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Apostila de Eventos IFSP

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Redação e 
Comunicação Aplicada 
a Eventos 
Eventos – 2015.2 
 
 
 
Thais da Silveira Neves Araujo 
 
 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
2 
 
Sumário 
Lição 1: linguagem e comunicação................................................................................ 4 
A linguagem .................................................................................................................. 4 
Variação linguística ...................................................................................................... 5 
O texto ........................................................................................................................... 7 
A comunicação ............................................................................................................. 9 
Lição 2: gêneros e tipos textuais .................................................................................. 13 
Gêneros textuais .......................................................................................................... 13 
Tipos textuais .............................................................................................................. 14 
Lição 3: o planejamento do texto e a progressão temática ....................................... 18 
Lição 4: a redação ......................................................................................................... 22 
O que é a redação? ...................................................................................................... 22 
A introdução ............................................................................................................... 25 
As estratégias de contextualização: ......................................................................... 26 
Tese ......................................................................................................................... 27 
O desenvolvimento ..................................................................................................... 27 
Conclusão .................................................................................................................... 29 
Lição 5: as classes gramaticais .................................................................................... 30 
Lição 6: a construção de sentenças ............................................................................. 33 
Formas nominais do verbo .......................................................................................... 35 
Lição 7: cartaz de divulgação ...................................................................................... 41 
Lição 8: coerência e coesão .......................................................................................... 48 
Coesão: o uso dos conectivos ..................................................................................... 49 
Valores semânticos dos conectivos ......................................................................... 51 
Coesão: o uso dos pronomes ....................................................................................... 54 
Pronomes pessoais do caso reto .............................................................................. 54 
Pronomes demonstrativos ....................................................................................... 56 
Pronomes relativos .................................................................................................. 57 
Lição 9: convite ............................................................................................................. 61 
Lição 10: concordância ................................................................................................ 64 
Concordância nominal ................................................................................................ 65 
Concordância verbal ................................................................................................... 68 
Lição 11: relatório ........................................................................................................ 73 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
3 
 
Estimados alunos, 
 
O presente material foi desenvolvido para a disciplina Redação e Comunicação 
Aplicada a Eventos, relativa ao curso Técnico em Eventos. O objetivo dessa disciplina é 
que o aluno aprimore sua capacidade de leitura e escrita e que ele domine os gêneros do 
discurso próprios da sua área de formação. Além disso, o curso visa ao desenvolvimento 
de consciência crítica sobre o texto, de modo a contribuir de modo integral para a 
relação do aluno com a língua materna. 
Abaixo, seguem alguns dos conteúdos desenvolvidos neste material: 
 A organização do texto escrito e suas características. 
 Organização do texto escrito: características da linguagem no âmbito 
profissional. 
 Competências necessárias à leitura e à produção de textos. 
 A norma culta da língua portuguesa: pontuação; concordância; classes 
gramaticais e a produção de sentido; conectivos; pronomes; verbos: flexões; o 
período. 
 Coerência e coesão. 
 Gêneros do discurso, com foco em redação, relatório, cartaz de divulgação e 
convite. 
 Registros de linguagem e variação linguística. 
 Pensamento, comunicação, expressão, linguagem, língua, sociedade e cultura. 
Qualquer dúvida sobre o material poderá ser levantada a qualquer momento diretamente 
com a professora responsável pela disciplina ou através do e-mail: 
thaisneves.a@ifsp.edu.br. 
Bons estudos! 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
4 
 
Lição 1: linguagem e comunicação 
 
A linguagem 
 
O termo “linguagem” recebe diferentes acepções, dependendo do meio em que é 
utilizado. No senso comum, entende-se a linguagem como qualquer forma de 
comunicação, humana ou não. Assim, alguns afirmam que essa capacidade é 
pertencente, não apenas a homens, mas também a diversas espécies animais, como aos 
golfinhos, às abelhas e aos macacos. 
Na Linguística, ciência responsável pelo estudo da 
linguagem, entende-se linguagem como a 
capacidade humana de produzir e compreender 
signos, como os que formam as diferentes línguas. 
Dessa maneira, embora se compreenda que a 
linguagem seja um fenômeno bastante complexo, 
que abranja não apenas a linguagem humana, essa 
ciência se ocupou, ao longo dos anos, apenas dessa 
definição do fenômeno. Em suma, para essa ciência, as diferentes línguas seriam uma 
maneira de expressão da capacidade humana de linguagem. 
Como a sua área de formação poderia dialogar com os conhecimentos sobre linguagem? 
As diferentes abordagens que fazem parte dessa ciência se ocupam de diferentes 
aspectos da linguagem. Alguns desses aspectos seriam puramente biológicos, enquanto 
outros, puramente sociais. Para a reflexão sobre a relação entre texto e ensino, 
abordaremos agora algumas reflexões sobre a linguagem e seu aspecto social. 
Ao refletir sobre o ensino de língua portuguesa, o professor, muitas vezes, pensa no 
contato de seu aluno com sua própria língua. O professor deve refletir sobre o fato de 
que o indivíduo desenvolve-se apenas através da sua inserção em um meio social. Esse 
desenvolvimento social se torna possível apenas através do uso da língua, através da 
qual as pessoas trocam experiência e produzem conhecimento. Dessa forma, fica claro 
que uma das funções da língua é a comunicação. 
Através do uso da língua, o indivíduo pode agir sobre o mundo que o rodeia, relatando 
acontecimentos, refletindo suas percepções, agindo sobre o outro ou ainda influenciando 
o seu ambiente através de sua opinião. Para isso, o falante deve dominar o uso de 
elementos verbais e não verbais (figuras abaixo), bem como entender noçõescomo a 
de adequação linguística. Dessa forma, o domínio, sobretudo das habilidades de leitura 
e escrita, podem ser de grande importância para o indivíduo inserido no âmbito das 
sociedades letradas. 
Foto: Reprodução/BBC 1 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
5 
 
 
Elementos verbais e não 
verbais 
 
 
 
 
Variação linguística 
 
Como já explicitado, entende-se, na presente abordagem, a língua como produto de 
relações sociais diversas, de modo que não se deve compreendê-la como algo pronto, 
dado e definido numa relação vertical. A língua é um produto histórico-social e, dessa 
forma, algo dinâmico e mutável. Cabe, assim, salientar que, para a Linguística, quando 
se trata de reflexões sobre a língua, não se trata apenas do aspecto normativo, ou seja, 
aquele que dá conta do uso “certo” e “errado” da língua, mas do contato com a língua 
viva, aquela que faz parte do cotidiano de todas as pessoas. É justamente o contato com 
a variedade linguística que faz com que, nas palavras de Evanildo Bechara, o aluno se 
torne um poliglota em sua própria língua. 
Tratar a língua a partir desse ponto de vista é reconhecer que a língua não é algo 
homogêneo, mas heterogêneo. Muitos dos conceitos que ouvimos no senso comum, no 
entanto, não estão de acordo com essa premissa. Alguns deles são: “é errado falar 
assim”, “português é a língua mais difícil do mundo”, “brasileiro não sabe nem falar o 
português” ou “me doem os ouvidos quando alguém fala isso”. Do ponto de vista dos 
especialistas no fenômeno da linguagem, essas afirmações colocam um sinal de igual 
entre língua e norma culta. No entanto, a norma culta é apenas uma das faces que a 
língua pode assumir, sendo ela a mais valorizada socialmente. A valorização social 
dessa norma, no entanto, não deve gerar o chamado preconceito linguístico, que 
consiste na depreciação do modo de falar das camadas sociais que não dominam a 
norma culta. 
Para os linguistas, a língua, quando viva, está em constante processo de mudança. Isso 
não se dá apenas na língua portuguesa, mas em toda e qualquer língua. As gramáticas, 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
6 
 
por outro lado, não acompanham tal dinamismo presente nas línguas, de modo que 
sempre há uma diferença entre a norma culta e a norma que de fato é utilizada pelos 
falantes de uma língua. Nesse sentido, todos os que nascem em um determinado 
local e são capazes de se comunicar ou se expressar normalmente com os membros 
dessa sociedade (salvo casos de patologia) dominam a língua falada naquela 
sociedade. Tais pessoas podem não dominar a norma culta e, dessa forma, podem ser 
marginalizadas do contexto em que essa norma é exigida. É nesse contexto que o ensino 
de português deve ajudar. 
Como é de conhecimento geral, o português se originou do latim. Na sociedade romana, 
assim como na brasileira e em qualquer sociedade de que se tenha notícia, havia pessoas 
que dominavam a norma culta da língua e pessoas que não a dominavam. Desse último 
grupo se originaram as línguas neolatinas, como o português, o espanhol, o francês, o 
romeno etc. Isso porque esse último grupo refletia a evolução da língua, enquanto a 
norma culta tinha como padrão outro estágio de evolução da língua. Como se pode 
imaginar, no entanto, a sociedade da época condenava os usos que originaram as línguas 
atuais, da mesma forma que a sociedade de hoje condena usos que podem estar vigentes 
em outras etapas de evolução das línguas modernas. 
 
