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Imunologia: Hipersensibilidade

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4ª aula: Hipersensibilidade – Imunologia 1ªAVD
Normalmente quando o sistema imunológico reconhece a invasão de um corpo estranho, ele produz uma resposta contra ele para controlar o processo patogênico, então por exemplo, se você tem a entrada de um antígeno o sistema imunológico vai fazer uma reação contra esse antígeno. O neutrófilo fica andando atrás da bactéria até conseguir fazer a fagocitose, então ele vai passando pelas células e ele não para a perseguição. O microrganismo se vê numa situação de que ele não consegue realmente escapar, ele tenta burlar, mas a célula não parou de migrar na direção até fazer o processo de destruição. Enquanto essa célula fagocita, ela libera mediadores inflamatórios, que são substancias que vão produzir a inflamação. Induzindo a inflamação, significa que mais células de defesa vão entrar naquele local - então a reação inflamatória é uma reação importante para controlar uma resposta contra um agente agressor. Agente agressor esse que poderá ser um antígeno numa infecção, ou uma substancia numa reação alérgica.
A alergia é uma reação de hipersensibilidade, ou seja, mostra um distúrbio que foi produzido pelo sistema imunológico – essa ação significa que o seu sistema imune está reconhecendo um componente diferente dos outros sistemas imunológicos. Está reconhecendo errado? Não necessariamente seja um erro, mas acaba levando a algum comprometimento. Quem produz reação de hipersensibilidade? O meu corpo só vai produzir, somente em duas situações: ou numa alergia, ou numa doença autoimune. Então a falha de reconhecer uma substancia como um corpo estranho produz uma reação alérgica, por isso que aí tem erro na resposta do antígeno, produzindo o caso da alergia. E a outra, perda da tolerância imunológica, que seria a perda da capacidade de diferenciar o próprio do não próprio. Então quando eu perco essa capacidade, eu acabo produzindo a tolerância imunológica, eu produzo a doença autoimune.
Existem 4 reações de hipersensibilidade e elas são classificadas por número romano, em:
Hipersensibilidade do tipo I: também é chamada de imediata (sinônimo de alergia) – nós só vamos estudar a tipo I. As outras reações de hipersensibilidade (tipo II, III, IV) são as produtoras de doenças autoimune – não temos tempo de estudar isso na odontologia. Produção de anticorpo da classe IgE, participando basicamente do mastócito, liberando 4 mediadores inflamatórios que vão produzir essa reação
Curiosidade: doença autoimune é sempre produzida por uma falha no sistema imunológico envolvendo linfócitos – ou linfócito B (hipersensibilidade tipo II, ou tipo III – produção de anticorpo autoimune), ou linfócito T (CD4 ou CD8, ela obrigatoriamente é uma reação de hipersensibilidade do tipo IV).
As reações de hipersensibilidade são classificadas de acordo com: qual célula está envolvida, e qual imunoglobulina - que é o anticorpo - que está sendo produzido.
A alergia pode envolver qualquer substancia na qual você reconheça como um corpo estranho, essa substancia na maioria das vezes, vai vir por vias aéreas (pelo ar), mas ela também pode ser por contato ou pela alimentação, ou seja, essa poderá ser a porta de entrada de uma substancia da qual eu sou sensível – entrada de um alérgeno.
Dos 3 caminhos o mais fácil de induzir uma reação alérgica é pelo ar, porque quando você inala alguma coisa essa reação sendo reconhecida como um corpo estranho, ela vai produzir imediatamente a reação da alergia e ela poderá levar à complicação que é o choque anafilático. Porque é muito fácil ter essa reação anafilática, essa reação alérgica, no seu corpo quando o alérgeno entra por vias aéreas? Porque nós temos uma alta concentração de mastócitos na orofaringe, então quando o mastócito é ativado na reação da alergia, ele libera histamina. Essa histamina vai causar uma vasodilatação, levando a formação de edema – dor – calor – rubor. Se eu tenho uma alta concentração de mastócito na orofaringe, eu tenho uma alta chance de produzir um edema que vai fechar minha via aérea, ou seja, eu faço parada respiratória. Por isso que isso que é muito fácil desenvolver essa crise de substancias por vias aéreas. 
Outro fator importante é que, muitas substancias que são por contato ou por alimentação podem ser estimuladas pela via aérea. Por exemplo: eu não preciso comer um alimento para produzir uma crise alérgica, eu posso ter a crise alérgica só de cheirar esse alimento. Então o cara que é alérgico por camarão, ele tem que tomar muito cuidado com comida de praia, porque de repente ele não precisa comer o camarão - se passar alguém com um camarão próximo, ou se estiver num local que tiver produção de camarão, ele tem a crise alérgica. 
A mesma coisa por contato: quem é realmente alérgico, tem muita rinite alérgica, não consegue muitas vezes ficar perto de alguém com certos perfumes; não precisa passar o perfume na pele, só de inalar o odor já tem a reação. Então sempre a reação mais agressiva é quando o alérgeno entra por vias aéreas.
