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Interpretação e Produção de Textos (IPT)

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CAMPUS SWIFT – CAMPINAS 
 
CURSO: ENGENHARIA BÁSICO – 1º SEMESTRE DE 2015 
 
 
Apostila organizada pelas Profªs Drª Elaine Campideli Hoyos e Msª Janaina Sabino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marc Chalme, Jovem lendo. 
 
 
INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO 
DE TEXTOS - IPT 
 
 
 
 
 
Profªs responsáveis pela disciplina: Adriana Heitmann 
 Janaina Sabino 
 Juliana S. Topan 
 Maria Regina A. Silva 
 
 2 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. Apresentação da Disciplina de IPT ................................................................................................................ 03 
1.1. Avaliação ......................................................................................................................................... 03 
1.2. Bibliografia básica ........................................................................................................................... 03 
1.3. Bibliografia complementar .............................................................................................................. 03 
1.4. Regras de convivência na sala de aula ........................................................................................... 04 
1.5 Texto para refletir ............................................................................................................................ 04 
 
2. Conscientização da importância da leitura como fonte de conhecimento e participação na sociedade .... 05 
 2.1. Leitura introdutória ......................................................................................................................... 05 
 2.2. Um pouco de teoria: a leitura ......................................................................................................... 06 
 2.3. Exercícios de Fixação ....................................................................................................................... 08 
 
3. As diferentes linguagens: verbal, não verbal; formal e informal .................................................................. 10 
 3.1. A linguagem verbal e a linguagem não verbal ................................................................................ 11 
 3.2. Níveis de linguagem ........................................................................................................................ 11 
 3.3. Exercícios de Fixação ...................................................................................................................... 12 
 
4. Noções de texto: unidade de sentido ............................................................................................................ 15 
 4.1. Exercícios de Recapitulação de conteúdo........................................................................................ 16 
 
5. Textos orais e escritos ................................................................................................................................... 22 
 5.1. Exercícios de Fixação ..................................................................................................................... 23 
 
6. Estilos e Gêneros Textuais: os vários tipos de textos ................................................................................... 26 
 6.1. Definição de gêneros e suas características ................................................................................... 26 
 6.2. Exercícios de fixação ...................................................................................................................... 27 
 6.3. Tipos textuais ................................................................................................................................. 28 
 6.4. Exercícios de fixação ...................................................................................................................... 29 
 
7. Os gêneros textuais e as esferas de circulação ............................................................................................. 33 
 7.1. Esfera Jornalística ........................................................................................................................... 33 
 7.2. Esfera Científica .............................................................................................................................. 34 
 7.3. Esfera Publicitária ........................................................................................................................... 35 
 7.4. Exercícios de Fixação ...................................................................................................................... 36 
 
8. Qualidades do texto: coerência, coesão, clareza, concisão e correção gramatical ...................................... 37 
 8.1. Coerência ........................................................................................................................................ 37
 8.2. Coesão ............................................................................................................................................ 37 
 8.3. Tipos de Coesão .............................................................................................................................. 38
 8.3.1. Coesão referencial .......................................................................................................... 38 
 8.3.2. Coesão sequencial........................................................................................................... 39 
 8.4. Clareza e concisão .......................................................................................................................... 40 
 8.5. Exercícios de fixação ...................................................................................................................... 40 
 
9. Complemento gramatical .............................................................................................................................. 42 
9.1. Acordo Ortográfico .......................................................................................................................... 44 
 9.2. Exercícios de Recapitulação de conteúdo ....................................................................................... 47 
 
 
 3 
1. Apresentação da Disciplina de IPT 
Caro aluno, 
 
A disciplina de Interpretação e Produção Textual abrange duas faces importantes de uso da língua: a leitura e a 
produção. Cotidianamente, usamos a língua portuguesa, ou seja, o tempo todo falamos, ouvimos, lemos e escrevemos, e, 
quando praticamos essas ações, estamos, na verdade, interpretando e produzindo textos. 
 
Por isso, destacamos a importância desta disciplina que busca promover a leitura, interpretação e conhecimentos de 
textos diversos. Ela também oportuniza o debate de temas atuais e a análise de textos orais e escritos, verbais e não-
verbais. Estas são práticas que possibilitarão a cada um de vocês desenvolver e aprimorar habilidades e competências de 
leitura e escrita. 
 
Ao participar das aulas com comprometimento e dedicação você será capaz de ampliar os conhecimentos e vivências de 
comunicação e de novas leituras do mundo, compreender e valorizar as linguagens utilizadas nas sociedades atuais e de 
seu papel na produção de conhecimento. No desenvolvimento das aulas ao ouvir e falar; ler e escrever você perceberá a 
integração social que a leitura proporciona. 
 
 Para atingir tais objetivos, abordaremos o seguinte conteúdo: 
 
 Conscientização da importância da leitura como fonte de conhecimento e participação na sociedade; 
 As diferentes linguagens: verbal, não verbal; formal e informal; 
 Noções de texto: unidade de sentido; 
 Textos orais e escritos; Estilos e gêneros discursivos: jornalístico, científico, técnico, literário, publicitário entre outros; 
 Interpretação de textos diversos e de assuntos da atualidade; 
 Qualidades do texto: coerência, coesão, clareza, concisão e correção gramatical; 
 Complemento gramatical. 
 
 O curso será desenvolvido por meio de: 
 
• Leitura de textos; 
• Roteiros de estudos; 
• Aulas expositivas e interativas; 
• Trabalhos dirigidos. 
 
 
1.1. Avaliação: 
A avaliação será realizada de forma permanente, por meio de trabalhos, provas bimestrais (uma por bimestre – NP1 e 
NP2) e participação em aula, conforme regimento da UNIP. As datas das avaliações bimestrais são agendadas pela 
coordenação. 
Em cada avaliação bimestral será cobrado o conteúdo ministrado ao longo do bimestre, até a aula anterior ao dia da 
prova, com exceção da Avaliação Substitutiva (SUB) e do Exame, nas quais será cobrado todo o conteúdo do semestre. 
 
1.2. Bibliografia básica: 
FIORIN, J. L.; PLATÃO, F. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2006. 
FARACO, C. A.; TEZZA, C. Prática de texto para estudantes universitários. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. 
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2007. 
 
1.3. Bibliografia complementar: 
ANDRADE, M. M. de; HENRIQUES, A. Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
BLIKSTEIN, I. Técnicas de comunicação escrita. 22ª ed. São Paulo: Ática, 2006. 
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009. 
MOYSÉS, C. A. Língua Portuguesa: atividades de leitura e produção de textos. São Paulo: Saraiva, 2007. 
TRAVAGLIA, L.; KOCH, I. A coerência textual. 17ª ed. São Paulo: Contexto, 2008. 
 4 
1.4. Regras de convivência na sala de aula 
 
Para que tenhamos um semestre produtivo é importante observarmos a sala de aula como um espaço de comunhão de 
ideias e de conhecimento. Nesse momento de apreender saberes faz-se necessário: 
 Não manusear telefones celulares dentro da sala de aula, mantendo-o desligado; 
 Pontualidade. No caso de atraso às aulas, entrar silenciosamente na sala, e evitar o “entra e sai” desnecessário; 
 Tratar respeitosamente os colegas e o professor; 
 Ser assíduo. Ficar atento ao número de faltas que não pode ultrapassar 25% sobre o número de aulas dadas. Faltas 
reprovam. 
 
___________________ **** ____________________ 
 
1.5 Texto para refletir 
“Descemos e não descemos às águas do mesmo rio, somos e não somos. Todas as coisas se 
modificam pelo fogo e o fogo modifica-se por todas as coisas. Ninguém pode entrar duas 
vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas 
águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o 
revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate 
entre os contrários”. ( Heráclito de Efeso) 
 
 
 
OS QUE FAZEM A DIFERENÇA! - (Autor desconhecido) 
 
Conta-se que após um feriado prolongado, o professor entrou na sala da Universidade para dar sua aula, mas os alunos 
estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Depois de tentar, educadamente, por várias 
vezes, conseguir a atenção dos alunos para a aula, o professor perdeu a paciência e disse: “Prestem atenção porque eu vou 
falar isso uma única vez”. Um silêncio carregado de culpa se instalou na sala e o professor continuou. “Desde que comecei a 
lecionar, e isso já faz muitos anos, descobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos 
esses anos observei que, de cada cem alunos apenas cinco fazem realmente alguma diferença no futuro. Apenas cinco se 
tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 
95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil. 
O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem 
professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença. De cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas 
de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; de 100 conhecidos, quando muito, 5 são verdadeiros amigos, fraternos e de 
absoluta confiança. E podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. 
É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível eu deixaria apenas os alunos especiais 
nesta sala e colocaria os demais para fora. Assim, então, teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo, 
sabendo ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz 
de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que 
estará sendo feita pelo resto. 
Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de 
hoje”. O silêncio se instalou na sala e o nível de atenção foi total. Afinal, nenhum dos alunos desejava fazer parte do “resto”, e 
sim, do grupo daqueles que realmente fazem a diferença. Mas, como bem lembrou o sábio professor, só o tempo dirá a que 
grupo cada um pertencerá. Só a atuação diária de cada pessoa a classificará, de fato, num ou noutro grupo. 
Pense nisso! Se você deseja pertencer ao grupo dos que realmente fazem a diferença, procure ser especial em tudo o que 
faz. Desde um simples bilhete que escreve às coisas mais importantes, faça com excelência. Seja fazendo uma faxina, 
atendendo um cliente, cuidando de uma criança ou de um idoso, limpando um jardim ou fazendo uma cirurgia, seja especial. 
Para ser alguém que faz a diferença, não importa o que você faz, mas como faz. Ou você faz tudo da melhor forma possível, ou 
fará parte do “resto”. 
Pense nisso e seja alguém que faz a diferença… Alguém que com sua ação torna a vida das pessoas melhores. 
 