 
Appendix probi 
 
Cabe ressaltar, mais uma vez, que o objetivo do linguista não é condenar a gramática 
normativa ou a norma culta. Para esses especialistas, o ensino da norma culta é parte 
importante dos objetivos do ensino da língua portuguesa nas instituições de ensino. 
Primeiro, porque é necessário que o aluno domine normas diferentes das que já domina 
para que possa acessar diversos ambientes sociais de modo satisfatório. Nesse sentido, a 
norma culta amplia as possibilidades do educando. Segundo, porque a escrita, 
diferentemente do que foi afirmado até este momento sobre a fala, deve seguir 
padrões rígidos, que incluem as regras da norma culta. Mas, entender a importância 
da norma culta não deve significar o desprezo a outros padrões, nem a negação da 
existência da variedade linguística. 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
7 
 
Em suma, deve-se ter em mente que há diferentes normas vigentes no português, não 
apenas a norma culta. Essas normas se originam de fatores geográficos, históricos, 
etários, socioculturais, dentre outros. As normas listadas abaixo se originam de fatores 
socioculturais. 
 
Contextos Norma Exemplo 
Formais Erudita 
Culta 
Informais Coloquial 
Inculta 
Dê exemplos para cada uma dessas normas 
 
Texto 1 
Pronominais 
Dê-me um cigarro 
Diz a gramática 
Do professor e do aluno 
E do mulato sabido 
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira 
Dizem todos os dias 
Deixa disso camarada 
Me dá um cigarro 
(Oswald de Andrade) 
Discuta com seu professor e colegas a temática do poema e o conceito de variação 
linguística. 
 
O texto 
 
No âmbito dessa discussão, “aprender ou aprimorar o conhecimento sobre português” 
consiste em ampliar os conhecimentos do aluno sobre as suas capacidades de leitura e 
escrita do mundo que o cerca, de modo crítico e adequado aos diferentes contextos de 
uso da língua. 
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8 
 
Torna-se, assim, indispensável pensar no texto como a unidade básica de sentido, uma 
vez que é através dele que o indivíduo interage com o mundo. O texto é uma unidade 
básica de sentido, que pode ser oral ou escrita, e se constrói em um tempo e espaço 
definidos, tem intenção predeterminada e estabelece relações entre sujeitos 
distintos. Dessa forma, por exemplo, um texto político pode ter sentidos diferentes se 
deslocado para outro momento da história, em que sua relevância não seja mais a 
mesma. Mais uma vez, note que não se trata de um conceito pronto, mas construído. 
Para entender essa definição, observe os exemplos abaixo: 
 
TEXTO 2 
Lembrei que sempre esqueço das coisas. Melhor anotar. Notei também que 
passou despercebido pela maioria. O maior sempre ganha do menor. Menos blá 
blá blá e mais ação. São eles que vão pagar a conta. Conta para ela da sua outra 
garota. Rota, direção, caminho, sentido. Sinto que não vai terminar bem. Em 
algum lugar do passado esta o futuro. Sempre alguém abusa da boa vontade de 
pessoas com boa vontade. 
(Fonte: http://www.overmundo.com.br/banco/texto-sem-sentido-para-leitura-sem-atencao) 
TEXTO 3 
Im weiteren Sinne versteht man unter Bier jedes alkoholhaltige Getränk, das auf 
Basis von verzuckerter Stärke hergestellt wird, ohne dass dabei ein 
Destillationsverfahren zum Einsatz kommt (Chicha). Die Abgrenzung zu Wein 
besteht darin, dass für Weine Zucker aus pflanzlichen (Fruchtzucker) oder 
tierischen Quellen (zum Beispiel Honig) vergoren werden, während der 
Ausgangsstoff für die Gärung bei Bier immer Stärke ist. 
In der Regel wird der Zucker aus der Stärke von Getreide 
(Fonte: http://www.forumdeidiomas.com.br/exercicio-traducao-e-interpretacao-de-texto-em-
alemao-t2225.html) 
Como pôde ser notado, o primeiro texto, para um leitor comum, não fez qualquer 
sentido, de modo que não foi possível encaixá-lo na definição de texto fornecida 
anteriormente. Da mesma forma, o segundo texto, no contexto de falantes de português 
brasileiros, pode não se adequar à definição dada, pois não é tão comum que falantes de 
português brasileiro entendam alemão. 
Podemos, então,simplificar a definição anterior de texto, de modo a entendê-lo como 
uma unidade linguística visual e auditiva entendida pelo interlocutor em dada 
situação comunicativa. Esse elemento pode estabelecer comunicação. 
 
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9 
 
A comunicação 
A comunicação é uma forma de interação 
social, em que não existe apenas alguém que 
expresse um pensamento por meio da 
codificação de uma mensagem e alguém que a 
decodifique passivamente. Existe um jogo de 
troca de informações, em que um enunciador 
procura posicionar-se diante da realidade e, 
muitas vezes, convencer seu interlocutor de seu 
ponto de vista. 
Para que a comunicação aconteça, alguns elementos devem ser contemplados, ainda que 
não se dê conta desse fato conscientemente. Todos sabem, por exemplo, que é 
necessário que os envolvidos no processo de comunicação entendam uma mesma língua 
para que o dito processo se dê de modo satisfatório. Observando isso, o linguista Roman 
Jakobson (1974) propôs a existência de seis elementos da comunicação, a saber, 
emissor, receptor, referente, mensagem, código e canal. 
 Emissor: aquele que produz a mensagem. 
 Receptor: aquele a quem a mensagem se destina. 
 Referente: do que trata a mensagem. 
 Mensagem: o conteúdo trocado no processo de comunicação. 
 Código: o conjunto de signos utilizado na transmissão da mensagem. Pode ser 
verbal ou não verbal. 
 Canal: contato, meio que permite que emissor e receptor estabeleçam 
comunicação. 
 
 
Elementos da Comunicação 
 
Cada um desses elementos da comunicação está relacionado a uma função da 
linguagem. Dependendo da situação em que determinado enunciado se constrói, haverá 
a predominância de determinada função da linguagem, embora a maioria dos textos se 
construa através da interação de diversas dessas funções. 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
10 
 
 Função emotiva: focada no emissor. Os enunciados construídos com foco nessa 
função podem apresentar verbos e pronomes na primeira pessoa, interjeições e 
conteúdo de natureza subjetiva. 
 Função conativa ou apelativa: focada no receptor. Os enunciados construídos 
com foco nessa função podem apresentar verbos no imperativo e vocativos. 
 Função referencial: focada no referente. Os enunciados construídos com foco 
nessa função podem apresentar verbos na terceira pessoa e conteúdo objetivo. É 
predominante em textos de natureza técnica e científica. 
 Função poética: focada na mensagem. Tem como objetivo trabalhar de modo 
artístico os códigos linguísticos, podendo originar, por exemplo, rimas ou 
figuras de linguagem. É predominante na linguagem literária. 
 Função metalinguística: focada no código. É a linguagem que trata da própria 
linguagem, abrangendo, dessa forma, os textos que tratam sobre determinada 
língua, como os dicionários e gramáticas, sobre cinema, sobre artes e quaisquer 
formas de linguagem. 
 Função fática: focada no canal. Utilizada para testar a eficiência do canal ou para 
manter a atenção do receptor no mesmo. 
 
1. 
 
2. Para que surjam raios, é necessário que, além das gotas de chuva, as nuvens de 
tempestade tenham em seu interior três ingredientes: cristais de gelo, água quase 
congelada e granizo. Tais elementos se formam na faixa entre 2 e 10 quilômetros 
de altitude, onde a temperatura fica entre 0 ºC e -50 ºC. Com o ar revolto no 
interior da nuvem, esses elementos são lançados pra lá e pra cá, chocando-se uns 
contra os outros. Com isso, acabam trocando de carga entre si: alguns vão 
ficando cada vez mais positivos, e outros, mais negativos. Os mais pesados, 
como o granizo e as gotas de chuva, tendem a ficar negativos. 
(Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-se-formam-os-raios) 
 
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11 
 
3. 
 
4. Não me Importo com as Rimas 
Não me importo com as rimas. Raras vezes 
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra. 
Penso e escrevo como as flores têm cor 
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me 
Porque me falta a simplicidade divina 
De ser todo só o meu exterior 
Olho e comovo-me, 
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado, 
E a minha poesia é natural como o levantar-se vento... 
(Alberto Caeiro) 
 
5. 
Trem de Ferro 
 
Café com pão 
Café com pão 
Café com pão 
Virge maria que foi isso 
maquinista? 
Agora sim 
Café com pão 
Agora sim 
Voa, fumaça 
Corre, cerca 
Ai seu foguista 
Bota fogo 
Na fornalha 
Que eu preciso 
Muita força 
Muita força 
Muita força 
Oô... 
Menina bonita 
Do vestido verde 
Me dá tua boca 
Pra matá minha sede 
Oô... 
Vou mimbora 
Vou mimbora 
Não gosto daqui 
Nasci no sertão 
Sou de Ouricuri 
Oô... 
Vou depressa 
Vou correndo 
Vou na toda 
Que só levo 
Pouca gente 
Pouca gente 
Pouca gente... 
(Manuel Bandeira)
 
6. (Fonte do exercício: 
http://www.universitariobrasil.com.br/Arquivos/ResolucaoExames/133- 
FUV1F2004.pdf) 
 
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12 
 
 
 
