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34_-_Alguns_Aspectos_da_Teoria_Junguiana_da_Libido_ou_Energia_Psiquica_-_FAbricio_Moraes

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Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana, 
Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da 
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em 
consultório particular em Vitória desde 2003. 
Contato: 27 – 9316-6985. /e-mail: fabriciomoraes@yahoo.com.br/ Twitter:@FabricioMoraes 
www.psicologiaanalitica.com 
 
Alguns Aspectos da “Teoria Junguiana da Libido ou Energia Psíquica” 
(Originalmente publicado em duas partes em 5 de janeiro de 2011 e 24 de 
janeiro de 2011) 
 
Em 1928, Jung publicou um trabalho chamado “Energia Psíquica”. Este 
trabalho foi a conclusão de um longo estudo que começou em 1912, quando 
Jung começou a tornar públicas suas divergências com Freud. 
O grande marco dessa diferença acerca da “teoria da libido” foi o livro 
“Metamorfoses e Símbolos da Libido”(1912). Em setembro desse mesmo ano, 
Jung realizou uma série de conferencias na Universidade Fordham,(EUA), 
onde apresentou uma nova concepção acerca da teoria da libido, segundo ele, 
Creio não estar errado, se acho que o valor do conceito de 
libido não está em sua definição sexual, mas no seu ponto 
de vista energético, graças ao qual estamos de posse de 
uma concepção heurística extremamente valiosa. Graças 
também a concepção energética, temos a possibilidade de 
imagens dinâmicas e relações que são de valor incalculável 
no caos do mundo psíquico. A escola freudiana faria muito 
mal se fechasse os ouvidos às vozes da crítica que acusam 
nosso conceito de libido de misticismo e incompreensível. 
Uma das nossas ilusões foi acreditar que podíamos 
transformar a libido sexual em veículo de uma concepção 
energética da vida psíquica, e e muitos de nossos ainda 
pensam que possuem um conceito perfeitamente claro e 
por assim dizer concreto de libido, não se dão conta de que 
esse conceito foi empregado em sentidos que ultrapassam 
de longe os limites de sua definição sexual. (JUNG, 
1989, p. 127-8). 
Nesse texto, de 1912, podemos perceber que Jung ainda estava relacionado 
com a psicanálise, sua compreensão acerca da libido foi uma era de uma 
contribuição ao desenvolvimento pensamento psicanalítico. No entanto, a 
recepção das novas idéias acerca libido, presentes no Metamorfoses foi a pior 
possível. Freud se absteve de comentar o livro, delegando a Sándor Ferenczi 
Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana, 
Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da 
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em 
consultório particular em Vitória desde 2003. 
Contato: 27 – 9316-6985. /e-mail: fabriciomoraes@yahoo.com.br/ Twitter:@FabricioMoraes 
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a tarefa fazer refutar e desqualificar o trabalho de Jung, reafirmando a 
ortodoxia freudiana. Ao final, Ferenczi afirma que 
A impressão geral que extraímos da leitura de 
Metamorfoses e símbolos da Libido é que Jung não se 
ocupa de uma ciência propriamente indutiva, mas de uma 
sistematização filosófica, com todas as vantagens e 
inconvenientes de uma abordagem desse gênero. A 
principal vantagem apresentada é o apaziguamento do 
espírito, o qual, dando por resolvida a questão principal do 
ser, livra-se dos tormentos da incerteza e pode deixar 
tranquilamente para outros o cuidado de preencher as 
lacunas do sistema.(FERENCZI, 1992,p 102-3). 
A libido percebida “ponto de visa energético”, marcou o inicio do fim da fase 
psicanalítica de Jung (o final dessa fase se deu em 1914). O que deve ficar 
claro, é nunca houve uma negação acerca do caráter sexual da libido, mas, 
uma ampliação que também abarcava a libido de Freud. 