Outro fator importante, que vai diferenciar das anteriores é que, nem toda alergia alimentar vai produzir um choque anafilático. Alergia alimentar, ela tem uma característica que vai diferenciar de qualquer outra reação alérgica. Toda reação alérgica você produz um anticorpo contra a reação da qual você é alérgico, os anticorpos ou imunoglobulinas são classificados com a sigla Ig que significa imunoglobulina ou anticorpo, e uma letra seguinte que é a classe dele, então eu tenho 5 classes de anticorpos:
IgA
IgD
IgE
IgM
IgG
Esses são os tipos de anticorpos que o ser humano produz. O anticorpo que participa sempre da reação alérgica é o IgE. 
Porque? Porque esse anticorpo se liga na superfície do mastócito - só que na reação alimentar, o meu corpo poderá ou não produzir IgE, ou seja, o indivíduo pode ser alérgico a um alimento e essa reação ser sistêmica – comi um camarão, estou coçando, vou fazer um edema de glote – mas eu tenho uma subdivisão de alergia alimentar que reduz a crise, eu não produzo IgE e produzo somente um anticorpo que é encontrado em mucosa, no intestino por exemplo, que é IgA. Então o cara que é alérgico a camarão e não fica coçando o corpo, ele tem alergia à camarão, só que ele jamais vai fazer um choque anafilático, porque não tem o anticorpo que envolve o mastócito – a alergia dele vai ser local, ele vai ter um problema gastrointestinal, ou seja, ele vai ter diarreia, um abdômen distendido, uma colite, uma inflamação intestinal importante até chegar a necrosar o intestino, por isso que ele não pode comer aquele alimento. Que é um perfil muito comum na alergia que envolve leite – agora todo mundo que é alérgico a leite, produz essa reação no intestino? Não, tem gente que realmente produz a reação sistêmica. Quem vai ser o diferenciador da alergia alimentar? Se o indivíduo produzir esse anticorpo IgA a reação vai ser no trato gastrointestinal, se o indivíduo produzir o anticorpo IgE a reação vai ser sistêmica. E existe a possibilidade, que é a mais grave, dele produzir os dois juntos, ou seja, ela vai envolver o trato gastrointestinal e todo o corpo humano. Então quando envolver a parte sistêmica, eu posso ter a anafilaxia, se não tiver a participação da IgE, eu não tenho como ter um choque anafilático. Uma coisa que é muito importante de se saber é que nem toda reação alimento é uma reação alérgica: você pode ter uma intoxicação alimentar, uma infecção intestinal, uma intolerância alimentar ou uma alergia alimentar.
Comi uma coxinha na cantina, aquilo me fez mal porque está contaminado por bactéria, eu estou adquirindo uma infecção intestinal. Tem bactéria ali que está causando uma doença em mim.
Comi uma coxinha na cantina, ela estava passada, estava velha, tinha toxinas de bactérias, mas não tinha bactérias, ou tinha alguma coisa estragada, alguma toxina não de microrganismo, eu fiz uma intoxicação alimentar. Não é infecção intestinal, intoxicação alimentar eu fico doente já a infecção intestinal várias pessoas vão ficar doentes – ou porque pegam de mim, ouporque pegaram do mesmo alimento.
Eu tomo um copo de leite, faço uma reação que não tem participação do sistema imunológico, não tenho produção de anticorpo na reação do copo de leite que eu tomei, quer dizer que estou tendo uma intolerância alimentar. É uma reação ao metabolismo, eu provavelmente não tenho uma enzima, uma estrutura que vai sintetizar algum componente do leite. Tem algum motivo, algum problema no seu intestino, que você não tolera aquele componente, geralmente de origem enzimática. Tem cura!
Se eu tomo um copo de leite e faço uma reação produzindo anticorpo, obrigatoriamente alergia alimentar. Esse componente no qual eu reconheci como um corpo estranho tem que ser de origem proteica SEMPRE -(açúcar, lipídeo e gordura é intolerância) – alergia alimentar não tem cura (vai passar a vida toda sem comer aquele alimento – por mais que se faça um tratamento, ele não tem cura, ele apenas ameniza o quadro, ou seja, não vou ter crise, por um tempo – mas se eu continuar a estimular o meu corpo aquela exposição, daquele componente, vai chegar uma hora que eu vou voltar a ter crise, e reação vai ser muito mais intensa, até chegar a um choque anafilático e morrer).
Ninguém sabe pelo o que é alérgico, por exemplo, ninguém nasce alérgico, nasce com uma pré-disposição, com a célula pré-formada em você, e você se torna alérgico a partir do momento que tem contato com o componente - então se eu nasci predisposta a ter alergia a um tempero que tem lá na índia, o dia que eu comer esse tempero eu vou fazer reação, mas enquanto eu não tiver contato com isso, eu não faço a reação. É claro que se você tem pai e mãe que tem uma reação histórica muito intensa de alergia, você tem mais chance de ter.