Espero que todos tenhamos um ótimo semestre juntos! 
 5 
2. Conscientização da importância da leitura como fonte de conhecimento e 
participação na sociedade 
 
“Ler significa aproximar-se de algo que 
acaba de ganhar existência”. Ítalo Calvino 
 
2.1. Leitura introdutória: 
CRÔNICA: Um livro, uma vida 
(Veja São Paulo, 24.jun.2011) por Walcyr Carrasco 
 
Quando eu tinha doze anos, uma vizinha me emprestou o livro "Reinações de Narizinho", de Monteiro Lobato. Fazia 
parte de uma coleção encadernada em verde, que enfeitava as paredes da sala. Confesso, embora muita gente vá pensar 
que sou um dinossauro após o que vou dizer: na minha infância não existia computador pessoal. Nem celular. E, por 
incrível que pareça, na cidade do interior paulista onde morava não havia televisão! Só chegou depois que saí de lá! Não 
sou tão velho. No espaço da minha vida o mundo mudou radicalmente. Eu mesmo, hoje, tenho dificuldade em imaginar 
como era possível se virar antes da internet! 
Devorei o livro. Ele me abriu as portas de um mundo novo e fascinante. Em seguida, li todos os volumes da coleção. 
Até hoje sou fã absoluto de "A Reforma da Natureza". Penso como a Emília: muita coisa poderia ser consertada! A 
centopeia, por exemplo! Para que tantas patas? Eu tenho só duas e me dou bem. Qual o 
objetivo de ter 100 pares? Se essa espécie usasse sapatos, já pensou o tamanho da 
despesa? Eu gostava tanto da Emília que adquiri parte de sua personalidade. Passei a 
questionar o que ouvia. Minha mãe quis descobrir o motivo da mudança. Leu Lobato. A 
partir daí reclamava: 
— Ele era um menino tão bonzinho! Depois da Emília, tem resposta para tudo! Outros 
livros vieram.Meus pais não eram letrados. Alguns professores me indicavam títulos. Outros, 
acabava pegando na biblioteca pública, por curiosidade. Sem saber do que se tratava. 
Viajei pelos grandes clássicos, e um me levou a outro. Inesquecível foi "Os Miseráveis", de 
Victor Hugo. Já assisti ao musical e a vários filmes inspirados na obra. Nenhum se iguala ao texto, lindíssimo. Até agora 
me emociono com a cena em que, diante dos policiais, o abade presenteia um castiçal de prata a Jean Valjean, que 
roubara o outro. 
Jean Valjean, egresso da prisão, ia ser preso. Voltara a assaltar. Diante da palavra do abade, que afirma tê-lo 
presenteado, é solto novamente. E nesse instante descobre que pode ser um homem melhor. Até hoje eu digo a quem 
me conhece: 
— Um gesto de generosidade transforma uma pessoa. 
Soterrado sob os livros, decidi ser escritor. Meu pai suspirava. 
— Mas como você vai sobreviver? 
— Escrevendo! 
Meu pai tinha muito medo. Mas corri atrás do meu sonho. E acho que valeu a pena! 
Nunca me esqueci de uma afirmação de Lobato: para escrever bem é preciso ler muito. Disparei pela literatura 
nacional e internacional. Devorei inúmeros romances que hoje seriam considerados inadequados para minha idade. 
Quando ouço dizer que criança não pode ler isso, não pode assistir àquilo, lastimo a molecada de hoje. Meu horizonte 
ampliou-se por meio dos livros. Nenhum foi inadequado. Apenas o meu entendimento na época era um. 
Mais tarde, reli vários títulos e minha compreensão foi outra. Todos contribuíram para minha formação. 
Recentemente, fiquei chocado ao ver um livro com um conto de Ignácio de Loyola Brandão, comprado pela Secretaria 
Estadual de Educação, ser vetado para escolares. Inclusive judicialmente. Eu li toda a obra de Jorge Amado quando era 
adolescente. Hummm... Não nego que, para um rapazinho em fase de crescimento, era o máximo. Mas me fazer mal? 
Nenhum título me fez! Mal faz a proibição. 
Em certo Natal minha mãe me deu uma coleção lindamente encadernada. Os livros estavam repletos de fadas... nuas! 
Eu adorei. Ela passou o ano inteiro reclamando. E daí? Leio sem parar até hoje. Sempre me perguntam como me tornei 
escritor. Respondo: 
— Quando menino, me apaixonei por Monteiro Lobato e resolvi seguir o mesmo caminho. 
E sempre agradeço interiormente à amiga que me emprestou aquele primeiro livro. Um livro pode mudar uma vida. 
Eu mesmo sou a prova disso. 
 6 
2.2. Um pouco de teoria: A Leitura 
 
 Fazemos o uso da língua portuguesa o tempo todo, isto é, falamos, ouvimos, lemos e escrevemos, e, quando 
praticamos essas ações, estamos interpretando e produzindo textos. 
 A comunicação é mediada por uma infinidade de signos. 
 No contexto dos estudos da língua, signo quer dizer unidade significativa de qualquer língua, dotada de duas 
faces: significante (imagem acústica) e significado (conceito). 
 Toda e qualquer palavra da nossa língua é um signo. 
 O sentido das coisas, portanto, vem até nós por meio da leitura, um ato individual de construção de significado 
num contexto que se configura mediante a interação autor/texto/leitor. 
 A leitura é uma atividade que solicita intensa participação do leitor e exige muito mais que o simples 
conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores (autor e leitor). 
 Quanto maior o repertório do leitor, mais condições ele tem para identificar vários níveis de leitura. A leitura 
sensorial é um dos níveis de leitura e tem como base os cinco sentidos: tato, paladar, audição, olfato e visão. 
 O sentido de todas as coisas chega até nós, principalmente, por meio do olhar, da compreensão e da 
interpretação dos múltiplos signos que enxergamos. 
 
Observe as capas de livros abaixo: Que livro você escolheria para ler tendo por critério apenas 
o design da capa (leitura visual)? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Todos, inconscientemente, temos experiência leitora, lemos o tempo todo, no trabalho, em casa, na rua, etc. 
 Autor e leitor devem ser vistos como “estrategistas” na interação por meio da linguagem. 
 “(...) o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação. A 
leitura é, pois, uma atividade interativa complexa de produção de sentidos que se realiza evidentemente com 
base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a 
mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo” (KOCH, 2009) 
 O exercício da cidadania é garantido pelo acesso aos conhecimentos construídos e acumulados e às informações 
disponíveis socialmente. A leitura é a chave dessa conquista. 
 
 
 7 
Leia as palavras abaixo: 
 
PLANTAR 
CISALHAMENTO 
 
 
Algo interferiu em sua leitura? 
 A leitura relaciona-se à memória. Durante a leitura, a nossa memória é ativada. O leitor ativa seus 
conhecimentos guardados e organizados na memória quando lê e essa ativação o ajuda a entender o texto. 
 
Esses conhecimentos são: 
 
* Conhecimento linguístico: (fonológico, morfológico e sintático) que corresponde ao vocabulário e às regras da 
língua. 
 
O leitor, por exemplo, já tem na memória de longo prazo a memorização de determinada palavra, reconhece-a 
quando a lê, sabe o significado dela. 
 
Ex: 210 LION STREET - Como sabemos diferenciar o “zero”da letra O ? 
 * Conhecimento textual: engloba as noções e os conceitos sobre o texto. 
 
O leitor tem na sua memória a estrutura, por exemplo, de texto narrativo. Quando tem em mãos um conto, um 
romance, o leitor sabe identificar que o texto é uma história e não um texto opinativo. 
 
 
O que podemos dizer sobre os textos que seguem? Que rede de significados 
eles demandam de nós para que possamos interpretá-los? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Conhecimento de mundo: corresponde ao conhecimento pessoal do leitor. Por meio desses conhecimentos ele 
irá construir o sentido do texto. 
 
O leitor ativa seus conhecimentos de seu mundo social, cultural etc. e os relaciona com o texto lido. 
 8 
Você conhece as imagens ao lado?
1
 
 
 Ser capaz de ler e de compreender o texto é 
fator essencial para uma pessoa se envolver em 
uma atividade de leitura. 
 A leitura é, então, o resultado da interação 
entre o que o leitor já sabe e o que ele retira do 
texto. A compreensão de um texto é um processo 
que se caracteriza pela utilização do conhecimento 
prévio do leitor. 
 Cada leitor introduz no texto que lê seu 
próprio ritmo e ritos de leitura, suas reflexões, suas 
memórias literárias e referências culturais. 
 
