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SISTEMAS ECONÔMICOS Curso Técnico em Administração – 2016 E. E. Profa. Elza Carneiro Franco Professora: Cláudia Gomes 1 1 ASPECTOS HISTÓRICOS 1.1 A CIÊNCIA ECONOMICA No mundo globalizado, quando se fala em administração de organizações, tem-se que pensar em administração estratégica e, quando se fala em administração estratégica, pensa-se em organizações como parte de um ambiente que oferece, às organizações nele inseridas, uma série de ameaças e oportunidades. O objetivo principal do estudo da economia para o administrador de organizações é compreender o ambiente econômico no qual as empresas estão competindo, enquanto fator de ameaças e oportunidades para as organizações. Entender os conceitos econômicos podem ajudar na sobrevivência das empresas e dos cidadãos. O estudo sistemático da Economia é relativamente recente, embora a atividade econômica e os problemas dela decorrentes tenham sempre despertado a atenção dos povos. Em todas as épocas da História as nações procuram resolver eficientemente seus problemas de natureza econômica. Mas, só a partir do século XVII, é que a Economia apontou como ciência. Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós (casa) e nomos (norma, lei). Pode ser compreendida como “administração da casa”, pois, administrar uma casa é algo bastante comum na vida das pessoas. Portanto, é interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da economia. Portanto, a economia é uma ciência social que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê- las. Assim sendo, esta ciência está intimamente ligada à política das nações e à vida das pessoas, sendo que uma das suas principais funções é explicar como funcionam os sistemas econômicos e as relações dos agentes econômicos, propondo soluções para os problemas existentes. A fim de saber como ocorrem as relações entre os indivíduos e as organizações na sociedade, do ponto de vista da produção, distribuição e do consumo de bem e serviços em geral, essa ciência observa como são alocados os recursos (fatores de produção) disponíveis, bem como são administrados. O Bem, é tudo o que tem utilidade para satisfazer uma necessidade ou suprir uma carência. Enquanto o Serviço, implica numa atividade intangível que proporciona um benefício sem resultar na posse de algo. A Economia é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes. 2 Faça uma reflexão a partir de: Como você e sua família tomam decisões no dia a dia? Que tarefas cada membro deve desempenhar e o que cada um vai receber em troca? Quem vai preparar o almoço e o jantar? Quem vai lavar e passar? Que aparelho de televisão vai ser comprado? Que carro vai ser adquirido? Onde passar as férias de final de ano? Quem vai? Onde vai ficar? O que você entende por necessidade humana? Isso mesmo! A necessidade humana envolve a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. Todas as pessoas sentem necessidade de adquirir alguma coisa, sentem desejo tanto por alimentos, água e ar, quanto por bens de consumo como comprar sapatos, sabonete, televisão, computador, geladeira etc. Da mesma forma que uma família precisa satisfazer suas necessidades uma sociedade também precisa fazer o mesmo. Aliás, precisa definir o que produzir, para quem produzir, quando produzir e quanto produzir. Em linhas gerais, a sociedade precisa gerenciar bem seus recursos, principalmente se considerarmos que estes, de maneira geral, são escassos. Podemos dividir as necessidades humanas em: Primárias ou vitais – São aquelas imperiosas, isto é, que devem ser satisfeitas para garantir a subsistência do homem. Exemplo: alimentação, habitação, vestuário, medicamentos, etc. Secundárias ou artificiais – São aquelas criadas pela civilização do homem. O não atendimento implica apenas num sofrimento não fatal. O homem pode viver sem saciar as necessidades secundárias. Exemplo: cinema, rádio, perfumes, gravata, etc. Assim como uma família não pode ter todos os bens que deseja, ou seja, dar aos seus membros todos os produtos e serviços que desejam, uma sociedade também não pode fazer o mesmo. A razão para que isso aconteça está na escassez, isto é, quando os recursos são limitados em termos de quantidade disponível para uso imediato. 3 1.2 DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA Economia Descritiva → Teoria Econômica [Micro / Macro] Política Econômica ↓ ↓ Economia Positiva Economia Normativa Economia Descritiva: trata da identificação do fato econômico. É a partir dos levantamentos descritivos sobre a conduta dos agentes econômicos que se inicia o complexo de conhecimento sistematizado da realidade no campo da economia positiva. É através dela que a realidade começa a ser submetida a um criterioso tratamento no sentido de que possam ser analisados as relações básicas que se estabelecem entre os diversos agentes que compõem o quadro da atividade econômica. Teoria Econômica: a teoria econômica é o compartimento central da economia. É possível ver um ordenamento lógico aos levantamentos sistematizados fornecidos pela economia descritiva, produzindo generalizações que sejam capazes de ligar aos fatos entre si, desvendar cadeias de ações manifestadas e estabelecer relações que identifiquem os graus de dependência de um fenômeno em relação a outro. Surgiram então em decorrência conjunto de princípios, de teorias, de modelos e de leis fundamentadas nas descrições apresentadas. A teoria econômica adota duas posições distintas na apresentação e análise do fenômeno econômico, estas posições são conhecidas como microeconomia e macroeconomia. A microeconomia é aquela parte da teoria econômica que estuda o comportamento das unidades, tais como os consumidores, as indústrias e empresas, e suas inter-relações. A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia que, porém, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países. Política Econômica: os desenvolvimentos elaborados pela teoria econômica servem a política econômica. Nesse campo de estudo é que serão utilizados os princípios, as teorias, os modelos e as leis. A utilização terá a finalidade de conduzir adequadamente a ação econômica com vistas a objetivos pré-determinados. Quando se emprega a expressão política econômica governamental está se referindo as ações práticas desenvolvidas pelo governo com a finalidade de condicionar, balizar e conduzir o sistema econômico no sentido de que sejam alcançados um ou mais objetivos politicamente estabelecidos. 4 A economia positiva trata a realidade como ela é. A economia normativa considera mudanças nessa mesma realidade, propondo como ela deve ser. Uma posição positiva pode ser refutada ou aceita, já uma posição normativa depende de juízos de valor, pessoais e subjetivos. A economia descritiva e a teoria econômica situam-se, preponderantemente, no campo da economia positiva. A política econômica é, preponderantemente, normativa. 1.3 O ESTUDO ECONÔMICO SE DIVIDE TAMBÉM EM MICRO E MACROECONÔMICO. MICROECONOMIA: Também conhecidacomo teoria dos preços, estuda a formação de preços no mercado de modo a estudar como o consumidor interage e decide qual o preço e quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos. Lida com a oferta de um determinado bem ou serviço em relação as preferências dos consumidores (demanda). Portanto, estuda como as famílias e empresas tomam decisões e como elas interagem em mercados específicos; ESTUDA O FUNCIONAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA, E A FORMAÇÃO DO PREÇO DE MERCADO. O foco de análise da microeconomia são as reações dos compradores em relação aos movimentos de preços e de renda; o comportamento do vendedor e a busca por maximização de lucro; as reações dos vendedores diante dos movimentos de preços e mudanças tecnológicas; a composição dos custos, a determinação dos preços e as estruturas de mercado; o funcionamento dos mercados competitivos e o poder de monopólio. Analisar a produção de determinados bens e serviços de empresas individuais e do custo específico com determinados produtos feitos em mercados delimitados. A unidade de estudo é a parte, e não o todo. Ex.: Visa explicar como a empresa individual decide qual será o preço de venda de um produto; qual o montante de produção maximizará seus lucros e qual a combinação mais baixa possível de custos de mão-de-obra, matérias-primas, e outros insumos para a obtenção de um determinado produto. Observa também a forma pela qual o consumidor determina a distribuição dos seus gastos entre os muitos produtos e serviços que estão a sua disposição, de tal modo que possa maximizar o benefício auferido. Portanto, a microeconomia toma como dados o produto, o emprego e o dispêndio global, com todos os bens e serviços, seguindo no exame de como os recursos são alocados entre as várias empresas individuais e da forma pela qual os preços dos vários produtos dessas empresas são estabelecidos. 