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Trabalho da Zeima: Ministério Público- função administrativa

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INTRODUÇÃO
O Ministério Público é, na sociedade moderna, a instituição destinada à preservação dos valores fundamentais do Estado enquanto comunidade. E a Constituição Federal de 1988 define-o de acordo com o art. 127, como “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. Estando elencados na CF/88 nos artigos 127 ao 130-A, no capítulo denominado Funções essenciais à Justiça. 
Hoje o ofício de Ministério Público é bastante diversificado.
Na esfera criminal, pode investigar diretamente as infrações penais, bem como tem o ofício de promover em juízo a apuração dos delitos e a responsabilização dos seus autores, zelando pelos interesses gerais da sociedade.
Agora têm assento constitucional às atribuições ministeriais de promover, com exclusividade, a ação penal pública, bem como de requisitar inquérito policial e diligências investigatórias. 
A Constituição de 1988 conferiu-lhe, ainda, o relevante papel de exercer o controle externo sobre a atividade policial, na forma da lei complementar do Ministério Público local, sem prejuízo das normas gerais que venham a ser fixadas em lei nacional. 
No campo criminal, porém, não é o promotor de justiça obrigado a acusar: tem plena liberdade de convicção e de atuação. Não só pode como deve pedir a absolvição ou recorrer em favor do acusado, caso se convença da sua inocência. Igualmente, pode impetrar habeas corpus em benefício do acusado, se entender que sofre ele constrangimento ilegal. 
Pode ainda exercitar a chamada administração pública de interesses privados (nas habilitações matrimoniais, na fiscalização de fundações, na aprovação de acordos extrajudiciais). 
Na esfera cível, o papel do Ministério Público é tão relevante como na esfera criminal, e ultimamente suas atribuições vêm crescendo significativamente. Pode ser órgão agente, quando toma iniciativa de provocar o Poder Judiciário em inúmeras ações (não só nas hipóteses mais conhecidas, como nas de interdição ou nas de nulidade do casamento, mas também nas de declaração de inconstitucionalidade, nas de nulidade de ato jurídico em fraude à lei, nas de destituição do pátrio poder, nas rescisórias, nas de defesa de interesses difusos — como o meio ambiente, o consumidor e o patrimônio cultural —, nas ações civis ex delicto etc.). Pode ainda oficiar numa infinidade de feitos como órgão interveniente, seja porque, diante da qualidade de uma parte, deva zelar pela indisponibilidade de seus interesses ou suprir alguma forma de inferioridade (p. ex. a presença de incapaz, de índios, de fundação, de massa falida, de vítima de acidente do trabalho, de herança jacente), seja ainda porque, pela natureza da lide, exista um interesse público a zelar (p. ex., questões de família, de estado, de testamento, de mandado de segurança ou ação popular). 
O texto constitucional ora em vigor conferiu ao Ministério Público ampla legitimidade ativa e interventiva, na área cível, para defesa de interesses sociais e individuais indisponíveis, de interesses difusos e coletivos (arts. 127 e 129, III). 
Cabe ainda aos seus órgãos o relevante encargo de atender o público, um dos canais mais adequados para o zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição. No atendimento ao público, orientam os necessitados, obtêm acordos, fazem conciliações, homologam transações extrajudiciais. Nesse campo, especial relevo têm suas funções de atender as questões de família ou de menores, de acidentados do trabalho, dos deficientes e dos necessitados em geral. 
A atual Constituição ainda prevê a intervenção de órgãos do Ministério Público junto aos tribunais e conselhos de contas. 
Mas é justamente para que hoje, na abertura democrática, as maiores e mais importantes instituições civis cumpram sim o verdadeiro papel de defesa dos interesses da coletividade — interesses esses que não se confundem com os dos governantes. 
O Ministério Público, assim como o Judiciário, não podem, jamais, ser servil a governo ou governante algum. Por isso necessita de estrutura segura.
a) Instituição permanente 
Diz a Constituição que o Ministério Público é instituição permanente. Tem a destinação permanente de defender a ordem jurídica, o próprio regime democrático e ainda os interesses sociais e individuais indisponíveis, inclusive e principalmente perante o Poder Judiciário, junto ao qual tem a missão de promover a ação penal pública. 
b) Zelo das principais formas de interesse público 
Destina-se o Ministério Público à defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis: em última análise, trata-se do zelo do interesse público.
c) Prestação jurisdicional
O Ministério Público tem inúmeras funções exercidas independentemente da prestação jurisdicional, como na fiscalização de fundações e prisões, nas habilitações de casamento, na homologação de acordos extrajudiciais, no atendimento ao público. 