Doença celíaca: doença a intolerância ao glúten, não é alergia ao glúten. Não tem cura, é um problema cromossomal, genético, o indivíduo não produz a enzima que sintetiza o glúten.
Fenilcetonúria: não consegue sintetizar fenilalanina, um componente muito encontrado em corantes de refrigerantes, bebidas avermelhadas adocicadas. Fenilalanina, se você tiver contato e não sintetizar isso, vai acumulando no sistema nervoso central até chegar a causar uma lesão neurológica - então é a única doença neurológica que pode ser induzida por alimentação. O paciente está saudável, chega uma hora que ele vira um neuropata. Quando você faz o diagnostico disso? No teste no pezinho, por isso ele é obrigatório ao nascer, na primeira semana de vida. Se for diagnosticado antes essa criança tem chances de não desenvolver uma neuropatia – fenilalanina. Também é uma intolerância enzimática, você não consegue sintetizar – não tem participação do sistema imunológico.
Então existe alergia a leite? Existe, mas não é intolerância a lactose. Quem é alérgico a leite não vai poder usar praticamente nada, a maioria dos pacientes a alergia a leite não tolera nenhum tipo de proteína animal e vegetal. Então se tiver reação a todos os tipos de leite: leite materno, de vaca, de cabra, de soja → alergia. Agora se você teve reação a um tipo de leite, mas aceita outro, tem grandes chances de não ser alergia, e sim intolerância. 
E essa reação alérgica vai envolver sempre o mastócito. O mastócito é uma célula que está nos tecidos do corpo humano, quando ele reconhece uma substancia, ele é ativado, e nesse processo ele libera quatro mediadores inflamatórios, dois serão mais destaque em nossa aula, que é: a histamina e as citosinas.
O que a histamina faz? A histamina vai induzir aquela vasodilatação que vai levar o edema – dor – rubor – calor, ao mesmo tempo ela entra na corrente sanguínea, e começa a passar pelos vasos sanguíneos aos outros mastócitos do corpo todo. Então se a minha reação alérgica está iniciando nesse momento, porque eu estou em contato com esse anel, liberou histamina no meu dedo da mão direita e começa a cair na corrente sanguínea, e começa a coçar o pé esquerdo. Por que meu pé esquerdo está coçando? Porque a histamina liberada na mão direita caiu na corrente sanguínea e começou a ativar os demais mastócitos. Se eu estou tendo uma reação em lugares distantes do local, significa que eu tenho chances de produzir um choque anafilático. Da mesma forma que foi para o pé, poderá ir para a minha orofaringe. O objetivo não é causar uma parada respiratória no paciente, o objetivo é impedir, dificultar a entrada de novos alérgenos já que o corpo humano entende que a principal via de entrada é a via aérea.
Nessa situação, quem produziu essa reação inicial da crise alérgica é a histamina - nessa fase inicial o médico vai te passar um anti-histamínico, e esse medicamento não vai agir em mastócito (mastócito está no tecido – ele continua liberando histamina e citosina), ele é um medicamento que vai bloquear a histamina que esta circulante no sangue, ou seja, vai dificultar novas ativações de mastócitos para causar o choque anafilático. Só que na hora que você vai tomar o anti-histamínico, você já teve uma liberação anterior, então eu já tenho um volume maior de histamina quando comparado ao anti-histamínico, até chegar no hospital e tomar o remédio já passou um tempo e estou tendo a liberação de outros componentes que são as citosinas. O que estou dizendo é que mesmo que você faça o uso de um anti-histamínico, pode ser que ele não seja suficiente para contornar a crise. O que o médico então vai tratar? Vai tratar do seu problema, que é o edema , o fechamento da via aérea; o edema tem que ser tratado com uma medicação vaso constritora, ele não vai tratar da causa do seu problema, você continua tendo a crise alérgica, ele tem que resolver a parada respiratória, e isso em imediato, então ele vem e administra adrenalina – vai fazer uma ação vaso constritora → paciente consegue reverter o edema de glote principalmente, mas não deixa de estar na crise alérgica, tanto que ele depois vai ser medicado com anti-histamínico e corticoide.
Porque o médico vai passar o corticoide? Porque ele é uma medicação que vai bloquear o outro mediador inflamatório liberado pelo mastócito, que são as citosinas. Citosina é uma molécula imunorreguladora, ela vai regular a ação do sistema imune.
Quando eu produzo uma reação alérgica quem iniciou a crise foi a histamina, mas quem vai fazer a manutenção, ou seja, quem vai determinar o tempo de duração da crise são as citosinas. Então a citosina faz uma reação tardia, histamina faz uma ação imediata – independente de tomar o anti-histamínico é necessário fazer o uso de um corticoide, independentemente de estar com choque anafilático – acompanhamento do filho na crise o pediatra vai fazer a histamina e um xaropinho de corticoide por uns 4 dias, pois você continua liberando citosina. Então se fizer apenas o uso de adrenalina e histamina, quando chegar em casa a crise volta! Quem fez a crise voltar foi a citosina que não foi tratada.
