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ATPS - Serviço Social Contemporãneo

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: SERVIÇO SOCIAL CONTEMPORÂNEO
ACADÊMICOS:
ALESSANDRA DE AZEVEDO OLIVEIRA DOS SANTOS – RA 429048
EUZANA GOMES FARIA – RA 414377
LEILA B. VIEIRA – RA 430935
MARJORIE CONCEÇAO ANJOS DA SILVA FEIJÓ – RA 406429
SAMILLA FERREIRA MONTEIRO COUTINHO – RA 419028
SANDRA PEREIRA DE PAIVA GÊ – RA 422422
VÂNIA PENA MUNIZ - RA 422424
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
PROFESSORA: MARIA EDILENE XAVIER ROCHA GARCIA
Macaé– RJ
12 DE JUNHO DE 2013
Evolução Histórica do Serviço Social
Serviço Social – o que é?
É uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da "questão social", isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido nas mais diversas áreas (saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, etc.) com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-educativo e de prestação de serviços.
É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético – político, que foi construído pela categoria a partir das décadas de 1970 –1980 e que expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária, mais justa, democrática e garantidora de direitos universais. Tal projeto tem seus contornos claramente expressos na Lei 8662 – 93, no código de Ética Profissional – 1993 e nas Diretrizes Curriculares.
A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria um novo aparato jurídico se fez necessário de forma a expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Hoje a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8662 de 07 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais. E, fundamentalmente, definem em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, competência e atribuições privativas do assistente social.
Além da Lei, contamos também com o Código de Ética Profissional que veio se atualizando ao longo da trajetória profissional. Em 1993, após um rico debate com o conjunto da categoria em todo o país, foi aprovada a quinta versão do Código de Ética Profissional, instituída pela Resolução 273/93 do CFESS.
O Código representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico, delineia parâmetros para o exercício profissional, define direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Ele expressa a renovação e o amadurecimento teórico-político do Serviço Social e evidencia em seus princípios fundamentais o compromisso ético-político assumido pela categoria.
A emergência e institucionalização do Serviço Social como especialização do trabalho ocorre nos anos 20 e 30, sob influência católica europeia. Com ênfase nas ideias de Mary Richmond e nos fundamentos do Serviço Social de Caso, a técnica está a serviço da doutrina social da Igreja.
Nos anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial. Neste período há o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. Com supervalorização da técnica, considerada autônoma e como um fim em si mesma, e com base na defesa da neutralidade científica, a profissão se desenvolve através do “Serviço Social de Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade”.
Nos anos 60 e 70 há um movimento de renovação na profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos “de esquerda”, sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.
O profissional amplia sua atuação para as áreas de pesquisa, administração, planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais, além das atividades de execução e desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares. E se intensifica o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta considerada como instrumento de dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.
Com os “ventos democráticos” dos anos 80, inaugura-se o debate da Ética no Serviço Social, buscando-se romper com a ética da neutralidade e com o tradicionalismo filosófico fundado na ética neotomista e no humanismo cristão. Assume-se claramente no Código de Ética Profissional, aprovado em 1986, a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”. O Código traz também outro avanço: a ruptura com o corporativismo profissional, inaugurando a percepção do valor da denúncia (inclusive a formulada por usuários). No âmbito da formação profissional, busca-se a ultrapassagem do tradicionalismo teórico-metodológico e ético-político, com a revisão curricular de 1982. Supera-se, na formação, a metodologia tripartite e dissemina-se a ideia da junção entre a técnica e o político. Há ainda a democratização das entidades da categoria, a superação da lógica cartorial pelo Conjunto CFESS/Cress, que conquista destaque no processo de consolidação do projeto ético-político do Serviço Social.
Nos anos 90, se verificam no âmbito do Serviço Social os efeitos do neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do trabalho, da minimalização do Estado e da retração dos direitos sociais. O Serviço Social amplia os campos de atuação, passando a atuar no chamado terceiro setor, nos Conselhos de Direitos e ocupa funções de assessoria entre outros. Discutindo a sua instrumentalidade na trajetória profissional, ressignifica o uso do instrumental técnico-operativo e cria novos instrumentos, como mediação para o alcance das finalidades, na direção da competência ética, política e teórica, vinculada à defesa de valores sócio-cêntricos emancipatórios. Partindo do pressuposto da necessidade da capacitação continuada, o Serviço Social busca a ultrapassagem da prática tecnicista, pretensamente neutra, imediatista ou voluntarista.