5 MACROECONOMIA: Visa estudar, medir e observar uma economia nacional ou regional como um todo, de modo a considerar as variáveis globais como consumo agregado, renda nacional e investimentos globais. Este estudo abrange o nível geral de preços, emprego e desemprego, renda nacional, produto nacional, investimentos, taxa de câmbio, balanço de pagamento, inflação, investimentos, índice de desenvolvimento humano, renda per capita, poupança e consumo, estoque de moeda, políticas fiscais, monetárias, cambiais entre outros fatores. A macroeconomia observa as principais tendências obtidas através dos processos microeconômicos da economia, no que pertence principalmente à produção, geração de renda, uso de recursos, comportamento dos preços e o comércio exterior. Os desígnios principais da macroeconomia são: crescimento da economia; pleno emprego; estabilidade de preços e controle inflacionário. 2 FATORES DE PRODUÇÃO São elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais. Tradicionalmente, consideram-se como fatores de produção, a terra, o trabalho e o capital. 2.1 PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: RESULTADOS DA ESCASSEZ O QUE E QUANTO PRODUZIR? Identifica a natureza das necessidades humanas, e respectivas quantidades a serem fabricadas. Que bens devem ser produzidos e em que quantidades? COMO PRODUZIR? É uma questão técnica, que indica as várias maneiras de combinar os fatores de produção: CAPITAL + TRABALHO + RECURSOS NATURAIS Esta é uma questão que determina o conhecimento da tecnologia de produção e a eficiência produtiva PARA QUEM PRODUZIR? Envolve a questão da distribuição dos bens produzidos, ou seja, quem ou quais setores serão beneficiados pelos resultados da atividade produtiva. 6 A resposta a esta questão determina o conhecimento da afetação dos recursos em economia. Com efeito, não é indiferente, por exemplo, produzir mais Km de autoestrada ou mais habitações novas. Outros problemas: Aumento de preços: Principal vilão da Economia pois gera insegurança econômica, inflação, baixa do poder aquisitivo, etc. Diferenças salariais: Envolve baixa renda/baixo consumo, intervenções do governo, intervenções sindicais, etc. Desvalorização cambial: Gera a perda de valor da moeda corrente, queda de exportações, queda das Bolsas de Valores, etc. Taxas de juros: Gera inflação, maior demanda e pouca oferta, empréstimos / recursos, giro de mercado, etc. Elevação dos impostos: Prejudicial ao crescimento do mercado interno, queda de investimentos, baixa do poder aquisitivo, etc. 7 ATENÇÃO: O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. 2.2 ESCASSEZ E NECESSIDADES O problema econômico por excelência é a escassez. Surgiu porque as necessidades humanas são virtualmente ilimitadas, e os recursos econômicos, limitados, incluindo também os bens. Esse não é problema tecnológico, e sim de disparidade entre os desejos humanos e os meios disponíveis para satisfazê-los. A escassez é um conceito relativo, pois existe desejo de adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que a disponibilidade. Portanto eficiência produtiva e eficácia alocativa são as duas questões básicas com que defrontam todos os agentes econômicos. 8 Eficiência: maximizar o emprego dos recursos. Eficácia: otimizar as escolhas. As necessidades, os bens econômicos e os serviços: O conceito de necessidade humana, isto é, a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la é algo relativo, pois os desejos dos indivíduos não são fixos. Assim, pois, o fato real que enfrenta economia é que em todas essas sociedades, tanto nas ricas como nas pobres, os desejos dos indivíduos não podem ser completamente satisfeitos. Nesse sentido, bens escassos são aqueles que nunca se tem em quantidade suficiente para satisfazer os desejos dos indivíduos. Os bens econômicos caracterizam-se pela utilidade, pela escassez e por serem transferíveis. Os bens livres – como, por exemplo, o ar - são aqueles cuja quantidade é suficiente para satisfazer a todo o mundo. A escassez é uma situação normal da sociedade onde os recursos são limitados para satisfazer sua demanda por bens e serviços. Ex.: limite de tempo, dinheiro, matéria prima, etc. As escolhas geram um Custo de Oportunidade, que é o valor da perda quando se escolhe. Portanto, a escassez nos determina a fazer escolhas, tornando o custo de oportunidade no valor da melhor alternativa disponível quando se tem que optar entre mais de uma opção. A escassez levanta questões, pois os recursos são limitados - a “lei da escassez” estabelece que a limitação de recursos obriga a escolha entre bens relativamente escassos. 2.3 RECURSOS OU FATORES DE PRODUÇÃO 2.3.1 Trabalho População economicamente mobilizável (Trabalho). É representada por um segmento da população total, delimitado pela faixa etária apta para o exercício de atividades de produção. Os limites desta faixa variam em função do estágio de desenvolvimento da economia, sofrendo ainda a influência de definições institucionais, geralmente expressas através da legislação de cunho social. Nas economias menos desenvolvidas observa-se que a idade de acesso às funções produtivas, sobretudo no meio rural, 9 é acentuadamente mais baixa do que nas economias maduras que ostentam altos padrões de desenvolvimento econômico. De forma geral,porém, o acesso se realiza entre 15 e 25 anos e as atividades se desenvolvem ao longo de um período variável que alcança, em média de 30 e 35 anos. A extensão da faixa de ingresso é justificada pela variação dos períodos de preparação do indivíduo e ainda pelas diferenças que se encontram na legislação social de cada país quando à idade mínima de acesso ao trabalho. De outro lado, o tempo de dedicação à produção varia, essencialmente, em função do tipo de atividade desenvolvida, observando-se também aqui variações de natureza legal quanto ao período mínimo exigido para a aposentadoria espontânea ou compulsória. Além disso, há que considerar as diferenças institucionais – também decorrente do estágio de desenvolvimento e do meio em que se realizam as atividades de produção – aplicáveis à mobilização do homem e da mulher. Há diferenças acentuadas não só quanto aos regimes legais de proteção, como ainda quanto às formas de organização social, resultando diferentes períodos de vida produtiva. 2.3.2 Capital Para o exercício de suas atividades de produção, a população ativa mobiliza um variado e complexo conjunto de instrumentos e de elementos infraestruturas que dão suporte às operações produtivas, tornando-as mais produtivas, tornando-as mais eficientes. Este conjunto constitui o estoque de capital da economia. O desenvolvimento e meios de produção, associado às primeiras manifestações de construções infraestruturas, identifica-se claramente com processo de formação de capital. Desde as mais remotas culturas o homem foi acumulando riquezas destinadas à obtenção de novas riquezas destinadas à obtenção de novas riquezas. Com o passar do tempo com a acumulação e a transmissão de conhecimentos, o acervo de recursos aumentaria em progressão extraordinária. O processo de instrumentação do trabalho humano assumiria crescente complexidade, tornando cada vez mais eficiente o esforço social de produção, mas exigindo, em contrapartida, que uma considerável parcela desse mesmo esforço passasse a ser canalizada sistematicamente para o aperfeiçoamento e produção de novos e mais complexos recursos de capital. 10 2.3.3 Tecnologia Considerada como um fator de produção de natureza qualitativa. Trata-se de um elo de ligação entre a população economicamente mobilizável e os recursos de capital. Esta capacidade acumula-se, transforma-se e evolui pela permanente transmissão de conhecimento. De geração a geração evolução dos processos de produção, decorrentes do extraordinário desenvolvimento de recursos de capital cada vez mais avançados e sofisticados, os sistemas econômicos exigem um paralelo desenvolvimento da tecnologia aplicada. Esta capacidade é inerente à qualificação dos recursos humanos. O saber fazer, imprime características extremamente variadas a dado conjunto de população economicamente mobilizável. As nações desenvolvidas contam não apenas com extraordinária base de recursos de capital acumulados, mas com recursos humanos preparados para operar o complexo aparelhamento de produção do sistema. Já as economias subdesenvolvidas não apenas apresentam estoques de capital pouco eficazes e subdimensionados, como ainda recursos humanos tecnicamente despreparados. De certa forma, os processos de criação, aperfeiçoamento e acumulação de capital caminham paralelamente com o de formação de capacidade tecnológica. São, por assim dizer, duas engrenagens que se ajustam. O movimento de uma delas está necessariamente vinculado ao movimento da outra. 