RCAX – Prof: Thais Araujo IFSP – CJO 2015.2 
 
13 
 
Lição 2: gêneros e tipos textuais 
 
Gêneros textuais 
É fácil perceber que, na sociedade em que se vive, diversas são as formas de utilizar os 
textos, sejam eles orais ou escritos. Dependendo de nossa intenção comunicativa, já 
temos delimitada a melhor forma de atingir nossos objetivos com o uso da linguagem. 
Se, por exemplo, alguém quer avisar ao pai/mãe ou ao filho/filha que deixou a comida 
na geladeira, jamais pensaria em fazer um memorando para esse fim, mas sim um 
bilhete. 
Essas diferentes formas de utilizar a língua em sociedade são denominadas gêneros 
textuais. Assim, os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos dos 
falantes e na natureza do tópico tratado, sendo assim uma questão de uso e não de 
forma. (BIBER, 1988). 
Com a ajuda de seu professor, liste todos os gêneros textuais dos quais você se lembrar. 
Depois responda: é possível listar todos os gêneros que existem em sociedade hoje? 
Os gêneros textuais fundamentam-se em critérios sócio-comunicativos e discursivos. 
Dessa forma, de acordo com as necessidades dos falantes, novos gêneros surgem, 
morrem ou, até mesmo, se modificam. Ainda por conta da natureza social dos gêneros 
textuais, delimitar quantos deles circulam na sociedade atualmente é uma tarefa 
complexa, pois é difícil precisar em quantas situações diferentes há necessidades 
distintas sobre o uso da língua. 
Algumas propriedades dos gêneros são (BAKHTIN, 2003): 
 Composição (aspectos formais) 
 Conteúdo 
 Estilo (formal ou informal) 
Observe os quadros a seguir: 
 
Gênero Objetivos 
Artigo acadêmico Divulgação científica 
Piada Entretenimento, diversão 
Gêneros textuais e objetivos discursivos 
 
 
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14 
 
Gênero Composição Conteúdo Estilo 
Artigo acadêmico 
Piada 
Complete o quadro 
Tipos textuais 
 
Uma vez que se tenha selecionado um gênero adequado a determinada necessidade, 
deve-se, então, pensar na forma como esse discurso se organizará, ou seja, devem-se 
selecionar os tipos textuais predominantes no texto. 
Se, por um lado, os gêneros textuais são pautados em critérios externos à língua, como 
fatores sócio-discursivos, por outro lado, os tipos textuais fundamentam-se em 
critérios internos (linguísticos e formais) (MARCUSCHI, 2003). Isso significa que 
essa categoria é pautada em sua natureza linguística, o que permite que se possadelimitar uma quantidade de categorias de tipos textuais, a saber, descrição, narração, 
exposição, argumentação e injunção: 
 
Tipo textual Objetivo Marcas predominantes Exemplo 
Descrição Caracterizar I. Plano de fundo para 
situar a narração 
II. Uso de adjetivos e de 
advérbios 
III. Uso de presente do 
indicativo ou de 
pretérito imperfeito do 
indicativo 
IV. Verbos de ligação 
“Era uma vez... uma linda 
menina que desde 
pequenina gostava de usar 
capas com um 
chapeuzinho bem 
vermelho.” 
Narração Relatar uma 
sequência de 
fatos 
I. Marcadores de tempo 
e de espaço que 
marcam as sequências 
de fatos. 
II. Verbos que denotam 
ações 
“O lobo entrou, chegou ao 
meio do quarto com um 
só pulo e devorou a pobre 
vovozinha, antes que ela 
pudesse gritar. 
Em seguida, fechou a 
porta. Enfiou-se embaixo 
das cobertas e ficou à 
espera de Chapeuzinho 
Vermelho.” 
Exposição Informar I. Expressão de relações 
de sentido 
II. Objetividade 
“Campos do Jordão é um 
município brasileiro 
localizado no interior do 
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15 
 
III. Impessoalidade 
IV. Verbos na terceira 
pessoa 
estado de São Paulo, mais 
precisamente na Serra da 
Mantiqueira; faz parte da 
recém-criada Região 
Metropolitana do Vale do 
Paraíba e Litoral Norte, 
sub-região 2 de Taubaté.” 
(Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/
Campos_do_Jord%C3%A3o
) 
Argumentação Convencer I. Defesa de um ponto de 
vista 
II. Apresentação de 
hipóteses (e de suas 
justificativas) e de 
argumentos 
III. Verbos na terceira 
pessoa 
IV. Expressão de relações 
de sentido 
V. Uso de estratégias de 
convencimento 
VI. Uso de expressões 
valorativas. 
A publicidade infantil 
movimenta bilhões de 
dólares e é responsável 
por considerável aumento 
no número de vendas de 
produtos e serviços 
direcionados às crianças. 
No Brasil, o debate sobre 
a publicidade infantil 
representa uma questão 
que envolve interesses 
diversos. Nesse contexto, 
o governo deve 
regulamentar a veiculação 
e o conteúdo de 
campanhas publicitárias 
voltadas às crianças, pois, 
do contrário, elas podem 
ser prejudicadas em sua 
formação, com prejuízos 
físicos, psicológicos e 
emocionais. 
(http://g1.globo.com/educac
ao/enem/2015/noticia/2015/
05/leia-redacoes-do-enem-
que-tiraram-nota-maxima-
no-exame-de-2014.html) 
Injunção Dar instrução Verbos no imperativo Beba coca-cola. 
Tipos textuais 
 
As sequências de tipos textuais compõem os mais diferentes gêneros textuais. Dessa 
forma, um gênero textual pode ser composto, em diversos momentos, por diferentes 
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16 
 
tipos de texto, embora haja sempre uma ou duas sequências dominantes. Um conto de 
fadas, por exemplo, é composto predominantemente por tipologias narrativas e 
descritivas, enquanto um artigo de opinião será composto predominantemente por 
sequências argumentativas. 
Questão 
Quais seriam os tipos textuais predominantes em cada um dos gêneros abaixo? 
Apresente as marcas predominantes nesses gêneros que justifiquem a sua resposta. 
 Romance 
 Livro didático 
 Manual de instruções 
 Artigo de opinião 
Lembre-se: as respostas, no mundo acadêmico, são pequenas produções textuais. 
Portanto, explore os conceitos que estarão em seu texto e atente para o uso da norma 
culta. 
 
Observe cada um dos textos abaixo e classifique a sequência de tipo textual 
predominante em cada um deles. Justifique a sua resposta com base nos elementos 
textuais encontrados. Depois responda: a que gênero textual cada um dos trechos deve 
pertencer? 
Texto 1 
“Quis insistir que nada, mas não achei língua. Todo eu era olhos e coração, um coração 
que desta vez ia sair, com certeza, pela boca fora. Não podia tirar os olhos daquela 
criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio 
desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à 
outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz 
reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns 
ofícios rudes, eram curadas com amor, não cheiravam a sabões finos nem águas de 
toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula. Calçava sapatos 
de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos.” 
(Trecho: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Disponível em: http://triplov.com/contos/dom_casmurro. 
Acesso em 02/03/2015) 
Texto 2 
“Então quis vê-los de perto, e dei um passo. Capitu agarrou-me, mas, ou por temer que 
eu acabasse fugindo, ou por negar de outra maneira, correu adiante e apagou o escrito. 
Foi o mesmo que acender em mim o desejo de ler o que era.” 
(Trecho. ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Disponível em: http://triplov.com/contos/dom_casmurro. 
Acesso em 02/03/2015) 
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17 
 
 Texto 3 
Para que surjam raios, é necessário que, além das gotas de chuva, as nuvens de 
tempestade tenham em seu interior três ingredientes: cristais de gelo, água quase 
congelada e granizo. Tais elementos se formam na faixa entre 2 e 10 quilômetros de 
altitude, onde a temperatura fica entre 0 ºC e -50 ºC. Com o ar revolto no interior da 
nuvem, esses elementos são lançados pra lá e pra cá, chocando-se uns contra os outros. 
Com isso, acabam trocando de carga entre si: alguns vão ficando cada vez mais 
positivos, e outros, mais negativos. Os mais pesados, como o granizo e as gotas de 
chuva, tendem a ficar negativos. 
(Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-se-formam-os-raios) 
Texto 4 
“Uma criança imitando os sons emitidos por porcos já foi atitude considerada como 
falta de educação. No entanto, após a popularização do programa infantil “Peppa Pig”, 
essa passou a ser uma cena comum no Brasil. O desenho animado sobre uma família de 
porcos falantes não apenas mudou o comportamento dos pequenos, como também 
aumentou o lucro de uma série de marcas que se utilizaram do encantamento infantil 
para impulsionar a venda de produtos relacionados ao tema. Peppa é apenas mais um 
exemplo do poder que a publicidade exerce sobre as crianças.” 
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/01/1575893-texto-nota-mil-no-enem-cita-peppa-
pig-para-falar-sobre-publicidade.shtml) 
Texto 5 
MODO DE PREPARO 
1. Coloque em uma panela funda o leite condensado, a margarina e o chocolate em 
pó 
2. Cozinhe em fogo médio e mexa sem parar com uma colher de pau 
3. Cozinhe até que o brigadeiro comece a desgrudar da panela 
4. Deixe esfriar bem, então unte as mãos com margarina, faça as bolinhas e 
envolva-as em chocolate granulado 
(Fonte: http://www.tudogostoso.com.br/receita/114-brigadeiro.html) 
 
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18 
 
Lição 3: o planejamento do texto e a progressão temática 
 
TEXTO 1 
Coruja invade casa em Campos do Jordão e é flagrada por moradora 
Moradores encontraram o animal de cerca de 20 centímetros na lavanderia. Dona da casa acredita que ela 
use lavanderia da casa como abrigo. 
 