Jung deu formato “final” a sua teoria da libido em 1928. Apesar da 
importância a teoria libido acaba por ocupar um lugar secundário, quando 
comparada as grandes formulações teóricas de Jung, segundo Perrone, 
Sua obra se distribui em duas vertentes principais: as das 
três grandes formulações teóricas que são a teoria dos 
complexos, os tipos psicológicos e os arquétipos do 
inconsciente coletivo, de um lado, e um questionamento 
incessante das “ condições de possibilidade da psicologia”, 
de outro. (…) Há autores que consideram o processo de 
individuação como sendo , em si, a quarta formulação da 
teoria junguiana enquanto outros a inserem no 
desdobramento de seu pensamento. A teoria da energia 
psíquica, de 1928, embora importante instrumento da 
reflexão junguiana, não se alinha no mesmo nível das 
anteriores. (PERRONE, 2008, p. 9-10) 
A Teoria da “Energia Psíquica” tem como foco a compreensão dadinâmica da 
psique. Quando Jung optou em deixar o ponto de vista freudiano, ele adotou 
uma compreensão finalista ou teleológicaacerca da energia psíquica. Isso 
significa dizer, que Jung parte do efeito (do que foi manifesto) para 
Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana, 
Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da 
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em 
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compreender a causa. Diferente da postura freudiana, que partia da causa para 
o efeito, isso compreendendo que a causa estaria sempre atrelada a um 
princípio teórico, no caso a teoria da sexualidade. Ao partir do que é 
manifesto(efeito), Jung pode verificar que nem tudo é derivado de uma função 
sexual e, somado ao fato de não se poderia afirmar inequivocamente que a 
natureza da libido é sexual, ele adotou a concepção neutra e mais ampla de 
“energia” tomando emprestado da física este conceito. 
Ao adotar ponto de vista energético, não pode afirmar os atributos ou 
qualidades da energia psíquica em sua origem, apenas podemos compreende-
la em sua manifestação final, assim, a esse respeito o que se pode observar é 
a quantidade de energia envolvida no fenômeno, dada a intensidade. 
Para compreender a afirmação acima devemos lembrar, que durante quase 
toda primeira década do século XX, Jung esteve envolvido com os testes de 
associação de palavras. O princípio básico desse teste, era avaliar o tempo de 
reação(ou resposta) a uma palavra estímulo. O que Jung e sua equipe 
descobriram que havia uma manifestação que prejudicava o tempo de resposta 
para algumas palavras, essa manifestação ou fenômeno não só estava fora do 
controle da consciência, como também prejudicava a consciência. Foi 
observado que esse fenômeno que gerava as perturbações (alteração no 
tempo ou bloqueio da associação) estavam associado emocionalmente ao 
conjunto de idéias, lembranças, pensamentos que estavam do campo da 
consciência, passando a serem compreendidos como complexos de tonalidade 
afetiva. 
Jung e sua equipe estudaram as manifestações dos complexos em diferentes 
níveis, desde o tempo de reação até as alterações fisiológicas na respiração e 
na condutibilidade elétrica da pele com o uso de galvanômetro. Dessa forma, 
quando Jung se refere aintensidade do fenômeno psíquico, ele nos remete aos 
seus estudos experimentais, não é apenas um ponto de vista teórico. A 
intensidade de manifestação de um fenômeno vai sempre indicar uma maior ou 
menor quantidade de energia investida naquele processo. 
Ao estudar tanto os fenômenos oriundos dos experimentos de associações 
quanto na prática da clínica psiquiátrica, ficou clara para Jung a hipótese de 
umazona psíquica fora do domínio da consciência, isto é, o inconsciente. Bem, 
como que o fato de que a relação entre a consciência e o inconsciente poderia 
ser compreendida/descrita pela energia em trânsito entre essas duas 
instâncias. Assim, a partir das relações entre a consciência e o inconsciente 
Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
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Jung percebeu que poderia se fazer uma analogia com os fenômenos descritos 
pela física, algo que já vinha sendo apontado por outros autores como, p. 
ex., Theodore Lipps, von Grot, Busse. 
Jung compreendeu que para se ter uma noção apropriada da psique num 
modelo teórico, deveríamos considera-la um sistema energético relativamente 
fechado, supondo, assim, que a energia contida nesse sistema seria 
teoricamente sempre a mesma, o que variaria seria a distribuição da energia 
entre as instâncias inconsciente(ics) e consciência(cs). 
Desse modo, a vida psíquica ou a saúde psíquica pode ser compreendida 
como o fluir da energia entre o sistema psíquico formado pelo inconsciente a 
consciência. Quando ocorre um desequilibro, uma distribuição inadequada ou o 
bloqueio da distribuição dessa energia psíquica, ocorre o que podemos 
compreender como o adoecimento psíquico. Para que isso fique claro, 
devemos buscar a distinção de energia psíquica e força psíquica, 
Devemos a LIPPS uma diferenciação entre o conceito de 
energia psíquica e o de força psíquica. Para LIPPS a força 
psíquica é a possibilidade de que na alma surjam 
processos que alcancem um determinado grau de eficácia. 