2.3.4 Capacidade Empresarial À semelhança da capacidade tecnológica, a capacidade empresarial é também um fator de natureza qualitativa. Trata-se do espírito empreendedor que movimenta, combina e anima os demais recursos de produção do sistema. Tanto empreendedorismo de caráter privado ou público. Assume-a o Estado, ao mobilizar recursos para atividades econômicas de produção ou de formação da infraestrutura de apoio. Assume-a, dentro das condições institucionais da livre iniciativa, o empresário privado ou os grupos de constituição privada, quando a implantação, ampliação e operação de seus empreendimentos econômicos de produção. E, tanto, num caso como no outro, a capacidade empresarial enquadra-se no domínio dos agentes dinâmicos da vida econômica. 2.3.5 Reservas Naturais O elenco de recursos com que contam os sistemas econômicos para o exercício das atividades de produção completa-se com a disponibilidade das reservas naturais. Em seu significado 11 econômico, este recurso é constituído pelo conjunto dos elementos da natureza utilizados no processamento primário da produção. O solo e a parte explorável do subsolo, as terras de pastagem e de cultura, os cursos d’água, os lagos, as florestas e ainda o próprio clima e o índice pluviométrico incluem -se entre os recursos naturais de que toda economia deve dispor, face às necessidades de suprimento manifestadas pela sociedade. A disponibilidade das reservas naturais não depende apenas das suas quantidades físicas disponíveis, mas ainda de outros fatores que viabilizam o seu efetivo aproveitamento. O estágio dos conhecimentos tecnológicos, associado à disponibilidade de recursos de capital, tem ligações diretas com o volume das reservas naturais economicamente aproveitáveis. As formas e a extensão da ocupação territorial também influenciam o nível em que as reservas naturais disponíveis serão efetivamente empregadas no processamento básico da produção – quer através da extração de matérias primas, quer aproveitando os potenciais energéticos existentes. Sendo assim, o próprio conhecimento de sua existência e o pré-levantamento de suas potencialidades condicionam as disponibilidades econômicas das reservas. 2.4 OS AGENTES ECONÔMICOS Os agentes econômicos são todos os indivíduos, instituições ou conjunto de instituições que, através das suas decisões e ações, tomadas racionalmente, intervêm num qualquer circuito econômico. Apesar de terem funções diferenciadas no circuito econômico, de produção, de consumo ou de investimento, estabelecem entre si relações econômicas essenciais. A atividade econômica e os agentes econômicos Atividade econômica caracteriza-se na produção de ampla gama de bens e serviços, cujo destino último é a satisfação das necessidades humanas. Os homens, mediante sua capacidade de trabalho, são os organizadores e executores da produção. A organização dos fatores produtivos (terra, trabalho e capital) dentro das empresas, assim como a direção de suas atividades, recai sobre pessoas ou grupos de caráter privado ou público. Na economia, os diversos papéis que desempenham os agentes econômicos, isto é, as famílias ou unidades familiares, as empresas e o setor público, podem ser agrupados em três grandes setores. 12 O setor primário abrange as atividades que se realizam próximas às bases dos recursos naturais, isto é, as atividades agrícolas, pesqueiras, pecuárias e extrativas. O setor secundário inclui as atividades industriais, mediante as quais são transformados os bens. O setor terciário ou de serviços reúne as atividades direcionadas a satisfazer as necessidades de serviços produtivos que não se transformam em algo material. As empresas: Na sociedade moderna, as empresas produzem e oferecem praticamente totalidade dos bens e serviços. Ela é a unidade de produção básica. Contrata trabalho e compra fatores com o fim de fazer e vender bens e serviços. As famílias ou unidades familiares: Os diferentes agentes econômicos podem ser divididos em privados e públicos. Os agentes privados básicos são as famílias e as empresas.As funções das famílias constituem em, por um lado, consumir bens e serviços; por outro, oferecer seus recursos, isto é, trabalho e capital as empresas. Entretanto as famílias que pretendem maximizar a satisfação obtida no consumo são limitadas pelo orçamento de que dispõem. O setor público: Entende-se por setor público mais do que somente o Estado-Nação das organizações políticas atuais. O governo destaca-se como agente econômico devido às particularidades que envolvem suas ações econômicas. O governo é um agente coletivo que contrata diretamente o trabalho de unidades familiares e que adquire uma parcela da produção das empresas para proporcionar bens e serviços úteis à sociedade como um todo. Trata-se, pois, de um centro de produção de bens e serviços coletivos. Suas receitas resultam de retiradas compulsórias do poder aquisitivo das unidades familiares e das empresas, feitas por meio do sistema tributário. Além de interagir com os demais agentes econômicos, o governo é um centro de geração, execução e julgamento de regras básicas para a sociedade como um todo. Estes três agentes, em conjunto com as instituições financeiras, fazem parte de uma Economia Fechada. Contudo, e cada vez mais, deve considerar-se um quarto agente, o Exterior, com os quais os restantes agentes económicos nacionais estabelecem, num quadro de Economia Aberta, relações económicas intensas. 13 2.4.1 Bens Econômicos: A produção de bens e serviços – ou produção econômica – pode ser classificada em três categorias, de acordo com a sua destinação: Bens e serviços de consumo: são aqueles bens e serviços que satisfazem às necessidades das pessoas quando consumidos no estado em que se encontram como alimentos, roupas, serviços médicos etc. Os bens e serviços de consumo, de uso imediatos ou duráveis, são destinados ao atendimento das necessidades da população. Nos sistemas econômicos modernos, as solicitações de bens e serviços de consumo evolvem não somente a satisfação de necessidades da fisiológicas, como principalmente o desejo (em grande parte dos casos artificialmente estimulados) de diversificação e sofisticado conjunto de produtos resultantes de atividades secundárias e terciárias. É, exatamente em decorrência destas últimas solicitações, em geral excitada por promoções desenvolvidas pelas próprias unidades de produção, que as necessidades de bens e serviços de consumo são consideradas como ilimitadas. Bens e serviços intermediários: são os bens e serviços que não atendem diretamente às necessidades das pessoas, pois precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva. Como exemplo, podemos citar as chapas de aço que são empregadas na produção de automóveis; os serviços de computação que preparam as folhas de pagamentos para empresas etc. Os bens e serviços intermediários são constituídos por insumos destinados ao reprocessamento. Esses bens reingressam no aparelho de produção da economia, para que sejam transformadas em bens capazes de atender a necessidades finais. As sementes, as fibras naturais ou sintéticas, os minérios e uma multiplicidade de outros bens da mesma natureza são identificados como intermediários. No campo dos serviços, há também os que apenas se destinam a servir de suporte para as atividades de produção do sistema. Esses também são considerados intermediários, uma vez que se destinam a atender às exigências operacionais das empresas e não às necessidades finais da sociedade. A todos os bens e serviços desta categoria, ao retornarem às unidades de produção, são adicionados novos esforços ativos, que não apenas modificarão suas características, como também o seu valor econômico. Em cada uma delas mobilizam-se novos recursos e combinam-se novos fatores, elevando-se em consequência a soma dos valores adicionados. 14 Bens de capital: também não atendem diretamente às necessidades dos consumidores, mas destina-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo produtivo, como as máquinas, as estradas etc. Os bens de capital são constituídos por uma categoria especial de bens filiais. São bens que, embora não destinados ao consumo, consideram-se como terminais em relação aos fluxos de produção de que se originaram. As bases infra estruturais da economia (constituídas por ferrovias, portos hidrelétricas, rodovias, entrepostos de abastecimento e outros recursos fixos de utilização coletiva), somadas às edificações fabris, aos implementos agrícolas, aos equipamentos industriais e a outros instrumentos de produção, são exemplos típicos de bens desta terceira categoria. Estes bens, através das atividades de investimento, destinam-se a se incorporar ao estoque de capital da economia. Nesse sentido, não atendem diretamente às necessidades humanas de consumo. Todavia, ao se incorporarem ao estoque disponível de capital, quer para sua manutenção, renovação ou ampliação, aumentam a eficiência do trabalho humano, constituindo-se numa das fontes mais significativas do processo de crescimento econômico. 