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Questionário noções de metalurgia Física

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Questionário – Noções de Metalurgia Física
1 – Como os metais são compostos?
	São compostos por átomos arranjados segundo formas geométricas específicas, onde o comportamento plástico dos metais está intimamente ligado a estrutura atômica do mesmo.
2 – Dentre as estruturas cristalinas do metais, quais são as mais importantes?
	A cúbica de corpo centrado (CCC), a cúbica de face centrada (CFC) e a hexagonal compacta (HC).
3 – Fale sobre a estrutura cristalina.
	As estruturas cristalinas formam as redes cristalinas, que compõem os grãos, porém tais redes não são perfeitas, apresentando defeitos pontuais, lineares, planares e volumétricos.
4 – Onde os defeitos apresentados nas redes cristalinas influem?
	Influem diretamente nas propriedades dos metais, como também na forma e na quantidade de deformação plástica que o material poderá absorver durante um processo de conformação, gerando muitas vezes um estado encruado.
5 – Durante a conformação como o metal pode ser trabalhado?
	 Pode ser trabalhado à quente, à morno e à frio.
6 - Os processos de conformação são normalmente classificados em operações de trabalho a quente, a morno e a frio. Em relação a isso,como são definidos?
	O trabalho à quente é definido como a deformação sob condições de temperatura e taxa de deformação tais que processos de recuperação e recristalização ocorrem simultaneamente com a deformação.
	O trabalho a frio é a deformação realizada sob condições em que os processos de recuperação e recristalização não são efetivos.
	No trabalho a morno ocorre recuperação,mas não se formam novos grãos (não há recristalização).
7 – De que forma as propriedades mecânicas são afetadas?
	São afetadas diretamente pelo encruamento e pela recristalização dos metais.
8 – Qual é a característica de uma estrutura cristalina?
	Regular e repetitiva.
9 – Há apenas sete formas de célula unitária que podem ser empilhadas para formar os sistemas cristalinos no espaço tridimensional. Quais são elas?
	Cúbica, tetragonal, ortorrômbica, romboédrica,hexagonal, monoclínica e triclínica.
10 – Dos sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias. Cada uma destas células tem certas características que ajudam a diferenciá-las das outras células unitárias. Como são conhecidas essas células?
	São conhecidas como redes de Bravais.
11 – A perfeita notação dos planos cristalinos é de grande importância. Por quê?
	Pois serve para determinação da estrutura cristalina; para deformação plástica (a deformação plástica (permanente) dos metais ocorre pelo deslizamento dos átomos, escorregando uns sobre os outros no cristal); para propriedades de transporte (em certos materiais, a estrutura atômica em determinados planos causa o transporte de elétrons e/ou acelera a condução nestes planos, e, relativamente, reduz a velocidade em planos distantes destes.
12 – Dentre as estruturas cristalinas dos metais as mais importantes são: CCC, CFC e HC. Em relação ao número de átomos, número de coordenação e fator de empacotamento, como cada uma é apresentada?
	A CCC contém 2 átomos, apresenta número de coordenação 8 e fator de empacotamento 0,68.
	A CFC contém 4 átomos, apresenta número de coordenação 12 e fator de empacotamento 0,74.
A HJ contém 7 átomos, apresenta número de coordenação 12 e fator de empacotamento 0,74.
13 – Os defeitos, mesmo em concentrações muito pequenas, podem causar uma mudança significativa nas propriedades de um material. Sem a presença de defeitos os dispositivos eletrônicos do estado sólido não existiriam, os metais seriam muito mais resistentes, os cerâmicos seriam muito mais tenazes e os cristais não teriam nenhuma cor. O que é um defeito de rede?
	Um defeito de rede é uma imperfeição ou um “erro” no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. Podem envolver uma irregularidade na posição dos átomos ou no tipo de átomos. O tipo e o número de defeitos dependem do material, do meio ambiente, e das circunstâncias sob as quais o cristal é processado.
14 – Como podem ser classificados os defeitos de rede?