A energia psíquica, ao invés, é "a possibilidade, inclusa nos 
próprios processos, de que esta força passe a 
atuar".(Jung,1999, p.14), 
Assim, a energia psíquica é uma condição para que haja força psíquica para a 
realização de um trabalho ou processo psíquico. Por exemplo, quando uma 
pessoa com depressão afirma que ela não possui vontade de fazer nada, 
significa que não há energia psíquica disponível na consciência para ser 
convertida em força psíquica, isto é, em vontade, para que seja realizada uma 
atividade. 
A teoria da energia psíquica compreende os princípios fundamentais da 
dinâmica psíquica na abordagem junguiana. De forma geral, podemos percebe-
la como pano de fundo em todas construções teóricas de Jung. Por exemplo, 
se falamos da relação de um complexo constelado com o Ego, estamos 
falando de uma relação energética. 
Na constelação, a energia do complexo, que é superior, flui 
para o eu que, como centro da consciência é invadido pelo 
inconsciente. O eu, desestabilizado em algum grau, tem a 
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tarefa de procurar conter a invasão de energia, o que nem 
sempre é possível. Precisará de força e determinação para 
canalizar essa energia excedente para alguma direção 
construtiva. (PERRONE, 2008,p.84) 
A incapacidade do ego em lidar com essa invasão de forma construtiva será a 
base onde se desenvolverá o sintoma. 
 
I – Energia Psíquica ou Libido 
Jung adota o termo “energia psíquica” para tornar mais claro o que ele entendia 
por “libido” – termo utilizado por Freud – assim, a “energia psíquica” e “libido” 
são equivalentes. A energia psíquica ou libido é, simultaneamente, o 
“psiquismo” e o “combustível” que movimenta o psiquismo. Isso significa dizer, 
que tudo o que o que percebemos e chamamos de psiquismo é a energia 
psíquica em diferentes níveis de organização. As ações e os processos 
psíquicos dependem de energia disponível ou da transformação da energia de 
um nível para outro. 
Para melhor explicar sua compreensão acerca da energia psíquica, Jung busca 
como referencial o conceito de energia da física, de onde compreende que a 
“idéia de energia não é a de uma substancia que se movimenta no espaço, 
mas um conceito abstraído das relações de movimento. Suas bases não são, 
por conseguinte, as substâncias como tais, mas suas relações” (JUNG, 1999, 
p.3) Para se compreender a energia deve se observar qual sua finalidade ou 
destinação para assim poder avaliá-la ou mensurá-la. A energia em si, não é 
um conceito tangível, mas sua forma de manifestação como, por exemplo, 
trabalho, calor, luz, eletricidade dentre outros. 
Do mesmo modo, Jung compreendeu que aplicando o conceito de energia ao 
psiquismo, como energia psíquica, seria necessário mudar a compreensão 
original de libido de Freud, que compreendia sob o aspecto exclusivamente 
sexual. Para Jung, a energia psíquica seria sexual quando assumisse um 
aspecto relacionado com a sexualidade, o que de certa forma seria o aspecto 
qualitativo, contudo, não seria o único aspecto qualitativo da energia psíquica, 
pois ela poderia se manifestar em necessidade de auto-preservação, fome, 
inserção social. Esses aspectos refletiam apenas a forma de energia. Por outro 
lado, deveria também se observar a intensidade com a qual a energia se 
manifestava, que seria o aspecto quantitativo da energia. 
Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
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Ao adotar uma compreensão energética do psiquismo, Jung propõe que a 
dinâmica psíquica seja compreendida pela sua finalidade, e não apenas por 
sua causa, como Freud propunha. Isto porque a “causa” no geral é 
inconsciente (por definição, desconhecido). O caráter final ou finalista é a 
manifestação da dinâmica psíquica, isto é, é um elemento mais seguro para 
fazermos quaisquer afirmações sobre a dinâmica psíquica 
II – Progressão e Regressão 
Os conceitos de Progressão e Regressão estão relacionados com o movimento 
da energia psíquica entre a consciência e o inconsciente. Na progressão a 
energia flui do inconsciente para a consciência para atender as necessidades 
de adaptação ao meio externo; enquanto na regressão a energia flui para o 
inconsciente para atender as necessidades internas. 
A progressão enquanto processo contínuo de adaptação às 
exigências do mundo ambiente assenta na necessidade 
vital de adaptação. A necessidade compele o individuo a se 
orientar inteiramente para as condições do mundo 
ambiente e a reprimir aquelas tendências e virtualidades 
que servem ao processo de individuação. 
A regressão, ao invés, enquanto adaptação às condições 
do próprio mundo interior assenta na necessidade vital de 
satisfazer as exigências da individuação. (JUNG, 1999, p. 