Uma coruja invadiu uma casa em Campos do 
Jordão (SP) e chamou atenção dos moradores. O 
animal foi encontrado durante a madrugada desta 
terça-feira (21) na lavanderia do imóvel. 
A dona da casa, Maria Aparecida Ananias, disse que 
todas as noites a família escutava barulhos na 
lavanderia, mas só durante esta madrugada eles 
decidiram ver o que era. 
“Era uma coruja bem pequenininha, muitolinda e 
mansinha. Cheguei perto para tirar foto e ela nem se incomodou. Acredito que ela dorme 
aqui para fugir do vento e frio", afirmou a dona de casa. Segundo ela, o animal mede entre 
15 e 20 centímetros. 
Maria Aparecida registrou a visita da coruja com fotos e vídeo e disse que ela ficou lá. “Não 
mexemos, apenas olhamos, fotografamos e depois a deixamos lá”, disse. 
 
Comportamento 
A bióloga Maria Cecília Toledo disse que não é muito comum as corujas ficarem tão 
próximas das pessoas e que essa aproximação pode ter sido motivada por alimento. “Elas se 
sentem ameaçadas com a presença humana, mas parece que ela já está acostumada. Se for 
uma fêmea ela pode estar buscando local de ninho ou local seguro para pernoitar”, explicou. 
 
Maria Cecília disse também que o animal não traz riscos e que o ideal é não alimenta-la, nem 
toca-la. “Ela é uma grande caçadora de roedores e insetos, como baratas e lagartixas. Se ela 
for a uma casa que tenha hamster ou peixes em lagos rasos ela vai tentar caçar. Ela é 
totalmente inofensiva para os homens”, disse. 
 
(Fonte: http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/07/coruja-invade-casa-em-campos-
do-jordao-sp.html) 
 
1. Qual é o gênero do texto 1? 
 (Foto: Arquivo/Maria Cecília Ananias) 1 
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19 
 
2. Quais são as sequências de tipos textuais predominantes? Justifique com trechos 
do texto. 
3. Onde se passam os eventos relatados no texto? Quais são as pessoas envolvidas 
no acontecimento? 
4. O que aconteceu para que a dona de casa percebesse que algo estranho acontecia 
em sua lavanderia? 
5. Para a bióloga Maria Cecília Toledo, o comportamento da coruja, relatado pela 
dona de casa é comum? Justifique. 
6. Quais foram as recomendações dadas pela bióloga Maria Cecília Toledo para o 
caso relatado? 
 
Agora, complete o quadro abaixo: 
 
Qual foi o fato? 
 
 
Onde aconteceu? 
 
Quando aconteceu? 
 
Quem estava envolvido nos fatos 
relatados? 
 
 
 
Como aconteceu? 
 
 
 
 
 
Quais foram as recomendações geradas a 
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20 
 
partir desse fato? 
 
 
 
 
 
Para um bom entendimento de um texto, a sua progressão temática deve estar clara, ou 
seja, o desenvolvimento da sua temática deve estar claro para o leitor. Dessa forma, 
todas as vezes em que for pedida uma produção textual, você deve, antes de começar a 
escrever o seu texto, planejar cada etapa de seu desenvolvimento. 
Levando em consideração que cada parágrafo desenvolverá uma ideia
1
, o 
planejamento de seus textos pode ser feito de modo que o parágrafo seja a unidade de 
sentido considerada. Dessa forma, caso fosse necessário traçar as etapas do 
desenvolvimento do conteúdo da notícia acima, como ficaria o quadro abaixo? 
 
Parágrafo Etapa de desenvolvimento 
1º 
 
 
2º 
 
 
3º 
 
 
4º 
 
 
1
 Não faça parágrafos curtos ou extensos demais. No primeiro caso, parecerá que a ideia que deveria ser 
desenvolvida não o foi. No segundo, parecerá que há poucas ideias a serem exploradas em seu texto. 
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21 
 
 
5º 
 
 
6º 
 
 
 
Para o entendimento de determinado texto, é importante que, ao lê-lo, além de grifar a 
ideia mais importante de cada parágrafo (lembrando que o parágrafo constitui/pode 
constituir uma unidade de sentido), facilitando estudos posteriores, o leitor seja capaz 
de perceber as etapas de desenvolvimento de seu conteúdo, tal como foi feito no 
quadro acima. 
Isso remete também ao cuidado que se deve ter na produção textual. Para que o leitor 
consiga entender todo esse processo, é essencial que aquele que escreve preocupe-se 
com tal recepção. Toda a elaboração de texto, então, deve ser precedida de um 
rigoroso planejamento, que assegurará, dentre outras coisas, que o texto está 
adequado ao interlocutor (que tipo de relação há entre emissor e receptor? É 
necessário o uso de linguagem formal?), ao objetivo do texto, ao tema que se deve 
contemplar (aqui também já se devem elaborar as etapas de desenvolvimento do texto) 
e ao canal. Com tudo isso definido, o autor do texto poderá selecionar o gênero textual 
mais adequado e os tipos textuais predominantes. 
 
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22 
 
Lição 4: a redação 
 
A redação escolar é um gênero textual presente em 
diversas etapas da vida de um estudante. Desde o 
trabalho da escola, até uma entrevista de emprego, 
passando pelo ingresso no ensino superior, esse 
gênero textual pode ser um grande aliado daquele 
que domina as suas características básicas. 
Cabe ressaltar que, apesar da importância desse 
gênero textual em nossa sociedade, sua criação foi 
algo extremamente artificializado, com o objetivo de que esse gênero fosse utilizado em 
situações de teste. Em outras palavras, diferente do bilhete, gênero textual que surgiu 
naturalmente devido a uma necessidade social, a redação tem uma estrutura artificial 
que tem como objetivo selecionar pessoas em situações determinadas. É desse ponto 
que deriva a dificuldade que muitos alunos têm com esse gênero. 
Sobre a redação, responda: 
 Qual foi a sua relação com as redações ao longo de sua vida? 
 Dos pontos de vista composicional, temático e estilístico, como seria a redação? 
Diante dessa realidade, muitos centros de educação têm treinado seus alunos para a 
escrita de redação, sem se preocupar (i) com o fato de que outros gêneros textuais farão 
parte da vida desse aluno e (ii) com o fato de que parte essencial da escrita 
argumentativa é o trabalho com as opiniões. Esse ponto de vista pode ser um grande 
problema para o estudante ao longo de sua vida acadêmica e profissional. 
Na sua opinião, o que é mais difícil: ter ideias e argumentos ou lidar com a habilidade 
de escrita na produção de redações? 
Neste material, como se sabe, trabalharemos uma série de gêneros textuais. Entre eles, 
está a redação, que não pode jamais ter a sua importância diminuída no âmbito da 
sociedade brasileira. Dessa forma, tentaremos abordar alguns itens básicos para a 
produção desse gênero textual. 
O que é a redação? 
 
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23 
 
A redação, como se sabe, é um gênero textual que visa à defesa de um ponto de vista 
sobre um tema dado. Dessa forma, o autor 
desse texto deve saber, acima de tudo, que o 
corretor avaliará se sua opinião, de fato, pode 
ser entendida pela leitura do texto e, mais do 
que isso, se sua opinião está com uma boa 
defesa. 
Imagine a seguinte situação: determinado 
crime envolvendo o assassinato de uma 
adolescente supostamente executado por 
alguém de sua própria família ganha grande repercussão nos jornais e nas redes sociais. 
Um usuário de uma rede social pretende, então, defender o suposto assassino que, na 
opinião desse usuário, não é culpado. Se tal defensor escrever apenas “Ele é inocente” 
em sua página em tal rede social, sua opinião será respeitada? A resposta mais provável 
é “dificilmente”. 
Para que uma opinião seja respeitada, ela precisa estar embasada em fatos e, sobretudo, 
em argumentos. Isso não apenas nessa situação hipotética, mas também na produção de 
redações. O argumento seria o porquê de se acreditar em determinada opinião. No caso 
da situação hipotética proposta, os argumentos (ou seja, o porquê desse usuário pensar 
que sua opinião de que o suposto assassino seria inocente) poderiam dar mais 
credibilidadeao seu ponto de vista. 
Note que, com isso, não seria possível, em apenas uma redação, você apresentar 
diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema, como se estivesse defendendo todos 
eles. Caso isso fosse possível, seria necessário apresentar argumentos para todos esses 
pontos de vista e, em algum momento, defender um significaria rejeitar o outro, de 
modo que seu texto apresentaria problemas de coerência. Em suma, é necessário 
escolher apenas um ponto de vista e defendê-lo até o final de seu texto. 
Dessa forma, já se pode afirmar que ponto de vista é diferente de opinião. No entanto, 
sem dúvida, para que seu ponto de vista ganhe credibilidade, o argumento deve estar 
presente. 
Como ficou claro, a redação é um texto que apresenta teor argumentativo. Dessa 
forma, deve-se ter cuidado na hora de escrevê-la, para que seu texto não tenha 
sequências muito expositivas e pouco argumentativas, por exemplo. Deve-se ter em 
mente, no entanto, que, nas redações, você deve apresentar seu ponto de vista em 
linguagem impessoal. 
Em suma, seu texto deve apresentar predominantemente opiniões (e não fatos) e deve 
ser escrito em linguagem impessoal. Observe o quadro abaixo 
 Linguagem Pessoal Linguagem Impessoal 
Fato Eu sou aluno do curso 
técnico em Eventos do 
A cidade de Campos do 
Jordão é uma das mais 
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24 
 
IFSP. visitadas nas férias 
escolares em todo o Brasil. 
Opinião Eu acho o curso técnico em 
Eventos importante para a 
cidade de Campos do 
Jordão. 
O curso técnico em 
Eventos é importante para a 
cidade de Campos do 
Jordão. 
 