Quando o leitor sabe que não está entendendo o texto, o que pode fazer? 
 Voltar e reler; procurar o significado de uma palavra no dicionário; procurar o significado de um termo 
recorrente no texto; fazer um resumo do que leu; procurar um exemplo para um conceito. 
 As estratégias de leitura, muitas vezes, são inconscientes para o leitor. Trata-se de um “automatismo” da leitura. 
Contudo, um leitor proficiente tem flexibilidade para regular o seu conhecimento de acordo com os objetivos de 
sua leitura. 
 
2.3. Exercícios de Fixação 
 
 
1) Leia o texto a seguir: 
“Para alguns milhares de adolescentes brasileiros férias de julho são sinônimo de pegar um avião rumo ao mundo mágico da 
Disney. No ano passado, porém, um grupo de 70 garotos paulistanos, entre 11 a 16 anos, optou por conhecer a dura realidade 
brasileira, atendendo ao chamamento de uma das várias escolas que veem hoje nessa linha de projeto as mais eficientes aulas 
de cidadania. Abdicando do conforto de seus luxuosos apartamentos, conviveram durante uma semana com colonos sem-terra 
no interior do Paraná. ‘Aprendi a ver o mundo com olhos diferentes, e percebi que tem muita coisa que posso fazer’, afirma um 
dos jovens,que ao retornar engajou-se em outro projeto social da escola, dando aulas de reforço para meninos de uma favela 
adjacente. ‘Foi uma experiência marcante, e quero ajudar outros a entender que a realidade é muito maior do que as festas e o 
shopping que curto’, relata outra adolescente, que este ano volta ao projeto como monitora.” 
 
Com base nos dados do texto, é possível concluir que: 
 
a) Milhares de adolescentes paulistas viajam para a Disney nas férias de julho. 
b) A participação de um jovem em um projeto social pode estimular sua adesão a outros. 
c) Os participantes do projeto deram aulas de cidadania aos colonos sem-terra. 
d) Os jovens que conhecem a dura realidade brasileira deixam de “curtir” festas e idas ao shopping. 
e) Os adolescentes que não se engajarem em projetos sociais não terão condições de auxiliar os outros. 
 
 
2) É certo dizer que a leitura é uma atividade que solicita intensa participação do leitor. Ao ler o leitor ativa: 
 
a) Seus conhecimentos guardados em seus cadernos de anotação. 
b) Apenas o conhecimento textual. 
c) Somente o conhecimento linguístico. 
d) Conhecimentos guardados e organizados na memória, sendo o linguístico, o textual e o de mundo. 
e) O que ouviu ultimamente de outras pessoas. 
 
1
 As 7 Maravilhas do Mundo Moderno: As Ruínas de Petra – Jordânia; A Grande Muralha da China – China; O Cristo Redentor – Rio de Janeiro, Brasil; Machu Picchu – 
Cusco, Peru; Chichén Itzá – Yucatán, México; Coliseu – Roma, Itália; Taj Mahal – Agra, Índia. 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) A tira acima é do famoso quadrinista Ran Salvador. Nota-se que o personagem aparece em situações engraçadas e muitas 
vezes críticas. 
 
Após a leitura, concluímos que: 
 
a) É uma tira de humor, mas sem sentido, uma vez que não há relação entre os primeiros quadrinhos e o último. 
b) É uma tira teatral, porque Ran está representando várias personagens como se estivesse em um palco. 
c) A tira forma um texto descritivo e narrativo devido às características: trabalhador, forte, bonito, inteligente, enérgico. 
d) Ran é um candidato e usa as descrições de si mesmo como argumento para adesão de votos. 
e) A tira causa ambiguidade, porque há duas histórias separadas, sendo a primeira a descrição de Ran e a segunda, a 
candidatura da personagem. 
 
4) A leitura é o resultado da interação entre: 
 
a) Texto e autor. 
b) Entre o que ele escuta de outras pessoas e o que não 
está no texto. 
c) O livro e o autor. 
d) Entre o que o leitor não sabe e o que está no texto. 
e) Entre o que o leitor já sabe e o que ele retira do texto. 
 
Leia o poema de Manuel Bandeira para responder às questões 5 e 6: 
 
 Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
 
Quando achava alguma coisa, 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com verocidade. 
 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
 
O bicho, meu Deus, era um homem! 
 
5) A primeira sensação comunicativa que o autor nos dá é: 
 
a) Olfativa 
b) Auditiva 
c) Gustativa 
d) Visual 
e) Táctil 
 
 
6) Ao usar a palavra “bicho”, o autor, aparentemente, tinha a intenção de: 
 
a) Chamar a nossa atenção para esses animais do lixo. 
b) Relatar a história sobre um bicho. 
c) Enfatizar a redução do homem à condição de animal. 
d) Apresentar o homem como um animal racional. 
e) Defender que o homem deve ser tratado como um 
animal.
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
3.As diferentes linguagens: 
 
Linguagem verbal; não verbal; formal e informal 
 
 “A linguagem é sempre um estar no mundo com os outros, não como um indivíduo em particular, mas como parte do todo social, de 
uma comunidade”. Bechara (1999) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A linguagem nasce da necessidade humana de comunicação. Para tratar das diferentes linguagens de que dispomos, 
sejam elas verbais ou não, inicialmente, precisamos pensar que elas existem para que possamos estabelecer 
comunicação, para que possamos interagir. Mas o que é comunicar? 
 
* Comunicação: “comum” + “ação”, ou melhor, “ação em comum”. Deriva do latim communicare, cujo significado é 
“tornar comum”, “partilhar”, “repartir”, “trocar opiniões”, “estar em relação com”. 
 
* Comunicação implica participação, interação entre dois ou mais elementos, um emitindo informações, outro 
recebendo e reagindo. Implica também a consciência e responsabilidade de seus usuários. 
 
* Para que a comunicação seja eficiente, é necessário que haja um código comum aos interlocutores. 
 
* Por meio da linguagem, o homem pode trocar informações, ideias, compartilhar conhecimentos, expressar 
intenções, opiniões e emoções. A linguagem é, então, um instrumento múltiplo e dinâmico. 
 
* Cada língua realiza o processo representativo geral da linguagem humana, mas ela o faz de acordo com suas 
modalidades próprias, isto é, cada língua tem sua semântica própria, que, por sua vez, dá origem às variadas culturas. 
 
* De modo geral, a linguagem tem um caráter histórico. Isto é, a linguagem é perpassada pelos efeitos da história e, 
nesse sentindo, pela relação com o contexto – que é o momento histórico, social e cultural em que o enunciado é 
produzido. Por isso, ao se analisar a fala alheia há toda uma situação imediata que permeia esse ato de fala e que 
precisa ser considerada. 
 
* Ao entrar em uma interação, cada um dos parceiros já traz consigo sua bagagem cognitiva, ou seja, já é, por si 
mesmo, um contexto. A cada momento da interação, esse contexto é alterado, ampliado, e os parceiros se veem 
obrigados a se ajustar aos novos contextos que se vão originando sucessivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://brejodaluz.files.wordpress.com/2009/09/agua-charge1.png* 
 
 
 
 11 
3.1. Linguagem verbal e linguagem não verbal 
 
* Chamamos de linguagem a todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. 
 
* O ser humano utiliza as mais diferentes linguagens: a da música, a da dança, a da pintura, a dos surdos-mudos, a 
dos sinais de trânsito, a da língua que se fala, entre outras. A linguagem é produto de práticas sociais de uma 
determinada cultura que a representa e a modifica, numa atividade predominantemente social. 
* Considerando o sistema de sinais utilizados na comunicação humana, costumamos dividir a linguagem em verbal e 
não verbal. 
 
* Linguagem verbal: aquela que utiliza as palavras para estabelecer comunicação. A língua que você utiliza, 
diariamente, por exemplo, é linguagem verbal. 
* Linguagem não verbal: aquela que utiliza outros sinais que não as palavras para estabelecer comunicação. Os sinais 
utilizados pelos surdos-mudos, por exemplo, constituem um tipo de linguagem não verbal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. Níveis de linguagem 
- Formal, Culto ou Padrão = linguagem gramaticalmente correta, objetiva e clara. Usada em textos técnicos, 
científicos, jornalísticos, em situações que exigem formalidade. 
- Informal ou Coloquial = admite alguns deslizes na norma padrão, como abreviaturas, expressões como “a gente” 
(em lugar de nós), “pra” (em lugar de para), entre outras. É usada em contexto de informalidade, como bate-papo pela 
internet e diálogos. 
Antigamente 
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos 
braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada 
de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava a tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia 
ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse 
patavina da instrução morale cívica. (...) 
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 1320) 
 
 Todas as línguas apresentam uma imensa possibilidade de variantes linguísticas, isto é, não são faladas da mesma 
maneira nos diversos lugares, nos distintos grupos sociais, nas diferentes épocas, nas diversas situações do dia a dia. E 
isso ocorre tanto na linguagem formal (padrão) quanto na linguagem informal (coloquial). As línguas não são, assim, 
homogêneas. O uso de uma dada variedade linguística confere uma identidade ao falante, porque o inclui em um 
grupo social específico. 
 
