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Aula 02 Direito Empresarial p/ SEFAZ/PE Professor: Gabriel Rabelo Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 78 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 2 SOCIEDADES PERSONIFICADAS ....................................................................................................... 2 ASPECTOS COMUNS À SOCIEDADE EM NOME COLETIVO E ÀS SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES ..... 2 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO ..................................................................................................... 3 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES .............................................................................................. 6 SOCIEDADES COOPERATIVAS .......................................................................................................... 9 SOCIEDADES SIMPLES .................................................................................................................. 12 DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES .................................................................... 13 REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO .............................................................. 14 O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES ........................................................................... 14 MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL ............................................................................................ 15 SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES .................................................................................................. 16 SÓCIO REMISSO .......................................................................................................................... 17 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES ......................................................... 18 CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES ............................................................................. 19 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES ................................................................... 20 FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES ........................................................ 21 ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES ..................................................................................... 21 DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS......................................................................................................... 24 DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES ........................................................................................... 25 SOCIEDADE LIMITADA .................................................................................................................. 26 APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DAS NORMAS DAS SS OU LEI DAS SAS ..................................................... 26 NOME EMPRESARIAL DAS SOCIEDADES LIMITADAS ......................................................................... 27 ASPECTO MAIS COBRADO EM PROVAS ............................................................................................ 27 CAPITAL SOCIAL DA LTDA ............................................................................................................. 27 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS LTDAS ................................................................................ 29 CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES LIMITADAS ......................................................................... 29 ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA .................................................................................... 30 CONSELHO FISCAL NAS SOCIEDADES LIMITADAS ............................................................................ 32 DELIBERAÇÕES NAS SOCIEDADES LIMITADAS ................................................................................. 33 EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO ....................................................................... 34 SOCIEDADE LIMITADA DE GRANDE PORTE ...................................................................................... 35 QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................................. 36 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................... 68 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................... 78 AULA 02: 7. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS. 8. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. 9. SOCIEDADES CONTRATUAIS. TIPOS SOCIAIS. SOCIEDADES ANÔNIMAS: CLASSIFICAÇÃO, CONSTITUIÇÃO, INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL, ÓRGÃOS SOCIETÁRIOS E ADMINISTRAÇÃO, CONTROLE, RESULTADOS SOCIAIS, EXTINÇÃO E MODIFICAÇÃO. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 78 APRESENTAÇÃO Olá, meus amigos. Como estão?! É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, para ministrar para vocês mais uma aula da disciplina de Direito Empresarial para o concurso de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual, integrante do quadro de pessoal da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco. Hoje, continuaremos a falar sobre os tópicos seguintes: CRONOGRAMA Aula 02 ± Disponível. 7. Classificação das sociedades empresárias. 8. Desconsideração da personalidade jurídica. 9. Sociedades contratuais. Tipos sociais. Sociedades anônimas: classificação, constituição, integralização do capital social, órgãos societários e administração, controle, resultados sociais, extinção e modificação. Meu e-mail, para dúvidas: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br. Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?! Forte abraço! GABRIEL RABELO SOCIEDADES PERSONIFICADAS Passaremos a falar agora sobre as sociedades personificadas. Começando pelos tipos societários mais simples. ASPECTOS COMUNS À SOCIEDADE EM NOME COLETIVO E ÀS SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES Prezados alunos, antes de iniciarmos os estudos acerca das sociedades ditas contratuais, existem basicamente quatro tipos societários constituítos por contrato, a saber: sociedade em comandita simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em conta de participação e sociedade limitada. A sociedade em conta de participação já fora vista na aula passada. De igual sorte, estudaremos as sociedades limitadas adiante. Concentremo-nos nas sociedades em nome coletivo e nas sociedades em comandita simples. Há regras gerais extraídas do Código Civil que servem para subsidiar a existências de ambos os tipos societários. Gravemos: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 78 - São sociedades de pessoas, isto implica dizer que a cessão de cota social condiciona-se à concordância dos demais sócios. - O nome empresarial deve ser formado por firma social, em que somente poderá transparecer nome dos sócios com responsabilidade ilimitada. Se determinado sócio possui responsabilidade limitada (no caso da sociedade em comandita simples), e oferece o nome à composição da firma, passará a responder ilimitadamente pelas obrigações sociais. - Somente sócios com responsabilidade ilimitada poderão administrar a sociedade, inexistindo a possibilidade de uma pessoa jurídica ser sócia de sociedade em nome coletivoou sócia comanditada em sociedade. Anote-se que ambos os tipos societários se encontram em desuso na economia brasileira. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO Como de praxe, passemos às disposições do Código Civil sobre a sociedade em nome coletivo... CAPÍTULO II - DA SOCIEDADE EM NOME COLETIVO Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente. Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a firma social. Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando: I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 78 II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório. Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência. A principal característica da sociedade em nome coletivo é a responsabilidade ilimitada dos sócios que a compõem. Explique-se melhor este ponto. Primeiro, a responsabilidade sobre os sócios recai, obviamente, somente depois de esgotados os meios de cobrança do capital social, isto é, do patrimônio social. Segundo, o contrato social pode (segundo o artigo 1.039, parágrafo único) limitar a responsabilidade de cada um. Essa limitação, contudo, só será válida para a relação entre os sócios. Os sócios continuarão a responder ilimitadamente perante terceiros, sendo que a limitação da responsabilidade será apurada em eventual ação de regresso. Essa é a inteligência do artigo 1.039 do Código Civil, que passamos: Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. Vamos exemplificar. A, B e C são sócios de determinada sociedade em nome coletivo, cujo capital social monta a R$ 100.000,00. Suponha que os sócios tenham firmado contrato que estabeleça a responsabilidade da seguinte forma: 50% para A, 30% para B e 20% para C. O credor Y tem um montante de R$ 200.000,00 de crédito vencido. Ingressou então em juízo para proceder à cobrança. Esgotado o patrimônio da sociedade, os R$ 100.000,00, teremos um saldo a pagar a Y no valor de R$ 100.000,00 ainda. Poderá ele proceder à cobrança de todo o valor do sócio A, por exemplo. A limitação de responsabilidade tem efeitos interna corporis. Todavia, como A responde tão-somente pela fração de 50% dos prejuízos, poderá reaver o restante em ação de regresso contra B e C. É só isso! 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 78 Outro aspecto importante das sociedades em nome coletivo, previsto no caput do artigo 1.039 é que somente pessoas físicas podem integrar o seu quadro societário! Grave-se: Sócios da SNC Æ Somente pessoas físicas! Vejamos uma questão sobre o assunto: (Cespe/Juiz Substituto/TJ-SE/2008) As atuais sociedades em nome coletivo, cuja origem remonta à Idade Média, podem ser constituídas por pessoas físicas ou jurídicas, respondendo todos os sócios solidariamente pelas obrigações sociais. A sociedade em nome coletivo realmente provém da Idade Média. Sua origem se deu no meio familiar daquela época em que as pessoas se associavam para o exercício de suas atividades e o patrimônio da sociedade se confundia com dos membros da família. Todos respondiam pelas dívidas da sociedade. A segunda asserção na questão se encontra incorreta, posto que a sociedade em nome coletivo só pode ser constituída por pessoas físicas. Chovem questões sobre este assunto. Vejamos mais uma, para fechar (item correto): (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) Nas sociedades em nome coletivo, os sócios somente podem ser pessoas naturais, com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. A sociedade em nome coletivo é uma sociedade de pessoas, que depende do consentimento dos outros sócios para que estranhos entrem no quadro social. Esquematizemos o seguinte: ESQUEMA PARA A PROVA Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples Æ Sociedades de pessoas. Sociedade limitada Æ Pode ser sociedade de pessoa ou de capital. Sociedade anônima e em comandita por ações Æ Sempre sociedades de capital. Aplicam-se às SNC as normas das sociedades simples, subsidiariamente. Outro aspecto deveras importante é que a Lei de Falência (Lei 11.101/05) diz que: Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 78 falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem. Com efeito, se uma sociedade em nome coletivo vir a falir, todos os seus sócios também incorrem na mesma conduta, juntos. Se a sociedade for de responsabilidade limitada, por seu turno, não haverá, em regra, conseqüências para a sociedade, em vista da autonomia que possui a pessoa jurídica (o já propalado princípio contábil da entidade, pelo qual a sociedade é diferente da pessoa dos sócios). O nome empresarial da sociedade em nome coletivo deverá ser a firma social, FRQWHQGR� R� QRPH� GH� DR� PHQRV� XP� GRV� VyFLRV�� VHJXLGR� GD� H[SUHVVmR� ³ � &RPSDQKLD´�DR�ILQDO� Em casos omissos serão aplicadas as disposições do Código Civil existentes para as sociedades simples. SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES Falemos agora sobre a sociedade em comandita simples. CAPÍTULO III - DA SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários. Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo. Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo. Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdadede participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 78 ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes. Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele. Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente. Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade: I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044; II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio. Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração. Na sociedade em comandita simples temos duas qualidades de sócios: 1) Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada em relação às obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela integralização das cotas subscritas. Contribuem apenas com o capital subscrito, não contribuindo de nenhuma outra forma para o funcionamento da empresa, ficando alheios, inclusive, da administração da mesma. Podem, todavia, exercer as atribuições de fiscalização. Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. 2) Os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de serem responsáveis pela administração da empresa. Sua responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as obrigações contraídas pela sociedade. Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. Os sócios comanditados devem ser obrigatoriamente pessoas físicas. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 78 Sócios Comanditados Æ Somente pessoas físicas (Responsabilidade ilimitada). Sócios Comanditários Æ Pessoas físicas ou jurídicas (Responsabilidade limitada). Importante! A firma ou razão social da sociedade somente pode conter nomes de sócios comanditados, sendo que a presença do nome de sócio comanditário faz presumi-lo comanditado, passando a responder de forma ilimitada. É essa a conclusão à luz do art. 1.157 do CC: Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. O Código atribui aos comanditados as mesmas características concernentes aos sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único). Esse assunto já foi abordado pela FCC, como se segue (item incorreto): (FCC/Procurador Municipal de Manaus/2006) Com relação à sociedade em comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que aos comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo. Como a função precípua do comanditário é contribuir para a formação do capital social, sua prestação pode se dar em dinheiro ou em bens, mas não em serviços. O comanditário não pode praticar atos de gestão da sociedade, apenas de fiscalização. Essa regra, todavia, não é absoluta. O parágrafo único do artigo 1.047 permite que o comanditário seja constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. Agora, imaginemos um exemplo prático. Determinada sociedade em comandita simples é constituída pelos sócios A, B, C e D, em que A e B são comanditados (responsabilidade ilimitada) e C e D são comanditários (responsabilidade limitada). Suponha-se que A vem a falecer. O que acontecerá com a sociedade? Por aplicação subsidiária, entende-se que, em falecendo sócio comanditado (no caso A): Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: I - se o contrato dispuser diferentemente; 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 78 Portanto, morrendo A haverá dissolução parcial da sociedade. Agora, imagine-se que haja a morte de D, sócio comanditário. Haverá de igual sorte dissolução societária? A resposta é não! Conforme a inteligência do Código Civil: Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente. O nome empresarial deve ser a firma social, acrescendo-VH� D� H[SUHVVmR� ³ � &RPSDQKLD´�� ID]HQGR-VH�� DLQGD�� UHIHUrQFLD� DR� WLSR� VRFLHWiULR� ³FRPDQGLWD� VLPSOHV´�� Em casos omissos serão aplicadas às sociedades em comandita simples as regras das sociedades em nome coletivo. Anote-se, assim, que a sociedade em comandita simples é contratual, de pessoas e de regime misto de responsabilidade. SOCIEDADES COOPERATIVAS Passemos agora a falar sobre as sociedades cooperativas. As cooperativas têm seu regramento básico na Lei 5.764/71. Esta lei define a política nacional do cooperativismo, instituindo o regime jurídico das cooperativas. Os artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil trazem lições supletivas para as cooperativas. O primeiro aspecto a se anotar para as cooperativas é que a Constituição Federal assegurou o direito ao cooperativismo ao estatuir que sua criação independe de autorização estatal, bem como vedou que o Estado interferisse em seu funcionamento. Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; Ressalte-se também que a sociedade cooperativa será sempre considerada sociedade simples, independentemente de seu objeto. Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 78 Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresáriaa sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. A cooperativa é, grosso modo, a reunião de pessoas físicas ou jurídicas, exercentes do mesmo tipo de atividade econômica. Tal união permite a otimização de custos e negociações de forma a permitir melhores resultados para seus membros. Muitas vezes os atos cooperativos são beneficiados também por legislações tributárias. Um aspecto interessante e digno de nota é que as cooperativas não possuem finalidades lucrativas. O que os cooperados pretendem é obter lucro com as suas atividades próprias, pessoais, e não com as atividades da cooperativa. Os principais pontos que podem ser cobrados sobre as cooperativas em concursos é o fato de serem sociedades simples, de pessoas, não sujeitas ao processo falimentar previsto na Lei 11.101/2005. Podem elas adotar qualquer objeto, seja serviço, operações com mercadorias ou outras atividades. O seu nome deve conter o termo cooperativa, não SRGHQGR� XWLOL]DU� D� SDODYUD� ³EDQFR´� HP� VHX� QRPH�� São exemplos claros de cooperativas as agrícolas, as de seguros e as de abastecimento. O Código Civil também trata do assunto em seus artigos 1.093 a 1.096. No caso de omissão da legislação do Código Civil, bem como da Lei 5.764/71, aplicam-se os dispositivos do Código Civil previstos para as sociedades simples. Decorem os artigos abaixo, principalmente o artigo 1.094: CÓDIGO CIVIL CAPÍTULO VII - DA SOCIEDADE COOPERATIVA Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: I - variabilidade, ou dispensa do capital social; II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 78 VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade. Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada. § 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. § 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094. O primeiro aspecto digno de nota é que elas independem de capital social para funcionarem, posto que ele é dispensado ou variável (CC, art. 1.094, I). Se existir capital social, não há necessidade de alteração no estatuto social para que se proceda ao seu aumento ou diminuição. Com efeito, uma vez que o capital social é dispensado, podemos dizer que os sócios podem perfeitamente contribuir tão-somente com prestação de serviços. Outra regra importante é a insculpida no inciso IV, do artigo 1.094, que prega a intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança. Tal asserção faz com as cooperativas sejam classificadas como sociedades de pessoas. Outros aspectos importantes que podem ser cobrados em concursos: - Administração da sociedade em número mínimo de sócios, quais sejam, três membros na diretoria e três membros e três suplentes no conselho fiscal. - Número ilimitado de associados, a não ser que não haja capacidade técnica de se prestar serviços a todos. - O voto é singular, independentemente do número de votos que o cooperado possua. Vejam que a FCC abordou este tema do seguinte modo: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 78 (OAB ES/2005/FCC) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só voto nas deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação. - A distribuição dos resultados é proporcional às operações feitas pelo associado, salvo deliberação em sentido contrário da assembleia geral. Cumpre, por fim, salientar, que, nas cooperativas a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada. A FCC já andou abordando este aspecto do seguinte modo (item incorreto): (DPE SP/2006/FCC) De acordo com o Código Civil, na sociedade cooperativa a responsabilidade dos sócios é sempre limitada. Importante: embora as sociedades cooperativas sejam sociedades simples, a inscrição deve-se realizar na Junta Comercial