	Podem ser defeitos pontuais (falhas que se estendem sobre somente alguns átomos); defeitos lineares (irregularidades que se estendem através de uma única fileira de átomos); defeitos planares (falhas que se estendem através de um plano de átomos); defeitos volumétricos (irregularidades que se estendem sobre o conjunto dos átomos da estrutura);
	Também podem ser categorizados em intrínsecos (defeitos decorrentes das leis físicas) e, extrínsecos (defeitos presentes devido ao meio ambiente e/ou as condições de processamento).
15 – Como podem ser os defeitos pontuais e o que significa?
	 - Vazios: ausência de um átomo da sua posição normal em uma estrutura cristalina perfeita;
	 - Intersticiais: ocorrência de um átomo em uma posição que não pertence à estrutura do cristal perfeito, como um vazio intersticial.
	A presença de um vazio significa que as ligações atômicas na vizinhança do defeito não foram satisfeitas. A presença de um intersticial significa uma distorção na estrutura devido ao desajuste causado pela presença deste átomo.
16 – Ao tratar de átomos de impureza nos sólidos, usamos uma terminologia análoga àquela usada para uma solução de átomos de impureza em um líquido, onde o cristal matriz é o solvente e os átomos de impureza o soluto. O cristal matriz contendo impurezas é chamado uma solução sólida, porque os átomos de impureza ocupam posições aleatórias no cristal, similarmente a um soluto em um líquido. Como essas soluções sólidas podem ser?
	Podem ser soluções sólidas substitucionais, onde os átomos de impureza estão localizados em posições normalmente ocupadas pelos átomos do cristal matriz. Eles substituem os átomos do cristal matriz, são chamados de impurezas substitucionais.
	Podem ser soluções sólidas intersticiais, onde os átomos de impureza estão localizados nos interstícios da estrutura cristalina da matriz. São chamados impurezas intersticiais. Estas impurezas normalmente tem um pequeno tamanho quando comparadas aos átomos da matriz.
17 – Como são os defeitos em linha?
	São imperfeições em uma estrutura cristalina nas quais uma linha de átomos tem uma estrutura local que difere da estrutura circunvizinha. Os defeitos de linha são extrínsecos: sua presença não é necessária por razões termodinâmicas; eles são criados devido ás condições de processamento (a forma usada na fabricação do material) e por forças mecânicas que atuam sobre o material. São também chamados de discordâncias, e têm uma forte influência sobre as propriedades mecânicas dos metais e de alguns cerâmicos.
18 – O que é “escorregamento”?
	É uma deformação que ocorre no cristal, em decorrência da aplicação da força, o cristal foi cisalhado em vários planos paralelos. Quando isso ocorre diz-se que o cristal sofreu “escorregamento”; as marcas visíveis na superfície são chamadas de linhas de escorregamento, e o plano cristalográfico no qual ocorreu o cisalhamento é chamado de plano de cisalhamento.
19 – O que são discordâncias?
	São defeitos 1D em um cristal. Existem dois tipos de discordâncias: discordância em aresta ou em cunha e, discordâncias em hélice ou helicoidais (a designação “hélice” para esse efeito do reticulado deriva do fato de que os planos do reticulado do cristal formam uma espiral na linha da discordância.
20 – O que são defeitos planares e como são classificados?
	Defeitos planares são imperfeições de natureza estrutural que decorrem de uma variação no empilhamento dos planos atômicos através de um contorno. Tal variação pode ser tanto na orientação, quanto na sequência de empilhamento dos planos.
	São classificados em contornos de grão (imperfeições superficiais que separam cristais de diferentes orientações, num agregado policristalino), contornos de macla (imperfeições superficiais que separam duas orientações que são imagens especulares uma da outra; as maclas podem originar-se durante o crescimento de um cristal ou durante uma deformação),defeito de empilhamento (imperfeição superficial que resulta do empilhamento de um plano atômico fora da sequência, enquanto que a rede é perfeita de cada lado do defeito; tais defeitos de empilhamento podem ocorrer durante o crescimento do cristal ou resultar da separação de duas discordâncias parciais), contorno de pequeno ângulo (imperfeição superficial, que é realmente um caso-limite de contorno de grão, em que o ângulo das orientações cristalinas é da ordem de poucos graus; em geral podem ser descritos por arranjos convenientes de discordâncias).