37-8) 
III – Princípios da conservação de energia e equivalência 
Como dissemos no primeiro post, para construir um modelo teórico da 
dinâmica da psique, com uma concepção energética, Jung partiu do principio,de que a energia psíquica se comportaria do mesmo modo que a energia física. 
Desse modo, os princípios de conservação de energia, o de equivalência e de 
constância, nos dariam parâmetros para pensar a dinâmica da energia 
psíquica no psiquismo. 
O princípio de equivalência indica 
que, para qualquer quantidade de energia utilizada em 
um ponto qualquer, para se produzir uma determinada 
condição, surge em outro ponto igual quantidade 
Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana, 
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dessa mesma ou de outra foram de energia”. O 
princípio de constância, pelo contrário, indica “que a 
energia total permanece sempre igual a si mesma, 
sendo, por conseguinte, incapaz de aumentar ou 
diminuir”. (Ibid, p. 17) 
Como o psiquismo é compreendido como um sistema relativamente fechado, 
os princípios de conservação da energia, possibilitam compreender a dinâmica 
e a relação de complementaridade que existe entre o inconsciente e a 
consciência. Isto é, qualquer fenômeno que se manifeste na consciência irá 
gerar um fenômeno oposto de mesma intensidade no inconsciente. 
Esta compreensão do princípio de equivalência e constância é importante para 
compreendermos a dinâmica de psicopatologia, pois toda manifestação do 
inconsciente está relacionada a uma ação da consciência. E, esta dinâmica se 
manifesta na busca pela entropia do sistema psíquico. 
IV – Entropia 
O principio de entropia é complementar aos de conservação de energia. 
Segundo o princípio entropia a energia fluiria num sistema, de acordo com a 
diferença de potencial, de modo que as oscilações produzidas nesse 
movimento vão buscar o equilíbrio, que significaria o fim da dinâmica 
energética. Contudo, o fim da dinâmica energética só é possível em sistemas 
fechados (que não existem na natureza). 
No sistema psíquico, a entropia é percebida como a tendência pela busca de 
um equilíbrio psíquico, entre o inconsciente e a consciência.A entropia é um 
princípio complementar o princípio de constância, mas indica que sempre 
haverá um movimento em busca do equilíbrio. 
A entropia é uma dinâmica energética e, assim, quantitativa que vai estar 
subjacente aos conceitos de enantiodromia, metanóia e compensação, que 
veremos mais adiante. 
V – Enantiodromia e Metanóia 
Jung adotou o termo “enantiodromia” em referencia ao princípio que foi 
esboçado por Heráclito, “correr para o outro oposto”. Isto é, quando há uma 
excessiva concentração energética em um ponto, a energia tende a buscar o 
ponto oposto como uma forma de manter o equilíbrio. Por exemplo, uma 
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atitude excessivamente unilateral do Ego, pode ativar no inconsciente o 
princípio contrário. De forma que “ a tendência a renegar todos os valores 
anteriores para favorecer o seu contrário é tão exagerada quanto a 
unilateralidade anterior” (Jung, 2001,p.67) 
A Enatiodromia é um processo inconsciente de mudança de perspectiva, onde 
o oposto negado, emerge se impondo a atitude da consciência. Geralmente, 
isto ocorre relacionado com sintomas neuróticos. 
A Metanóia significa “mudança de pensamento” ou “mudança de caminho”. A 
metanóia é um processo característico do processo de individuação. A 
metanóia “não se trata de uma conversão no seu contrario, mas de uma 
conservação dos antigos valores, acrescidos de um reconhecimento do 
seu contrário.” (JUNG, 2001, p.68). A diferença fundamental entre a 
enantiodromia e a metanóia está na participação da consciência. Enquanto na 
enantiodromia o movimento em busca do oposto puramente inconsciente, já na 
metanóia a busca pelo oposto, ocorre com uma participação da ativa da 
consciência, num movimento de integração do oposto, mas sem perder os 
valores anteriores. 
Dessa forma, a metanóia é o processo da enantiodromia que se desenvolve 
num sentido mais amplo, envolvendo a consciência no processo de 
individuação. 
VI – Compensação 
(O conceito de compensação foi discutido no post Alguns comentários sobre o 
conceito de “Compensação”. Aqui fazemos um breve resumo.) 
Ao falamos de entropia, de enantiodromia e metanóia, nós nos falamos de um 
processo psíquico de busca pelo equilíbrio no sistema consciente-inconsciente. 