TEXTO 1 
Boa nota no Enem não garante qualidade da escola 
Se uma escola não vai bem no Enem, isso é motivo de preocupação. Mas a recíproca não é verdadeira: 
estar nos primeiros lugares desse ranking não necessariamente garante que um colégio seja melhor do que 
os outros. 
A prova do Enem mede competências essenciais: leitura e interpretação de textos, 
raciocínio matemático, capacidade de relacionar conhecimentos de diversas áreas, 
habilidade para resolver problemas práticos. Na redação, única prova de questão 
“aberta” (as demais são de múltipla escolha) o candidato deve discorrer sobre um tema e 
apresentar uma proposta de intervenção social. Ora, o mínimo que se pode esperar de 
uma escola é que, ao longo dos 12 anos de formação básica, prepare o aluno para fazer 
tudo isso com desenvoltura. O mau desempenho no Enem é sinal de que algo não vai 
bem. 
 
Acontece que, de olho na importância dessa prova, algumas escolas se tornaram quase 
“profissionais do Enem”. Fazem treinamentos específicos, captam os melhores alunos 
de outras instituições e afastam estudantes reprovados. Há até quem crie um novo CNPJ 
para concorrer a esse processo com turmas especiais constituídas por alunos da “elite 
intelectual”, como foi noticiado pela mídia no último exame: a mesma escola aparecia 
em 1º e em 569º lugar no ranking. 
 
Além disso, a classificação acaba, muitas vezes, seguindo um círculo vicioso: as escolas 
mais bem colocadas são procuradas por quem pode pagar, e quem pode pagar por altas 
mensalidades já traz uma bagagem cultural que constitui, na prova, um diferencial 
competitivo. Será que as escolas que ocupam os primeiros lugares conseguiriam esse 
mesmo resultado se trabalhassem com filhos de famílias sem recursos e com baixa 
formação acadêmica? 
 
Ao mesmo tempo, há que lembrar que o Enem consegue medir apenas uma parte do 
ensino. A prova não dá conta de avaliar dimensões consideradas decisivas na educação 
de hoje, como por exemplo as competências emocionais, a atitude empreendedora, a 
postura cidadã, a habilidade de relacionamento interpessoal, os hábitos e valores - 
dimensões que também se desenvolvem ao longo da infância e adolescência, numa 
parceria entre escola e família. 
 
Por tudo isso, há que ler os resultados do ranking do Enem com parcimônia. Estar nas 
primeiras posições não pode ser o único critério para escolher uma escola. Outros 
aspectos se somam para compor a formação integral. Entre eles, destacam-se: um 
currículo abrangente, com atividades como esportes, idiomas, artes, leitura, educação 
para os meios; uma filosofia inclusiva, que acolha alunos com deficiências ou com 
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25 
 
problemas de aprendizagem; e uma inclinação para a formação ligada a ética e 
responsabilidade social, o que inclui no ensino as discussões sobre realidades, interesses 
e conflitos individuais e sociais, inerentes ao cidadão de nosso tempo. 
 
(Fonte: http://g1.globo.com/educacao/blog/andrea-ramal/1.html) 
 
1. O texto acima tem algumas semelhanças com os textos do gênero redação 
escolar, embora pertença a outro gênero textual. 
a. Levante hipóteses, qual poderia ser esse gênero? 
b. Quais são as características que o aproximam e quais o distanciam da 
redação escolar? 
c. Quais são as sequências de tipos textuais predominantes nesse texto? 
2. Qual é o ponto de vista defendido no texto 1? Na sua opinião, esse ponto de 
vista foi bem defendido? Justifique. 
3. Quais são os argumentos utilizados pela autora para sustentar seu ponto de 
vista? 
4. Escolha um argumento e verifique se houve uma explicação sobre esse 
argumento no texto 1. 
 
Como é fácil de ser percebido, dentro da redação, é necessário 
defender um ponto de vista, mas apresentar também uma série 
de outros elementos que colaborem com essa defesa. Cada um 
desses elementos tem um “lugar” para aparecer dentro dessa 
estrutura. Assim, vale tratar das três partes essenciais para esse 
gênero textual: a introdução, o desenvolvimento e a 
conclusão. A seguir, cada uma dessas partes será abordada. 
 
A introdução 
 
Imagine que você foi convidado para dar uma palestra sobre o curso de eventos do 
IFSP. É claro que, antes de começar o seu discurso, você fará um planejamento sobre 
cada etapa da palestra. Em linhas gerais, o seu planejamento seria mais ou menos assim: 
1. Apresentação e saudação ao público 
2. Aspectos gerais do curso 
3. A grade de disciplinas 
4. O mercado de trabalho 
5. Resumo e conclusão 
6. Encerramento 
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26 
 
É evidente que cada uma dessas partes tem a sua função na composição geral da sua 
palestra. De maneira didática, poderíamos dividir esse esquema em introdução, 
desenvolvimento e conclusão. Sem dúvidas, os pontos 1 e 2 corresponderiam à 
introdução, não apenas por serem os primeiros tópicos, mas pelo fato de eles terem o 
objetivo de contextualizar o público e de informá-lo sobre o que será tratado nessa 
palestra. 
Da mesma forma, a introdução de um texto tem por objetivo contextualizar o leitor e 
apresentar a ele o ponto de vista que será defendido sobre o tema proposto. Para 
que isso seja entendido de modo mais prático, avalie com o seu professor as introduções 
a seguir: 
 Tema: os efeitos negativos das tecnologias. 
 
TEXTO 2 
Há relativamente pouco tempo o debate sobre as tecnologias na vida do cidadão tem 
tomado conta de ambientes acadêmicos e sociais. De fato, não se pode mais separar a 
tecnologia da vida de qualquer cidadão comum. A grande questão se torna lidar com os 
problemas provenientes desse item tão comum na vida das pessoas, afinal, tais 
problemas existem e são graves, afetando, assim, a vida de qualquer cidadão. 
 
TEXTO 3 
Celulares de última geração. Tablets. Televisão com tela de cinema. Tais aparatos 
fazem parte da vida de grande parte dos cidadãos comuns. No entanto, sabe-se que a 
tecnologia gera efeitos positivos e negativos na vida das pessoas. Basta um olharatento 
a uma mesa de amigos no final de semana para perceber que os efeitos negativos das 
tecnologias podem não ser tão fáceis de serem resolvidos e debatidos em nossa 
sociedade, dada a dependência que aquelas geraram nesta. 
 
As estratégias de contextualização: 
 Tradicional 
 Fotográfica 
 Conceitual 
 Histórica 
 Jornalística 
 Cultural 
 
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27 
 
Com a ajuda de sua professora, identifique as estratégias utilizadas nos textos 2 e 3 e, 
em seguida, escreva uma proposta de introdução com outra estratégia. 
 
Tese 
 
Parte essencial de uma redação, a tese informa ao leitor qual é o seu ponto de vista 
sobre o tema proposto. Observe que a tese deve dialogar diretamente com o tema. No 
caso dos textos 2 e 3, por exemplo, a tese não poderia afirmar apenas que a tecnologia 
apresenta pontos negativos, uma vez que isso já está expresso no tema. O estudante, 
nesse caso, deveria refletir sobre a sua opinião acerca desses efeitos negativos das 
tecnologias. 
Encontre a tese nos textos 1, 2 e 3. 
Se fosse possível eleger o elemento mais importante de uma redação, esse elemento 
seria, sem dúvidas, a tese. É através dela que será possível pensar nos argumentos que 
estarão no desenvolvimento. Ela é o único ponto de vista defendido em um texto 
dissertativo-argumentativo. 
O desenvolvimento, como será abordado, deve apresentar seus argumentos, ou seja, o 
porquê de a sua tese ser verdadeira. Dessa forma, seus argumentos são gerados 
diretamente da tese. 
 
O desenvolvimento 
 
Voltando ao planejamento da sua palestra, fica claro que os itens 3 e 4 correspondem ao 
desenvolvimento de seu texto, uma vez que, nesses pontos, os objetivos desse texto são, 
de fato, alcançados. Da mesma forma, apenas no desenvolvimento de uma redação, os 
argumentos são, de fato, explorados. 
Como já foi explicitado, os argumentos são gerados diretamente através de sua tese, de 
modo que são eles que sustentam essa opinião. De modo bastante prático, quando 
alguém diz que gosta de filmes legendados e, questionado sobre seu gosto, responde 
“porque sim”, está apenas preso à tese, e não aos argumentos. Alguns argumentos 
possíveis, nesse caso, seriam “porque com o áudio original é possível apreciar mais a 
interpretação do ator” e “porque estou treinando a língua do áudio original”. Apenas 
com uma dessas justificativas aquele que levantou o questionamento entenderia o ponto 
de vista defendido. 
Sua redação, então, apenas estaria satisfatória com a apresentação de argumentos. 
Assim, é necessário olhar para a tese defendida e perguntar-se: por que defendo esse 
ponto de vista? Uma vez que as respostas surjam, você está gerando seus argumentos. 
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28 
 
Alguns são mais fortes e outros mais fracos, por isso, no planejamento de seu texto, 
procure avaliar a força dos argumentos gerados. Lembre-se de que, para cada 
argumento gerado, um parágrafo do 
desenvolvimento deve ser utilizado. O ideal, então, é 
que no seu texto haja dois ou três argumentos. Após 
a geração dos argumentos, é necessário ainda explicá-
los mais profundamente. Isso pode ser entendido de 
modo mais prático com a leitura do texto 4: 
 
TEXTO 4 
Tema: "Publicidade infantil em questão no Brasil". 
"A publicidade infantil movimenta bilhões de dólares e é responsável por considerável 
aumento no número de vendas de produtos e serviços direcionados às crianças. No Brasil, 
o debate sobre a publicidade infantil representa uma questão que envolve interesses 
diversos. Nesse contexto, o governo deve regulamentar a veiculação e o conteúdo de 
campanhas publicitárias voltadas às crianças, pois, do contrário, elas podem ser 
prejudicadas em sua formação, com prejuízos físicos, psicológicos e emocionais. 
 