3 SISTEMAS ECONÔMICOS Sistemas econômicos é o ramo da economia que estuda os métodos e instituições pelas quais sociedades determinam a propriedade, direção e alocação dos recursos econômicos e as suas respectivas trajetórias de desenvolvimento econômico. Um sistema econômico de uma sociedade é a unidade de análise. Entre sistemas contemporâneos em diferentes partes do espectro organizacional estão os sistemas socialistas e os sistemas capitalistas, nos quais ocorre a maior parte da produção, respectivamente em empresas estatais e privadas. Entre esses extremos estão as economias mistas. Pode ser definido também como sendo a forma política, social e econômica pelo qual está organizada uma sociedade. Atualmente, os sistemas econômicos podem ser classificados em: CAPITALISMO: Conhecido também como economia de mercado é regido pelas forças de mercado, predominantemente a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. O capitalismo, conforme descrito por Adam Smith é um modelo de sistema econômico baseado na propriedade privada e no capital. Ele entende que a sustentação de um sistema é a compra e venda de produtos e serviços, onde o indivíduo produz e vende o que ele sabe produzir, e 15 compra o que ele não sabe. Ainda segundo essa teoria, as relações de oferta e demanda, bem como o preço, se regulam automaticamente no mercado, através de uma força que o Adam Smith chamou de "mão invisível do mercado". Já a livre iniciativa é o conceito sobre como surge a atividade econômica, ou seja: todos têm o direito de abrir um negócio e participarem de um mercado. Os bens de produção são acessíveis a todos que tenham interesse. A livre iniciativa está associada ao capitalismo tradicional e ao liberalismo, que é a não-intervenção do Estado na economia. Já no comunismo, as pessoas não têm o direito de abrir empresas, sendo que são todas controladas pelo estado. O sistema capitalista predomina na maioria dos países industrializados ou em fase de industrialização e sua economia baseia-se na separação entre trabalhadores juridicamente livres, que dispõem, apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas, os quais são proprietários dos meios de produção e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado) visando à obtenção de lucros. Encontra-se a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, onde na Europa surge uma nova classe social: a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiuna através de atividades comerciais. Neste contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista: lucro, acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios. O Capitalismo Comercial (Primeira Fase), estende-se do século XVI ao XVIII. A Segunda Fase (Capitalismo Industrial) tem no século XVIII, onde a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão de obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato. Na Terceira Fase do Capitalismo dito Monopolista-Financeiro Iniciado no século X, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje. Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro 16 de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vários países, mantendo um comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase real. Atualmente, o surgimento de novos paradigmas tecnológicos no contexto da globalização financeira e da informação está trazendo fortes modificações ao mundo atual, em que a inovação e a competição estão cada vez mais presentes como motoras do desenvolvimento das economias. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), assim como o fomento à educação e a sinergia entre os atores sociais têm um papel fundamental para a inovação e a difusão de novas tecnologias; estas, por sua vez, possibilitam ganhos de competitividade para as empresas e, por consequência, para o país. SOCIALISMO: Também conhecida como economia centralizada, ou ainda economia planificada, as questões fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamadas nessas economias de meios de produção, englobando os bens de capital, terra, prédios, bancos, matéria-prima etc. o sistema socialista tem suas doutrinas e movimentos políticos voltados para os interesses dos trabalhadores, priorizando eliminar as diferenças entre as classes sociais e planificar a economia, para obter uma distribuição racional e justa da riqueza social. A história do socialismo encontra suas origens na Revolução Francesa e nas mudanças trazidas pela Revolução Industrial, apesar de ele ter precedentes em movimentos e ideias anteriores. O termo 'socialismo' é geralmente atribuído a Pierre Clitóris em 1834, que chamou de socialismo "a doutrina que não desistiria dos princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade" da Revolução Francesa de 1789, ou a Marie Roch Louis Reybaud na França, ou então na Inglaterra a Robert Owen, que é considerado o pai do movimento cooperativo. As maiorias dos socialistas daquele período se opuseram aos deslocamentos trazidos pela Revolução Industrial. Eles criticaram o que conceberam como injustiça, desigualdades e sofrimentos gerados pela revolução e o mercado livre, laissez faire, no qual ela se sustentava. Em 1945 Partidos Socialistas Europeus no poder eram consideradas administrações socialistas por alguns. No Reino Unido, Herbert Morrison disse que "Socialismo é o que a mão-de-obra do governo faz", enquanto Aneurin Bevan argumentou que o socialismo requer que "os principais setores da economia sejam trazidos para o poder público", com um plano econômico e democracia dos trabalhadores. Alguns argumentaram que o capitalismo havia sido abolido. Os governos socialistas estabeleceram a 'economia mista' com nacionalizações parciais e bem- estar social. Em 1968 a longa Guerra do Vietnã (1959-1975) fez surgir a Nova Esquerda, 17 socialistas que tendiam a ser críticos à URSS e à Social Democracia. Anarco-Sindicalistas, alguns elementos da Nova Esquerda e outros preferem controle descentralizado e coletivo na forma de cooperativas ou conselhos operários. Nas décadas recentes, partidos socialistas europeus redefiniram seus objetivos, e reverteram suas políticas sobre nacionalização. O socialismo sofreu suas maiores derrotas devido ao colapso do comunismo na União Soviética e em outros Estados do leste europeu. Muitas outras sociedades seguiram os passos da Grã- Bretanha e desnacionalizaram suas indústrias. Contudo, hoje existem alguns programas inspirados no socialismo e qualquer programa que prega a redistribuição de riquezas pode ser considerado socialista. Por exemplo, o imposto que os Estados Unidos impõem aos cidadãos para sustentar o sistema de bem-estar social, o qual fornece ajuda aos cidadãos financeiramente insustentáveis, pode ser considerado um programa socialista. Os sistemas de saúde como o Medicare e o Medicaid estão na mesma categoria. Outro exemplo de programa socialista é o sistema de saúde do Canadá. Os defensores desse sistema argumentam que ele fornece assistência de saúde gratuita para aqueles que de outra forma não seriam segurados, ou estariam sem cobertura completa. Eles também afirmam que o custo crescente da saúde em lugares como os Estados Unidos é causado pelas empresas de seguro saúde voltadas para o lucro, pelos hospitais com fins lucrativos e pela indústria farmacêutica. SOCIEDADE MISTA: Uma economia mista é uma forma de economia que combina dois ou mais modelos econômicos distintos. Como sistemas econômicos são complexos e geralmente híbridos, utilizam-se critérios de avaliação de sistemas econômicos ou modos de produção "ideais", como o feudalismo, capitalismo, socialismo. Na maior parte dos casos, tratam-se de padrões ou modelos mais específicos, híbridos de variações de um sistema, intermediários entre padrões distintos como o capitalismo de mercado liberal e o capitalismo politicamente orientado. Na atualidade, o conceito de "economia mista" é muito usado como sinônimo de modelos mistos entre economia de mercado e economia orientada, planejada, ou ainda economia planificada. Como modelos ideais puros nunca existiram, teoricamente todo sistema econômico poderia ser considerado misto em algum grau. Muitas vezes o conceito de economia mista também é usado também como sinônimo de modelo híbrido entre grandes sistemas socioeconômicos como o capitalismo e o socialismo, embora existam diferentes modelos de regulação econômica nestes dois sistemas. Algumas fontes preferem o uso do termo "economia dirigida" em vez "socialismo" na definição da economia mista. 