21 – O que são defeitos volumétricos?
	 São defeitos tridimensionais, poros e precipitados. Os poros (que podem ser vistos como um aglomerado de vazios) ocorrem com frequência nos componentes fundidos e são “parte” dos materiais e/ou componentes obtidos pela metalurgia do pó. Os precipitados são divididos em dois tipos: partículas de segunda fase (se deve ao grau de solubilidade entre os componentes da mistura; exemplo; no ferro fundido cinzento perlítico, a microestrutura é composta por veios de grafita sobre uma matriz perlítica, cada grão de perlita, por sua vez, é constituído por lamelas alternadas de duas fases: ferrita e cementita) e inclusões (aparece lá sem que a gente tenha propositadamente adicionado; é o caso dos óxidos e de outras partículas com sulfetos e fosfetos).
22 – Quando dois componentes são misturados, podem acontecer algumas situações. Quais são essas situações?
	Solubilização total de um componente no outro (ex. mistura de água com álcool); solubilização parcial de um componente no outro (ex. mistura de água com açúcar.); solubilização nula (ex. mistura de água com óleo).
23 – O que é encruamento? Como ele ocorre?
	Encruamento é quando um metal é deformado plasticamente, tornando-se mais resistente e uma tensão ainda maior será necessária para que se faça um deformação adicional. O encruamento ocorre em um metal cristalino porque esses materiais se deformam plasticamente pelo movimento das discordâncias e estas interagem diretamente entre si e com outras imperfeições, ou, indiretamente, com campos de tensões internos (de curto e longo alcance) de várias imperfeições e obstáculos.
24 – Quais são os defeitos cristalinos gerados na deformação plástica? De que fatores dependem?
	O principal defeito cristalino gerado na deformação plástica são as discordâncias, porém outros defeitos cristalinas podem ser gerados, como: lacunas, defeitos de empilhamento, contornos de macla e interfaces entre fases diferentes (no caso de transformação induzida por deformação plástica).
	A densidade e distribuição dos defeitos gerados na deformação plástica dependem de fatores tais como: estrutura cristalina do metal; temperatura; quantidade e velocidade de deformação; pureza do metal e sua energia de defeito de empilhamento (EDE).
25 – Quais são os fatores que a afetam a microestrutura do metal deformado?
	Um dos fatores que apresenta elevada influência sobre a microestrutura do metal deformado é a energia de defeito de empilhamento (EDE), a distribuição das discordâncias é fortemente dependente da EDE.
	Outro fator é a presença de átomos de soluto, pois quando se adiciona átomo de soluto em um metal pura, há a tendência de alterar a EDE desse metal, o que influenciará na distribuição das discordâncias após a deformação.
	O tamanho de grão inicial, também apresenta elevada influência, pois um tamanho de grão inicial pequeno leva a uma densidade de discordâncias elevadas.
	A temperatura e a velocidade de deformação, também apresentam elevada influência sobre a microestrutura do metal deformado.
26 – Quais fatores dependem da temperatura de deformação do metal? Qual é a influência de baixas temperaturas nesse metal?
	Os fatores que dependem da temperatura de deformação do metal são: a densidade e distribuição de discordâncias e, a energia armazenada na deformação.
	O abaixamento da temperatura de deformação além de diminuir a mobilidade das discordâncias, pode também ocasionar a diminuição da energia de defeito de empilhamento. Temperaturas de deformação a frio crescentes favorecem a formação de células maiores e melhores definidas.
27 – Que influência causa a velocidade na deformação do metal?
	O efeito do aumento da velocidade de deformação equivale a um abaixamento da temperatura de deformação.
