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Direito Civil - Resumo - OAB - 1ª Fase

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Direito do Consumidor
João Aguirre
@profaguirre
Aula 01
I) Elementos da relação de consumo
1) Elemento Subjetivo: Sujeitos da relação de consumo.
Consumidor: Art. 2º, CDC.
“Art. 2° - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”
Consumidor pode ser pessoa física, mas também jurídica.
Consumidor adquire ou utiliza produto ou serviço (objeto da relação de consumo).
Como destinatário final.
3 teorias vão definir quem é o destinatário final:
1ª) Teoria finalista ou finalista pura: Consumidor é aquele que retira o produto ou o serviço do mercado de consumo, exaurindo a sua destinação econômica. (Entendimento do STJ).
Não reconhece a possibilidade da pessoa jurídica ser consumidor. 
Caso, um barbeiro adquira um creme para usar nos clientes de seu estabelecimento, não haverá, para os adeptos da teoria finalista, relação de consumo nesta aquisição. Afinal, o creme foi novamente introduzido no mercado. Essa teoria, assim, dá uma interpretação restrita ao termo “destinatário final”. Dessa forma, ao menos em uma interpretação apegada ao texto da lei, não se podem considerar consumidores os intermediários da relação de consumo (NEVES, 2006, p. 103). 
2ª) Teoria maximalista: Consumidor é aquele que retira o produto ou serviço do mercado de consumo, sem necessariamente exaurir sua destinação econômica. 
Nesta corrente não importa se a pessoa adquire ou utiliza o produto ou serviço para o uso privado ou para o uso profissional, com a finalidade de obter o lucro. 
Nota-se, portanto, que o elemento fático para definição do status de consumidor à pessoa física ou jurídica, nesta corrente, não se dará, pelo sujeito de direitos que adquiriu o produto ou o serviço. Este sujeito será definido como consumidor, tão somente, por realizar a compra do produto ou a contratação do serviço. 
Destinatário final seria o destinatário fático do produto, aquele que retira do mercado e o utiliza, o consome, por exemplo, a fábrica de toalhas que compra algodão para transformar, a fábrica de celulose que compra carros para o transporte de visitantes, o advogado que compra uma máquina de escrever para seu escritório, ou mesmo o Estado quando adquire canetas para uso nas repartições e, é claro, a dona de casa que adquire produtos alimentícios para a família”. (MARQUES, 2006, p. 305).
No exemplo do barbeiro mencionado na descrição da teoria finalista, caso a teoria maximalista fosse adotada, o barbeiro seria considerado consumidor. 
3ª) Teoria finalista aprofundada ou finalista temperada ou mista: Consumidor é aquele que retira o produto ou serviço do mercado de consumo, sem necessariamente exaurir a sua destinação econômica, mas desde que seja VULNERÁVEL.
Vulnerabilidade: Pode ser técnica (Falta de conhecimento técnico aprofundado sobre o assunto), jurídica/científica (Falta de conhecimento jurídico ou de outras ciências) ou econômica/fática (Disparidade econômica/fatos).
Seria, por exemplo, a padaria que compra um veículo automotor para utilizá-lo na entrega das encomendas e este apresenta diversos vícios de produção; ou ainda, a empresa de entrega de correspondências que adquire um veículo para utilizar no transporte de mercadorias e este apresenta os mesmos problemas encontrados no automóvel adquirido pela padaria. Há de se notar que tanto o padeiro como a empresa de entrega de correspondências possuem habilidades distantes da produção de automóveis, portanto podem não ter o menor conhecimento técnico sobre veículos, da mesma maneira que qualquer outra pessoa que adquire o veículo para uso privado. Para a teoria mista, são todos igualmente vulneráveis neste aspecto. 
Dica: Todo consumidor é vulnerável, mas nem todo consumidor é hipossuficiente.
Consumidor por equiparação (Bystander): É alguém que muito embora não tenha praticado o ato de consumo, receberá a proteção do CDC.
3 situações:
1ª) Art. 2º, PÚ, CDC.
“Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”.
Estende a aplicação do CDC a todos os indivíduos, real ou potencialmente vinculados, que participarem da relação de consumo, permitindo que este mandamento legal seja meta-individualizado.
Ex. Coletividade: Associação para a defesa dos direitos do consumidor.
2ª) Art. 17, CDC.
“Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.”