 Especialmente no que se refere ao coloquial, as variações não se esgotam. Alguns fatores determinam essa 
variedade. São eles: 
 
a) Diferenças contextuais: há variações contextuais que ocorrem de uma situação para outra. Sabemos que há 
construções e palavras mais apropriadas para uma situação formal e outras mais adequadas para ocasiões informais. 
 12 
b) Diferenças regionais: há características fonéticas próprias de cada região, um sotaque próprio que dá traços 
distintivos ao falante nativo. Por exemplo, a fala espontânea de um caipira difere da fala de um gaúcho em pronúncia 
e vocabulário. 
c) Nível social do falante e sua relação com a escrita: um operário, de modo geral, não fala da mesma maneira que um 
médico, por exemplo. 
d) Diferenças históricas: as línguas não são estáticas e mudam ao longo do tempo. 
 
 A pronúncia e o vocabulário são os dois componentes da linguagem em que se manifesta com mais evidência o 
fenômeno da variação. Porém, ele ocorre em diferentes níveis: fônico (as diferentes pronúncias do “r”, por exemplo), 
morfológico (usos por analogia: se eu ler; *se eu ver por se eu vir); sintático (usos de tu e você); lexical (macaxeira, 
mandioca, aipim). 
 
 
3.3. Exercícios de Fixação 
 
1. Observe os textos abaixo e classifique-os em linguagem verbal, não-verbal e mista: 
a)_______________ 
 
 
b) ______________________ 
 
 
Poeminha de Homenagem à Preguiça 
Universal 
 
Que nada é impossível 
não é verdade; 
todo o mundo faz nada 
com facilidade 
 
(Millôr Fernandes) 
 
 
c)___________________ 
 d)______________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
2. Além da Verbal e Não-Verbal, o nosso cotidiano está sujeito aos efeitos de outras linguagens. A partir da leitura 
dos textos abaixo como podemos explicar o funcionamento da língua? 
 
TEXTO 1: O advogado e a laranja 
 
Um professor de Direito perguntou a um dos seus estudantes: 
- Se você quiser dar a Creusa uma laranja, o que deverá dizer? 
O estudante respondeu: 
 - Aqui está, Creusa, uma laranja. 
O professor gritou, furioso: 
- Não! Não! Pense como um advogado! 
 
 Ah, bom... - suspirou o aluno. 
 - Lá vai: "Eu, Nei Ribeiro, brasileiro, solteiro, advogado, portador do documento de identidade número 9.213.456-4 SSP/SP, 
legítimo proprietário e possuidor desta laranja, na posse de minhas faculdades mentais, por meio desta dou e concedo a Creusa de 
Jesus, brasileira, solteira, portadora do documento de identidade número 12.524.321-8 SSP/SP, e somente a ela a propriedade 
exclusiva e benefícios futuros, os direitos, as reivindicações, títulos, obrigações e vantagens no que concerne à laranja em questão, 
juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes, e todos os direitos e vantagens necessários para morder, cortar, congelar e de 
outra forma comer a referida laranja, ou cedê-la a outrem, com iguais poderes, com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e 
qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou petições, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo 
ficam assim revogadas." (autor anônimo) 
__________________________________________________________________________________________________ 
TEXTO 2: Diz a lenda que Rui Barbosa, um dia, ao chegar a casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, 
constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. 
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe: 
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de 
profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas 
se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto 
da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada. 
E o ladrão, confuso, disse: - Doutor, eu levo ou deixo os patos? 
__________________________________________________________________________________________________
Observe o anúncio abaixo, cujo texto encontra-se transcrito ao lado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pode-se dizer que o anúncio publicitário 
 ao lado: 
 
 
a) utiliza-se basicamente da linguagem não-verbal, sem o uso de palavras para explicar o anúncio, no caso, a importância 
de seguir o Código de Trânsito Brasileiro. 
b) só faz uso da linguagem verbal. É através dela que o leitor compreende que se trata de um anúncio referente à 
importância de seguir o Código Brasileiro de Trânsito. 
c) apresenta uma linguagem bastante simples, com linguagem verbal, representada pela utilização de letras e um tipo de 
linguagem simbólica, todas de origem verbal (faixa de pedestre e a representação da mesma faixa só que composta por 
esparadrapo e gaze num curativo). 
d) há tanto a linguagem verbal quanto a linguagem não-verbal, e ambas interagem na construção do sentido, pois uma 
depende da outra. O texto escrito esclarece o que está representado nas fotos, e as mesmas, sem o texto, ficariam difícil 
de serem compreendidas. 
e) há o predomínio da linguagem verbal, pois sem ela não daria para saber que se trata de um anúncio sobre o Código 
Brasileiro de Trânsito. Nesse anúncio, a gravura pode ser considerada sem valor argumentativo. 
A maioria dos atropelamentos acontece 
próximo às faixas de pedestres e 
passarelas. Por pressa ou preguiça, 
milhares de pessoas perderam a vida ou se 
machucaram seriamente. Pedestre, siga o 
código. Sem ele, a violência no trânsito vai 
continuar passando por cima 
 14 
3) Além da pronúncia ocê, é possível encontrar, entre os diferentes grupos de falantes do português do Brasil, as 
formas “cê” e “você”. Considere os enunciados abaixo e assinale a alternativa correta a respeito deles. 
 
I. “Você vem conosco?” II. “Trouxe este presente para você.” 
 
a) Na fala popular e informal, “ocê” e “cê” poderiam substituir você tanto em I quanto em II. 
b) Em usos informais da língua, “cê” poderia ser encontrado apenas em I. 
c) Em ambientes rurais, como o de Chico Bento, personagem de Mauricio de Souza, as formas “você” e “cê” jamais 
ocorrem em I e em II. 
d) Em usos coloquiais da língua, especialmente no meio rural, “ocê” aparece apenas em II. 
e) A gramática normativa aceita as três variantes (“cê”, “ocê” e “você”), na escrita e na fala. 
 
4) Observe a tirinha da Mafalda antes de assinalar a alternativa correta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) A mesma frase é repetida no segundo e no quarto quadrinho, contudo, o uso da linguagem não verbal nos permite 
dar diferentes sentidos ao interpretá-la. 
b) A linguagem verbal está muito repetitiva e não colabora de fato na interpretação da tirinha. 
c) O uso da variante regional argentina dificulta o entendimento da tirinha. 
d) O uso do negrito no texto do quarto quadrinho dificulta a interpretação da tirinha. 
e) O último quadrinho da tirinha não deveria apresentarapenas a linguagem não verbal, pois fica deslocado. 
 
 
5) A linguagem publicitária, no intuito de seduzir 
o potencial comprador, utiliza-se de diferentes 
linguagens. No anúncio ao lado, só não se pode 
afirmar que: 
 
a) O anúncio utiliza-se da variedade linguística do 
Ceará para atrair o leitor e possível turista, afinal o 
“jeitinho de falar” da região é próprio e pode 
cativar também o receptor do anúncio. 
b) Há uma junção dos dois tipos de linguagem, a 
verbal e a não verbal para compor o anúncio e 
colaborar na construção da persuasão do mesmo. 
c) O uso da variedade regional na escrita confunde 
o leitor e o leva a desistir de ler/analisar todo o 
anúncio. 
d) A linguagem não verbal do anúncio precisa da 
linguagem verbal para atingir o objetivo do 
anúncio. 
e) O texto publicitário utiliza-se de variantes 
regionais relacionadas ao léxico (vocabulário) para 
despertar o interesse do leitor. 
 
 
 15 
4. Noções de texto: Unidade de Sentido 
 
* A linguagem é o principal meio de comunicação social do ser humano e, portanto, seu produto concreto é o texto. 
* Por intermédio do TEXTO um produtor transmite algo a um leitor ou ouvinte, obedecendo a um sistema de signos/ 
regras codificado. 
* O texto constitui-se, assim, na unidade linguística comunicativa básica. É produto da atividade humana e possui 
caráter social. 
 
* Um texto não é um aglomerado de frases; o significado de suas partes resulta das correlações que elas mantêm entre 
si. Uma leitura não pode basear-se em fragmentos isolados do texto. 
 
 A sequência abaixo é um texto? 
 
 
 
 
 
* Essa sequência apresenta um amontoado aleatório de frases, uma vez que suas partes não se articulam entre si, não 
formam um todo coerente. Portanto, tal sequência não constitui um texto. 
 
* Visualmente, que efeitos o texto “Circuito fechado” produz em nós, leitores? 
 