18 Na avaliação da presença de características teoricamente típicas de um modelo ou do outro: características de capitalismo de mercado (livre comércio, livre mercado, desregulamentação de preços e salários, propriedade privada dos meios de produção) ou de planejamento econômico centralizado (planejamento econômico, planejamento da produção, preços e salários, regulação da economia, propriedade estatal dos meios de produção). Características Relevantes: Capitalismo - O Lucro que são valores vindo de resultadode trabalho e geração de serviços e venda, tendo como objetivo principal o acumulo de capital; A Propriedade Privada As propriedades tem dono, ou seja, são bens particulares de utilização individual; A Economia de Mercado: O mercado regula preços, estoques e produção, baseado pelo processo de oferta e procura. O Estado intervém apenas em casos delicados, com medidas para garantir uma economia equilibrada. E por fim a Divisão de Classes, essa é a característica mais marcante desse sistema, uma pequena parte da população são os que detêm a maior parte do capital, donos das grandes fábricas, empresas ou serviços, na outra classe, a grande maioria, são os proletariados, recebem por seu trabalho, e tem, ou pelos é para ter, direito garantido a saúde, transporte, alimentação e lazer, todos de qualidade. Porém, sabemos que isso não é o que acontece. Possuem salários baixos e não tem garantido do Governo necessidade básicas e serviços públicos de qualidade. Resumindo este contexto, podemos identificar as seguintes características capitalistas: busca dos lucros, uso de mão de obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais. Socialismo - As características do socialismo são completamente diferentes em relação ao capitalismo, a seguir veja os principais aspectos socialistas: Meios de produção socializados: no socialismo toda estrutura produtiva, como empresas comerciais, indústrias, terras agrícolas, dentre outras, são de propriedade da sociedade e gerenciados pelo Estado. Toda riqueza gerada pelos processos produtivos é igualmente dividida entre todos; Inexistência de sociedade dividida em classes: como os meios de produção pertencem à sociedade, existe somente uma classe; a dos proletários. Todos trabalham em conjunto e com o mesmo propósito: melhorar a sociedade. Por isso não existem empregados nem patrões; Economia planificada e controlada pelo Estado: o Estado realiza o controle de todos os segmentos da economia e é responsável por regular a produção e o estoque, o valor do salário, controle dos preços e etc. Configuração 19 completamente diferente do sistema liberal que vigora no capitalismo, no qual o próprio mercado controla a economia. Dessa forma, não há concorrência e variação dos preços. No socialismo as indústrias de produção, como as grandes empresas, espaços de terra, indústrias de comércio, tecnologia, e diversos outras são propriedade da sociedade e apenas gerenciadas por um governo, evitando assim a concentração de renda nas mãos de poucos. Outra ideologia muito forte é a total erradicação da divisão de classes, não existindo os burgueses e os proletariados. Todos são iguais trabalhadores e produtores, sendo dividida toda a riqueza acumulada pela sociedade com a sociedade. Outra das principais características do socialismo é a intenção de estabelecer uma sociedade comunista e sem divisão de classes. Porém, atualmente as ideias comunistas se voltam para uma reforma no sistema capitalista, procurando melhorar a desigualdade social sem a necessidade de uma revolução radical. 3.1 ELEMENTOS BÁSICOS DE UM SISTEMA ECONÔMICO 1) Os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção: são os recursos humanos (trabalho), os recursos naturais (terra), o capital e a tecnologia. 2) Os agentes econômicos: são as unidades familiares, as empresas e o governo. Unidade familiares são pessoas economicamente ativas, diretamente empregadas, fornecendo recursos para o processamento das atividades primárias, secundárias e terciárias de produção. São proprietários de terras, de fábricas ou de unidades de prestação de serviços. São empregados ou empregadores, ou ainda, agentes que trabalham por conta própria. As empresas são agentes encarregados de produzir e comercializar bens e serviços, ligados por sistemas de informação e influenciados por um ambiente externo. O governo inclui todas as organizações que, direta ou indiretamente, estão sob o controle do estado, nas suas esferas federais, estaduais ou municipais. Em determinadas situações, o governo atua no sistema econômico, produzindo bens e serviços, através, por exemplo, da Petrobrás, das Empresas de Correios etc. 3) O conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: constituem a base de organização da sociedade. São os agentes econômicos que determinam o funcionamento da economia, uma vez que são as famílias que representam o conjunto de consumidores e detentores dos fatores de produção; As empresas constituem o conjunto das unidades que utilizam os fatores de produção para a produção de bens e serviços tendo como objetivo a maximização do lucro; e o governo tem 20 como objetivo a regulação e controle dos fenômenos econômicos e sociais; nesse âmbito, cabe ao governo definir políticas econômicas com o objetivo de facilitar o aumento de riqueza criada no país. 3.2 FLUXOS DA ECONOMIA Para entender o funcionamento do sistema econômico, imagina-se uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com o exterior (econômica fechada). Os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresa (unidades produtoras). As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecedores às unidades de produção (empresas) no mercado dos fatores de produção. As empresas, pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. A esse fluxo de fatores de produção, bens e serviços denominam Fluxo Real da economia. No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e serviços, enquanto as empresas os oferecem; no mercado de fatores de produção, as famílias oferecem os serviços dos fatores de produção (que são de sua propriedade), enquanto as empresas os demandam. No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. Desse modo, paralelamente ao fluxo real, temos um Fluxo Monetário da economia. Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, determinando o preço. Assim, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e serviços, enquanto no mercado de fatores de produção, são determinados os preços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis, lucros, royalties etc.). O fluxo completo incorpora o setor público, adicionando-se os efeitos dos impostos e dos gastos públicos ao fluxo anterior, bem como com o setor externo, que inclui todas as transações com mercadorias, serviços e movimento financeiro com o resto do mundo. A introdução do governo nesse modelo simplificado de fluxos reais e monetários não modifica, quanto aos seus funcionamentos, as características e o funcionamento deste sistema. Embora exerça também funções normativas e regulatórias, ao coparticipar dos fluxos econômicos fundamentais, o governo é um agente econômico como outro qualquer. Ele se apropria de uma parte da renda social e, com ela, proporciona à sociedade o suprimento de bens e serviços de uso coletivo que, de outra forma, não seriam disponibilizados. Para tanto, ele também emprega 21 e remunera fatores de produção, interagindo assim com as unidades familiares. E adquire produtos, conectando-se com as empresas. 22 Os fluxos básicos entre as unidades familiares e as empresas são mantidos, mas com três diferençassubstanciais: Redução do poder aquisitivo e da capacidade privada de acumulação. Tanto as unidades familiares quanto as empresas sofrem redução de seu poder aquisitivo ou em sua capacidade de acumulação. A redução é imposta pelo governo, através de cobrança de tributos diretos e indiretos – proporcionais à renda, progressivos ou regressivos. Realocação de renda. Operando o sistema de previdência social, o governo retira parte da renda da sociedade, tanto das unidades familiares quanto das empresas, realocando através do pagamento de transferência (seguro desemprego e aposentadoria). Reconfiguração da procura e da oferta de bens e serviços. Como agente econômico, o governo, de um lado, adquiri bens e serviços fornecidos pelas empresas e, de outro lado, fornece bens e serviços à sociedade, seja através da formação bruta de capital fixo (infraestrutura de interesses econômicos e sociais), seja pelo atendimento direto de necessidades através do suprimento de bens e serviços públicos. 