É o Ministério Público essencial à prestação jurisdicional. 
d) A defesa da ordem jurídica 
O novo texto constitucional menciona a defesa da ordem jurídica como objetivo da atuação ministerial (art. 127). 
Há muito consagrado o Ministério Público como instituição fiscal da lei, essa sua destinação constitucional deve ser compreendida à luz dos demais dispositivos da Lei Maior que disciplinam sua atividade, e, em especial, à luz de sua própria finalidade de interesses sociais e individuais indisponíveis. Além disso, não se pode olvidar que o art. 129, IX, lhe veda exercer outras funções que não sejam compatíveis com sua finalidade, como, por exemplo, a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
e) Ministério Público e democracia 
Há estreita ligação entre democracia e um Ministério Público forte e independente. 
Já na Exposição de Motivos do primeiro texto legal que deu organicidade à instituição, na abertura da República, dizia Campos Salles: “O Ministério Público é instituição necessária em toda organização democrática e imposta pelas boas normas da justiça, à qual compete: velar pela execução das leis, decretos e regulamentos que devem ser aplicados pela Justiça Federal e promover a ação pública onde ela convier”.
O Ministério Público é instituição que só atinge sua destinação última em Ora, para tornar concreto o mandamento constitucional de que o Ministério Público está a serviço da defesa do regime democrático, mister é que tome ele, por exemplo, a iniciativa de propor mandado de injunção, quando a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, como, por exemplo, a falta de regulamentação da participação popular nas decisões políticas, quer pelo plebiscito, quer pelo referendo, quer pela iniciativa do processo legislativo ; mister é que proponha ações diretas de inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional ; mister é que intervenha na fiscalização de todo o processo eleitoral, bem como nas hipóteses de perda ou suspensão de direitos políticos, e no zelo do livre funcionamento dos partidos políticos.
f) Defesa dos interesses indisponíveis 
Como ficará demonstrado neste trabalho, em suas atividades institucionais o Ministério Público sempre busca um interesse público — mais propriamente o interesse público primário, a que já nos vimos referindo. 
Ora, a Constituição destina o Ministério Público, de forma prioritária, ao zelo dos mais graves interesses da coletividade, ou seja, o dos interesses sociais 
E individuais indisponíveis. Em outras palavras, ora o interesse a zelar se relaciona de modo indeterminado com toda a coletividade, ora está ligado a pessoas determinadas, mas sempre na medida em que isso consulte o interesse geral e desde que observada a norma de compatibilidade.
g) Vitaliciedade,inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos 
Foram reconhecidas aos membros do Ministério Público as mesmas garantias dos magistrados: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos — a nosso ver predicamentos necessários à maior independência funcional. 
A vitaliciedade é aquela em que o órgão não pode perder o cargo senão por sentença judiciária, sendo adquirida após o período probatório, de 2 anos de efetivo exercício do cargo. 
FUNÇÕES TÍPICAS 
Dentro da destinação institucional que lhe reservam as leis, o Ministério Público atua mais frequentemente em funções típicas, ou seja, em funções próprias ou peculiares à instituição. É o caso da promoção da ação penal pública, da promoção da ação civil pública, da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127), do zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição. 
FUNÇÕES ATÍPICAS 
Outras atribuições cometidas à instituição, entretanto, são-lhe ou foram-lhe atípicas, caso confrontadas com a destinação global do Ministério Público. 
Foi o caso, por exemplo, da já mencionada representação judicial dos interesses patrimoniais da União, hoje vedada à instituição, assim como agora também lhe é proibida a consultoria jurídica de entidades públicas, à só exceção do art. 29, § 5º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Ainda exercita atualmente o Ministério Público algumas funções atípicas, como no patrocínio do reclamante trabalhista, bem como nas hipóteses em que está autorizado a prestar supletiva assistência judiciária, nas de substituição processual do revel ficto, e das vítimas de crime nas ações ex delicto (CPP, art. 68). Doravante, nestas últimas hipóteses, segundo disponha a legislação infraconstitucional, é possível admitir a atuação supletiva ou substitutiva da defensoria pública.
FUNÇÕES EXCLUSIVAS E CONCORRENTES 
Interessante será agora nos determos na análise das funções do Ministério Público, que basicamente se resumem em promover a aplicação e a execução das leis, no zelo de interesses sociais ou individuais indisponíveis (arts. 127 e 129). 
Dentro de seus misteres, ora a função institucional lhe deve ser privativa (como promover a ação penal pública — CR, art. 129, I), ora as exerce sem exclusividade (como a função de defensor do povo, ou a de promover a ação civil pública, ou a de exercer outras funções compatíveis com sua finalidade). 