CIRCUITO FECHADO 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, 
gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, 
calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, 
caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. 
Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, 
espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara 
pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, 
papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, 
projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, 
cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, 
pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, 
prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, 
telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. 
Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro 
e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, 
calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. 
 (Ramos, Ricardo. Circuito fechado. In: Ladeira, Julieta de Godoy (org.). Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1994. 
 
* Em Circuito fechado, não há apenas uma série de palavras soltas. Aqui temos um texto. E por quê? 
 
Apesar de haver palavras aparentemente sem relação umas com as outras, é possível reconhecer, depois de uma leitura 
atenta, que há uma articulação entre elas. A escolha dos substantivos e a sequência em que são empregados revelam 
um significado implícito, algo que une e relaciona essas palavras, formando um texto. Podemos dizer, assim, que esse 
texto se refere a um dia na vida de um homem comum. 
 
O texto Circuito fechado é um conto – um texto narrativo (serve de estrutura para narrar, contar uma história seja ela 
real ou de ficção), cujo tema é o cotidiano e leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor 
produziu um texto que termina onde começou. 
 
* Essa estrutura circular tem relação com o título e com a rotina que aprisiona o homem nos dias atuais. 
* O texto tem coerência de sentido e o sentido de qualquer passagem de um texto é dado pelo contexto. Se não 
levarmos em conta as relações entre as partes do texto, corremos o risco de atribuir a ele um sentido oposto àquele que 
efetivamente tem. 
Mariana ainda não chegou. Comprei dois abacaxis. A oficina de Carlos encerrou o expediente por hoje. 
A densa floresta era mistérios. Ela colocou mais água no feijão. A sopeira partiu-se em pedacinhos. 
 16 
 
Observe agora um trecho da crônica “Noite de autógrafos”, de Carlos Drummond de Andrade : 
(Poesia e Prosa, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983) 
 
Noite de autógrafos de todos os editados, o salão assim de cheio. 
- Mas que calor! 
Ainda bem que está circulando o on the rocks. 
- É o meu autor preferido. 
- No original ou em tradução? 
- Não é vestido. É ela mesma, por transparência. 
- O glorioso romancista poderia dizer duas palavras ao microfone cultural da Rádio Universo? 
- Desculpe, mas no momento... 
- Diga assim mesmo. Qual é o livro que está autografando? 
- Este que o senhor está vendo. 
- É a sua última obra? 
- Com licença, meu nome é Cristina. 
 
 No texto acima, há poucos elementos de coesão. No entanto, quando lemos que se trata de uma noite de 
autógrafos, temos o contexto, situação imediata do acontecimento, e este nos permite dar coerência ao 
conjunto das frases, tornando-se um texto, pois percebemos que está reproduzindo pedaços de conversa, 
comentários, fofocas, etc., tudo isso com a intenção de retratar, com humor, o que ocorre em um evento dessa 
natureza. 
 
* Todo texto tem um caráter histórico, não no sentido de narrar fatos históricos, mas no de revelar as concepções e a 
cultura de um grupo social num determinado momento histórico. 
 
 
4.1. Exercícios de Recapitulação de conteúdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Observe a tira acima: 
 Pode-se dizer que temos um texto acima? 
 Há unidade de sentido entre suas partes? 
 Para a sua interpretação, ativamos algum tipo de conhecimento? 
 
 
 17 
 
2) Agora, observe os seguintes anúncios publicitários e reflita sobre as questões histórica e cultural: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A) 
 
 
B) 
 
 
 
 
 
 
C) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM CARRO QUE ATÉ A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 
APROVARIA: ANDA MAIS E BEBE MENOS. 
LIVINA. ELE CABE NA SUA VIDA. SUA VIDA CABE NELE. 
(Fonte: Superinteressante, jun. 2009, p. 9.) 
 
ATÉ OS BEBÊS SABEM QUE FORD É O CARRO DO ANO! 
Viva a “Marcha Macia” bem no meio do carro! 
Que maciota: novas molas espirais “Hydra-Coil”, na 
frente, e novas molas “Para-flex”, atrás! 
E agora, o bebê dorme nos grandes assentos de mais de 
um metro e meio! Há um NOVO FORD em seu futuro. 
E que economia! Poupa até 10% de gasolina! Divisão 
Internacional - Ford Motor Company (1949) 
 
Fonte: Blog dos Carros Antigos 
(http://carrosantigos.wordpress.com/category/anuncios-de-
carros-antigos/) acessoem 05/03/2013. 
Figura: http://www.willtirando.com.br/?Pagina=4 – acesso em 05/03/2013 
 18 
 
3) Leia o texto e responda as questões que o seguem: 
 
EM VEZ DAS CÉLULAS, AS CÉDULAS 
 
Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao documentário Arquitetura da Destruição, de Peter Cohen. A 
fantástica história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme que conta a aventura demente do nazismo, com seus sonhos de 
beleza e suas fantasias genéticas. Os cientistas são engraçados: bons para inventar e péssimos para prever. Primeiro, 
descobrem; depois se assustam com o risco da descoberta e aí então passam a gritar “cuidado, perigo!!”. 
O documentário mostra como os rituais coletivos, os grandes espetáculos de massa, as tochas acesas..., tudo isso 
constituía um culto estético - ainda que redundante (...) E o pior – todo esse aparato era posto a serviço da perversa utopia de 
Hitler: a manipulação genética, a possibilidade de purificação racial e de eliminação das imperfeições, principalmente 
as físicas. Não importava que os mais ilustres exemplares nazistas, eles próprios, desmoralizassem o que pregavam em termos 
de eugenia. 
O que importava é que as pessoas queriam acreditar na insensatez, apesar dos insensatos, como ainda há quem 
continue acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca mais piada que ameaça. Já se atribui isso ao fato de que a nossa 
arquitetura da destruição é a corrupção. Somos claques mesmo é em clonagem financeira. O que seriam nossos laranjas e 
fantasmas senão clones e replicantes virtuais? Aqui, em vez de células, estamos interessados é em manipular cédulas. 
 (Zuenir Ventura, Jornal do Brasil, 1997) 
 
3A) relação entre o documentário Arquitetura da Destruição e a história da ovelha Dolly guarda pertinência porque, nos 
dois relatos, subjaz a ideia de 
 
a) recorrência a valores de ordem histórica. d) rejeição ao materialismo cientificista. 
b) manipulação de resultados estatísticos. e) ameaça a valores de natureza inalienável. 
c) intolerância a novas descobertas científicas. 
 
3B) Com o trocadilho do título, o autor antecipa a intenção de 
 
a) reforçar a credibilidade na manipulação genética. d) partir de ilustrações gerais para críticas específicas. 
b) questionar teses que fazem referência ao nazismo. e) especular acerca dos efeitos positivos da clonagem. 
c) divulgar dados científicos de instituições brasileiras. 
 
3C) A expressão “todo esse aparato” favorece a coesão textual, porque 
 
a) retoma e restringe o termo imediatamente anterior. d) remete o leitor a uma temática ainda não enunciada. 
b) retoma com um termo síntese para fazer a progressão. e) introduz um argumento que se contrapõe ao anterior. 
c) articula elementos contraditórios ao contexto local. 
 
3D) Analise as proposições sobre a produção do sentido no Texto 1. 
 
I. O recurso da gradação (após o nome Hitler), no segundo parágrafo, enfatiza e favorece a argumentação. 
II. O adjetivo “engraçados” agrega um toque de humor coerente com a temática. 
III. O título cria, em torno do tema, uma expectativa que vai, aos poucos, frustrando o leitor. 
IV. A retomada do tópico “arquitetura da destruição” nada agrega à discussão. 
V. A recorrência ao documentário funciona como ancoragem para a estruturação do texto. 
 
Estão CORRETAS, apenas: 
 
a) I, III e IV. c) II, III e IV. e) I, II e V. 
b) II, IV e V. d) III, IV e VI. 
 
 
 19 
3E) Assinale a única alternativa em que o comentário NÃO atende à norma culta escrita, mas que sua utilização colabora na 
produção do sentido do texto. 
 
a) “...recomenda-se assistir ao documentário Arquitetura da Destruição, de Peter Cohen”. 
b) “Aqui, em vez de células, estamos interessados é em manipular cédulas”. 
c) “ No Brasil, felizmente, Dolly provoca mais piada que ameaça”. 
d) “Os cientistas são engraçados: bons para inventar e péssimos para prever”. 
e) “Somos claques mesmo é em clonagem financeira”. 
 
4) Tapando-se o A e o C da ilustração ao lado, o termo intermediário da sequência vertical 
é lido como o número treze (13). Tapando-se o 12 e o 14, o mesmo termo, na horizontal, é 
lido como a letra B. Esse artifício serve para ilustrar um dado fundamental relacionado ao 
significado de um enunciado dentro de um texto. Qual é esse dado? 
 
a) Os enunciados do texto são interdependentes, ou seja, não estão soltos e o significado de 
cada um depende de sua relação com os demais. 
b) O texto se reduz a um aglomerado de palavras soltas e sem relação. 
c) Não há relação entre cada enunciado e o contexto no qual o mesmo está inserido. 
d) Letras são letras e números são números. 
e) Um texto não verbal não possui significação própria. 
 