Então o paciente está com vocês lá no consultório odontológico, é mais fácil ele desenvolver uma reação alérgica do anestésico porque é uma droga que estimula muito a reação de sensibilidade, independente dele já ter tido contato ou não com aquele componente, você só vai saber na hora que aplicar no paciente. Aplicou no paciente, se ele começar a reclamar de uma falta de ar, você vai ter que ter todo um suporte para reverter aquele processo, e tem que ser revertido em menos de 15 minutos, porque senão ele vai morrer. Independentemente de ter revertido ou não a situação, esse paciente vai ter que ser encaminhado para uma unidade hospitalar, porque ele poderá ter a reincidida, o retorno da crise, uma vez que ele permanecerá liberando citosina. Vai tomar Hidrocortisona 500 mg na veia.
 Um cuidado, que é muito fácil a gente falar: “tem que aplicar adrenalina” – só que a adrenalina não é assim também não, o excesso de adrenalina também mata o indivíduo, pois ela faz vasoconstrição ao ponto de induzir uma contração irreversível no coração. Ou seja, adrenalina em excesso causa uma parada cardíaca que leva à uma parada respiratória. Por isso precisa-se saber muito bem a dosagem na qual vai aplicar.Por isso que muitos profissionais utilizam o anestésico com solução vasoconstrictora, no objetivo se associar o anestésico com a vasoconstricção para:
Reduzir a chance de anafilaxia do anestésico.
Diminuir as chances de sangramento local do processo de extração, ou o processo traumático que esteja fazendo.
Então sutura, você pode usar lidocaína com ou sem vasoconstricção, para fechar a aproximação das bordas. Mas nem todo dentista vai usar isso, porque existem protocolos com anestésicos diferenciados. A odontologia tem alguns anestésicos que não são usados na rotina de um ambiente hospitalar, já que ele trabalha muito a questão de mucosa, e a absorção de mucosa é diferente da absorção de pele.
Você nasce com uma pré-disposição à alergia, então se eu tenho na minha família, histórico de alérgicos, eu tenho chance de ser alérgico, se eu não tenho: então tenho menos chances. Então eu não tenho a questão da hereditariedade, mas eu posso ter a questão da exposição. Quais são os fatores de risco, exógenos, que mais favorecem a questão da alergia? Primeiro disparado é a introdução da alimentação da criança! A criança que recebe o alimento errado, na hora errada, na sua introdução tem grande chance de tornar-se um indivíduo alérgico. Porque que muita criança faz alergia a derivado de leite? Faz até intolerância a lactose? Porque invés de tomar leite materno, foi tomar leite de mamadeira (complemento) – é o grande problema disparado a amamentação. Por isso que a organização mundial de saúde preconiza o mínimo de 6 meses de leite materno exclusivo. A mãe tem muitas vezes que voltar no 4º ou 5º mês ao trabalho, o que ela fazer? Ela tem que introduzir o alimento antes. Então ela começa a fazer a adaptação do alimento no 3 mês de vida da criança. Adaptar o alimento significa introduzir alguns componentes que são menos alérgenos do que outros. Mas em hipótese alguma introduzir proteína animal, ou seja, essa mãe tem que estimular a produção do leite dela, tirar esse leite, congelar e quando ela estiver trabalhando alguém vai dar leite materno para essa criança. Essa criança pode comer banana, tomar suco de laranja, pode até com o caldinho da carne fazendo adaptação alimentar, mas em hipótese alguma estimular proteína animal vinculada a leite. Até o caldo da carne é a última opção que você faz; primeiro você introduz gema, depois introduz a clara (não pode primeiro a clara porque ela tem muita albumina – proteína animal). Hoje em dia a reação de hipersensibilidade a ovo vai agravar mais ainda a saúde desse paciente, porque a maioria das vacinas virais são produzidas em ovo embrionário. Então se o cara é alérgico a albumina, alérgico a algum componente do frango, ele não pode tomar muitas vacinas.
Leite tem proteína – leite de soja é proteína vegetal. Eu tenho mais chances de reagir a proteína animal do que vegetal, mas não quer dizer que eu não possa reagir a vegetal. Outro fator na alimentação que é muito sério é essa história de que pai e mãe está comendo e: “vamos dar isso aqui para o neném provar”. Primeiro que é anti-higiênico dar a colherzinha com um monte de bactéria da boca na colher; esse processo todo pode gerar uma exposição desnecessária a criança, então tem muita gente que a criança está vendo você comer, e acha que a criança está com desejo, aguada – a criança não sabe nem o que está fazendo ali, sabe nem falar, vai saber o que é batata, ou alguma coisa? Não! Isso é neurose de pai e mãe. E o que acontece é que o povo da muito peixe, e peixe é um veneno para criança até o primeiro ano de vida – agora se eu sou filho de pescador, moro numa vila que tem pescadores, moro numa cidade onde tem muita gente que pesca, é da minha rotina desde da minha arvore genealógica do século passado todo mundo comer peixe, meu filho não vai reagir. Agora sou morador de Volta Redonda, tem um histórico que não posso comer um monte de coisa e cismo de dar peixe para o meu filho, meu filho vai reagir.