Abrange a todas as pessoas, mesmo as que não realizaram nenhum tipo de relação contratual com o fornecedor, mas que sofrerem algum tipo de dano pelo fato da má prestação do serviço contratado ou da má qualidade do produto adquirido do fornecedor. Assim, concedendo-lhes o direito a indenização por danos morais e, ou materiais, mesmo que não haja nenhum tipo de relação contratual com o fornecedor. 
3ª) Art. 29, CDC.
“Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.”
Tal artigo visa abranger todas as pessoas que estejam expostas às práticas comerciais, sendo seus mandamentos aplicáveis assim as normas sobre oferta de produtos, publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas, banco de dados e cadastros de consumidores, e, por fim, compreendendo também as normas de proteção contratual.
Quanto à aplicabilidade do Art. 29, pode-se dizer que possui caráter preventivo, ou seja, mesmo sem serem consumidores stricto sensu e sem que tenham sofrido qualquer tipo de dano, poderão se valer da norma.
Fornecedor: Art. 3º, CDC.
“Art. 3° - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.”
Fornecedor é:
a) Pessoa física ou jurídica;
b) Pública ou privada;
c) Nacional ou estrangeira;
d) Entes despersonalizados (Ex.: massa falida e espólio).
Que desenvolve atividade de:
a) Produção;
b) Montagem;
c) Criação;
d) Construção;
e) Transformação;
f) Importação;
g) Exportação;
h) Distribuição;
i) Comercialização; 
j) … de produtos ;
ou 
l) Prestação de serviços;
2) Elemento Objetivo: Objeto da relação de consumo.
Art. 3º, §§ 1º e 2º, CDC.
"§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial."
"§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista."
Dica –> Serviços públicos: 
Quando são prestados de forma genérica, e não possuem um sujeito determinado, NÃO se aplica o CDC.
Ex.: Limpeza das praças públicas.
Ex.: Impostos.
Quando prestados a um sujeito determinado, devidamente individualizados, aplica-se o CDC.
Ex.: Fornecimento de água ou gás.
Ex.: Tarifa.
II) Responsabilidade Civil no CDC 
a) Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço – Arts. 12 e seguintes, CDC.
“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produtonão é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.”
O fato remete ao defeito. O produto ou serviço é defeituoso quando não oferece a segurança que dele se espera. A violação do dever de segurança acarreta um acidente de consumo.
Buscar a palavra DANO. RISCO não acarreta o fato necessariamente.
a.1) Responsabilidade pelo fato do produto: Arts. 12 e 13.
O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele se espera. Hipótese de responsabilidade objetiva – Responde-se independentemente de culpa. 
Quem responde pelo fato do produto? Art. 12, caput, CDC.
Respondem pelo fato do produto: o fabricante, o produtor, o construtor e o importador.
Atenção: Falta o comerciante! A responsabilidade do comerciante pelo fato do serviço é subsidiária e não solidária.
Art. 13, CDC – O comerciante responde pelo fato do produto quando não houver identificação do fabricante, produtor, construtor, importador; ou quando a informação do fabricante, produtor, construtor, importador não for clara; ou ainda, quando não conservou adequadamente produtos perecíveis.
a.2) Responsabilidade pelo fato do serviço: Art. 14.
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.”
b) Responsabilidade pelo vício do produto ou serviço – Arts. 18 e seguintes, CDC.
Vício relacionado à qualidade ou à quantidade do produto ou serviço. O produto ou serviço não está adequado para os fins a que se destina. A violação do dever de adequação gera uma quebra da expectativa.
“Não funciona”.
Quem responde pelo vício do produto? Art. 18, CDC.
Respondem pelo vício do produto: todos os fornecedores, inclusive o comerciante. Respondem solidariamente.
Aula 02
a.2) Responsabilidade pelo fato do serviço (continuação...)
Regra: Art. 14, caput, CDC.
O fornecedor de serviços responde independentemente de culpa pelo fato do serviço: Responsabilidade objetiva do fornecedor.
Exceção: A responsabilidade pessoal do profissional liberal será apurada mediante a verificação da culpa: Responsabilidade subjetiva.
Dica: A responsabilidade do médico e do dentista:
Regra: Respondem mediante a prova da culpa quando for tratamento curativo (Responsabilidade subjetiva; Obrigação de meio) – Art. 14, §4º, CDC e Art. 951, CC.
Ex.: Cirurgia plástica reparadora.
Exceção: Respondem independentemente de culpa quando for um tratamento estético (Responsabilidade objetiva; Obrigação de resultado). Entendimento do STJ.