Nos anos 2000 essa conjuntura provoca novas disputas em torno da questão social e do papel a ser cumprido pelas políticas sociais. Reduz-se a capacidade de mobilização em torno de projetos coletivos, o que gera novos desafios para a luta pela consolidação dos direitos da população usuária dos serviços prestados pelos assistentes sociais.
Esses elementos apontam para a necessidade de fortalecer o projeto ético-politico profissional, que vem sendo construído pela categoria há mais de três décadas.
Código de ética do Assistente Social
O Serviço Social já teve diversos Códigos de Ética (1947, 1965, 1975 e 1993) que expressam os diferentes momentos vivenciados pela profissão. O Código de Ética atual afirma os princípios fundamentais da profissão e dispõe sobre direitos e deveres do profissional, bem como dos parâmetros éticos nas relações com usuários, outros profissionais,com a Justiça, com Empregadores, dentre outros. 
O Código de Ética deve ser conhecido e respeitado por todo profissional em exercício, bem como pelos estudantes de Serviço Social. A fiscalização quanto ao cumprimento dos deveres profissionais cabe aos CRESS. 
     O Código de Ética atualizado e aprovado em 1993, expressa o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos. 
Princípios do código de ética:
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do auto​ritarismo;
Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;
Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da par​ticipação política e da riqueza socialmente produzida;
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure uni​versalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e polí​ticas sociais, bem como sua gestão democrática;
Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discrimina​dos e à discussão das diferenças;
Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero;
Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que par​tilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;
 O Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à popula​ção e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da com​petência profissional;
Exercício do serviço social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.
As mudanças no mercado profissional de trabalho
O trabalho dos Assistentes Sociais foi influenciado profundamente com o fato da retração do Estado em suas responsabilidades e ações no campo social.
Essa retração se deu nas verbas orçamentárias e no pouco investimento na prestação de serviços sociais públicos. O Estado está transferindo para a sociedade civil, iniciativas para resolução das sequelas da questão social, fazendo assim, com que surjam alterações no mercado de trabalho e em especial no campo da área social.
Há uma tendência de refilantropização social onde grandes corporações econômicas assumem a preocupação e intervêm na questão social dentro de uma expectativa de filantropia empresarial. Empresas passam a assumir responsabilidades para auxiliar o Estado na amenização das sequelas na questão social.
Ao fazer esse tipo de filantropia não estamos voltando a antiga concepção de filantropia, que se tratava de caridade e sim a uma filantropia do “grande capital”, que é resultado da privatização dos serviços públicos. Esse tipo de filantropia é uma parceria entre a sociedade civil e o Estado, evocando a solidariedade social, porém não é o suficiente para resolver o problema da pauperização mundial que cresce em níveis alarmantes conforme o avanço da globalização. 
Atualmente existe o trabalho feito pelas ONGs (organizações não governamentais), que atuam em um amplo e diversificado campo, apenas precisando de mais qualificação.
Outro exemplo de como está sendo enfrentada a questão social é a reforma da previdência, que é um dos direitos assegurados na constituição. É reservado ao Estado a responsabilidade e atendimento dos setores mais pauperizados e excluídos. A prioridade é a subordinação do atendimento das necessidades à lógica do mercado, atribuindo a essa função de regulação da vida social, o que é o mesmo que contestar a democracia. Ao subordinar a democracia ao mercado inviabiliza-se o mínimo de igualdades e oportunidades, que seria competência do poder público prover. O mesmo poder público que está sendo destruído e junto com ele as condições do trabalho do serviço social, pois o Estado é seu maior empregador.
Outra mudança tem sido desregulamentação das relações de trabalho e dos direitos sociais, que deriva da preocupação com redução dos custos sociais do trabalho.