De forma geral, o movimento para equilibrar o sistema psíquico parte do 
inconsciente buscando equilibrar ou corrigir a atitude da consciência. Esse 
movimento de busca por um equilíbrio Jung chamou de compensação, em 
referencia a um conceito de Adler. Sobre o conceito de compensação, Jung 
escreveu 
considero-o em geral como equilibração funcional, como 
auto-regulação do aparelho psíquico. Nesse sentido, 
considero a atividade do inconsciente como equilibração da 
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unilateralidade da atitude geral, causada pela função da 
consciência. (JUNG, 1991, p. 399) 
Assim, toda atividade inconsciente que visa complementar atitude 
consciência(seja para corrigir ou para reforçar) é uma compensação. Desse 
modo, as formações do inconsciente como os sonhos, atos falhos, chistes são 
atividades compensatórias naturais. 
Via de regra, a compensação pelo inconsciente não é um 
contraste, mas uma equilibração ou complementação da 
orientação consciente. O inconsciente dá, por exemplo, no 
sonho, todos os conteúdos constelados para a situação 
consciente, mas inibidos pela seleção consciente, cujo 
conhecimento seria indispensável para a consciência se 
adaptar plenamente. 
Em situação normal, a compensação é inconsciente, isto é, 
atua de forma inconscientemente reguladora sobra a 
atividade consciente. Na neurose, o inconsciente está em 
contraste tão forte com a consciência que a compensação 
fica prejudicada. Por isso a terapia analítica procura um 
conscientização de conteúdos inconscientes para 
restabelecer a compensação. (JUNG, 1991, p.400) 
VII – Símbolos 
Em outro post “Algumas palavras sobre símbolos e função transcendente” 
falamos sobre os símbolos. Aqui vamos focar brevemente o papel dos 
símbolos na dinâmica energética. 
Os símbolos ocupam um papel fundamental na dinâmica psíquica, pois, é 
através deles que a energia psíquica pode se movimentar na psique. 
Segundo Byington o símbolo “aglutina a energia psíquica e redistribui de 
maneira a transformar os processos inconscientes em conscientes e vice-
versa(…)” (BYINGTON, 1983, p. 10). 
Muitas vezes, compreendemos os símbolos como “algo que que visualizamos”, 
contudo, os símbolos são toda e qualquer atividade, situação ou objeto 
(internosou externos) que possua uma analogia com alguma dinâmica 
inconsciente. É justamente essa analogia é o que faz com que a energia 
psíquica inconsciente flua para a consciência onde será disponibilizada ao Ego, 
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isto é, numa pessoa saudável. Por exemplo, um individuo que precisa tomar 
uma decisão difícil e, titubeia, e de repente vem a mente uma lembrança de 
uma conselho ou fala de dado por uma pessoa querida, e a partir dessa 
lembrança, o individuo se sente seguro para tomar a decisão. Uma situação 
mais comum, seria um individuo religioso que frente a uma adversidade, ora ou 
reza, a conseguir força para seguir em frente. 
Numa pessoa com uma neurose estabelecida, por exemplo, um transtorno 
obsessivo compulsivo, a consciência tenta impedir de todas as formas que 
conteúdos do inconsciente invadam a consciência, os atos obsessivos ou 
rituais, são símbolos que possibilitam que a consciência tenha energia para, 
temporariamente, manter esses conteúdos inconscientes afastados. 
Desde modo, a dinâmica psíquica estará sempre relacionada aos processos 
simbólicos, isto é, uma pessoa empobrecida em sua vida simbólica, terá mais 
dificuldades para enfrentar a realidade, a vida e o inconsciente. 
Referências Bibliográficas 
 
Referencias Bibliográficas 
JUNG, C.G. Freud e a Psicanálise. Petrópolis: Vozes, 1989. 
________ Energia Psíquica. Petrópolis: Vozes, 1999 
FERENCZI, S. Obras Completas – Psicanálise II. São Paulo: Martins Fontes, 
1992. 
PERRONE, M.P.M.S.B. Complexo: conceito fundante na construção da 
psicologia de Carl Gustav Jung, 2008,155f. Tese (Doutorado em Psicologia) 
– Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2008. 
BYINGTON,C.A.B. O DESENVOLVIMENTO SIMBÓLICO DA 
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Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes 
 
 
Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana, 
Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da 
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em 
consultório particular em Vitória desde 2003. 
Contato: 27 – 9316-6985. /e-mail: fabriciomoraes@yahoo.com.br/ Twitter:@FabricioMoraes 
www.psicologiaanalitica.com 
 
________________. Tipos Psicológicos, Vozes, Petrópolis, 1991. 
______________. A Vida Simbólica v.1. Petrópolis: Vozes, 2ed. 2000a. 
______________. A Natureza da Psique. Petrópolis: Vozes, 5. Ed. 2000b.

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