3.3 CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO A curva de possibilidades de produção é um recurso que os economistas utilizam para ilustrar o problema da escassez. Sua função é demonstrar a eficiência do uso dos fatores de produção (terra, trabalho, Capital). Eficiência produtiva: Plena utilização dos recursos disponíveis Estrutura de Economia equilibrada = Eficiência produtiva A escassez de recursos faz com que haja um custo de oportunidade, quando se opta por certo bem. O deslocamento da curva de possibilidade de produção para a direita pode indicar que o país está crescendo, mas deve observar a quais custos. Isso pode ocorrer fundamentalmente tanto em função do aumento da quantidade física de fatores de produção como em função de melhor aproveitamento dos recursos já existentes, o que pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior eficiência produtiva e organizacional das empresas e melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra. Desse modo, a expansão dos recursos de produção e os avanços tecnológicos, que caracterizam o crescimento econômico, mudam a curva de possibilidade de produção para cima e para direita, permitindo que a economia obtenha maiores quantidades de ambos os bens. No deslocamento negativo, há um deslocamento da curva de possibilidade de produção para a esquerda, devido a fatores que influenciam, tais como; pestes, epidemias e guerras que 23 devastam a população, desarranjos institucionais e depressões econômicas que sucateiam os bens, redução dos investimentos de formação de capital fixo, o que implica em redução da capacidade produtiva e a prática de explorações extensivas que resultam em devastação de recursos naturais. Fatores que causam o crescimento econômico: - Aumento do investimento, sendo que mais bens de investimento tornam os trabalhadores mais produtivos, para investir mais, as pessoas têm que reduzir seu consumo corrente e poupar mais, de modo que sua poupança esteja disponível para o investimento; - Inovações surgem quando alguém descobre uma maneira de produzir mais ou melhor a partir da mesma quantidade de insumos. As inovações em tecnologia, gerenciamento e em técnicas de mercadologia podem contribuir para o crescimento econômico; - Maior divisão do trabalho, ao longo dos últimos dois séculos, permitiu que os trabalhadores se tornassem mais produtivos em suas áreas de especialização. A maior divisão do trabalho também quer dizer que os trabalhadores não estão produzindo para si mesmos, mas para outras pessoas. Assim, a especialização e o comércio caminham juntos; - Aumento nos insumos, por exemplo, mais trabalhadores, mais máquinas e mais terra. Um aumento no número de insumos leva a um maior produto e ao crescimento econômico. 24 3.3.1 Lei dos Rendimentos Decrescentes Considere a produção de um bem qualquer, na qual é utilizado pelo menos dois fatores de produção: Capital (maquinas, equipamentos, etc.) e Trabalho (mão-de-obra). Para aumentar a quantidade de produção do bem, por hipótese, você terá que aumentar a quantidade de fatores de produção, capital ou trabalho, ou os dois. Agora suponha também que um dos fatores de produção é fixo e o outro é variável. Por exemplo, o capital é fixo no curto prazo, pois não é possível aumentar o tamanho das instalações da fábrica e nem a quantidade de máquinas dentro dela, portanto o fator variável será a mão-de-obra na qual é mais fácil contratar ou demitir trabalhadores. No entanto, a medida que você aumenta a produção terá que contratar mais trabalhadores para uma mesma quantidade de máquinas, com o tempo para cada trabalhador que você contrata terá uma quantidade menor do bem, pois não há maquina suficiente para produzir mais, então essa é a lógica por trás da lei dos rendimentos decrescentes, dado que um fator é fixo o aumento do fator variável reduz a produtividade. Imagine por exemplo, uma sala de escritório com apenas 3 computadores (capital) e três estagiários (trabalho), o escritório adquire mais três estagiários e ficam dois em cada computador, isso até pode aumentar a capacidade de serviço do escritório, contudo como os estagiários terão que dividir os mesmos computadores a produção individual deles será menor do que caso cada um tivesse um computador disponível. Caso o escritório contrate mais estagiários isso reduzirá os rendimentos ainda mais, e essa é lei dos rendimentos decrescentes. Obs. se caso aumentasse a quantidade de capital na mesma proporção do trabalho, os rendimentos poderiam ser constantes, ou seja, o produto aumenta na mesma proporção dos fatores de produção. E se caso, houvesse aumento tecnológico do capital ou da eficiência do trabalho, poderia ocorrer rendimentos crescentes, isto é, com a mesma quantidade de fatores a produção aumenta. 25 4 ESTRUTURAS DE MERCADO 4.1 CONCEITOS Em sua concepção primitiva, o mercado dizia respeito a um lugar determinado por agentes econômicos realizando suas transações. Mas o conceito de mercado, em sua concepção econômica mais ampla, está bem distante dessa tradição. Mercado, agora, é uma abstração. Executivos de grandes empresas industriais ou do setor financeiro falam das dificuldades com que eles se defrontam no mercado. Deles a missão se referindo a um lugar, mas a uma abstração econômica. O mercado se define pela existência de forças aparentemente antagônicas: as da procura e as da oferta. Quando ambas ocorrem simultaneamente, define um mercado. Quando a procura por trabalhadores de pessoas dispostas a trabalhar; ou então quando procurando por empréstimos nos bancos; quando, enfim, recursos humanos, financeiros e de capital são ofertados e procurados, pode-se dizer que há um mercado de recursos. Ou, então, mais especificamente, mercado de trabalho, no mercado financeiro, o mercado de capitais. Todos são abstrações, que dizem respeito à oferta e a procura dos recursos correspondentes. Quando se diz que o mercado está em expansão, é porque nele estão correndo simultaneamente deslocamentos para mais na procura e na oferta. Contrariamente, quando o mercado está em contração, perdendo expressão econômica, é por que nele a procura e oferta estão contraindo- se. Estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes à organização dos mercados, realçando características tais como: o tamanho das empresas, a diferenciação dos produtos, a transparência do mercado, os objetivos dos participantes, o acesso de novas empresas. Os mercados de bens e serviços estão estruturados; de formas diferentes. As várias estruturassão resultado da influência de alguns fatores que, combinados, definem as mesmas. Dentre os fatores que determinam as estruturas de mercado, destaca-se: A) Número de empresas que compõe esse mercado B) Tipo de produto (homogêneo ou diferenciado) C) Se existem ou não barreiras à entrada/saída das empresas 26 4.2 PRINCIPAIS ESTRUTRAS DE MERCADO Para analisar como as estruturas se comportam, estas são classificadas em modelos que podem ser assim apresentados: Concorrência perfeita, Monopólio, Oligopólio, Monopsônio, 4.2.1 Teoria da Empresa 1- Concorrência perfeita: Uma estrutura de mercado descrita como de concorrência perfeita deve preencher todas as seguintes condições: • Atomização: o número de compradores e vendedores é de tal ordem que nenhum deles possui condições para influenciar o mercado. A expressão de cada um é insignificante. Todos vendem pelo mesmo preço. • Homogeneidade: Nenhuma empresa pode diferenciar o produto, ele deve ser homogêneo. O produto vindo de qualquer produtor é um substituto perfeito do que é ofertado por quaisquer outros produtos. Ex: mercado de produtos agrícolas, batatas. • Mobilidade: cada agente comprador e vendedor atua independente de todos os demais. A mobilidade é livre e não há quaisquer acordos entre os que participam do / no mercado. • Permeabilidade: não há quaisquer barreiras para entrada ou saída dos agentes que atuam ou querem atuar no mercado. Barreiras técnicas, financeiras, legais, emocionais ou de qualquer outra ordem não existem. • Preço limite: nenhum vendedor de produto pode praticar preços acima daquele que está estabelecido no mercado, resultante da livre atuação das forças de oferta e da procura. Em contrapartida, nenhum comprador pode impor um preço abaixo dos de equilíbrio, o preço limite é dada pelo mercado. • Transparência: por fim, o mercado é absolutamente transparente. Não há qualquer agente que tenha informações privilegiadas ou diferentes daquelas que todos detêm. As informações que possam influenciar o mercado são perfeitamente acessíveis a todos. Todos conhecem o custo de produção, tecnologia de produzir e o preço. 2- Monopólio: O monopólio situa-se em outro extremo. Essa estrutura se situa no extremo oposto do da concorrência perfeita. As condições que caracterizam são: 27 • Unicidade: há apenas um vendedor, dominando inteiramente a oferta. Sob monopólio, os conceitos de empresa e de atividade sobrepõem-se. A indústria monopolista é constituída por uma única firma ou empresa. • Insubstitutibilidade: o produto da empresa monopolista não tem substituto. A necessidade que ela atende não tem como ser igualmente satisfeita por qualquer similar ou sucedâneo. • Barreira: a entrada de um novo concorrente no mercado monopolista é, no limite, impossível. As barreiras de entrada são rigorosamente impedidas. Podem decorrer de disposições legais, de direitos de exploração outorgado pelo poder público a uma única empresa, do domínio de tecnologias de produção e de condições operacionais exigidas pela própria atividade. • Poder: a expressão poder de monopólio é empregada para a caracteriza a situação privilegiada em que se encontram com monopolista, quanto as duas importantes variáveis do mercado preço e quantidades. • Extra preço: devido a seu pleno domínio sobre o mercado, os monopólios dificilmente recorrem às formas convencionais de mecanismos extra preço, para estimular ou desestimular comportamentos de compradores. • Opacidade: os monopólios são, por definição, opacos. O acesso a informações sobre fontes supridoras, processos de produção, níveis de oferta e resultados alcançados dificilmente são abertos e transparentes. A empresa monopolista e caracteriza-se por ser impenetrável. 