DEVERES 
Além da obrigação de zelar pelo prestígio da justiça, pela dignidade das próprias funções e pelo respeito aos magistrados, advogados e colegas de profissão, o art. 22 da Lei Complementar n. 40/81 impõe inúmeros deveres aos membros do Ministério Público. 
Entre estes se encontra o importante dever — posto nem sempre bem visto — de relatar e fundamentar seus atos (inc. II). Esse dever hoje tem assento na própria Constituição (art. 129, VIII). Refere-se a Lei Complementar ao dever de efetuar relatório e fundamentar suas manifestações, “em cada ato”; por sua vez, a Lei Maior menciona a necessidade de indicar “os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais”. Como já vimos, deve ser entendido que as leis querem referir-se, apenas, à necessidade de fundamentar as manifestações processuais e os atos ministeriais equivalentes aos do juiz nas decisões e na sentença. Em outras palavras, há necessidade de fundamentar os atos ministeriais de maior relevo no processo (alegações finais, memorial, razões ou contra razões de recurso, manifestação sobre algum incidente processual relevante, ou mesmo promoção de arquivamento de inquérito civil ou policial). Como já vimos anteriormente, não se justifica que alcancem tais exigências as meras cotas de andamento ou requisições de inquéritos ou diligências que sejam necessárias antes ou fora de autos de processos judiciais. A exigência só atinge as promoções ministeriais equivalentes, na oportunidade, às decisões interlocutórias ou às sentenças.
FALTAS E PENALIDADES 
As sanções disciplinares estão previstas no art. 25, assegurada sempre ampla defesa; são elas: advertência, censura, suspensão e demissão. 
Como as próprias vedações constitucionais não estão sancionadas na Lei Complementar em vigor (CR, art. 128, § 5°, II), todo o quadro disciplinar deve ser revisto na legislação infraconstitucional. 
Sob a Constituição de 1988, a perda do cargo só poderá ser imposta por sentença judicial transitada em julgado (art. 128, § 5º, I, a). 
Note-se que a remoção compulsória passou a ser sempre penalidade, pois que sua aplicação pressupõe ampla defesa. 
Nem sempre a suspensão é considerada penalidade, como em casos de problemas mentais, (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado). 
RESPONSABILIDADE PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA 
Pelo exercício regular de suas funções, o órgão do Ministério Público não responsabiliza a si mesmo, e sim ao Estado. Os agentes políticos “atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais. Não são funcionários públicos em sentido estrito, não se sujeitando ao regime estatutário comum (...). Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos juízes nos seus julgamentos e, para tanto, ficam a salvo de responsabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira ou abuso de poder”.
VENCIMENTOS, VANTAGENS E DIREITOS 
Além dos vencimentos, a lei prevê algumas vantagens para os órgãos ministeriais (LC n. 40/81, art. 37): ajuda de custo, para despesas de transporte e mudanças; auxílio-moradia, nas comarcas em que não haja residência oficial para o promotor de justiça; salário-família; diárias; verba de representação; gratificação adicional por tempo de serviço; gratificação de magistério, por aula proferida em curso oficial de preparação para carreira ou escola oficial de aperfeiçoamento; gratificação pelo efetivo exercício em comarca de difícil provimento. 
A CARREIRA
Normas gerais federais (CR, art. 61, § 1º, II, d) e locais (CR, art. 128, § 5º) organizarão o Ministério Público em carreira, na qual se ingressará por concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil (CR, art. 129, § 3º; LC n. 40/81, arts. 45 e s.). 
ROCESSO CIVIL EM GERAL 
No processo civil, a posição do Ministério Público assume as mais variadas formas: pode ser autor (ação civil pública para defesa do meio ambiente, do consumidor, do patrimônio cultural; ação de nulidade de casamento; interdição etc.); representante da parte (assistência judiciária supletiva ao necessitado); substituto processual (do incapaz ou do revel ficto); interveniente em razão da natureza da lide, desvinculado a priori dos interesses de quaisquer das partes (o chamado custos legis, quando oficia em autos de mandado de segurança, ação popular, questão de estado); ou interveniente em razão da qualidade da parte (incapaz, acidentado do trabalho, indígena, pessoa portadora de deficiência etc.). 
CONCLUSÃO
Portanto o Ministério Público é um órgão de suma importância para o bom funcionamento do Estado. E sendo dotados de garantias seus membros podem exercer suas funções com todo afinco e destemor.
Vale ressaltar que os direitos dos cidadãos, por diversas vezes são colocados a mercê, deixados de lado pelo Estado, e já que o Judiciário, não é capaz de resolver a desigualdade, fazendo a devida “justiça”, então nós cidadãos devemos recorrer ao Ministério Público, que deve ser fortalecido, cada vez mais.

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