Então tem coisas que são muito absurdas, por exemplo, em festa de criança na hora que a mãe vai escolher bolo não pode escolher nozes, não pode escolher amêndoa, não pode escolher esses troços – são venenos. Bolo de nozes e gostoso para uma idade que só tenha adulto. Estou num casamento e tem bolo de nozes, meu filho não vai comer isso agora. Então você pode ter alergia a qualquer alimento, mas existem alimentos que são mais concentrados, que são: o leite, ovo, amendoim – nozes e amêndoa como uma coisa só, e peixe. Então se você for pensar, mais de 90% dos indivíduos que são alérgicos está envolvido com isso aí. 
Castanha etc., 3 a 4 anos de idade – não menos que isso. Corante, conservante também cabe! Tem que colocar a criança o mais natural possível. A infância é um fator que determina muito no sistema imunológico - os fatores exógenos que mais determina a imunidade de qualquer pessoa é a alimentação.
O câncer é uma coisa sua, o organismo não reconhece como um corpo estranho, portando, não produz imunidade contra ele. A única certeza que nós temos é que, se tivermos vida eterna todo mundo vai morrer de câncer, porque se você tiver 120 a 140 anos, vai ter mutação nas suas células, e cura tem só que nem todo mundo tem acesso – a cura é pelo sistema imunológico. 
Então voltando, ninguém nasce alérgico, você nasce com um pré-disposição, um linfócito pré-formado capaz de produzir um anticorpo contra a substancia. Se é produtor de anticorpo, obrigatoriamente vai ser o linfócito b. Como é que funciona a produção da reação alérgica? Entrou uma substancia (alérgeno). Se você tem o linfócito B pré-formado para reconhecer esse alérgeno como um corpo estranho, você vai produzir anticorpo IgE. Se você não tem o linfócito B pré-formado a produzir IgE, você não vai ser alérgico. Eu tenho um linfócito para cada antígeno, então se eu tiver um linfócito para a proteína do leite de vaca, eu vou reconhecer o leite de vaca com um corpo estranho. Você faz alergia no primeiro contato e produz reação no segundo contato. O alérgeno então foi reconhecido pela célula roxinha: linfócito B, ele vai ser ativado e vai produzir anticorpo, a célula do lado é o linfócito T.
Esse anticorpo IgE vem e se liga na superfície do mastócito. Mastócito tem na superfície receptores para esse anticorpo, então se você produzir IgE, a IgE vai ficar em baixa concentração no sangue, e a maioria vai para os tecidos, e vai ficar fixada na superfície do mastócito. Normalmente o anticorpo tem a forma de Y! Essa parte superior é onde se liga o antígeno, só que esse anticorpo está ligado ao contrário, a parte do Y está para cima porque nessa parte ali na superfície do mastócito que vai ligar a substancia na qual eu sou alérgico, ou seja, o mastócito está com a parte de erupção aberta para cá porque quando eu tiver o segundo contato com a substancia, eu faço ativação dessa célula e eu libero e produzo a reação alérgica. Então o primeiro contato é para produção de imunoglobulina IgE, essa IgE então vai ser fixada na superfície do mastócito - eu falo que ouve a reação de sensibilização, eu não nasci alérgico, mas no primeiro contato eu virei alérgico. Não fiz crise, mas quando eu tiver o segundo contato com a mesma substancia essa reação vai ser mais curta, mais rápida e mais intensa, porque o alérgeno aqui já vai ligar direto ao anticorpo que está fixado na superfície do mastócito, e o mastócito vai liberar os mediadores inflamatórios, e eu faço a reação. Por isso que a reação é tão rápida, por mais tratamento que você faça, ele vai controlar a quantidade de IgE produzida, o tratamento não vai impedir a produção de IgE; por isso que a alergia não tem cura, apenas aumenta sua resistência.
Posso fazer uma crise no primeiro contato? Até pode, se a substancia tiver um grande volume. Exemplo: nunca tomei anestésico na vida, nunca fiz tratamento de dente com anestésico, inventei de fazer uma cirurgia com anestesia geral, nunca tomei anestésico na minha vida, o volume de anestésico geral na veia é maior e pode ser o suficiente para causar uma reação anafilática imediata. Ovolume é tão intenso que ativa mastócito independe de produção de anticorpo na superfície.
IgE você tem em alergia e em doenças parasitarias, mas a concentração maior é em alergia.
Por isso que quando o médico quer confirmar se você é alérgico ou não, ele pede a dosagem de IgE no sangue, normalmente o indivíduo tem ela muito baixa, qualquer indivíduo acima disso é possivelmente alérgico.