O argumento é que o empresário tem um custo maior com encargos sociais do que com a remuneração direta do trabalhador, que estão embutidos na folha de salário referindo-se aos encargos sociais que só favorecem de forma indireta e não individualizada por trabalhador, envolvendo despesas destinadas ao financiamento de atividades sociais que vão além da remuneração, um exemplo pode ser o financiamento da casa própria, porcentagem que vai para o INSS, INCRA e sistema ESSE (SESI, SESC, SENAI, SENAC, etc.) onde parte dos recursos são utilizados para financiar políticas públicas.
Para o governo, os tipos de encargos explicados anteriormente formam apenas um mesmo custo social no trabalho, o que significa afetar os direitos sociais do trabalho já consolidados.
Esse processo repercute no mercado de trabalho do assistente social, cresce nas empresas o trabalho dos assistentes sociais que também atuam na área de recursos humanos assessorando, gerenciando a criação dos comportamentos produtivos favoráveis para a força de trabalho, que pode ser chamada de “clima social”, ainda o trabalho de controle de qualidade das equipes interprofissionais, dos programas de qualidade total, voltados ao controle de qualidade e é o estímulo a uma aproximação entre a gerência e os demais trabalhadores, valorizando assim um discurso de participação de todos nas questões referentes àquela empresa. Em algumas empresas já acontecem mudanças nas formas de pagamento, além da premiação e outros tipos de incentivo.
Até algum tempo atrás o serviço social sempre foi chamado pelas empresas para eliminar focos de tensões sociais, criar comportamento produtivo da força de trabalho, ajudando a reduzir o absenteísmo, viabilizar benefícios sociais, atuar em relações humanas nas esferas do trabalho. Essas demandas ainda se mantêm, ocorrendo hoje com novas mediações, entre elas o chamamento à participação, o discurso da qualidade, da parceria, da cooperação e da valorização do trabalhador. 
Somente com a adesão do trabalhador a qualidade do produto e as metas empresariais como produtividade e competitividade serão asseguradas.
A mudança no mercado profissional de trabalho exige dos assistentes sociais uma adequação. Outros profissionais estão absorvendo espaços ocupacionais que eram restritos aos assistentes sociais. Exige-se um profissional cada vez mais qualificado com visão crítica que não apenas executa, mas pensa, analisa, pesquisa e decifra a realidade. Este é o novo perfil que deve ter um profissional afinado com análises dos processos sociais, sendo criativo e inventivo, capaz de entender as necessidades do tempo presente e contribuir para moldar o resumo do futuro.
Serviço Social na área da saúde
No texto dos autores Maria Inês Souza Bravo e Maurilio Castro de Matos, Projeto Ético-Político do Serviço Social e sua relação com a reforma: Elementos para debate, os autores propõem reflexões sobre as características do Serviço Social brasileiro na saúde e os desafios apresentados nessa área. São discutidas as fases pelas quais passaram o Serviço Social, desde 1930 até a década de 1990.
Serviço Social no período de 1930 a 1979
Surge o Serviço Social, devido às influências sócio-históricas da época. A profissão de Assistente Social no Brasil surgiu no período de 1930 a 1945, porém a expansão do Serviço Social ocorreu após 1945, relacionada às exigências provenientes do capitalismo no Brasil e às mudançasem função do término da Segunda Guerra mundial.
Nesta década o setor que mais absorvia assistentes sociais era a saúde, eram oferecidas bolsas aos profissionais brasileiros e foram criadas entidades organizativas.
Em 1948, quando um novo conceito de saúde passou a dar foco em aspectos biopsicossociais, foram requisitados outros profissionais para atuarem no setor, inclusive os assistentes sociais.
Esse conceito foi devido ao agravamento das condições de saúde da população. Começou-se a trabalhar em equipes multidisciplinares onde foi possível ampliar a abordagem em saúde, introduzindo métodos de prevenção e educação, criar programas que priorizassem um determinado segmento, já que se constatou que era inviável tornar universal a atenção médica e social.
O assistente social atuava de forma educativa, em relação aos hábitos de higiene e a saúde, e também atuava nos programas prioritários estabelecidos pelas normas da política de saúde.
Neste mesmo período houve a consolidação da Política Nacional de Saúde, onde o Assistente Social passou a atuar nos hospitais onde ele se colocava entre a instituição e o usuário, proporcionando viabilidade aos usuários aos serviços e benefícios.