28– Para um dado grau de deformação um metal de alta EDE apresenta menor densidade de discordâncias que um metal de baixa EDE. Por quê?
	Pois em metais de alta EDE, as discordâncias têm maior mobilidade e a ocorrência de aniquilação e rearranjo de discordâncias é mais frequente.
29 – Dentre as heterogeneidades na microestrutura, dentro de um mesmo grão ou entre grãos, causadas pela deformação podemos destacar as bandas de transição, as bandas de cisalhamento e as maclas de deformação. Fale sobre cada heterogeneidade.
	As bandas de transição ou bandas de deformação são heterogeneidades frequentemente encontradas em uma estrutura deformada e são caracterizadas por deformações heterogêneas do reticulado, estando as mesmas confinadas no interior do grão não ultrapassando seu contorno. São formadas entre partes diferentes de um mesmo grão que sofreram rotações diferentes durante a deformação devido à utilização de diferentes sistemas de escorregamento.
	As bandas de cisalhamento se resume em concentrações de escorregamento em regiões de máxima tensão macroscópia de cisalhamento e em planos nos quais a deformação encontra pequena resistência. Essas regiões formam ângulos de aproximadamente 30 a 60° em relação à direção de deformação. As bandas de cisalhamento não se limitam a um determinado grão, atravessando vários grãos, também são heterogeneidades importantes na início da recristalização. Sua ocorrência está associada a metai altamente deformados a frio, com metais com tamanho de grão grosseiro e deformações com predominância de componentes de compressão.
	Maclas de deformação ou maclação mecânica é uma maneira alternativa de deformação plástica. Ela ocorre quando a deformação plástica por deslizamento de planos se toma difícil, tais como em materiais com estrutura cristalina que apresenta poucos sistemas de escorregamento ou durante a deformação plástica em baixas temperaturas ou em altas velocidades de deformação. A maclação mecânica exige pequenos movimentos atômicos, todavia estes movimentos devem ser coordenados como nas transformações martensíticas. São formadas principalmente em metais com estrutura HC, eventualmente em metais com estrutura CCC e raramente em metais com estrutura CFC.
30 – Em metais de elevada dureza, a maclação mecânica necessita de uma combinação de fatores para sua ocorrência. Quais são esses fatores?
	Altas velocidades de deformação em temperaturas baixas e orientação cristalográfica desfavorável ao escorregamento.
31 – O que apresenta alta influência na maclação mecânica de metais com estrutura cúbica?
	A EDE. A diminuição da EDE leva a uma crescente diminuição da mobilidade das discordâncias, desfavorecendo a deformação por escorregamento e favorecendo a maclação. A energia de contorno de macla também é diminuída com o abaixamento da EDE, o que implica em menor gasto energético para a formação de maclas e consequentemente, maior facilidade de ocorrência de maclação mecânica.
32 – Em alguns sistemas ocorre durante a deformação plástica, além de grande aumento da densidade de defeitos cristalinos a formação de novas fases. Como são denominadas estas fases? Dê exemplos.
	Estas fases são geralmente denominadas martensitas induzidas por deformação. Exemplos típicos são aços austeníticos alto manganês e os aços inoxidáveis austeníticos Fe-Cr-Ni.
33- Apesar de os metais geralmente encruarem à medida que aumenta a deformação, pode ocorrer o amolecimento por deformação. Como isso acontece?
	O amolecimento por deformação pode ser produzido pela recuperação dinâmica do corpo de prova durante o ensaio de choque.
34 – Os processos de conformação são normalmente classificados em operaçõesde trabalho a quente, a morno e a frio. Defina cada operação.
	O trabalho a quente é definido como a deformação sob condições de temperatura e taxa de deformação tais que os processos de recuperação e recristalização ocorrem simultaneamente com a deformação (em termos de conformação mecânica, trabalho a quente é aquele que é executado em temperaturas acima de 0,5 Tf).