5) Assinale a alternativa correta: 
a) Os textos não-verbais devem ser lidos linearmente. 
b) Não existem textos exclusivamente não-verbais. 
c) Nos textos não-verbais há predominância de palavras ambíguas. 
d) Nos textos não-verbais, o leitor tem liberdade de leitura, isto é, não é obrigado a ler sempre na mesma sequência e pode 
apreender as imagens simultaneamente. 
e) Nos textos não-verbais as imagens são entendidas simultaneamente, mas não é possível identificar a autoria. 
 
6) – Sobre as noções do texto é correto afirmar: 
 
a) A linguagem não é o principal meio de comunicação social do ser humano, o que faz do texto apenas uma realização sem 
efeitos ao seu leitor. 
b) O texto não pode ser considerado um lugar que um produtor transmite algo a um leitor ou ouvinte. 
c) Um texto é um aglomerado de frases, sendo que o significado de suas partes resulta das relações que cada parte tem 
consigo mesmo. Desse modo, uma leitura se baseia em apenas fragmentos isolados do texto. 
d) O texto constitui-se, assim, na unidade linguística comunicativa básica. Sendo assim, um texto não é um aglomerado de 
frases; o significado de suas partes resulta das correlações que elas mantêm entre si. 
e) O texto é feito de fragmentos que nem sempre estão articulados uns com os outros, pois não há necessidade de se pensar 
o texto enquanto unidade, com coerência. 
 
Leia o texto para responder às questões de números 7 e 8. 
 
Como ensina a teoria sociolinguística, as formas diferentes de dizer a mesma coisa – denominadas “variantes 
linguísticas” – não se diferenciam pelo seu valor estritamente linguístico, mas pelo seu valor social. Assim, as frases – Aqui nóis 
trabaia muito. /Minhas colega já chegô. – são avaliadas de forma muito negativa nos segmentos de maior poder aquisitivo. 
Em termos linguísticos, porém, elas não são inferiores à forma tida como correta. Não é difícil ver na TV jornalistas 
conceituados dizerem, incólumes, frases como “entrevistei ele esta manhã”. Uma revista de grande circulação escreveu na 
capa, certa feita: “1995: o ano que domamos a inflação”. 
 (Discutindo Língua Portuguesa, Ano 1, n.º 5. Adaptado) 
 
 
 20 
7) Segundo o texto: 
 
a) As pessoas que pertencem aos segmentos de menor poder aquisitivo são as que mais condenam as variantes linguísticas. 
b) Pode-se dizer uma mesma coisa valendo-se de distintas formas de expressão, inclusive aquelas consideradas incorretas. 
c) É comum que as pessoas condenem as formas de expressão tidas como incorretas, se estas são proferidas pelos mais ricos. 
d) É raro jornalistas conceituados conseguirem sair ilesos, quando proferem frases consideradas incorretas gramaticalmente. 
e) São flagrantes as formas incorretas nas falas de pessoas de baixo poder aquisitivo, não sendo o contrário uma verdade. 
 
8) Assinale a alternativaem que a frase está correta, segundo a norma padrão, quanto aos aspectos de concordância. 
 
a) Grande parte das variantes linguísticas é avaliada de forma negativa por uma parcela significativa das pessoas. 
b) Não só o valor linguístico como também o valor social estão implicados quando se tratam de variações linguísticas. 
c) As variantes linguísticas são consideradas inferiores por segmentos de maior poder aquisitivo. 
d) Frases de jornalistas e capas de revistas, com frequência, mostram que é possível cometer algum deslize linguístico. 
e) Existem muitas formas de dizer uma mesma coisa, conforme ensina a teoria sociolinguística. 
 
9) – Na propaganda apresentada, o texto verbal que sintetiza corretamente as ideias presentes estritamente na imagem é 
que o cigarro é um: 
 
a) Vício que leva as pessoas à morte. 
b) Instrumento de prazer e desgosto, ao mesmo tempo. 
c) Arma, e por meio dela você está se matando. 
d) Forma de sociabilização das pessoas, mas mata. 
e) Marca de desequilíbrio das pessoas, antes de tudo. 
 
10) Leia o texto Chicu Mineru, canção de Tonico e Francisco Ribeiro, e assinale a alternativa correta: 
 
“Fizemu a urtima viagem 
 Foi lá pro sertão de Goiás 
Fui eu e o Chicu Mineru 
Também foi o capataz 
Viajemu muitos dia 
Pra chega em Ouru Finu 
Aonde nóis passemu a noite 
Numa festa du Divinu.” 
(...)
 
a) Trata-se de um texto informal porque nele há ambiguidade. 
b) Trata-se de um texto formal, embora haja traços de oralidade. 
c) Trata-se de um texto informal porque apresenta traços de oralidade. 
d) Trata-se de um texto formal porque não apresenta “erros” de acordo com a língua padrão. 
e ) Trata-se de um texto informal porque apresenta repetição de sons desagradáveis. 
 
 
O texto a seguir é referência para as questões 11 e 12 
 
Reduzir a poluição causada pelos aerossóis – partículas em suspensão na atmosfera, compostas principalmente por 
fuligem e enxofre – pode virar um enorme tiro pela culatra. Estudo de pesquisadores britânicos e alemães revelou que os 
aerossóis, na verdade, seguravam o aquecimento global. Isso porque eles rebatem a luz solar para o espaço, estimulando a 
formação de nuvens (que também funcionam como barreiras para a energia do sol). Ainda é difícil quantificar a influência 
exata dos aerossóis nesse processo todo, mas as estimativas mais otimistas indicam que, sem eles, a temperatura global 
poderia subir 4 ºC até 2100 – as pessimistas falam em um aumento de até 10º, o que nos colocaria “dentro” de uma 
churrasqueira. Como os aerossóis podem causar doenças respiratórias, o único jeito de lutar contra a alta dos termômetros 
é diminuir as emissões de gás carbônico, o verdadeiro vilão da história. (Superinteressante, dez. 2005, p. 16.) 
 
 
 21 
11) Assinale a alternativa cujo sentido NÃO está de acordo com o sentido que a expressão “pode virar um enorme tiro 
pela culatra” apresenta no texto. 
 
a) Pode ter o efeito contrário do que se pretende. 
b) Pode aumentar ainda mais o problema que se quer 
combater. 
c) Pode fazer com que o aquecimento global aumente. 
d) Pode provocar diminuição na formação de nuvens. 
e) Pode segurar o aquecimento global. 
12) Segundo o texto, “o verdadeiro vilão da história” é 
(são): 
 
 
 
a) O aquecimento global. 
b) As emissões de gás carbônico. 
c) A formação de nuvens. 
 
d) As doenças respiratórias. 
e) As barreiras para a energia do sol. 
 
 
 
 
____________________ **** _____________________ 
 22 
5. Textos Orais e Textos Escritos 
 
* A interação pela linguagem se materializa por meio de textos, sejam eles orais (falados) ou escritos. Tais planos se 
referem aos suportes físicos (meios pelos quais o enunciado é transmitido): o oral se transmite por ondas sonoras, 
enquanto o gráfico ocorre por signos em suportes sólidos. 
 
* Fala e escrita são duas modalidades de uso da língua, que, embora utilizem o mesmo sistema linguístico, possuem 
características próprias. Cada uma tem sua forma, sua gramática e seus recursos expressivos. 
 
 
 
* Vamos refletir sobre o texto de Millôr Fernandes2 que segue: 
A VAGUIDÃO ESPECÍFICA 
 
“As mulheres têm uma maneira de falar 
que eu chamo de vago-específica.” 
Richard Gehman 
 
– Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. 
– Junto com as outras? 
– Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro 
dia. 
– Sim senhora. Olha, o homem está aí. 
– Aquele de quando choveu? 
– Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. 
– Que é que você disse a ele? 
– Eu disse pra ele continuar. 
– Ele já começou?– Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. 
– É bom? 
– Mais ou menos. O outro parece mais capaz. 
– Você trouxe tudo pra cima? 
– Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera. 
– Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como 
na outra noite. 
– Está bem, vou ver como. 
 
* O que se pode compreender da relação entre fala e escrita? 
* O texto oral apresenta características próprias, em que a interação face a face permite que os interlocutores, 
situados no mesmo tempo e espaço, preencham as lacunas ali existentes, já que ambos, ancorados em dados do 
contexto e no conhecimento partilhado que possuem, são capazes de compreender e produzir sentido ao que 
dizem. 
* Em nossa sociedade, fundamentalmente oral, convivemos muito mais com textos orais do que com textos 
escritos. 
* Todos os povos, indistintamente, têm ou tiveram uma tradição oral e relativamente poucos tiveram ou têm 
uma tradição escrita. Isso não torna a oralidade mais importante que a escrita. Mesmo que a oralidade tenha 
primazia cronológica sobre a escrita, esta, por sua vez, adquire um valor social superior ao da oralidade. 
 
* A escrita não pode ser tida como representação da fala. Em parte, porque a escrita não consegue reproduzir 
muito dos fenômenos da oralidade, tais como a prosódia, a gestualidade, os movimentos do corpo e dos olhos, 
etc. Ela apresenta, ainda, elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais como o tamanho e o tipo de 
letras, cores e formatos e sinais de pontuação. 
 