Nesse parâmetro, o profissional utilizava as seguintes ações: Triagem ou seleção, encaminhamento, concessão de benefícios e orientação previdenciária.
A partir da década de 50, surgem novas propostas racionalizadoras como a “medicina integral”, a “medicina preventiva” e a partir de 1960, a “medicina comunitária”, porém estas não tiveram repercussão no trabalho do assistente social da saúde que atuavam no Brasil.
Os assistentes sociais centralizavam suas ações em hospitais e ambulatórios. Os centros de saúde, embora criados na década de 20 não absorviam os assistentes sociais, apenas médicos, enfermeiros e visitadores. Por volta de 1975 os assistentes sociais foram absorvidos neste espaço.
Após 1964, o Serviço Social sofreu profundas mudanças na área de saúde, quando surgiu um debate questionando o seu conservadorismo.
A modernização conservadora exigiu uma renovação do serviço social, devido a novas estratégias de controle e repressão da classe trabalhadora efetivada pelo Estado e pelo grande capital.
O Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio em Serviços Sociais foi o principal veículo responsável pela elaboração teórica do serviço social, pois difundia a “perspectiva modernizadora”, adequando a profissão as exigências postas pelos processos Sócio-Políticos emergentes no após 1964. O serviço social passou a ser visto como integrador no processo de desenvolvimento com a preocupação de inserir a profissão em uma moldura teórica e metodológica.
Entre 1974 e 1979, o serviço social não se alterou no aspecto da saúde, o trabalho do assistente social continuou orientado pela vertente “modernizadora”.
As alterações do serviço social nos 80 e 90
Na década de 80 surge um movimento significativo na saúde coletiva, que também ocorreu no serviço social de ampliar o debate teórico e a incorporação de temáticas como o Estado e as políticas sociais fundamentadas no marxismo.
O movimento sanitário conseguiu avançar. A constituição de 1988 traz um modelo de proteção social onde a saúde, a assistência social e a previdência social integram a seguridade social.
Nesta fase o serviço social passa por um processo interno de revisão, onde o serviço social tradicional é negado, havendo uma intensa disputa pela nova direção a ser dada à profissão.
No Brasil o processo de renovação do serviço social está articulado às questões sociais colocadas pela realidade da época.
A década de 80 foi fundamental para o entendimento atual da profissão, onde se observa uma mudança de posições, a postura crítica dos trabalhos em saúde.
A década de 90 foi um período de implantação e êxodo ideológico do projeto neoliberal do país, que consiste em um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do Estado na economia. Defende-se a privatização de várias empresas no Estado. As medidas neoliberalistas originaram falências e desemprego. As ideias neoliberais confrontaram com o projeto profissional hemogênico no serviço social.
Ao Estado cabe garantir um mínimo aos que não podem pagar ficando para o setor privado o atendimento aos cidadãos consumidores. Como principais características destaca-se o caráter focalizado para atender as populações vulneráveis, a desconcentração dos serviços e o questionamento da universalidade do acesso.
Nos anos 90, dois projetos políticos disputam a área de saúde: o projeto privatista e o projeto da reforma sanitária.
Projeto privatista:
Seleção socioeconômica do usuário;
Atuação psicossocial com aconselhamento
Ação fiscalizatória dos usuários aos planos de saúde
Assistencialismo através de favor
Predomínio de práticas individuais
Projeto da reforma sanitária
Busca de democratização do acesso ás unidades e aos serviços de saúde
Atendimento humanizado
Estratégias de interação da instituição de saúde com a realidade
Interdisciplinaridade
Ênfase nas abordagens grupais
Acesso democrático às informações
Estimulo a participação cidadã
A partir da década de 90, três dimensões da profissão vêm intervindo no serviço social na saúde: aspecto acadêmico, aspecto político e trabalho nas instituições.
Aspecto Acadêmico – fica evidenciado a dificuldade em realizar um trabalho que no cotidiano esteja norteado pelo projeto ético-político profissional e da reforma sanitária.
Aspecto político – há uma tendência otimista do serviço social, havendo uma preocupação com o controle social da política de saúde e o potencial de contribuição que o serviço social pode proporcionar.