	No trabalho a morno ocorre recuperação, mas não se formam novos grãos (não há recristalização). Em termos de conformação mecânica, o trabalho a morno é executado na faia compreendida (grosseiramente) entre 0,3 e 0,5 Tf.	
O trabalho a frio é a deformação realizada sob condições em que os processos de recuperação e recristalização não são efetivos (em termos de conformação mecânica, trabalho a frio é aquele que é executado entre 0 e 0,3 Tf).
35 – Qual é a distinção básica entre TQ e TF?
	A distinção é em função da temperatura em que se dá a recristalização efetiva do material.
36 – Nos processos de conformação, quais fatores contribuem para a geração de calor?
	A deformação plástica e o atrito.
37 – Fale sobre trabalho a quente.
	É a etapa inicial na conformação mecânica da maioria dos metais e ligas. Este trabalho requer menos energia para deformar o metal, proporciona maior habilidade para o escoamento plástico sem o surgimento de trincas e, ajuda a diminuir as heterogeneidades da estrutura dos lingotes fundidos devido as rápidas taxas de difusão presentes às temperaturas de trabalho a quente. As bolhas de gás e porosidades são eliminadas pelo caldeamento destas cavidades e a estrutura colunar dos grãos grosseiros da peça fundida é quebrada e refinada em grãos equiaxiais recristalizados de menor tamanho. As variações estruturais devido ao trabalho a quente proporcionam um aumento na ductilidade e na tenacidade, comparado ao estado fundido.
	Geralmente, a estrutura e propriedades dos metais trabalhados a quente não são tão uniformes ao longo da seção reta como nos metais trabalhados a frio e recozidos, já que a deformação é sempre maior nas camadas superficiais.
	Devido à intensa vibração térmica, que facilita muito a difusão de átomos e a mobilidade e aniquilamento das discordâncias, o encruamento e a estrutura distorcida dos grãos produzida pela deformação, são rapidamente eliminados pela formação de novos grãos livres de deformação, como resultado da recristalização.
	Como a tensão de escoamento plástico decresce com o aumento da temperatura, a energia necessária para a deformação é geralmente muito menor para o trabalho a quente do que para o trabalho a frio ou a morno.
38 – Quais são as vantagens do trabalho a quente.
	- Menor energia requerida para deformar o metal;
	- Aumento da capacidade do material para escoar sem se romper (ductilidade);
 - Homogeneização química das estruturas brutas de fusão em virtude da rápida difusão atômica interna;
	- Eliminação de bolhas e poros por caldeamento;
	- Eliminação e refino da granulação grosseira e colunar do material fundido, proporcionando grãos menores, recristalizados e equiaxiais;
	 - Aumento da tenacidade e ductilidade do material trabalhado em relação ao bruto de fusão;
	Maior EDE (energia de defeito de empilhamento).
39 – Quais são as desvantagens do trabalho a quente.
	- Necessidade de equipamentos especiais (fornos, manipuladores) e gasto de energia para aquecimento das peças;
	- Reações do metal com a atmosfera do forno, levando as perdas de material por oxidação e outros problemas relacionados;
 	- Formação de óxidos, prejudiciais para o acabamento superficial;
	- Desgaste das ferramentas é maior e a lubrificação é difícil;
	- Necessidade de grandes tolerâncias dimensionais por causa de expansão e contração térmicas;
	- Estrutura e propriedades do produto resultam menos uniformes do que em caso de trabalho a frio seguido de recozimento.
40 – Para um dado metal ou liga metálica a menor temperatura de trabalho a quente dependerá de fatores tais como a quantidade de deformação e o tempo em que o material estará submetido a temperatura em questão. Explique.
	Uma vez que quanto maior o nível de deformação menor é a temperatura de recristalização, o limite inferior de temperatura para o trabalho a quente diminuirá para grandes deformações. Um metal trabalhado com elevada velocidade de deformação e resfriado rapidamente irá requerer uma temperatura de trabalho a quente maior do que se este for deformado e resfriado vagarosamente, para a obtenção de um mesmo nível final de deformação.
