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Aula 7 Jur A Psicologia do testemunho

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A Psicologia do Testemunho
 Assunto focal na psicologia jurídica 
 O testemunho é determinado por cinco condições:
1 - A percepção do acontecimento
2 - O armazenamento na memória
3 - A evocação/recuperação 
4 - O modo como se quer expressar esta recuperação 
5 - E a expressão propriamente (baseada em como se pode expressar)
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1 – A Percepção  envolve fatores exteriores e interiores 
2 – Armazenamento  baseado em fatores fisiológicos e modos de codificação 
3 – Recuperação  baseado em fatores fisiológicos e psíquicos  Ex: inconsciente psicanalítico 
4 – Sinceridade  puramente psíquico  intenção 
5 – Expressão  depende da capacidade de expressão do indivíduo  tentativa de evitar ruídos de comunicação 
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Deve-se estudar tais condições e as relacionar com os fatos obtidos
Fatores que Influenciam a Percepção de um Acontecimento 
 Formamos esquemas de percepção  “Todos” interligados (Gestalt)  envolvem elementos diversos (emoções e cognições)  são subjetivos
Nossas percepções não são neutras  catatimia (influência do afeto)  realidade é sempre parcial  Ex: preconceito 
 Fadiga psíquica  acaba por fazer uma diferenciação média nos horários em que os indivíduos apreendem melhor os estímulos ambientais  melhor manhã do que noite  digestão aumenta fadiga
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 Dados empíricos:
Homens  percepção mais do geral
Mulheres  percepção mais detalhista
Percebe-se melhor início e fim do que dados intermediários 
Percebe-se melhor o estímulo visual do que o sonoro (demais estímulos são mais vagos)
Testemunha-se melhor dados qualitativos do que quantitativos
 Mecanismo catatímico  pode influenciar a percepção diretamente ou inversamente  “ver o que queremos ou o que não queremos”  em ambos surge uma pseudopercepção
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Afetos poderosos  alimentam-se de representação e geram alucinação 
Afetos menos intensos  deformam percepções e geram ilusões 
Sugestão de espera (Catatimia) consciência antecipa o tempo e dá por acontecido algo que ainda não aconteceu  Indivíduos alertados/sugestionados à algo, podem ter testemunhos alterados (por medo, por exemplo)
 Força do Hábito  faz com que indícios levem a configurações completas  “Fechamos” as pessoas a partir de detalhes  pensamento automático  não precisamos de todos os detalhes (fenômeno do fechamento)  conseqüentemente, não precisamos/vemos todos os detalhes)
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Fatores que Influenciam a memória de um acontecimento
 Emoção  fator central
Amnésia emocional  oriunda de abalo moral (psicanálise)  esquecimento como defesa = repressão
Repressão  comum nos testemunhos, pois estes versam sobre situações emocionalmente intensas
Quanto mais se força diretamente a lembrança = maior a defesa
Pode-se esquecer em bloco ou fragmentado  neste caso, as lembranças surgem deformadas, preenchidas via catatimia
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Fatores que Influenciam a Expressão de um Acontecimento
 É preferível deixar a expressão ser mais livre do que fazer uma intervenção  evita-se a influência do olhar do outro no discurso
Relato espontâneo  menos deformado, porém mais incompleto e irregular (e pouco objetivo)
Interrogatório  mais deformado  resulta de conflito entre conhecimento do indivíduo e direções dadas pelo entrevistador (que mobilizam emoções)
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Analisando algumas classes de perguntas utilizadas nos interrogatórios
1 - Determinantes  são perguntas “Como”, “Por que”, etc  são as mais imparciais, por isso, mais interessantes
2 - Disjuntivas  formula explicitamente as duas possibilidades/hipóteses para um caso, de forma bastante completa  apesar de apresentar dois lados, já direciona o indivíduo para ambos os relatos
3 - Diferenciais  perguntas no estilo “sim ou não?”  Faz-se um relato e pergunta-se “sim ou não?”  maior influência pois não apresenta dois relatos distintos
4 - Afirmativas e negativas condicionais  Pode-se perguntar “era assim?” ou “não era assim?”  levará o indivíduo a responder o que ele pensa que é esperado dele
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5 - Disjuntivas parciais  o interrogado fica entre duas alternativas apenas (se exclui as demais possibilidades)  o que de fato aconteceu para o interrogado pode estar entre alternativas descartadas 
6 - Afirmativas por presunção  pergunta-se baseado em pressupostos que não tem certeza  leva conteúdos implícitos ao relato do interrogado
 O alerta contra punições derivados de falsos testemunhos tende a atemorizar apenas a consciência moral dos declarantes  mas estes já têm tendência a testemunhos fidedignos
 imorais costumam não responder bem a ameaças 
Interrogatórios baseados no medo costumam ser ineficazes
Obtemos bom resultado com uma “declaração centrípeta”
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Declaração centrípeta  procura-se declarações sobre dados secundários à ação que se deseja esclarecer  procura afastar-se da associação direta entre pergunta e objetivo do interrogador (tira-se o foco da ação a ser esclarecida) 
 testemunha não consegue estabelecer associação entre sua declaração e o perigo para quem quer favorecer
Ex: trocar perguntas como: “Fulano fez ou não tal ato?” por perguntas sobre a vida de tal fulano

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