a delegação dessa atribuição a terceiros contratados. b) o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados, salvo se decorrentes de subcontratação. c) o contratado e a Administração são solidariamente responsáveis pelos danos causados a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na execução do contrato; porém, caso a Administração tenha sido omissa na fiscalização da execução, esta responderá de forma principal, remanescendo a responsabilidade subsidiária do contratado. d) a Administração Pública sempre responde solidariamente com o contratado pelos encargos trabalhistas resultantes da execução do contrato. e) em caso de contratação direta, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. Resposta: Essa questão aborda alguns tópicos que foram comentados na aula e outros que ainda não. Por isso atenção! 2�LWHP�³D´�YLPRV�QD�SDUWH�GH�ILVFDOL]DomR�GH�FRQWUDWRV��QR�VHJXLQWH� artigo: Veja que não é permitida a delegação a terceiros! Item errado. Vimos ainda que, apurada a existência de vício na execução do objeto, o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados (art. 69). Percebe Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita TXH� QmR� H[LVWH� D� UHVVDOYD� IHLWD� SHOR� H[DPLQDGRU"� 3RU� LVVR� R� LWHP� ³E´� está errado. Acabamos de ver que o contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato. Vale lembrar que a fiscalização exercida pelo órgão contratante não exclui ou reduz essa responsabilidade (art. 70 da Lei n.º 8.666/1993). Dessa forma a DOWHUQDWLYD�³F´�HVWi�HUUDGD� O contratado também é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, conforme disposto no art. 71, caput, da Lei 8.666/1993. A lei 8.666/93 nos diz ainda: 3RU�LVVR�D�DOWHUQDWLYD�³G´�HVWi�HUUDGD� $�OHWUD�³H´�p�FySLD�GD�OHL��FRQILUD� *DEDULWR��/HWUD�³H´� 13. (FCC - 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) NÃO constitui motivo para a rescisão unilateral de um contrato administrativo pela Administração: a) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos, pela empresa contratada. § 1 o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. § 1 o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados. c) a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração. d) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa contratada, que prejudique a execução do contrato. e) a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite legalmente permitido. Resposta: Depois de estudar fica fácil. Na primeira questão, é óbvio que o equilíbrio financeiro não pode ser excluído de um contrato administrativo, sob pena de onerar demasiadamento o contratado. Se isso ocorresse, ninguém contrataria com a Administração. Por isso, o gabarito é a letra A. No mesmo sentido, na segunda questão, o item correto é a letra D. Na terceira questão, é evidente que o item D está correto. Na última, o item E é o gabarito da questão, pois a supressão unilateral do objeto do contrato por parte da Administração não é motivo para rescisão unilateral do contrato. 14. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário) No tocante à formalização de todos os contratos administrativos, são cláusulas necessárias, dentre outras, as que estabeleçam: I. o objeto e seus elementos característicos. II. o regime de execução, a modalidade de garantia a ser ofertada pelo contratado e a forma de fornecimento. III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita IV. a obrigatoriedade da exigência de garantias, em qualquer hipótese, para assegurar sua plena execução. Nesses casos, está correto o que constaAPENAS em: a) I e II. b) I, III e IV. c) II e III. d) I, II e IV. e) I e III. Resposta: Item I. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam o objeto e seus elementos característicos (art. 55, inciso I, Lei nº 8.666/93). Logo, está CORRETO. Item II. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam o regime de execução ou a forma de fornecimento (art. 55, inciso II, Lei nº 8.666/93). Não é necessário estabelecer a modalidade de garantia a ser ofertada pelo contratado. Logo, está INCORRETO. Item III. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica (art. 55, inciso V, Lei nº 8.666/93). Logo, está CORRETO. Item IV. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas (art. 55, inciso VI, Lei nº 8.666/93). Há uma discricionariedade na exigência de garantia por parte da Administração. Logo, está INCORRETO. Portanto, é correto o que se afirma APENAS em I e III (letra ³(´�� 15. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário - Área Administrativa) De acordo com o previsto na Lei no 8.666/93, a 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita inadequada execução do contrato administrativo dá lugar à imposição de sanções, dentre elas, a a) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração, penalidade que, dada a gravidade de sua natureza, absorve as demais sanções, excluindo a possibilidade de cumulação. b) suspensão temporária de participar de licitação, que deve se limitar a prazo não superior a 3 (três) anos, sob pena de ser obrigatória a imposição da penalidade de declaração de inidoneidade para licitar. c) multa pecuniária, que se presta a converter em pecúnia todos os prejuízos apurados pela Administração pública, não podendo, portanto, ser cumulada com outras sanções, com exceção da declaração de inidoneidade para contratar. d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração, que poderá cessar, mediante reabilitação, no caso de ressarcimento pelo contratado pelos prejuízos resultantes da inadequada execução. e) advertência, que se impõe no caso de infrações leves e não gravosas, e, portanto, dispensa prévia observância do direito de defesa do contratado. Resposta: Essa questão pode ser respondida pela leitura do art. 87, da Lei 8.666/93. Vejamos: 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Portanto, a única alternativa de acordo com o referido dispositivo é a GH�OHWUD�³G´� 16. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria - Área de Apoio Administrativo) NÃO constitui aspecto fundamental do regime jurídico dos contratos administrativos clássicos: a) a adoção das chamadas cláusulas exorbitantes. b) o exercício de prerrogativas pela Administração pública, enquanto parte. c) a garantia de equilíbrio econômico-financeiro ao particular contratado. d) direito do contratado de invocar a exceção do contrato não cumprido quando houver qualquer inadimplência da administração. e) a ocupação provisória de bens e serviços vinculados ao objeto do contrato, a título de cautela para apuração administrativa de faltas contratuais nos casos de serviços essenciais. Resposta: Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência; III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Como vimos, a Administração Pública possui algumas prerrogativas sobre o particular quando se trata de contrato administrativo. O particular não pode invocar a exceção do contrato não quando houver qualquer inadimplência da administração. Essa é a regra. Porém sabemos que há uma exceção. Na Lei n.º 8.666/1993, a exceção do contrato não cumprido pode ser oposta contra a Administração quando o atraso no pagamento de obra ou serviço já executado for superior a noventa dias. *DEDULWR��/HWUD�³G´� 2.2. Da Execução do Contrato Administrativo A execução do contrato administrativo é a fase de efetivação das cláusulas nele entabuladas. A execução deve ser promovida observando-se fielmente o que dispõem as obrigações assumidas e a legislação de regência. Nessa fase, tanto a administração como o contratado devem observar o que está escrito no instrumento (pacta sunt servanda). Também nessa etapa devem ser observados os princípios da boa-fé objetiva e da probidade. Algumas normas específicas são aplicáveis à execução dos contratos. OLHO ABERTO, O PRINCIPAL ASPECTO DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS É A RESPONSABILIDADE. Como já observado acima, o contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato. Vale lembrar que a fiscalização exercida pelo órgão contratante não exclui ou reduz essa responsabilidade (art. 70 da Lei n.º 8.666/1993). O contratado também é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, conforme disposto no art. 71, caput, da Lei 8.666/1993. Na ADC n.º 16, o STF entendeu que a responsabilidade da Administração pelo pagamento das verbas trabalhistas das empresas 83395105172 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 87 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita contratadas não pode ser automática, como vinha entendendo o TST. A culpa da Administração na fiscalização do contrato deve ser comprovada nos autos. Após a decisão na ADC nº 16, o TST passou a entender que:
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