O Conselho Federal de Serviço Social – CFESS é a entidade que tem como estratégia o fortalecimento da política pública, na perspectiva da democratização do Estado e da sociedade brasileira.
Trabalho nas instituições – há ainda uma diferença muito grande entre a intenção e o discurso do assistente social com o trabalho desenvolvido. Os assistentes sociais tem um compromisso com os usuários, mas não conseguem transformar esse compromisso em uma prática concreta. Eles ainda reforçam os objetivos da instituição e não os do projeto ético-político da profissão.
É preciso que haja uma ruptura no serviço social tradicional para que o projeto ético-político profissional possa avançar para a rotina de trabalho dos assistentes sociais. As políticas sociais ainda continuam fragmentadas e subordinadas à lógica econômica, ao capitalismo.
Reflexões sobre o serviço social e os limites da aplicação do direito
Desde que foi iniciado o movimento de reconceituação, que a luta dos brasileiros pelos seus direitos sociais tornou-se um dos segmentos do trabalho do assistente social, que tem como objetivo fazer com que o direito social e a justiça social se tornem realmente uma realidade.
O Direito foi um marco da sociedade democrática, passando a ser um instrumento de defesa da cidadania. Ao assistente social é fundamental a aproximação com o Direito, entender sua natureza, sua doutrina, seus limites e aplicação na sociedade capitalista.
Constatamos hoje, estarmos inseridos na crise global, consequência da globalização capitalista, onde as bases sociais estão ficando enfraquecidas, prejudicando assim a garantia dos direitos de cidadania.
Para avançarmos na luta pela democratização da sociedade é preciso preservar mecanismos que garantam um mínimo de vida civilizada e ainda avançar em construção de novos patamares de progresso social.
Através de um movimento com forte pressão popular, foi iniciado um novo período na história do Brasil, a criação da Constituição de 1988, com garantias aos direitos civis a partir de debates democráticos.
Após 10 anos da criação da Constituição, o Brasil passou por uma economia marcada pela recessão, cortes nos gastos públicos e privatizações. Reverter esse quadro demanda tempo e apresenta-se uma missão muitodifícil.
Alguns direitos conseguiram grandes avanços desde a criação da Constituição, mas alguns ainda parecem retroceder. Este fato gera uma luta constante e ainda uma vigilância para que conquistas fundamentais obtidas no campo dos direitos sociais sejam asseguradas.
Temos que compreender os mecanismos de ação do Judiciário, suas influências, as pressões que sofre, e as modalidades de respostas a essas pressões. Assim estaremos estabelecendo os limites reais do Estado de Direito e os caminhos da ação política para garantir os interesses dos trabalhadores.
Cresce o número de ações de pessoas que recorrem aos tribunais de Justiça para garantirem que seus direitos sejam respeitados. Diversos tipos de segmentos tem utilizado este recurso, antes de caráter exclusivo para eles, são os idosos, famílias, deficientes físicos, índios, homossexuais e etc.
Apesar do fato de grande procura e maior acesso da população à justiça, o Poder Judiciário ainda é muito lento e precisa de uma reforma tendo em vista o aumento de volume das reclamações, de ações judiciais e de processos.
É uma discussão pertinente aos assistentes sociais a impossibilidade da lei ser um mecanismo de expressão da maioria das pessoas e a impossibilidade da democracia frente a este modelo de economia globalizada.
Referências Bibliográficas
IAMAMOTO, M. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1998.
BRAVO, Maria Inês Souza; MATOS, Maurílio Castro.
Projeto Ético-Político do Serviço Social e sua Relação com a Reforma Sanitária: elementos para o debate. 2001. Disponívelem:<http://www.fnepas.org.br/pdf/servico
_social_saude/text3.pdf>. 
Acesso em: 02 jun. 2013.
O Serviço Social e a Contemporaneidade. Disponível em: <http://www.ssrevista.uel.br/c_v6n2_silvia.htm>. 
Acesso em: 07 jun. 2013.
http://www.cfess.org.br/ .
Acesso em: 01 jun. 2013.
http://abepss.org.br/ .
Acesso em: 01 jun. 2013
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