	O limite superior de trabalho a quente é determinado pela temperatura em que ocorre o início de fusão ou o excesso de oxidação. Geralmente, a temperatura mais elevada de trabalho a quente é limitada bem abaixo do ponto de fusão devido a possibilidade de fragilização à quente, existência de compostos com menor ponto de fusão.
41 – Para uma dada condição de pressão e temperatura de trabalho haverá uma quantidade máxima de deformação que pode ser fornecida à peça, esta limitação é baseada em que?
	É baseada na resistência ao escoamento, e não na ductilidade.
43 – Fale sobre trabalho a morno.
	Consiste na conformação de peças numa faixa de temperaturas onde ocorre o processo de recuperação, portanto, o grau de endurecimento por deformação é consideravelmente menor do que no trabalho a frio. Ocorre uma recuperação parcial da ductilidade do material e a tensão de conformação situa-se numa faixa intermediária entre o trabalho a frio e a quente.
	Os processos de conformação a morno objetivam avaliar as vantagens das conformações a quente e a frio. Dos processos de conformação a morno uma dos mais difundidos e com maiores aplicações industriais é o forjamento.
	A maior desvantagem de conformação a morno com relação ao processo a quente é o aumento de limite de escoamento que ocorre com o abaixamento da temperatura de deformação.
44 – Qual vantagem o processo morno apresenta em relação os processos quente e frio?
Em relação ao trabalho a quente, apresenta melhor acabamento superficial e precisão dimensional devido à diminuição da oxidação e da dilatação (contração do material e da matriz).
	Em relação ao trabalho a frio, apresenta redução dos esforços de deformação, o que permite a conformação mais fácil de peças com forma complexas, principalmente em materiais com alta resistência. A conformação a morno melhora ainda a ductilidade do material e elimina a necessidade de recozimentos intermediários que consomem muita energia e tempo.
45 – O que é “fragilidade azul”?
	Ocorre em temperaturas em torno de 200 a 400°C onde, átomos intersticiais difundem-se durante a deformação formando atmosferas em torno das discordâncias geradas, ancorando-as. Esta fragilização aumenta a tensão de escoamento e diminui a ductilidade.
46 – Fale sobre trabalho a frio.
	O trabalho a frio é acompanhado do encruamento (strain hardening) do metal, que é ocasionado pela interação das discordâncias entre si e com outras barreiras, tais como contornos de grão, que impedem o seu movimento através da rede cristalina. A deformação plástica produz também um aumento no número de discordâncias, as quais, em virtude de sua interação, resultam num elevado estado de tensão interna na rede cristalina.
	Como o encruamento não é aliviado, a tensão aumenta com a deformação. Assim a deformação total, que é possível de se obter sem causar fratura, é menor no trabalho a frio do que no trabalho a quente e a morno. Exceto quando se realizam tratamentos térmicos de recozimento para aliviar os defeitos do encruamento
47 – Os materiais metálicos utilizados na indústria apresentam várias propriedades. Quais são essas propriedades?
	- Mecânicas: são aquelas que definem o comportamento do material segundo um determinado esforço a que ele pode ser submetido;
- Tecnológicas: são as que conferem ao material uma maior ou menor facilidade de se deixar trabalhar pelos processos de fabricação usuais;
- Uso: essas propriedades se relacionam com o comportamento dos materiais em face às diversascondições ambientes que as peças encontrarão durante o seu trabalho;
- Outras: densidade, peso específico, condutibilidade térmica, condutibilidade elétrica e dilatação.
48 – Quais são as propriedades mecânicas mais importantes utilizadas na indústria? Fale sobre.