Então aqui tem o alérgeno, ele então vai ativar mastócito para liberar mediadores, entre eles histamina, e vai ser liberado através do anticorpo. A IgE está fixada na superfície do mastócito, o alérgeno se liga a IgE, o mastócito sofre uma desgranulação ou degranulação – quer dizer que liberar os seus grânulos para a corrente sanguínea, esses grânulos fazem uma reação inflamatória alérgica. Essa reação vai se tornar sistêmica, onde eu tenho um choque anafilático, que tem uma reação tegumentar, e a parada respiratória.
Quem faz essas lesões na pele no choque anafilático? Faz aquele hiperemia e até ulcerações, prurido, coceira → Leucotrienos e proteases. O mastócito não libera só histamina, citosinas... ele também libera leucotrienos e proteases.
Histamina → faz vasodilatação e a ativação dos demais mastócitos estimulando a imigração celular.
Citosinas → faz a manutenção da resposta imune.
Leucotrienos → regulam a imigração leucocitária.
Proteases → vai fazer a necrose das proteínas.
Então o alérgeno se liga ao anticorpo e ativa essa célula a liberar histamina, proteases, prostaglandinas, leucotrienos e citosinas. No geral fazem vasodilatação, lesão tecidual, contração da musculatura lisa e imigração células: diapedese.
Tratamento: No exterior os pacientes compram por receita medica adrenalina na seringa de 1ml, como se fosse tratamento de insulina (no brasil não tem isso). Tudo isso para reverter uma situação de choque anafilático – então o cara sabe que é alérgico, ele vai para um local diferente e já leva o seu kit, pois ele sabe qual é manifestação e o que fazer. Em crianças, por exemplo, são dosagens por microlitros senão caso contrário ela faz uma parada cardíaca.
Então, linfócito b produz o anticorpo para que você tenha a reação da crise alérgica, qualquer célula apresentadora de antígeno fagocita substancias, mostra ao sistema imunológico que aquilo é um corpo estranho. Poderá mostrar para linfócito B, e ele vai ficar então ativado (linfócito T ativando linfócito B), e ele vai produzir o anticorpo IgE que sendo liberado, infelizmente vai fixar na superfície do mastócito, e quando fixar você virou alérgico. O Receptor é um só, mas os anticorpos que estão na superfície dele serão de moléculas diferentes. A partir de um segundo contato essa molécula já se liga diretamente ao mastócito, causando uma reação de hipersensibilidade – mediadores são liberados, e eu tenho a formação de edema, dor, rubor, calor. Diferente da infecção essa histamina no sangue vai potencializar a reação alérgica, porque a própria histamina é capaz de ativar outro mastócito. Então basta um mastócito ter contato com um alérgeno que os outros serão ativados via histamina.
É mais difícil você alergia a por exemplo: banana, abacate – pode acontecer, mas é mais difícil. A acidez do alimento também influencia. Por isso que laranja, a criança começa com laranja lima porque ela é menos acida. Se você jogar uma laranja qualquer que não seja lima na criança, ela faz uma reação de hipersensibilidade. Outro fator importante é que criança fazer uma reação de hipersensibilidade não quer dizer que ela seja alérgica, porque ela está com o seu sistema imunológico em formação, então só se fecha diagnostico realmente preciso e exato de alergia, principalmente alimentar, em crianças com idade superior a 5 anos.
Existe o teste de hipersensibilidade cutânea – para avaliar quais alergias você possui. Você administra as possíveis soluções causadoras de alergia no paciente por via intra dérmica na pele, geralmente é feita ou no braço, ou na região dorsal, que é uma área extensa do corpo. Você faz várias aplicações e espera se vai ter alguma reação local, se fizer uma reação de hiperemia, um prurido intenso, aquilo vai ser medido e vai ser considerado ou não uma substancia na qual você é alérgico. Esse exame não é feito em menores de 5 anos de idade porque independente de ser alérgico ou não a criança é muito sensível, então é muito fácil dar positivo para tudo, e na verdade não ser uma criança alergia, porque o sistema imunológico dela ainda está em formação. Essa criança pode fazer a dosagem de IgE no sangue, porque ela diz que você é alérgico ou não – hoje já tem como dosar IgE para acaro, camarão, poeira e proteína animal no sangue. Mas nem todos os componentes são dosados, então ainda não tem como fazer a dosagem de tudo no sangue, mas já dá para ter uma estimativa dos principais agentes de alergia na criança. 
Esse exame é feito com um médico num consultório, e ele tem adrenalina, se você fizer uma reação anafilática no exame, ele reverte sua situação.
Porque a medicação para a alergia dá sono? Alergia está tendo uma reação que está causando um processo inflamatório, uma ativação do sistema imunológico e assim ele vai aumentar a atividade das células de defesa, e eu tenho de diminuir a ação dessas células, e o sistema imunológico não é mandado por ninguém, mas indiretamente ele sofre influência do corpo humano, se eu reduzo o metabolizo do indivíduo, automaticamente eu reduzo o metabolismo da célula de defesa. Então você dá uma medicação para diminuir a atividade metabólica e fazer ele dormir, reduzindo o metabolismo do corpo, reduz a ação do sistema imunológico.