Em primeiro lugar, nota-se que as propagandas voltadas ao público mais jovem podem 
influir nos hábitos alimentares, podendo alterar, consequentemente, o desenvolvimento 
físico e a saúde das crianças. Os brindes que acompanham as refeições infantis ofertados 
pelas grandes redes de lanchonetes, por exemplo, aumentam o consumo de alimentos 
muito calóricos e prejudiciais à saúde pelas crianças, interessadas nos prêmios. Esse 
aumento da ingestão de alimentos pouco saudáveis pode acarretar o surgimento precoce de 
doenças como a obesidade. 
Em segundo lugar, observa-se que a publicidade infantil é um estímulo ao consumismo 
desde a mais tenra idade. O consumo de brinquedos e aparelhos eletrônicos modifica os 
hábitos comportamentais de muitas crianças que, para conseguir acompanhar as novas 
brincadeiras dos colegas, pedem presentes cada vez mais caros aos pais. Quando esses não 
podem compra-los, as crianças podem ser vítimas de piadas maldosas por parte dos outros, 
podendo também ser excluídas de determinados círculos de amizade, o que prejudica o 
desenvolvimento emocional e psicológico dela. 
Em decorrência disso, cabe ao Governo Federal e ao terceiro setor a tarefa de reverter esse 
quadro. O terceiro setor – composto por associações que buscam se organizar para 
conseguir melhorias na sociedade – deve conscientizar, por meio de palestras e grupos de 
discussão, os pais e os familiares das crianças para que discutam com elas a respeito do 
consumismo e dos males disso. Por fim, o Estado deve regular os conteúdos veiculados 
nas campanhas publicitárias, para que essas não tentem convencer pessoas que ainda não 
têm o senso crítico desenvolvido. Além disso, ele deve multar as empresas publicitárias 
que não respeitarem suas determinações. Com esses atos, a publicidade infantil deixará de 
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29 
 
ser tão prejudicial e as crianças brasileiras poderão crescer e se desenvolver de forma mais 
saudável." 
(Fonte: http://g1.globo.com/educacao/enem/2015/noticia/2015/05/leia-redacoes-do-enem-que-tiraram-
nota-maxima-no-exame-de-2014.html) 
 
1. Encontre a tese. 
2. Qual foi a estratégia de contextualização? 
3. Quantos argumentos foram gerados? 
4. Encontre os argumentos. 
5. Encontre a explicação dos argumentos. 
6. Na sua opinião, há uma correlação entre tese e argumento no texto analisado? 
Justifique. 
 
Escreva o desenvolvimento de uma redação sobre os efeitos negativos das tecnologias. 
Para isso, utilize a introdução criada na subseção anterior. 
 
Conclusão 
 
Mais uma vez, voltando ao planejamento de sua palestra, pode-se perceber que os itens 
5 e 6 tem por objetivo fazer um encerramento da palestra, retomando as ideias 
principais e reestabelecendo um contato com o público, de modo que este sinta uma 
espécie de “gosto de quero mais”. Da mesma forma, na redação, a conclusão deve 
retomar a sua tese e fazer um desfecho criativo. Uma das formas mais comuns, na 
atualidade, de apresentar esse desfecho, é através da proposta de intervenção (por conta 
do próprio Enem). 
Observe, na subseção anterior, o texto 4 e encontre nele a retomada da tese e o 
desfecho. Depois disso, escreva sua própria conclusão para o texto sobre os efeitos 
negativos das tecnologias. 
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30 
 
Lição 5: as classes gramaticais 
 
TEXTO 1 
O show 
 
O cartaz 
O desejo 
O pai 
O dinheiro 
O ingresso 
O dia 
A preparação 
A ida 
O estádio 
A multidão 
A expectativa 
A música 
A vibração 
A participação 
O fim 
A volta 
O vazio 
(Autor desconhecido) 
Observe o texto e responda: 
1. Do que o texto trata? Justifique explicando a escolha do título. 
2. O texto não foi escrito com emprego de elementos linguísticosque 
funcionassem como recursos coesivos, ou seja, não há palavras que exerçam 
papel exclusivo na conexão entre termos e sentenças no texto lido. Na sua 
opinião, esse fato prejudica a sua leitura? Justifique. 
3. Explique por que a ordem dos versos do texto 1 facilita o seu entendimento. 
4. A qual gênero pertence o texto 1? Justifique. 
5. Quais são as sequências textuais predominantes no texto 1? 
6. Quais são as classes gramaticais presentes no texto 1? 
7. Observe os versos em destaque abaixo e levante hipóteses: a classe de palavras 
mais nuclear pode se transformar em outra classe de palavras, de modo que o 
sentido original do texto se mantenha? Qual seria essa outra classe gramatical? 
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31 
 
 “O desejo 
(...) 
A preparação 
(...) 
A vibração 
A participação 
(...) 
A volta (...)” 
 
TEXTO 2 
Tecendo a manhã 
Um galo sozinho não tece uma manhã: 
ele precisará sempre de outros galos. 
De um que apanhe esse grito que ele 
e o lance a outro; de um outro galo 
que apanhe o grito de um galo antes 
e o lance a outro; e de outros galos 
que com muitos outros galos se cruzem 
os fios de sol de seus gritos de galo, 
para que a manhã, desde uma teia tênue, 
se vá tecendo, entre todos os galos. 
 
E se encorpando em tela, entre todos, 
se erguendo tenda, onde entrem todos, 
se entretendendo para todos, no toldo 
(a manhã) que plana livre de armação. 
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo 
que, tecido, se eleva por si: luz balão. 
 
(João Cabral de Melo Neto) 
Observe o texto e responda: 
1. Do que o texto trata? Justifique. 
2. O sentido global do texto é estabelecido a partir de uma figura de linguagem 
denominada metáfora. A metáfora consiste em uma comparação implícita, 
como na sentença “Maria é uma flor.”. 
Discuta com os seus colegas essa afirmação. 
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32 
 
3. Converse com professor e colegas sobre a importância da palavra “e” para o 
sentido do texto. 
4. Converse com professor e colegas sobre a importância da palavra “sozinho” no 
primeiro verso do texto para a construção do sentido global do texto. 
5. Comparado ao texto 1, o texto 2 teve mais ou menos elementos coesivos? 
Justifique com base nas respostas dadas anteriormente. 
6. Levante hipóteses: se os elementos coesivos são aqueles que estabelecem 
ligações entre orações e palavras, quais seriam exemplos dessas palavras no 
texto. 
7. Qual é a classe de palavras desses conectivos encontrados? 
8. “Um galo sozinho não tece uma manhã 
Ele precisará sempre de outros galos.” 
O substantivo “galo” recebeu nesse texto uma caracterização específica. Da mesma 
forma, o evento expresso pelo verbo “precisar” recebe uma caracterização específica. 
a. Quais são as palavras responsáveis por esse efeito de sentido? 
b. Qual a classe de palavras desses itens lexicais? 
 
Em suma... 
 
 
 
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33 
 
Lição 6: a construção de sentenças 
 
Você sabe a diferença entre estes conceitos: 
 Frase 
 Período 
 Oração 
 
TEXTO 1 
 
 
TEXTO 2 
 
Alexandre Beck 
 
TEXTO 3 
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34 
 
 
Bill Watterson 
 
TEXTO 4 
 
 
Converse com sua professora sobre o que você entendeu de cada uma das histórias. 
Converse também sobre o gênero de cada um dos textos e sobre as sequências de tipos 
textuais predominantes nas falas dos personagens. Depois disso, tente relacionar os 
conceitos de frase, período e oração a cada um dos textos. 
 
Levante hipóteses: 
Textos formais serão formados predominantemente por frases, períodos ou orações? 
 
De maneira geral, o que diferencia esses conceitos é a presença de uma classe 
gramatical. 
 O verbo 
O que você sabe sobre os verbos? 
 
 (UERJ 2001) "Os aliados não querem romper o NAMORO com FHC - querem é 
NAMORAR mais." 
("Veja", 18/08/1999) 
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35 
 
 
A comparação entre as palavras EM DESTAQUE acima demonstra que o 
significado geral de "expressar ação" não é suficiente para identificar o verbo 
como classe gramatical, já que o NAMORO consta do dicionário como "ato de 
namorar". 
 