 
2
 FERNANDES, M. Trinta anos de mim mesmo. São Paulo: Círculo do Livro, 1976. 
 23 
Características da linguagem falada e da linguagem escrita (KOCH & ELIAS – Ler e escrever). As mais frequentes são: 
FALA ESCRITA 
Contextualizada Descontextualizada 
Implícita Explícita 
Redundante Condensada 
Não planejada Planejada 
Fragmentada Não fragmentada 
Pouco elaborada Elaborada 
Pouca densidade informacional Densidade informacional 
Frases curtas, simples ou coordenadas Frases complexas, subordinadas 
Pequena frequência de passivas Emprego frequente de passivas 
Poucas nominalizações Abundância de nominalizações 
Menor densidade lexical Maior densidade lexical 
 
 Tais diferenças nem sempre distinguem as duas modalidades, pois há textos escritos muito 
próximos da fala conversacional (bilhetes, recados, cartas familiares, por exemplo) e textos falados 
que mais se aproximam da escrita formal (conferências, entrevistas profissionais, entre outros). 
 
 Na visão sociointeracionista de Marcuschi (2001), fala e escrita apresentam: 
 
dialogicidade usos estratégicos funções interacionais envolvimento 
negociação situacionalidade Coerência dinamicidade 
 
* Oralidade e escrita são modalidades, práticas e usos da línguacom características próprias, mas não 
suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos distintos. Ambas permitem a 
construção de textos coesos e coerentes, a elaboração de raciocínios abstratos, exposições formais e 
informais, variações sociais e dialetais. 
 
___________________ * * * * ___________________ 
 
 
5.1. Exercícios de Fixação 
 
1) Sobre as duas modalidades da língua – fala e escrita – não podemos considerar que: 
 
a) Fala e escrita apresentam funções interacionais. 
b) Fala e escrita exigem coerência. 
c) Fala e escrita envolvem dinamicidade e 
envolvimento. 
 
d) Fala e escrita não requerem usos estratégicos. 
e) Fala e escrita consideram a negociação entre 
produtor e receptor. 
 
 
2) Os estudos sobre a conversação buscam responder como as pessoas interagem de forma cooperativa em uma 
conversa, seja face a face, seja pela internet. No caso de uma conversa virtual, temos a seguinte característica 
conversacional: 
 
a) Conversa linear, ou seja, todos os enunciados do mesmo internauta estão dispostos um abaixo do outro, sem a 
interposição da fala do outro participante. 
b) Não ocorre o uso de sinais gráficos (emoticons) ou onomatopeias. 
c) A saudação não é impressa na conversação virtual, apenas na face a face. 
d) Não ocorre ambiguidade na interação virtual. 
e) A ênfase a expressões gestuais durante a conversação face a face é substituída por emotions. 
 
 
 24 
3) Leia atentamente o texto que segue: 
 
Dois Homens tramando um assalto - Luis Fernando 
Veríssimo 
 
- Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamos rendê o 
caixa bonitinho. Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra 
arejá. 
- Podes crê. 
Servicinho manero. É só entrá e pegá. 
- Tá com o berro aí? 
- Tá na mão. 
Aparece o guarda 
- Ih, sujou, 
Disfarça, disfarça... 
O guarda passa por eles. 
 
- Discordo terminantemente. O imperativo categórico de 
Hegel chega a Marx diluído pela fenomenologia de 
Feuerbach. 
- Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que 
Kierkegaard não passa de um Kant com algumas sílabas a 
mais. Ou que os iluministas do século 18... 
 
O guarda se afasta. 
- O berro, tá cheio? 
- Tá. 
- Então vamo lá.
 
VERISSIMO, Luis Fernando. O Estado de S. Paulo, 8 mar. 1998. 
 
Ao tramarem o assalto, os dois personagens do texto dialogam utilizando um registro de linguagem; quando o 
guarda passa, disfarçam usando outro. Os dois níveis de linguagem são, respectivamente: 
 
a) gíria (linguagem informal) e linguagem coloquial. d) linguagem formal e linguagem regional. 
b) gíria e linguagem acadêmica. e) linguagem regional e linguagem informal. 
c) linguagem regional e linguagem coloquial. 
 
 
4) (Enade 2006 – com adaptações) Analise a charge reproduzida na figura a seguir, respondendo a alternativa 
correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) A afirmação da identidade regional não está demonstrada pelo vocabulário. 
b) Abóbora e jerimum não são sinônimos. 
c) O ressurgimento de um antigo signo aparece através da palavra jerimum. 
d) Para entender a tira é preciso levar em consideração a diferença regional. 
e) O fortalecimento de uma língua padrão está marcado pelo signo jerimum. 
 
 
5) Releia o texto “A vaguidão específica” de Millôr Fernandes (página 22) e aponte a alternativa incorreta a respeito 
do mesmo: 
 
a) Os personagens não estão se entendendo, por diferenças de classe social. 
b) Os leitores não podem entendê-lo plenamente porque não têm referências contextuais ao diálogo. 
c) Texto típico da linguagem oral, portanto, com vocabulário econômico. 
d) A vaguidade das palavras não interfere na compreensão do diálogo pelas personagens. 
e) Ausência de sentido intencional para ironizar o modo de falar das mulheres, embora o uso de uma linguagem vaga 
não seja apenas um problema feminino. 
 
 
 25 
6) Observe a letra da canção composta por Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953) abaixo: 
 
VOZES DA SECA 
 
“Seu doutô os nordestino têm muita gratidão / Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão 
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são / ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão 
É por isso que pidimo proteção a vosmicê / Homem pur nóis escuído para as rédias do pudê (...)” 
 
No ano em que essa canção foi lançada, houve uma grande seca no Nordeste. Sobre a canção, analise as 
proposições a seguir: 
 
I. A canção se dirige a um interlocutor que é, na escala social, hierarquicamente superior. 
II. Constitui uma manifestação contra soluções desprezíveis que não resolvem definitivamente o problema da seca. 
III. Utiliza-se de um registro linguístico inadequado para a composição de uma canção por apresentar marcas comuns 
de textos orais. 
IV. O uso de formas linguísticas como doutô, vosmicê, pidimo, pur, revelam o uso de variantes regionais e sociais do 
Brasil. 
 
Estão corretas apenas: 
 
a) I, II e IV b) I, III e IV c) I, II e III d) I e IV e) II e III 
 
7) (ENEM) Em uma partida de futebol, o técnico disse para os jogadores: “É hora de ir pra cima pra pegá eles sem 
calça”. A expressão coloquial “pegá eles sem calça” pode ser substituída, sem comprometimento de sentido, em 
língua culta formal por: 
 
a) pegá-los na mentira d) pegá-los rapidamente 
b) pegá-los desprevenidos e) pegá-los momentaneamente 
c) pegá-los em flagrante 
 
 
____________________ **** _____________________ 
 26 
6. Estilos e Gêneros Textuais: os vários tipos de textos 
 
6.1. Definição de gênero e suas características 
 
TEXTO I 
Bolo de arroz 
3 xícaras de arroz 
1 colher (sopa) de manteiga 
1 gema 
1 frango 
1 cebola picada 
1colher (sopa) de molho inglês 
1colher (sopa) de farinha de trigo 
1 xícara de creme de leite salsa picadinha 
 
Prepare o arroz branco, bem solto. 
Ao mesmo tempo, faça o frango ao molho, bem 
temperado e saboroso. Quando pronto, retire os 
pedaços, desosse e desfie. Reserve. 
Quando o arroz estiver pronto, junte a gema, a manteiga, 
coloque numa forma de buraco e leve ao forno. 
No caldo que sobrou do frango, junte a cebola, o molho 
inglês, a farinha de trigo e leve ao fogo para engrossar. 
Retire do fogo e junte o creme de leite. 
Vire o arroz, já assado, num prato. Coloque o frango no 
meio e despeje por cima o molho. 
Sirva quente. 
 
(Terezinha Terra) 
TEXTO II 
Receita 
Ingredientes 
2 conflitos de gerações 
4 esperanças perdidas 
3 litros de sangue fervido 
5 sonhos eróticos 
2 canções dos beatles 
 
Modo de preparar 
Dissolva os sonhos eróticos nos dois litros de sangue 
fervido e deixe gelar seu coração. Leve a mistura ao fogo, 
adicionando dois conflitos de gerações às esperanças 
perdidas. 
Corte tudo em pedacinhos e repita com as canções dos 
beatles o mesmo processo usado com os sonhos eróticos, 
mas desta vez deixe ferver um pouco mais e mexa até 
dissolver. 
Parte do sangue pode ser substituído por suco de 
groselha, mas os resultados não serão os mesmos. 
Sirva o poema simples ou com ilusões. 
 