Alergia alimentar ou tem só IgA, ou tem só IgE, ou tem IgA e IgE junto. Se tiver participação da IgE independente se estiver com a IgA ou não, eu posso ter uma reação sistêmica, uma reação anafilática. Mas se a alergia alimentar envolver somente IgA, significa que eu não sou capaz de fazer um choque anafilático. Para ativar mastócito eu preciso da IgE.
Linfócito B:
É uma célula que pertence a imunidade adaptativa, essa célula tem duas funções: ou ela faz produção de anticorpo, também chamado imunoglobulina, ou essa célula faz apresentação de antígeno (APC). Ele pode executar as duas funções ao mesmo tempo? Não, ou ele faz uma coisa, ou faz outra. Quem determina qual função ele vai executar é a forma que essa célula é ativada; então o mecanismo de ativação dela é que determina qual função que ela vai executar. Se ela tem duas funções, basicamente ela tem dois mecanismos de ativação, e cada mecanismo vai induzir uma função diferente da outra.
Precisamos saber: como essa célula é formada, como ela é ativada, e o que ela produz na sua ativação; tanto de B quanto de T. Linfócito B ativado significa que eu estou produzindo o que nós chamamos de uma resposta humoral. Ou ele está executando produção de anticorpo, ou ele está realizando apresentação de antígeno. Porque recebe esse termo humoral? Humoral é o que está solúvel no sangue, anticorpo, PTN que esta dispersa na corrente sanguínea.
Outro linfócito que a gente tem é o linfócito T, quando ele está ativado, vamos ver que a ativação de linfócito B, T significa produção de resposta celular, então resposta humoral é B, e resposta celular linfócito T.
A célula tronco pode virar um progenitor mielóide, ou progenitor linfoide. Esse progenitor linfoide pode formar o linfócito B, linfócito T ou possivelmente a natural killer. Para formar o linfócito B essa célula progenitora passa por várias transformações na própria medula óssea, e vira o linfócito B. Vamos estudar essas transformações agora!
Progenitor linfoide decide que vai virar um linfócito b, significa que ele vai permanecer na medula óssea, a primeira coisa que ele se transforma então é numa célula pró-B → essa célula vai se transformar numa célula pré-B → que vai se diferenciar numa célula B imatura → essa célula amadurece e vai para a corrente sanguínea, e lá ela já vira o linfócito B, que aqui vamos chamar essa célula de B virgem. A célula B virgem no sangue e também baço e linfonodovai ser ativada e vai virar um linfócito B maduro, ou célula B madura. Dependendo da função que ela estiver executando ou ela retorna a ser B virgem ou ela é memorizada.
Quando a célula então, amadurecer e tiver condições de funcionar ela vai para a corrente sanguínea, só que a célula não vai ficar só no sangue, ela pode também ficar armazenada em áreas estratégicas do corpo: baço e gânglios linfáticos. Então posso ter na corrente sanguínea, mas posso também ter armazenado nessas regiões; o importante é que essa célula enquanto não foi ativada, é chamada de B virgem, na hora que ela for ativada para executar uma dessas duas funções, ela é chamada de B madura. Dependendo da ação que ele estiver executando, ele volta e desativa de novo, ou ele é memorizado. Então eu não memorizo o linfócito B e produzo as duas funções, eu memorizo somente um linfócito B que estiver executando a apresentação de antígeno, esse eu faço memória. 
Progenitor linfoide decide que vai permanecer na medula óssea → é porque obrigatoriamente tem que se transformar num linfócito B, então se ela tem que transformar obrigatoriamente em linfócito B, uma célula para se transformar, ela primeiro se organiza internamente para depois organizar a sua estrutura externa. Primeiro organizo o meu genoma, as minhas características genotípicas, para depois expressar as características fenotípicas. Então organização dos genes vai começar aqui, e faço então a organização genica, que significa que estou colocando os pares cromossomais organizados para que ela tenha um núcleo definido. Toda a etapa de uma formação de uma célula termina quando inicia a outra estrutura, então estou fazendo a expressão genica (organizando o genoma). Terminei essa organização, eu deixei de ser uma célula pró-B e passei a ser uma célula pré-B. Então organizei o genótipo e vou fazer a expressão fenotípica – expressar na superfície os componentes - o que essa célula tem que ter externamente? A primeira coisa é o receptor, que sempre vai ser um Yzinho, porque são imunoglobulinas, então quem é o receptor de linfócito B – ele vai ter IgM e IgD de receptor. 
Para organizar o nosso raciocínio eu vou fazer só dois receptores aqui, para mostrar que ela começa na fase pré-B e ela vai terminar quando ela iniciar a B imatura. Então ela tinha só dois e agora, aqui, ela tem quatro. Então ela tinha uma IgM, uma IgD - agora aqui ela concluiu a expressão genotípica com todos os seus receptores na superfície. 