Para diferenciar o verbo do substantivo, por exemplo, seria necessário considerar, além 
do sentido de ação, a seguinte características que só os verbos possuem: 
a) terminação em "r" 
b) flexão de tempo, modo e pessoa 
c) presença indispensável à frase 
d) anteposição de um substantivo 
 
Verbo é a classe de palavras que pode ser flexionada em tempo, modo e pessoa. 
1. Eu cantei 
2. Que eu cante 
3. Ele cantou 
 
Formas nominais do verbo 
 
Os verbos também apresentam as chamadas formas nominais: infinitivo, gerúndio, 
particípio. 
 
 
Bill Watterson 
 
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36 
 
Os verbos são considerados núcleo de uma oração se estiverem com marcas de flexões, 
e não se estiverem em sua forma nominal. Em suma, as formas nominais dos verbos não 
podem constituir núcleo de orações. 
 Considerando a importância de dominar as habilidades de leitura e escrita no 
âmbito das sociedades letradas e os problemas que estudantes do nível básico 
levam para o mercado de trabalho quanto a essas habilidades. 
 Considerada a importância de dominar as habilidades de leitura e escrita no 
âmbito das sociedades letradas e os problemas que estudantes do nível básico 
levam para o mercado de trabalho quanto a essas habilidades. 
Outros problemas relacionados à construção de sentenças: 
1. No texto propõe uma reflexão. 
2. O texto trata da inserção das práticas de leitura e escrita em aulas de ensino 
técnico para ajudar. 
3. Com o objetivo de tratar das habilidades de leitura e escrita. 
4. Os alunos, eles terão dificuldades de entender a matéria. 
 
Quais seriam os problemas dessas sentenças? Como melhorá-las? 
 
Leia o texto abaixo e responda as questões que seguem: 
 
Quadrinhos podem ajudar a formar leitores e na educação de crianças e 
adolescentes 
Alana Gandra 
Repórter da Agência Brasil 
Rio de Janeiro 
A gerente executiva de Projetos do Instituto PróLivro (IPL), Zoraia Failla, disse hoje 
(9), em entrevista à Agência Brasil, que as histórias em quadrinhos (HQ) podem ser 
uma ferramenta para formar leitores e auxiliar na educação de crianças e adolescentes. 
“Eu penso que dentro de um espaço de mediação, todo tipo de leitura é importante, 
especialmente para a gente tirar aquela imagem que se cria em relação a um livro que é 
oferecido em uma sala de aula e que se transforma em obrigação, em tarefa”. 
Zoraia acredita que o trabalho com quadrinhos dentro da escola pode quebrar um pouco 
a seriedade do livro, contribuindo para trazer a criança e o jovem para a leitura de uma 
forma mais prazerosa e interessante. “Eu acho que pode ser um meio, nunca um fim. 
Porque o quadrinho pode até trabalhar algum conteúdo, mas o faz de forma superficial. 
Como incentivo à leitura, ele pode ser um mobilizador”, disse. 
Para a gerente do IPL, a HQ pode desenvolver habilidades na escola, entre as quais a 
concentração e o interesse pela leitura em geral. “Sem dúvida, deveria ser melhor 
trabalhada para conseguir que, a partir dali, o aluno se interesse por uma leitura um 
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37 
 
pouco mais complexa, com mais conteúdo”. Zoraia avaliou que é preciso se usar hoje 
todos os meios para conseguir conquistar as crianças e jovens para a leitura. 
Zoraiaindicou que a HQ pode ser um instrumento eficiente para passar conteúdos de 
disciplinas curriculares, como história, ciências e geografia, para os estudantes. “É uma 
forma talvez mais agradável, mais interessante, para a garotada de hoje, de levar o 
conhecimento”. Como as crianças, em geral, sentem uma atração forte pelos 
quadrinhos, que são considerados uma forma de entretenimento, ela avalia que “seria 
inteligente usar essa ferramenta como uma forma de trazer a garotada seja para a leitura, 
seja para conteúdos mais complexos”. 
O diretor comercial da Comix Book Shop, uma livraria especializada em histórias em 
quadrinhos, Jorge Rodrigues, destacou a qualidade, inclusive literária, das histórias em 
quadrinhos feitas no Brasil. “Hoje, a gente tem crescido bastante na produção de 
quadrinhos nacionais. O mercado independente, onde o autor mesmo produz o seu livro, 
edita e lança, aumentou muito de uns anos para cá e há gráficas que imprimem com 
demanda menor. Com isso, há muitos projetos e ideias muito boas sendo lançadas que, 
de repente, não encontraram respaldo nas editoras”, disse. 
Rodrigues ressaltou que muitas editoras têm investido em adaptar literatura clássica 
para quadrinhos. “É uma vertente que tem crescido muito no mercado”. O objetivo, 
conforme enfatizou, é que o governo compre e as escolas venham a consumir esse 
produto, visando que seja uma ferramenta na parte da educação. O estande da Comix na 
16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, encerrada ontem (8), foi um dos 
mais frequentados durante os 11 dias do evento, com filas extensas na porta que 
reuniam público de todas as faixas etárias. 
O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) supre as escolas de ensino público 
das redes federal, estadual, municipal e do Distrito Federal de obras e materiais de apoio 
à prática da educação básica, incluindo HQs. Em 2013, serão atendidas as escolas dos 
anos finais do ensino fundamental e ensino médio, informou a assessoria de imprensa 
do Ministério da Educação. O programa vai distribuir cerca de 6,7 milhões de obras 
literárias a mais de 68,8 mil escolas de todo o país. Os investimentos na compra dos 
livros alcançam em torno de R$ 66 milhões. 
Em 2006, por exemplo, o Ministério da Educação incluiu livros de histórias em 
quadrinhos e de imagens na coleção do PNBE. Dom Quixote em Quadrinhos, de Caco 
Galhardo; Toda Mafalda , de Quiño; Na Prisão (mangá quadrinho japonês), de 
Kazuichi Hanawa; Santô e os Pais da Aviação, de João Spacca de Oliveira; e Café Van 
Gogh, de Ana Maria Machado Mello & Mayer Design, foram alguns dos HQs incluídos 
na lista. 
Com licenciatura em desenho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 
Denis Mello tem experiência na aplicação de oficinas em salas de aula da rede pública 
de ensino, inclusive em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
(Sesc), utilizando a HQ e o desenho como ferramenta principal. Falando à Agência 
Brasil, ele disse que consegue ver como os quadrinhos despertam a curiosidade dos 
alunos. “Eles tendem a colaborar mais, a se interessar mais pelo assunto” Mello 
salientou que a HQ é uma forma de arte. “Do mesmo jeito que as outras formas de arte 
podem colaborar como ferramenta de educação, a HQ também funciona. Da mesma 
forma que você pode usar música, literatura e pintura, você pode usar história em 
quadrinhos”, manifestou. 
Denis Mello está desenvolvendo agora, com um grupo de amigos, um projeto voltado à 
produção de quadrinhos educativos, que será efetuado em parceria com secretarias 
municipais de educação do estado do Rio de Janeiro. O projeto deverá ser iniciado em 
Magé. “Foi a primeira secretaria a se interessar pelo projeto”. Pretende-se suprir a 
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38 
 
carência de material didático onde ela exista, nas escolas, por HQ. “Na educação 
ambiental, por exemplo, a gente chegaria com a história em quadrinho para suprir essa 
necessidade e com um material didático que vai conversar mais com os jovens do que o 
material burocrático tradicional”. 
 