Ex.: Cirurgia plástica estética.
b) Responsabilidade pelo vício do produto ou serviço:
	Responsabilidade pelo vício do produto
	Responsabilidade pelo vício do serviço
	Art. 18 do CDC
	Art. 20 do CDC
	Não sendo sanado o vício em 30 dias, pode o consumidor, à sua escolha, exigir:
I – A substituição do produto;
II – A restituição da quantia paga, atualizada, + perdas e danos;
III – O abatimento no preço.
	Pode o consumidor, à sua escolha, exigir: 
I – A reexecução do serviço;
II – A restituição da quantia paga, atualizada, + perdas e danos;
III – O abatimento no preço.
Dica: O Art. 19 trata de vício do produto quando o seu conteúdo for inferior às indicações. Nesse caso, pode o consumidor exigir: a substituição do produto (inciso III); a restituição da quantia paga atualizada + perdas e danos (inciso IV), o abatimento no preço (inciso I) e a complementação do peso ou medida.
Prazos
1) Vícios > Decadência (Art. 26, CDC).
a) Vício aparente ou de fácil constatação:
a.1) Bens não-duráveis = Prazo de 30 dias (para reclamar).
Ex.: Comida.
a.2) Bens duráveis = Prazo de 90 dias (para reclamar).
Ex.: Geladeira.
Obs.: Esses prazos são contados da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço.
b) Vício oculto.
b.1) Bens não-duráveis = Prazo de 30 dias (para reclamar).
b.2) Bens duráveis = Prazo de 90 dias (para reclamar).
Obs.: Neste caso, os prazos são contados no momento em que o vício ficar evidenciado = ciência do vício.
2) Fato > Prescrição (Art. 27, CDC).
Prazo de 5 anos contados do conhecimento do fato do produto ou do serviço.
3) Direito de arrependimento (Art. 49, CDC).
a) Prazo decadencial.
b) O consumidor pode desistir do contrato no prazo de 7 dias contados de sua celebração ou da efetiva entrega do produto ou do serviço, sempre que a sua contratação se der fora do seu estabelecimento.
Ex.: Internet, telefone, venda em domicílio.
c) Direito potestativo: Direito que dá um poder ao seu titular e estabelece um estado de sujeição para a outra parte. Direito do consumidor desistir do contrato no prazo de 7 dias contados da efetiva entrega do produto ou do serviço. O fornecedor deve se sujeitar a esse exercício, dentro do prazo, e restituir todas as quantias pagas, devidamente atualizadas.
 Advertência: Só vale para contratos celebrados fora do estabelecimento.
4) Orçamento (Art. 40, CDC).
O fornecedor de serviço é obrigado a entregar ao consumidor um orçamento prévio contendo no mínimo:
a) a descrição do valor da mão de obra, dos materiais e dos equipamentos;
b) as condições de pagamento;
c) a data de início e término do serviço.
Prazo decadencial: Art. 40, §1º, CDC. Salvo estipulação em contrário, o orçamento terá validade pelo prazo de 10 dias contados de seu recebimento pelo consumidor.
Dica: O consumidor não responde por quaisquer acréscimos decorrentes da contratação de terceiros, não previstos no orçamento.
Cláusulas abusivas (Art. 51, CDC).
São cláusulas que colocam o consumidor em situação ainda mais vulnerável e desvantajosa. São nulas de pleno direito. Súmula 130, STJ e Súmula 302, STJ.
“SÚMULA 130: A EMPRESA RESPONDE, PERANTE O CLIENTE, PELA REPARAÇÃO DE DANO OU FURTO DE VEICULO OCORRIDOS EM SEU ESTACIONAMENTO.”
“Súmula 302: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.”
Ex.: Cláusula que estabelece renúncia a direito de indenização.
Dica: A cláusula abusiva é nula de pleno direito, mas preserva-se o contrato. Princípio da conservação do negócio jurídico. Súmula 381, STJ.
“Súmula nº 381 do STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.”
Publicidade no CDC
1) Distinção entre publicidade e propaganda.
	Publicidade
	Propaganda
	Tem fim econômico.
Ex.: “Red bull te dá asas”.
	Não tem fim econômico. Visa a propagar uma ideia.
Ex.: Campanha contra a dengue ou contra o câncer de mama.
2) Distinção entre a publicidade enganosa e a publicidade abusiva:
	Publicidade enganosa
	Publicidade abusiva
	É falsa. 
Visa induzir o consumidor a erro.
	É discriminatória, estimula o preconceito e a superstição, explora o medo, incitaa violência, se vale da deficiência de julgamento e inexperiência da criança, etc.
	Critério objetivo.
	Critério subjetivo.

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