Além desse receptor ela ainda tem uma molécula acessória que é a molécula B7, então ela expressa B7 também na sua estrutura - quando ela estiver com todos os receptores expressos na sua superfície ela deixa de ser uma pré-B e passa a ser uma B imatura. A B imatura, é um linfócito B não funcional. O que significa que ele está pronto, o desenho dele externo vai ser igual ao do seguinte, só que ele não é capaz de ser ativado, ser capaz de produzir uma daquelas duas funções, então ele é não funcional. Ele vai permanecer na medula óssea até ter condições de funcionar, na hora que ele tiver condições de funcionar essa célula vai para a corrente sanguínea; externamente e internamente vai ser igual – núcleo organizado, receptores, IgM e IgD, molécula B7. Não mudou nada na célula, a diferença é que vai ser uma célula funcional, só que ainda não foi ativada, por isso ela recebe o nome de B virgem. Você pode morrer tendo vários linfócitos B virgem no sangue, linfócitos que nunca foram ativados. Quando essa célula for ativada, ela recebe o nome de B madura, então ela é um linfócito B funcional, esse linfócito B poderá realizar duas funções:
Não está tendo divisão celular, eu vou fazer dois linfócitos B maduros, porque tem duas funções diferentes, um ele pode ser produtor de anticorpo e o outro ele poderá ser apresentador de antígeno. Se esse linfócito B virgem for ativado e produzir anticorpo o que vai acontecer é que: 
A primeira coisa é que o núcleo dele vai diminuir de tamanho, então o núcleo dele vai ficar menor, dá a impressão de que o citoplasma cresceu. Essa célula no sangue é conhecida pelo tamanho do núcleo, porque a célula é quase do tamanho do núcleo, então você vê uma coisa roxa, grande, você sabe que é linfócito porque o núcleo é quase do tamanho da estrutura celular – quando ele encolhe você vai ver a diferença porque aumenta o espaço Inter plasmático. Essa célula produtora de anticorpo também é chamada de plasmócito. Então plasmócito é o linfócito B produtor de anticorpo, não é qualquer linfócito B, e nem um apresentador de antígeno - é só se ele estiver produzindo anticorpo, porque o núcleo dele diminui de tamanho. Ele continua tendo a molécula B7, só que até então o receptor dele era IgM e IgD ao mesmo tempo, agora ele vai ter o receptor da classe do anticorpo que ele estiver secretando, ou seja, um linfócito B pode secretar IgA, IgD, IgE, IgM ou IgG. Ele não vai produzir mais de um anticorpo, cada célula produz uma classe. Então se esse linfócito B que tinha IgM e IgD junto for estimulado, e mandar que ele produza IgG, todos esses receptores se transformarão em IgG; enquanto ele estiver produzindo IgG ele tem como receptor IgG.
O receptor é a porta de entrada do estimulo e a porta de saída da molécula de anticorpo; a molécula sai pela mesma classe que está produzindo, então ele era IgM e IgD – se ele vai produzir agora IgA, todo mundo vai ser IgA, e assim vai – ele vai ser da classe do que estiver secretando. Ouve uma mudança da classe, deixou de ser uma coisa e passou a ser outra: isso é chamado de suisse das imunoglobulinas. Quem determina a mudança da classe é o mecanismo de ativação que vamos falar na próxima aula.
Então enquanto essa célula, esse plasmócito estiver ativado a produzir por exemplo IgA, está produzindo IgA, a superfície dele vai ter receptores IgA. Acabou a doença, não preciso mais de IgA, esse plasmócito volta ao estado original, ou seja, o núcleo dele volta ao tamanho que era, o receptor dele que era de uma classe só, volta a ser IgM e IgD e ele volta a ter a molécula que já tinha aqui: B7 – então ele volta a ser uma célula B virgem. Que poderá ser reativada para produzir outro anticorpo de outra classe ou executar a outra função.
Se essa célula realizar apresentação de antígeno, na sua estrutura externa não vai ter mudança nenhuma, então o núcleo continua do mesmo tamanho, o receptor continua do mesmo: IgM e IgD, continua tendo a molécula B7, só que agora tem dois marcadores que fazem a diferença. No plasmócito ele expressa uma molécula chamada CD23 – uma molécula que vai ficar na superfície enquanto estiver produzindo anticorpo – voltou a ser B virgem, ele perde a expressão dessa molécula. Já a apresentadora de antígeno vai expressar uma molécula chamada CD41, essa célula vai fazer apresentação de antígeno, e essa célula não vai ser mais desativada, ela vai ser memorizada com tudo que está ali na superfície, ou seja, receptores IgM e IgD, molécula B7 e a molécula CD41. 
Semana que vem a gente vai ver que, essa célula faz apresentação de antígeno porque ela vai expressar na superfície dela uma molécula chamada MHC de classe II, e dentro dessa molécula vai ter uma estrutura peptídica que nunca mais vai sair daquilo. Então por isso que essa célula é de memória - então é a molécula MHC de classe II que vai fazer a apresentação de antígeno – que você memoriza e nunca mais tem essa doença.

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