(Nicolas Behr) 
 
 Todos os dias nos deparamos com diferentes textos durante as mais diversas situações comunicativas das 
quais participamos socialmente. Em todas as situações, utilizamos textos em diferentes gêneros, isto é, para 
situações e/ou finalidades diversas (formais ou informais), lançamos mão de um repertório diverso de gêneros 
textuais que circulam socialmente e se adaptam às diferentes situações de comunicação: anúncios, relatórios, 
notícias, palestras, piadas, receitas etc. 
 Cada um desses gêneros exige, para sua compreensão ou produção, diferentes conhecimentos e capacidades. 
 De modo geral, todos os gêneros textuais contêm, basicamente, três características: 
 
* o assunto: o que pode ser dito através daquele gênero; 
*o estilo: as palavras, expressões, frases selecionadas e o modo de organizá-las;*o formato: a estrutura em que cada agrupamento textual é apresentado. 
 
 Os gêneros são vinculados à vida cultural e social e contribuem para ordenar e estabilizar as atividades 
comunicativas do seu dia-a-dia. 
 Assim, são exemplos de gêneros textuais: telefonema, carta, romance, bilhete, reportagem, lista de compras, 
piadas, receita culinária, contos de fadas etc. 
 Todo texto tem um tipo e um gênero. Ele tem uma base, uma estrutura de sustentação, que é o tipo, e tem 
variedade, que é o gênero. 
 Os gêneros textuais podem ser orais ou escritos, podem ser formais ou informais. 
 Existem gêneros textuais do cotidiano jornalístico, cuja finalidade é a informação. É o caso da notícia, da 
entrevista, do artigo de opinião, do editorial, entre outros. Há também os chamados gêneros instrucionais como 
o manual de instrução, a bula de um remédio, etc; os gêneros científicos ou acadêmicos, os quais se originam de 
 27 
pesquisas e estudos, como a monografia, a tese de doutorado, a dissertação de mestrado, etc. No “mundo 
virtual” encontramos e-mails, salas de bate-papo ou chats, blogs, salas de discussão, posts em redes sociais, etc. 
 
 Quando lemos ou escrevemos, recorremos a um suporte de gênero textual. Pense na seguinte situação: 
 
“Oi, Paulo, sou a Ana Lúcia. Me ligue o mais rápido possível, por favor.” 
 
O texto pode ser um recado gravado e o suporte, no caso, pode ser uma secretária eletrônica, caixa postal do 
celular, ou ainda podemos considerar que o texto seja uma mensagem escrita e enviada pelo celular. De que 
suportes falamos aqui? 
 
 Suporte de um gênero textual é um lugar físico ou virtual, com um formato específico, que fixa e mostra um 
texto. São suportes: jornal, revista, gibi, computador, telefone, caderno, outdoor, etc. Lemos e produzimos textos 
nos mais diversos suportes. 
 
____________________ **** _____________________ 
 
 
6.2. Exercícios de Fixação 
 
1) Leia o seguinte trecho adaptado da Revista Época de 26/09/2009 e identifique o gênero textual do mesmo: 
 
“ÉPOCA: É possível ser feliz no trabalho? 
 
DE BOTTON: Sim, assim como é possível ser feliz no amor. Todos nós conhecemos pessoas que têm relacionamentos 
maravilhosos e pessoas que têm trabalhos maravilhosos, que amam o que fazem. Mas é uma minoria. Para a maior 
parte das pessoas algo está errado. Pode ser que, em algum momento, as coisas tenham ido bem, mas depois elas 
acabaram perdendo o interesse no trabalho. A ideia de que todos podemos ser felizes no trabalho é bonita. Mas, no 
atual estado da economia, da política e até da psicologia, isso é impossível. 
ÉPOCA: Por que é tão difícil ser feliz no trabalho? 
DE BOTTON: Por diversas razões. Pode ser muito difícil saber o que você quer fazer com sua vida. Existe gente que diz 
“eu quero fazer algo para ajudar as pessoas, mas não sabe exatamente o que fazer, ou “quero fazer algo criativo”, mas 
também não sabe como. Há certo mistério para conseguir o que queremos. E muitos obstáculos também. Ser 
reconhecido é uma tarefa difícil em qualquer ramo de atividade. É sempre extraordinário quando alguém ama o que 
faz – e é bonito ver isso acontecer.” 
 
a) crônica b) entrevista c) artigo de opinião d) resumo e) discurso político 
 
Leia o texto a seguir (adaptado) para responder a questão 2: 
 
Menino cientista registra descobertas em blog 
Por Gabriella Mancini – colaboração para www.folha.uol.com.br – 07/05/2011 
 
Entre lupas e microscópio, o menino Pedro Ruiz Toniato, 9, observa em seu quarto coisas como inseto, planta e giz. 
Quando ele acha que descobriu alguma novidade, corre para checar na internet se algo parecido já foi encontrado. 
“Mas tudo o que você descobre, por mais complicado que seja, já descobriram”, diz Pedro. 
Para discutir experimentos da ciência, ele criou o site Menino Cientista. Lá comenta notícias curiosas da área. Gosta de 
perceber a relação entre a ciência e o dia a dia. “Outro dia li que, se agente não dorme direito, o cérebro fica tentando 
apagar durante o dia”, conta o fã das teorias do cientista Isaac Newton. 
 
2) As características do texto acima mostram que ele é: 
 
a) um conto b) uma carta c) um relato 
d) uma reportagem e) uma música 
 
 28 
3) O texto ao lado pertence ao gênero: 
 
a) Charge b) Entrevista 
c) Simbologia d) Astrologia 
e) Exposição 
 
 
 
 
 
____________________ **** _____________________ 
 
6.3. Tipos textuais 
 
Todo texto tem um tipo e um gênero. Ele tem uma base, uma estrutura de sustentação, que é o tipo, e tem 
variedade, que é o gênero. 
 
Tipos de texto: descritivo, narrativo, expositivo, opinativo, argumentativo e injuntivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descritivo 
 
“A lapiseira MARS Técnica destina-se ao uso escolar e técnico, por todos aqueles que fazem uso habitual de lapiseira 
em lugar do lápis convencional. Mede 1130 mm, tem apontador inserido no botão de pressão niquelado, pesa 10 g 
com mina, apresenta clips removível, niquelado e à prova de ferrugem. Caracteriza-se pelo equilíbrio e harmonia na 
distribuição de seu material, relativamente ao comprimento e à espessura”. 
(Lapiseira STAEDLER - http://www.staedtler.pt/lapiseiras_pt) 
 
* tem por base um sujeito observador, o qual descreve o mundo de maneira objetiva (real) ou subjetiva (sentida). 
 
* Na descrição objetiva, o sujeito tem como meta informar sobre objetos, pessoas ou lugares, descrevendo a realidade 
tal como ela é. 
* Na descrição subjetiva, o sujeito descreve a realidade do modo como ele a sente, expressando a afetividade que tem 
em relação ao objeto, pessoa ou lugar descrito. 
* Caráter estático. 
 
Narrativo 
* É aquele que serve de estrutura para narrar, contar uma história seja 
ela real ou ficcional. 
* A narrativa contém elementos fundamentais: personagens, narrador, 
enredo, tempo e espaço. 
* A estrutura tradicional de uma narrativa apresenta: situação inicial, 
complicação ou conflito, desenvolvimento, clímax, desfecho. 
Transcrição dos dizeres em branco: No mês dos 
namorados, ligue 14. Fale até 1 hora e pague 
apenas 14 minutos no fim de semana. 
Transcrição dos dizeres em branco dentro do 
coração: Toda história de amor começa com 
um número de telefone. 
Fonte: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAul
a.html?aula=19132 acesso em 13/04/2012. 
 29 
Argumentativo 
* A argumentação está mais ligada ao conteúdo e pode aliar-se a outros tipos textuais (como o narrativo ou o 
descritivo). 
Esse é o tipo de texto que revela a intenção do sujeito de convencer e/ou persuadir “o outro” sobre a validade de 
uma tese, que compreende uma proposição (ideia proposta) a ser defendida no desenvolvimento do texto. 
* Em geral, apresenta na sua estrutura uma tese (proposição, ideia proposta), argumentos, contra-argumentos 
(argumentos negativos que reforçam a tese) e conclusão. 
 
Expositivo 
“Primeira forma de antimatéria a ser descoberta, o pósitron é uma partícula atômica com massa e carga idênticas às 
do elétron, mas de sinal oposto (positivo). A emissão dos raios gama em sentidos contrários comprova essa 
equivalência de massa e energia, pois as massas do elétron e do pósitron desaparecem, gerando radiação 
eletromagnética de energia – uma reação de aniquilamento. 
Previsto teoricamente em 1928 pelo inglês Paul Dirac, a primeira observação experimental do pósitron foi feita em 
1932 pelo norte-americano Carl David Anderson. Logo se evidenciou que, na presença de campos elétricos intensos, 
fótons (partículas de luz) de alta energia produzem pares de elétrons-pósitrons. O pósitron pode ser produzido por 
meio de desintegração nuclear e é utilizado em certas tomografias para localizar tumores e lesões em tecidos”. 
 
* tem como objetivo informar o leitor sobre um dado, sendo muito utilizado em discursos científicos, filosóficos,

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