	- Resistência mecânica: é a propriedade apresentada pelo material em resistir a esforços externos, estáticos ou lentos (tração, compressão, flexão, torção, cisalhamento);
	- Resiliência: é a maior ou menor reação do material às solicitações dinâmicas, isto é, a propriedade do material de resistir a esforços externos dinâmicos (choques, pancadas) sem sofrer ruptura. A resiliência é medida pela energia de impacto consumida para romper um corpo de prova padrão. Ex. as molas são feitas de materiais de elevada resiliência;
	- Dureza: é a resistência oferecida pelo material à penetração, ao desgaste, ao trabalho e ao atrito. Pode ser medida por comparação dos materiais entre si;
	- Elasticidade: propriedade apresentada pelos materiais em recuperar a forma primitiva tão depressa cesse o esforço que tenha provocado a deformação;
	- Histeresis mecânica – é a propriedade do material que se relaciona com a resistência que ele apresenta às cargas cíclicas (oscilantes ou alternadas).
49 – Quais são as propriedades tecnológicas? Fale sobre.
	- Fusibilidade: é a propriedade que o material possui de passar do estado sólido para o líquido sob ação do calor. Ela é caracterizada pela temperatura de fusão.
	- Plasticidade: é a propriedade que apresentam certos materiais de se deixarem deformar permanentemente assumindo diferentes tamanhos ou formas sem sofrerem rupturas, rachaduras ou fortes alterações de estrutura quando submetidos a pressões ou choques compatíveis com as suas propriedades mecânicas. A plasticidade pode ser subdividida em: maleabilidade - maior ou menor facilidade apresentada pelo material em se deformar sob ação de uma pressão ou choque, compatível com a sua resistência mecânica. Um material é maleável quando sob ação do laminador ou do martelo forja, não sofre rupturas ou fortes alterações na estrutura (endurecimento inadmissível). A maleabilidade pode ser a quente ou a frio (se a maleabilidade a frio é muito grande o material é chamado plástico); ductilidade – facilidade dos materiais em se transformarem em fios. O conceito tecnológico da ductilidade é apreciado pela medida do alongamento percentual, permanente, apresentado por ocasião da ruptura. Para que um material possa ser dúctil, isto é, para que o metal possa ser estirado ou trefilado, ele tem de tomar a forma de fios delgados, quando trabalhado na fieira.
	O inverso as plasticidade é a fragilidade ou quebrabilidade; assim, um material dito muito frágil ou quebradiço quando o mesmo ao romper-se apresenta uma pequena deformação. Ex. de materiais frágeis: certos ferros fundidos, certos aços para ferramentas, materiais cerâmicos, vidros.
	- Soldabilidade: é a propriedade que certos metais possuem de se unirem, após aquecidos e suficientemente comprimidos.
	- Temperabilidade ou Endurecibilidade: capacidade do aço endurecer ou profundidade de endurecimento. Propriedade que possuem alguns metais e ligas de modificarem a sua estrutura cristalina (endurecimento) após um aquecimento prolongado seguido de resfriamento brusco.
	- Usinabilidade: é a propriedade de que se relaciona com a resistência oferecida ao corte e é medida pela energia necessária para usinar o material no torno, sob condições padrões. 
	- Tenacidade: mede a capacidade que o material tem de absorver energias até fraturar-se incluindo a deformação elástica e plástica quando essa energia é absorvida progressivamente, ou seja, sob a ação de carga estática. A tenacidade é medida pela área total do diagrama tensão-deformação.
50 – Quais são as propriedades de uso mais importantes? Fale sobre.
	- Preço: de grande importância na fabricação seriada;
	- Cor: também de grande importância nas fabricações, tendo em vista o grande interesse despertado nas massas consumidoras, pelas combinações de cores agradáveis;
	- Resistência ao ar: propriedade pela qual o material pode ser empregado sem qualquer revestimento protetor, nas atmosferas;
	- Resistência ao calor: de grande importância na fabricação de peças sob ação do calor;
	- Resistência à ação corrosiva: propriedade pela qual o material resiste a ambientes sujeitos à corrosão química, petróleo, etc.