do local da sede, por conta do que dispõe o artigo 18 da Lei 5.764/71. Todavia, você que fará concurso do ICMS RJ deve prestar atenção. A FGV, todavia, entende que o registro deve-se dar no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Senão vejamos: (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) Cooperativa de Leite Vaquinha Ltda., com sede na cidade do Niterói, deve ter os seu ato constitutivo e os demais atos societários registrados no Registro Público de Empresas Mercantis da cidade do Rio de Janeiro. A resposta pelo que expusemos aqui poderia ser verdadeira. Contudo, após intentarmos recursos, a banca manteve o gabarito (falso) e alegou o seguinte: Resposta da FGV: Nos termos do art. 982, parágrafo único, do Código Civil, as cooperativas, independentemente do seu objeto social, é considerada simples e, nos termo do art. 1.150 do Código Civil, seus atos constitutivos devem ser registrados no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Além disto, a sede da cooperativa é na cidade de Niterói e, por isso, o registro não pode ser na cidade do Rio de Janeiro. SOCIEDADES SIMPLES Pois bem, já vimos os primeiros tipos societários existentes no direito societário, como as sociedades em comum, em conta de participação, sociedades em comandita simples, sociedades em nome coletivo e sociedades cooperativas. Passaremos agora a outro tipo deveras importante, a saber, as sociedades simples. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 78 Já dissemos aqui também que as sociedades simples são basicamente aquelas que não exploram o seu objeto social nos termos do artigo 966 do Código Civil. Exemplificamos, com o artigo 966 parágrafo único do Código Civil, que fala sobre as sociedades formadas por profissionais intelectuais, de natureza científica, literária ou artística. Por exemplo, uma sociedade de médicos, arquitetos, dentistas, artistas. A condição, contudo, é que o exercício da profissão não configure elemento de empresa. Vimos também que outro exemplo clássicode sociedade simples é a sociedade cooperativa, independentemente do objeto exercido (CC, art. 982, parágrafo único). Além destas, não podemos nos olvidar da sociedade de advogados e da sociedade rural, desde que opte por registro no Cartório de Pessoas Jurídicas. DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES A sociedade simples pode ser organizada segundo as regras que lhe são próprias, estatuídas nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil. Caso não queira, poderá também se registrar como sociedade limitada, sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples. GRAVE-SE! Sociedades simples podem adotar as regras que lhes são próprias no código civil ou constituir na forma de sociedade limitada, em nome coletivo ou em comandita simples. É o que propõe o artigo 983 do Código Civil: Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. Portanto, uma sociedade simples poderá ser: - sociedade simples pura. - sociedade simples constituída sob a forma de sociedade limitada. - sociedade simples constituída sob a forma de sociedade em nome coletivo. - sociedade simples constituída sob a forma de sociedade em comandita simples. Se uma questão de prova perguntar o se as sociedades simples podem adotar qualquer tipo societário específico das sociedades empresárias, responda com um sonoro não. E por quê? Pois as sociedades simples não podem se revestir 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 78 sob a forma de sociedades por ações. As sociedades por ações, lembrem-se, são sempre sociedades empresárias (CC, art. 982, parágrafo único). Este item foi indagado no concurso para Auditor do TCM RJ, realizado em 2008, pela FGV, com a seguinte assertiva (item incorreto): (FGV/Auditor/TCM-RJ/2008) As sociedades simples podem adotar qualquer tipo societário específico das sociedades empresárias. Estudaremos aqui, basicamente, as sociedades simples em sua forma pura. O tema se encontra haurido nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil. REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO As sociedades simples devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local da sede, como se depreende do já visto artigo 1.150 do Código Civil: Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. A espécie de nome empresarial utilizado é a denominação ± não se baseando em nome civil, mas, sim, em nome fantasia ± acrescida da expressão S/S ou a razão social, baseando-se, neste caso, no nome dos sócios. Veja, portanto, que conforme o entendimento do artigo 1.150 do Código Civil, se a sociedade simples resolve adotar um tipo societário como a sociedade limitada, em nome coletivo ou em comandita simples, continuará promovendo sua constituição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Entrementes, o cartório deverá adotar as regras estabelecidas para o registro destas sociedades. O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES As sociedades simples possuem natureza contratual. Esse contrato social deve ser escrito, e pode ser particular ou público. Uma vez assinado a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, em um prazo de 30 dias (CC, art. 998). O contrato deve estar autenticado e, havendo procurador, deverá constar também a procuração (CC, art. 998, parágrafo 1º). Algumas cláusulas são essenciais que constem do contrato social. Essas cláusulas estão elencadas no artigo 997 do Código Civil, que transcrevemos: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 78 Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Estudemos algumas dessas características amiúde. MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL O contrato social, obviamente, pode ser alterado pelos sócios. Essa modificação, contudo, tem um quórum mínimo para que seja realizada. Senão vejamos. Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime. Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada, cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente. Portanto, se as modificações do contrato se referirem às matérias do artigo 997, devem ter o consentimento de todos os sócios. Ao revés, se não versarem, devem ter o consentimento da maioria absoluta dos votos. Frise-se que este quórum é expresso em termos de capital social, e não em número de sócios. As alterações porventura realizadas no contrato social deverão ser averbadas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 78 SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES Observando-se o artigo 997, inciso I, percebe-se de plano que os sócios de uma sociedade simples poderão ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato (...) que mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; Esses sócios passam a integrar a sociedade mediante a contribuição de capital social. Segundo o inciso III do artigo 997, o contrato deverá mencionar o capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária. Assim, quaisquer espécies de bens que sejam suscetíveis de avaliação pecuniária podem integrar a sociedade. O contrato social deve mencionar o que cada sócio vai entregar para a sociedade e como vai fazê-lo (CC, art. 997, IV). O código permite que nas sociedades simples os sócios integralizem sua parte até mesmo com prestação de serviços (CC, art. 997, V), regra diametralmente oposta àquela vigente para as sociedades limitadas. A ESAF argüiueste assunto no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho, em 2006, com a seguinte redação (item correto): (ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por permitir combinar sócios que contribuem serviços com os que aportam capitais. IMPORTANTÍSSIMO!!!! Sociedades simples Æ Pode ter sócio com prestação de serviço. Sociedade limitada Æ Não pode ter sócio que contribua tão-somente com prestação de serviços. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais (CC, art. 1.001). Como dito, a integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro, créditos, bens ou serviços. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção, indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro, 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 78 posteriormente à integralização, por direito anterior a ela (integralização) este responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo 1.005). Assim, se transfiro à sociedade um carro que é pleiteado em uma ação judicial e, posteriormente à integralização, este veículo deva ser retirado da sociedade, pois a decisão foi desfavorável, responderei pelo valor do automóvel. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído (CC, art. 1.006). SÓCIO REMISSO O sócio remisso é que aquele que, após firmar o compromisso de integralizar fração do capital social, não o fez, ficando então em débito com a sociedade. Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 1.031. Antes de qualquer sanção, é necessário que se faça prévia comunicação (prazo de 30 dias para adimplir a obrigação, a partir da notificação), como se extrai do artigo 1.004, par. único, do CC. Findo o prazo sem adimplemento pode a pessoa jurídica: 1) requerer indenização pelos danos emergentes de mora; 2) reduzir a quota ao montante já integralizado; 3) tomar para si, ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o sócio remisso, devolvendo eventual contribuição já efetuada, descontado o que se deve à sociedade. Fica assim: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 78 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES Imaginemos o seguinte exemplo, extraído do concurso para Juiz do TRT/RO, de 2005, FCC. Em uma sociedade simples formada por três sócios que subscrevem cotas iguais de R$ 1.000,00 (mil reais), e que, não possuindo mais patrimônio próprio, assume uma dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o patrimônio pessoal de cada um dos sócios responde em caráter subsidiário pela dívida da sociedade, observada a proporcionalidade de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada um, salvo cláusula de responsabilidade solidária. A responsabilidade dos sócios nas sociedades simples está tratada em diversos artigos do Código Civil. Senão vejamos. Segundo o artigo 997, Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. E mais... Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. Portanto, interpretando harmonicamente os dispositivos, teremos a seguinte situação: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 78 1) Os bens da sociedade são suficientes para pagamento das dívidas? Sim? Ok! Tudo resolvido (CC, art. 1.024). 2) Acabaram os bens da sociedade e ainda perduram dívidas. O que fazer? Aplica-se o artigo 1.023. Como cada sócio subscreveu uma cota de R$ 1.000,00, assim, todos participam de forma igual das perdas e ganhos sociais. Assim, a dívida de R$ 30.000,00 deverá ser dividida entre os três, constituindo- se três frações no valor de R$ 10.000,00. 3) Se houvesse cláusula de responsabilidade solidária, a dívida poderia ser cobrada de qualquer um deles, ao qual caberia a restituição do valor pago em excesso a sua proporção do capital social, em ação de regresso. 4) Se houvesse cláusula que previsse que os sócios não responderiam subsidiariamente, a responsabilidade estaria limitada ao montante do capital social. Repito. A responsabilidade dos sócios na sociedade simples pode ser limitada ou ilimitada. Explique-se. Quando da contratação de uma sociedade simples, os sócios possuem a faculdade de escolher se assumirão, ou não, responsabilidade subsidiária pelas dívidas contraídas em nome da sociedade. Não assumindo, podemos dizer que estabelecida está a responsabilidade limitada. Contudo, sendo silente o contrato social, os sócios de uma sociedade simples responderão subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações contraídas. Por fim, o Conselho de Justiça Federal aprovou enunciado recentemente estabelecendo que: 10. Nas sociedades simples, os sócios podem limitar suas responsabilidades entre si, à proporção da participação no capital social, ressalvadas as disposições específicas. CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES Nas sociedades simples é possível a cessão das quotas sociais, desde que haja concordância dos demais sócios e que seja averbado o respectivo registro. Assim, para que um sócio de uma sociedade simples ceda sua parte do capital social a outro sócio precisará da anuência dos demais, além do registro no Cartório de Pessoas Jurídicas. Isso por que as sociedades simples têm natureza de sociedades de pessoas. Essa assertiva já foi cobrada no concurso para Juiz Substituto do TJ MT 2008, com a seguinte redação (item correto): As sociedades simples têm natureza de sociedades de pessoas. Ademais, responderá por dois anos, frente à sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha à época como sócio. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 78 Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Parágrafo único. Atédois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES Segundo o Código Civil: Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; Portanto, pela inteligência do artigo supra, vejam que cabe ao contrato social estipular a participação de cada um dos sócios nos lucros e nas perdas, a forma como se dará. Contudo, segundo o mesmo codex, se não houver estipulação no contrato social, aplicar-se-á o seguinte: Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. Ressalte-se, ainda, que, embora a distribuição de lucros se dê da forma como estipular o contrato social, nenhum dos sócios poderá ser excluído da sua distribuição. Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Anote-se, por último, que a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade (CC, art. 1.009). Cessão de capital de uma sociedade Depende de anuência dos demais sócios e de Cedente responde com cessionário pelo prazo 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 78 FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES É plenamente possível que as sociedades simples instituam sucursais, filiais ou agências. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária (CC, art. 1.000). Em qualquer caso, a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser averbada no Registro Civil da respectiva sede (CC, art. 1.000, parágrafo único). ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES A administração das sociedades simples está prevista nos artigos 1.010 a 1.021 do Código Civil. Um belo conceito para o assunto foi explorado na prova para Fiscal de Rendas do Estado do RJ, em 2008, (item correto): São os administradores da sociedade que, no dia-a-dia, expõem sua vontade, por terem poderes gerenciais. Segundo o nosso já propalado artigo 997: Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; O primeiro aspecto que merece destaque é o fato de a sociedade simples não poder ser administrada por pessoa jurídica, já que o inciso 997 faz expressa referência às pessoas naturais. Antes de iniciarmos o estudo da administração das SS, faz-se necessário dizer uma decorrência lógica trazida pelo Código Civil aos administradores, que diz: Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios. Em tempo, não confudamos os administradores de uma sociedade simples com o seu quadro societário. Os administradores podem ser apenas pessoas físicas. Contudo o quadro societário pode ser composto por pessoas físicas e jurídicas. Vejam essa questão cobrada no concurso para OAB/MG, em 2005: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 78 (OAB/MG/2005) As sociedades simples são um tipo de sociedade personificada, uma vez que seus sócios são necessariamente pessoas físicas. Ora, o item se encontra errado. De acordo com o Código Civil: Art. 1.011. § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. Ainda, os administradores de uma sociedade simples podem ou não ser sócios. GRAVEM! Os administradores de uma sociedade simples podem ou não ser sócios. Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. Ou seja, para a tomada de decisões leva-se em conta a maioria do capital social e não da quantidade de sócios. Nem todos os sócios de uma sociedade simples são considerados administradores. A estes (sócios não-administradores) fica afastado, em regra, o poder decisório. Por isso, o contrato social deve mencionar os sócios (pessoas naturais) a quem incumbirá o exercício da administração (CC, art. 997, VI). Contudo, a administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios (CC, art. 1.013). Continuemos a falar sobre os administradores. Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social. Conjuguemos esse dispositivo com o art. 1.019, cujo teor é o que se segue: Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 78 Concluímos que para retirar administrador sócio investido na administração dos exercícios de suas funções seria necessária a aprovação dos demais, fato que só seria possível se o próprio sócio administrador votasse a favor de sua destituição. Veja, contudo, que o próprio artigo 1.019 prevê a possibilidade de retirada por justa causa. Ao revés, se os poderes de administração forem conferidos a sócio por ato separado, ou a qualquer um que não seja sócio, ainda que no próprio contrato social, eles serão revogáveis a qualquer tempo. Essa revogação é feita por maioria absoluta. Art. 1.019, parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. Como visto, o administrador pode ser nomeado por ato separado. Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade. Ainda, Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna- se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ougrave. Assim, se determinada providência tiver de ser inadiavelmente tomada na ausência de um sócio para que não haja prejuízos irreparáveis a sociedade, poderão os outros sócios fazê-lo. Sendo o contrato social silente, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo a venda ou a oneração de imóveis, haja vista que dependem da decisão da maioria dos sócios, exceto, neste caso, se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da sociedade (art. 1.015). Pois bem, se os administradores agirem com excesso de poderes, a sociedade pode opor esse argumento a terceiros que a acionem para se ressarcirem de eventuais danos, de modo a se eximir de indenizar os prejudicados. Haverá, assim, responsabilidade pessoal do administrador. Todavia, para que essa teoria ultra vires ocorra, a sociedade deve provar a ocorrência de pelo menos uma das seguintes hipóteses, previstas no artigo 1.015, par. único do CC: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 78 - Que a limitação de poderes do administrador estava inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade, situação em que os terceiros não poderão alegar desconhecimento da exata extensão dos poderes do administrador; - Que foi provado que os terceiros conheciam a limitação de poderes, ainda que não averbada; ou - Que a transação entre os terceiros e a sociedade configurava operação nitidamente estranha aos negócios da sociedade. DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS No dia a dia, as decisões relativas ao objeto social são tomadas pelos administradores, como, por exemplo, compra de matéria-prima, contratação de empregados, assinatura de contratos de prestação de serviços. Contudo, em alguns casos, mais complexos ou relevantes para o andamento da sociedade, há necessidade de que as decisões sejam tomadas por deliberação social. Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. § 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital. Assim, frise-se as votações sociais levam em conta a porção do capital social e não o número de sócios. Apenas se houver empate na votação é que prevalecerá a maior quantidade de sócios. E, mesmo assim, persistindo o empate, a decisão caberá ao juiz. Art. 1.010. § 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. Pergunta interessante é se os sócios de serviços participam das deliberações sociais. Vejam que o artigo 1.010 diz que: Salvo quando a lei exigir a unanimidade, as deliberações serão tomadas por maioria dos votos, contados segundo o valor das quotas de cada um (CC, art. 1.010). Ora, o sócio de serviços não possui quotas de capital, logo não participa das decisões quando o Código se contenta com a maioria absoluta do capital (art. 1.010 do NCC). Veja como este tema foi cobrado no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho, pela ESAF, em 2006 (item incorreto): 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 78 (ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por garantir a todos os sócios participação nas deliberações sociais. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES A dissolução não somente possui a propriedade de desmanchar ou romper todo vínculo jurídico que unia as coisas ou pessoas, anteriormente, como desobriga, todas as pessoas envoltas no ato ou no contrato dos compromissos, que possam vir, desde que não tenham qualquer dependência com a situação desfeita, pela ruptura, que a dissolução ocasiona. A dissolução de uma sociedade simples pode ocorrer em duas searas: a) judicial; e b) extrajudicial. As causas extrajudiciais são as previstas no artigo 1.033 do Código. Já as judiciais vêm logo em seguida, arroladas no artigo 1.034, que citamos: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; II - o consenso unânime dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.441, de 2011) Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando: I - anulada a sua constituição; II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade. Nas sociedades de prazo determinado, para que haja dissolução é necessário consenso unânime dos sócios. Nas de prazo indeterminado é 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 78 imprescindível o voto da maioria absoluta dos sócios (CC, art. 1.033, II e III). SOCIEDADE LIMITADA Esse assunto é, sem dúvida, o mais cobrado em concursos quando o tema é direito societário. Até por que a sociedade limitada é, disparado, o tipo mais utilizado na praxe brasileira. Vamos estudá-lo em suas minúcias! A sociedade limitada tem seu regramento no Código Civil, artigos 1.052 a 1.087. Mas, professor, e se algum tema de relevância não estiver tratado dentro destes artigos? APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DAS NORMAS DAS SS OU LEI DAS SAS Neste caso, o Código Civil prevê que: Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. Assim, pela inteligência do caput do artigo 1.053, na omissão do regramento próprio para a sociedade limitada, aplicar-se-ão as regras tratadas para as sociedades simples, já por nós estudada. Contudo, pode o contrato social prever a aplicação da lei das sociedades por ações (Lei 6.404/76), como se infere do parágrafo único. Fica assim: APLICAÇÃO DE NORMAS SUBSIDIRIAMENTE NAS LIMITADAS 1) Se o contrato social não dispuser sobre o assunto, ser-lhe-ão aplicadas supletivamente as regras das sociedades simples. 2) Caso haja previsão no contrato, poderão se aplicar as regras das sociedades anônimas em caráter supletivo. Dissolução Sociedades Simples Sociedade prazo determinado Æ Consenso unânime Sociedade prazo indeterminado Æ Maioria absoluta 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. GabrielRabelo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 78 NOME EMPRESARIAL DAS SOCIEDADES LIMITADAS Sobre o nome empresarial, devemos levar o seguinte para a prova: ESPÉCIE DE NOME EMPRESARIAL 1) Firma individual Æ Apenas empresário individual utiliza. 2) Apenas firma social Æ Sociedade em Nome Coletivo, em Comandita Simples. 3) Apenas denominação Æ Sociedades Anônimas, Cooperativas. 4) Denominação ou firma social Æ Comandita por ações, Sociedades Limitadas. As limitadas operam sob firma ou denominação social, facultativamente. ASPECTO MAIS COBRADO EM PROVAS Meus caros, este assunto está no topo do ranking dos mais cobrados em Direito Empresarial. GRAVEM! Nas sociedades limitadas é vedada a contribuição que consista em prestação de serviços. Vejam o texto normativo: Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. Apenas para confirmar o que digo, vejam que esta questão foi cobrada o AFT: (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, os sócios podem realizar suas quotas mediante prestação de serviços. E, para nossa, surpresa, logo em seguida foi cobrada também no ISS RJ. CAPITAL SOCIAL DA LTDA O capital social pode ser definido como o montante total de recursos que os sócios se comprometem a transferir do seu patrimônio pessoal para a formação do patrimônio da sociedade. Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 78 Os sócios, no ato da subscrição, poderão comprometer-se a contribuir para a formação do capital social mediante pagamento em dinheiro, conferência de bens ou créditos à sociedade, sendo-lhes, entretanto, vedada a contribuição que consista em prestação de serviços. Em relação à contribuição em dinheiro, ressalte-se que, ao contrário das sociedades anônimas (Lei n. 6.404/74, art. 80, I), não há para as sociedades limitadas qualquer previsão legal que exija a integralização de um percentual mínimo do capital subscrito no ato da constituição da sociedade, tampouco fixe um prazo máximo para sua integralização. Em relação à contribuição dos sócios realizada mediante a conferência de bens, destaque-se que não existe nas sociedades limitadas a obrigatoriedade de prévia avaliação por peritos ou empresa especializada dos bens conferidos pelos sócios, tal como ocorre nas sociedades anônimas (Lei n. 6.404/76, art. 8º). Entretanto, pela exata estimação dos bens conferidos, respondem solidariamente todos os sócios até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade (CC, art. 1.055, § 1º). Assim, por exemplo, se determinado sócio integra à sociedade um veículo que diz valer R$ 30.000,00, responderão todos (o que declarou e os outros solidariamente) caso se constate em um processo de execução fiscal contra a empresa, que o veículo vale menos do que o declarado. A quota social representa a unidade do capital social. Uma quota pode ter um ou mais de um dono (co-propriedade de quotas), hipótese em que o representante exercerá o direito de sócio. A quota dividida entre os sócios, contudo, não é divisível em relação à sociedade. Para a sociedade, será apenas uma única quota. É o que se extrai da leitura do seguinte artigo: Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência (...) Este assunto foi cobrado na seguinte forma no concurso para Procurador Municipal de Salvador, organizado pela FCC em 2006 (item correto): (Procurador Jaboatão dos Guararapes/2006/FCC) A respeito das sociedades limitadas, é correto afirmar que as quotas podem ser iguais ou desiguais, mas são indivisíveis em relação à sociedade. A integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro, créditos ou de bens. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção, indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro, posteriormente à integralização, 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 78 por direito anterior a ela (integralização) este responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo 1.005). RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS LTDAS A responsabilidade do sócio nas LTDAs é restrita ao valor de suas quotas, porém, os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. Esse item também é campeão de cobranças! Levem para a prova. Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Ou seja, um fornecedor da empresa que não recebeu seus créditos poderá, após executado o patrimônio social e não verificada a integralização completa deste, executar qualquer dos sócios para responder às dívidas até o limite faltante para a integralização completa do capital, havendo, ulteriormente, direito a regresso contra o sócio remisso. Cada sócio responde pelo valor de sua quota e todos terão responsabilidade solidária pela integralização do capital social. Após esta integralização do capital, se a sociedade vier a sofrer perdas irreparáveis em razão das operações efetivadas, proceder-se-á à redução do capital social, diminuindo-se proporcionalmente o valor nominal das quotas de cada sócio. Segundo o Código: Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do contrato: I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis; II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade. Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando- se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembléia que a tenha aprovado. Assim, se existem 10 sócios com uma quota de R$ 1.000,00 cada, totalizando um capital social de R$ 10.000,00 e a sociedade tem uma perda irreparável de R$ 5.000,00. A quota de cada um será reduzida também nesta proporção (50% neste exemplo). CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES LIMITADAS Com fulcro no Código Civil: 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 78 Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social. Veja que a cessão de quotas pode ser feita a sócios, independentemente da anuência. Contudo, se houver um estranho (um não-sócio) ao quadro societário a doação não poderá ser resistida por mais de um quarto do capital social. ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA Nas sociedades limitadas a administração pode ser exercida por sócios ou não-sócios. Para o exercício da administraçãopor não-sócio, há de constar expressa previsão em contrato social. Nas limitadas, a administração compete exclusivamente às pessoas naturais, sendo vedada a administração por pessoa jurídica (CC, art. 997, VI c/c art. 1.054). OBS: Nas sociedades em nome coletivo e em comandita simples, existe expressa vedação do Código ao exercício da administração por não-sócios (CC, art. 1.042 e 1.046). O administrador designado em ato separado terá trinta dias para investir-se no cargo, o que se dará mediante termo de posse no livro de atas da administração. Não havendo a posse no prazo citado, a designação tornar-se-á sem efeito (art. 1.062). A contar da investidura, o administrador terá dez dias para requerer a averbação de sua nomeação no registro competente (CC, art. 1.062, §2). O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade (CC, art. 1.012). O Código Civil prevê, em seu artigo 1.061, dois quóruns distintos para a eleição de administradores não-sócios (independentemente de a nomeação ser feita no contrato social ou em ato separado): QUÓRUM PARA ELEIÇÃO DE ADMINISTRADORES NÃO-SÓCIOS a) Se o capital social estiver totalmente integralizado, a eleição depende de 2/3, no mínimo (o contrato pode prever quórum maior), dos sócios (capital social); b) Se o capital estiver apenas parcialmente integralizado, a decisão deverá ser unânime, de todos os sócios. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 78 Já a destituição de não-sócios depende de votos correspondentes a: DESTITUIÇÃO DE ADMINISTRADORES NÃO-SÓCIOS a) mais da metade do capital social, se feita em ato separado (CC, art. 1.076, II). b) Se não-sócio foi nomeado no contrato social o quórum para destituição passa a ser de ¾ (três quartos) do capital social (CC, art. 1.076, I). Quando se tratar de nomeação de sócio para a administração, feita em contrato separado, o ato deve ser aprovado por maioria absoluta do capital social (CC, art. 1.076, II). ATENÇÃO: todos estes quóruns são analisados em função do capital social, e não do número de sócios. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade (CC, art. 1.060, parágrafo único). A FCC, literal que é, já abordou este tema, na questão a seguir, em certame para Procurador de Jaboatão dos Guararapes: A respeito das sociedades limitadas, é correto afirmar que a administração atribuída a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquirirem essa qualidade. O item está correto. Já para a destituição de administradores que sejam sócios, temos os seguintes quóruns: DESTITUIÇÃO DE ADMINISTRADORES SÓCIOS: Sócio nomeado no contrato Æ 2/3 do capital social Sócio nomeado em ato separado Æ maioria absoluta do capital No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. Em outros termos, se o contrato social for silente, os administradores têm permissivo para praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo a venda ou a oneração de bens imóveis, que depende da decisão da maioria dos sócios, salvo se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da sociedade.Para os bens móveis essa regra não é necessária. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 78 CONSELHO FISCAL NAS SOCIEDADES LIMITADAS O Conselho Fiscal é um órgão colegiado, criado para se acompanhar e fiscalizar, de perto, a gestão da atividade. As sociedades limitadas podem possuir conselho fiscal, composto por três ou mais membros, sócios ou não, residentes no país (CC, art. 1.066). Já nas sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho Fiscal, conforme determina o artigo 161 da Lei 6.404/76. Para a prova: O conselho fiscal possui atribuições previstas no artigo 1.069 do CC. Senão vejamos. Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato social, aos membros do conselho fiscal incumbem, individual ou conjuntamente, os deveres seguintes: I - examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas; II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames referidos no inciso I deste artigo; III - exarar no mesmo livro e apresentar à assembléia anual dos sócios parecer sobre os negócios e as operações sociais do exercício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico; IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à sociedade; V - convocar a assembléia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes; VI - praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos a que se refere este artigo, tendo em vista as disposições especiais reguladoras da liquidação. 83395105172 Direito Empresarial para SEFAZ/PE Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 78 É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente (CC, art. 1.066, §2º). DELIBERAÇÕES NAS SOCIEDADES LIMITADAS Em regra, as decisões da empresa são tomadas por seu administrador ou por seus administradores. Para decidir sobre a compra de uma matéria-prima, contratação de um pedreiro, etc. não há necessidade de reunião entre os sócios. Todavia, algumas matérias a lei dedicou à deliberação social, sem prejuízo de outras que estejam previstas no contrato social, são elas: Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato: I - a aprovação das contas da administração; II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado; III - a destituição dos administradores; IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; V - a modificação do contrato social; VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação; VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; VIII - o pedido de concordata (Substituída pela recuperação judicial). Essas deliberações são tomadas por assembléia de sócios. Porém, nas limitadas com menos de 10 sócios, podemos substituí-la pela chamada reunião de sócios. A diferença entre uma e outra encontra-se no rito. A assembléia está prevista no próprio Código, enquanto que a reunião segue rito previsto no próprio contrato social. A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas (CC, art. 1.072, §3º). As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes (CC,
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