(Fonte: http://www.ebc.com.br/cultura/2013/09/quadrinhos-podem-ajudar-a-formar-leitores-e-
na-educacao-de-criancas-e-adolescentes) 
1. Qual é o gênero textual ao qual o texto lido pertence? Justifique com base 
em critérios temáticos, composicionais e estilísticos. 
2. Quais são as tipologias textuais predominantes? 
3. Qual é o objetivo do texto? 
4. Quem é Zoraia Failla? Qual é a ideia defendida por ela e retratada no texto? 
5. Você concorda com a afirmação de Zoraia Failla a respeito da visão do livro 
como uma obrigação em sala de aula? 
6. Zoraia Failla acredita que apenas a leitura de quadrinhos pode ser suficiente 
para um bom ensino de leitura. Essa informação está correta? Justifique com 
um trecho do texto lido. 
7. A leitura de quadrinhos deve ser usada apenas nas aulas de língua 
portuguesa. Essa informação está correta? Justifique com um trecho do texto 
lido. 
8. Quais são as habilidades que, segundo o texto, são desenvolvidas na escola 
com a leitura de HQ? 
9. Como é o mercado de HQ no Brasil, segundo o texto? Leve em 
consideração também as informações sobre mercado editorial. 
10. Segundo o texto, há iniciativas de órgãos do governo com o objetivo de 
promover a leitura de HQ nas escolas? Justifique. 
11. “A gerente executiva de Projetos do Instituto PróLivro (IPL), Zoraia Failla, 
disse hoje (9), em entrevista à Agência Brasil, que as histórias em 
quadrinhos (HQ) podem ser uma ferramenta para formar leitores e auxiliar 
na educação de crianças e adolescentes.” 
b. A sentença acima é uma frase, oração ou período? 
c. Encontre o verbo principal. 
d. Há outros verbos além do principal? 
e. As necessidades do verbo principal estão sendo atendidas? 
12. “Zoraia acredita que o trabalho com quadrinhos dentro da escola pode 
quebrar um pouco a seriedade do livro, contribuindo para trazer a criança e o 
jovem para a leitura de uma forma mais prazerosa e interessante.” 
a. A sentença acima é uma frase, oração ou período? 
b. Encontre o verbo principal. 
c. Há outros verbos além do principal? 
d. As necessidades do verbo principal estão sendo atendidas? 
e. E se reescrevêssemos a sentença desta forma (a mudança está no verbo 
principal), as necessidades do verbo ainda seriam atendidas? 
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 Zoraia acredita que os trabalhos com quadrinhos dentro da escola podem quebrar um 
pouco a seriedade do livro, contribuindo para trazer a criança e o jovem para a leitura de 
uma forma mais prazerosa e interessante. 
• E desta: 
 Zoraia acredita que o trabalho com quadrinhos dentro das escolas podem quebrar um 
pouco a seriedade do livro, contribuindo para trazer a criança e o jovem para a leitura de 
uma forma mais prazerosa e interessante. 
13. “O diretor comercial da Comix Book Shop, uma livraria especializada em 
histórias em quadrinhos, Jorge Rodrigues, destacou a qualidade, inclusive 
literária, das histórias em quadrinhos feitas no Brasil.”. 
a. A sentença acima é uma frase, oração ou período? 
b. Encontre o verbo principal. 
c. Há outros verbos além do principal? 
d. As necessidades do verbo principal estão sendo atendidas? 
e. E se reescrevêssemos a sentença desta forma (a mudança está no verbo 
principal), as necessidades do verbo ainda seriam atendidas? 
 Jorge Rodrigues, diretor comercial das Comix Book Shop, livrarias especializadas 
em histórias em quadrinhos, destacaram a qualidade, inclusive literária, das histórias em 
quadrinhos feitas no Brasil. 
14. “Zoraia acredita que o trabalho com quadrinhos dentro da escola pode 
quebrar um pouco a seriedade do livro, contribuindo para trazer acriança e o 
jovem para a leitura de uma forma mais prazerosa e interessante.” 
a. A sentença acima é uma frase, oração ou período? 
b. Encontre o verbo principal. 
c. Há outros verbos além do principal? 
d. As necessidades do verbo principal estão sendo atendidas? 
e. O trecho está adequado à norma culta da língua? 
f. Há o uso de uma forma verbal no gerúndio. Encontre-a. 
g. Como você poderia eliminar essa forma em gerúndio do trecho em questão? 
 
15. “O objetivo, conforme enfatizou, é que o governo compre e as escolas 
venham a consumir esse produto, visando que seja uma ferramenta na parte 
da educação.” 
a. A sentença acima é uma frase, oração ou período? 
b. Encontre o verbo principal. 
c. Há outros verbos além do principal? 
d. As necessidades do verbo principal estão sendo atendidas? 
e. A concordância da sentença está de acordo com os padrões da norma culta 
vigente? 
f. O trecho está adequado à norma culta da língua? 
g. Há o uso de uma forma verbal no gerúndio. Encontre-a. 
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40 
 
h. Como você poderia eliminar essa forma em gerúndio do trecho em questão? 
 
16. Falando à Agência Brasil, ele disse que consegue ver como os quadrinhos 
despertam a curiosidade dos alunos. “Eles tendem a colaborar mais, a se 
interessar mais pelo assunto”. 
a. A sentença acima é uma frase, oração ou período? 
b. Encontre o verbo principal. 
c. Há outros verbos além do principal? 
d. As necessidades do verbo principal estão sendo atendidas? 
e. A concordância da sentença está de acordo com os padrões da norma culta 
vigente? 
f. O trecho está adequado à norma culta da língua? 
g. Há o uso de uma forma verbal no gerúndio. Encontre-a. 
h. Como você poderia eliminar essa forma em gerúndio do trecho em questão? 
 
 
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41 
 
Lição 7: cartaz de divulgação 
 
TEXTO 1 
6 passos para melhorar a divulgação do seu evento 
A chave mestra para ter um evento de sucesso com certeza é a presença do público. 
Portanto, é preciso que esse público tenha acesso às informações sobre aquele evento 
por todos os canais possíveis, sendo assim, um dos quesitos de principal importância 
para o organizador é a divulgação. Pensando nisso, o Guia separou seis dicas para você 
melhorar a divulgação do seu evento. 
1) Nicho: primeiro passo a ser pensado 
 
Explorar e decidir o público-alvo para seu evento devem ser as primeiras coisas a se 
fazer. Todas as estratégias para divulgação e realização do seu evento deve ter como 
ponto de partida um segmento específico para alcançar melhores resultados. 
2) Terceirizar pode ser preciso 
 
A terceirização dos processos de divulgação é uma saída para aqueles que não têm 
experiência na área marketing de vendas. Contudo, é importante o organizador ter 
controle do que está sendo feito, e acompanhar de perto tudo o que está acontecendo 
com o marketing. 
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42 
 
3) Planejamento 
 
O produtor deve procurar ter sua estratégia de logística, divulgação e estrutura de forma 
organizada no papel para melhor controle. O planejamento deve seguir de forma clara 
os objetivos do evento, o público-alvo, sua proporção, infra-estrutura disponível, local, 
recursos financeiros, planilha de custos, mão-de-obra e também considerar possíveis 
riscos para não ter surpresas futuras. 
4) Vendas online ajudam a impulsionar o evento 
 
Hoje, apesar de ser fácil encontrar vendas online, alguns segmentos não são tão adeptos 
a ela, mas ao se deparar com a rapidez e alto alcance de público – características 
principais da venda online – é notável a melhora na divulgação do evento. Outro ponto é 
o acesso facilitado que o organizador tem dos processos de venda, e também a fácil 
medição de tudo o que ocorre no site. No site da Ingresse, por exemplo, ao cadastrar um 
evento, você pode medir quantas pessoas o visualizaram e quantos confirmaram 
presença. 
5) Promoções e pessoas conhecidas ajudam vendas baixas 
 
Quando as vendas estão muito abaixo do planejado é hora de apostar em promoções 
 segmentadas com utilização de cupons de descontos, por exemplo. Outro ponto 
bastante útil é a utilização de formadores de opinião que ajudam agregar valor ao 
evento. 
6) Redes Sociais não bastam 
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43 
 
 
Sabemos do boom em que as redes sociais se transformaram em relação à divulgação de 
eventos, porém as altas taxas para se patrocinar um evento ou página de evento no 
facebook, por exemplo, tornam-se um fator de peso para o organizador. O interessante é 
saber mesclar a divulgação online com a offline, incluindo também divulgação na 
mídia, redes de contato e contratação de promoters. 
(Lucas Galdino. Fonte: http://guia.ingresse.com/2014/08/6-passos-para-melhorar-a-divulgacao-do-seu-
evento/) 
 
1. O texto lido pertence ao gênero reportagem. Quais são os tipos textuais 
predominantes no texto? 
2. Qual é o objetivo do texto lido? 
3. A que público o texto se destina? Justifique a sua resposta. 
4. “O que define um evento de sucesso? Com certeza, a resposta imediata e certeira 
para a questão é a adesão do público.” 
Embora se possa classificar esse trecho como explicativo, pode-se afirmar também que 
ele tem teor argumentativo. Justifique essa afirmação levando em consideração as 
características da tipologia argumentativa. 
5. “Pouco adianta possuir as melhores condições para que o evento aconteça, reunir 
grandes atrações, escolher o local ideal, investir na infraestrutura para um 
público que não sabe que tudo isso está sendo oferecido a ele.” 
a. Qual é o objetivo do uso da palavra “isso” no trecho em destaque. 
b. Explique por que nesse contexto foi utilizado o pronome “isso”, e não “isto”. 
6. O trecho a seguir foi retirado do texto. Alguns conectivos estão em destaque. 
Identifique, dentre as alternativas apresentadas, o valor semântico desses 
conectivos. 
“Uma divulgação eficiente deve abranger a maioria de canais de comunicação, desde 
que eles sejam adequados à mensagem. Dentro de seu orçamento, elabore a estratégia 
que faça seu evento chegar ao seu público e se espalhar a partir disso. Os canais 
tradicionais como rádio, TV, jornal continuam eficientes dependendo das características 
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44 
 
do público. Mas se irá fazer uma balada para jovens descolados, o ideal é focar 
nas redes sociais. 
Cada mídia para divulgação tem seu propósito e suas características. Portanto, 
existem melhores meios de comunicação para diferentes tipos de evento. Se você está 
organizando um grande baile para a terceira idade, o melhor meio de promover 
possivelmente é pelo rádio ou no jornal local. Além disso, poderão ser utilizados flyers 
ou uma propaganda na TV da região. Os meios offline ainda são válidos para os 
públicos que ainda não estão conectados ou para aqueles que estão em lugares bem 
específicos. Se você quer promover, por exemplo, um evento esportivo, pode afixar 
cartazes nas academias e distribuir panfletos em parques, pistas de corrida, locais de 
treino dentre outros.” 
a. Uma divulgação eficiente deve abranger a maioria de canais de comunicação, 
desde que eles sejam adequados à mensagem. 
(a) Consequência (b) Adição (c) Condição (d) Oposição 
b. Os canais tradicionais como rádio, TV, jornal continuam eficientes dependendo 
das características do público. Mas se irá fazer uma balada para jovens 
descolados, o ideal é focar nas redes sociais. 
(a) Consequência (b) Adição (c) Condição (d) Oposição 
c.

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