3- Oligopólio: As estruturas oligopolistas não se caracterizam por fatores determinantes puros e extremados. Os tipos possíveis, de fato, observadas na realidade são de alta variabilidade. Em todas as características desta estrutura de mercado, os conceitos são mais flexíveis, comparativamente aos casos extremados de concorrência perfeita e de monopólio. • O número de concorrentes: geralmente, é pequeno. Palavras como limitados, poucos, alguns, vários, são empregadas para indicar o número de concorrentes nas estruturas oligopolistas. • Diferenciação: outra característica de alta variabilidade se refere a fatores como homogeneidade, substitutibilidade e padronização dos produtos. Isto por que tanto podem ocorrer oligopólios de produtos diferenciados, como de produtos não diferenciáveis. • Rivalização: tipicamente, os concorrentes que atuam sob condições de oligopólio são fortes rivais entre si. Há casos até de rivalizações que transparecem campanhas publicitárias e em práticas comerciais desviadas de padrões de ética e a lealdade. Mas, no outro extremo, 28 encontra-se também situações de oligopólio em que os concorrentes se unem em acordos setoriais, todos respeitando rigorosamente as regras negociadas e definidas. 4- Concorrência monopolística: Esta estrutura contém características que se encontram nas definições usuais de mercados perfeitamente competitivos e monopolizados. Na concorrência monopolística, o número de concorrentes é grande. O consumidor encontra facilmente substitutos, não ocorrendo dessa forma à caracterização essencial do monopólio puro. As características principais desta estrutura de mercado são: • Competitividade: é elevado o número de concorrentes, com capacidade de competição relativamente próximas. • Diferenciação: o produto de cada concorrente apresenta particularidades capazes de distingui-lo dos demais e de criar um mercado próprio para ele. Substitutibilidade: embora cada concorrente tenha um produto diferenciado os produtos e todos os concorrentes substituem-se entre si. Obviamente, a substituição não é perfeita, mas é possível, conhecida e de fácil acesso. • Preço-prêmio: a capacidade de cada concorrente controlar o preço depende do grau de diferenciação percebido pelo comprador. A diferenciação quando percebida e aceita, pode dar origem a um preço-prêmio, gerando resultados favoráveis e estimuladores. • Baixas barreiras: as barreiras de entrada em mercados monopolisticamente competitivos tendem a ser baixas. Há relativa facilidade para ingresso de novas empresas no mercado. Embora apresente, como a concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um número elevado de empresas, a concorrência monopolista (também chamada concorrência imperfeita) caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes marcas de cigarros, perfumes, sabonetes, refrigerantes etc. Trata-se, assim, de uma estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita, onde se supõe um produto homogêneo, produzido por todas as empresas. Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder sobre a fixação de preços. Ou seja, a curva de demanda com a qual se defronta é negativamente inclinada, embora bastante elástica, pois a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços. 29 5- Monopsônio Esta estrutura de mercado é caracterizada pela existência de muitos vendedores e um único comprador. É uma estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de trabalho. Portanto, ou os trabalhadores empregam-se no Monopsônio, ou precisam trabalhar em outra localidade, por exemplo. A curva de oferta de trabalho indica quantas unidades serão empregadas, dado o preço do salário. Como o monopsonista precisa pagar saláriosmais elevados para obter unidades adicionais de trabalho, o custo marginal é crescente e, portanto, a curva de Custo Marginal situa-se acima da curva de oferta do fator, que é a sua curva de Custo Médio. A consequência deste fato é que o Custo Marginal é superior ao preço pago ao trabalho marginal, porque ele deve pagar salários mais altos para todas as unidades já empregadas. Quando o monopsonista está em equilíbrio, maximizando o lucro, naturalmente igualando o Custo Marginal no valor do produto marginal do fator, ele paga um preço para o fator, que é inferior ao valor de seu produto marginal. Comparando-se o monopsônio com a firma monopolista ou de concorrência perfeita, verifica-se que o preço pago pelo monopsônio é mais baixo. Podemos definir também o oligopsônio, que se caracteriza por um pequeno número de firmas compradoras de um dado produto. Por exemplo, o setor automobilístico, na compra de autopeças, os supermercados etc. 6 Monopólio bilateral No monopólio bilateral, defrontam-se um monopolista e um monopsonista. Tipicamente, o monopolista deseja vender uma dada quantidade de produto por um preço relativamente alto, e o monopsonista pretende comprar a mesma quantidade por um preço o mais baixo possível. Como ambas as posições são conflitantes, somente a negociação recíproca permite a definição do preço. O preço final dependerá do poder de regateio de cada um dos oponentes. 30 4.2.2 Teoria do Consumidor A Demanda A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São eles: O preço do bem ou serviço; esta é a variável mais importante para que o consumidor decida o quanto vai comprar do bem; se o preço for considerado barato, provavelmente ele adquirirá maiores quantidades do que se for considerado caro; 31 O preço de outros bens; se o consumidor deseja adquirir manteiga, por exemplo, ele não olhará somente o preço desta, mas também o preço de bens substitutos tais como a margarina ou o requeijão; da mesma forma, se ele desejar adquirir arroz, considerará não somente o preço do arroz, mas também o preço do feijão já que, em nosso país, o consumo destes bens está frequentemente associado um ao outro; A renda do consumidor; embora muitas vezes o consumidor considere atrativo o preço do bem, ele pode não ter a renda (y) suficiente para comprá-lo; Hábitos ou preferência do indivíduo; esta é uma das variáveis mais importantes porque, embora o preço de um bem esteja adequado, o consumidor se não tiver o hábito não será influenciado pelo preço. Para estudar-se a influência isolada dessas variáveis utiliza-se a hipótese “Ceteris Paribus” "todo o mais é constante" ou "mantidas inalteradas todas as outras coisas". A condição ceteris paribus é usada na economia para fazer uma análise de mercado da influência de um fator sobre outro, sem que as demais variáveis sofram alterações. É impossível compreender a influência e importância de cada uma das variáveis, se elas sofrerem todas uma alteração ao mesmo tempo. Assume-se que o estudo da função procura é determinada por uma variável, sendo todas as demais constantes. Esta condição é conhecida em economia como a condição ceteris paribus. Assim, por exemplo, caso se deseje saber o que ocorre com a demanda do bem X se o preço do mesmo aumentar é preciso supor que todas as demais variáveis que influenciam a demanda permaneçam constantes, de modo que a variação da demanda seja atribuível exclusivamente à variação do preço. A demanda, ou procura, é definida como a quantidade de um bem ou serviço que o consumidor deseja comprar em um determinado período. A lei da Procura As várias quantidades que os consumidores estarão dispostos e aptos a adquirir, em função dos vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo representa a Lei da Procura. A reação típica dos consumidores aos níveis dos preços pode ser explicada por três razões: 32 1º) Quanto mais altos os seus níveis, menor será o número de consumidores dispostos e efetivamente aptos para ingressar no mercado 2º) Efeito substituição 3º) Quanto maiores forem as quantidades disponíveis de um produto qualquer, menores serão os graus de sua utilidade marginal A escolha do consumidor é influenciada por algumas variáveis que em geral serão as mesmas que influenciarão sua escolha em outras ocasiões. Dessa forma, costuma-se apresentar quatro determinantes de procura individual: I - Preço do bem II - Preços dos outros bens III – Renda do consumidor IV - Gosto ou preferência do indivíduo Deslocamentos da procura Os fatores determinantes da procura são constituídos por um conjunto de elementos que podem alterar, para mais e para menos, a própria posição da curva, deslocando- a positiva ou negativamente. Entre outros, os enunciados a seguir são considerados os de maior importância: 1º) Dimensão do mercado; 2º) Variação do poder aquisitivo; 3º) Atitudes e preferências dos consumidores; 4º) Preços dos produtores substituídos; 5º) Expectativas sobre a evolução da oferta. Curva de Demanda é a representação gráfica das diferentes quantidades de um bem que os consumidores estão dispostos a comprar aos diferentes preços por unidade de tempo. Lei da Demanda expressa a relação inversa existente entre a quantidade demandada de um bem e seu preço. Indica que quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade demandada desse bem. Também é chamada de Lei da Procura. 