	- Resistência à Fluidez (creep): os materiais ferrosos quando submetidos a cargas de tração constantes por longo tempo a elevadas temperaturas, se deformam continuamente mesmo quando a solicitação é menor do que a tensão de escoamento do material naquela temperatura. Este fenômeno de alongamento contínuo e que pode conduzir à ruptura é denominado fluência (creep). A fluência ocorre mesmo quando o material é solicitado na temperatura ambiente, mas nessa temperatura a fluência é praticamente desprezível comparada com a que ocorre em temperaturas elevadas. A resistência à fluência é especificada pelo alongamento percentual que se produz numa temperatura, num certo intervalo de tempo para uma certa solicitação.
	- Grau de polimento: há casos em que o material deve deixar-se polir até o espelhamento (lapidação). O grau de polimento depende do acabamento que se deseja dar à superfície. Os metais mais duros e os preciosos adquirem e conservam um polimento maior que os outros. As engrenagens, mancais, canos, válvulas apresentam um grau de polimento bem elevado o que influi na escolha da viscosidade do lubrificante adequado. Quanto mais polida a peça menos viscoso é o óleo e maior a resistência à fadiga da peça.
51 – Fale sobre as outras propriedades.
	- Densidade: relação entre o peso de certo volume de um corpo e o peso de igual volume da água;
	- Peso específico: peso da unidade de volume do corpo;
	- Condutibilidade térmica: propriedades que possuem certos corpos de transmitir mais ou menos calor;
	- Condutibilidade elétrica: propriedades que possuem certos corpos de permitir mais ou menos a passagem da corrente elétrica.
	- Dilatação: propriedade pela qual um corpo aumenta quando submetido à ação do calor. Esta propriedade é utilizada para permitir a montagem forçada: rolamentos de esferas, camisas de motores, polias, etc. A peça interior é fabricada num diâmetro superior a peça externa. Aquece-se a peça exterior somente ou se resfria a peça interior, permitindo uma fácil montagem.
52 – Defina processo de recuperação.
	É um processo que depende do tempo, embora não mude a microestrutura, restaura parcialmente a “maciez” (menor resistência e maior ductilidade).
53 – Como ocorre a recristalização?
	A “maciez” original é inteiramente restaurada pelo aquecimento acima de T = 0,5 Tf, quando se formam novos grãos com baixa densidade de discordâncias. Os grãos crescem continuamente até que a estrutura toda seja recristalizada.
54 – Como é definida a temperatura de recristalização?
	A temperatura de recristalização é convencionalmente definida como aquela em que o metal severamente encruado recristaliza totalmente no espaço de uma hora.
55 – Quais são os principais fatores que afetam a recristalização:
	1° - Uma quantidade mínima de deformação prévia: se o trabalho a frio prévio é zero, não há energia de ativação para a recristalização e ficam mantidos os grãos originais;
	2° - Quanto maior a deformação prévia, menor será a temperatura de recristalização;
	3° - Quanto menor a temperatura, maior o tempo necessário à recristalização;
	4° Quanto maior a deformação prévia, menor será o tamanho do grão resultante, pois será maior o número de núcleos a partir dos quais crescerão os novos grãos.
	5° - Adições de elementos de liga tendem a aumentar a temperatura de recristalização, pois retardam a difusão.
56 – O que representa uma estrutura de grãos grosseiros e um tamanho de grão fino?
	Uma estrutura de grãos grosseiros apresenta propriedades mecânicas pobres, ao passo que um tamanho de grão fino fornece ao material alta resistênciasem diminuir-lhe muito a ductilidade.
57 – Normalmente, as operações de trabalho a frio/recozimento são as etapas finais dos processos de conformação mecânica. Por quê?
	Isto é devido principalmente às excelentes qualidades superficiais e tolerâncias dimensionais obtidas no produto final. Porém, os esforços de conformação são muito elevados, o que em certos casos restringe o tamanho das peças produzidas. Também, para alguns materiais de baixa ductilidade, a conformação não pode ser realizada.
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Alterações na resistência, ductilidade e microestrutura durante: (a) trabalho a frio,
(b) recuperação e (c) recristalização.

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