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BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES Esses fármacos bloqueiam a transmissão colinérgica entre o terminal nervoso motor e o receptor nicotínico na placa motora neuromuscular do músculo esquelético. São análogos estruturais da acetilcolina e atuam como antagonistas (tipo não despolarizante) ou agonistas (tipo despolarizante) nos receptores da placa motora da junção neuromuscular. Os bloqueadores neuromusculares são clinicamente úteis durante a cirurgia para produzir relaxamento muscular completo, sem o emprego de dosagens mais altas do anestésico. BLOQUEADORES NÃO-DESPOLARIZANTES (COMPETITIVOS) [Curare, Tubocurarina, Mivacúrio, Pancurônio, Vecurônio, Atracúrio, Galamina]. Mecanismo de ação: Os fármacos bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes se combinam com o receptor nicotínico e impedem a ligação da acetilcolina. Esses fármacos impedem a despolarização da membrana da célula muscular e inibem a contração muscular. Como esses fármacos competem com a acetilcolina no receptor, eles são denominados bloqueadores competitivos. Ações Os músculos pequenos de contração rápida da face e dos olhos são mais suscetíveis e são paralisados primeiro seguidos pelos dedos. Depois, os músculos dos membros, do pescoço e do tronco são paralisados, então os intercostais e finalmente o diafragma. Os fármacos (por exemplo: tuburarina, mivacúrio e atracúrio) que liberam histamina, podem produzir uma redução da pressão arterial, vermelhidão e broncoconstrição. Usos Terapêuticos Usados como fármacos adjuvantes da anestesia, durante a cirurgia, para relaxar os músculos esqueléticos. Farmacocinética Todos são injetados IV, pois sua absorção após administração oral é mínima. Eles penetram pouco as membranas e não entram nas células nem atravessam a barreira hemato-encefálica. Muitos deles são liberados na urina inalterados. Efeitos Adversos Tubocurarina: ↓ da pressão arterial, resultante do bloqueio ganglionar, liberação de histamina dos mastócitos. Os demais não apresentam esses efeitos colaterais e, consequentemente, causam menos hipotensão. Galamina: bloqueia os receptores muscarínicos, particularmente do coração, acarretando taquicardia. TIPOS DE BNM COMPETITIVOS (Não Despolarizantes) D- TUBOCURARINA (Curare) • É o representante mais antigo desta categoria; • Não tem ação sobre receptores muscarinicos • Aplicada por via endovenosa promove flacidez progressiva (musculos oculares, dos dedos, do pescoço, membros,intercostais, e diafragma) – 3-4min • Seu uso clínico depende de acompanhamento ventilatório; • Promove liberação da histamina; • Causa hipotensão e broncoespasmo. PANCURÔNIO (PAVULON) • Promove aumento da frequencia cardiaca, na pressão arterial, e do débito cardíaco, nas doses terapeuticas. • As alterações hemodinâmicas são resultantes da ação bloqueadora vagal cardiaca e da atividade do sistema nervoso simpático • Não promove liberação de histamina. • É cinco vezes mais potente do que a d-Tubocurarina; ATRACÚRIO • É indicado em pacientes portadores de insuficiência hepática, pois não sofre metabolização hepática e renal. • Em pacientes idosos também tem sua prescrição indicada. • Ocorre liberação da histamina dependente de dose e velocidade de injeção. • Seu efeito é revertido rapidamente sem utilização de anticolinesterásico. VECURÔNIO • Não libera histamina e esta livre de efeitos hemodinâmicos vasculares. • Pode ser utilizado em pacientes com insuficiência renal; • Pode causar bradicardia quando associado a opióides. DOXACÚRIO • É considerado o BNM mais potente da atualidade. • Em doses clínicas, é praticamente desprovido de efeitos autonômicos e não libera histamina; • Como é desprovido de efeitos cardiovasculares indesejáveis pode ser utilizado em pacientes que necessitam de estabilidade hemodinâmica. MIVACÚRIO • É o primeiro despolarizante de curta duração; • Possui potencial capacidade de liberar histamina; • Promove hipotensão e aumento da FC, independente do esquema anestésico. Compostos Benzilisoquinolinas: Atracúrio (Tracrium®) Doxacúrio Mivacúrio Cisatracúrio Compostos Aminoesteróides: Pancurônio (Pancuron®) Vecurônio Pipecurônio Rocurônio (Esmeron®) D-tubocurarina Galamina (Flaxedil®) BLOQUEADORES DESPOLARIZANTES [Decametônio, Succinilcolina, Suxametônio] Mecanismo de Ação Os bloqueadores neuromusculares despolarizantes como a Succinicolina ligam-se ao receptor nicotínico e atuam como a acetilcolina despolarizando a junção. Ao contrário da acetilcolina, que é instataneamente destruída pelas acetilcolinesterases, o fármaco despolarizante persiste em concentração elevada na fenda sináptica, permanecendo ligada ao receptor por um tempo relativamente maior e causando uma estimulação constante no receptor. Ações A sequência de paralisia pode ser ligeiramente diferente, mas como ocorre com os bloqueadores competitivos, os músculos respiratórios são paralisados por último. A Succinilcolina inicialmente produz fasciculações musculares, seguidas de paralisia. Usos Terapêuticos Devido ao rápido início e à curta duração de ação, a Succinilcolina é útil quando a rápida intubação endotraqueal é necessária durante a indução da anestesia. Ela também é empregada durante tratamento com choque eletroconvulsivo. Farmacocinética A Succinilcolina é injetada IV. Sua breve duração de ação (alguns minutos) resulta da redestribuição e da rápida hidrólise pela colinesterase plasmática. Por isso, e administrada por infusão contínua. Efeitos Adversos Apnéia: a administração de Succinilcolina a um paciente que é deficiente genético de colinesterase plasmática ou tem uma forma atípica da enzima pode levar à apnéia prolongada devido à paralisia do diafragma. SUCCINILCOLINA • Administrada por via endovenosa pois tem carga elétrica e não atravessa facilmente a membrana; • Sofre ação da butirilcolinesterase; • Não age no músculo liso, não atravessa a barrreira placentária, não tem ação no SNC. • Ação farmacológica ultra-curta 1min-10min: utilizada em procedimentos de curta duração: intubação endotraqueal, estabilização de fraturas, e prevenção de lesão durante terapia eletroconvulsiva; • Efeitos adversos: Arritmias e parada cardíaca (hipotassemia) • Contra-indicação: Hipertemia Maligna RESUMO Resumindo, os Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes ligam-se ao receptor nicotínico e atuam como um agonista, despolarizando-o: BLOQUEIO DE FASE I Abertura do receptor Despolarização da placa terminal Propagação e despolarização de membrana adjacente Contração muscular generalizada e desorganizada. BLOQUEIO DE FASE II Exposição continuada ao BNM Repolarização iniciada, porém membrana incapaz de repolarizar-se novamente; Bloqueio de canal Dessensibilização. UTILIZAÇÃO CLÍNICA Cirurgias – relaxamento muscular durante cirurgia: ação duradoura e reversível Afecções espásticas – trisma, tétano Controle das convulsões – epilepsias, intoxicação anestésicos locais, eletroconvulsoterapia Manobras ortopédicas Laringoscopia, broncoscopia, Controle da ventilação
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