33 Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, ceteris paribus. É chamada lei geral da demanda. Os economistas supõem que a curva de procura revela as preferências dos consumidores, sob a hipótese de que estão maximizando sua utilidade, ou grau de satisfação no consumo daquele produto. Ou seja, subjacente à curva há toda uma teoria de valor, que envolve os fundamentos psicológicos do consumidor. A curva de procura inclina-se de cima para baixo, no sentido da esquerda para a direita, refletindo o fato de que a quantidade procurada de determinado produto varia inversamente com relação ao seu preço, ceteris paribus. A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: efeito substituição e o efeito renda. Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura. Para a maioria dos produtos, a procura será também afetada pela renda dos consumidores, pelo preço dos bens substitutos (ou concorrentes), pelo preço dos bens complementares e pelas preferências ou hábitos dos consumidores. Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também, temos um bem normal. Existe também uma classe de bens que são chamados de bens inferiores, cuja demanda varia em sentido inverso às variações da renda; por exemplo, se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne de segunda e aumentará o consumo de carne de 34 primeira. Temos também o caso de bens de consumo saciado, quando a demanda de um bem não é influenciada pela renda dos consumidores (como arroz, farinha, sal). Existe uma exceção à lei da demanda – o bem de Giffen. Essa situação,pouco provável de ocorrer na prática, conhecida como paradoxo de Giffen, acontece quando há uma relação direta entre preços e quantidade procurada do bem (curva de demanda positivamente inclinada). Como um exemplo, suponha que as pessoas consumam grande quantidade de um produto e que ocorra uma queda no preço desse bem. Com o aumento relativo do seu poder aquisitivo, as pessoas, em vez de gastar mais nesse produto, do qual já estão enfastiadas, reduzem o seu consumo, demandando outros – ou seja, a queda de preço desse bem levou à queda em seu consumo, o que contraria a lei da demanda. Distinção entre demanda e quantidade demandada Embora tendam a serem utilizados como sinônimos, esses termos têm significados diferentes. Por demanda entende-se toda a escala que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade demandada devemos compreender um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade. Assim, as alterações nas quantidades demandadas ocorrem ao longo da própria curva de demanda. Já alteração na demanda faz com que surja nova curva. Tudo o que foi exposto até agora se referia ao consumidor individual, mas vale também para o mercado como um todo, já que a curva de demanda do mercado resulta da agregação das curvas individuais. 35 A Oferta Conceitua-se oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles: • De seu próprio preço; • Do preço (custo) dos fatores de produção; • Das metas ou objetivos dos empresários. Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre as quantidades ofertadas e nível de preços, ceteris paribus. É a chamada lei geral da oferta. A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que, ceteris paribus, um aumento do preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção; novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto. Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do número de empresas. Fica claro, portanto, que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção é inversamente proporcional. Por exemplo, um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas deve provocar, ceteris paribus, uma retração da oferta do produto. A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que as melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção, e, portanto, aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor. Oferta e quantidade ofertada Como no caso da demanda, também deve-se distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico na curva de oferta. Assim, um aumento no preço de um bem provoca um aumento da quantidade ofertada, ceteris paribus, enquanto uma alteração nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a oferta (isto é a curva de oferta). 36 Por exemplo, conforme se observa na figura anterior, um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda da oferta, mantido o mesmo preço P0, ceteris paribus, as empresas são obrigadas a diminuir a produção. 37 Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica na utilização dos mesmos, ou, ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se desse modo, a curva da oferta para a direita, conforme se observa na figura acima. Do mesmo modo que a demanda, a oferta de um bem real depende de um conjunto de fatores. São eles: a tecnologia, os preços de fatores produtivos (terra, trabalho, capital etc.) e o preço do bem que se deseja oferecer. Se permanecerem constantes todos os fatores citados, menos o preço do bem que se oferece, obteremos a relação existente entre o preço de um bem, por exemplo, as laranjas, e a quantidade de laranjas que um agricultor desejaria oferecer por preço, por unidade de tempo. A Curva de Oferta de Mercado mostra a relação entre a quantidade de um bem oferecida por todos os produtores e seu preço, mantendo constantes os outros fatores (tecnologia, preço de fatores produtivos etc.). Deslocamentos da Curva de Procura A curva da Procura é traçada a partir da hipótese de que só varia o preço, mantendo-se todas as outras condições constantes. 38 No entanto, qualquer alteração de uma das variáveis que anteriormente se supunham constantes, provocará um deslocamento da curva da Procura. Um acréscimo na Renda Média das Famílias provocará um deslocamento à direita da curva da Procura de Bens Normais, indicando que existe uma maior quantidade procurada para cada nível de preço possível. Um decréscimo na Renda Média das Famílias provocará um deslocamento à esquerda da curva da Procura de Bens Normais, indicando que existe uma menor quantidade procurada para cada nível de preço possível Quando a curva da procura se desloca de P0 para P1, maior é a quantidade procurada a cada preço. Tal aumento pode ser provocado por: Um aumento no preço de um bem substituto Uma diminuição no preço de um bem complementar Um aumento no rendimento (bem normal) Uma redistribuição do rendimento em benefício dos que favorecem o consumo do bem Uma alteração nas preferências de forma a favorecer o produto Quando a curva da procura se desloca de P1 para P0, menor é a procura para cada preço. Tal diminuição pode ser provocada pelos fatores inversos aos citados. Se estamos perante uma situação em que se verifica uma alteração na Procura, isto é, uma quantidade procurada superior (ou inferior) para cada nível de preço, estamos perante um deslocamento para a direita (ou esquerda) da curva da Procura. Se, no entanto, estivermos perante uma situação em que se verifica um acréscimo (decréscimo) da Quantidade Procurada devido a uma diminuição (aumento) do preço do bem, estamos perante um deslocamento ao longo da curva da Procura. Deslocamento curva de oferta O mesmo raciocínio que desenvolvemos para a procura pode ser aplicado à oferta, se bem que os fatores determinantes desta última sejam bem diferentes dos que influencia, a primeira. Em geral, os enunciados a seguir são considerados os de maior importância: 39 (1º) Número de empresas potencialmente aptas; (2º) Condições da oferta dos recursos de produção; (3º) Preços dos diferentes recursos; (4º) Alterações na estrutura tecnológica; (5º) Expectativas sobre a evolução da procura; (6º) Expectativas sobre o comportamento dos preços. ELASTICIDADE- PREÇO DA OFERTA É a relação entre as diferentes quantidades de oferta de certas mercadorias, em função das alterações verificadas em seus respectivos preços. A elasticidade -preço da oferta de bens e serviços pode ser: oferta elástica, oferta de elasticidade
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